HST001 UA10 Educação e conhecimento - Apostila

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gestão empresarial
Sociedade, Tecnologia e inovação Tecnológica
Educação E conhEcimEnto
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ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Ao final desta unidade, você será capaz de discernir 
entre saber e conhecimento humano, entre educação e 
as formas de construção desse conhecimento.
COmpetênCias 
Refletir sobre: a educação atual, a influência das tecno-
logias no processo de educação e seus impactos na for-
mação dos indivíduos.
Habilidades 
Utilizar as ferramentas tecnológicas disponíveis para 
melhorar o processo de educação e construção do 
conhecimento humano.
Sociedade, Tecnologia e 
inovação Tecnológica
Educação E conhEcimEnto
ApresentAção
Nesta unidade vamos trabalhar com termos de uso cor-
riqueiro na nossa linguagem. Falamos de conhecimento, 
educação, saber (ou saberes). Mas, realmente, o que essas 
palavras significam? E, mais ainda, qual a diferença entre 
elas? Este é o assunto desta unidade de aprendizagem.
Vamos refletir sobre a educação atual, sobretudo a 
educação formal, realizada nas instituições de ensino de 
todos os níveis. Veremos que os avanços das tecnologias 
também influenciam o processo educacional e alteram 
as maneiras tradicionais como se dá a formação das 
pessoas. O uso adequado das ferramentas tecnológicas 
pode ajudar muito a melhorar o processo de educação e 
de construção do conhecimento humano.
Temos muito a aprender nesta unidade.
Bons estudos!
pArA começAr
Você está acompanhando, ao longo das unidades ante-
riores, e discutindo com os colegas, as diversas formas de 
interferência das tecnologias na vida da sociedade atual.
E com relação à Educação? Será que as tecnologias 
também exercem influência na educação?
Como elas podem afetar a educação? Melhoram ou 
pioram a qualidade da educação?
Educação e conhecimento são sinônimos?
Qual o significado de ser educado e ter conhecimento?
Conhecimento sobre o quê?
Para começar, vá até a área “Navegando por aí” desta 
unidade. De lá, você terá acesso a vídeos sobre as rela-
ções entre educação e conhecimento. Assista o vídeo so-
bre o muito que se precisa fazer para mudar a educação 
a fim de que possamos construir o conhecimento que 
precisamos. Confira! 
Já discutimos, no início da disciplina, sobre a evolu-
ção tecnológica: vimos que esta evolução tem reflexos 
Sociedade, Tecnologia e Inovação Tecnológica / UA 10 Educação e Conhecimento 4
diretos na educação, na forma de construirmos o conhecimento. Não po-
demos nos deixar influenciar, negativamente, pelas facilidades proporcio-
nadas pelas tecnologias.
Você já parou para pensar como era a escola na época de seus pais? 
E de seus avós? Não se passaram tantos anos assim, mas muita coisa 
mudou. Até a postura dos pais em relação aos filhos, à escola e aos pro-
fessores mudou. 
A partir desta reflexão, vamos dar início aos estudos, certo?
Coragem!
FundAmentos
Educação engloba ensinar e aprender. E também algo menos tangível, mas mais pro-
fundo: passar o conhecimento, bom julgamento e sabedoria. A educação tem nos seus 
objetivos fundamentais a passagem da cultura de geração para geração. (BRASIL ES-
COLA, 2010).
De acordo com Morin (2011), existem sete saberes que são necessários à 
educação do futuro. São eles:
 → 1º Saber – Erro e ilusão: não afastar o erro do processo de aprendi-
zagem. Integrar o erro ao processo para que o conhecimento avance;
 → 2º Saber – O conhecimento pertinente: juntar as mais variadas 
áreas de conhecimento, contra a fragmentação. Para que o conheci-
mento seja pertinente, a educação deverá tornar evidentes:
 → O contexto;
 → O global;
 → O multidimensional. O ser humano é multidimensional: biológico, 
psíquico, social e afetivo. A sociedade existe nas dimensões histó-
rica, econômica, sociológica, religiosa;
 → O complexo: ligação entre a unidade e a multiplicidade.
