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Apostila - Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho

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QUALIDADE DE VIDA, SAÚDE 
E SEGURANÇA DO TRABALHO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUALIDADE DE VIDA, SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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 Sumário 
 
Tema 1: Conceitos de Empresa e as Relações do Trabalho ................................................................ 3 
Tema 2: Interpretando a NR 04 .............................................................................................................. 6 
Tema 3: Tipos de SESMT .................................................................................................................... 12 
Tema 4: Política nacional de segurança e saúde do trabalhador ........................................................ 14 
Tema 5: Histórico da saúde pública no Brasil ...................................................................................... 18 
Tema 6: Educação Sanitária no Brasil ................................................................................................. 24 
Tema 7: Promoção de Saúde / ISO 45001 .......................................................................................... 28 
Tema 8: Campanhas ............................................................................................................................ 32 
Tema 9: Campanhas de Saúde e Segurança ...................................................................................... 38 
Tema 10: Conceitos Gerais sobre Segurança do Trabalho ................................................................. 43 
Tema 11: A evolução da Segurança do Trabalho no Mundo .............................................................. 49 
Tema 12: A evolução da Segurança do Trabalho no Brasil ................................................................ 54 
Tema 13: Princípios da Tecnologia Industrial ...................................................................................... 56 
Tema 14: Globalização e a Automação ............................................................................................... 59 
Tema 15: A evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho ....................................................... 63 
Tema 16: Acidente do trabalho ............................................................................................................ 68 
Tema 17: Riscos Ocupacionais e Ambientais ...................................................................................... 81 
Tema 18: eSocial e as implicações legais ........................................................................................... 87 
 
 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Tema 1: Conceitos de Empresa e as Relações do Trabalho 
Empresa 
Uma empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer uma atividade particular, 
pública, ou de economia mista, que realiza atividades econômicas e produz e/ou oferece bens e/ou 
serviços para satisfazer as necessidades humanas. 
A empresa tem como objetivo o atingimento de determinados resultados de acordo com a missão 
principal da empresa. Para atingir os resultados e ter lucro, a empresa deve seguir um planejamento 
estratégico previamente definido com metas a serem alcançadas. 
A concepção de uma empresa, seja ela grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos, não se 
torna possível sem a adoção de uma série de princípios administrativos. 
 
A economia moderna é caracterizada por variadas empresas que no sistema liberal e capitalista 
são constituídas para obtenção de lucro, considerado como a consequência do processo produtivo e o 
retorno positivo de um investimento esperado pelo(s) proprietário(s). 
 
Tipos de empresas brasileiras 
 
Empresa Individual - EI: Empresa que pertence a um só proprietário com nome próprio dentro da sua 
atividade profissional atuando como autônomo entregando produtos e serviços, mas não pode ser 
empresário o prestador de serviços que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, tais como: médicos, engenheiros, arquitetos, psicólogos e entre outros. Quem abre esse tipo de 
empresa não é sócio dela mesma, portanto a “razão social do negócio” precisa ser o nome dela, podendo 
ter um “nome fantasia”. O proprietário de uma EI não pode separar seus bens pessoais da empresa, o 
que significa que seus patrimônios pessoais podem ser tomados em caso de ações e dívidas 
empresariais. 
 
Microempreendedor Individual – MEI: Empresa que pertence a um só proprietário, a diferença da 
empresa do tipo EI que tem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ para emitir notas fiscais pelo 
produto comercializado ou serviço oferecido. Para quem quer “ser o dono do seu próprio negócio” este é 
o tipo de empresa ideal, principalmente na hora do pagamento dos tributos, que é feito em uma única 
guia e tem valores menores que as outras opções. Porém há algumas limitações: não pode empregar 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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mais de um funcionário, não poder ter uma renda bruta anual maior que R$81 mil e não poder ser sócio 
em outras empresas. 
 
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI: Empresa que pertence a um só 
proprietário como um único empreendedor 100% responsável pelo negócio e tomada de todas as 
decisões. Para abrir uma EIRELI é necessário investir um capital social relativamente alto, equivalente a, 
pelo menos, 100 salários-mínimos vigentes, sendo que o patrimônio da pessoa jurídica é separado da 
pessoa física, porém em casos de ações e dívidas empresariais, o empresário da EIRELI poderá 
responder com seu patrimônio pessoal por obrigações da empresa nas mesmas hipóteses previstas para 
as Sociedades Limitadas. 
 
Sociedade Limitada – LTDA: Empresa do tipo societário mais comum e adotado pela maioria dos 
empreendedores que possuem sócios, pois pode ser incluído outros sócios através do Contrato Social e 
pelo fato de ter toda a responsabilidade limitada ao capital social da empresa, porém os bens pessoais 
dos sócios podem ser tomados nos casos de comprovação de má-fé, sonegação fiscal, estelionato, 
fraude contra credores, dívidas trabalhistas, entre outras obrigações legais quando os bens da empresa 
não serem suficientes. Neste tipo de empresa os sócios têm poder de tomar todo e qualquer tipo de 
decisão que forma uma empresa, como a responsabilidade de cada um deles dentro dela. 
 
Sociedade Simples - SS: Empresa mais recomendada para exercer atividades intelectuais, como 
médicos, dentistas, advogados, arquitetos, contadores, entre outros tipos de profissionais, que além de 
ser uma empresa de prestação de serviços, é geralmente composta por dois ou mais sócios do mesmo 
ramo cuja finalidade é a mesma para seu negócio. 
 
Temos 2 tipos de Sociedade Simples: 
a) Sociedade Simples Pura: não conta com separação dos bens pessoais dos sócios com o 
patrimônio da empresa; 
b) Sociedade Simples Limitada: conta com essa separação e não permite que o patrimônio pessoal 
dos sócios seja tomado em caso de ações e dívidas empresariais. 
 
Sociedade Anônima - SA: Empresa cujo tipo societário ocorre quando os sócios dividem o capital em 
ações e são chamados de acionistas. Por causa dessa característica, os acionistas tem liberdade de 
comprar e vender as ações, como ocorre normalmente em grandes corporações. 
 
As empresas S.A. são divididas em duas modalidades: 
a) Empresas de capital aberto: vende suas ações na bolsa de valores; 
b) Empresas de capital fechado: não vende ações para o público geral e, sim, para outros sócios já 
envolvidos ou então para “convidados”. 
 
Tipos de empresa considerando o porte financeiro 
 
Porte de empresa é um termo técnico para identificar o tamanho do negócio com base no faturamento 
anual. O Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES usa o critério de faturamento: 
Microempresa – Menorou igual R$ 360 mil. 
Pequena Empresa – Maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões. 
Média Empresa – Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões. 
Grande Empresa – Maior que R$ 300 milhões. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Momento de refletir e discutir em sala de aula: 
Em quais os tipos de empresa o Técnico em Segurança do Trabalho pode atuar? 
 
 
 
Tipos de empresa considerando os setores econômicos do Brasil 
 
SETOR PRIMÁRIO SETOR SECUNDÁRIO SETOR TERCIÁRIO 
Empresas que atuam na 
retirada dos elementos da 
natureza (extrativismo) ou 
cultivam algum tipo de 
matériaprima no campo 
(agropecuária). Assim, tudo o 
que é produzido nesse setor é 
chamado de produto primário. 
 
Empresas responsáveis por 
transformar as matérias- 
primas em mercadorias 
industrializadas. É o setor da 
produção industrial. 
 
Empresas do setor de comércio e 
serviços. É a área da economia 
em que os produtos são 
direcionados ao consumidor e 
que ocorre a prestação de 
serviços. 
 
 
 
 
 
Extração de pedras e minérios, 
plantações, atividades de 
pesca, criação de animais etc. 
 
 
 
 
Moagem, refino e 
empacotamento do café e 
outros produtos para 
consumo humano e animal. 
Comerciais: lojas, bares, feiras, 
armazéns, farmácias, açougue, 
supermercados, postos de 
combustíveis. 
Financeiras: bancos, companhias 
de seguros, financiadoras. 
Transportes: aéreos, marítimos, 
rodoviários e ferroviários. 
Comunicações: rádio, 
televisão, imprensa, internet. 
Diversos: hospitais, casas de 
saúde, hotelaria, turismo etc. 
 
