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CÓDIGO DO CONSUMIDOR
DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
Livro Eletrônico
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
A Defesa do Consumidor em Juízo ............................................................................................... 4
Direitos Difusos ............................................................................................................................... 7
Direitos Coletivos ............................................................................................................................ 8
Direitos Individuais Homogêneos ................................................................................................ 8
Ministério Público ..........................................................................................................................15
Associações ..................................................................................................................................... 17
Competência ..................................................................................................................................20
Execução .........................................................................................................................................20
Da Coisa Julgada ............................................................................................................................ 22
Questões de Concurso ..................................................................................................................51
Gabarito ........................................................................................................................................... 57
Anexos ............................................................................................................................................. 58
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA MARIA RODRIGUES SOUSA - 80894950363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
ApresentAção
Olá, caro(a) aluno(a)!
Nesta aula, estudaremos o quarto tema mais cobrado em nossas provas, que é a defesa 
do consumidor em juízo.
Lembre-se que estamos dando ênfase àquilo que é mais cobrado, mas isso não o exime de 
estudar os outros assuntos do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, até porque nosso 
examinador tem nos surpreendido, muitas das vezes, com temas de direito do consumidor 
encontrados na jurisprudência, e não somente em informativos.
Eu faço questão de trazer isso aqui para mostrar a você de que maneira ela tem sido co-
brada. Temos visto também a aplicação das súmulas, dos temas repetitivos e nem sempre o 
consumidor vai ter razão. Nas questões de direito do consumidor, temos visto, ainda, que é 
raro encontrar uma questão que caiba recurso (a não ser quando a banca anulou de ofício, a 
exemplo do XXXII Exame de Ordem 😊).
Recapitulando os temas mais cobrados em Direito do Consumidor: direitos básicos; res-
ponsabilidade pelo vício e pelo fato do produto e do serviço; prescrição e decadência – pres-
crição de 5 anos à luz do artigo 27 do CDC; e decadência de 30 e 90 dias à luz do artigo 26, 
dependendo do produto ser não durável ou durável respectivamente; e, ainda, os elementos da 
relação jurídica de consumo.
Já percebeu a importância e a interdisciplinaridade do Direito do Consumidor? Diante dis-
so, vou deixar aqui o cronograma das aulas para você acompanhar bem o nosso estudo, dese-
jando que seja um tempo prazeroso do seu dia estudar o Direito do Consumidor e construindo 
juntos esse sonho que é nosso!
Se você precisar falar comigo, já sabe! Pode me encontrar no fórum de dúvidas ou nas 
nossas redes sociais:
@gran_oab e @patriciadreyer
Além disso, você precisa se inscrever no canal e ativar o sininho, para saber tudo de maravi-
lhoso que acontece em nosso programa pelo canal do YouTube. Ah… Às segundas-feiras, às 20 
horas, eu e você temos um encontro marcado para falar de Direito do Consumidor, numa aula 
chamada “Na mira do Consumidor”. Você está superconvidado a participar!
Você é maior que seu sonhos, e mais forte que suas fraquezas! E eu fico aqui sempre hon-
rada em poder participar com você nesta jornada. Todos os dias a gente constrói juntos essa 
história de aprovação para a OAB! Vamos juntos!1
1 https://t.aimg.sk/magaziny/bE8jNVHAQAKMTcIFEjoZVQ.2560.jpg?t=L2ZpdC1pbi8xMjAweDA&h=4BdXuPgYdkYq1tsrP-
1gsfw&e=2145916800&v=1
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
A DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
Ei, amore! Tudo bem com você? Espero que sim!!! Hoje, vamos estudar a defesa do consu-
midor em Juízo. “Bora” lá?
A defesa do consumidor em juízo perpassa pelo estudo da ação civil pública da Lei n. 
7.347/1985 e pelo estudo dos artigos 81 a 104 do Código de Defesa do Consumidor.
Quando falamos em defesa coletiva, falamos, necessariamente, em ação civil pública e no 
microssistema processual da defesa coletiva, que é composto dos arts. 81 a 104 do CDC, mas 
também da Lei n. 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública), da Lei n. 8.429/1992 (Lei da Improbi-
dade Administrativa), da Lei n. 4.717/1965 (Lei da Ação Popular) e da Lei n. 10.016/2009 (Lei 
do Mandado de Segurança Coletivo).
Tudo isso diz respeito à proteção do direito do consumidor, aos direitos da criança e do 
adolescente, ao patrimônio histórico, paisagístico e cultural, à ordem econômica etc. Vejamos 
o que diz a lei:
CDC
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em 
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, 
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias 
de fato.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Por exemplo, quando a professora Ana Paula vai de Goiânia a Brasília, pelo fato de estar em 
Brasília, ela terá a mesma proteção que eu tenho, que moro em Brasília. Quando tratamos do 
direito da criança e do adolescente, estamos falando do mesmo direito: indivisível. A proteção 
integral que Joãozinho tem, Maria tem também. Isso ocorre porque esse direito é indivisível.
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, 
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou 
com a parte contrária por uma relaçãojurídica base.
Obs.: � os direitos coletivos são em stricto sensu (coletivos em sentido estrito). Nesse caso, 
as pessoas não são indeterminadas e é possível identificá-las dentro de um grupo, 
categoria ou classe.
Um fato que tem sido impactante, desde o começo do ano de 2021, em meio à pandemia, 
é a saída da Ford do Brasil. Se o Ministério Público ou a Defensoria Pública resolverem ajuizar 
uma ação coletiva em defesa dos titulares de veículos da Ford, esse será um direito coletivo e, 
embora não se saiba exatamente quem são os titulares, é possível identificá-los.
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem 
comum.
Nesse caso, é possível haver a divisibilidade do direito. A origem comum pode ser uma 
circunstância de fato ou uma relação jurídica base, mas cada um dos indivíduos prejudicados, 
uma vez que a sentença coletiva é favorável, quer a sua fatia de reparação ou de indenização:
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n. 
7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar 
suas disposições.
Obs.: � é importantíssimo estudar a Lei n. 7.347/1985, que é a Lei da Ação Civil Pública e tem 
despencado nas nossas provas. Outro ponto importante é que o inquérito civil é uma 
atribuição exclusiva do MP.
A ação civil pública é o instrumento processual adequado para reprimir ou impedir danos ao meio 
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagís-
tico e por infrações da ordem econômica, à ordem urbanística e à honra e à dignidade de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos, protegendo, assim, os interesses difusos, coletivos e individuais homo-
gêneos, desde que socialmente relevantes. Professor Hely Lopes Meirelles.
Obs.: � Na prova, será cobrada a violação do direito do consumidor. Já caiu sobre a Vaquinha 
Laticínios que adulterava a bebida láctea; sobre o posto de gasolina que vendia com-
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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bustível adulterado; sobre o Ministério Público do Acre defendendo as vítimas de um 
dano ambiental; sobre a liquidação e o cumprimento da sentença coletiva de maneira 
individual; e por aí vai…
Assim, é importante ter em conta que os artigos mais importantes são: 81, 82, 95, 97, 
103 e 104.
