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Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL CONCEITOS INICIAIS Fonte: Google fotos. A hanseníase é uma doença crônica, infecto contagiosa, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo, que infecta os nervos periféricos e, mais especificamente, as células de Schwann. A doença acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos (localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testículos, ossos, baço, fígado, etc.). Se não tratada na forma inicial, a doença quase sempre evolui, torna-se transmissível e pode atingir pessoas de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos. Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas. A hanseníase é uma doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória. Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a ficha de Notificação/Investigação, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) Os pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a tratamento gratuito com a poliquimioterapia (PQT-OMS), disponível em qualquer unidade de saúde. O tratamento interrompe a transmissão em poucos dias e cura a doença. Obs: Toda criança que tem o diagnóstico tem ,obrigatoriamente, um caso índice na família. A investigação epidemiológica de contatos consiste em: ● Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase; Exame dermatoneurológico de todos os contatos dos casos novos, independente da classificação operacional; ● Vacinação BCG para os contatos sem presença de sinais e sintomas de hanseníase no momento da avaliação. É importante ressaltar que a aplicação da vacina não previne o desenvolvimento da doença, mas é utilizada com o propósito de estimular a resposta imune celular: ● < 1 ano de idade, já vacinados: não revacinar; 1 ano de idade, sem cicatriz ou com uma cicatriz de BCG: aplicar uma dose; ● 2 cicatrizes de BCG: não revacinar; ● Cicatriz vacinal incerta: aplicar uma dose independentemente da idade. Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL TRANSMISSÃO A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Estima-se que a maioria da população possua defesa natural (imunidade) contra o M. leprae. Portanto, a maior parte das pessoas que entraram em contato com o bacilo não adoeceram. É sabido que a susceptibilidade ao M. leprae possui influência genética. Assim, familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de adoecer. Obs: Pode ocorrer transmissão via contato com a pele lesionada. Contudo, para que isso ocorra é necessário uma solução de continuidade, ou seja o outro também precisa estar ferido e em contato diretamente por um tempo prolongado. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Hanseníase indeterminada: A hanseníase indeterminada é a forma inicial da doença, caracterizada por manchas hipocrômicas ou eritemato-hipocrômicas com hipoestesia. Geralmente, são poucas lesões, com bordas bem ou mal definidas. Hanseníase tuberculóide: As lesões da hanseníase tuberculóide podem apresentar aspecto papuloso ou tuberoso, agrupando-se em placas de tamanhos variados e com boa delimitação. Pode apresentar também lesões circuncidadas ou anulares, assimétricas, quase sempre únicas ou pouco numerosas. A hipoestesia ou anestesia é precoce e sempre ocorre. Hanseníase dimorfa/borderline :As lesões são infiltradas e a cor varia do Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL eritema à coloração ferrugínea. Lesões anulares com borda interna nítida e externa apagada são frequentemente encontradas. Apresenta distribuição assimétrica e a infiltração em um único lóbulo auricular sela o diagnóstico. Além disso, podem existir lesões com características de ambas as apresentações. O comprometimento dos nervos é assimétrico e a instabilidade imunológica faz com que esses pacientes apresentem episódios reacionais frequentemente. Hanseníase virchowiana: A hanseníase virchowiana é caracterizada por lesões cutâneas eritemato infiltradas, com limites externos pouco nítidos; tubérculos e nódulos ocorrem com frequência. Geralmente, são simétricas e localizam-se em praticamente todo o corpo. As infiltrações na face produzem a fácies leonina; ocorre madarose bilateral. A anestesia é tardia; é comum polineurite simétrica. A hanseníase virchowiana apresenta algumas variedades como a forma difusa, conhecida como hanseníase de Lúcio, diferenciada pela ausência das lesões características da hanseníase. O tegumento apresenta uma única infiltração, a pele com aspecto luzidio com perda dos pelos e alterações sensitivas. Nesses pacientes, foram descritas lesões necróticas de surgimento súbito. A outra forma é a histoide, que é caracterizada por lesões que lembram dermatofibromas. Fonte: Google fotos. DIAGNÓSTICOS O diagnóstico de hanseníase deve ser baseado na história de evolução da lesão, epidemiologia e no exame físico. Em algumas situações, os exames subsidiários (baciloscopia e biópsia de pele) podem ser necessários para auxiliar o diagnóstico, porém sempre devemos considerar as limitações desses exames, valorizando essencialmente os achados clínicos encontrados. Principais achados: ● Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); ● Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; ● Áreas com diminuição dos pelos e do suor; ● Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés; ● Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés; ● Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. O Ministério da Saúde do Brasil definiu como caso de hanseníase o indivíduo que apresente um ou