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Alice Santos de Lima 4º período 2022/1 Esse resumo não está isento de erros Antipsicóticos Fármacos capazes de controlar os distúrbios chamados psicoses Podem ser chamados de antipsicóticos/ neurolépticos/ antiesquizofrênicos/ tranquilizantes maiores O uso desses fármacos está associado não somente ao tratamento da esquizofrenia, mas também ao tratamento de transtorno bipolar, depressão psicótica, psicose senil, psicose por alguma substância ESQUIZOFRENIA Os sintomas associados à esquizofrenia devem ser classificados como sintomas positivos ou negativos → os pacientes com esquizofrenia normalmente alternam entre os sintomas positivos e negativos Existe uma região chamada de mesolímbica que, diante de uma superestimulação dessa, aparecem os sintomas positivos como delírios, alucinações, distúrbios de pensamento, transtornos auditivos, visuais, comportamentos agressivos Os sintomas negativos ocorrem quando acontece uma hipoestimulação da região chamada mesocortical, resultando em diminuição da capacidade intelectual, deficiência na atenção, isolamento social, déficit cognitivo, ansiedade, depressão Evolução Não existe um único estudo acerca das vias envolvidas Pode ser com episódios agudos com sintomas positivos de forma predominante ou crônica e progressiva, na qual, majoritariamente, predominam os sintomas negativos Os distúrbios aparecem de forma diferente de acordo com os pacientes, e podem alternar sintomas negativos e positivos e, assim, os antipsicóticos precisam ser muito bem estabelecidos de acordo com o perfil do paciente A esquizofrenia pode aparecer diante de casos de traumas, acidentes, pode ter uma certa hereditariedade, mas, até o momento, não há uma teoria consolidada sobre o tema Teoria da dopamina Surgiu com a utilização de alguns fármacos e com as alucinações desencadeadas pelo uso de outros, como a anfetamina Essa é a teoria mais aceita para o tratamento e estabelecimento da terapia farmacológica da esquizofrenia Os sintomas positivos parecem estar envolvidos com uma superatividade da via mesolímbica, uma via dopaminérgica → diante dessa superestimulação da via dopaminérgica, na qual predominam os receptores D2, há a manifestação dos delírios e alucinações (sintomas positivos) Diante de uma diminuição da atividade da via mesocortical, que também é uma via dopaminérgica onde os receptores predominantes são os D1, há como consequência a apatia, isolamento social, depressão Teoria do glutamato Fundamentada tendo em vista que pacientes esquizofrênicos geralmente apresentam uma redução dos transportadores da expressão dos receptores de glutamato Ainda não há um tratamento farmacológico validado que utilize da estimulação desses receptores Teoria da neurodegeneração Em encéfalos de indivíduos esquizofrênicos, há uma diminuição expressiva dos neurônios Essa teoria está também associada ao agravamento progressivo da esquizofrenia, à anomalia estrutural e à diminuição das respostas aos fármacos com o uso prolongado ANTIPSICÓTICOS São classificados em: → de acordo com a afinidade pelos receptores dopaminérgicos do subtipo D2 - Primeira geração/ típicos/ convencionais/ tradicionais - Segunda geração/ atípicos De forma geral, os fármacos de primeira geração, bloqueiam os receptores D2 dopaminérgicos sendo comum haver, consequentemente, um efeito adverso associado a distúrbios do movimento - Por conta disso, fármacos de segunda geração foram criados Alice Santos de Lima 4º período 2022/1 Esse resumo não está isento de erros Os fármacos de segunda geração podem agir em receptores diversos como receptores muscarínicos, por exemplo Esses fármacos irão agir nos sintomas positivos, enquanto os sintomas negativos podem ser tratados com associação de fármacos como antidepressivos, por exemplo - Atualmente, não há uma classe de fármacos que atuem tanto nos sintomas positivos quanto nos negativos Tendo em vista a maior periculosidade associada aos sintomas positivos, esses são o alvo da estratégia dos antipsicóticos Mecanismo de ação Os fármacos neurolépticos têm uma ampla possibilidade de ligação, como a receptores muscarínicos, alfa adrenérgicos, receptores dopaminérgicos do subtipo D2 na via mesolímbica (foco dos antipsicóticos), e a receptores de serotonina e histaminérgicos De acordo com a possibilidade de se ligarem a esses múltiplos receptores, os efeitos adversos também estarão associados Além do bloqueio dos receptores D2, os antipsicóticos podem bloquear também os receptores de 5-HT2 (serotonina) e de mAch (receptores muscarínicos/ de acetilcolina) - Quando acontece o bloqueio de receptores serotoninérgicos e colinérgicos, há uma diminuição dos efeitos extrapiramidais/ motores - Ao bloquear receptores do tipo histaminérgicos, uma sedação também pode estar associada ao uso desses fármacos → pode ser desejada em caso de pacientes com esquizofrenia Não existe uma separação dos receptores dopaminérgicos D2 da via mesolímbica dos de outras regiões e é por isso que um bloqueio intenso e exclusivo desses receptores dopaminérgicos acaba estando associado a efeitos adversos muito significativos e, por isso, surgiram os fármacos de segunda geração, na tentativa de bloquear com menor intensidade os receptores D2, podendo bloquear outros receptores, atenuando os efeitos adversos - Ao