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GESTÃO 
AMBIENTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Diferenciar crescimento econômico de desenvolvimento econômico sus-
tentável.
 > Reconhecer as principais vertentes econômicas que abordam os problemas 
ambientais.
 > Identificar as características principais do ambientalismo e do ambienta-
lismo radical.
Introdução
O objetivo geral da gestão ambiental em empresas é fazer com que cada uma 
delas obtenha lucros, mas evitando ou mitigando os impactos ao meio ambiente, 
otimizando o uso de matérias-primas e reduzindo os resíduos gerados. Dessa 
forma, as empresas buscam promover o desenvolvimento sustentável, pelo qual 
obtêm crescimento econômico, mas sem comprometer a preservação do meio 
ambiente e o desenvolvimento social, fazendo com que as gerações futuras tenham 
acesso a um ambiente equilibrado. O primeiro passo para que o desenvolvimento 
sustentável seja alcançado é reconhecer que os recursos naturais são finitos.
Neste capítulo, você conhecerá as condições necessárias para um crescimento 
econômico sustentável, bem como as ferramentas e conhecimentos de que as 
empresas dispõem para colocá-lo em prática e ainda assim garantir seus lucros. Por 
fim, verá a importância do ambientalismo e suas diversas formas de manifestação. 
Desenvolvimento 
sustentável
Ronei Tiago Stein
Crescimento econômico versus 
desenvolvimento econômico sustentável
O aumento da população mundial ao longo da história exige áreas cada vez 
maiores para a produção de alimentos, bem como técnicas de cultivo que 
aumentem a produtividade da terra. Florestas cedem lugar a lavouras e 
criações, espécies animais e vegetais são domesticadas, muitas extintas e 
outras, ao perderem seus predadores naturais, multiplicam-se acelerada-
mente, afetando toda a cadeia alimentar (ALMEIDA, 2007). 
Há séculos, o ser humano vem retirando matérias-primas do ambiente, para 
promover seu sustento e desenvolvimento. Em troca, ele devolve poluição, 
contaminação e degradação ao ambiente, provocando enormes impactos. 
Conforme ressalta Schwanke (2013), esse modelo é denominado sistema 
aberto, e está baseado nas seguintes premissas:
 � suprimento inesgotável de energia;
 � suprimento inesgotáveĺ de matéria;
 � capacidade infinita do meio de reciclar matéria e absorver energia.
Infelizmente, muitas pessoas, empresas e alguns governos ainda possuem 
essa errônea ideia de que a energia e a matéria são inesgotáveis. Sob essa 
premissa, o ambiente acaba sendo deixado totalmente de lado, havendo 
apenas e unicamente a preocupação com o crescimento da economia. Esses 
agentes não estão preocupados com a causa ambiental, fazendo apenas o 
estritamente necessário em relação ao ambiente. Ou seja, o lucro é o único 
objetivo do crescimento econômico, não importando como exatamente será 
obtido, quais as consequências ambientais para obtê-lo e quais efeitos que 
a sociedade irá enfrentar.
Por outro lado, Schwanke (2013) menciona que cada vez mais a questão 
ambiental vem se tornando uma realidade para os diversos setores da so-
ciedade (indústrias, governos, população), com a conscientização de que 
o acúmulo de resíduos, desmatamentos, queimadas e outras formas de 
degradação ambiental podem trazer graves consequências para a saúde, 
para a qualidade ambiental e para a própria imagem dos agentes envolvidos. 
No setor produtivo, esses valores foram gradativamente incorporados com 
ações no sentido da utilização racional dos recursos naturais e do controle 
dos impactos negativos ao meio ambiente, originando uma nova percepção 
ambiental. Dessa forma, surgiu o modelo de desenvolvimento sustentável, 
que foi conceituado em 1987, pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e 
Desenvolvimento sustentável2
Meio Ambiente, formada originalmente pela Organização das Nações Unidas 
(ONU) em 1984.
De maneira geral, o desenvolvimento sustentável busca atender três 
aspectos básicos: o econômico, o ambiental e o social. Cabe mencionar que 
esses três aspectos devem estar em total integração para que a sustenta-
bilidade realmente se mantenha. Qualquer atividade econômica, seja ela 
para produção ou consumo, envolve a utilização de ambiente natural. Logo, 
quando uma empresa deseja otimizar insumos e gerar menos poluentes, 
além do próprio ambiente sair ganhando, a empresa economiza dinheiro e 
a população de modo geral sai ganhando em qualidade de vida, pois menos 
poluentes são gerados. 