A educação deve promover uma inteligência geral apta a se referir ao 
complexo, ao contexto, de forma multidimensional e numa concepção 
global. Quanto mais poderosa for a inteligência geral, maior é a sua facul-
dade de tratar problemas especiais.
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 → 3º Saber – Ensinar a condição humana: não somos um algo só; so-
mos indivíduos mais que culturais, somos psíquicos, físicos, míticos, 
biológicos, etc;
 → 4º Saber – Identidade terrena: saber que a Terra é um pequeno 
planeta, que precisa ser sustentado a qualquer custo. Ideia da sus-
tentabilidade do planeta;
 → 5º Saber – Enfrentar as incertezas: princípio da incerteza. Ter cons-
ciência de que a ciência trabalha com incertezas;
 → 6º Saber – Ensinar a compreensão: a comunicação humana deve 
ser baseada na compreensão; e este conceito deve se estender a 
alunos, professores, ambiente familiar, social;
 → 7º Saber – Ética do gênero humano: é a antropoética: não desejar 
para os outros aquilo que não se quer para si mesmo. A antropoéti-
ca está ancorada em três elementos:
 → Indivíduo; 
 → Sociedade; 
 → Espécie.
Este último saber indicado por Morin (2011) nos remete diretamente ao 
assunto desta unidade: educação e conhecimento. Se respeitarmos esses 
sete saberes, conseguiremos construir conhecimentos sólidos e adequa-
dos à educação necessária para a sociedade atual.
Em 2004 ocorreu um encontro internacional intitulado “Educação e 
conhecimento – a experiência dos que avançaram”. Esse evento trouxe 
muitos subsídios para a transformação da educação no Brasil, pela troca 
de experiências com outros países, que têm a educação como base para 
a sociedade. De acordo com Ana Benavente, vice-presidente do Conselho 
do Escritório Internacional de Educação da Unesco, há três convicções im-
portantes para educação:
1. A educação torna as pessoas melhores, mais livres, mais responsá-
veis, mais autônomas, mais cidadãs;
2. A educação tem um papel fundamental na luta contra a exclusão 
social e pela harmonia social, e também para o desenvolvimento ba-
seado na sustentabilidade, proporcionando sociedades mais justas 
e democráticas;
3. As sociedades e os governos são capazes de criar condições para 
as transformações, no sentido de construir uma educação melhor 
para todos.
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A globalização, ao mesmo tempo em que leva as sociedades a enfrenta-
rem problemas, pode colaborar para que haja troca de experiências entre 
as nações e seja possível aprender uns com os outros, através das facilida-
des de comunicação desenvolvidas pelas novas tecnologias.
Em reunião da Unesco em 2004, Aloizio Mercadante, presidente do 
Grupo de Parlamentares Amigos da Unesco, afirma que no século XXI vi-
vemos um desafio enorme. Primeiro, por sermos um país que cresceu 
muito rapidamente ao longo da história. Entre 1880 e 1980, nós fomos 
o país que mais cresceu na economia mundial, uma realidade que não 
se sustentou nas últimas duas décadas, devido ao atraso educacional de 
nosso país. A economia do século XXI é uma economia do conhecimento, 
da ciência e da tecnologia, da informação e, neste sentido, ainda temos 
muito o que desenvolver e aprender.
É necessário, ainda segundo o relatório da Unesco (2004), firmar uma 
parceria entre o avanço da ciência e tecnologia e a questão da inclusão 
social. Para que haja inclusão social a educação deve ser prioridade: não 
há como avançar na sociedade do conhecimento com 20 milhões de bra-
sileiros adultos analfabetos. Programas como Brasil Alfabetizado devem 
ser incentivados e priorizados pelas políticas públicas, como forma de er-
radicação do analfabetismo, através de parcerias com as universidades, 
incentivando os jovens universitários a participarem desse projeto.
