TURISMO CEMITERIAL CEMITÉRIO SANTA IZABEL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE TURISMO
CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO
GISELLE MELO
TURISMO CEMITERIAL: Possibilidades do Cemitério Santa Izabel de Belém/PA
BELÉM
2023
GISELLE MELO
TURISMO CEMITERIAL: Possibilidades do Cemitério Santa Izabel de Belém/PA
Artigo apresentado ao Curso de Turismo da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para obtenção da nota geral na disciplina de XXX.
Orientadora:
BELÉM
2023
	SUMÁRIO
	1
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3
	INTRODUÇÃO
TURISMO
SEGMENTAÇÃO TURÍSTICA
	3
5
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	4
5
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7
	CEMITÉRIO
TURISMO CEMITERIAL
POTENCIALIDADES DO TURISMO CEMITERIAL NO CEMITÉRIO SANTA IZABEL DE BELÉM – PA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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9
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	REFERÊNCIAS
	13
	
1 INTRODUÇÃO 
		O Cemitério Santa Isabel, inaugurado em 1874, para suprir as necessidades da cidade em relação aos enterros, já que o Cemitério da Soledade (principal Cemitério da Cidade) já apresentava uma superlotação. Isso se deu em decorrencia de uma grande epidemia na cidade no século XIX de varíola, em meados de 1870, onde muitos nordestinos migravam para o Pará, contudo, em condições de saúde degradantes, muitos traziam a doença. (RODRIGUES, 2014)
		Neste trabalho, são elencadas melhorias ´para que se possa viabilizar a visitação ao Cemitério com o fim turístico, deve-se considerar que nem sempre o visitante terá a memória do morto, assim sendo, para possibilitar a efetivação da vivência, adquire importância a interpretação patrimonial do espaço, que deverá despertar e/ou criar memórias nos visitantes, tendo em vista a intenção da visita, neste caso, é turística.
		A situação de abandono e depredação em que se encontra o Cemitério Santa Isabel, dificulta consideravelmente a possibilidade de se fazer turismo na área, uma série de ações podem ser aplicadas para viabilizar a prática do turismo cemiterial, que serão trabalhadas no decorrer deste trabalho. 
		Alguns sinalizadores da relevância da pesquisa podem ser mencionados: a ambiguidade nas expressões que se referem ao turismo em cemitérios; insuficiente produção acadêmica sobre a temática, a marginalização, necessidade de ampliação de conhecimento sobre o cemitério e seus itens fúnebres, na sua dimensão de patrimônio material e imaterial; e o aumento pela procura de turismo em cemitérios.
		A partir do pressuposto, surgiu o seguinte questionamento: Quais as ações no Cemitério Santa Isabel, PA, Brasil podem ser feitas para torna-lo atrativo turístico ?
		O interesse pela temática surgiu após conhecer a existência dos cemitérios como um local turístico, durante a graduação. O turismo cemiterial ainda é pouco explorado, mediante a isso, se tem a oportunidade de gerar aporte cientifico e cultural para estudos posteriores. Este estudo visa viabilizar medidas que tornem mais popular o turismo cemiterial, sendo assim, oportuniza que melhorias acontecam nos ambientes cemiteriais, em específico, no Cemitério Santa Isabel, em Belém do Pará. 
		Os cemitérios são patrimonios que geralmente são vitimas de descaso, a neceessidade de rondas diárias no local para garantir a segurança dos visitantes, a manutenção e limpeza de sepulturas é de suma importancia para que se possa viabilizar ações de turismo no local.Deve-se exmplorar potencialidades como contos historicos sobre o local como atrativos para as visitas turisticas, além de criação de roteiros que possibilitem um melhor acesso. 
Quanto aos aspectos metodológicos do artigo, será utilizado o método de inventariação Turística, de onde serão extraídos os dados que embasaram o diagnóstico. Este será realizado entre os anos de 2020 e 2021 a partir de entrevistas com servidores vinculados ao Cemitério e com visitantes selecionados que participarão do roteiro experimental.