Para uma empresa ser considerada sustentável, deve contemplar as cinco 
dimensões de sustentabilidade, descritas a seguir (CAMPOS, 2001):
 � Sustentabilidade social — entendida como a criação de um processo de 
desenvolvimento sustentado por uma civilização com maior equidade 
na distribuição de renda e de bens, de modo a reduzir o abismo entre 
os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
 � Sustentabilidade econômica — deve ser alcançada mediante o ge-
renciamento e a alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo 
constante de investimentos públicos e privados.
 � Sustentabilidade ecológica — pode ser alcançada por meio do aumento 
da capacidade de utilização dos recursos, limitação do consumo de 
combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são facil-
mente esgotáveis, redução da geração de resíduos e poluição, tudo 
isso mediante conservação de energia e recursos e da reciclagem.
 � Sustentabilidade espacial — voltada à obtenção de uma configuração 
rural–urbana mais equilibrada e uma melhor distribuição territorial 
dos assentamentos humanos e das atividades econômicas.
 � Sustentabilidade cultural — inclui a procura por raízes endógenas de 
processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, que 
facilitem a geração de soluções específicas para o local, o ecossistema, 
a cultura e a área.
Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016) mencionam que a gestão da produção, 
com foco na sustentabilidade, deve considerar não apenas a eficiência do 
processo em termos de perda de matéria-prima, uso de energia, qualidade dos 
produtos e serviços, tecnologia e capacidade de inovação, responsabilidade 
social e ecológica, mas também a recuperação, reutilização ou reciclagem, 
Desenvolvimento sustentável 3
a conservação dos recursos naturais e os impactos ocasionados pelo ciclo 
de vida dos produtos. Dessa forma, princípios de prevenção e precaução 
ambiental tornam-se parte do processo de produção.
Dentre os benefícios que uma empresa pode obter ao implantar uma 
produção mais sustentável, Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016) destacam:
 � desenvolvimento de produtos com ecodesign e potencialização do 
valor percebido pelo cliente;
 � integração dos sistemas de gestão para tornar o uso de informações 
mais objetivo; 
 � relação de parceria com os clientes e fornecedores para adequar a 
produção e produzir somente o que for necessário; 
 � otimização do esforço produtivo pelo desperdício zero, para gerar 
menor número de ações e resíduos;
 � menor consumo de energia e recursos; 
 � seleção de matérias-primas e insumos ambientalmente adequados; 
 � locais de trabalho mais limpos e seguros.
A Figura 1 resume alguns propósitos dos modelos de produção sustentáveis. 
Figura 1. Elementos vinculados aos modelos de produção sustentável. 
Fonte: Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2016, p. 154). 
Desenvolvimento sustentável4
Segundo Haddad (2015), nos últimos tempos têm surgido iniciativas do 
governo federal estimulando o desenvolvimento mais sustentável por meio 
de alguns incentivos fiscais. Algum exemplos são destacados a seguir. 
 � Ecocrédito municipal: mecanismo econômico de mercado sob a forma 
de incentivo fiscal que visa estimular, dentro das propriedades ru-
rais nos limites geográficos de um município, a formação de áreas de 
preservação ambiental destinadas à conservação da biodiversidade 
e dos recursos hídricos.
 � ICMS ecológico: denominação para qualquer critério ou conjunto de 
critérios de caráter ambiental utilizados para o cálculo do valor que 
cada município de um estado tem direito a receber do repasse de25% dos recursos financeiros do Imposto sobre Operações Relativas 
à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), decididos 
autonomamente por lei estadual. Quanto maior a participação do ICMS 
ecológico nesse valor, maiores serão os incentivos fiscais para que os 
municípios implementem projetos de preservação ambiental, incluindo 
os ecossistemas de bacias hidrográficas e a sua biodiversidade.
 � Impostos verdes e taxas ambientais: representam basicamente a 
imposição de um ônus financeiro sobre a poluição ou degradação 
ambiental. Seria pago pelas empresas que, nas fases de implantação, 
de operação e de manutenção de seus empreendimentos, provocas-
sem danos ambientais, descarregando e emitindo resíduos no meio 
ambiente, sendo que suas alíquotas diferenciadas seriam calibradas 
de acordo com o dano que a poluição do empreendimento provoca. 
