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CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Faculdade de Minas 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO FACUMINAS ..............................................................................03 Capítulo 1 - Programa de controle de infecção hospitalar (PCIH) .............................. 04 Capítulo 2 - Ministério da saúde: definições infecção hospitalar ............................... 06 Capítulo 3 - Prevenção e controle das infecções hospitalares e o processo de formação/educação do trabalhador ........................................................................... 09 Capítulo 4 - Repensando estratégias ........................................................................ 11 Capítulo 5 - Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) ........................... 13 Capítulo 6 – Higienização das mãos ......................................................................... 17 Capítulo 7 – Cuidados especiais ............................................................................... 29 Referências bibliográficas ......................................................................................... 32 Faculdade de Minas 3 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 4 CAPÍTULO 1 PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (PCIH) As Infecções Hospitalares (IHs) têm merecido atenção do país e do mundo, porque envolvem umaquestãodesaúdepúblicadevidoaoaumentodamorbidade –oque eleva, consideravelmente, os custos hospitalares –, e da mortalidade dos pacientes, que poderiam ser evitados.Diante desses fatores, ficam evidentes a preocupaçãoeoesforço para conhecer a magnitude das IHs, bem como identificar uma maneira de evitá-las de forma resolutiva e eficaz. Vários estudos foram realizados com o propósito de mostrar que, mediante programas de controle e vigilância intensiva das infecções, é possível a redução das taxas de incidência dasIHs. No Brasil, no intuito de melhorar o controle das IHs,criou-se,porexigêncialegal, o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) nas instituições hospitalares, definido como um conjunto de ações que visam à redução máxima possível da incidência e gravidade das infecçõeshospitalares. Além da obrigatoriedade desse Programa, a partir de 1998, estabeleceu-se também sua estrutura e operacionalização.Quanto à estrutura, foi criada a Comissão deControledeInfecçãoHospitalar(CCIH),órgãodeassessoriaàautoridademáximada instituiçãodesaúdeetambémdeexecuçãodasaçõesdecontroledasinfecçõeshospital ares. Além disso, foi estabelecido que os membros executores da CCIH representassem o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). Definiu-se ainda o trabalho a ser realizado pelo PCIH, tendo como principal ação a vigilânciaepidemiológica. É fundamental que as atividades de prevenção e controle das IHs permaneçam na linha de frente e na base das instituições hospitalares. Para isso, é imprescindível a instalação de um PCIH que sustente e qualifique ações e atividades mínimas de controle e prevenção. Faculdade de Minas 5 Acredita-se que estas reflexões estejam, em muito, determinadas por uma série de indagações, (des)conhecimentos e pré-conceitos que norteiam a temática infecção hospitalar, uma vez que se constitui em um campo de conhecimento recente. Apesar de a história nos mostrar que a infecção hospitalar é tão antiga quanto a existência dos hospitais, como tema que merece espaço de discussão tanto nas instituições de assistência à saúde quanto nas instituições acadêmicas de formação profissional, emerge de pouco tempo se comparado com a institucionalização da assistência. Em contrapartida à existência destas reflexões, o que se visualiza é o fato de que, muitas vezes, as ações que se processam na prática cotidiana dos hospitais, se sucedem de forma repetitiva, mecanicista, como se o processo de "fazer" ocorresse de forma dissociada do processo de "refletir". Infere-se isto, pelo fato de acreditar que o processo de reflexão-ação, ou seja, que o fazer refletido, conduziria a uma realidade diferenciada no que concerne às taxas de infecção hospitalar existente nos hospitais brasileiros, taxas estas que refletem, concretamente, as ações de prevenção e controle destas infecções, ou seja, possibilitam mensurar a eficácia e a eficiência das referidas ações coletivas. É como se aquela preocupação/reflexão com as infecções hospitalares pairasse em uma esfera diferenciada da execução propriamente dita da assistência aos pacientes/clientes, não interferindo neste processo. Na tentativa de aproximar estes questionamentos de subsídios que busquem respondê-los, far-se-á uma reflexão sobre as interfaces da ocorrência das infecções hospitalares e o processo de formação do trabalhador, acreditando que a construção/formação do ser humano se dá na práxis, que resulta da unidade dialética entre teoria e prática, entre pensar e agir. Esta unidade, por sua vez, não é algo mecânico, harmônico, mas traz a marca dos conflitos, avanços e recuos do processo histórico. Cabe, ainda, referir que teoria e prática são dimensões do agir humano, assim sendo, a ação do trabalhador da saúde, nesta consideração particular, ocorre