Apresentar o Cemitério Santa Isabel, PA, Brasil, como um potencial atrativo turístico, indicando ações que possibilitassem a estruturação e implementação de trilhas interpretativas a partir da roteirização do local.
Ações de intervenção física no espaço, salvaguarda e proteção de bens materiais e documentos.
Divulgação e criação do roteiro de visitação, todas ações possíveis de implementação.
Analisar a partir da literatura os resultados obtidos acerca da temática desenvolvida.
2. TURISMO
É cada vez mais clara a importância do turismo e de seu estudo, uma vez que esta atividade vem crescendo na maioria dos lugares do mundo. Regiões antes totalmente alheias às práticas turísticas estão descobrindo sua vocação para este negócio. Este rápido crescimento, apesar de ter a capacidade de fomentar o desenvolvimento social, econômico e até, político, traz algumas preocupações, já que a exploração exacerbada de uma localidade pelo turismo pode destruir os atrativos desta região e, em conseqüência, minar os recursos advindos da receita gerada por esta atividade (HIPÓLITO, 2011). 
A globalização e os avanços tecnológicos incentivam de forma direta e indireta o crescimento mundial do turismo. O primeiro, abre fronteiras físicas e de conhecimento para a livre circulação de pessoas pelo mundo e o segundo possibilita uma cada vez maior eficiência nos transportes. Estes se tornam indispensáveis ao deslocamento que é a essência do turismo. Além disso, o turismo age como facilitador da comunicação global, da consciência globalizada, uma vez que dissemina a informação, possibilita o intercâmbio de idéias e outros bens culturais. O turismo também age como incentivador do desenvolvimento de novas tecnologias de transportes, já que é uma das atividades que mais trazem receitas para este setor industrial. (AFONSO, 2020). 
É interessante notar que, de acordo com Dias e Aguiar (2002), apesar de o turismo incentivar a globalização, é dele que resulta o processo de “volta às raízes”. É cada vez maior a quantidade de povos que buscam reavivar tradições dantes esquecidas, como danças, métodos artesanais de se fabricar determinados produtos, lendas, mitos e outros. Isso decorre dos esforços que são feitos para se atrair o turista, cuja maior motivação é a de visitar lugares diferentes, com culturas e costumes diversos. Pode-se dizer, portanto, que a atividade turística é grande auxiliadora no processo de busca de uma identidade nacional e local (HIPÓLITO, 2021).
Levando-se em conta a importância da atividade turística e de seu estudo faz-se necessária uma revisão da literatura a respeito de conceitos de turismo e de alguns fatores intrínsecos a ele como os de visitantes, viajantes, excursionistas etc (AFONSO, 2020). 
Segundo Acerenza (2002), o fenômeno turístico pode ser analisado sob o ponto de vista de várias disciplinas e correntes de pensamento. Isso torna a maioria dos conceitos sobre o turismo parciais e freqüentemente questionados por outras ciências. Porém, para o autor, analisar os pontos de vista sustentados a respeito do turismo, permite chegar a um amplo panorama sobre a problemática de sua conceituação como fenômeno social.
Do ponto de vista da ciência econômica, o turismo é considerado e estudado como um serviço. Para as ciências geográficas, o fenômeno turístico é encarado do ponto de vista do deslocamento. Estudado por alguns cientistas sociais, é fácil concluir que o que predomina são as relações humanas advindas deste processo. Apesar dessa análise parcial sobre o fenômeno turístico, é unânime entre os cientistas a opinião sobre a importância de se chegar a um conceito que engloba uma visão holística do turismo, ou seja, um conceito que não contemple apenas uma parte sobre as características desta atividade (HIPÓLITO, 2011).
O turismo é definido também como sendo a soma dos fenômenos e das relações resultantes da viagem ou permanência de não-residentes, na medida em que não leva à residência permanente e não está relacionada a nenhuma atividade remuneratória (PANOSSO NETTO, 2010). 