Inversamente, pode-se pensar no imposto verde positivo (ou benefício) 
para empresas e consumidores, como o Imposto de Renda Ecológico, 
um tipo de Lei Rouanet para o patrimônio natural.
 � Financiamentos incentivados: abertura ou uso de linhas especiais de 
financiamento para projetos de investimento que tenham por objetivo 
a conservação e a preservação dos recursos ambientais, assim como a 
introdução de critérios ambientais na avaliação de projetos de inves-
timentos de infraestrutura econômica e de projetos de investimento 
diretamente produtivos.
Sendo assim, existe uma grande diferente entre o desenvolvimento eco-
nômico e o desenvolvimento econômico sustentável. Obviamente, a economia 
de uma nação ou empresa é fundamental, mas o crescimento precisa trazer 
Desenvolvimento sustentável 5
bem-estar social e respeitar o ambiente. Os lucros são importantes, mas 
devem estar baseados em uma economia que vise encontrar formas de reduzir 
ou diminuir os impactos ambientais. 
Soluções econômicas para problemas 
ambientais
Algumas correntes de economistas têm procurado desenvolver conceitos, 
métodos e técnicas que objetivam calcular os valores econômicos detidos 
pelo ambiente. Dessa forma, ao longo da história, foram surgindo diferentes 
linhas de pensamento/vertentes econômicas. Logo, quando mencionamos 
vertentes econômicas que abordam as questões ambientais, estamos falando 
de formas de promover um crescimento que respeite o ambiente. Cabe res-
saltar que esses pensamentos foram evoluindo à medida que o ser humano 
obteve mais informações/conhecimentos sobre as questões ambientais. 
Dentre as principais linhas de pensamento nessa área, Portugal, Portugal 
Júnior e Brito (2012) mencionam:
 � malthusiana;
 � neoclássica; 
 � economia ecológica;
 � economia do desenvolvimento sustentável (ecodesenvolvimento). 
Cada linha de pensamento citada apresenta diferentes vertentes 
econômicas, ou seja, características específicas, seja em relação 
ao surgimento ou à evolução. Além disso, apresentam diferentes contribuições 
para o entendimento da problemática ambiental no âmbito econômico mundial.
A linha de pensamento malthusiana tem origem na teoria do economista 
inglês Thomas Robert Malthus (1766–1834), cuja doutrina relacionava a 
evolução da população e a capacidade produtiva da economia. Conforme 
mencionam Barbieri e Feijó (2014), Malthus ligou a questão da sobrevivência 
humana com o crescimento populacional e a competição por recursos 
naturais. A quantidade de alimentos e outros recursos disponíveis para 
o consumo humano representava para ele um freio ou um estímulo, de-
pendendo de sua escassez relativa, para o crescimento demográfico. 
Ou seja, afirmava que a população cresceria até o ponto em que seria 
Desenvolvimento sustentável6
simplesmente impossível produzir alimentos suficientes para o grande 
número de pessoas que existentes no planeta.
De acordo com Portugal, Portugal Júnior e Brito (2012, documento on-line), 
Malthus afirmava:
Que a população crescia em uma progressão geométrica enquanto que a produção, 
principalmente de alimentos, tinha seu crescimento em progressão aritmética. 
Isso levaria a um grave problema de baixo abastecimento de um mercado com 
demanda em franca expansão. 
Na época de Malthus, não havia, nas mais diferentes áreas, tecnologias e 
conhecimentos científicos como nos dias atuais. Por isso, ele imaginava que 
esse “colapso alimentar” ocorreria em um futuro muito breve. Passados mais 
de 190 anos de sua morte, tal colapso alimentar ainda não chegou, apesar 
de algumas nações, principalmente as mais pobres, apresentarem graves 
problemas de fome. 
Por sua vez, a linha de pensamento neoclássica defende que o mercado ga-
rante o equilíbrio entre a disponibilidade e a demanda de recursos básicos, como 
de água, por exemplo, sendo que a cobrança altera o comportamento dos agentes 
para melhor (GODOY, 2011). A economia neoclássica surgiu no fim do século 
XIX e início do século XX, pelos estudos do austríaco Carl Menger (1840–1921), do 
inglês William Stanley Jevons (1835–1882) e do francês Léon Walras (1834–1910). 
