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Apostila 
 
Legislação e Políticas Públicas 
para a Diversidade 
 
Cap. 1 - Bases Teóricas e Práticas da Gestão Educacional 
 
 
 
 
Sumário: 
 
Introdução 
 
1. Planejamento Estratégico 
2. Gestão do Sistema EAD 
3. Avaliação da Instituição Educacional 
4. Fundamentos Legais da Educação Inclusiva 
Bibliografia e Literatura Complementar 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A dinâmica das mudanças, a versatilidade das tecnologias e a 
instantaneidade da comunicação encontrada no mundo globalizado, demandam 
de qualquer gestor uma abertura à novas ideias e a valorização dos 
conhecimentos e criatividade de cada integrante da equipe para poder contar 
com a participação e colaboração de todos e proporcionar uma gestão 
emancipatória, fundamental na formação de jovens cidadãos do mundo 
globalizado. 
 A organização do Sistema Educacional Brasileiro é efetuada através dos 
sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), instituída pela lei nº 9394, de 1996, são as leis que orientam o 
sistema educacional brasileiro atualmente. 
 O modelo do sistema educacional do país, tanto na educação básica, na 
fundamental ou na profissionalizante é atingido pela sua própria inflexibilidade, 
resultante da gestão efetuada pelo Estado, e mesmo pela concorrência efetuada 
pelos sistemas privados de ensino e pelo mercado empregador que, cada vez 
mais, necessita de mudanças rápidas devido às suas próprias necessidades no 
que diz respeito as evoluções tecnológicas. 
 A gestão educacional deve ter como objetivo a promoção do conhecimento 
nas áreas em que ocorre mais demanda pelo mercado brasileiro e também pelas 
prioridades sociais. Trata-se de um processo bastante desafiador da política de 
governo, para efetivar a participação da sociedade na discussão e resolução 
sobre os rumos dados à educação profissional, do ensino médio, técnico, assim 
como, à educação de jovens e adultos. Sendo assim, ocorre a necessidade de 
uma reconstrução da política pública para a adequação às necessidades reais. 
 A estrutura atual do sistema educacional regular no país consiste na 
educação básica, que vai da educação infantil ao ensino médio, e a educação 
superior. Os municípios têm a obrigação educacional de apoiar o ensino 
fundamental e a educação infantil. Os Estados e o Distrito Federal são 
responsáveis pelo ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. E o 
governo federal exerce uma função redistributiva e supletiva na educação, 
devendo prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios, assim como deve organizar o sistema de educação superior 
no país. 
 Os sistemas educacionais de países em desenvolvimento como o Brasil, 
encaram nos dias de hoje não só o desafio de responder à demanda de acesso 
universal à educação, sem relevar o tamanho, a situação econômica ou a 
localização geográfica das comunidades a que oferecem seus serviços, mas 
também o de proporcionar uma educação que leve em conta a diversidade 
cultural e, em alguns casos, as necessidades específicas de desenvolvimento 
das comunidades. 
 A gestão educacional é uma metodologia formulada pelas instituições 
escolares com o objetivo de impulsionar e coordenar diferentes extensões das 
competências, das habilidades e dos talentos, otimizando assim, o processo de 
ensino. A educação é um dos principais alicerces da sociedade contemporânea. 
Diante deste contexto é bastante importante a responsabilidade que envolve as 
funções relacionadas à gestão escolar, em qualquer nível da educação, do 
jardim de infância ao ensino médio. 
 Os principais fatores para garantir a excelência do ensino oferecido são a 
qualidade e a eficiência da gestão. Esta envolve um contingente imenso de 
informações e atividades, sendo necessárias análises efetivas para descobrir a 
melhor forma de gerenciar todos os processos escolares. O funcionamento 
assertivo de todas as operações da gestão deve permitir que os integrantes da 
comunidade de ensino estejam sempre bem assegurados em suas práticas. 
 A Gestão Educacional trabalha com o propósito de dar significado aos 
recursos atribuídos e à forma como serão utilizados no processo de ensino e 
aprendizagem. Portanto, a Gestão Escolar é a maneira de conduzir e administrar 
a instituição escolar integralmente. Para um desempenho educacional eficiente 
o gestor responsável pela área deve observar as necessidades e 
particularidades de cada setor, proporcionando um desenvolvimento mais 
eficiente das atividades. 
 As habilidades necessárias para o gerenciamento vão do plano 
pedagógico às questões financeiras. Sendo assim, o gestor da instituição deve 
dar atenção à instituição como um todo, de maneira integral, e não apenas 
mantendo foco apenas no ensino. 
 A Gestão Educacional envolve vários setores da instituição. Seu objetivo é 
orientar para bons resultados e fortalecimento da liderança, estimular as equipes 
pedagógicas para que atinjam os objetivos, além de evidenciar a qualidade do 
currículo por competências e estimular os pais a participarem pela busca da 
otimização do processo de ensino e aprendizagem. 
 Tendo em vista todos estes aspectos citados anteriormente, cada gestor 
escolar, então, deve buscar planejar e executar a sua proposta pedagógica, 
administrar de maneira eficiente os recursos materiais disponíveis na instituição 
escolar, manter o bom desempenho do processo de aprendizagem dos alunos e 
procurar promover a integração entre a instituição de ensino e a comunidade ao 
seu redor. 
 