Essa é uma definição holística, pois procura abranger a essência total do assunto. Segundo Beni (2001), esta teoria foi reconhecida por várias organizações internacionais,pois reconhece que o turismo abarca muitos aspectos que se centralizam no principal, isto é, os turistas. Pelo fato de não ter sido construída com a terminologia de uma disciplina acadêmica, permite abordagens interdisciplinares e multidisciplinares do estudo do turismo.
Outra definição de turismo é dada por Jafari (apud BENI, 2001). Segundo ele o turismo é o estudo do homem longe do seu local de residência, da indústria que satisfaz suas necessidades, e dos impactos que ambos, ele e a indústria, geram sobre os ambientes físico, econômico e sóciocultural da área receptora.
Além de definições do que seja turismo, é comum se encontrar conceitos que classificam os indivíduos que o praticam, ou seja, aqueles que viajam. De acordo com Dias e Aguiar (2002), a OMT (Organização Mundial de Turismo) define viajante como qualquer pessoa que viaje entre dois ou mais países ou entre duas ou mais localidades dentro de seu país de residência habitual; são considerados turistas aqueles que permanecem pelo menos uma noite em um alojamento coletivo ou privado no lugar que visitam; e visitante por um dia ou excursionista é aquele que não pernoita em um alojamento coletivo ou privado no lugar que visita.
3. SEGMENTAÇÃO DO TURISMO
		Constitui uma forma de organizar o turismo. É uma estratégia para a estruturação de produtos e consolidação de roteiros e destinos, a partir dos elementos de identidade da oferta e também da características e variáveis da demanda.
A segmentação de mercado opõe-se ao marketing de massa na medida em que considera que todos os indivíduos têm necessidades e desejos diferentes. Consiste em agrupar o mercado consumidor em grupos com motivações similares, com o objetivo de concentrar esforços de publicidade, propaganda, distribuição, logística e outros processos, alocando melhor os recursos e diminuindo os desperdícios (KOTLER, 2020). 
A segmentação é a subdivisão do mercado em subconjuntos homogêneos de clientes, em que qualquer subconjunto pode, concebivelmente, ser selecionado como meta de mercado a ser alcançada com um composto de marketing distinto. A segmentação de mercado de maneira mais ampla. Para ele, essa prática consiste em se ver um mercado heterogêneo, com determinada quantidade de mercados homogêneos menores, em resposta a diversas preferências de produtos entre importantes segmentos de mercados. Ela se baseia no desdobramento do lado da demanda e representa ajuste racional e mais preciso do produto e do esforço de marketing às exigências do consumidor ou usuário (LOPES, 2015).
A segmentação de mercado como sendo um esforço para aumentar a eficácia do marketing da empresa. Um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares, (KOTLER, 2020).
A segmentação de mercado, por muito tempo, foi entendida como um conceito que consistia apenas em dividir o mercado em segmentos. Depois, os teóricos e executivos perceberam que a segmentação de mercado constitui poderosa arma estratégica, cujas implicações decorrem da escolha de segmentos bem definidos para o delineamento de estratégias competitivas. Primeiro, segmenta-se o mercado; em seguida, escolhe-se o alvo com que se quer trabalhar, diferenciando-se produtos e serviços de modo a atender necessidades e desejos do público-alvo e, posteriormente, posiciona-se o produto como forma de expressar as diferenças existentes. Como se pode perceber, a segmentação, no conjunto, é a base de toda a estratégia de marketing. (LOPES, 2015)
É importante salientar que o conceito de segmentação contemplado neste trabalho referese ao mercado consumidor. Outros fatores como produtos canais de distribuição não passam por este processo. Eles são definidos e adequados de acordo com o público alvo escolhido pela empresa ou localidade turística e suas preferências e necessidades
4. CEMITÉRIO
	Cemitérios são monumentos, por si sós. De acordo com Camargo (2002, p. 24), refere-se a monumentos, “[...] A raiz da palavra latina nos remete a momento ou lembrança. [...] os monumentos, na acepção comum do termo, são edificações ou construções que pretendem perpetuar a memória de um fato, de uma pessoa, de um povo”. Cemitérios são lugares para recordações, onde repousam os restos mortais de entes queridos, repletos de elementos que perpetuam a memória destes entes, devendo-se preservar para manter-se a conforto para as visitas destes entes. Os cemitérios são locais cercados de mistério, fascínio ou repúdio. Podem ser percebidos sentimentos conflitantes e paradoxais nos aspectos que os compoem e em relação a suas formas de uso.