 
Relações de Trabalho no Brasil 
O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. A ideia não 
é que o ser humano exista em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para 
manterse vivo, portanto, existem diferentes formas de relações de trabalho e seus desdobramentos na 
vida de cada um de nós. 
Não seria difícil, de se imaginar que as relações de trabalho alteram a nossa história, as estruturas 
sociais influenciando as posições na hierarquia social e os aspectos culturais erguidos em torno das 
relações de trabalho. 
As relações de trabalho são os vínculos estabelecidos no universo do trabalho, entre quem presta 
o trabalho (trabalhador) e quem paga por este trabalho / produção (empregador), sendo regulamentadas 
por um contrato de trabalho, que define os direitos e as obrigações de ambas as partes. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Para saber mais sobre a evolução das relações de trabalho no Brasil, aponte a câmera do seu 
celular para o código de barras abaixo ou utilize um aplicativo de leitura de Qrcode para ler o artigo 
“ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO BRASIL”: 
Para entender como estão as relações atuais de trabalho assista o vídeo do Professor de 
Sociologia João Gabriel apontando a câmera do seu celular para o código de barras abaixo ou utilize um 
aplicativo de leitura de Qrcode: 
 
Resumo 
Uma empresa é um conjunto organizado de meios com vista a exercer uma atividade particular, 
pública, ou de economia mista, que realiza atividades econômicas e produz e/ou oferece bens e/ou 
serviços para satisfazer as necessidades humanas. 
A empresa tem como objetivo o atingimento de determinados resultados de acordo com a missão 
principal da empresa. Para atingir os resultados e ter lucro, a empresa deve seguir um planejamento 
estratégico previamente definido com metas a serem alcançadas. 
Os tipos de empresas no Brasil são: Individuais, Microempreendedor Individual, Individual de 
Responsabilidade Limitada, Sociedade Empresária Limitada, Sociedade Simples e Sociedade Anônima. 
Empresas podem ser classificadas pelo faturamento anual como micro, pequena, média ou grande e 
ainda são classificadas de acordo com o setor econômico de atuação: primário, secundário e terciário. 
As relações de trabalho são os vínculos estabelecidos no universo do trabalho, entre quem presta 
o trabalho (trabalhador) e quem paga por este trabalho / produção (empregador), sendo regulamentadas 
por um contrato de trabalho, que define os direitos e as obrigações de ambas as partes. 
 
Atividades 
1. Quais os personagens que compõe e influenciam o ambiente microempresarial? 
2. Quais os personagens que compõe e influenciam o ambiente macroempresarial? 
3. Qual o objetivo de uma empresa e o que ela deve fazer para alcançá-lo? 
4. Quais os tipos de empresas que temos no Brasil levando em consideração o porte financeiro? 
5. Quais os tipos de empresas que temos no Brasil levando em consideração os setores econômicos? 
 
 
Tema 2: Interpretando a NR 04 
Caracterizada como uma Norma Geral, a Norma Regulamentadora 04 foi originalmente editada 
pela Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214 em de 08 de junho de 1978, com o título “SERVIÇO 
ESPECIALIZADO EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO – SESMT”, regulamentando o artigo 
162 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme redação dada pela Lei Federal nº 6.514 em 
22 de dezembro de 1977, que alterou o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho - 
CLT. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Por meio da Portaria SSMT nº 33 em 27 de outubro de 1983 o título da norma foi atualizado para 
“SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO 
- SESMT”, designação ainda atual da norma. 
Após essa primeira revisão, no período de 1983 a 2013, ocorreram ainda várias alterações e 
atualizações na NR-4. Essas alterações foram pontuais, sendo algumas delas para promover 
atualizações do Quadro I da norma, que elenca os códigos de atividades econômicas dos ramos 
empresariais. 
Com a alteração da CLT, por meio da Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, a revisão geral da 
NR-4 entrou na pauta da Comissão Tripartite Paritária Permanente - CTPP. A modernização da norma 
encontra-se em processo de discussão de forma tripartite. 
Os profissionais integrantes do SESMT são: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do 
Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Técnico em Enfermagem do 
Trabalho, obedecido a quantidade do Quadro II da NR 04. Estes profissionais serão responsáveis pela 
elaboração, planejamento e aplicação dos conhecimentos de engenharia de segurança e medicina do 
trabalho nos ambientes laborais, visando garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores. 
Para acessar a Norma Regulamentadora nº 04 na íntegra do site do Ministério do Trabalho e 
Previdência, aponte a câmera do seu celular para o código de barras abaixo ou utilize um aplicativo de 
leitura de Qrcode: 
Obrigatoriedade do SESMT 
As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos 
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador 
no local de trabalho. 
 
Dimensionamento do SESMT 
O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal da empresa e ao número total de 
empregados do estabelecimento que está sendo feito o estudo do dimensionamento, constantes dos 
Quadros I e II, anexos da NR 04, seguindo os passos abaixo: 
 
1 - Verifique no “cartão” do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ da empresa o número do 
“Código e Descrição da Atividade Econômica Principal” (também conhecido como Código Nacional de 
Atividade Econômica - CNAE). No exemplo abaixo este número é 62.01-5 
Obs.: Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se 
estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que os seus empregadosestiverem 
exercendo suas atividades. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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2 – Verifique no Quadro I da NR 04 o grau de risco que corresponde o Código e Descrição da Atividade 
Econômica Principal. No exemplo abaixo o grau de risco é 02. 
 
 
3 – Verifique a quantidade de empregados registrados pela CLT no estabelecimento e verifique no 
Quadro II da NR o dimensionamento do SESMT para o estabelecimento em análise. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Atribuições do SESMT 
 
Compete aos profissionais integrantes do SESMT de acordo com a NR 04: 
 
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de 
trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até 
eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; 
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este 
persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, 
de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do 
agente assim o exija; 
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e 
tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea "a"; 
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR 
aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; 
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, 
além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5; 
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos 
trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto através de 
campanhas quanto de programas de duração permanente; 
g) esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, 
estimulando-os em favor da prevenção; 
h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa ou 
estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e 
as características do acidente e/ou da doença ocupacional, os fatores ambientais, as características do 
agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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i) registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e 
agentes de insalubridade, preenchendo, no mínimo, os quesitos descritos nos modelos de mapas 
constantes nos Quadros III, IV, V e VI, devendo o empregador manter a documentação à disposição da 
inspeção do trabalho; 
j) manter os registros de que tratam as alíneas "h" e "i" na sede dos Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma, 
sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam 
asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser 
guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas "h" e "i" por um período não 
inferior a 5 (cinco) anos; l) as atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora não 
seja vedado o atendimento de emergência, quando se tornar necessário. Entretanto, a elaboração de 
planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a 
incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente 
estão incluídos em suas atividades. 
 
Resumo 
Caracterizada como uma Norma Geral pela Portaria SIT nº 787, de 28 de novembro de 2018, a 
NR-4 estabelece a obrigatoriedade de contratação de profissionais da área de segurança e saúde do 
trabalho de acordo com o número de empregados e a natureza do risco da atividade econômica da 
empresa. 
Os profissionais integrantes do SESMT são os responsáveis pela elaboração, planejamento e 
aplicação dos conhecimentos de engenharia de segurança e medicina do trabalho nos ambientes 
laborais, nas empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos 
poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho. 
O dimensionamento do SESMT vincula-se à gradação do risco da atividade principal da empresa 
e ao número total de empregados do estabelecimento que está sendo feito o estudo do dimensionamento, 
constantes dos Quadros I e II, anexos da NR 04. 
 