É possível erradicar o analfabetismo, mas para isso é necessário recu-
perar a qualidade do ensino fundamental, que atualmente é lamentável, 
com crianças que chegam ao quinto ano sem saber ler nem executar as 
quatro operações fundamentais.
O ministro da Educação do Brasil na época, Cristovam Buarque, comen-
tou na reunião da Unesco(2004):
Optamos por fazer um país industrializado, urbano, e com a ideia de que este país, 
sendo economicamente rico e urbano, resolveria os demais problemas, inclusive o pro-
blema da educação de seu povo e o problema da justiça social. Eu me nego a acreditar 
que estava na cabeça daqueles que definiram o nosso futuro, aí pelos anos 50, que 
eles queriam uma riqueza para poucos, que eles queriam manter o analfabetismo. O 
povo queria a industrialização, o povo pagou um preço altíssimo para a construção 
da infraestrutura econômica que nós temos, inclusive com inflação e com depredação 
ecológica, porque o povo acreditava – e eu imagino que os líderes também – que, no 
final, além de ricos economicamente, nós seríamos educados e teríamos uma socie-
dade justa. A realidade mostrou que a riqueza econômica não reduziu a pobreza, e 
mostrou que o aumento da produção material não construiu a riqueza cultural. Nós 
erramos (UNESCO, 2004).
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O que se pode perceber, a partir desses comentários, é que não é pos-
sível que uma nação cresça e se desenvolva sem educação. A base para 
o desenvolvimento está na educação. A ordem é educação para depois 
desenvolver a economia de forma sólida.
Desta forma, há que se ter cuidado em não configurar o conhecimento 
como rede de comunicação e informação, como uma mercadoria, capaz 
de assumir um lugar central na produção. É preciso que o conhecimento 
seja construído por um sistema educacional comprometido com a socie-
dade, objetivando formar cidadãos completos e aptos a integrar-se no 
mercado de trabalho. Dessa forma, o conhecimento contribui para o de-
senvolvimento da economia a partir do desenvolvimento do ser humano.
Para que ocorra esse processo de desenvolvimento na educação, é ine-
vitável fazer uso das novas tecnologias da informação e da comunicação 
disponíveis. Já não se fala mais em tecnologia da informação (TI), mas em 
tecnologia da informação e comunicação (TIC), pois a comunicação é ne-
cessária e urgente.
Graeml (2003, p.18) define as tecnologias da informação e comunicação 
(TIC) como “o conjunto de tecnologias resultantes da utilização simultânea 
e integrada de informática e telecomunicações”. De acordo com Chaffey & 
Wood (2010), as tecnologias da informação e comunicação são o conjunto 
de aplicações, infraestrutura e redes de comunicação utilizadas para ela-
borar os sistemas de informação.
Já para Beynon-Davies (2009), as TIC são artefatos utilizados para co-
letar, armazenar, processar e disseminar dados. Para ele: “a Tecnologia 
da Informação e Comunicação moderna consiste em hardware, software, 
tecnologia de gerenciamento de dados (data management) e tecnologia de 
comunicação de dados” (BEYNON-DAVIES, 2009, p.166).
Como exemplos de suportes de armazenamento de informações po-
demos citar o papel, o arquivo, o catálogo, o HD dos computadores, o CD, 
o DVD ou agora o pen drive, os leitores ou reprodutores MP3, MP4, etc. Já 
os dispositivos responsáveis pelo processamento são os computadores e 
os robôs. Há ainda recursos para teleconferências, cada dia mais comuns, 
possibilitando reunir, virtualmente, pessoas de diversas partes do mundo 
numa mesma sala de reuniões.