		Os grupos sociais são responsáveis pela criação das memórias. São os indivíduos que lembram, literalmente, o físico, mas são os grupos sociais que determinam o que ‘memorável’ e também como ocorre a lembrança. A determinação da lembrança está presente dentro do espaço cemiterial: as maneiras de enterramento, os rituais de despedida e de saudade, com as mudanças características de cada época estão ali, registradas em cada uma das tumbas. (BURKE, 2000, p. 19)
5. TURISMO CEMITERIAL
		
		O Turismo Cemiterial surgiu como tendência em meados dos anos 80 nos Estados Unidos e Europa, tornando-se um segmento da atividade turística logo depois. A visitação pode ser precedida por curiosidade mórbida, visitação a túmulos de pessoas famosas ou interesse pela arte tumular, que vem agregada de cultura patrimonial (Borges, 2002; Gastal & Moech, 2007).
		Umas das formas de utilização dos cemitérios são as visitas e, um aspecto a ser destacado, nestas visitas às necrópoles, é a fé, uma intensidade abstrata que, de acordo com Baptista (2014), aciona os afetos. Trata-se de um dos acionamentos dos afetos do sujeito do turismo em cemitérios, que se associa a discussão sobre o que produz os movimentos, as afetivações, e a desterritorialização, em função do turismo.
		Em várias partes do mundo, as lendas urbanas e histórias sombrias são bastante procuradas pelos turistas. Em lugares como a Europa e os Estados Unidos, é comum existir curiosos que querem visitar túmulos de celebridades mortas, a exemplo do Père-Lachaise, em Paris ou do memorial do Elvis Presley, nos Estados Unidos. Na Argentina, por outro lado, a região do famoso cemitério da Recoleta é parada obrigatória para os visitantes de Buenos Aires. Poderia citar, também, os turistas que se arriscam a visitar campos de concentração (na Alemanha e outros países da Europa), bem como as lendas dos fantasmas de Veneza.(SCHAWB; PEREIRA, 2017)
6. POSSIBILIDADES DO TURISMO CEMITERIAL NO CEMITÉRIO SANTA ISABEL DE BELÉM – PA
		Há muitos mausoléus que, ao longo dos anos, foram sendo reformados e tiveram suas características originais alteradas, no cemitério Santa Isabel não foi diferente, com uma presença muito grande do uso de azulejos e lajotas. Percebem-se também muitos jazigos abandonados, cobertos de musgo e limo, incluindo lápides em mármore ilegíveis pela presença destes elementos. Uma reportagem publicada no Portal G1 em 2019, mostra o relato de uma visitante sobre a situação do Cemitério, "Pelo menos umas duas vezes por ano acontece alguma coisa. Sempre chamam a gente pra consertar alguma estrutura ou pra avisar de algo roubado. Aqui do jazigo já levaram porta e telhado",
		Há espaço para o turismo cemiterial também no Brasil. Principalmente, em uma cidade que possui diversas lendas urbanas como Belém do Pará, conhecidas do público local. Uma das mais conhecidas é a da "Moça do Táxi", que tem o seu túmulo aqui neste cemitério. Há diferentes versões, porém a mais conhecida é a que fala que um taxista, certa feita, fez uma corrida com uma moça e, após deixá-la em casa, perguntou por ela e os vizinhos disseram que já estava morta há tempos. Neste sentido, ela ficou conhecida como a "Moça do Táxi". No túmulo, há diversas velas de pessoas que fazem pedidos à ela. Para conhecer mais sobre o cemitério, procurem a dona Raimunda, que trabalha no cemitério há 30 anos. Além disso, há diversosmausoléus e túmulos das famílias tradicionais do Pará, com bonitas esculturas. É um passeio diferente e recomendado para quem gosta de aventuras.