Arts. 81 e 82: quais são os direitos coletivos, metaindividuais, ou transindividuais;
Art. 82: quem tem legitimidade para o ajuizamento da demanda coletiva;
Arts. 95 e 97: quem pode promover a liquidação e cumprimento individual da senten-
ça coletiva;
Art. 103: como se dão os efeitos da coisa julgada;
Art. 104: litispendência e possibilidade de suspensão da ação individual até que seja julga-
da a demanda coletiva.
Vejamos o que diz a Lei n. 7.347 de 1985:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsa-
bilidade por danos morais e patrimoniais causados:
A ação civil pública nada mais é do que uma ação condenatória. Um dos legitimados (MP, 
Defensoria, Administração Pública – direta ou indireta – ou associação) irá ajuizar uma ação 
civil pública pedindo que aquele que causou danos coletivos seja condenado à multa, a fazer, 
a não fazer ou a indenizar o particular, se causar prejuízo, por exemplo:
I – ao meio ambiente;
II – ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
Se houver impacto ou dano a titular de qualquer outro direito transindividual, será possível 
o manejo ou o ajuizamento de uma ação coletiva, como, por exemplo, o direito da criança e do 
adolescente. Em uma reportagem, o pai obrigava a filha de treze anos a comer fezes e beber 
urina2. Pelo fato de a filha ser uma criança, ela possui direito à proteção integral. O pai está 
respondendo perante a Justiça por crime contra a adolescente. Nesse caso, há necessidade 
de uma demanda coletiva? Não, porque trata-se da violação a uma criança em específico; mas 
se isso acontecesse em nível mais abrangente, ou se fosse uma conduta que atingisse uma 
coletividade de crianças e adolescentes, como numa unidade de acolhimento, certamente se-
ria possível uma demanda coletiva.
2 https://www.metropoles.com/brasil/policia-prende-pai-que-obrigava-filha-a-comer-fezes-e-beber-urina-no-rio
https://istoe.com.br/rj-pai-que-obrigava-a-filha-de-13-anos-a-comer-fezes-e-beber-urina-e-preso-pela-policia/
https://extra.globo.com/casos-de-policia/homem-que-obrigava-filha-comer-fezes-beber-urina-preso-em-queimados-na-baixa-
da-fluminense-rv1-1-24850252.html
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https://extra.globo.com/casos-de-policia/homem-que-obrigava-filha-comer-fezes-beber-urina-preso-em-queimados-na-baixada-fluminense-rv1-1-24850252.html
https://extra.globo.com/casos-de-policia/homem-que-obrigava-filha-comer-fezes-beber-urina-preso-em-queimados-na-baixada-fluminense-rv1-1-24850252.html
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Vejamos outros direitos tutelados coletivamente: 
V – por infração da ordem econômica;
VI – à ordem urbanística.
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
VIII – ao patrimônio público e social.
Ao final de 2020, houve uma ação proposta pela Defensoria Pública do Estado do Amazo-
nas para discutir a honra e a dignidade das pessoas negras devido ao termo “black friday”3.
O objetivo é mudar o termo para “semana promocional”. Embora em alguns contextos uti-
lizar a expressão “negro” ou “preto” possui um sentindo pejorativo – por exemplo, em “humor 
negro” e “lista negra” –, em outros contextos, esse sentido não existe. Assim, entende-se que 
é possível a propositura de uma ação civil pública para defesa em nome da honra e dignidade 
de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
Vamos avançar?
Direitos Difusos
Os interesses ou direitos difusos são direitos transindividuais, de natureza indivisível, de 
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato.
Transindividual diz respeito a todo o grupo social, a toda a coletividade ou mesmo à parcela 
significativa dela.
De natureza indivisível quer dizer que os direitos difusos não podem ser fracionados entre 
os membros da coletividade. Dessa maneira, sendo violado o direito difuso, todos os membros 
da coletividade serão lesados.
O direito ao meio ambiente, por exemplo, é um direito de todos – das gerações futuras e 
presentes –, assim como o direito a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
tico e paisagístico. Por exemplo, quando o museu no Rio de Janeiro foi incendiado, todos os 
brasileiros perderam seu patrimônio.4
Ligação por uma situação de fato significa dizer que todos os sujeitos que compõem a co-
letividade são ligados por uma situação de fato: não é necessário que entre eles exista alguma 
relação jurídica.
Exemplo: produtos com alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde dos consumidores.
3 https://www.conjur.com.br/2020-nov-07/defensoria-am-comercio-nao-use-termo-black-fridayhttps://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/11/06/defensoria-do-am-notifica-comerciantes-sobre-racis-
mo-no-termo-black-friday.htm
4 https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/04/o-que-se-sabe-sobre-o-incendio-no-museu-nacional-no-rio.
ghtml
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciencia-o-que-o-brasil-perdeu-com-o-incendio-do-museu-
-nacional.htm
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https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/11/06/defensoria-do-am-notifica-comerciantes-sobre-racismo-no-termo-black-friday.htm
https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2020/11/06/defensoria-do-am-notifica-comerciantes-sobre-racismo-no-termo-black-friday.htm
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/04/o-que-se-sabe-sobre-o-incendio-no-museu-nacional-no-rio.ghtml
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/04/o-que-se-sabe-sobre-o-incendio-no-museu-nacional-no-rio.ghtml
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciencia-o-que-o-brasil-perdeu-com-o-incendio-do-museu-nacional.htm
https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciencia-o-que-o-brasil-perdeu-com-o-incendio-do-museu-nacional.htm
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Direitos Coletivos
Os direitos coletivos são direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular 
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma rela-
ção jurídica base.
Significa que o direito coletivo depende de uma relação jurídica que reúna os sujeitos em 
um grupo, classe ou categoria antes de qualquer violação ou ameaça de violação a um direito 
indivisível dessa comunidade.
Direitos inDiviDuAis Homogêneos
Os interesses individuais homogêneos são aqueles decorrentes de uma origem comum, 
ou seja, decorrem de uma situação fática comum a um grupo de pessoas. Os titulares desses 
interesses são determináveis, o bem jurídico é divisível e há ligação por uma origem comum.
Exemplo: vítimas de acidentes ocasionados por defeito de fabricação de um automóvel colo-
cado à venda no mercado de consumo. Cada vítima desse acidente terá um dano diferenciado 
e, por isso, cada vítima terá o direito de receber um quantum indenizatório diferente.
Somente os direitos individuais homogêneos com relevância social serão amparados pela 
Ação Civil Pública:
Recurso especial. Ação Civil Pública. Legitimidade ativa do Ministério Público. Danos cau-
sados aos trabalhadores nas minas de Morro Velho. Interesse social relevante. Direitos 
individuais homogêneos. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação 
civil pública em defesa de direitos individuais homogêneos, desde que esteja configurado 
interesse social relevante (…). (RESP 0058682/95-MG, Relator Ministro CARLOS ALBERTO 
MENEZES DIREITO, un., 3ª T., DJ de 16.12.96, p. 50864)
A Lei de Ação Civil Pública existe no Brasil desde 1985 e é necessário se atentar para o 
ponto nodal, para o ajuizamento da ação civil pública:
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação 
de fazer ou não fazer.
