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Pressão de um gás = causada pelo impacto das moléculas sobre uma superfície (parede do alvéolo). Daí percebemos que a pressão é proporcional à concentração das moléculas. E por que parcial? Porque não estamos falando só de um gás, mas sim da mistura de alguns (O2, CO2, N2...) Quando esse gás está dissolvido em água ou nos tecidos corporais (ex sangue), ele continua tendo pressão parcial, mas agora, para entendermos esse valor também levamos em consideração o coeficiente de solubilidade desse gás. Essa relação é feita pela lei de Henry: P = [ ]/CS Ou seja, a pressão parcial do gás é proporcional a concentração desse no sangue e inversamente proporcional ao coeficiente de solubilidade dele. São as pressões parciais que definem o sentindo em que ocorrem as trocas gasosas. Ex: a pressão parcial do O2 em sua fase/forma gasosa é maior do que quando dissolvido no sangue, por isso o sentido da troca é forma gasosa → sangue. Ex2: a pressão parcial do CO2 quando dissolvido no sague é maior do que sua forma gasosa. Por isso, o sentido da troca é sangue → forma gasosa. Além das pressões, a difusão (D) é influenciada por 5 outros fatores: 1. Solubilidade do gás no líquido CS 2. Área de corte transversal do líquido A 3. Distância pela qual o gás precisará se difundir d 4. Peso molecular do gás PM 5. Temperatura do líquido A temperatura não é muito relevante por não variar muito dentro do corpo, mas: Os 2 primeiros → diretamente proporcionais a taxa de difusão Os 2 últimos → inversamente proporcional a taxa de difusão O ar alveolar é diferente do atmosférico porque passa por 4 processos: • Umidificação • Substituição parcial • Absorção de O2 • Eliminação de CO2 Umidificação → o ar atmosférico tem pouco vapor d’água. Quando ele entra em contato com o líquido que reveste o trato respiratório, ele se torna totalmente umidificado. Substituição parcial → são necessárias várias respirações para que o ar alveolar seja completamente trocado. Essa lentificação é um mecanismo de defesa porque evita mudanças repentinas nas concentrações de gases. Absorção de O2 → é constantemente absorvido nos alvéolos. Esse processo é influenciado por 2 coisas: pela própria intensidade dessa absorção e pela intensidade de entrada de “novo” O2. Eliminação de CO2 → a PCO2 é diretamente proporcional à excreção de CO2 e inversamente proporcional a ventilação alveolar. O sangue que chega ao AE é formado 98% por sangue que sofreu hematose e 2% que veio da circulação brônquica. Lembre-se que esse sangue não sofreu hematose e é chamado de fluxo de derivação. O sangue que sofreu hematose tem uma PO2 de 104mmHg, mas ao se misturar com o fluxo de derivação, essa pressão cai pra 95mmHg. Essa é a PO2 do sangue que circula em nosso corpo. Para a difusão de O2, levamos em conta a PO2 em alguns lugares: capilares, interstício e dentro da célula. Tudo converge para que o O2 saia do vaso e chegue na célula. PO2 capilar > PO2 interstício > PO2 célula (lembre-se que a difusão acontece do local com maior pressão pro de menor) Uma coisinha legal: a célula só precisa de 1- 3mmHg para realizar suas atividades, mas ela tem esse excesso de pressão parcial pra que tenha uma oferta maior do que a demanda. A troca gasosa de O2 ocorre no 1/3 inicial do capilar pulmonar. Ou seja, ele fica 3x mais tempo no capilar do que realmente “precisaria”. Mas por que isso é importante? Porque quando a gente faz exercícios intensos, o sangue flui mais rapidamente, certo? Só que o sangue já sofreu hematose no primeiro terço do trajeto, então mesmo que o fluxo aumente ele continua se oxigenando de maneira satisfatória. Se ligue: a foto de cima é essa troca nas células normais e o gráfico é sobre a troca nos alvéolos. 