		Nesse sentido, a partir do inventário do patrimônio escultórico, registro da história e elementos vinculados à cultura e à memória do município e da região, é considerado possível o uso do Cemitério Santa Isabel como atrativo, sendo feitas as devidas ações de recuperação local. Como parte essencial desse processo devem ser considerados os seguintes aspectos: relação do visitante com o Cemitério, o que pensa sobre o uso turístico do mesmo e quais suas impressões após a visitação (Puerto & Baptista, 2015; Gastal & Moech, 2007).
		No contexto da pesquisa consideraram-se visitantes os residentes, tendo em vista o Cemitério não ser um atrativo turístico consolidado e levando em conta que é necessário reconhecimento pela comunidade do valor do espaço antes de estimular o turismo. De acordo com Gastal; Moesch (2007) o confronto com o novo e o inesperado provoca uma “mobilização subjetiva que levaria a re-olhar, a repensar, a reavaliar, a ressignificar não só a situação, o ambiente, as práticas vivenciadas naquele momento e naquele lugar, mas muito de suas experiências passadas”. 
		Mediante ao pressuposto, em 2022, o Cemitério foi entregue após grande reforma (figura 1), tornando-o um atrativo turistico interessante para a cidade, tanto por sua localização, quanto por suas caracteristicas históricas. Com uma área de 146.491,99 m², o Cemitério teve o calçamento externo totalmente reformado, com a reconstituição do piso tátil, para garantir acessibilidade. Além disso, todo o espaço interno foi contemplado com varreção, roçagem, capina, lavagem e limpeza dos ambientes administrativos, da capela e de toda a área do complexo. O serviço foi feito por uma equipe de trabalho dedicada, formada por homens e mulheres egressos do sistema penitenciário, que têm essa oportunidade por meio da Associação Pólo Produtivo Pará-Fábrica Esperança, que mantém convênio com a Seurb.
Figura 1: Cemitério Santa Izabel após reforma
Fonte: Portal G!, 2022. 
Em uma tentativa de resgate do turismo no cemitério, em 2019, teve inicio um projeto chamado Roteiro Sinistro, onde os participantes tem acesso a exposição oral das expressões de religiosidade popular, associadas ao culto às almas de determinadas pessoas que se encontram sepultadas no cemitério, como Camilo Salgado, Josephina Conte - A Moça do Táxi, Severa Romana e outros. O roteiro será realizado a partir da contextualização, acerca do assunto, com base nos contos do livro “Visagens e Assombrações de Belém”, do autor Walcyr Monteiro. Atualmente, nao se tem informações sobre sua continuidade.
A implantação de um roteiro de visitação no Cemitério , oferecida em um primeiro momento aos residentes, poderá despertar na comunidade um olhar diferenciado sobre este patrimônio, levando à conscientização sobre seu valor eimportância de sua proteção, facilitando a implantação de ações protetivas, como o tombamento da área.
A oferta de passeios turísticos para residentes é importante para a implantação de outras ações de desenvolvimento turístico na região, pois transforma o morador local também em turista e aproxima a comunidade deste processo. O “pensar” o turismo passa a ser parte da realidade diária do cidadão, impulsionando sua participação. 