Cabe mencionar que houve outros autores/estudiosos que compuseram as bases 
da economia neoclássica, mas estes três foram os que mais se destacaram. 
A economia neoclássica nasceu em diversos países, sob culturas econô-
micas diferentes, quase ao mesmo tempo, tendo o “[...] objetivo central de 
mostrar como um mercado funciona quando tais átomos sociais dançam, 
por assim dizer, a música dos preços” (PRADO, 2001, p. 11). Ou seja, a eco-
nomia neoclássica estuda a formação dos preços, a produção e a distribui-
ção da renda por meio do mecanismo de oferta e demanda dos mercados.
Atualmente, predomina no cenário mundial a economia neoclássica, 
sendo que existem diferentes versões em uso na área da economia. 
Prado (2001) menciona que há uma versão macroeconômica, que se caracteriza 
por empregar variáveis agregadas como produto nacional, consumo, renda, 
quantidade de moeda, etc., em especial a noção de função de produção agregada, 
na qual entram, grosso modo, os fatores de produção de capital, trabalho e terra. 
Há também uma versão microeconômica, em que os fatores de produção são 
considerados, um a um, como quantidades homogêneas, e os consumidores e 
as firmas são agentes que tomam decisões individualmente.
Desenvolvimento sustentável 7
Porém, principalmente após a década de 1960, no período pós-guerra, 
empresas, governos e indivíduos começaram a se preocupar mais com as 
questões ambientais. Dessa forma, surgiu a economia ecológica (também 
chamada de economia verde em algumas bibliografias), que está baseada 
em um desenvolvimento mais sustentável, que inicialmente era denominado 
de ecodesenvolvimento. 
A economia ecológica representa uma crítica direta ao sistema econômico 
clássico, o qual não insere os custos ambientais na abordagem econômica. 
O ponto de vista ecológico na economia implica uma mudança fundamental 
na percepção dos problemas de alocação de recursos e de como devem ser 
tratados, postulando uma revisão da dinâmica do crescimento econômico 
(CAVALCANTI, 2003).
Conforme Romeiro (2012), para algo ser considerado sustentável, o desen-
volvimento deve ser economicamente sustentado (ou eficiente), socialmente 
desejável (ou includente) e ecologicamente prudente (ou equilibrado). O 
autor ainda menciona que a proposição conciliadora dos ecodesenvolvi-
mentistas se baseia num conceito normativo sobre como pode e deve ser o 
desenvolvimento. A intenção é manter um crescimento econômico eficiente 
(sustentado) a longo prazo, acompanhado da melhoria das condições sociais 
(distribuindo renda) e respeitando o meio ambiente. De modo análogo, os 
ecodesenvolvimentistas propõem um conjunto de políticas ambientais ca-
pazes de levar em conta o risco ambiental, havendo um equilíbrio entre o 
crescimento econômico e meio ambiente.
Atualmente, existem diferentes maneiras de promover o desenvolvimento 
mais sustentável em empresas e garantir uma economia mais ecológica. Como 
exemplos, podemos citara Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos, a 
Produção mais Limpa (P+L), o ecodesign e a logística reversa. 
Chehebe (1997) menciona que a ACV dos produtos é uma técnica que busca 
avaliar os aspectos e os impactos potenciais associados a um determinado pro-
duto, compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-
-primas elementares que entram no sistema produtivo até o descarte do produto 
final. Logo, a ACV é a parte da gestão ambiental que avalia produtos e processos. 
A partir da ACV, empresas podem identificar e prever falhas na questão 
ambiental, para então encontrar soluções que busquem minimizar ou eliminar 
essas falhas, bem como eventuais impactos ambientais, e até mesmo diminuir 
a quantidade de materiais/rejeitos gerados. Com isso, o próprio consumidor/
cliente poderá escolher produtos mais sustentáveis.