em si mesmo e no mesmo espaço, seja nas instituições de assistência à saúde, seja nas instituições acadêmicas de formação. Faculdade de Minas 6 Entende-se esta unidade dialética não na sua origem, no ser humano potencial, mas sim ao concretizar-se em diferentes espaços sociais, nos quais os seres humanos assumem diferentes posições que numa aparência imediata se diferem entre si por um fazer ou um agir, mas que esta aparência toma forma conjunta nas ações políticas destes seres diferentes quando se encontram nos mesmos espaços de atuação. CAPÍTULO 2 MINISTÉRIO DA SAÚDE: DEFINIÇÕES INFECÇÃO HOSPITALAR É premente que seja feito um resgate teórico sobre infecção hospitalar, devido a complexidade que envolve esta temática, resgate este, no entanto, que pretende pontuar apenas certos aspectos fundamentais, objetivando suscitar reflexões coletivas. Segundo Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde (MS), Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Tal Portaria apresenta, também, os critérios gerais que auxiliam na definição das infecções hospitalares. Os critérios, elencados pelo Ministério da Saúde são: quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária (infecção comunitária é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital), foi isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente; quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; Faculdade de Minas 7 são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este período; as infecções nos recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas; os pacientes provenientes de outro hospital que internam com infecção, são considerados por portadores de infecção hospitalar do hospital de origem. Para o hospital onde interna, é considera da como infecção comunitária. Caracterizar os casos de infecção hospitalar, a partir destes critérios é de extrema relevância, pois o cálculo das taxas de infecção hospitalar encontra, nesta caracterização, um dos dados que permite sua elaboração. As infecções hospitalares advêm, em parte, de situações especiais do corpo humano, as quais causam alterações na condição orgânica e imunológica do paciente/cliente, deixando-os mais suscetíveis, na relação com o ambiente hospitalar, à adquirir infecções (extremos de idade, doenças imunossupressoras, entre outros). Por outro lado, advém desta mesma relação, com a organização do trabalho que se mostra diretamente na ação do trabalhador, que justifica, através da necessidade apresentada pelos indivíduos, a utilização de procedimentos invasivos, no processo de cuidados diretos. Quanto a isto, salienta-se que cerca de 1/3 ou 1/2 de todas as infecções hospitalares podem ser prevenidas. Este dado serve de alerta para as equipes atuantes nas CCIHs e para toda a comunidade hospitalar. Se muito da ocorrência destas infecções está na dependência da organização do trabalho, na referência da assistência prestada pelas equipes aos pacientes/clientes e se, no mínimo um terço pode ser evitada, está posto na ação do trabalho desenvolvida pelo trabalhador que, Faculdade de Minas 8 por meio de sua mente e mãos, imprime movimento organizativo ao trabalho, a responsabilidade por esta redução. Esta responsabilidade, no entanto, exige instrumentos de saber que se expressam por fundamentação teórica e experiência prática. Exige, também, reflexão sobre as ações realizadas no cotidiano de trabalho e sua necessidade real. Requer, ainda, a compreensão de que a prevenção e o controle das infecções hospitalares (no sentido da vigilância à saúde no ambiente hospitalar) não está posta apenas na existência de um órgão prescritivo e normativo, como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), mas sim, na construção conjunta de um trabalho, no qual cada trabalhador da área da saúde apreenda de que este problema é coletivo, mesmo aparecendo, de imediato, no corpo de um individuo sozinho. Desta forma, a vigilância da infecção hospitalar (controle e prevenção) será entendida e orientará a organização do trabalho de forma que, a co-responsabilidade permeie o conjunto dos trabalhadores em suas diferentes posições e categorias na instituição. De nada adianta a CCIH normalizar e instituir medidas de prevenção das infecções se a comunidade hospitalar como um todo, não participar destas normatizações, pois conhecedora da realidade de trabalho, e se não houver adesão individual e coletiva, o que pressupõe participação co-responsável. Outra reflexão importante quando se fala em participação coletiva, está no fato de que as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares devem ser entendidas como uma prática articulada de vigilância à saúde, cujo limite de realização está no ambiente hospitalar, mas que compõe parcela da vigilância à saúde nas esferas de gestão municipal, estadual e federal. Partindo deste pressuposto, percebe-se que a vigilância das infecções hospitalares, se em consonância com a vigilância em saúde dos municípios e estados, estará desenvolvendo suas ações pautadas em indicadores outros que não só da instituição onde está inserida a CCIH, de modo a ampliar a abrangência de tais ações e de contextualizá-las na realidade local, regional e não apenas institucional. Esta