 
 
 
 
 
1. Planejamento Estratégico 
Gestão estratégica e planejamento estratégico são dois termos muito 
usados no dia a dia do gestor educacional. Em qualquer tipo de organização 
ambos são importantes para uma rotina mais prática e uma equipe mais 
harmoniosa e colaborativa. 
 O planejamento estratégico é a fonte que apoiará as diretrizes e 
metodologias de controle e organização. Por sua vez, a gestão estratégica tem 
por objetivo criar e incentivar ações que levam ao sucesso da organização. Na 
gestão estratégica há a definição dos objetivos, bem como a análise de toda a 
organização para implantar e acompanhar as ações até que estes sejam 
alcançados. 
 Sendo assim, o papel dos gestores é buscar informações para criar ou 
aprimorar o planejamento de uma organização. A gestão estratégica é um dos 
pilares do planejamento. Ela é responsável pelo gerenciamento de recursos, de 
equipe, do dia a dia para que toda a organização alcance seus objetivos 
estipulados. 
 Tais objetivos também podem ser chamados de metas. Melhorar o 
atendimento e melhorar a imagem da organização podem ser algumas delas. 
Para elaborar um planejamento estratégico, os gestores necessitam atingir um 
alto nível de compreensão sobre os negócios da organização e também, sobre 
a dinâmica em que ela está inserida. 
 Portanto, o planejamento estratégico está diretamente ligado a gestão da 
organização educacional, relacionando onde a organização está com onde a 
organização quer chegar de acordo com as oscilações e oportunidades. Para a 
elaboração de um Planejamento Estratégico fundamentado, o primeiro passo é 
fazer uma análise do ambiente em que a organização está inserida, 
determinando exatamente qual a situação atual para depois definir missão e 
objetivo organizacional, delinear as estratégias, implementar e monitorá-las. 
 A gestão do planejamento estratégico forma as bases para construção das 
demais atividades da organização. Não sem motivo, os erros e acertos no campo 
da gestão trazem grandes repercussões para a manutenção e crescimento das 
organizações. 
 Uma organização educacional é formadapor vários departamentos que 
trabalham juntos para atingir objetivos estabelecidos no Planejamento 
Estratégico. Portanto a integração de todos os setores é importante para 
qualquer tipo de organização. Além disso, todos são essenciais quando 
pensamos em objetivos estratégicos. 
 
