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A expansão e contração dos pulmões podem acontecer de 2 maneiras: 1. Movimentos de subida e descida do diafragma (!!!!) 2. Elevação e depressão das costelas Respiração tranquila e normal = realizada quase inteiramente pelo número 1. Na inspiração, o diafragma contrai e puxa a superfície inferior dos pulmões para baixo. Aí na expiração, o diafragma relaxa e acontece a retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais (eles “querem voltar” para seu tamanho normal). Respiração vigorosa = a musculatura abdominal ajuda na expiração rápida. Músculos da inspiração: • Elevam a caixa torácica • Intercostais externos (!!!!) • ECOM (elevam o esterno), serráteis anteriores (elevam costelas) e escalenos (elevam só as 2 primeiras costelas). Esses músculos conseguem fazer 2 tipos de movimentos na caixa torácica: • Alavanca de bomba = elevação do esterno -> aumento anteroposterior • Alça de balde = elevação das porções laterais -> aumento do diâmetro transversal Músculos da expiração: • Deprimem a caixa torácica • Reto abdominal (puxa as costelas inferiores pra baixo e, junto com outros, comprime o conteúdo abdominal pra cima, contra o diafragma) • Intercostais internos • Existe uma energia potencial elástica (Palveolar > Patm) Pressão pleural: é a pressão do líquido pleural (que está entre as pleuras visceral e parietal). Ela é normalmente uma sucção (ou seja, ela meio que “puxa” o pulmão, fazendo com que ele acompanhe a expansão da parede torácica). É uma pressão negativa. Na inspiração, ela varia entre -5 e -7,5 e depois, na expiração, volta ao seu valor normal. OBS: o pulmão, por ser elástico, tende a se recolher. Pressão alveolar: é a pressão do ar no interior dos alvéolos pulmonares. Para que ocorra o influxo de ar para os alvéolos (na inspiração), a pressão alveolar deve ser um pouco menor que a pressão atmosférica e, por isso, ela fica ligeiramente negativa, permitindo que ocorra essa troca. Pressão transpulmonar: é a diferença entre as pressões alveolar e pleural. Quanto maior, maior o volume de ar dentro do pulmão. É a responsável direta pela distensão alveolar. Pressão transmural (Pt): diretamente relacionada com a manutenção da abertura das vias aéreas, em todas as fases ??? Os alvéolos se mantém abertos pela tração exercida pela parede torácica sobre a superfície externa do pulmão (gradiente de pressão transmural nos alvéolos mais externos seja transmitido para os mais internos por meio dos septos alveolares). É o grau de extensão dos pulmões por cada unidade de aumento da pressão transpulmonar. Ela é a capacidade de distensão do pulmão e é inversamente proporcional a elastância: quanto mais tecido elástico, mais difícil é a distensão. O pulmão tem uma boa complacência, ou seja, consegue se distender bastante sem grandes alterações de pressão. As forças elásticas dos pulmões que “definem” as características da complacência, e elas se dividem em 2: 1. Força elástica do tecido pulmonar propriamente dito - determinadas pelas fibras de elastina e colágeno, entrelaçadas no parênquima. - tendem a provocar o colapso do pulmão cheio de ar 2. Forças elásticas causadas pela tensão superficial - são causadas pela tensão do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos - quando os pulmões são cheios de ar, existe uma interface entre o líquido alveolar e o ar que tá dentro do alvéolo. Mas qual é o princípio da tensão superficial? Quando a água forma uma superfície de contato com o ar, as moléculas de água que estão na superfície tendem a se atrair mais fortemente. Na superfície interna dos alvéolos, a água presente também está tentando “se contrair” e isso força o ar para fora do alvéolo, induzindo o colapso do alvéolo. Pensando no pulmão todo, todas essas mini contrações em cada alvéolo formam a força elástica de tensão superficial. Ou seja, a tensão superficial forma uma pressão