articulação denota a participação coletiva de diferentes profissionais e, portanto, de diferentes conhecimentos organizados na direção da redução das taxas Faculdade de Minas 9 de infecção hospitalar, como problema de saúde pública geral e não apenas institucional. A reflexão sobre infecção hospitalar e suas interfaces com o processo de formação do trabalhador exige, não só um resgate teórico da temática, como também uma abordagem histórica, visando sua contextualização na realidade vivida. CAPÍTULO 3 PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES E O PROCESSO DE FORMAÇÃO/EDUCAÇÃO DO TRABALHADOR Para que haja prevenção e controle das infecções hospitalares, não se pode prescindir de um processo de formação/educação permanente do trabalhador, tanto pelas mudanças frequentes que invadem a área da saúde, o que exige uma produção e reprodução constante de conhecimentos, quanto pela necessidade de que esta produção de conhecimentos tenha aplicabilidade na prática cotidiana dos trabalhadores da saúde. O conhecimento, quando aplicado às ações de trabalho, ou seja, quando utilizado como saber operante e orientador nas e das ações de trabalho, provoca alterações no processo de trabalho, as quais irão intervir, sobremaneira, na qualidade da assistência prestada, na redução das taxas de infecção hospitalar. O processo de formação/educação do trabalhador no e pelo trabalho, está para além dos treinamentos formais que, muitas vezes, compõem as ações educativas institucionalizadas, ou seja, está embasada no processo de formação do trabalhador que propicia à reformulação de hábitos, a reflexão, a ação transformadora, uma educação que é contínua no processo de trabalho, que é parte dele e que nele se processa. Esta visão de educação, como componente do processo de trabalho, permite ao trabalhador, refletir sobre sua prática cotidiana, analisar cada ação realizada, possibilita que fundamente suas ações em um saber previamente produzido e não na rotinização, no fazer pelo fazer, que podem conduzir a uma alienação do trabalhador. Faculdade de Minas 10 Quanto mais envolvido com seu fazer, menos partícipe de processo de trabalho torna- se o trabalhador. Não participando das diferentes etapas que compõem seu cotidiano de trabalho, tende a não compreender a importância das medidas de prevenção e controle das infecções hospitalares na organização do trabalho, nas ações de todos trabalhadores da saúde. É como se a aplicabilidade prática destas medidas, estivesse atrelada aos trabalhadores da CCIH, sem a necessidade da participação de cada um e de todos. Esta visão de participação coletiva no processo de trabalho é possibilitada pela formação pedagógica continuada do trabalhador no e pelo trabalho. Para que isto aconteça, o processo de formação do trabalhador tem que ter seu início, ainda, no espaço de formação acadêmica. Pouco se fala sobre infecção hospitalar na academia. Existe um investimento no graduando, para que, durante sua formação, adquira competência para executar um procedimento esperado em seu exercício profissional, mas a ênfase à prática do controle de infecção fica a desejar. Assim sendo, os currículos dos cursos de graduação da área da saúde devem contemplar esta temática, de forma a oferecer, ao acadêmico, os conhecimentos necessários para que possa analisar, criticamente, suas ações de trabalho, quando na esfera da prevenção e controle das infecções hospitalares. O conhecimento repassado, produzido na academia tende a ser aplicado, reproduzido pelo trabalhador, quando inserido no mercado de trabalho. Portanto, é fundamental que a formação do acadêmico da área da saúde contemple as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares. Por outro lado, nos campos de práticas, onde professores e alunos vivenciam suas experiências, esses não operam com o devido saber acerca do controle e prevenção das infecções hospitalares de forma a estimular, no educando, curiosidade científica e vontade de aprender. Pois é preciso entender que este saber é parcela de seu conhecimento profissional, que lhe garante competência e compromisso para com os indivíduos e famílias, para os quais desenvolve suas diferentes ações de cuidado com melhor qualidade. Neste sentido, a organização do trabalhado da saúde e, mais especificamente, da enfermagem, por manter uma relação direta e constante com os pacientes/clientes Faculdade de Minas 11 e familiares, deve preocupar-se em possibilitar que o processo de formação do trabalhador no que concerne à prevenção e controle das infecções hospitalares, aconteça. CAPÍTULO 4 REPENSANDO ESTRATÉGIAS Países como o Brasil, caracterizados pela destinação de pequena quantidade de recursos financeiros para o setor saúde, têm, na prevenção e no controle da infecção hospitalar, o atendimento a uma necessidade econômica, devido os elevados custos que demandam os casos de infecção hospitalar. Não se quer dizer, com isto, que este é o único ou mais importante objetivo das ações destinadas a este fim. No entanto, estando os hospitais inseridos em um modo de produção capitalista, que visa a produtividade, este aspecto é de extrema importância. O desenvolvimento de ações voltadas à prevenção e ao controle das infecções