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TICs Semana 4 – Duchenne e Becker Discente: Cecília da Silva Tourinho Turma: XXXIII – SOI V Quais as diferenças entre as Distrofias de Duchenne e Becker? Qual a etiologia? Qual paciente é mais acometido (qual patologia é mais severa)? As distrofias musculares constituem um grupo de doenças hereditárias, caracterizadas pela degeneração do sistema musculoesquelético, que resulta em fraqueza muscular progressiva. Os tipos mais frequentes são as distrofias musculares de Duchenne (DMD) e de Becker (DMB). Estas são causadas por mutações nos genes, com caráter recessivo ligado ao cromossomo X. Por esse motivo, acomete principalmente o sexo masculino, enquanto as mulheres tornam-se apenas portadoras do gene, não manifestando a doença. Tanto a distrofia de Duchenne quanto a de Becker estão associadas à deficiência, no caso da DMD, ou anomalia, na DMB, da distrofina, uma proteína citoesquelética importante para a estabilização e preservação das fibras musculares. Devido à falta da distrofina, ocorre a fragilização do sarcolema diante de choques mecânicos, gerando inflamação, fibrose e necrose da fibra muscular. Além disso, o próprio processo de contração muscular gera microrrupturas no sarcolema, as quais permitem o influxo excessivo de íons cálcio do meio extracelular na fibra. Esse aumento da concentração de cálcio ativa diversas vias de sinalização celular e enzimas proteases, que quebram proteínas funcionais, ocasionando a morte da célula muscular. Ademais, as microrrupturas provocam o extravasamento do conteúdo intracelular, incluindo a creatinoquinase, dando origem a um processo inflamatório com o recrutamento de linfócitos T e B. Eventualmente, o músculo perde o seu potencial regenerativo, culminando na substituição das fibras musculares por tecido adiposo e fibrótico e, consequentemente, perda da função muscular. O que difere essas doenças diz respeito ao início e progressão clínica. Como na distrofia de Duchenne ocorre a ausência da distrofina, ela tem início mais cedo, normalmente diagnosticada nos primeiros 5 anos de vida, e acaba sendo mais agressiva em comparação à distrofia de Becker, que se manifesta mais tardiamente, entre os 5 e os 15 anos de idade, possuindo um curso lento. De maneira geral, ambas distrofias apresentam sinais e sintomas semelhantes, apesar de a DMB ser clinicamente mais heterogênea que a DMD, ou seja, seu quadro clínico apresenta maior variabilidade, podendo haver, numa mesma família, indivíduos com graus de comprometimento muscular distintos. Os principais sintomas incluem: distúrbios da marcha, pseudo-hipertrofia das panturrilhas, andar nas pontas dos pés, dificuldade para sentar, ficar em pé, pular ou correr. Com o passar dos anos a degeneração dos músculos aumenta, acarretando escoliose e lordose, miocardiopatia e insuficiência respiratória. O comprometimento do músculo cardíaco pode ser o sinal inicial na distrofia muscular de Becker. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GROSSMAN, S. C.; PORTH, C. M. Fisiopatologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. MELO, C. A. A. DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE. Universidade Federal da Paraíba / Centro De Ciências Da Saúde / Departamento De Ciências Farmacêuticas - Programa De Educação Tutorial (Pet-Farmácia), João Pessoa, 2020. Disponível em: https://www.ufpb.br/petfarmacia/contents/documentos/1-consultoria-acad-2020/2a- consultoriacarolaine-amaral_pdfscombinados.pdf. Acesso em: 26 ago. 2023. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Distrofia Muscular de Duchenne. Genética na Prática. Disponível em: https://www.geneticanapratica.ufscar.br/temas/sindrome-de-duchenne. Acesso em: 26 ago. 2023. https://www.ufpb.br/petfarmacia/contents/documentos/1-consultoria-acad-2020/2a-consultoriacarolaine-amaral_pdfscombinados.pdf https://www.ufpb.br/petfarmacia/contents/documentos/1-consultoria-acad-2020/2a-consultoriacarolaine-amaral_pdfscombinados.pdf https://www.geneticanapratica.ufscar.br/temas/sindrome-de-duchenne
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