Atividades: 
 
Vamos praticar o dimensionamento do grau de risco e dos componentes do SESMT? Utilize os 
Quadros I e II da NR 04 faça o preenchimento da tabela a seguir: 
 
CNAE 
Grau de 
Risco 
Quantidade de 
Funcionários 
Composição do SESMT 
01.51-2 
 
350 
 
08.10-0 
 
120 
 
11.22-4 
 
150 
 
46.33-8 
 
2500 
 
53.10-5 
 
15000 
 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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CNAE 
Grau de 
Risco 
Quantidade de 
Funcionários 
Composição do SESMT 
61.90-6 
 
8000 
 
64.21-2 
 
30 
 
75.00-1 
 
80 
 
85.41-4 
 
600 
 
93.21-2 
 
1800 
 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Tema 3: Tipos de SESMT 
Com base na NR 04 temos algumas variações de dimensionamento de integrantes do SESMT 
nos casos específicos abaixo: 
4.2.1 Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1 (um) 
mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como 
estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia responsável. 
4.2.1.1 Neste caso, os engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros 
do trabalho poderão ficar centralizados. 
4.2.1.2 Para os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho, o 
dimensionamento será feito por canteiro de obra ou frente de trabalho, conforme o Quadro II. 
4.2.2 As empresas que possuam mais de 50% (cinquenta por cento) de seus empregados em 
estabelecimentos ou setor com grau de risco superior ao da atividade principal deverão dimensionar o 
SESMT em função do maior grau de risco. 
4.2.3 A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos 
pertencentes a ela, desde que a distância a ser percorrida não ultrapasse a 5.000 (cinco mil metros). 
4.2.5 Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem no 
Quadro II, o cumprimento desta NR será feito através de SESMT centralizado em cada estado, território 
ou Distrito Federal. 
4.3 As empresas enquadradas no grau de risco 1 obrigadas a constituir SESMT e que possuam outros 
serviços de medicina e engenharia poderão integrar estes serviços constituindo um serviço único de 
engenharia e medicina. 
4.3.1 As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina ficam obrigadas a 
elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de 
março, um programa bienal de segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido. 
4.3.3 O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais especializados previstos 
no Quadro II. 
4.14.3 As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo município, ou em 
municípios limítrofes, podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal 
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, desde que previsto em Convenção ou Acordo 
Coletivo de Trabalho. 
4.14.3.2 O dimensionamento do SESMTorganizado na forma do subitem 4.14.3 deve considerar o 
somatório dos trabalhadores assistidos. 
4.14.3.4 O SESMT comum deve ter seu funcionamento avaliado semestralmente, por Comissão 
composta de representantes das empresas, do sindicato de trabalhadores e da Delegacia Regional do 
Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. 
4.5 A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em seus estabelecimentos deverá estender a 
assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho 
aos empregados da(s) contratada(s), sempre que de acordo com o número de empregados essas 
contratadas estejam desobrigadas de constituir SESMT. 
4.5.1 Quando a empresa contratante e suas contratadas não se enquadrarem no Quadro II, mas que pelo 
número total de empregados de ambos, no estabelecimento, atingirem, deverá ser constituído um SESMT 
comum. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
13 
 
 
Formação profissional dos seus integrantes 
As empresas deverão exigir dos profissionais que os integram o SESMT as seguintes evidências 
profissionais: 
 
Engenheiro de Segurança do Trabalho: engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de 
curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação; 
Médico do Trabalho: médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em 
Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em 
área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão 
Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou 
faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina; 
Enfermeiro do Trabalho: enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em 
Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que 
mantenha curso de graduação em enfermagem; 
Técnico de Enfermagem do Trabalho: auxiliar técnico de enfermagem portador de certificado de 
conclusão de curso de qualificação de auxiliar ou técnico de enfermagem do trabalho, ministrado por 
instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação; 
Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de Registro Profissional expedido 
pelo Ministério do Trabalho. 
De acordo com a NR 04: 
 
4.4.2 Os profissionais integrantes do SESMT deverão ser empregados da empresa, salvo os casos 
previstos nos itens 4.14 e 4.15. 
4.7 Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser 
chefiados por profissional qualificado, segundo os requisitos especificados no subitem 4.4.1 desta Norma 
Regulamentadora. 
4.8 O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) 
horas por dia para as atividades dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho. 
4.9 O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão 
dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as 
atividades dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. 
4.10 Ao profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho é vedado o exercício de 
outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. 
 
Resumo 
Devem atender as determinações legais contidas na Norma Regulamentadora – NR 4 todas as 
empresas privadas e públicas que possuam trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho. 
As empresas que possuem canteiros de obras ou frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil 
empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão considerados como 
estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia responsável e neste caso, os 
engenheiros de segurança do trabalho, os médicos do trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão 
ficar centralizados, porém os técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho 
serão dimensionados por canteiro de obra ou frente de trabalho. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
14 
 
 
As empresas que possuam mais de 50% de seus empregados em estabelecimentos ou setor com 
grau de risco superior ao da atividade principal deverão dimensionar o SESMT em função do maior grau 
de risco. 
As empresas de mesma atividade econômica, localizadas em um mesmo município, ou em 
municípios limítrofes, podem constituir SESMT comum, organizado pelo sindicato patronal 
correspondente ou pelas próprias empresas interessadas, desde que previsto em Convenção ou Acordo 
Coletivo de Trabalho. 
 
Atividades 
 
1. Qual a particularidade para o dimensionamento dos integrantes do SESMT nos canteiros de obras e 
as frentes de trabalho com menos de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território 
ou Distrito Federal? 
 
2. Como dever ser o dimensionamento dos integrantes do SESMT das empresas que possuam mais de 
50% (cinquenta por cento) de seus empregados em estabelecimentos ou setor com grau de risco 
superior ao da atividade principal? 
 
3. Quando a empresa possuir SESMT centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos 
pertencentes a ela, qual a distância que não pode ser ultrapassada para os integrantes deste SESMT 
percorrerem? 
 
4. De acordo com a NR 4, qual profissional deverá chefiar o SESMT? 
 
5. Quais os profissionais que podem integrar o SESMT? 
 
 
Tema 4: Política nacional de segurança e saúde do trabalhador 
Denomina-se política o conjunto de diretrizes desencadeadas pelo Estado para suprir as 
necessidades da sociedade civil. As políticas públicas podem ser desenvolvidas somente pelo Estado ou 
em parceria com diferentes entidades representativas de segmentos da comunidade afetados pela 
problemática a ser enfrentada. 
A Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho – CTSST, instituída em 2008, 
representou um marco na construção de uma política para a segurança e saúde no trabalho. Composta 
por representações de governo, trabalhadores e empregadores, atuou na definição de diretrizes para 
uma atuação coerente e sistemática do Estado na promoção do trabalho seguro e saudável e na 
prevenção dos acidentes e doenças relacionados ao trabalho. 
A Presidente da República, Dilma Rousseff, assinou no dia 07/11/2011 o Decreto nº 7.602 que 
regulamentou a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST. A PNSST tem por 
objetivo a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de 
acidentes e de danos à saúde advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por 
meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes de trabalho. 
Para alcançar este objetivo, a política foi implementada por meio da articulação continuada das 
ações de governo, por meio de um comitê executivo no campo das relações de trabalho, previdência e 
saúde, com a participação das organizações representativas de trabalhadores e empregadores. Nessa 
perspectiva, as ações de segurança e saúde do trabalhador exigem uma atuação multiprofissional, 
interdisciplinar e intersetorial capaz de contemplar a complexidade das relações produção- 
consumoambiente e saúde. 
Tradicionalmente, no Brasil, as políticas de desenvolvimento têm se restringido aos aspectos 
econômicos e vêm sendo traçadas de maneira paralela ou pouco articuladas com as políticas sociais 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
15 
 
 
cabendo a estas últimas arcarem com os ônus dos possíveis danos gerados sobre a saúde da população, 
dos trabalhadores em particular e a degradação ambiental. 
Para fins desta política são consideradostrabalhadores todos os homens e mulheres que exercem 
atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no 
mercado de trabalho, no setor formal ou informal da economia. Estão incluídos nesse grupo todos os 
indivíduos que trabalham como: empregados assalariados, trabalhadores domésticos, avulsos, rurais, 
autônomos, temporários, servidores públicos, trabalhadores em cooperativas e empregadores, 
particularmente os proprietários de micro e pequenas unidades de produção e serviços. 
Também são considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não remuneradas 
participando de atividades econômicas na unidade domiciliar, o aprendiz ou estagiário e aqueles 
temporária ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou 
desemprego. 
 