hospitalares, sem dúvida, influenciará na redução dos índices de morbidade e mortalidade dos pacientes/clientes e na redução dos custos. Para tanto, as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares, necessitam estar presente no cotidiano de todos os trabalhadores da área da saúde, pois não se faz prevenção sem a participação solidária de todos. Além da participação de todos, a prevenção acontece vinculada ao processo de formação do trabalhador. Sem o conhecimento necessário sobre as medidas de prevenção, sem a aplicabilidade, na organização do trabalho, deste conhecimento, é provável que ações de controle venham a ser desenvolvidas com maior ênfase do que as voltadas à prevenção. Na saúde, o processo de formação/educação visa, principalmente, criar condições para mudanças de comportamento, mudanças estas, embasadas na crítica reflexiva da prática diária e na produção do conhecimento. O trabalho em equipe, tanto dentro das CCIHs como nas demais dependências hospitalares onde se dá a assistência, é crucial para que os diferentes conhecimentos que caracterizam cada área específica de atuação, uma vez postos em discussão, Faculdade de Minas 12 possibilitem a construção de um novo conhecimento, o qual, inserido no cotidiano destes trabalhadores, conduza a redução da ocorrência de casos de infecção hospitalar. A interdisciplinaridade, própria do trabalho em equipe, traduz a necessidade posta na forma de organização do trabalho, para que a prevenção seja uma constante nas ações dos trabalhadores. As políticas voltadas à prevenção e ao controle das infecções hospitalares, tanto as macro políticas (governamentais) quanto à micro políticas (institucionais), desde sua elaboração até sua implementação e supervisão, necessitam contar com a participação dos trabalhadores envolvidos com a assistência aos pacientes/clientes em hospitais. Havendo participação coletiva, produção de conhecimentos com sua aplicação nas ações da prática cotidiana, políticas elaboradas e supervisionadas quanto ao seu cumprimento, fortalecimento das ações de prevenção, certamente resultados expressivos no tocante às infecções hospitalares serão alcançados. Há que se salientar, que a formação acadêmica dos futuros trabalhadores da área da saúde, não prescinde da discussão e reflexão sobre esta temática, abrindo assim, espaço para uma atuação profissional pautada no conhecimento construído em conjunto. Vale destacar, ainda, que a prevenção e o controle das infecções hospitalares não acontecem em um contexto dissociado da formação/educação do trabalhador em seu espaço/ambiente de trabalho. Isto posto, depreende-se a necessidade de que o processo de trabalho na área da saúde contemple, em sua organização, o processo educativo, que é capaz de desacomodar para transformar. Transformação esta no sentido de disseminar, entre os trabalhadores da saúde, as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares, para que se possa melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Faculdade de Minas 13 CAPÍTULO 5 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) A problemática das Infecções Hospitalares ainda consiste em grande desafio para a saúde pública em todo o mundo. Estas infecções prolongam o tempo de internação, aumentam os custos hospitalares e as taxas de mortalidade, além de contribuir para o sofrimento vivenciado pelo paciente e seusfamiliares. O termo infecções hospitalares vem sendo substituído nos últimos anos pelo termo Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), no qual a prevenção e o controle das infecções passam a ser considerados para todos os locais onde se presta o cuidado e a assistência à saúde. Sendo assim, o hospital não é o único local onde se pode adquirir uma infecção, podendo existir o risco em procedimentos ambulatoriais, serviços de hemodiálise, casas de repouso para idosos, instituições para doentes crônicos, assistência domiciliar (“home care”) e clínicasodontológicas. Em 12 de maio de 1998, o Ministério da Saúde decretou a Portaria nº 2.616, a qual mantém a obrigatoriedade da instituição e manutenção de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais. A CCIH geralmente é formada por profissionais médicos e enfermeiros especializados. Entretanto, representantes de outras áreas do hospital também podem colaborar com essa Comissão, como os setores de farmácia, nutrição, laboratório, área médica (clínica médica e cirúrgica, obstetrícia, pediatria e cuidados intensivos) e enfermagem. Infecção Relacionada à Assistência a Saúde (IRAS) é qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no hospital. As IRAS também podem se manifestar durante a internação ou após a alta, desde que estejam relacionadas com a internação ou com os procedimentos realizados durante a internação. As IRAS podem também ser relacionadas com procedimentos realizados em ambulatórios, consultórios e outras unidades de atendimento a saúde. Fatores individuais, como extremos de idade (recém-nascidos ou idosos), obesidade, desnutrição, diabetes, uso de alguns medicamentos (quimioterápicos) e fumo. Além dos fatores relacionados ao paciente, outros fatores podem contribuir e Faculdade de Minas 14 aumentar a chance de adquirir infecções, como por