O Cemitério guarda os restos mortais dos cidadãos que aqui viveram desde o período inicial de formação da cidade (meados do século XIX). Cada jazigo traz impresso em suas lápides um pouco da memória social, cultural, étnica desta sociedade. O conjunto é representativo dos ciclos econômicos, da estratificação social, dos hábitos, rituais e crenças deste grupo social e apresenta rica arte tumular nas grandes esculturas e imagens e nos entalhes das lápides.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
		Contemporaneamente, viajar está cada dia mais fácil e atraente. Isso graças á crescente abertura de fronteiras, avanço tecnológico na indústria de transportes e combustíveis, divulgação dos mais distantes e exóticos lugares nos meios de comunicação, valorização crescente do lazer para o bem estar do ser humano, dentre inúmeras outras razões. 
		O Turismo cemiterial faz parte de um segmento interessante na busca de novas vertentes para ampliar a diversidade de opções locais, além disse, traz peculiaridades como contos e lendas que pontos focais dentro do segmento em questão.
		O Cemitério Santa Izabel é um patrimonio histórico e cultural da cidade de Belém, que por muitos anos sofreu com o abandono, e que, nos dias atuais vem tendo a atenção das políticas públicas para que se possa fazê-lo relevante turisticamente. As reformas recentes e projetos voltados a visitação guiada são importantes para dar continuidade na exploraçao turística. 
		
REFERÊNCIAS
AFONSO, L.R.G. Turismo Cemiterial: O cemitério como espaço de lazer. Monografia (Curso de Turismo). Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.
BURKE, P. História como memória social . Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2000. 
CAMARGO, H. L. Patrimônio Histórico e Cultural. São Paulo- SP: Aleph . 2002. 
GASTAL, S.; MOECH, M. M. Turismo Politicas Públicas e Cidadania. São Paulo - SP: Aleph. 2007.
G1. Visitantes reclamam do abandono e insegurança no cemitério de Santa Izabel, em Belém. Portal de noticias da Globo. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2019/06/04/visitantes-reclamam-do-abandono-e-inseguranca-no-cemiterio-de-santa-izabel-em-belem.ghtml. Acesso em: 02 de jun. 2023. 
G1. Cemitérios públicos de Belém devem receber cerca de 60 mil visitantes no fim de semana do Dia das Mães. Portal de noticias da Globo. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2023/05/10/cemiterios-publicos-de-belem-deve-receber-cerca-de-60-mil-visitantes-no-fim-de-semana-do-dia-das-maes.ghtml Acesso em: 29 de mai. 2023. 
HAHNE, L.C. Estudo sobre a aplicabilidade do turismo cemiterial em Curitiba. Escola de Negócio, Universidade Positivo (Monografia em Turismo), Curitiba, 2010.
HIPÓLITO, P. Uma breve história dos cemitérios. 2021. Disponível em:<http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=artigos&id=148#_ftn8>. Acesso em 28 de mai. 2023.
KOTLER, P. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. Tradução: Bazán Tecnologia e Lingüística. Revisão técnica: Arão Sapino. 8 ed. São Paulo. Prentice Hall: 2020. 
LOPES, I.J. A Segmentação de Mercado como Estratégia de Marketing. Geo Cities, 2015.
PANOSSO NETTO A. O que é turismo. São Paulo: Brasiliense, 2010, 123p
PUERTO, C. B.; BAPTIST, M. L. Espaço cemiterial e Turismo: camp de ambivalência da vida e morte. Revista Iberoamericana de Turismo - RITUR, 201542-53.
RODRIGUES, P.A.C. Duas faces da morte: o corpo e alma do cemitério nossa senhora da soledade, em Belém/PA. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em Patrimônio Cultural) IPHAN, Rio de Janeiro, 2014.
SCHWAB, C.B.; PEREIRA, L.A. Turismo Cemiterial: proposta de roteirização a partir das potencialidades turísticas impressas no cemitério civil de Santa Vitória do Palmar, RS, Brasil. Applied Tourism, 2(2), 2017. 180-197
 
 
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