Diretrizes da PNSST 
As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e 
desenvolver-se de acordo com as seguintes diretrizes: 
a) inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema nacional de promoção e proteção da saúde; 
b) harmonização da legislação e a articulação das ações de promoção, proteção, prevenção, assistência, 
reabilitação e reparação da saúde do trabalhador; 
c) adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto risco; 
d) estruturação de rede integrada de informações em saúde do trabalhador; 
e) promoção da implantação de sistemas e programas de gestão da segurança e saúde nos locais de 
trabalho; 
f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em segurança no trabalho e o estímulo à 
capacitação e à educação continuada de trabalhadores; e 
g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em segurança e saúde no trabalho; 
 
Responsabilidades da PNSST 
 
Ministério do Trabalho 
a) formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, bem como supervisionar e coordenar a 
execução das atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes de trabalho e respectivas 
condições de trabalho; 
b) elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no 
Trabalho; 
c) participar da elaboração de programas especiais de proteção ao trabalho, assim como da formulação 
de novos procedimentos reguladores das relações capital-trabalho; 
d) promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no âmbito de sua competência, propondo o 
seu aperfeiçoamento; 
e) acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos acordos e convenções ratificados pelo Governo 
brasileiro junto a organismos internacionais, em especial à Organização Internacional do Trabalho - 
OIT, nos assuntos de sua área de competência; 
f) planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de Alimentação do Trabalhador; e 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
16 
 
 
g) por intermédio da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - 
FUNDACENTRO: 
1. elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que afetam a segurança e saúde do 
trabalhador; 
2. produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos que visem à eliminação ou redução de 
riscos no trabalho, incluindo equipamentos de proteção coletiva e individual; 
3. desenvolver e executar ações educativas sobre temas relacionados com a melhoria das condições de 
trabalho nos aspectos de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho; 
4. difundir informações que contribuam para a proteção e promoção da saúde do trabalhador; 
5. contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a proteção e promoção da saúde do 
trabalhador, incluindo a revisão e formulação de regulamentos, o planejamento e desenvolvimento de 
ações interinstitucionais; a realização de levantamentos para a identificação das causas de acidentes e 
doenças nos ambientes de trabalho; e 
6. estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com organismos e instituições afins, nacionais e 
internacionais, para fortalecer a atuação institucional, capacitar os colaboradores e contribuir com a 
implementação de ações globais de organismos internacionais; 
Ministério da Saúde 
a) fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a promoção 
de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigilância de ambientes, processos 
e agravos relacionados ao trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalhadores, reabilitação física 
e psicossocial e a adequação e ampliação da capacidade institucional; 
b) definir, em conjunto com as secretarias de saúde de Estados e Municípios, normas, parâmetros e 
indicadores para o acompanhamento das ações de saúde do trabalhador a serem desenvolvidas no 
Sistema Único de Saúde, segundo os respectivos níveis de complexidade destas ações; c) promover a 
revisão periódica da listagem oficial de doenças relacionadas ao trabalho; 
d) contribuir para a estruturação e operacionalização da rede integrada de informações em saúde do 
trabalhador; 
e) apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde do trabalhador; 
f) estimular o desenvolvimento de processos de capacitação de recursos humanos em saúde do 
trabalhador; e 
g) promover a participação da comunidade na gestão das ações em saúde do trabalhador; 
Ministério da Previdência Social 
a) subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas à interseção entre as ações de 
segurança e saúde no trabalho e as ações de fiscalização e reconhecimento dos benefícios 
previdenciários decorrentes dos riscos ambientais do trabalho; 
b) coordenar, acompanhar, avaliar e supervisionar as ações do Regime Geral de Previdência Social, bem 
como a política direcionada aos Regimes Próprios de Previdência Social, nas áreas que guardem 
interrelação com a segurança e saúde dos trabalhadores; 
c) coordenar, acompanhar e supervisionar a atualização e a revisão dos Planos de Custeio e de 
Benefícios, relativamente a temas de sua área de competência; 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
17 
 
 
d) realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas visando ao aprimoramento da legislação e das 
ações do Regime Geral de Previdência Social e dos Regimes Próprios de Previdência Social, no 
âmbito de sua competência; e 
e) por intermédio do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS: 
1. realizar ações de reabilitação profissional; e 
2. avaliar a incapacidade laborativa para fins de concessão de benefícios previdenciários. 
 
Resumo 
A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST foi assinada pela Presidente da 
República, Dilma Rousseff em 07/11/2011 através do Decreto nº 7.602 e tem por objetivo a promoção da 
saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a prevenção de acidentes e de danos à saúde 
advindos, relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por meio da eliminação ou redução 
dos riscos nos ambientes de trabalho. 
Para alcançar esses objetivos, a política foi implementada por meio da articulação continuada das 
ações de governo, por meio de um comitê executivo no campo das relações de trabalho, previdência e 
saúde, com a participação das organizações representativas de trabalhadores e empregadores. 
 
Atividades 
 
1. Como o Técnico em Segurança do Trabalho pode contribuir para garantir que os objetivos da 
Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST sejam cumpridos na empresa que atuar? 
 
2. Como a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PNSST prevê para ser alcançado 
os objetivos estabelecidos pelo Decreto nº 7.602? 
 
Acesse a “Cartilha da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho”, apontando a câmera do 
seu celular para o código de barras abaixo ou utilize um aplicativo de leitura de Qrcode e responda as 
atividades abaixo: 
3. Quantos objetivos são apresentados na Cartilha da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança 
no Trabalho? 
 
4. A partir da página 59 da Cartilha são apresentadas as definiçõesdas siglas utilizadas, com base 
nesta orientação quais são os prazos definidos para as ações de curto, médio e longo prazo? 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
18 
 
 
Tema 5: Histórico da saúde pública no Brasil 
Brasil Colônia 
A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de Colônia. O pajé, com suas ervas e cantos, 
a medicina dos jesuítas e os boticários que viajavam pelo Brasil Colônia eram as únicas formas de 
assistência à saúde, sem qualquer planejamento público. Para se ter uma ideia, em 1789, havia no Rio 
de Janeiro apenas quatro médicos. Além das enfermarias de cuidados dos jesuítas as únicas instituições 
assistenciais desse período eram as Santas Casas de Misericórdia. A primeira criada foi a do porto de 
Santos fundada por Brás Cubas em 1543. Entre as descrições das patologias e medicamentos utilizados 
no Brasil Colônia destaca-se as contribuições do médico naturalista Guilhermo Piso que participou como 
médico de uma expedição nos anos de 1637 a 1644, com patrocínio do conde Maurício de Nassau. 
 
Foto atual da Santa Casa de Misericórdia da cidade de Santos / SP 
 
Brasil Império 
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, para atender as necessidades da corte, o 
Brasil começou a receber mais investimento em infraestrutura. Uma das primeiras medidas foi a criação 
dos cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química. 
Profissionais começaram a se graduar no Brasil, substituindo os médicos estrangeiros, sendo que 
as duas primeiras escolas de medicina no país foram a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o Colégio 
Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar de Salvador, sendo que os primeiros hospitais surgidos nesta 
época contavam apenas com os trabalhos voluntários, sendo um depósito de doentes que eram isolados 
da sociedade com o objetivo de não a contagiar. 
 
Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar de Salvador 
 
Brasil após a Independência 
Dom Pedro II em 1822 declarou a independência do Brasil e como Imperador, ele transformou 
escolas em faculdades, fundou órgãos para fiscalizar a higiene pública e, especialmente na capital da 
época, Rio de Janeiro, promoveu diversas mudanças para higienizar o centro urbano. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
19 
 