exemplo, o tempo de permanência do paciente nos serviços de saúde (pois quanto maior o tempo de internação, maior o risco de se adquirir infecções), a necessidade de procedimentos invasivos (como o uso de sondas e cirurgias) e o uso excessivo de antibióticos, favorecem a quebra de proteção do organismo, aumentando a chance de infecção. Os sinais e sintomas são diversos, dependendo da localização da infecção. Febre (maior ou igual a 38ºC), tremores e calafrios podem ser sinais importantes de infecção. Em casos de cirurgia: vermelhidão, dor, abertura dos pontos ou saída de secreção ou líquido no local dacirurgia. A transmissão de micro-organismos patogênicos, ou seja, micro-organismos capazes de produzirem doenças ocorrem na maioria das vezes por contato direto (transmitido de uma pessoa a outra por meio do contato direto com as mãos) ou através do contato indireto (objetos e superfícies contaminadas). Várias medidas possuem eficácia na prevenção de IRAS. Sendo as mãos um possível reservatório de micro-organismos que podem causar infecções, devemos adotar a higienização das mãos como importante aliado na rotina diária. A higienização das mãos é uma das medidas mais importantes na prevenção e controle das infecções. É uma ação simples, rápida e de baixocusto. Todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com o paciente ou que atuam na manipulação de alimentos ou medicamentos devem sempre higienizar as mãos. Visitantes e acompanhantes também devem seguir esta recomendação. Existem diversos estudos científicos que comprovam que higienização das mãos atua diretamente na prevenção da transmissão das infecções. Independente do setor em que o paciente se encontre, seja no pronto-socorro, enfermaria ou unidade de terapia intensiva (UTI) deve-se sempre aderir ao procedimento da higienização das mãos ao simples contato com o paciente ou com objetos e superfícies. A limpeza do ambiente também é considerada parte importante no controle da transmissão das infecções, incluindo pisos, paredes, macas, cadeiras de rodas e mobília do quarto. As superfícies e objetos devem ser sempre limpos e, em algumas situações, também desinfetados. Porém, o principal meio capaz de transportar os Faculdade de Minas 15 micro-organismos dos objetos e superfícies contaminadas para os pacientes, são asmãos. Todos devem conhecer e se conscientizar da importância da higienização das mãos no atendimento prestado. Este procedimento resulta em qualidade e segurança ao paciente. As mãos podem ser higienizadas com água e sabão ou com solução alcoólica (por exemplo: álcool gel) quando estiverem limpas. O importante é friccionar todas as superfícies das mãos (palmas, dorso, dedos e dedão, ponta dos dedos e punhos). Depois de higienizar as mãos com solução alcoólica, é preciso deixar que elas sequem naturalmente, não sendo necessário o uso de papel toalha. Deve-se evitar higienizar as mãos com água e sabão seguido de solução alcoólica, pois isto facilita o ressecamento da pele. As IRAS são processos infecciosos que se tratadas logo no começo e adequadamente têm cura. Qualquer infecção deve ser tratada com acompanhamento médico. Somente o médico pode decidir as opções terapêuticas para o tratamento das infecções, como antibióticos ou antifúngicos. O uso indevido de medicamentos, como por exemplo, os antibióticos podem provocar efeitos inesperados se utilizados incorretamente, podendo causar desde reação alérgica a lesão de órgãos internos, como fígado e rins. Além disso, o uso indevido de antibióticos pode promover a ocorrência de resistência dos micro- organismos, fazendo com que os efeitos deste tipo de medicamento não atinja o resultado esperado. Desde 2004 a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem visto a segurança do cuidado ao paciente como uma prioridade de saúde pública mundial. Exemplo disso é a criação de campanhas internacionais que visam melhorar a qualidade e segurança dos serviços prestados, envolvendo o paciente e seus familiares no processo do cuidar. O paciente e a família devem ter participação na tomada de decisões sobre o processo de tratamento da doença, sendo de grande importância o envolvimento do paciente junto à equipe de saúde. Ao se sentir parte integrante da equipe de saúde, o Faculdade de Minas 16 paciente passa a compor o “time de saúde” podendo assim, contribuir com a segurança do seu próprio cuidado. Algumas recomendações importantes devem ser seguidas pelos pacientes e seus familiares para contribuir para a qualidade da assistência e a segurança do cuidado: Tornar-se informado sobre sua doença, fazendo perguntas relacionadas ao tratamento; Envolver um membro da família para estar acompanhando otratamento; Higienizar as mãos sempre quenecessário; Solicitar à equipe de saúde que higienize as mãos quandonecessário; Comunicar à equipe de saúde qualquer alteração relacionada ao cateter ou curativo; Solicitar a familiares e amigos a não visitarem caso estejamdoentes; Evitar tocar olhos, nariz eboca; Cobrir nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar, desprezando após ouso; Se for fumante, tentar suspender ofumo; Vacinar-se anualmente contragripe. A qualidade na assistência prestada nos serviços de saúde depende da atenção dos profissionais, mas também do envolvimento apropriado do paciente e sua família. A parceria entre paciente, familiares e profissionais de saúde contribui para o sucesso do tratamento! Faculdade de Minas 17 CAPÍTULO 6 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS “Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de saúde adquiram IRAS. