Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FAVENI FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE SIMONY BARBOSA CABRAL CARVALHO EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: PRECURSORES HISTÓRICOS. MARACAJU 2023 FAVENI FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE SIMONY BARBOSA CABRAL CARVALHO EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: PRECURSORES HISTÓRICOS. Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em FORMAÇÃO DE DOCENTES: EDUCAÇÃO INFANTIL, ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO ESPECIAL 800 HORAS. MARACAJU 2023 E EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA: PRECURSORES HISTÓRICOS. Simony Barbosa Cabral Carvalho1 Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO- Este artigo tem como objeto de reflexão principal, a análise das políticas públicas precursoras, que fomentaram a educação especial e inclusiva nos âmbitos internacionais e no nosso país, com foco na educação especial, abordando os aspectos da inclusão no ensino regular. Identificar a educação especial e a educação inclusiva, trazendo a compreensão individualmente de cada modalidade em si, afim de compreender o significado e a abrangência de ambas. A analise da evolução histórica da educação especial e inclusiva ao longo do tempo, assim como das políticas públicas predecessoras para que a inclusão e o atendimento educacional especializado sejam eficientes na garantia dos direitos fundamentais das pessoas com deficiência. PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial, Educação Inclusiva, Políticas Públicas. ABSTRACT- This article has as its main object of reflection, the analysis of precursor public policies, which promoted special and inclusive education in the international spheres and in our country, focusing on special education, addressing aspects of inclusion in regular education. Identify special education and inclusive education, bringing the individual understanding of each modality in itself, in order to understand the meaning and scope of both. The analysis of the historical evolution of special and inclusive education over time, as well as the predecessor public policies so that inclusion and specialized educational services are efficient in guaranteeing the fundamental rights of people with disabilities. KEYWORDS: Special Education, Inclusive Education, Public Policies. 1 prof.simonycarvalho@gmail.com 1 INTRODUÇÃO Compreender que educação especial e educação inclusiva, embora entrelaçadas, não são sinônimos uma da outra, é o ponto de partida para o entendimento efetivo da importância, tanto da educação especial como da educação inclusiva. Refletir sobre os aspectos sociais, políticos e culturais que deram início ao movimento da inclusão ao redor do mundo, assim como as políticas públicas nacionais e internacionais que favoreceram esse movimento, se faz objeto de importante e constante reflexão, pois falar de inclusão remete o pensamento direto em educação especial, entrelaçadas através das evoluções políticas, sociais, educacionais e culturais. Para compreender e refletir sobre as definições de educação especial e de educação inclusiva, a pesquisa bibliográfica se mostrou importante instrumento de busca de conhecimento, assim como o histórico de políticas públicas voltadas para a inclusão. Deste modo o trabalho está estruturado em definições de educação inclusiva e da educação especial, além de relatar as principais políticas públicas que marcaram o início do desabrochar estas modalidades no cenário nacional e internacional. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 DEFINIÇÕES Embora a educação especial e a educação inclusiva muitas vezes sejam vistas como sinônimos uma da outras, ambas possuem definições e atuações específicas, ainda que estejam intrinsicamente ligadas uma à outra, podemos destacar as características de cada uma destas modalidades. 2.1.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA A educação inclusiva traz em sua essência a defesa do direito fundamental de que todos tenham acesso a escolarização, sejam pessoas com deficiência ou não, neste contexto, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), afirma que: A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL ,2008, p.5 Neste viés, a educação inclusa surge através da necessidade de garantir o acesso e a permanência dos alunos na escola, respeito as especificidades de cada um e levando em consideração suas dificuldades e habilidades, assim de criar um espaço educacional que acolha cada indivíduo e atenda suas necessidades individuais de aprendizagem. Surgindo, dentro deste contexto, o conceito da escola inclusiva, que desenvolva e apoie propostas pedagógicas que valorizem a diversidade, reconhecendo, e valorizando as diferenças de cada aluno, suas necessidades específicas de acolhimento, empatia e aprendizagem, seu contexto familiar, cultural, social, afetivo e emocional, conforme BRASIL, 2004 (p 9) : “A escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica.” ,que oferte um ambiente seguro para o desenvolvimento integral do aluno, que seja rico em espaços físicos, recursos educacionais, tecnológico e cultural, que compreenda a necessidade de formação não apenas cognitiva, mas do indivíduo para a vida. 2.1.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL A educação especial corresponde a modalidade de ensino que visa efetivar a inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular, de acordo com o art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional - LDB, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que diz: Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.(LDB, 1996) Garantindo o direito ao atendimento educacional especializado voltado para pessoas com deficiências físicas, auditivas, visuais, intelectuais e múltiplas, transtornos do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação. De modo que recebam o atendimento especializado de acordo com suas necessidades específicas, segundo BRASIL,2010 (p. 19): A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimentoeducacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. (BRASIL, 2010) Confirmando assim o acesso a educação para todas pessoas com deficiência, assim como o direito ao atendimento educacional especializado e o dever do Estado, sociedade e famílias em não apenas garantir, mas promover os recursos e meios para que esses direitos fundamentais sejam respeitados. 