Já a P+L consiste em realizar ajustes no processo produtivo, a fim de 
reduzir a emissão e geração de resíduos sólidos. Segundo Lemos, Mello e 
Desenvolvimento sustentável8
Nascimento (2008), esses ajustes podem envolver pequenas reparações na 
situação atual da planta empresarial, compra de novas tecnologias (simples 
ou complexas) ou a troca de todo o sistema de produção. Essa escolha varia 
de empresa para empresa, sendo preciso avaliar o processo produtivo de 
cada uma de forma isolada.
Por sua vez, o ecodesign busca evitar o uso de determinados materiais, 
tendo em vista a dificuldade em relação aos seus processos de reciclagem 
e descarte final de forma isolada. O ecodesign deve prever que os objetos/
produtos serão reciclados e, para isso, precisam ser desmontados. É im-
portante facilitar o reconhecimento dos materiais, de modo que todos os 
componentes, mesmo os constituídos por diferentes materiais, possam ser 
reciclados e reutilizados. 
Assim, o ecodesign promove o uso de materiais renováveis. Carvalho e 
Mano (2018) descrevem que os processos e métodos dos materiais renováveis 
partem do descarte de um material ou de partes de um produto. Quanto mais 
fácil for a desmontagem e a extensão de vida desses materiais, maiores serão 
as possibilidades de renovação de novos materiais. 
Por fim, as atividades da logística reversa estão relacionadas com o des-
tino adequado de produtos e embalagens, de forma que respeitem o meio 
ambiente. Leite (2009) e Pereira et al. (2012) mencionam que a logística reversa 
em empresas tem como vantagens:
 � aumento da competitividade;
 � promoção da limpeza de estoque;
 � garantia do respeito às legislações em vigor;
 � valorização econômica; 
 � garantia da recuperação de ativos.
Logo, percebe-se que diferentes linhas econômicas foram responsáveis pelos 
conhecimentos do atual modelo econômico em uso. Mais recentemente, devido 
à conscientização quanto aos impactos ambientais que veem sendo causados, 
o ser humano vem cada vez mais se preocupando com a questão ambiental e 
buscando uma economia mais limpa e ambientalmente mais eficiente. 
Tipos de ambientalismo 
De acordo com Pereira (2018), atualmente é comum as pessoas (ou até mesmo 
as empresas) se declarem ambientalistas, mesmo que não participem de um 
grupo da sociedade civil dedicado à proteção ambiental.
Desenvolvimento sustentável 9
De modo geral, o ambientalismo é um movimento construído historica-
mente, estando disperso em diversas vertentes, dedicando-se a proteção e 
conservação do ambiente.
Philippi Jr. (2014) descreve que, ao longo das décadas de 1950 e 1960, 
várias questões sociais e políticas criaram um intenso ativismo 
público, que acabou instigando a formação de um movimento ambientalista 
mais amplo. No Brasil, durante a década de 1960 foram produzidas importantes 
legislações voltadas à proteção ambiental, como o novo Código Florestal e a 
nova Lei de Proteção aos Animais.
Alguns fatores desempenharam um papel decisivo na formação dos mo-
vimentos ambientalistas, dentre os quais podemos destacar os seguintes 
(PHILIPPI JR., 2014):
 � tomada de consciência a respeito dos efeitos da afluência no pós-guerra 
e das consequências dos testes atômicos; 
 � ampla divulgação de uma série de desastres ambientais;
 � avanços no conhecimento científico no tocante à temática ambiental; 
 � publicação de estudos antropológicos a respeito dos valores e do estilo 
de vida dos povos tradicionais e a influência de outros movimentos 
sociais.
No âmbito mundial, o ambientalismo vem mostrando uma crescente 
integração com outros movimentos sociais, pois cada vez mais as pessoas 
estão percebendo que, por trás das crescentes disparidades sociais, da de-
gradação ambiental e dos abusos aos direitos humanos, estão as estruturas 
econômicas globalizadas, o que exige, portanto, uma estratégia política 
de enfrentamento global para garantir a construção e a consolidação das 
sociedades sustentáveis (PHILIPPI JR., 2014).
O ambientalismo está comprometido não apenas com um ambiente em 
que prepondera e preocupa a questão da poluição decorrente da industria-
lização, mas também com fatores subjacentes à vida das espécies presentes 
no planeta (GOMES; BRANDALISE, 2017). 