 
Durante esse período, a vacina contra a varíola foi instaurada para todas as crianças, houve a 
criação do Instituto Vacínico do Império e medidas foram tomadas para controlar a disseminação da 
tuberculose, da febre amarela e da malária, porque estas epidemias ameaçava a economia 
agroexportadora brasileira, prejudicando principalmente a exportação de café, pois os navios estrangeiros 
se recusavam a atracar nos portos brasileiros. 
Para reverter a situação, o governo criou medidas para garantir a saúde da população 
trabalhadora através de campanhas sanitárias de caráter autoritário. O governo central, preocupado com 
a insatisfação do operariado urbano, iniciou a regulamentação do trabalho publicou em 24 de janeiro de 
1923 a Lei Eloy Chaves, que consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro, com a criação da 
Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAPs) para os empregados das empresas ferroviárias, considerada 
a semente do sistema previdenciário atual. Foi a primeira vez que o Estado interferiu para criar um 
mecanismo destinado a garantir ao trabalhador algum tipo de assistência voltado para: aposentadorias, 
pensões, assistência médica e serviços funerários. 
Após a promulgação desta lei, outras empresas relacionadas a exportação e ao comércio foram 
beneficiadas e seus empregados também passaram a ser segurados da Previdência Social. Todavia, o 
direito às CAP era desigual, pois elas eram organizadas somente nas empresas que estavam ligadas à 
exportação e ao comércio (ferroviárias, marítimas e bancárias), atividades que na época eram 
fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. 
Foi somente na década de 20 que surgiu a primeira medida concreta para a criação do sistema 
de saúde pública em todo o país. A Diretoria Geral de Saúde Pública foi organizada pelo médico 
sanitarista Oswaldo Cruz. Para erradicar a varíola, o sanitarista Oswaldo Cruz convenceu o Congresso a 
aprovar a Lei da Vacina Obrigatória em 31 de outubro de 1904, que permitia que brigadas sanitárias, 
acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força. 
A população estava confusa e descontente pois não sabia o que era vacina e tinham medo de 
seus efeitos. A cidade parecia em ruínas, muitos perderam suas casas e outros tantos tiveram seus lares 
invadidos pelos "mata-mosquitos", que agiam acompanhados por policiais. Jornais da oposição 
criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. 
A campanha de vacinação obrigatória foi colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu 
objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes 
sanitários invadiam as casas e vacinavam aqueles que se recusavam a força. As campanhas de saúde 
pública eram organizadas de tal forma que se assemelhavam a campanhas militares, dividindo as cidades 
em distritos, encarcerando os doentes portadores de doenças contagiosas e obrigando pela força o 
emprego de práticas sanitaristas. 
Esta situação à "Revolta da Vacina" ocorrida no Rio de Janeiro quando a população se revoltou 
com a obrigatoriedade da vacina contra a varíola. Para saber mais sobre a Revolta da Vacina aponte a 
câmera do seu celular para o código de barras abaixo ou utilize um aplicativo de leitura de Qrcode e 
assista o vídeo do canal da TV Senado no Youtube: 
Apesar do fim conflituoso, o sanitarista conseguiu resolver parte dos problemas e colher muitas 
informações que ajudaram seu sucessor, Carlos Chagas a estruturar uma campanha rotineira de ação e 
educação sanitária. 
Brasil no governo Getúlio Vargas e durante a Ditadura Militar 
A partir de 1930, o Estado recebe fortes pressões por parte de intelectuais e militares para a 
criação de novos serviços na área de Saúde Pública e em 1931 é criado o Ministério de Educação e 
Saúde. Nessa época, também foram criados os Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
20 
 
 
considerados o marco da medicina previdenciária no Brasil. Diferentemente das antigas Caixas, os IAPs 
são organizados por categorias profissionais, não mais por empresas. 
A mudança que ocorreu não foi somente nas siglas, os recursos dos IAPs eram arrecadados 
através do desconto salarial compulsório para criar um fundo que investido gerava a massa de recursos 
necessários para pagar as aposentadorias e pensões. Em 1937, Getúlio Vargas decreta "Estado de Sítio", 
fecha o Congresso e cancela as eleições presidenciais, instala-se o Estado Novo que dura até 1945. 
Nesse período foi criado o Ministério do Trabalho e a legislação trabalhista. 
A ação do Estado no setor da saúde dividiu-se em dois ramos: de um lado a saúde pública, de 
caráter preventivo e conduzida através de campanhas; de outro a assistência médica, de caráter curativo, 
conduzida por ações da previdência social. Na década de 1940, muitas campanhas de saúde foram 
realizadas pelo Serviço Estadual de Saúde Pública (SESP), voltadas principalmente para as regiões norte 
e nordeste, como educação sanitária, saneamento e assistência médica às populações carentes para 
evitar a disseminação das endemias rurais como a febre amarela, malária, mal de Chagas e 
esquistossomose. O período de 1945 a 1964 caracterizou-se pela crise do regime populista e pela 
tentativa de implantação de um projeto de desenvolvimento econômico industrial. As condições de saúde 
da maioria da população pioravam e surgiram propostas por parte do movimento social reivindicando 
reformas de bases imediatas, entre elas uma reforma sanitária. 
Após o término da II Guerra Mundial,a influência americana na área da saúde brasileira produziu 
reflexos na construção de um modelo semelhante aos padrões americanos, no qual a construção de 
grandes hospitais concentrava o atendimento médico de toda uma região, colocando em segundo plano 
a rede de postos de saúde, consultórios e ambulatórios, cujos custos são bem menores. 
Alguns IAPs tinham muito dinheiro e começaram a construir seus próprios hospitais, mas algumas 
empresas não estavam satisfeitas com o atendimento médico oferecido e essa insatisfação originou a 
medicina de grupo (convênios), ou seja, empresas particulares cuja finalidade era prestar serviços 
médicos aos funcionários das empresas que os contratavam. 
Em 1966 o governo unifica todos os IAPs num sistema único, o INPS (Instituto Nacional de 
Previdência Social), passando a concentrar todas as contribuições previdenciárias, incluindo a dos 
trabalhadores do comércio, da indústria e dos serviços. Ele vai gerir todas as aposentadorias, pensões e 
assistência médica dos trabalhadores do país. 
Em 1977, houve a unificação da Previdência (INPS), da Administração financeira (IAPAS) e da 
Assistência médica (INAMPS) em um único órgão, o governo revela sua crise no setor da saúde. O IAPAS 
não dispõe de recursos necessários para manter a assistência médica através do INAMPS, nem 
aposentadorias e pensões através do INPS. 
Foram tomadas medidas no sentido de diminuir os gastos e benefícios aumentando-se a 
contribuição. A construção ou reforma de inúmeras clínicas e hospitais privados para atender a 
Previdência Social e o enfoque à medicina curativa fez com que multiplicassem por todo o país as 
faculdades particulares de medicina. 
Na década de 80 surgiram vários projetos que pretendiam estender a cobertura dos serviços de 
saúde para toda a população com ênfase na saúde pública. Em todos eles havia uma ideia de integração 
da Saúde Pública com a assistência médica individual e por isso foram combatidos pelos grupos médicos 
privados e pela própria burocracia do INAMPS, porque esses últimos anos haviam sido também de 
crescimento para as indústrias médicas e da medicina de grupo. 
A partir de 1983, a sociedade reivindicou novas políticas sociais que pudessem assegurar plenos 
direitos de cidadania aos brasileiros, inclusive direito à saúde, visto também como dever do Estado. 
Os profissionais da área da saúde reivindicaram uma transferência efetiva de responsabilidade 
com poder de decisão, para estados, municípios e distritos, contrariando a tendência centralizadora 
dominante desde o início do século. 
 
Brasil pós Ditadura Militar até os dias de atuais 
O projeto de reforma sanitária propunha, em 1986, a criação de conselhos municipais e 
interinstitucionais de gestão dos serviços de atenção médica. Esses conselhos supunham participação 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
21 
 
 
popular através de representantes da comunidade no planejamento, gestão e avaliação dos serviços de 
saúde. 
Antecedendo o SUS (Sistema Único de Saúde), o SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de 
Saúde), aprovado em 1987, surgiu sob a forma de convênios do INAMPS com as Secretarias Estaduais 
de Saúde. Entretanto estes convênios passaram a ser um forte instrumento político pelo qual o governo 
começava a reagir ao assinar o convênio com determinados municípios pelos mais variados motivos 
políticos. 
As conferências nacionais de saúde existem por lei desde 1941, mas foi somente em 1986 que 
os trabalhadores da saúde e os representantes dos movimentos populares puderam participar. Após a 
VIII Conferência Nacional da Saúde é que ocorreu a aprovação da Reforma Sanitária, depois de recursos, 
abaixo-assinados etc., e a instituição do SUS na Constituição de 1988. 
Com a criação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do 
Estado, criando uma base para o sistema público que temos atualmente. A Lei Federal nº 8080 em 1990, 
regulamentou o Sistema Único de Saúde – SUS. 
O SUS tem como objetivo identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde, 
formular a política de saúde para promover os campos econômico e social e fazer ações de saúde de 
promoção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas. Entre os seus 
princípios básicos foi a descentralização com delegação de poderes para os níveis estatal e municipal 
tendo o atendimento integral com maior enfoque a atividades preventivas. 
Com a implementação do SUS e a municipalização da saúde, onde o município se responsabiliza 
em administrar o dinheiro arrecadado e promover ações em saúde existe três grandes obstáculos para 
que este processo ocorra de forma harmônica: 
 
1º - Questão financeira, pois os gastos com saúde no Brasil são incompatíveis com a real necessidade, 
além de variar muito a destinação das verbas em períodos de crise. 
2º - Capitalização da saúde, onde há grande expansão dos seguros saúde privados, podendo desfigurar 
os serviços públicos e expandir a mercantilização da saúde. 
3º - Implementação da municipalização da saúde diz respeito a ambiguidade dos textos legais, não 
deixando claro em certos momentos sobre as Normas Operacionais Básicas, quais são os compromissos 
e as responsabilidades destas instituições privadas para com a população. 
 