2.2 PRECURSORES HISTÓRICOS Embora a Educação Especial e a Educação Inclusiva não sejam unívocas, como já partilhado anteriormente, falar em uma sem pensar na outra é indissociável, deste modo, relatar historicamente o surgimento de ambas relacionadas faz muito sentido. A educação especial no Brasil, se iniciou de maneira especializada a partir do surgimento de instituições voltadas para o acolhimento das pessoas com deficiências, oferecendo atendimentos clínicos e terapêuticos ao mesmo tempo que excluía essas pessoas do ambiente escolar, neste contexto, essas primeiras instituições datam ainda do Brasil Imperial, em que foram criados no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1854 e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, atualmente conhecido, como Instituto Benjamin Constant - IBC, e Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, respectivamente. Em 1926 é criado o Instituto Pestalozzi, voltado para o atendimento de pessoas com deficiência mental, mais tarde em 1954 surge a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, esta por inciativa das famílias descontentes com as atuações do Estado, que ofertavam atendimentos excludentes e por vezes ineficientes. O surgimento destas instituições e o despertamento familiar, social e político acerca da necessidade de atendimentos mais eficientes para as pessoas com deficiência, inicia-se o surgimento dos conceitos de inclusão após o período de depressão econômica na década de 30, marcado inicialmente com o surgimentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos na França em 1948, a Declaração dos Direitos da Criança em 1959, a Declaração dos Direitos do Deficiente Mental em 1971 e a Declaração dos Direitos dos Deficientes Físicos em 1975, todas marcadas pela prerrogativa, da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948, p 6) : “toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos no que se refere à instrução elementar fundamental”, dando início ao entendimento mundial de que a educação deveria ser inclusiva e não excludente como até então. Nas inciativas nacionais, a Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e a Lei de Diretrizes e Bases - LDB, de 1996, incorporam ás políticas públicas brasileiras, as resoluções acordadas pela ONU na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que garante a oferta o acesso à educação como um direito básico de todas as pessoas. Embora o conceito de educação inclusiva propriamente dito, ainda não houvesse se estabelecido, foi a partir de 1994, com a Declaração de Salamanca na Espanha, considerada um dos marcos históricos mais importantes existentes, no sentido de garantir, no âmbito mundial, através de um encontro de líderes mundiais, ações práticas e orientações que embasaram políticas públicas ao redor do mundo, voltadas especificamente para os direitos das pessoas com deficiência, que reafirmava o direito universal à educação de cada pessoa ecoando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, esclareceu de maneira objetiva a necessidade uma educação que verdadeiramente ofertasse equidade de acesso ao ensino regular para todas as pessoas, deficientes ou não, conforme BRASIL, 1994: Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou marginalizados. (BRASIL, 1994, p.3) E ainda enfatiza: “as escolas têm que encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as que têm deficiências graves” (ONU, 1948, p. 18). Preconizando com o conceito real de escola inclusiva, que acolhe e atende todas as pessoas, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento e formação social, cognitivo e integral para a vida, nesse sentido, Ribeiro nos diz que: O pressuposto da inclusão é que a escola ofereça oportunidades de aprendizagens a todos indistintamente, respeitando a diversidade de sua clientela. Essa intenção deve se explicitar no projeto pedagógico da escola, de modo que, o currículo seja dinâmico e flexível, permitindo o ajuste do fazer pedagógico às peculiaridades de cada aluno (RIBEIRO, 2003, p. 48). Neste sentido e decorrentes de todos os precursores citados, tanto a educação especial , quanto a educação inclusiva, tem alcançado destaque e incentivo no cenário educacional, sendo ofertados cada vez mais atendimentos , criadas ações, legislações específicas e políticas públicas voltada para garantir a qualidade e equidade do direito universal para todas as pessoas no acesso ensino regular no contexto educacional, em todas as fazes da escolarização, assim como de atendimento especializado para atender ás necessidades específicas de cada indivíduo. 3 CONCLUSÃO O presente artigo ressaltou que embora date do Brasil Imperial, o histórico de criação de instituições voltadas para o atendimento especializado das necessidades das pessoas com deficiência no país e muitas sejam as iniciativas internacionais com o objetivo de valorar os direitos fundamentais de todas as pessoas, deficientes ou não, de acesso á educação e combate a práticas de exclusão ao longo dos tempos, novas iniciativas e leis continuam surgindo para garantir esse direito básico. Para fundamentar o objetivo deste trabalho, evidenciou-se os precursores históricos que fundamentam as iniciativas e leis, nacionais e internacionais, que ainda que em constante aprimoramento, deram início as modalidade de Educação Especial, voltada para o atendimento educacional de todas as pessoas com deficiência, assim como da Educação Inclusiva, que promove a garantia do direito fundamental á educação para todos, respeitando e atendendo as individualidades de cada pessoa. 4 REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Declaração de Salamanca, Espanha, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf Acesso em 28 jun. 2023. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf BRASIL, M.E.C. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf Acesso em 28 jun. 2023 BRASIL, M.E.C. Secretaria de Educação Especial. Programa de Educação Inclusiva Direita à diversidade: A escola. Brasília, DF, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf Acesso em 28 jun. 2023 BRASIL, M.E.C. Marcos político-legais da educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6726- marcos-politicos-legais&Itemid=30192 Acesso em 25 jun 2023 BRASIL. M.E.C. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996, Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf Acessoem 28 jun 2023. RIBEIRO, Maria Luisa Sprovieri; BAUMEL, Roseli Cecília Rocha de Carvalho. Educação Especial do querer ao fazer. São Paulo: AVERCAMP, 2003. ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos Acesso em: 25 jun 2023. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6726-marcos-politicos-legais&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=6726-marcos-politicos-legais&Itemid=30192 http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos 1 INTRODUÇÃO 2 DESENVOLVIMENTO 3 CONCLUSÃO 4 REFERÊNCIAS
Compartilhar