 
 
2. Gestão do Sistema EAD 
 
Diferente de uma sala de aula física, o aluno inserido no sistema EAD 
não interage diretamente com os outros estudantes e professores, o que 
pode ser negativo, pois a convivência social pode favorecer o aprendizado 
e incentivar o estudo, principalmente dos alunos mais novos. Porém, o 
sistema EAD pode possuir certas vantagens sobre a sala de aula 
convencional. 
Como é um ambiente totalmente virtual, cada aluno se torna 
responsável pelo gerenciamento de seu próprio horário de estudo, ou seja, 
o sistema EAD conta com a independência e responsabilidade dos 
estudantes. No entanto, a tarefa de ser responsável pelo seu próprio estudo 
é árdua, sendo assim, diversos estudantes podem perder desempenho 
perante o processo de independência. O EAD deve apresentar interações 
entre estudantes e professores, mesmo que seja no ambiente virtual, para 
incentivar e otimizar esse processo. 
Oferecer um ambiente estimulante e acessível é uma das principais 
tarefas dos cursos de educação a distância, sendo que a plataforma 
escolhida é de imensa importância e interfere diretamente em sua 
organização. A escolha da plataforma deve visar sempre facilitar a 
comunicação entre a instituição e seus alunos, facilitando o 
acompanhamento das grades das disciplinas, das lições e trabalhos de 
maneira clara. Para isso é necessário pensar não só na organização da 
plataforma, mas também nas condições tecnológicas e técnicas. Não 
adianta possuir uma plataforma com uma logística incrível se os servidores 
não sustentam o tráfego digital, por exemplo. 
 O gestor pedagógico e administrativo deve possuir, portanto, uma 
avaliação constante precisa e ampla dos índices de desempenho do curso, 
com o intuito de desenvolver estratégias e metodologias cada vez melhores 
para o desenvolvimento do aprendizado. 
 O processo de gestão deve sempre procurar facilitar a comunicação 
entre os usuários da plataforma, através da utilização de uma linguagem 
clara e fácil de ser compreendida. Para isso, é indispensável o investimento 
em um software de gestão, para permitir uma a interação saudável entre 
escola, tutor e estudantes. Sendo assim, o sistema de gestão precisa visar 
todos os setores acadêmicos do EAD durante sua organização, tanto 
pedagógico quanto financeiro, pois é a interação entre os dois que permitem 
a organização necessária ao bom andamento dos cursos. 
 
 
 
3. Avaliação da Instituição Educacional 
A avaliação é uma das ferramentas mais eficientes para a gestão 
assertiva de uma organização educacional. Este modelo de avaliação é indicado 
principalmente para organizações que necessitam realizar algum tipo de 
avaliação de desempenho. 
 Como o próprio nome sugere, a avaliação institucional é uma ferramenta de 
gestão que é realizada no meio institucional e corporativo com a intenção de 
avaliar, analisar e comparar informações, dados e indicadores da organização 
com o intuito de uma melhoria contínua. 
 Trata-se de uma ferramenta assertiva e eficaz de identificar erros, 
problemas, falhas e dificuldades que tem dificultado uma organização de crescer 
e atingir os seus objetivos. É uma das ferramentas mais essenciais dentro de 
uma gestão corporativa e institucional. Através da avaliação institucional é 
possível realizar mudanças e buscar decisões mais eficientes se assegurando 
em dados mais reais e palpáveis que visam a melhoria da organização como um 
todo. 
 No cotidiano das instituições e até mesmo nas relações interpessoais, a 
avaliação é vista como um processo natural da sociedade. A avaliação também 
pode, ao mesmo tempo, ser considerada um processo intencional aplicável em 
qualquer prática ou contexto. Entretanto, é inevitável que a discussão sobre 
avaliação remeta bastante ao campo da educação, pois o tema é quase que 
indispensável à prática de ensino e aprendizagem em todos os aspectos. 
 Nas últimas décadas, a avaliação vem se tornando um procedimento cada 
vez mais relevante no cenário internacional e nos mais diversos contextos 
educacionais do país e do mundo. Muitos autores desenvolveram pesquisas no 
campo da avaliação escolar com foco nas áreas sobre a política de 
responsabilização educacional, introduzida e influenciada, por organizações 
internacionais a partir das reformas educacionais da década de 1990. 
 A avaliação institucional tem sua legitimidade quando a escola mantém 
uma relação entre a sua política educacional, o Projeto Pedagógico da escola, 
sua organização, suas ações articuladas junto ao Plano de Desenvolvimento da 
instituição e também junto a prática do cotidiano da escola. Com isso, pretende-
se garantir a lógica do trabalho da escola e sua sistematização. 
 A escola tem sua autonomia administrativa que é garantida pela LDB/96, 
diante disso, a instituição deve articular métodos que visem a garantia de 
tomadas de decisões fundamentadas e assertivas. Diante deste contexto, há 
necessidade da garantia da participação de todos os setores da escola, na 
discussão e planejamento das definições e dos processos que assegurem o 
padrão de qualidade objetivados pela mesma. 
 