As tentativas de implantar o SUS, como ele realmente é, ao invés de partir do governo federal que 
possui os recursos necessários está partindo com grandes dificuldades de alguns governos municipais. 
Para que as barreiras da descentralização fossem superadas foi editada a Norma Operacional Básica do 
SUS – NOB 01/96 para mudar as formas de repasse das verbas, além de incentivar novos modelos de 
atendimento à saúde, a melhoria de qualidade e a mensuração das ações desenvolvidas. Ela cria a 
gestão plena onde os municípios assumem além da assistência, as ações da Vigilância Sanitária e 
Epidemiológica. 
 
Resumo 
A evolução da saúde pública no Brasil pode ser dividida em 5 grandes momentos que se cruzam 
os fatos históricos do país. 
Brasil Colônia: A saúde no Brasil praticamente inexistiu nos tempos de Colônia. O pajé, com suas ervas 
e cantos, a medicina dos jesuítas e os boticários que viajavam pelo Brasil Colônia eram as únicas formas 
de assistência à saúde, sem qualquer planejamento público. Para se ter uma ideia, em 1789, havia no 
Rio de Janeiro apenas quatro médicos. Além das enfermarias de cuidados dos jesuítas as únicas 
instituições assistenciais desse período eram as Santas Casas de Misericórdia. A primeira criada foi a do 
porto de Santos fundada por Brás Cubas em 1543. 
 
Brasil Império: Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, para atender as necessidades da 
corte, o Brasil começou a receber mais investimento em infraestrutura. Uma das primeiras medidas foi a 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
22 
 
 
criação dos cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química. Profissionais começaram a se graduar 
no Brasil, substituindo os médicos estrangeiros, porém os primeiros hospitais surgidos nesta época 
contavam apenas com os trabalhos voluntários, sendo um depósito de doentes que eram isolados da 
sociedade com o objetivo de não a contagiar. 
 
Brasil após a Independência: Dom Pedro II em 1822 declarou a independência do Brasil e como 
Imperador, ele transformou escolas em faculdades, fundou órgãos para fiscalizar a higiene pública e, 
especialmente na capital da época, Rio de Janeiro, promoveu diversas mudanças para higienizar o centro 
urbano. Durante esse período, a vacina contra a varíola foi instaurada para todas as crianças, houve a 
criação do Instituto Vacínico do Império e medidas foram tomadas para controlar a disseminação da 
tuberculose, da febre amarela e da malária, porque estas epidemias ameaçava a economia 
agroexportadora brasileira, prejudicando principalmente a exportação de café, pois os navios 
estrangeiros se recusavam a atracarnos portos brasileiros. 
 
O governo preocupado com a insatisfação do operariado urbano, iniciou a regulamentação do 
trabalho publicou em 24 de janeiro de 1923 a Lei Eloy Chaves, que consolidou a base do sistema 
previdenciário brasileiro, com a criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões (CAPs) para os 
empregados das empresas ferroviárias, considerada a semente do sistema previdenciário atual. Foi a 
primeira vez que o Estado interferiu para criar um mecanismo destinado a garantir ao trabalhador algum 
tipo de assistência voltado para: aposentadorias, pensões, assistência médica e serviços funerários. 
Foi somente na década de 20 que surgiu a primeira medida concreta para a criação do sistema 
de saúde pública em todo o país. A Diretoria Geral de Saúde Pública foi organizada pelo médico 
sanitarista Oswaldo Cruz. Para erradicar a varíola, o sanitarista Oswaldo Cruz convenceu o Congresso a 
aprovar a Lei da Vacina Obrigatória em 31 de outubro de 1904, que permitia que brigadas sanitárias, 
acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força. Esta situação à "Revolta 
da Vacina" ocorrida no Rio de Janeiro quando a população se revoltou com a obrigatoriedade da vacina 
contra a varíola. 
 
Brasil no governo Getúlio Vargas e durante a Ditadura Militar: A partir de 1930, o Estado recebe 
fortes pressões por parte de intelectuais e militares para a criação de novos serviços na área de Saúde 
Pública e em 1931 é criado o Ministério de Educação e Saúde. Nessa época também foram criados os 
Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), considerados o marco da medicina previdenciária no 
Brasil. Diferentemente das antigas Caixas, os IAPs são organizados por categorias profissionais, não 
mais por empresas. 
 
A mudança que ocorreu não foi somente nas siglas, os recursos dos IAPs eram arrecadados 
através do desconto salarial compulsório para criar um fundo que investido gerava a massa de recursos 
necessários para pagar as aposentadorias e pensões. Em 1937 Getúlio Vargas decreta "Estado de Sítio", 
fecha o Congresso e cancela as eleições presidenciais, instala-se o Estado Novo que dura até 1945. 
Nesse período foi criado o Ministério do Trabalho e a legislação trabalhista. 
A ação do Estado no setor da saúde dividiu-se em dois ramos: de um lado a saúde pública, de 
caráter preventivo e conduzida através de campanhas; de outro a assistência médica, de caráter curativo, 
conduzida por ações da previdência social. A partir de 1983, a sociedade reivindicou novas políticas 
sociais que pudessem assegurar plenos direitos de cidadania aos brasileiros, inclusive direito à saúde, 
visto também como dever do Estado. 
 
Brasil pós Ditadura Militar até os dias de atuais: Com a criação da Constituição de 1988, a saúde 
passou a ser um direito de todos e um dever do Estado, criando uma base para o sistema público que 
temos atualmente. A Lei Federal nº 8080 em 1990, regulamentou o Sistema Único de Saúde – SUS. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
23 
 
 
O SUS tem como objetivo identificar e divulgar os condicionantes e determinantes da saúde, 
formular a política de saúde para promover os campos econômico e social e fazer ações de saúde de 
promoção, proteção e recuperação, integrando ações assistenciais e preventivas. Entre os seus 
princípios básicos foi a descentralização com delegação de poderes para os níveis estatal e municipal 
tendo o atendimento integral com maior enfoque a atividades preventivas. 
 
Atividades 
 
1. Como era a assistência à saúde quando a família real chegou ao Brasil? 
 
2. Por que a Febre Amarela ameaçou a economia brasileira no início do século XX? 
 
3. O que foi a Revolta da Vacina no Rio de Janeiro em 1904? 
 
4. Quando Getúlio Vargas assume o poder como o setor da Saúde Pública ficou organizado? 
 
5. Com a criação da Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito de todos e um dever do 
Estado e em 1990 com a Lei Federal nº 8080 foi regulamentado o Sistema Único de Saúde – SUS. 
Qual o objetivo do SUS? Você acha que hoje ele é eficaz no Brasil? 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
24 
 
 
Tema 6: Educação Sanitária no Brasil 
Se você escova os dentes todos os dias, lava as mãos quando chega da rua e até dá descarga 
depois de usar o banheiro, agradeça aos profissionais da educação sanitária, que difundiram essa prática 
pelo Brasil. É difícil de acreditar, mas nem sempre foi assim. Já houve um tempo em que as pessoas 
jogavam suas fezes e urinas pela janela e havia pouca preocupação em deixar os ambientes limpos. 
Os primeiros passos na direção de programas de educação em saúde no país foram dados por 
Carlos Sá e Cesar Leal Ferreira, que em 1924 criaram no Município de São Gonçalo, no Estado do Rio 
de Janeiro, o primeiro Pelotão de Saúde em uma escola estadual. 
Em 1925, Horácio de Paula Souza criou a Inspetoria de Educação Sanitária e Centros de Saúde 
do Estado de São Paulo, com a finalidade de promover a formação da consciência sanitária da população 
e dos serviços de profilaxia geral e específica. Surge pela primeira vez o título de educador sanitário, 
preparado pelo Instituto de Higiene do Estado, cuja responsabilidade principal era a divulgação de noções 
de higiene para alunos das escolas primárias estaduais. 
Na década de 1940, com a reestruturação do Departamento Nacional de Saúde o Serviço de 
Propaganda e Educação Sanitária foi transformado em Serviço Nacional de Educação Sanitária, com o 
objetivo de formar na coletividade brasileira uma consciência familiarizada com problemas de saúde. 
Os serviços de educação sanitária limitavam suas atividades à publicação de folhetos, catálogos 
e cartazes. Distribuíam na imprensa do país pequenas notas sobre assuntos de saúde para difundir os 
conceitos fundamentais da saúde e da doença. As orientações eram concentradas nas formas escritas 
de informação, sem levar em consideração o grande número de analfabetos no país, que era de 60%, 
em 1940. 
A primeira grande transformação de mentalidade nas atividades da educação sanitária ocorreu 
em 1942, com a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Desde seu início a educação 
sanitária foi definida como uma atividade básica em seus planos de trabalho, atribuindo aos diversos 
profissionais, técnicos e auxiliares de saúde, a responsabilidade das tarefas educativas junto a grupos de 
gestantes, mães, adolescentes e à comunidade em geral. Foi o SESP quem começou a preparar as 
professoras da rede pública de ensino como agentes educacionais da saúde. 
Na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (1958) foi afirmado o conceito "que a educação 
sanitária abrange a soma de todas aquelas experiências que modificam ou exercem influência nas 
atitudes ou condutas de um indivíduo com respeito à saúde e dos processos expostos necessários para 
alcançar estas modificações". 
O Brasil, alinhado a esse conceito, cria a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – 
SUCAM e na década de 70 a Divisão Nacional de Educação em Saúde da Secretaria Nacional de Ações 
Básicas de Saúde. Entretanto, todas estas mudanças não contribuíram para o principal, que era a 
introdução da educação nos programas de saúde desenvolvidos pelo Ministério e pelas Secretarias 
Estaduais de Saúde. 
 