3% do O2 está dissolvido no plasma e o resto circula ligado a hemoglobina. A ligação entre 02 e hemoglobina é fraca. Ela se forma em altas pressões parciais (ex: no capilar pulmonar) e se desfaz em baixas pressões (ex: nos tecidos). No sangue arterial (PO2 = 95mmHg) a saturação de hemoglobina fica em torno de 97%. Já no venoso (PO2 = 40mmHg), é de 75%. Por conta da dissociação, saturações e tudo isso que vimos, o máximo de 02 que pode existir em 100mL de sangue é 20mL. Só que isso não acontece, porque como a saturação máxima do sangue arterial é 97%, acaba que existe 19,4mL de O2 em 100mL de sangue arterial. Já no sangue venoso, esse valor é 14,4mL. Perceba que existe uma diferença de 5mL entre a quantidade de O2 no sangue arterial e venoso. Esse é o coeficiente de utilização (5mL). Ele gira em torno de 25%, mas em exercícios pode chegar até 85%. A curva de dissociação pode ser alterada por 3 coisas: pH, efeito Bohr e temperatura. pH → é proporcional a saturação de hemoglobina. Ou seja, se ele diminui (sangue ácido) a sat hemoglobina também diminui e vice versa. Efeito Bohr → O aumento na concentração de CO2 reduz a saturação de hemoglobina. Por quê? Se aumenta CO2, aumenta a produção de ácido carbônico, que ioniza e libera H+, que deixa o sague mais ácido (olhe de novo ali em cima a relação do pH com a sat de hemoglobina). Como o efeito Bohr age no corpo? Nos tecidos: o CO2 sai dos tecidos para o sangue. Nisso, a concentração de CO2 no sangue aumenta, o que diminui a saturação de hemoglobina, permitindo que o O2 saia do sangue para os tecidos. No pulmão: o CO2 sai do sangue para os alvéolos. Isso reduz a concentração do CO2 no sangue, aumentando a saturação de hemoglobina (que vai se associar ao O2 blá blá blá). Temperatura → são inversamente proporcionais. O aumento da temperatura diminui a saturação de hemoglobina e vice versa. Causam desvio para direita: → Diminuição da afinidade da hemoglobina pelo O2 → Aumento da PCO2 → Diminuição do pH → Aumento da temperatura Causam desvio para esquerda: → Aumento da afinidade da hemoglobina pelo O2 → Diminuição da PCO2 → Aumento do pH → Diminuição da temperatura → Intoxicação por monóxido de carbono CO A hemoglobina estabiliza a PO2 nos tecidos por efeito tampão. A hemoglobina mantém quase a mesma oferta de O2 aos tecidos, ainda que exista um aumento ou diminuição na PO2. Virtualmente, todo o oxigênio utilizado pelas células se transforma em gás carbônico, de modo que a PCO2 acaba aumentando. A difusão de CO2 acontece no sentido oposto à do O2 e 20x mais rapidamente (por isso, pequenas diferenças de pressão já são suficientes). PCO2 intracelular > PCO2 interstício > PCO2 capilar arterial Aqui, acontece a mesma coisa que acontecia no O2: o CO2 é difundido no 1/3 inicial do capilar pulmonar. Hipoxemia → diminuição da PO2 arterial; causada por defeito de difusão, defeito V/Q e na derivação (shunts) Hipoxia → diminuição da liberação de O2 nos tecidos; causada por diminuição do fluxo, hipoxemia, diminuição da concentração de hemoglobina, intoxicação por CO e cianeto Se ligue: a foto de cima é essa troca nas células normais e o gráfico é sobre a troca nos alvéolos. Pode ser transportado... Dissolvido no sangue → equivale a 7% do CO2. Associado a hemoglobina → 23% do CO2. Aqui, existem 2 efeitos: Bohr (que já vimos) e Haldane. Bohr diz que a associação do CO2 com a hemoglobina induz o deslocamento do O2. Já o efeito Haldane é o inverso desse: a associação do O2 com a hemoglobina também desloca CO2. Ou seja, quanto menos O2, maior a formação de carbaminoemoglobina (CO2 + hemoglobina). Bicarbonato (HCO3-) → 70% do CO2. Como é esse processo? CO2 entra na hemácia → interage com a água e forma H2CO3 (anidrase carbônica) → H2CO3 se ioniza → os H+ se associam a hemoglobina → íons bicarbonato (HCO3-) saem para o pasma pela bomba Cl-HCO3-.A variação da pressão parcial de CO2 é estreita, indo de 40-45mmHg. Logo, a variação de CO2 conduzido no sangue também é pequena (48- 52).
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