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, o termo engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica, definidas a seguir, e a antissepsia cirúrgica das mãos. Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a formalíquida. Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e saboneteassociado a agente antisséptico. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma gel: preparação contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com atividade antibacteriana comprovada destinada a reduzir o número demicro-organismos. A higiene das mãos é uma importante medida no controle das infecções em serviços de saúde, por isso, tem sido considerado um dos pilares no programa de controle de infecção hospitalar. Todos devem estar conscientes da importância da higienização das mãos na assistência à saúde para segurança e qualidade da atenção prestada. Faculdade de Minas 18 INSUMOS NECESSÁRIOS ÁGUA Água livre de contaminantes químicos e biológicos. SABONETE Sabonete líquido, tipo refil, armazenado em dispensador de parede. AGENTES ANTI-SÉPTICOS Clorexidina degermante 2%; Polvidine degermante 10%; Álcool gel a70%. PAPELTOALHA Não reciclável, de boa qualidade, armazenado em dispensador de parede. INDICAÇÕES PARA HIGIENE DASMÃOS As mãos devem ser higienizadas em momentos essenciais e necessários de acordo com o fluxo de cuidados assistenciais para prevenção de IRAS causadas por transmissão cruzada pelas mãos: Antes e após o contato com cada paciente, artigo ou superfíciecontaminada; Após contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções,excreções; Após contato, entre um paciente e outro, entre cada procedimento ou em ocasiões em que exista risco de transferência de patógenos para pacientes ou ambientes; Entre procedimentos no mesmo paciente quando houver risco de infecção cruzada de diferentes sítiosanatômicos. Antes e após o uso deluvas. Faculdade de Minas 19 Antes e depois de efetuar atividades corriqueiras (assuar o nariz, ir ao banheiro, se alimentar, etc). RECOMENDAÇÕES PARA HIGIENE DASMÃOS As indicações para higiene das mãos contemplam: Higienizar as mãos com sabonete líquido eágua. Quando estiverem visivelmente sujas ou manchadas de sangue ou outros fluidos corporais ou após uso dobanheiro; Quando a exposição a potenciais patógenos formadores de esporos for fortemente suspeita ou comprovada, inclusive surtos deC.difficile; Em todas as outras situações, nas quais houver impossibilidade de obter preparaçãoalcoólica. Higienizar as mãos com preparaçãoalcoólica Quando as mãos não estiverem visivelmente sujas e antes e depois de tocar o paciente e após removerluvas; Antes do manuseio de medicação ou preparação dealimentos; Faculdade de Minas 20 Obs. Sabonete líquido e preparação alcoólica para a higiene das mãos não devem ser utilizados concomitantemente Não utilize unhas postiças quando prestar assistência direta aopaciente; Mantenha as unhas naturais semprecurtas; Não utilize anéis ou pulseiras quando estiver dando assistência aopaciente; Deve ser enfatizada para o atendimento de pacientes graves (neonatos, imunodeprimidos, internados em UTI, etc.), principalmente devido a grande manipulação sofrida pelos mesmos e a frequência de infecções por germes multirresistentes nestaspopulações; Incentivar os pacientes, acompanhantes e visitantes o higienizar asmãos. HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS (COM ÁGUA E SABONETE LÍQUIDO) Finalidade Remover os micro-organismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação demicro-organismos. Duração do procedimento A higienização simples das mãos deve ter duração mínima de 40 a 60 segundos. Técnica Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se napia; Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas as superfícies das mãos (seguir quantidade recomendada pelo fabricante). Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entresi. Faculdade de Minas 21 Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos evice-versa Entrelaçar os dedos e friccionar os espaçosinterdigitais Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem evice-versa. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando- se movimento circular e vice-versa. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento circular evice-versa. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando movimento circular evice-versa. Faculdade de Minas 22 Faculdade de Minas 23 Enxaguar as mãos, retirando os resíduos dos dedos para ospunhos. Evitar contato direto das mãos ensaboadas com atorneira. Enxugar as mãos com papeltoalha. Fechar a torneira acionando o pedal; com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. HIGIENE DAS MÃOS COM ÁLCOOLGEL Indicações Mãos não visivelmentesujas; Antes de entrar em contato com ospacientes; Após contato com pele íntegra de pacientes; Após o contato com objetos inanimados próximos aopaciente. Finalidade A utilização de preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma gel (na concentração final mínima de 70%) tem como finalidade reduzir a carga microbiana das mãos e pode substituir a higienização com água e sabonete líquido quando as mãos não estiverem visivelmente sujas. A fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica não realiza remoção de sujidades. Duração do procedimento A fricção das mãos com preparação alcoólica antisséptica deve ter duração de no mínimo 20 a 30 segundos. Técnica Os seguintes passos devem ser seguidos durante a realização da técnica de fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: Faculdade de Minas 24 Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superfícies dasmãos. Friccione as palmas das mãos entresi; Friccione a palma de mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos evice-versa; Friccione a palma das mãos entre si com os dedosentrelaçados; Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento vai-e-vem evice-versa; Friccione o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando- se de movimento circular evice-versa; Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular evice-versa; Quando estiverem secas, suas mãos estarãoseguras. Faculdade de Minas 25 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS COM SOLUÇÃOANTISSÉPTICA Faculdade de Minas 26 Finalidade Promover a remoção de sujidades e da microbiota transitória, reduzindo a microbiota residente das mãos, com auxílio de um antisséptico. Duração do procedimento A higienização antisséptica das mãos deve ter duração mínima de 40 a 60 segundos. Técnica A técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para a higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete líquido comum por um associado a antisséptico, como antisséptico degermante. ESPECTRO ANTIMICROBIANO E CARACTERÍSTICAS DE AGENTES ANTISSÉPTICOS UTILIZADOS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Grupo Bactérias Gram Positivas Bactérias Gram Negativas Micobactérias Fungos Ví rus Velocidade de Ação Comentários Álcoois +++ +++ +++ +++ + ++ rápida Concentração ótima: 70%; não apresenta efeito residual Clorexidina (2% ou4%) +++ ++ + + + ++ intermediária Apresenta,efeito residual; raras reações alérgicas Compostos de iodo +++ +++ +++ + + + ++ intermediária Causa queimaduras na pele; irritantes quando usados na higienização antisséptica das mãos Iodóforos +++ +++ + + + + + intermediária Irritação da pele menor que a de composto de iodo; apresenta efeito residual; aceitabilidade variável Triclosan +++ ++ + - - + ++ intermediária Aceitabilidade variável para as mãos Legenda:+++ excelente / ++ bom / + regular / - nenhuma ou insuficiente atividade antimicrobiana Faculdade de Minas 27 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS DE ACORDO COM AS CATEGORIAS DEEVIDÊNCIA RECOMENDAÇÕES GERAIS SOBRE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS cate goria Lavar as mãos com água e sabão quando essas estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com material proteico ou estiverem visivelmente sujas com sangue ou outro fluido corporal. IA Higienizar as mãos se essas não estiverem visivelmente sujas, utilizando álcool a 70%, para descontaminação rotineira das mãos antes de ter contato direto com o paciente. IB Descontaminar as mãos antes de calçar luvas estéreis quando na inserção de cateter centralintravascular. IB Descontaminar as mãos antes da inserção de cateteres urinários, cateteres vasculares periféricos ou outros procedimentos invasivos que não requerem cirurgias. IB Descontaminar as mãos depois do contato com pele integra de pacientes. IB Descontaminar as mãos antes e depois de contato com fluidos corporais ou excreções, mucosas, pele não íntegra e curativos mesmo que as mãos não estejam visivelmente sujas. IA Descontaminar as mãos após a remoção das luvas. IB Descontaminar as mãos após do contato com objetos inanimados, inclusive equipamentos médicos, próximos aos pacientes. II Descontaminar as mãos se mudar de um sítio contaminado para uma área limpa do corpo durante os cuidados ao paciente. II Higienizar as mãos com água e sabão, antes de comer e após usar o banheiro. IB Nenhuma recomendação pode ser feita a respeito do uso rotineiro de friccionar as mãos com produto que não seja a base de álcool. NR Não é recomendada a higienização das mãos com álcool gel, imediatamente após a lavagem com água e sabão, a fim de evitar ressecamento da pele e dermatite de contato. --- Faculdade de Minas 28 mãos deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de inserção do cateter, bem como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo. Utilize luvas se possível contato com sangue ou outros materiais potencialmente contaminados, membranas mucosas e pele não intacta. --- Remova as luvas após o contato prestado ao paciente. --- Não utilize as mesmas luvas para cuidar de mais de um paciente e não lave as luvas entre os usos entre diferentes pacientes. --- Troque de luvas se mudar de um sítio anatômico contaminado para outro limpo. -- A degermação das mãos em cirurgias deve durar 5 minutos antes da primeira cirurgia e 2 a 3 minutos antes das cirurgias