Conceito Atual de Educação Sanitária 
Considerar a educação em saúde como disciplina de ação, significa dizer que o trabalho será 
dirigido para atuar sobre o conhecimento das pessoas, para que elas desenvolvam juízo crítico e 
capacidade de intervenção sobre suas vidas e sobre o ambiente com o qual interagem e 
consequentemente seja promovida mudanças nas atitudes e no comportamento da população diante dos 
problemas sanitários. 
As pessoas devem ter acesso fácil e compreensível a dados e informações de qualidade sobre 
sua saúde (desde o prontuário médico ou ficha clínica) e sobre as condições de vida de sua comunidade, 
cidade, município, estado e país.Para que a educação sanitária seja eficiente, é necessária a inovação de suas práticas através de 
metodologias adequadas e centralizadas no modo “aprender fazendo”. A comunicação não deve ser 
meramente uma transmissão de mensagens, realizada de forma autoritária, mas envolver a população 
na prática das orientações. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
25 
 
 
Atualmente a educação voltada para parte sanitária visa desenvolver nas pessoas a 
responsabilidade de praticar ações de saúde e torná-las agentes transformadores da sua realidade com 
o objetivo de estimular o cidadão para que assuma responsabilidades de suas condições e se torne um 
sujeito autônomo, participativo e transformador da realidade. 
 
As ações sanitárias atualmente são divididas em 3 tipos: 
 
A prevenção visa empregar medidas de profilaxia a fim de impedir que os indivíduos sadios 
venham a adquirir doenças. O controle visa baixar a incidência das doenças a níveis mínimos. A 
erradicação, após implantadas medidas de prevenção, consiste na não-ocorrência da doença, mesmo 
com a ausência de qualquer medida de controle significando a permanência da incidência zero ao fator 
da doença. Prevenir, controlar e/ou erradicar enfermidades implica necessariamente em ações sanitárias 
dos serviços e de base técnica e da população participando dos trabalhos desenvolvidos. 
A educação sanitária é primordial para promover hábitos saudáveis necessários à manutenção da 
saúde e do bem-estar. Pode-se entender por hábito saudável, o comportamento de cuidado com a higiene 
que se repete periodicamente na vida de uma pessoa ou grupo. Assim, promover hábitos saudáveis na 
população é a ideia central da educação sanitária. 
Podemos citar como exemplos de comportamentos saudáveis podemos citar, como exemplos: 
(deixar de fumar, aceitar a vacinação, ter práticas higiênicas, fazer exames preventivos etc.) mediante o 
contato com veículos de comunicação em massa, como TV e jornais, ou mesmo mediante o acesso às 
informações proporcionado pelo educador. Assim, a educação em saúde, sob essa perspectiva, passa a 
promover uma tomada de decisão consciente por parte da população, que é informada sobre os riscos 
de certos comportamentos e inteiramente responsável pela sua condição de saúde. 
A consolidação dos hábitos higiênicos é construída lentamente, e esses hábitos muitas vezes são 
transmitidos de pais para filhos. Nota-se que a higiene e suas respectivas práticas são componentes 
culturais. Para a maioria das pessoas com quem lidamos no dia a dia, as práticas de higiene são 
adquiridas no seu cotidiano, nas relações familiares (PELICIONI, 2007). 
É de extrema importância estabelecer um parâmetro entre higiene pessoal e os cuidados com a 
natureza. Se nos sentimos bem quando estamos limpos, por que não deixar a grama, os jardins, os rios, 
as praias, nossa casa, a escola, enfim, tudo que está ao nosso redor limpinho também? Aplique o 
conceito: jogue lixo no lixo e não deixe o meio ambiente poluído. 
A mudança consciente motivada por necessidades sentidas fará com que todos os cidadãos 
cuidem de seu próprio corpo como também do meio em que vivem. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
26 
 
 
Resumo 
Os primeiros passos na direção de programas de educação em saúde no país foram dados por 
Carlos Sá e Cesar Leal Ferreira, que em 1924 criaram no Município de São Gonçalo, no Estado do Rio 
de Janeiro, o primeiro Pelotão de Saúde em uma escola estadual. 
Em 1925, Horácio de Paula Souza criou a Inspetoria de Educação Sanitária e Centros de Saúde 
do Estado de São Paulo, com a finalidade de promover a formação da consciência sanitária da população 
e dos serviços de profilaxia geral e específica. Surge pela primeira vez o título de educador sanitário, 
preparado pelo Instituto de Higiene do Estado, cuja responsabilidade principal era a divulgação de noções 
de higiene para alunos das escolas primárias estaduais. 
Na década de 1940, com a reestruturação do Departamento Nacional de Saúde o Serviço de 
Propaganda e Educação Sanitária foi transformado em Serviço Nacional de Educação Sanitária, com o 
objetivo de formar na coletividade brasileira uma consciência familiarizada com problemas de saúde. 
Os serviços de educação sanitária limitavam suas atividades à publicação de folhetos, catálogos 
e cartazes. Distribuíam na imprensa do país pequenas notas sobre assuntos de saúde para difundir os 
conceitos fundamentais da saúde e da doença. As orientações eram concentradas nas formas escritas 
de informação, sem levar em consideração o grande número de analfabetos no país, que era de 60%, 
em 1940. 
A primeira grande transformação de mentalidade nas atividades da educação sanitária ocorreu 
em 1942, com a criação do Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). Desde seu início a educação 
sanitária foi definida como uma atividade básica em seus planos de trabalho, atribuindo aos diversos 
profissionais, técnicos e auxiliares de saúde, a responsabilidade das tarefas educativas junto a grupos de 
gestantes, mães, adolescentes e à comunidade em geral. Foi o SESP quem começou a preparar as 
professoras da rede pública de ensino como agentes educacionais da saúde. 
Na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (1958) foi afirmado o conceito "que a educação 
sanitária abrange a soma de todas aquelas experiências que modificam ou exercem influência nas 
atitudes ou condutas de um indivíduo com respeito à saúde e dos processos expostos necessários para 
alcançar estas modificações". 
O Brasil, alinhado a esse conceito, cria a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – 
SUCAM e na década de 70 a Divisão Nacional de Educação em Saúde da Secretaria Nacional de Ações 
Básicas de Saúde. Entretanto, todas estas mudanças não contribuíram para o principal, que era a 
introdução da educação nos programas de saúde desenvolvidos pelo Ministério e pelas Secretarias 
Estaduais de Saúde. 
Considerar a educação em saúde como disciplina de ação, significa dizer que o trabalho será 
dirigido para atuar sobre o conhecimento das pessoas, para que elas desenvolvam juízo crítico e 
capacidade de intervenção sobre suas vidas e sobre o ambiente com o qual interagem e 
consequentemente seja promovida mudanças nas atitudes e no comportamento da população diante dos 
problemas sanitários. 
Atualmente a educação voltada para parte sanitária visa desenvolver nas pessoas a 
responsabilidade de praticar ações de saúde e torná-las agentes transformadores da sua realidade com 
o objetivo de estimular o cidadão para que assuma responsabilidades de suas condições e se torne um 
sujeito autônomo, participativo e transformador da realidade. 
As ações sanitárias atualmente são divididas em 3 tipos: Ações de prevenção visa empregar 
medidas de profilaxia a fim de impedir que os indivíduos sadios venham a adquirir doenças. Ações de 
controle visa baixar a incidência das doenças a níveis mínimos. A erradicação, após implantadas medidas 
de prevenção, consiste na não-ocorrência da doença, mesmo com a ausência de qualquer medida de 
controle significando a permanência da incidência zero ao fator da doença. Ações de erradicação de 
enfermidades implica necessariamente em ações sanitárias dos serviços e de base técnica e da 
população participando dos trabalhos desenvolvidos. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
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Atividades 
 
1. Porque as orientações do Serviço Nacional de Educação Sanitária, criado em 1940, eram limitadas e 
ineficazes para população brasileira. 
 
