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Partograma 1 📈 Partograma Introdução: O trabalho de parto é dividido em 4 fases: 1. Dilatação. 2. Expulsão. 3. Dequitação. 4. Primeira hora pós-parto. O partograma no geral, irá avaliar os dois primeiros períodos (dilatação e expulsão). Definição segundo a OMS: A OMS divide o trabalho de parto em fase latente (contrações uterinas dolorosas com modificações cervicais variáveis e lentas, com dilatação < 5cm) e em fase ativa (contrações uterinas dolorosas e regulares, com modificações cervicais mais expressivas e rápidas, e dilatação > 5cm). Sendo assim, o partograma será aberto, assim que a gestante atingir a fase ativa (a partir de 5cm de dilatação). Observação: A dilatação completa é de 10cm. O que é partograma? O partograma é a representação gráfica da fase ativa do trabalho de parto. Os objetivos do partograma são: Avaliar a evolução do trabalho de parto. Diagnosticar precocemente alterações do trabalho de parto (distócias). Partograma 2 Orientar tomada de condutas apropriadas em momento oportuna. Evitar intervenções desnecessárias. Evidenciar as condutas com registro documental. Observação: Sempre é importante lembrar que o trabalho de parto é algo individual, logo, não é porque a paciente não está evoluindo “dentro do normal”, que necessariamente ela tem algum problema, mas caso isso aconteça, devemos ficar em alerta para possíveis complicações. Períodos funcionais do parto: De acordo com Friedman (1978), durante a fase ativa do trabalho de parto, ocorre um aumento progressivo da dilatação (normalmente, 1cm/h), até que se atinja o máximo de dilatação (que é 10cm). Nesse momento, inicia-se o período expulsivo, na qual, a dilatação se mantém em 10cm, até o momento da descida do feto. Normalmente, a descida se inicia no período de dilatação e no período pélvico, porém em casos de nulíparas, isso pode ocorrer antes (por exemplo, a insinuação do feto em nulíparas ocorre, cerca de 15 dias antes do parto). Como preencher? 1. Identificação → nome completo, idade, paridade (nulíparas ou multíparas - pois isso afeta na velocidade do parto), idade gestacional (pois é importante saber se é um caso de gestação prematuro, pós-data ou a termo), comorbidades (avaliação de parto de risco). 2. Dilatação cervical → é importante avaliar a dilatação cervical, descida da apresentação ou altura de apresentação (planos de DeLee) e varidade de posição. Como interpretar? Partograma 3 Cada coluna (ou seja, cada quadradinho horizontal) é a representação das horas, sendo assim, cada quadradinho representa 1h de trabalho de parto. Ao lado esquerdo, é representado a dilatação (em cm) - cada quadradinho é 1cm de dilatação. Ao lado direito é representado a altura uterina (Planos de DeLee). Partograma 4 Linha de alerta: corresponde a primeira hora pós a primeira dilatação (realiza o traço 1h depois do marco da dilatação inicial). Linha de ação: é a representação de 4h pós a linha de alerta (realiza o traço 4h depois da linha de alerta). Observação: A linha de alerta, normalmente é realizada assim que o partograma é aberto, logo, ele deve ser colocado na mesma direção da dilatação, assim como a linha de ação. Quando se ultrapassa da linha de alerta, é nesse momento, que é preciso ficar em alerta para a evolução do parto (1h pós dilatação inicial). Ainda, quando se ultrapassa a linha de ação, isso significa que é o momento de realizar uma ação (tomada de decisões). Observação: Normalmente, se o feto ultrapassa a linha de ação, avaliamos se ele está evoluindo (mesmo que lentamente), caso esteja, não é preciso indicar cesárea de imediato. O triângulo representa a dilatação → a ponta do triângulo aponta para uma linha (que corresponde a um número), logo, a linha para qual o triângulo aponta, indica a dilatação (cm) da paciente. O círculo representa a altura da apresentação (conforme o Plano de DeLee) + variedade de posição (OP, OS, OTE, OTD, OPD, OPE, OAE, OAD). Partograma 