Em termos gerais, podemos distinguir tipos diferentes ambientalismo. O 
primeiro deles pode ser chamado de ambientalismo conservacionista, que 
busca a compensação por uma atividade extrativa, como a mineração ou a 
extração de petróleo. A compensação busca proteger determinado fragmento 
de paisagem natural da ocupação e uso extrativista pelo ser humano. Por 
Desenvolvimento sustentável10
isso, seus representantes buscam criar zonas de amortecimento e zonas de 
proteção, seja da vegetação nativa, fauna ou corpos d'água, a fim de que não 
haja atividades antrópicas extrativistas nessas áreas.
Há também o chamado de ambientalismo populista, aquele que busca 
promover a nacionalização das atividades extrativas e estimular a indústria 
nacional. Ou seja, seu objetivo é transferir o impacto ambiental causado por 
empresas para o Estado, já que as empresas geram impostos e empregos. 
Dessa forma, esse tipo de ambientalismo apresenta a ideia de que o Estado é 
responsável por encontrar formas de evitar e mitigar os impactos ambientais. 
Tamos ainda o que poderíamos chamar de ambientalismo das formas 
de vida, cuja ideia central é que as empresas possam praticar a atividade 
extrativa, desde que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e o 
crescimento econômico da população afetada e/ou que se encontre próxima 
ao empreendimento. Ou seja, esse tipo de ambientalismo busca compensar 
a atividade extrativista por meio do apoio à população.
Já o chamado ambientalismo de justiça socioambiental critica o modelo 
econômico vigente, que discrimina certos grupos da sociedade, principalmente 
quem apresenta menores condições financeiras. Dessa forma, busca a justiça 
social e vê a desigualdade social como algo inaceitável. Dentre as práticas 
adotadas por esse tipo de ambientalismo, destacam-se o consentimento 
livre, prévio e informado, o zoneamento ecológico socioeconômico, a plena 
participação da população nas decisões que a afetam e a regulamentação 
estrita das indústrias extrativas para garantir que os direitos da população 
envolvida não sejam violados.
Por fim, temos o ambientalismo radical (também chamado de profundo), 
que encara a natureza como portadora de direitos semelhantes aos possu-
ídos pelas pessoas. Dessa forma, nenhuma atividade extrativista pode ser 
praticada, uma vez que a terra seria um ser vivo, assim como as plantas e os 
animais. Todos teriam o mesmo direito de não serem violados, e isso inclui 
o ambiente como um todo. Tampouco busca qualquer tipo de compensação 
da empresa extrativista, apenas a manutenção de ambientes sem qualquer 
interferência externa.
Frente ao que prega o ambientalismo radical, parece impossível imagi-
narmos o desenvolvimento da economia e da própria humanidade sem haver 
interferências e impactos ambientais. Obviamente, precisamos encontrar 
formas de produzir e promover o desenvolvimento econômico, mas de forma 
mais sustentável.Todos esses tipos de ambientalismo surgiram principalmente após a 
década de 1960, quando emergiu uma maior preocupação com as questões 
Desenvolvimento sustentável 11
ambientais, dando origem à chamada economia verde. Mesmo que o ser 
humano venha causando grandes impactos ambientais, não podemos ser 
radicais a ponto de proibir toda e qualquer prática extrativista ou que vise 
o desenvolvimento econômico. Para haver desenvolvimento, a humanidade 
depende dos recursos naturais. Caso as atividades extrativistas fossem 
proibidas, haveria consequências sociais enormes, pois muitos iriam morrer 
de fome, principalmente nações e pessoas com piores condições financeiras. 
Por outro lado, é necessário repensarmos como o planeta vem sendo alte-
rado pelo ser humano, pois já não está mais dando conta de tanta exploração 
e retirada de recursos. Com uma população mundial estimada em mais de 7,5 
bilhões de pessoas, o desenvolvimento sustentável precisa ser colocado em 
prática imediatamente, nos mais diferentes setores da economia. 
Referências
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São Paulo: Saraiva, 2016. 
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2007.
BARBIERI, F.; FEIJÓ, R. L. C. Metodologia do pensamento econômico: o modo de fazer 
ciência dos economistas. São Paulo: Atlas, 2014. 
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repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/81601. Acesso em: 31 mar. 2021.
CARVALHO, A. M.; MANO, C. M. Ecodesign. Porto Alegre: SAGAH, 2018. (Série: Universitária).
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Desenvolvimento sustentável 13

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