2. O que mudou em relação a educação sanitária no Brasil no ano de 1942? 
 
3. Qual o conceito atual para “Educação Sanitária”? 
 
4. Cite e explique quais as três ações sanitárias que devem ser adotadas com base no conceito atual 
para “Educação Sanitária”. 
 
5. Cite três comportamentos considerados como “hábitos saudáveis” que são esperados das pessoas na 
busca de uma melhoria na qualidade devida. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
28 
 
 
 
Promoção da Saúde não deve ser de 
responsabilidade exclusiva do setor da Saúde 
e vai além de um estilo de vida saudável, vai 
em direção de um bem-estar global. 
Tema 7: Promoção de Saúde / ISO 45001 
A promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos 
problemas de saúde que afetam as populações humanas e seus entornos. Partindo de uma concepção 
ampla do processo saúde-doença e de seus determinantes propõe a articulação de saberes técnicos e 
populares e a mobilização de recursos institucionais, comunitários, públicos e privados para seu 
enfrentamento e resolução. 
Em novembro de 1986 na cidade de Ottawa no Canada ocorreu a Primeira Conferência 
Internacional sobre Promoção da Saúde que produziu um documento conhecido como “Carta de Ottawa” 
considerado como um dos documentos fundadores da promoção da saúde. De acordo com o documento, 
promoção da saúde é o “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua 
qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo”. 
Promover saúde está associada a um conjunto de valores, tais como: qualidade de vida, saúde, 
solidariedade, equidade, democracia, cidadania, desenvolvimento, participação e parceria, entre outros 
a uma combinação de estratégias: ações do Estado (políticas públicas saudáveis), da comunidade 
(reforço da ação comunitária), de indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de 
saúde (reorientação do sistema de saúde) e de parcerias Inter setoriais. Trabalha com a ideia de 
responsabilização múltipla, seja pelos problemas, seja pelas soluções propostas para os mesmos. 
 
A promoção da saúde vem sendo interpretada, de um lado, como reação à acentuada 
medicalização da vida social e, de outro, como uma resposta setorial articuladora de diversos recursos 
técnicos e posições ideológicas. Embora o termo tenha sido usado a princípio para caracterizar um nível 
de atenção da medicina preventiva, seu significado foi mudando passando a representar mais 
recentemente um enfoque político e técnico em torno do processo saúde, doença e cuidado. 
O conceito moderno de promoção da saúde surgiu e se desenvolveu de forma mais vigorosa nos 
últimos vinte anos nos países em desenvolvimento, particularmente no Canadá, Estados Unidos e países 
da Europa Ocidental. 
Saúde e bem-estar é um tema bastante complexo e que merece a atenção, pois apresenta relação 
direta com a qualidade de vida da população. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para 
todos, em todas as idades, é, inclusive, o terceiro objetivo dos 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) da Agenda 2030, assinados pelos países-membros da Organização das Nações 
Unidas (ONU). 
Os procedimentos para a promoção da saúde incluem um bom padrão de nutrição, ajustado às 
várias fases do desenvolvimento humano, o atendimento das necessidades para o desenvolvimento 
ótimo da personalidade, incluindo o aconselhamento e educação adequados dos pais em atividades 
individuais ou de grupos, educação sexual e aconselhamento pré-nupcial, moradia adequada, recreação 
e condições agradáveis no lar e no trabalho. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
29 
 
 
A orientação sanitária nos exames de saúde periódicos e o aconselhamento para a saúde em 
qualquer oportunidade de contato entre o médico e o paciente com extensão ao restante da família estão 
entre os componentes da promoção. 
 
ISO 45001 
Para iniciarmos o nosso estudo sobre a ISSO 45001 aponte a câmera do seu celular para os 
códigos de barras abaixo ou utilize um aplicativo de leitura de Qrcode para assistir os vídeos: 
 
A Norma Britânica Occupational Health and Safety Assessments Series - OHSAS 18001 
oficialmente publicada pela British Standards Institution – BSI é uma norma de Sistema de Gestão de 
Segurança e Saúde Ocupacional que visa proteger e assegurar que os colaboradores de uma 
organização tenham um ambiente de trabalho saudável e seguro. 
Durante muito tempo, foi a norma utilizada para compor os sistemas de gestão das empresas por 
não ter uma norma ISO com esse escopo. Porém, em 2018 foi publicada a ISO 45001 com esse tema e 
a partir de agora, a tendência é de que as empresas que eram certificadas na OHSAS 18001 façam a 
transição para a ISO 45001. 
A ISO 45001 é uma Norma Internacional que especifica os requisitos para um Sistema de gestão 
de segurança e saúde do trabalho, com orientações para a sua utilização, melhorar proativamente o 
desempenho da Segurança e Saúde do Trabalho na prevenção de lesões e doenças. Ela é aplicável a 
qualquer organização, independentemente do seu tamanho, tipo e natureza. Todos os seus requisitos 
têm a intenção de ser integrados na gestão de uma organização própria. A certificação está baseada nos 
riscos que a(s) atividade(s) de uma organização pode trazer à saúde dos colaboradores, assim, a 
implementação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional deverá contemplar todas as 
suas atividades. 
 
Os principais objetivos de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional são: 
a) Atender a legislação relacionada à segurança e saúde do colaborador; 
b) Identificar os riscos e perigos das atividades da organização, de forma a atuar preventivamente 
na saúde e segurança do colaborador, por meio da promoção de um ambiente de trabalho seguro; 
c) Conscientizar os colaboradores e todos aqueles que possam exercer atividades em seu nome 
das consequências de suas ações para com a saúde e integridade física de todos. 
 
Os principais benefícios de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional são: 
a) Redução significativa de acidentes, perigos e parada de trabalho, através da sistematização de 
todas as atividades; 
b) Evitar o risco de passivos trabalhistas e ações judiciais, pois obterá acesso e conhecimento 
constante a legislação; 
c) Valorização da imagem da empresa, por estar comprometida com a saúde e segurança do 
colaborador e consequentemente, o aumento da identificação e motivação do funcionário, através 
do envolvimento nos processos de gestão de Segurança e Saúde Ocupacional. 
Qualidade de Vida, Saúde e Segurança do Trabalho 
30 
 
 
O prazo para a migração de um Sistema da OHSAS 18001 para a ISO 45001 conforme determinado 
pelo Fórum Internacional de Acreditação (IAF) foi o mês de setembro de 2021. O IAF esclareceu que as 
auditorias para a transição entre os Sistemas, em função das circunstâncias da pandemia do Corona 
Vírus podem ser feitas remotamente, porém, é recomendável que os trabalhos sejam estabelecidos, 
considerando o conhecimento técnico Profissional para o modelo “Auditoria Remota”, contemplando-se 
sempre a razoabilidade e a flexibilidade na condução das tarefas. 
Na execução da migração entre as Normas, os Auditores deverão fazer uso das recentes tecnologias 
disponíveis no mercado, tais como: câmeras, videoconferência, check list, entre outros itens e 
ferramentas, que por sua vez, possam os aproximar de uma realidade segura, rápida e satisfatória para 
o andamento e conclusão da Auditoria. 
 
Requisitos da ISO 45001 
 
A norma é dividida em 10 partes: 
 
1. Escopo: Esta cláusula especifica os requisitos para um sistema de gerenciamento de segurança 
e saúde ocupacional com orientação para seu uso. Permite que as organizações forneçam condições de 
trabalho seguras e saudáveis para a prevenção de lesões relacionadas ao trabalho e saúde e melhorar 
proativamente seu desempenho de SSO. 
 
2. Referências Normativas: Não há referências normativas dentro do padrão. A cláusula é mantida 
para manter o mesmo esquema de numeração que todos os outros padrões do sistema de gerenciamento 
ISO. 
 
3. Termos e definições: Nesta cláusula está listado os termos e definições usados na ISO 45001 que 
carecem de algum tipo de esclarecimento extra. Os termos e as definições

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