Houve uma distribuição em farmácia de um medicamento anticoncepcional chamado Mi-
crovlar, mas alguns lotes desse medicamento eram apenas farinha5.
5 https://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0, ,MUL175770-5605,00-MAES+QUE+TOMARAM+PILULA+DA+-
FARINHA+EM+AINDA+BRIGAM+POR+INDENIZACOES.html
https://www.conjur.com.br/2008-dez-16/schering_indenizar_vender_pilula_farinha
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https://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL175770-5605,00-MAES+QUE+TOMARAM+PILULA+DA+FARINHA+EM+AINDA+BRIGAM+POR+INDENIZACOES.html
https://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL175770-5605,00-MAES+QUE+TOMARAM+PILULA+DA+FARINHA+EM+AINDA+BRIGAM+POR+INDENIZACOES.html
https://www.conjur.com.br/2008-dez-16/schering_indenizar_vender_pilula_farinha
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Devido ao uso desse medicamento, muitas mulheres, que não pretendiam engravidar, aca-
baram por engravidar e o laboratório foi condenado a indenizar as mulheres que conseguiram 
provar que tomavam o medicamento há muito tempo, mas que, ao utilizar o lote em que havia 
farinha, acabaram gerando um filho que, naquele momento, não era planejado.
Nesses casos, ajuíza-se uma ação civil pública, por exemplo, pelo Ministério Público, para 
defender o direito de todos os consumidores impactados pelo defeito no produto que gerou 
uma consequência não esperada do uso.
Lei n. 7.347/1985
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz de-
terminará o cumprimento da prestação da atividade devida OU a cessação da atividade nociva, sob 
pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, 
independentemente de requerimento do autor.
As multas diárias são as astreintes. Ao se falar no cumprimento de uma obrigação de fa-
zer ou não fazer, o magistrado deve se atentar ao prazo para que a obrigação seja cumprida e, 
passado esse prazo, começa a incidir a multa diária.
A multa diária pode ser determinada pelo magistrado, independentemente de requerimento 
do autor. Além disso, essa multa pode ser revisitada pelo magistrado caso se torne excessiva-
mente onerosa ou insuficiente. Portanto, o quantum devido nas astreintes não transita em jul-
gado, pois pode sofrer revisão mesmo depois do trânsito em julgado da sentença condenatória.
CDC
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as 
espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz 
concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado 
prático equivalente ao do adimplemento.
Certa vez, a Samsung vendeu um tablet Galaxy Tab S 8.4, anunciado com 16GB, que, na 
verdade, tem 10,08 de espaço disponível, e a Apple ofereceu no mercado o iPad Air de 16GB, 
em que o consumidor tem à disposição apenas 12,13GB para uso.6.
O consumidor, nesse caso, está sendo lesado devido à propaganda enganosa. Diante dis-
so, entram em ação os legitimados para a propositura da ação civil pública.
Houve também um ajuizamento de ação da Defensoria Pública sobre a edição da nota de 
R$ 200, que é menor do que a nota de R$ 100, e os deficientes visuais não conseguem iden-
tificar7. É um entendimento universal que, quanto maior o valor da célula, maior é também o 
6 https://www.conjur.com.br/2008-dez-16/schering_indenizar_vender_pilula_farinha
7 https://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/defensoria-publica-processa-o-banco-central-por-nota-de-r-200/
https://www.conjur.com.br/2020-out-14/itcn-posiciona-acao-dpu-nota-200
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tamanho, exatamente para que as pessoas com deficiência visual consigam identificar o que 
estão entregando no momento de fazer pagamentos.
Aqueles que compraram o tablet com memória menor, tiveram o direito de serem indeniza-
dos. Com a sentença coletiva, o consumidor viu a proporção de seu dano, a atualizou (liquidou) 
e foi cumprida a sentença.
Outro ponto importante: É cabível o pedido de uma medida liminar na ação civil pública – 
por exemplo, a suspensão de um serviço imediatamente, a suspensão de uma cobrança de 
taxa etc. É possível o pleito de uma tutela provisória de urgência, ou, até mesmo, de evidência.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Pro-
cesso Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provi-
mento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemen-
te de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para 
o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz 
determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, 
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Lembre-se que o magistrado tem o poder geral de cautela.
É possível a concessão de liminares na ação civil pública, mesmo sem audiência de jus-
tificação? Sim.
Lei n. 7.347/1985
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita 
a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à 
ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir 
o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, 
da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a partir da publi-
cação do ato.
Cabe, ainda, a tutela liminar em uma ação civil pública que discute um direito coletivo do 
consumidor mesmo sem audiência de justificação na primeira instância. Se essa liminar for 
concedida em face de uma pessoa jurídica de direito público – União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios –, cabe a ela a suspensão da liminar pelo pedido ao Presidente do Tribunal.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão 
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Exemplo: houve uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público contra uma determi-
nada empresa que violou o direito do consumidor, para a qual o juiz determinou uma multa em 
15/02/2017 e a obrigação não foi cumprida pelo réu. Após transitar em julgado, em 25/01/2021, 
a exigência do pagamento da multa somente pode ocorrer depois de janeiro de 2021, ou seja, 
o cumprimento dessa parte da decisão judicial deve ocorrer após o trânsito em julgado. Toda-
via, o cálculo não é feito a partir do trânsito em julgado, mas a partir do descumprimento da 
decisão.
Quem tem legitimidade para o ajuizamento de ação civil pública?
A Lei n. 4.717/1965 determina que qualquer cidadão, ou seja, qualquer indivíduo com capa-
cidade eleitoral tem legitimidade para o ajuizamento da ação popular, mas para a legitimidade 
da ação civil pública isso não ocorre.
Lembre-se do artigo 18 do CPC/2015:
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo or-
denamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial.
Para ter legitimidade extraordinária, a pessoa deve estar autorizada pelo ordenamen-
to jurídico.
Exemplo: Patrícia tem a qualidade de cidadã para ajuizar uma ação civil pública ao ver uma 
pessoa de direito privado cometer um ato lesivo ao patrimônio público do Distrito Federal. O 
DF, enquanto pessoa jurídica de direito público interno, não tem legitimidade para a ação popu-
lar, mas pode entrar na demanda com Patrícia na qualidade de assistente litisconsorcial, pois 
Patrícia está em nome próprio, defendendo um direito do Distrito Federal que é público e de 
todos nós.
A resposta está nos art. 5º da Lei n. 7.347/1985 e art. 82 do Código de Defesa do Consu-
midor. No art. 5º, é mencionada a Defensoria Pública:
Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei n. 
11.448, de 2007).
I – o Ministério Público; (Redação dada pela Lei n. 11.448, de 2007).
II – a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei n. 11.448, de 2007)
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007).
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela Lei n. 