subsequentes. --- CAPÍTULO 7 CUIDADOS ESPECIAIS Cuidado com o uso de luvas A higienização das mãos com álcool gel não deverá exceder o número de cinco vezes, pois acima desse quantitativo, a solução adere sujidade e torna-se fonte de contaminação. --- Não é recomendado o uso de toalhas de pano tipo rolo em ambientes de saúde. II O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. No cuidado específico com cateteres intravasculares, a higienização das IA Faculdade de Minas 29 O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos, seu uso por profissionais de saúde não deve ser adotado indiscriminadamente, devendo ser restrito às indicações aseguir: Utilizá-las para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes; Utilizá-las para reduzir a possibilidade de os micro-organismos das mãos do profissional contaminarem o campo operatório (luvascirúrgicas); Utilizá-las para reduzir a possibilidade de transmissão de micro- organismos de um paciente para outro nas situações de precaução decontato; Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outropaciente; Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro,limpo; Trocar de luvas quando estas estiveremdanificadas; Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver comluvas; Higienizar as mãos antes e após o uso deluvas. Cuidados com a pele dasmãos Os seguintes aspectos devem ser levados em consideração para garantir o bom estado da pele das mãos: Faculdade de Minas 30 a fricção das mãos com preparação alcoólica contendo um agente umectante agride menos a pele do que a higiene com sabonete líquido eágua; as luvas entalcadas podem causar irritação quando utilizadas simultaneamente com produtosalcoólicos; o uso de cremes de proteção para as mãos ajudam a melhorar a condição da pele, desde que sejam compatíveis com os produtos de higiene das mãos e as luvasutilizadas. Os seguintes comportamentos devem ser evitados: utilizar sabonete líquido e água, simultaneamente a produtosalcoólicos; utilizar água quente para lavar mãos com sabonete líquido eágua; calçar luvas com as mãos molhadas, levando a riscos de causarirritação; higienizar as mãos além das indicaçõesrecomendadas; usar luvas fora das recomendações. Os seguintes princípios devem serseguidos: enxaguar abundantemente as mãos para remover resíduos de sabonete líquido e saboneteantisséptico; Faculdade de Minas 31 friccionar as mãos até a completa evaporação da preparaçãoalcoólica; secar cuidadosamente as mãos após lavar com sabonete líquido eágua; manter as unhas naturais, limpas ecurtas; não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com ospacientes; deixar punhos e dedos livres, sem a presença de adornos como relógios, pulseiras e anéis,etc; aplicar regularmente um creme protetor para as mãos (usoindividual). 3 2 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Higienização das mãos em serviços de saúde. Brasília/DF: 2007. disponível em http:\\ www.anvisa.gov.br [acesso em julho de2011]. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Portaria nº2.616/MS/GM, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, 13 de maio de 1998. disponível emhttp://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm[acesso em agosto de2011]. Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac. disponível em http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/if_publico.htm[acesso em agosto de2011]. Improving Care Search Centre. disponível emhttp://www.patientsforpatientsafety.ca/English/Pages/default.aspx[acess o em setembro de 2011]. Medeiros, EAS, Wey, SB, Guerra C. Diretrizes para a prevenção e o controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Comissão de Epidemiologia Hospitalar, Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo,2005.Fonte: Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília: ANVISA, 2009. National Center for Patient Safety (NCPS). United States Department of Veterans Affairs. Infection: Don't Pass It On. disponível emhttp://www.publichealth.va.gov/infectiondontpassiton[acesso em setembro de2011].Pereira, CR. Guia para higiene das mãos em serviços de assistência à saúde. APECIH. Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar. São Paulo: APECIH, 2003. 4p. http://www.anvisa.gov.br/ http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/2616_98.htm http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/if_publico.htm http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/if_publico.htm http://www.patientsforpatientsafety.ca/English/Pages/default.aspx http://www.publichealth.va.gov/infectiondontpassiton 3 3 33 World Health Organization (WHO). Patients for Patient Safety – Statement of Case. How patient engagement became a priority. disponível em:http://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/statement/en/index .html [acesso em agosto de2011]. World Health Organization (WHO). Prevention of hospital-acquired infections. disponível em http://WHO/CDS/CSR/EPH/2002.12[acesso em agosto de2011]. http://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/statement/en/index.html http://www.who.int/patientsafety/patients_for_patient/statement/en/index.html http://who/CDS/CSR/EPH/2002.12
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