Essas novas tecnologias de informação e comunicação possibilitam 
a preparação e a manipulação de conteúdos no processo educacional, 
por meio da interação professor/aluno, aluno/professor e aluno/aluno. 
Professor e alunos se alternam nos papéis de emissor e receptor da in-
formação, e interagem comunicativamente, na busca pela construção 
do conhecimento individual e coletivo. Essas mudanças nas relações de 
ensino-aprendizagem trouxeram transformações para os ambientes de 
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aprendizagem, com o surgimento de um novo tipo de aluno, que exige 
um novo tipo de professor. O professor precisa estar “ligado”, “em rede”, 
sintonizado com tudo o que acontece no mundo.
As tecnologias colaborativas permitem a otimização do trabalho em 
equipe, ou seja, as novas tecnologias de informação e de comunicação 
podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais ou coletivos. 
Se o professor, por exemplo, pesquisar e guardar as informações pesqui-
sadas para ele apenas, em sua biblioteca virtual, estará contribuindo com 
seu crescimento individual. Agora, quando partilha estas informações, de 
diversas formas (e-mail, teleconferência etc.), está possibilitando a cons-
trução do conhecimento coletivo.
Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas 
salas de aula requer a responsabilidade de aperfeiçoar o que os alunos 
compreendem sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Quando 
se trabalha com essas novas tecnologias, Kenski (1996) afirma que:
A aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emo-
cional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir 
de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades, do 
criar e do refletir juntos. (KENSKI, 1996)
Os professores necessitam reciclar seus conhecimentos constantemente 
para terem a competência de usar ou não, no momento adequado, as tec-
nologias disponíveis. Para uma educação de qualidade, o primeiro passo 
deve ser dado na formação do professor, de sua atualização constante, 
seja com relação às novas tecnologias, seja em processos pedagógicos. 
Somente desta forma conseguiremos, um dia, uma educação eficaz e efi-
ciente, capaz de promover a inclusão de todo ser humano.
antena 
pArAbólicA
O uso das tecnologias em processos educacionais está 
cada vez mais difundido. Este curso mesmo, do qual você 
é aluno, só se tornou possível porque as TICs evoluiram o 
suficiente e garantiram condições de interação em tem-
po real entre você, seus professores e seus colegas. O 
uso do fórum, do chat e de outros recursos do ambiente 
virtual garantem que cada aluno possa conversar com os 
demais participantes do curso, tirar dúvidas em relação 
ao que está sendo estudado e apresentar seus trabalhos, 
opiniões e descobertas sobre o assunto. Tudo isso sem 
se deslocar do seu ambiente de estudo e a qualquer hora 
do dia. Aproveite estas vantagens e participe!
e AgorA, José?
Muito bem.
Será que você conseguiu “digerir” todos estes concei-
tos sobre educação e conhecimento?
É um assunto amplo e complexo, mas muito interes-
sante e que diz respeito a cada um de nós.
Agora você será levado a refletir e estudar sobre a 
evolução tecnológica nas organizações: o impacto das 
tecnologias nas organizações, os motivos de algumas se 
desenvolverem tanto e outras não só não se desenvolve-
rem como até fecharem.
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glossário
Antropoética: ética do ser humano, conceito 
proposto por Edgar Morin.
CD: dispositivo de armazenamento de dados 
cujo nome é sigla de Compact Disc (disco 
compacto).
DVD: dispositivo de armazenamento de dados 
cujo nome é sigla de Digital Video Disc ou 
Digital Versatile Disc (Disco Digital de Vídeo 
ou Disco Digital Versátil).
HD: dispositivo de armazenamento de dados 
cujo nome é sigla de Hard Disc (disco rígido).
MP3, MP4: formatos de tipo de compressão 
de áudio cujos nomes são sigla de MPEG 1 
Layer-3 ou 4 (camada 3 ou 4).
PEN DRIVE: dispositivo de armazenamento 
constituído por uma memória flash, também 
chamado memória USB Flash Drive.
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