11.448, de 2007)
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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V – a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007)
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei n. 11.448, 
de 2007)
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação 
dada pela Lei n. 13.004, de 2014)
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como 
fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo 
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Minis-
tério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei n. 8.078, de 
1990)
§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interes-
se social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a 
ser protegido. (Incluído pela Lei n. 8.078, de 11.9.1990)
§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Fede-
ral e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Incluído pela Lei n. 8.078, 
de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto)
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento 
de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo 
extrajudicial. (Incluído pela Lei n. 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto)
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafoúnico, são legitimados concorrentemente: (Redação dada 
pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade 
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins 
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autoriza-
ção assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do 
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Por exemplo, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento 
da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho – AVABRUM8. O requisito da pré-constituição 
pode ser dispensado. E, segundo notícias, a Vale e o Governo Estadual de Minas Gerais assina-
ram um acordo de reparação pelos danos causados na tragédia do desabamento da barragem 
8 https://avabrum.org.br/
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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de Brumadinho, no início de 2019. O projeto inclui um valor de R$ 37 bilhões em investimentos 
na infraestrutura da região e em reparações aos locais atingidos, mas foi duramente criticado 
pelas vítimas9.
Sobre a relação de consumo, houve dois acidentes sérios com a empresa TAM e um aci-
dente aéreo com a empresa GOL. O primeiro acidente foi com um Fokker 100 que caiu perto do 
Aeroporto de Congonhas10 e o segundo acidente foi com um avião que, chegando ao Aeroporto 
de Congonhas, não conseguiu arremeter e bateu em um prédio, causando mortes. O acidente 
com a empresa GOL ocorreu por uma colisão entre o avião da GOL e um jato Legacy.
Assim, em vez de cada um dos familiares das vítimas ajuizar sua ação individual, é possível 
que se constitua uma associação para defender os interesses de todas as vítimas e familiares 
das vítimas:
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das ví-
timas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofri-
dos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
O Ministério Público está sempre presente. Se ele não ajuizar a ação, ele atuará como fiscal 
da lei. Ao atuar como fiscal da lei e a parte autora desistir, o MP pode assumir a titularidade da 
demanda coletiva.
Por exemplo, se a ação civil pública for proposta pela União, mas a Advocacia da União não der 
andamento no cumprimento de sentença, após sessenta dias, o Ministério Público poderá dar 
entrada no cumprimento de sentença.
A legitimação ativa na ACP possui uma peculiaridade: ela é concorrente e disjuntiva.
Concorrente porque cada um dos legitimados poderá propor a ação civil pública; e disjunti-
va porque não é necessário que todos eles ajuízem a ação em conjunto.
Não é necessário esperar que o Ministério Público ajuíze a ação ou que a ação civil pública 
deva ser ajuizada em litisconsórcio com o Ministério Público.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo 
habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
9 https://www.hypeness.com.br/2021/02/vale-assina-acordo-para-brumadinho-r-20-bilhoes-abaixo-do-pedido-sem-consul-
tar-prefeitura-e-associacao-de-vitimas/
10 http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/10/acidente-com-fokker-100-da-tam-em-sao-paulo-completa-20-anos.html
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40539541
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http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/10/acidente-com-fokker-100-da-tam-em-sao-paulo-completa-20-anos.html
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E o cidadão não poderá ajuizar uma ação civil pública?
Não. Contudo, foi conferido um papel importante a todas as pessoas naturais, bem como 
ao servidor público:
Art. 6º Lei 7.347, de 1985: Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa 
do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil 
e indicando-lhe os elementos de convicção.
Por exemplo, no início da pandemia, alguns medicamentos tidos como medicamentos que 
aumentam a imunidade da pessoa e dificultam a contaminação aumentaram absurdamente 
de preço. Um medicamento em especial custava, em média, R$ 6,00 e passou a custar, em 
alguns lugares, R$ 45,00. Nesse caso, qualquer pessoa pode e o servidor público deve provocar 
a iniciativa do Ministério público. Outros exemplos são: cobrança indevida na conta de luz ou 
de água; má prestação do serviço à coletividade etc.
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CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Os serviços públicos, especialmente aqueles que não são tidos por universais – por exem-
plo, fornecimento de água e de energia elétrica, transporte etc. –, são serviços públicos que exi-
gem, inclusive, uma contraprestação do consumidor. Há, portanto, uma relação de consumo.
ministério públiCo
Vejamos os julgados abaixo confirmando a legitimidade do Ministério Público:
O Ministério Público tem legitimidade ad causam para propor ação civil pública com a 
finalidade de defender interesses coletivos e individuais homogêneos dos mutuários do 
Sistema Financeiro da Habitação. O STJ entende que os temas relacionados com SFH 
possuem uma expressão para a coletividade e o interesse em discussão é socialmente 
relevante. STJ. 3ª Turma. REsp 1.114.035-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para 
acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgado em 7/10/2014 (Info 552).
Trata-se das pessoas que precisam de financiamento para adquirir seus imóveis.
Contudo, o MP deverá observar, ao ajuizar Ações Civis Públicas que discutam direitos indivi-
duais homogêneos, a indisponibilidade do direito/interesse social: como a vida, a saúde e a dig-
nidade da pessoa humana; relevância social: a segurança pública, a moradia, o meio ambiente.
Informativo n. 0662
Publicação: 31 de janeiro de 2020.
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CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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TERCEIRA TURMA Processo REsp 1.573.723-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Ter-
ceira Turma, por maioria, julgado em 10/12/2019, DJe 13/12/2019 Tema
Ação Civil Pública. Práticas supostamente abusivas. Instituições financeiras privadas.
Ministério Público Federal. Legitimidade ativa.
Destaque
O Ministério Público Federal possui legitimidade para propor ação civil pública a fim de 
debater a cobrança de encargos bancários supostamente abusivos praticados por insti-
tuições financeiras privadas.
Obs.: � O Ministério Público Federal é a Procuradoria da República.
Trata-se, por exemplo, de uma relação entre Patricia e Banco Bradesco, Roberta e Banco 
Santander, Maria Christina e Nubank etc. O banco central tem legitimidade para propor 
uma ação civil pública, caso envolva muitas pessoas, para discutir a cobrança de encar-
gos bancários em um contrato particular, em que esses encargos são supostamente abu-
sivos, praticados por instituições financeiras privadas.
Informações do Inteiro Teor
A jurisprudência desta Corte reconhece a legitimidade do Ministério Público para propor 
ação civil pública a fim de debater a cobrança de encargos bancários supostamente abu-
sivos, por se tratar de tutela de interesses individuais homogêneos de consumidores/
usuários do serviço bancário (art. 81, III, da Lei n. 8.078/1990).
Por sua vez, o Ministério Público Federal terá legitimidade para o ajuizamento de ações 
civis públicas sempre que ficar evidenciado o envolvimento de interesses nitidamente 
federais, assim considerados em virtude dos bens e valores a que se visa tutelar.
