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Processo Legislativo

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Processo Legislativo 
O processo legislativo corresponde a um conjunto de normas previstas na CF/88 com o objetivo 
de disciplinar o processo de elaboração de leis e demais atos normativos (ex: emendas 
constitucionais, medidas provisórias, leis delegadas). 
Conhecer o processo legislativo é útil porque há ligação com dois pontos relevantes do edital de 
Direito Interno: (i) processo legislativo, que requer o conhecimento das normas previstas no 
art.59 a 69 da CF; (ii) o controle de constitucionalidade: a inobservância das regras da CF/88 
sobre o processo legislativo ocasiona a configuração de inconstitucionalidade formal. 
O ponto de partida para entender o processo legislativo é organizar os artigos da CF/88 que 
tratam desse tema: 
A) Art.59: prevê um rol de atos normativos 
B) Art.60: trata das regras do processo legislativo de emenda constitucional 
C) Art.61,63,64,64,66,67 e 69: tratam das regras do processo legislativo de lei ordinária e 
de lei complementar 
D) Art.62: cuida do processo legislativo de medida provisória 
E) Art.68: trata do processo legislativo de lei delegada 
 
Leis delegadas 
São atos normativos criados pelo Presidente da República após autorização prévia do Congresso 
Nacional. Logo, a elaboração de leis delegadas pelo Presidente da República representa 
exercício de função legislativa pelo Poder Executivo; a função legislativa corresponde a uma das 
funções atípicas do Poder Executivo. 
Com efeito, o art.68, “caput”, da CF/88 prevê que o Presidente da República deverá solicitar 
uma autorização do Congresso Nacional para que possa elaborar leis delegadas. Para que seja 
possível a elaboração de lei delegada pelo chefe do Poder Executivo, o Congresso Nacional 
deverá expedir uma resolução que especificará o conteúdo e os limites para a elaboração da lei 
delegada. 
OBS: Para autorizar o Presidente da República a criar lei delegada, o Congresso Nacional expede 
uma resolução, e não um decreto legislativo. 
O art.49,V, da CF/88 prevê que o Congresso Nacional tem competência para sustar os atos 
normativos do Poder Executivo (lei delegada) que exorbitem os limites da delegação legislativa 
(que não observam o teor da resolução do Congresso). 
Por fim, interessa registrar que o art.68,§1º da CF/88 prevê as matérias que não podem ser 
objeto de lei delegada. São elas: 
(I) Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional 
(II) Atos de competência privativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
(III) Matérias reservadas à lei complementar 
(IV) Matéria relacionada à organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, 
carreira e garantia dos seus membros 
(V) Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais 
(VI) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos 
OBS: tema relacionado à condição jurídica do estrangeiro (ex: asilo político, refúgio, deportação, 
extradição etc) não pode ser objeto de lei delegada, uma vez que se refere à nacionalidade 
(estrangeira). 
 
Medida provisória (art.62) 
O art.62, “caput” da CF/88 prevê que o Presidente da República tem competência para criar 
medida provisória com força de lei, desde que observados dois pressupostos cumulativos: 
relevância e urgência. 
OBS: ao interpretar o art.62, “caput” da CF/88 o STF sedimentou o entendimento de que 
Governador de Estado poderá editar medida provisória se houver previsão expressa na 
respectiva Constituição estadual. Em relação à edição de medidas provisórias por prefeitos, 
entende-se que apenas será possível se houver dupla previsão: na Constituição Estadual e na 
respectiva Lei Orgânica Municipal.

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