mais dos seguintes sinais cardinais e que necessita de tratamento poliquimioterápico: 1. lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da sensibilidade térmica e/ ou dolorosa e/ou tátil; ou 2. espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas; ou 3. presença de bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biópsia de pele. Diagnóstico Clinico: O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico onde procede-se uma avaliação dermatoneurológica, buscando-se identificar sinais clínicos da doença. Antes, porém, de dar-se início ao exame físico, deve-se fazer a anamnese colhendo informações sobre a sua história clínica, ou seja, presença de sinais e sintomas dermatoneurológicos característicos da doença e sua história epidemiológica, ou seja, sobre a sua fonte de infecção. Diagnóstico dermatológico: A avaliação dermatológica visa identificar as lesões de pele próprias da hanseníase, pesquisando a sensibilidade nas mesmas. A alteração de sensibilidade nas lesões de pele é uma característica típica da hanseníase. Deve ser feita uma inspeção de toda a superfície corporal, no sentido crânio-caudal, seguimento por seguimento, procurando identificar as áreas acometidas por lesões de pele. As áreas onde as lesões ocorrem com maior frequência são: face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas, mas elas podem ocorrer, também, na mucosa nasal. Devem ser realizadas as seguintes Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem,UNCISAL pesquisas de sensibilidade nas lesões de pele: térmica, dolorosa, e tátil, que se complementam. Avaliação Neurológica: O processo inflamatório desses nervos (neurite) é um aspecto importante da hanseníase. Clinicamente, a neurite pode ser silenciosa, sem sinais ou sintomas, ou pode ser evidente, aguda, acompanhada de dor intensa, hipersensibilidade, edema, perda de sensibilidade e paralisia dos músculos. No estágio inicial da doença, a neurite hansênica não apresenta um dano neural demonstrável, contudo, sem tratamento adequado freqüentemente, a neurite torna-se crônica e evolui, passando a evidenciar o comprometimento dos nervos periféricos: a perda da capacidade de suar (anidrose), a perda de pelos (alopecia), a perda das sensibilidades térmica, dolorosa e tátil, e a paralisia muscular. Diagnóstico Laboratorial: A baciloscopia é o exame microscópico onde se observa o Mycobacterium leprae, diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de outros locais de coleta selecionados: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e lesão quando houver. É um apoio para o diagnóstico e também serve como um dos critérios de confirmação de recidiva quando comparado ao resultado no momento do diagnóstico e da cura. Por nem sempre evidenciar o Mycobacterium leprae nas lesões hansênicas ou em outros locais de coleta, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico da hanseníase. Mesmo sendo a baciloscopia um dos parâmetros integrantes da definição de caso, ratifica-se que o diagnóstico da hanseníase é clínico. Quando a baciloscopia estiver disponível e for realizada, não se deve esperar o resultado para iniciar o tratamento do paciente. O tratamento é iniciado imediatamente após o diagnóstico de hanseníase e a classificação do paciente em pauci ou multibacilar baseado no número de lesões de pele. Diagnóstico Diferencial: A hanseníase pode ser confundida com outras doenças de pele e com outras doenças neurológicas que apresentam sinais e sintomas semelhantes aos seus. Portanto, deve ser feito diagnóstico diferencial em relação a essas doenças. A principal diferença entre a hanseníase e outras doenças dermatológicas é que as lesões de pele da hanseníase sempre apresentam alteração de sensibilidade. As demais doenças não apresentam essa alteração. REAÇÕES HANSÊNICAS Han���ías� Nadielson Abas | Enfermagem, UNCISAL São complicações inflamatórias agudas que se apresentam como emergências médicas, sendo a principal causa de morbidade e incapacidade neurológica, podendo surgir antes, durante ou depois do tratamento poliquimioterápico. Geralmente seguem fatores desencadeantes, como o próprio início do poliquimioterápico, reexposição a fontes bacilíferas, infecções, vacinação, gravidez, uso de medicamentos iodados, estresse físico e emocional. ● A Reação Tipo 1 ou Reação Reversa caracteriza-se por exacerbação de lesões preexistentes, por meio de hiperestesia, eritema, edema e posterior descamação. ● A Reação Tipo 2, também chamada de eritema nodoso hansênico (ENH) ocorre nas formas Virchowiana e Dimorfa-Virchowiana, com maior frequência após o início do tratamento (aproximadamente após 6 meses). Caracteriza-se por nódulos eritematosos, dolorosos, que podem ulcerar e evoluir com necrose e acometer todo o tegumento. TRATAMENTO O tratamento da hanseníase é realizado através da associação de medicamentos (poliquimioterapia – PQT) conhecidos como Rifampicina, Dapsona e Clofazimina. Deve-se iniciar o tratamento já na primeira consulta, após a definição do diagnóstico, se não houver contraindicações formais. O paciente PB receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, e tomará 100 mg de Dapsona diariamente (em casa). O tempo de tratamento é de 6 meses (6 cartelas). O paciente MB receberá uma dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, 100 mg de Dapsona e de 300 mg de Clofazimina. Em casa, o paciente tomará 100 mg de Dapsona e 50 mg de Clofazimina diariamente. O tempo de tratamento é de 12 meses (12 cartelas). Fonte: Google fotos.
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