5 Marcação temporal: existem dois tipos → marcação do horário normal (hora real) ou hora do trabalho de parto (hora do registro). A FC é realizada por meio de pontinhos sobre a FCF do feto (feito por meio do SONAR, PINARD ou cardiotoco) → A FCF normal é entre 110-160bpm. A dinâmica uterina também é avaliada, baseada no tempo de contrações e quantas contrações ocorreram. Há também as informações adicionais → por exemplo, nesse caso abaixo, na primeira hora a paciente se apresentava com a bolsa íntegra (sendo representada por I), essa bolsa se manteve íntegra por 5h (seta contínua), na quinta hora, ocorreu a ruptura da bolsa (RA), e nesse mesmo período foi avaliado o líquido da bolsa, que se apresentou como um líquido claro (CL). Além disso, pode ser colocados medicamentos utilizados, soro glicosado, aplicação de anestesia e o tipo de anestesia. E por fim, o examinador daquela hora, deverá assinar. Partograma 6 Parto eutócico: É o parto normal (dilatação normal), na qual, não há nenhum tipo de intercorrência. Logo, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de alerta (ou seja, a dilatação nem chegou à linha de alerta) → atinge sua dilatação máxima (10cm) antes da linha de alerta. Parto distócico: Os tipos de distócia são: 1. Fase ativa prolongada (primeiro período prolongado): É o parto que evolui até o fim (ou seja, o bebê nasce), porém esse parto demora mais que o “normal” (comum em mulheres nulíparas). A curva de dilatação cervical ultrapassa a linha de alerta e/ou linha de ação. A velocidade de dilatação é <1cm/h. Não ocorre a parada da evolução, apenas a evolução demora para acontecer. Partograma 7 Uma das causas comuns é a hipocontratilidade uterina (contratilidade uterina ineficaz ou irregular). Devemos atuar com deambulação, medidas de verticalização da gestante. Em alguns casos pode ser feito a amniotomia (rotura artificial das membranas) ou administração de ocitocina → os dois últimos normalmente são utilizados, caso ultrapasse a linha de ação (mas é preciso avaliar cada caso). Caso haja manutenção da mesma dilatação durante 3h → pode-se dizer que não há evolução do parto, sendo necessário, atuar com intervenções ou até mesmo cesárea. 2. Parada secundária da dilatação: Ocorre uma parada da dilatação (ou seja, não ocorre mais dilatação), sendo assim, o bebê não nasce. A dilatação cervical permanece a mesma em dois toques sucessivos, com intervalo mínimo de 2h (ou mais). Normalmente, ultrapassa a linha de ação. Isso normalmente ocorre por conta de uma desproporção cefalo-pélvica. Se manter mais de 3h a mesma dilatação → atuar com intervenções ou cesárea. A conduta será mobilizar a paciente para posição vertical, receberá analgesia peridural e aliviaremos a dor com métodos não farmacológicos. Partograma 8 3. Parada secundária da descida ou desproporção cefalo-pélvica: Ocorre progressão da dilatação (10cm de diltação), mas não ocorre a progressão do plano de DeLee → sendo assim, por conta da desproporção cefalo-pélvica, o bebê não nasce. A altura da apresentação permanece a mesma em dois toques sucessivos com intervalo de no mínimo de 1h (ou mais). Nesses casos, a dilatação está máxima (10cm), ou pelo menos está tendo evolução da dilatação ao passar das horas, mas não há alteração do plano de DeLee → sempre observamos em três ocasiões, caso permaneça a mesma, tentamos alguma medida, ou realizamos a cesárea. Normalmente, o plano de DeLee para, no período -1 para 0 para o +1 → pois é o momento da passagem pelas espinhas ciáticas. A conduta pode ser atuar com verticalização da paciente, rotura artificial das membranas, uso de ocitocina. Pode rotacionar o polo cefálico do feto (uso de fórceps → plano de DeLee > +2). Caso, a paciente mantenha contrações efetivas e muitas, podemos atuar com cesárea. Observação: A rotura artifical, tende a aumentar as contrações, logo, se a paciente já possui muitas contrações efetivas, essa intervenção não será eficaz. Caso, ela não possua, essa