Nos termos do art. 21, VIII, da Constituição Federal, compete à União “administrar as reser-
vas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as 
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada”. O 
art. 4º da Lei n. 4.595/1964, em seu inciso VIII, prevê a competência do Conselho Monetá-
rio Nacional para, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República, regular 
a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições monetárias, bancárias 
e creditícias, ao passo que o art. 9º atribui ao Banco Central do Brasil competência para 
cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e 
as normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Para o Ministério Público ou para a Procuradoria da República ter legitimidade para ajuizar 
uma ação civil pública, deve ser verificado se, na cobrança de encargos abusivos e nos contra-
tos das instituições financeiras privadas, há algum interesse federal.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
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Desse modo, verifica-se que as atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras, sejam elas 
públicas ou privadas, subordinam-se ao conteúdo de normas regulamentares editadas por órgãos 
federais e de abrangência nacional, estando a fiscalização quanto à efetiva observância de tais 
normas a cargo dessas mesmas instituições, a revelar a presença de interesse nitidamente federal, 
suficiente para conferir legitimidade ao Ministério Público Federal para o ajuizamento da ação civil 
pública.
Portanto, a Procuradoria da República e o Ministério Público Federal têm legitimidade para 
ajuizar uma ação civil pública que discuta encargos abusivos nos contratos bancários feitos 
com instituições financeiras públicas ou privadas, pois todas se subordinam às normas públi-
cas de interesse nitidamente federal na regulação da política monetária.
Se a questão de prova tratar, por exemplo, de pessoas com uma determinada doença que 
precisam de um medicamento de altíssimo custo que deveria ser fornecido pelo Poder Públi-
co, nesse caso, o MP tem legitimidade para ajuizar a ação, mesmo que as pessoas envolvidas 
sejam identificáveis.
O patrimônio público é, em última análise, um patrimônio que revela um direito e um inte-
resse coletivo.
AssoCiAções
A legitimidade das associações também está presente no CDC e na Lei 7.347 de 1985:
CC, art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não 
econômicos.
LACP, art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
V – a associação que, concomitantemente:
a. esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b. inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio 
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, 
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
A associação que tem, concomitantemente, constituição há pelo menos 1 ano e finalida-
des institucionais tem legitimidade para a propositura da ação civil pública.
E se a associação abandonar a causa ou quiser desistir da ação?
Lei n. 7.347/1985, art. 5º
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministé-
rio Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
Não é necessário que seja exclusivamente o Ministério Público.
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Informativo n. 0665
Publicação: 13 de março de 2020.
TERCEIRA TURMA
Processo EDcl no REsp 1.405.697-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, 
por unanimidade, julgado em 10/09/2019, DJe 17/09/2019
Tema
Ação coletiva. Direitos individuais homogêneos. Associação. Legitimidade ativa. Expressa 
autorização assemblear. Desnecessidade. Sucessão processual no polo ativo por outra 
associação. Possibilidade.
Destaque
Em ação civil pública, é possível a substituição da associação autora por outra associa-
ção caso a primeira venha a ser dissolvida.
Informações do Inteiro Teor
Esclareça-se, de início, que o acórdão embargado parte, de modo expresso, da premissa 
de que o Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário 
n. 573.232/SC, com a repercussão geral a ele inerente, e sob o rito do art. 543-B, do CPC, 
cuja tese deve ser observada pelos demais órgãos integrantes do Poder Judiciário, teria 
reconhecido, para a correta delimitação da legitimação de associação para promover 
ação coletiva, a necessidade de expressa autorização dos associados para a defesa de 
seus direitos em juízo, seja individualmente, seja por deliberação assemblear, não bas-
tando, para tanto, a previsão genérica no respectivo estatuto.
Desse modo, o acórdão embargado propôs o alinhamento ao entendimento do Supremo 
Tribunal Federal, consignando-se que, para a correta delimitação da legitimação da asso-
ciação para promover ação coletiva, em representação aos seus associados, haveria que 
se estar presente, necessariamente, a expressa autorização destes para tal fim, seja indi-
vidualmente, seja por deliberação assemblear, afigurando-se insuficiente a previsão gené-
rica no respectivo estatuto.
Ocorre que a própria Suprema Corte, posteriormente, acolheu os embargos de declara-
ção no RE n. 612.043/PRpara esclarecer que o entendimento nele firmado alcança tão 
somente as ações coletivas submetidas ao rito ordinário, pois são direitos meramente 
individuais, no qual o autor se limita a representar os titulares do direito material, atuando 
na defesa de interesses alheios e em nome alheio, o que não ocorre nas ações civis públi-
cas.
Constatada, assim, a inaplicabilidade do entendimento adotado pelo STF à hipótese dos 
autos, tal como posteriormente esclarecido pela própria Excelsa Corte, é de se reconhe-
cer, pois, a insubsistência da premissa levada a efeito pelo acórdão embargado, assim 
como a fundamentação ali deduzida, a ensejar, uma vez superado o erro de premissa ora 
reconhecido, o rejulgamento do recurso.
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Defesa do Consumidor em Juízo
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Na hipótese dos autos, Associação Nacional dos Consumidores de Crédito – ANDEC, 
entidade originariamente autora da presente ação coletiva, foi dissolvida, razão pela qual 
Polisdec — Instituto Mineiro de Políticas Sociais e de Defesa do Consumidor —, constitu-
ído há mais de um 1 (ano) e com a mesma finalidade temática, requereu sua integração 
no feito na qualidade de demandante, em substituição à Andec.
Tal pretensão, de fato, é plenamente possível, haja vista que o microssistema de defesa 
dos interesses coletivos privilegia o aproveitamento do processo coletivo, possibilitando 
a sucessão da parte autora pelo Ministério Público ou por algum outro colegitimado, mor-
mente em decorrência da importância dos interesses envolvidos em demandas coletivas.
Na sucessão processual, é retirada a associação primitiva e entra outra associação.
Você já ouviu falar em deslocamento do polo do legitimado da Ação Civil Pública?
Por exemplo, imagine que uma associação tenha ajuizado uma ação contra uma empresa e 
o Distrito Federal ou que Ministério Público tenha ajuizado uma ação civil contra um determi-
nado município e contra uma empresa prestadora de serviço a esse município. O município, 
então, confirma que houve a ação que viola o patrimônio coletivo, mas apenas pela parte da 
empresa. Nesse caso, o município deseja se deslocar do polo passivo para o polo ativo.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. NULIDADE DE AUTORIZAÇÃO E LICENÇA AMBIENTAL. RESPON-
SABILIDADE DO ESTADO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO FACULTATIVO. MIGRAÇÃO DE ENTE 
PÚBLICO PARA O POLO ATIVO. INTERESSE PÚBLICO. POSSIBILIDADE. 1.