capaz de colapsar o alvéolo (pressão colapsante). Isso tudo é explicado pela lei de Laplace: P = 2T/r P = pressão colapsante T = tensão superficial r = raio do alvéolo Início da inspiração → alvéolos + fechados; tensão superficial grande; baixa produção de surfactantes Depois dessa fase inicial (parte mais achatada), o pulmão “vence” a resistência e a produção de surfactante aumenta. Com isso, o pulmão aumenta seu volume mais rapidamente e sem uma grande alteração de pressão. Início da expiração → alvéolos distendidos; tensão superficial pequena; muito surfactante. Depois dessa fase inicial (parte mais achatada), a quantidade de surfactante diminui e a tensão aumenta, com isso o ar é expelido mais rapidamente e com uma pequena alteração da pressão. Histerese: diferença entre a curva de volume e pressão na inspiração e expiração. As forças teciduais (1) representam apenas 1/3 da elasticidade total pulmonar, enquanto as forças de tensão superficiais líquido-ar (2) representam cerca de 2/3. = agente ativo da superfície da água Ele reduz bastante a tensão superficial da água. É secretado por células epiteliais especiais, as células epiteliais alveolares tipo II, que são cerca de 10% da área de superfície alveolar. É formado principalmente por fosfolipídios, apoproteínas surfactantes e íons cálcio. A extremidade hidrofílica dos fosfolipídios interage com as moléculas da superfície da água, diminuindo a tensão superficial. Consequentemente, a pressão colapsante também diminui e aumenta a complacência do alvéolo (não vai precisar de tanta pressão para expandi-lo). Ele reduz o trabalho da inspiração. É a energia usada para respirarmos. Em condições normais (nossa respiração basal), a expiração é passiva e por isso não gasta energia. Dessa forma, nesse processo apenas a inspiração realiza trabalho, que é dividido em 3: • Trabalho elástico/de complacência: ele vence a força elástica do tecido pulmonar (porque essa tende a colabar o pulmão). • Trabalho de resistência pulmonar: vence a viscosidade associada ao tecido pulmonar e das vias aéreas • Trabalho de resistência das vias aéreas: movimenta o ar para o interior dos pulmões O trabalho respiratório equivale, em média, a 3- 5% da energia do corpo, podendo aumentar até 50x em exercícios intensos ou devido a DPOC ou fibrose pulmonar. É usado para avaliar o funcionamento pulmonar. O paciente vai ter as narinas tapadas e vai respirar somente com a boca no espirômetro. Com isso, o fluxo da sua respiração será convertido em um gráfico tipo esse: Ventilação minuto: é a quantidade total de novo ar levado para o interior das vias aéreas por minuto. É o resultado da multiplicação do volume corrente pela frequência respiratória por minuto. É, em média, 6L/min. Surfactante pulmonar e interdependência alveolar → estabilizam os alvéolos e impedem o colapso alveolar (atelectasias) Relembrando, ela é a quantidade de ar que permanece no pulmão após a expiração normal. Pode variar muito a depender da situação. Não é possível medi-la com o espirômetro normal exatamente porque ela mede um valor que fica no pulmão. Para conseguir fazer a medição, o espirômetro normal é associado ao método de diluição de hélio. Resumindo tudo, colocamos uma concentração conhecida de hélio no ar que sai do espirômetro. Com o método, depois que a pessoa respira o hélio é diluído pelos gases da CRF e a partir do nível de diluição do hélio, podemos medir o valor da CRF, pela fórmula: CiHe conc. Inicial de hélio; CfHe = conc. final de hélio Viespr = volume inicial do espirômetro Depois que descobrimos o valor de CRF, podemos medir o volume residual (VR) e a capacidade pulmonar total (CPT). VR = CRF – VRE CPT = CRF+ CI É a velocidade/intensidade com que o ar novo alcança essas áreas (alvéolos, sacos alveolares, ductos, bronquíolos etc.). É um dos principais fatores determinantes das concentrações de O2 e CO2 nos alvéolos. Ar do espaço morto: é o ar que não participa das trocas gasosas porque não alcança as áreas em que elas acontecem. Ele preenche locais como nariz, traqueia e faringe. É, em média, 150mL. Existe o espaço morto anatômico (esse que já falamos: o ar que simplesmente não chega nas áreas de trocas) e o fisiológico. Espaço morto fisiológico: é todo o volume de ar que não passou por troca gasosa. Pq isso acontece? Porque as vezes temos alvéolos que não fazem troca gasosa por diversos motivos (ex: baixo aporte sanguíneo) e por isso, mesmo que o ar chegue a essas regiões, não fará troca. Em pessoas normais, basicamente não existe diferença entre eles (os alvéolos estão funcionando normalmente e o espaço morto se resume basicamente ao anatômico), mas em pessoas com patologias, o espaço morto pode aumentar muito. (Essa foto explica bem, mas se não entender → vídeo aula 2 de fisio) Como medir o volume do espaço morto? N falou Colocamos o paciente para respirar O2 puro. O espaço morto é enchido por O2, mas esse não repõe completamente o ar alveolar. Quando a pessoa expira (lembre-se que na expiração, primeiro sai o ar do espaço morto, ok?), inicialmente vai sair o O2 puro, sem nenhum nitrogênio. Depois, quando o ar alveolar começar a sair, a quantidade de nitrogênio aumenta. Por isso, no gráfico, a área cinza representa o O2 puro (=capacidade do espaço morto). Ventilação alveolar por minuto: é o volume total de novo ar que entra nos alvéolos e regiões adjacentes de trocas gasosas por minuto. Va = Freq x (Vc – Vm) Va = ventilação alveolar Freq = frequência respiratória por minuto Vc = volume corrente Vm = volume do espaço morto Fonação • É a produção de sons pelos movimentos do ar através das cordas vocais • Controle do SNC sobre os músculos da respiração – fluxo de ar através das cordas vocais e da boca Mecanismos de defesa pulmonares • Condicionamento de ar – impedem que os alvéolos fiquem frios e ressecados; • Olfação – identificação de gases lesivos impedindo a condução para vias aéreas inferiores; • Filtração e remoção de partículas inspiradas – estimulação mecânica ou química dos receptores nasais, traqueais e laríngeos - broncoconstrição – tosse e espirros • Transporte mucociliar – “Escada rolante mucociliar” as partículas que ficam presas ao muco são deslocadas em direção a faringe (deglutido, expectorado ou removido) • Macrófagos alveolares – recobrem a superfície alveolar que destroem as partículas inaladas com seus lisossomos (participam também na resposta imunológica e inflamatória pulmonar) • Reservatório de sangue para o VE – a circulação pulmonar por causa da sua alta complacência contém 250 a 300ml de sangue por m2 de área superficial corporal (Homem- volume sanguíneo pulmonar de 500ml) • Absorção de medicamentos – algumas drogas e substâncias químicas passam através da barreira alveolocapilar por difusão penetrando rapidamente na circulação sistêmica (gases anestésicos, óxido nítrico, broncodilatadores) • Equilíbrio ácido básico – através da ventilação conseguimos neutralizar o pH, pela da exalação do CO2 Podemos dividi-las em 2 porções: condutora e respiratória Porção condutora Não realiza trocas gasosas, sendo considerado o espaço morto anatômico. Nariz → bronquíolos terminais Revestimento: epitélio dotado de células secretoras de muco e células ciliadas (por isso, é capaz de remover partículas inaladas). Tipo de musculatura: lisa Inervação: autônomica Obs: o componente simpático ativa os receptores B2, causando relaxamento e dilatação. Seu componente parassimpático atua nos receptores muscarínicos, causando a contração e constrição. Porção respiratória Já tem alvéolos, logo, tem trocas gasosas. Alvéolos: evaginações na forma de sacos. Cada pulmão tem, mais ou menos, 300 milhões. • • • Resistência ao fluxo de ar: maior nas vias aéreas superiores Área de sessão transversa: maior na zona respiratória
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