é uma intervençãoindicada. Partograma 9 4. Período expulsivo/pélvico prolongado: É quando o período expulsivo demora para ocorrer, porém, o bebê geralmente nasce. Nesse caso, há dilatação completa (10cm) com descida lenta da apresentação (+3 do plano de DeLee) → isso ocorre de modo excessivamente lento. O normal é que o período expulsivo demore >1h para multíparas e >2h para nulíparas, caso ultrapasse 2h/3h, podemos dizer que é um período expulsivo prolongado. As causas estão atreladas às contrações uterinas ineficazes (hipocontratilidade uterina). A conduta pode ser posição vertical, ocitocina, amniotomia, ocitocina, e em alguns casos, o uso de fórceps ou vácuo extrator (só deve ser utilizado se o bebê estiver no plano de DeLee > +2). 5. Parto precipitado ou taquitócico: Partograma 10 Nesse caso, o bebê nasce rápido. Isso pode ser danoso ao bebê, pois ocorrem diversas contrações, que pode causar baixa oxigenação ao feto. A dilatação cervical, descida e expulsão do feto ocorrem em um período menor que 4h (fase ativa até nascimento <4h). É comum de ocorrer nas multíparas. A principal causa é o uso iatrogênico de ocitocina (gerando taquissistolia). É fator de risco para hemorragia puerperal. A conduta é proteção perineal (evitar lacerações). Conduta baseada no partograma: Observação: a conduta expectante, normalmente será feita em todos os casos. Administração de ocitocina: normalmente será administrado, em casos em que não há contração efetiva, como na fase ativa prolongada, parada secundária da dilatação, período expulsivo prolongado. Amniotomia: o rompimento artificial da bolsa, ajudará tanto para aumentar as contrações quando para auxiliar na descida, sendo assim, utilizaremos em fase ativa prolongada, parada secundária da dilatação e parada secundária da descida. Analgesia: a analgesia proporciona o relaxamento do colo e dilatação mais rápida, logo será utilizado na fase ativa prolongada, parada secundária da dilatação e Partograma 11 parada secundária da descida (caso seja, por conta de uma desproporção cefalopélvica, não adianta utilizar analgesia). Locação de vácuo-extator: utilização no período expulsivo prolongado. Locação de fórcipe: utilização no período expulsivo prolongado. Cesárea: principalmente nos casos de parada secundária de descida ou dilatação. Distócia do objeto: a) Distócia de biacromial ou de ombros: Fatores de risco: DMG, feto macrossômico, pós-datismo, obesidade materna. As principais complicações são lesão de plexo braquial, fratura de clavícula e anóxia fetal. Como devemos atuar? A: Chamar ajuda; avisar a paciente e acionar o anestesista. L: Levantar as pernas em hiperflexão (manobra de McRoberts: abdução e hiperflexão das coxas) + Pressão suprapúbica externa (manobra de Rubin I - pressão contínua na sínfise púbica para auxiliar o deslizamento do ombro anterior). E: Considerar Episiotomia. R: Remover o braço posterior (por meio da manobra de Jacquemier). T: Toque para as manobras internas (manobra de Rubin II - empurrar o ombro em direção ao tórax fetal / Manobra de Woods - pressão na face anterior do ombro posterior do feto). A: Alterar a posição da paciente (posiconar a parturiente em quatro apoios → manobra de Gaskin). Manobras de exceção: Fratura da clavícula direita → para diminuir o diâmetro biacromial fetal. Sinfisiotomia → para amplicar o diâmetro da pelve materna. Manobra de Zavanelli → reintrodução do polo cefálico na vagina → faz cesárea (mortalidade fetal de quase 100%). Partograma 12 Anormalidades de situação e apresentação fetal: Situação transversa: cesariana. Apresentação pélvica: cesariana. Apresentação de face (deflexão de 3º grau): parto vaginal se variedade de posição mentoanterior. Apresentação de fronte (deflexão de 2º grau): cesariana. Apresentação composta: observar a evolução do parto → se não evolui → cesárea. Variedades de posição posteriores ou transversas: fórceps de Kielland.
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