Trata-se, na origem, de Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado de 
São Paulo contra a Fazenda Pública do mesmo Estado para discutir a declaração de 
nulidade de licenças ambientais expedidas pelo DEPRN que autorizaram, ilegalmente, a 
intervenção em Área de Preservação Permanente. 2. A jurisprudência do STJ é no sen-
tido de que o deslocamento de pessoa jurídica de Direito Público do polo passivo para 
o ativo na Ação Civil Pública é possível quando presente o interesse público, a juízo do 
representante legal ou do dirigente, nos moldes do art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/1965, 
combinado com o art. 17, § 3º, da Lei de Improbidade Administrativa. 3. O Estado res-
ponde – em regime jurídico de imputação objetiva e solidária, mas de execução sub-
sidiária – pelo dano ambiental causado por particular que se valeu de autorização ou 
licença ilegalmente expedida, cabendo ao autor da Ação Civil Pública, como é próprio da 
solidariedade e do litisconsórcio passivo facultativo, escolher o réu na relação proces-
sual em formação. Se a ação é movida simultaneamente contra o particular e o Estado, 
admite-se que este migre para o polo ativo da demanda. A alteração subjetiva, por óbvio, 
implica reconhecimento implícito dos pedidos, sobretudo os de caráter unitário (p. ex., 
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
anulação dos atos administrativos impugnados), e só deve ser admitida pelo juiz, em 
apreciação ad hoc, quando o ente público demonstrar, de maneira concreta e indubitável, 
que de boa-fé e eficazmente tomou as necessárias providências saneadoras da ilicitude, 
bem como medidas disciplinares contra os servidores ímprobos, omissos ou relapsos. 
4. No presente caso ficou assentado pelo Tribunal de Justiça que o Estad0 de São Paulo 
embargou as obras do empreendimento e instaurou processo administrativo para apurar 
a responsabilidade dos agentes públicos autores do irregular licenciamento ambiental. 
Também está registrado que houve manifesto interesse em migrar para o polo ativo da 
demanda. 5. Recurso Especial provido. (STJ, REsp 1391263/SP, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe 07/11/2016)
Esses dispositivos legais (art. 6º, § 3º, da Lei n. 4.717/1965, combinado com o art. 17, § 
3º, da Lei de Improbidade Administrativa) fazem parte do microssistema processual da defesa 
coletiva, de modo que é possível o deslocamento.
CompetênCiA
LACP, art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo 
juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
CDC, art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça 
local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou re-
gional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
O reconhecimento da continência significa que uma ação posterior é mais ampla e abarca 
o pedido de uma ação anterior, que é menor. Reconhecida a continência, as demandas são 
reunidas na Justiça Federal, se a ação civil pública for proposta na Justiça Federal, e as ações 
civis públicas propostas na Justiça Estadual. A sentença da ação civil pública na Justiça Fe-
deral será observada em todos os outros municípios ou unidades da Federação que também 
serão impactados com o efeito da decisão.
exeCução
• Entidades Públicas (MP, DP, Administração Direta/Indireta) são obrigadas a promover a 
execução quando forem autoras;
• Quando autoras, se as associações públicas não promoverem a execução da sentença 
em 60 dias:
− O Ministério Público DEVERÁ executá-la; ou
− Os outros legitimados PODERÃO executá-la.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Se a ação for ajuizada pelo MP, pela Defensoria Pública ou por qualquer ente da Administra-
ção Pública, são esses entes que devem promover a execução. No caso das associações, se 
elas não promoverem a execução em sessenta dias, qualquer outro legitimado poderá, ou o MP.
Suponha que a empresa poluidora tenha sido executada pelo valor acima referido. Qual o 
destino dessa indenização em dinheiro?
Se a condenação for em dinheiro, como o dano e a condenação são coletivos, esse dinheiro 
irá para um fundo. Cada um dos consumidores irá promover sua liquidação individual para al-
cançar sua parcela de indenização, mas a indenização macro deve ser enviadapara um fundo.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo 
gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente 
o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconsti-
tuição dos bens lesados.
§ 1º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento 
oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Por exemplo, em caso de uma ação para defesa do meio ambiente, o recurso irá para um fundo 
que promoverá a reestruturação do meio ambiente. Em caso de uma ação civil pública que dis-
cutia dano coletivo ao consumidor, a condenação irá para um fundo gerido por um Conselho 
Federal ou Estadual, em que participam o MP e os representantes da sociedade, para a defesa 
do consumidor.
Se o devedor não pagar, é necessário entrar com um cumprimento e intimá-lo a pagar em 
quinze dias. Se o devedor não pagar nesse prazo, aplica-se multa de 10% e honorários de 10% 
em caso de má-fé. Além disso, são buscados patrimônios para penhorar e, independentemen-
te disso, há mais quinze dias para apresentar a impugnação etc.
CDC, art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabi-
lidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucesso-
res, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
A liquidação é o quantum devido (R$) e a execução é o cumprimento de sentença. Os con-
sumidores, na sentença coletiva, devem mostrar em que proporção foram impactados e pedir 
para ser liquidado o quantum devido. A decisão de liquidação, então, será promovida por meio 
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
de uma petição simples e será aberto o cumprimento individual. A decisão coletiva, pela coisa 
julgada, beneficia o consumidor.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, 
abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem 
prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
DA CoisA JulgADA
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese 
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de 
nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
O termo erga omnes significa “para todos”. A hipótese do inciso I é a hipótese dos direitos 
difusos. Se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, o consumidor indi-
vidual pode ter provas para fundamentar seu pedido.
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insufici-
ência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do 
parágrafo único do art. 81;
A hipótese do inciso II do parágrafo único é a hipótese dos direitos coletivos. Nesse 
caso, a sentença produz efeitos para quem está no processo (todos os titulares do veículo, 
por exemplo).
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus 
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos 
individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que 
não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título 
individual.
§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n. 7.347, de 
24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, 
propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, benefi-
ciarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos 
dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Trata-se da hipótese de direitos individuais ou homogêneos. O efeito é para todos, mas 
apenas se for para beneficiar. Em caso de improcedência por insuficiência de provas, o consu-
midor poderá ajuizar sua ação baseada nas provas que possui.
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Exemplo: Patricia propõe a ação individual e, dois meses depois, ao MP propõe a ação civil 
pública. O réu é o mesmo na ação individual e na ação coletiva do MP. Quando esse réu for inti-
mado para se tornar parte do processo da ação civil pública, ele deve comunicar em todas as 
ações individuais que há uma ação coletiva, pois a decisão da ação coletiva pode se estender 
a todos os outros. Se a empresa ré comunicar, o consumidor, na ação individual, possui o prazo 
de trinta dias para pedir a suspensão da ação individual.
Se o consumidor não pedir a suspensão, ele não poderá ser beneficiado pela eficácia da 
coisa julgada da ação coletiva. Contudo, se o consumidor não for intimado para a ação coleti-
va, ele será beneficiado.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem 
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes 
a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, 
se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuiza-
mento da ação coletiva.
Há três possibilidades:
• o consumidor é intimado e pede suspensão – se o efeito for favorável, ele se beneficiará;
• o consumidor é intimado e não pede suspensão – ele não se beneficiará; ou
• o consumidor não é intimado – se o efeito for favorável, ele se beneficiará.
Para finalizar, eu vou deixar aqui vários julgados importantes sobre o tema que, eventual-
mente, poderão ser cobrados na nossa prova, até mesmo porque temos visto isso acontecer 
cada vez com mais frequência.
Informativo n. 0694
Publicação: 3 de maio de 2021.
SEGUNDA SEÇÃO
Processo
REsp 1.438.263/SP, Rel. Min. Raul Araújo, Segunda Seção, por maioria quanto à redação 
da tese, julgado em 24/03/2021. (Tema 948).