se bloquearem os receptores dopaminérgicos da via nigroestriada, efeitos motores podem ser sentidos - Ao se bloquearem os receptores na via túbero- hipofisária, pode haver um aumento da liberação de prolactina → associado pelo fato de que a dopamina inibe a produção da prolactina - Pode acontecer a diminuição do prazer associada ao componente de recompensa da via mesolímbica - Pode ainda haver uma piora dos sintomas negativos com o bloqueio dos receptores dopaminérgicos da via mesocortical, tendo em vista que os sintomas negativos já estão associados a uma hipoestimulação de receptores dopaminérgicos Farmacocinética Os fármacos antipsicóticos possuem uma grande relação entre a concentração plasmática e o efeito clínico Uma mesma dose pode causar efeitos adversos, não causar respostas ou causar respostas → não há uma padronização bem estabelecida entre dose, concentração plasmática e efeito clínico A dose precisa ser ajustada individualmente a partir da tentativa e erro → inicia-se com dose mais baixa e a partir da necessidade há uma tentativa de adequação Os fármacos são metabolizados pelo citocromo p450, de modo que, se estiver havendo administração de outro fármaco que iniba essa enzima, haverá, consequentemente, um aumento da concentração plasmática Formas farmacêuticas É muito importante avaliar cada caso de forma individual para determinar a forma de administração Fármacos com administração oral precisam ser avaliados de acordo com a condição de cada paciente - Pacientes com crises psicóticos tendem não aderir a terapia farmacológica por via oral De forma geral, em crises, são administrados fármacos por via intramuscular para que haja efeito mais rápido Alice Santos de Lima 4º período 2022/1 Esse resumo não está isento de erros Em casos de pacientes que não conseguem aderir à via oral, é feita a administração intramuscular de liberação lenta, que garante a adesão à terapia e uma atuação mais prolongada - Um exemplo de fármaco administrado dessa forma é o aloperidol, chegando a durar até 4 semanas Distúrbios extrapiramidais motores São os principais associados aos antipsicóticos Existe uma projeção de neurônios dopaminérgicos da substância nigra, uma região que controla movimentos e, quando acontece essa projeção, a dopamina acaba inibindo a via gabaérgica → com a inibição da via gabaérgica, acontece o controledos movimentos finos Diante do bloqueio dos receptores dopaminérgicos, acontece uma diminuição dessa inibição, de forma que terá o estímulo pela via da acetilcolina dessa via gabaérgica e a perda do controle motor Uma estratégica para melhorar os sintomas relacionados aos distúrbios extrapiramidais é a inibição da via colinérgica porque ao inibir essa via, diminui-se o estímulo que estava acontecendo na via gabaérgica e, assim, as alterações motoras serão menos significativas Antipsicóticos de primeira geração não conseguem bloquear a via colinérgica dos receptores de acetilcolina e, por conta disso, os sintomas extrapiramidais podem ser muito representativos Fármacos de segunda geração podem ter a capacidade de bloquear, além de receptores dopaminérgicos, os receptores colinérgicos, reduzindo, assim os distúrbios motores Dois exemplos dos distúrbios extrapiramidais são: - Distonia aguda: acontecem contrações musculares involuntárias, movimentos repetitivos. Geralmente são sintomas de aparecimento mais rápido e reversíveis - Discinesia tardia: está associada ao desenvolvimento mais lento e, muitas vezes, irreversível. São sintomas musculares associados à face e à língua Efeitos adversos O aumento da produção de prolactina e as alterações comportamentais não são os únicos efeitos adversos associados ao uso dos antipsicóticos Pode acontecer disfunção sexual sobretudo pelo bloqueio dos receptores dopaminérgico e alfa 1, há a sonolência em decorrência do bloqueio dos receptores histaminérgicos, boca seca associada ao bloqueio de receptores muscarínicos, hipotensão ortostática em virtude do bloqueio dos receptores alfa 1, ganho de peso, aumento do risco de doenças cardiovasculares, justamente por conta da múltipla ligação a receptores Inconvenientes Nem todos os pacientes são responsivos à terapêutica Existe um grande risco associado à interrupção abrupta, podendo haver um aumento das crises Em relação à sobrevida, existe uma influência tendo em vista que esses antipsicóticos podem causar arritmia diminuindo a sobrevida dos pacientes Não adianta simplesmente dopar o paciente, sendo necessário avaliar as vontades e o paciente esquizofrênico com suas oscilações de consciência Outros usos clínicos dos antipsicóticos Doença bipolar, mania e depressão - Em casos de depressão não reativa aos antidepressivos clássicos, podem ser utilizados os antipsicóticos Tratamento de curta duração de agitação psicomotora e ansiedade grave Agitação e inquietação em idosos, principalmente os que possuem demência senil, Alzheimer → os antipsicóticos são usados nesses casos inclusive por conta do papel sedativo que pode ser causado Inquietação e dor em cuidados paliativos Tiques motores e soluções intratáveis Comportamento sexual antissocial Movimentos involuntários causados pela doença de Huntington A terapia não medicamentosa associada aos distúrbios do SNC é tão importante quanto a medicamentosa
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