Ramo do Direito
DIREITO CIVIL
Tema
Legitimidade do não associado para a execução da sentença. Ação civil pública mane-
jada por associação na condição de substituta processual. Representação prevista no 
art. 5º, XXI, da Constituição Federal. Tema 948.
Destaque
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Em ação civil pública proposta por associação,na condição de substituta processual, 
possuem legitimidade para a liquidação e execução da sentença todos os beneficiados 
pela procedência do pedido, independentemente de serem filiados à associação promo-
vente.
Informações do Inteiro Teor
Cinge-se a controvérsia acerca da legitimidade daquele que não seja filiado à associação 
autora para a execução da sentença proferida em ação civil pública.
A atuação das associações em processos coletivos pode se verificar de duas manei-
ras: (a) por meio da ação coletiva ordinária, hipótese de representação processual, com 
base no permissivo contido no artigo 5º, inciso XXI, da CF/1988; ou (b) ou na ação civil 
pública, agindo a associação nos moldes da substituição processual prevista no Código 
de Defesa do Consumidor e na Lei da Ação Civil Pública.
Esta Corte, a partir deste julgamento, firma o entendimento de que todos os substituídos 
numa ação civil pública que tem por objeto a tutela de um direito individual homogêneo, 
possuem legitimidade para liquidação e execução da sentença, e que esses substituídos 
são todos aqueles interessados determináveis que se unem por uma mesma situação de 
fato.
Vale destacar que os direitos individuais homogêneos (art. 81, parágrafo único, III do 
CDC) são direitos subjetivos individuais tutelados coletivamente em razão de decorrerem 
de uma mesma origem, resultam “não de uma contingência imposta pela natureza do 
direito tutelado, e sim de uma opção política legislativa, na busca de mecanismos que 
potencializem a eficácia da prestação jurisdicional”.
Também é certo que a coisa julgada formada nas ações coletivas fundadas em direitos 
individuais homogêneos é estabelecida pela legislação (art. 103, III, do CDC), portanto, 
proposta uma ação coletiva fundada em direitos individuais homogêneos, já se sabe que 
a sentença irá formar coisa julgada pro et contra em relação aos legitimados coletivos, 
enquanto terá efeitos erga omnes no caso de procedência do pedido (secundum eventum 
litis).
Importante, ademais, ressaltar que a sentença de uma ação coletiva fundada em direitos 
individuais homogêneos será sempre genérica, fixando apenas a responsabilidade do réu 
pelos danos causados (art. 95, do CDC).
Sendo assim, a partir da disciplina já existente, o mérito deste julgamento pelo rito espe-
cial é dizer, em complemento, que aqueles a quem os comandos da sentença condena-
tória se estenderem são legitimados para promoção da execução da decisão judicial, 
filiados ou não à associação que promoveu a ação civil em substituição.
Informativo n. 0691
Publicação: 12 de abril de 2021.
QUARTA TURMA
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Processo
REsp 1.539.056/MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, jul-
gado em 06/04/2021.
Ramo do Direito
DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO URBANÍSTICO
Tema
Ação civil pública. Venda de terrenos em loteamento irregular. Publicidade enganosa. 
Interesse transindividual. Proteção do meio ambiente e da ordem urbanística. Dano moral 
coletivo. Cabimento.
Destaque
A alienação de terrenos a consumidores de baixa renda em loteamento irregular, tendo 
sido veiculada publicidade enganosa sobre a existência de autorização do órgão público 
e de registro no cartório de imóveis, configura lesão ao direito da coletividade e dá ensejo 
à indenização por dano moral coletivo.
Informações do Inteiro Teor
O dano moral transindividual – conhecido como “dano moral coletivo” –, caracteriza-se 
pela prática de conduta antijurídica que, de forma absolutamente injusta e intolerável, 
viola valores éticos essenciais da sociedade, implicando um dever de reparação, que tem 
por escopo prevenir novas condutas antissociais (função dissuasória), punir o compor-
tamento ilícito (função sancionatório-pedagógica) e reverter, em favor da comunidade, o 
eventual proveito patrimonial obtido pelo ofensor (função compensatória indireta).
Tal categoria de dano moral é aferível, portanto, in re ipsa, ou seja, reclama a mera apura-
ção de uma conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole valor ético-jurídico 
fundamental da sociedade, revelando-se despicienda a demonstração de prejuízos con-
cretos ou de efetivo abalo moral.
No presente caso, a pretensão reparatória de dano moral coletivo – deduzida pelo Minis-
tério Público estadual na ação civil pública – tem por causas de pedir a alienação de ter-
renos em loteamento irregular (ante a violação de normas de uso e ocupação do solo) e 
a veiculação de publicidade enganosa a consumidores de baixa renda, que teriam sido 
submetidos a condições precárias de moradia.
As instâncias ordinárias reconheceram a ilicitude da conduta dos réus que, utilizando-se 
de ardil e omitindo informações relevantes para os consumidores/adquirentes, anuncia-
ram a venda de terrenos em loteamento irregular – com precárias condições urbanísticas 
– como se o empreendimento tivesse sido aprovado pela Municipalidade e devidamente 
registrado no cartório imobiliário competente; nada obstante, o pedido de indenização 
por dano moral coletivo foi julgado improcedente.
No afã de resguardar os direitos básicos de informação adequada e de livre escolha dos 
consumidores – protegendo-os, de forma efetiva, contra métodos desleais e práticas 
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
comerciais abusivas –, é que o Código de Defesa do Consumidor procedeu à criminaliza-
ção das condutas relacionadas à fraude em oferta e à publicidade abusiva ou enganosa.
Os objetos jurídicos tutelados pelas citadas normas penais compreendem, os direitos de 
livre escolha e de informação adequada dos consumidores, cuja higidez da manifesta-
ção de vontade deve ser assegurada, de modo a atender o valor ético-jurídico encartado 
no princípio constitucional da dignidade humana, conformador do próprio conceito de 
Estado Democrático de Direito, que não se coaduna com a permanência de profundas 
desigualdades, tais como a existente entre o fornecedor e a parte vulnerável no mercado 
de consumo.
Ambos os crimes são de mera conduta, não reclamando a consumação do resultado 
lesivo – efetivo comprometimento da manifestação da vontade do consumidor –, donde 
se extrai, a evidente intolerabilidade da lesão ao direito transindividual da coletividade 
ludibriada, não informada adequadamente ou exposta à oferta fraudulenta ou à publici-
dade enganosa ou abusiva.
Sob a mesma ótica, destaca-se precedente da Segunda Turma – da relatoria do eminente 
Ministro Herman Benjamin –, firmado por ocasião do julgamento do Recurso Especial 
1.828.620/RO, segundo o qual “enganar o consumidor ou dele abusar vai muito além de 
dissabor irrelevante ou aborrecimento desprezível, de natural conduta cotidiana, aceitável 
na vida em sociedade”, por configurar prática flagrantemente antiética e ilegal que não 
poupa “nem pobres nem vulneráveis, nem analfabetos nem enfermos”.
Outrossim, não é apenas à luz do CDC que se observa a configuração de dano moral tran-
sindividual inaceitável.
Com efeito, a Lei n. 6.766/1979 – que dispõe sobre o parcelamento do solo para fins urba-
nos – em seus artigos 50 e 51 (notadamente os contidos nos incisos I e II do caput do 
artigo 50) consubstanciam crimes de mera conduta, tendo por objeto jurídico o respeitoao ordenamento urbanístico e, por conseguinte, a defesa do meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, valor ético-social – intergeracional e fundamental – consagrado pela 
Constituição de 1988 (artigo 225), que é vulnerado, de forma grave, pela prática do lotea-
mento irregular (ou clandestino).
Sendo clara a ofensa ao mínimo existencial da coletividade prejudicada pelo loteamento 
irregular – assim como a publicidade enganosa efetuada em detrimento dos consumido-
res –, tal conduta configura lesão intolerável a valor essencial da sociedade, o que torna a 
condenação ao pagamento de indenização por danos morais coletivos plenamente viável.
Informativo n. 0687
Publicação: 8 de março de 2021.
CORTE ESPECIAL
Processo
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
CC 165.221/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, por unanimidade, 
julgado em 03/03/2021.
Ramo do Direito
DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tema
Ação civil pública. Afastamento da cobrança de multa por resolução do contrato por 
motivo de força maior ou caso fortuito, especialmente roubo e furto do telefone celular. 
Relação jurídica litigiosa. Direito do consumidor. Competência das Turmas da 2ª Seção.
Destaque
Compete às Turmas da Segunda Seção julgar recurso especial interposto em face de 
concessionárias do serviço de telefonia com o objetivo de afastar a cobrança de multa 
em caso de resolução do contrato por motivo de roubo ou furto do aparelho celular.
Informações do Inteiro Teor
Cinge-se a controvérsia à definição da Turma competente para processar e julgar recurso 
especial decorrente de ação civil pública proposta pelo Ministério Público estadual em 
face de concessionárias do serviço de telefonia celular com o objetivo de afastar a 
cobrança de multa em caso de resolução do contrato por motivo de força maior ou caso 
fortuito, especialmente nas hipóteses de roubo e furto do telefone celular.
A Corte Especial possui entendimento de que compete à Primeira Seção processar e julgar 
feito em que se discute a adequação do serviço público concedido (v. g. CC 138.405/DF, 
Rel. p/ Acórdão Ministro Herman Benjamin, Corte Especial, DJe de 10/10/2016).
Ocorre que tal entendimento não se aplica nos casos em que a discussão dos autos 
esteja restrita ao exame da abusividade ou não de cláusula contratual que rege relação 
de natureza puramente consumerista travada entre clientes e concessionárias do serviço 
de telefonia celular.
Assim, levando-se em conta a natureza dessa relação jurídica litigiosa, compete às 
Turmas que integram a Segunda Seção processar e julgar a presente questão
Informativo n. 0684
Publicação: 5 de fevereiro de 2021.
RECURSOS REPETITIVOS
Processo
REsp 1.809.486-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Segunda Seção, por unanimidade, julgado 
em 09/12/2020, DJe 16/12/2020 (Tema 1032)
Ramo do Direito
DIREITO CIVIL, DIREITO DO CONSUMIDOR
Tema
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Defesa do Consumidor em Juízo
CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
Plano de saúde. Cláusula de coparticipação à razão máxima de 50% (cinquenta por cento). 
Informação e ajuste ao consumidor. Transtorno psiquiátrico. Internação superior a 30 
(trinta) dias por ano. Abusividade afastada. Validade. Equilíbrio financeiro. Tema 1032.
Destaque
Nos contratos de plano de saúde não é abusiva a cláusula de coparticipação expres-
samente ajustada e informada ao consumidor, à razão máxima de 50% (cinquenta por 
cento) do valor das despesas, nos casos de internação superior a 30 (trinta) dias por 
ano, decorrente de transtornos psiquiátricos, preservada a manutenção do equilíbrio 
financeiro.
Informações do Inteiro Teor
Cinge-se a controvérsia a definir se é legal ou abusiva a cláusula que impõe coparticipa-
ção para a hipótese de internação psiquiátrica, uma modalidade de tratamento para indi-
víduos acometidos por transtornos mentais, comorbidades ou dependência química, que 
corresponde a um serviço de saúde de enorme relevância pública.
Ao contratar um plano de saúde e despender mensalmente relevantes valores na sua 
manutenção, o consumidor busca garantir, por conta própria, acesso a um direito funda-
mental que, a rigor, deveria ser prestado pelo Estado de modo amplo, adequado, universal 
e irrestrito.
Ocorre que, se a universalização da cobertura – apesar de garantida pelo constituinte ori-
ginário no artigo 198 da Constituição Federal e considerada um dos princípios basilares 
das ações e serviços públicos de saúde nos termos do artigo 7º da Lei n. 8.080/90 que 
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organi-
zação e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências – não é 
viabilizada pelo Estado no tempo e modo necessários para fazer frente às adversidades 
de saúde que acometem os cidadãos, tampouco pode ser imposta de modo completo e 
sem limites ao setor privado, porquanto, nos termos do artigo 199 da Constituição Fede-
ral e 4º, § 1º, da Lei n. 8.080/90, a assistência à saúde de iniciativa privada é exercida em 
caráter complementar.
A presente discussão vincula-se, exatamente, às entidades privadas de assistência à 
saúde que, embora prestem – de modo secundário e supletivo – serviços de utilidade 
pública relacionados a direito fundamental estabelecido na Carta Constitucional, exer-
cem, no âmbito do sistema da livre iniciativa, o seu mister com foco na obtenção de lucro 
inerente à atividade exercida, ressalvadas aquelas instituições filantrópicas ou sem fins 
lucrativos.
Assim, diferentemente do Estado, que tem o dever de prestar assistência ampla e ilimi-
tada à população, a iniciativa privada se obriga nos termos da legislação de regência e 
do contrato firmado entre as partes, no âmbito do qual são estabelecidos os serviços a 
serem prestados/cobertos, bem como as limitações e restrições de direitos.
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CÓDIGO DO CONSUMIDOR
Patricia Dreyer
A Lei n. 9.656/98 rege os planos e seguros privados de assistência à saúde e permite à 
operadora dos respectivos serviços custear, total ou parcialmente, a assistência médica, 
hospitalar e odontológica de seus clientes, estabelecendo no artigo 16, inciso VIII, que os 
contratos, regulamentos ou produtos colocados à disposição dos consumidores podem 
fixar “a franquia, os limites financeiros ou o percentual de coparticipação do consumidor 
ou beneficiário”.
Como se vê da lei de regência, os planos de saúde podem ser coparticipativos ou não, 
sendo, pois, lícita a incidência da coparticipação em determinadas despesas, desde que 
informado com clareza o percentual deste compartilhamento, nos termos dos artigos 6º, 
inciso III e 54, §§ 3º e 4º da Lei n. 8.078/90, nos quais estabelecido que eventuais limi-
tações a direitos, ressalvas e restrições de cobertura, bem como estipulações e obriga-
ções carreadas aos consumidores devem ser redigidos de modo claro, com caracteres 
ostensivos e legíveis e com o devido destaque

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