 
 
4. Fundamentos Legais da Educação Inclusiva 
 Conhecer a legislação sobre a inclusão da diversidade encontrada entre 
os alunos, docentes e funcionários de uma instituição educacional é obrigação 
do gestor e pré-requisito para uma gestão bem sucedida e livre de embaraços 
legais. Nesse sentido, é fundamental que o gestor educacional conheça a 
legislação principal sobre este tema. 
 Neste capítulo, fazemos um apanhado geral da legislação concernente à 
Educação Especial, em ordem cronológica, até fevereiro do ano de 2020. O leitor 
deve estar ciente de que, tanto a legislação quanto a nomenclatura, são fatores 
extremamente dinâmicos neste campo, estando sujeitos a reformulações e 
atualizações constantes, cabendo sempre uma pesquisa básica de atualização 
em acréscimo aos dados que fornecemos aqui. 
 
1 - CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 
 
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
 
Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a 
garantia de: 
 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
 
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. 
 
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser 
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em 
lei, que: 
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros 
em educação. 
 
2 - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECA (lei 8069/90) 
 
Livro I - Parte Geral 
 
Título II - Dos Direitos Fundamentais 
 
Capítulo I - Do Direito à Vida e à Saúde 
 
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do 
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e 
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185/2005) 
 
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão 
atendimento especializado. (...) 
 
Capítulo IV - Do Direito à Educação, à Cultura, aoEsporte e ao Lazer 
 
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: (...) 
 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; (...) 
 
Capítulo V - Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho 
 
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho 
protegido. 
 
Livro II - Parte Especial 
 
Título I - Da Política de Atendimento 
Capítulo I - Disposições Gerais 
 
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: (...) 
 
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças 
e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente 
inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades 
específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela 
Lei nº 12.010/2009) (...) 
 
Título III - Da Prática de Ato Infracional 
 
Capítulo IV - Das Medidas Socioeducativas 
 
Seção I - Disposições Gerais 
 
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente 
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: (...) 
 
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão 
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. 
 
Título VI - Do Acesso à Justiça 
 
Capítulo III - Dos Procedimentos 
 
Seção VIII - Da Habilitação de Pretendentes à Adoção 
 
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a 
serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo 
psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o 
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade 
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei 
nº 12.010/2009) 
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela 
Justiça da Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos 
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à 
convivência familiar, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à 
adoção inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com 
necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de 
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010/2009) (...) 
 
Capítulo VII - Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e 
Coletivos 
 
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade 
por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao 
não oferecimento ou oferta irregular: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) (...) 
 
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência; 
(...) 
 
 
3 - LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - LDB-9394/96 
 
Capítulo V: da Educação Especial 
 
 Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
 
 §1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. 
 
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. 
 
§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início 
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
 
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades 
especiais: 
 
 I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicos, para atender às suas necessidades; 
 
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas 
deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar 
para os superdotados; 
 
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
 
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na 
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem 
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os 
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade 
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; 
 
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
 
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios 
de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas 
e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e 
financeiro pelo Poder público. 
 
Parágrafo único: O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a 
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na 
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às 
instituições previstas neste artigo. 
 
4 – LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO (LBI 13.146/2015) 
 
 A LBI de 2015, ou Lei Brasileira de Inclusão, redefine muitos aspectos 
referentes à Educação Especial, inclusive atualizando a nomenclatura 
convencional, ao expressar definições precisas dos termos a serem utilizados ao 
se trabalhar com Educação Especial. Transcrevemos abaixo os principais 
trechos desta legislação, mais diretamente pertinentes ao campo da Educação 
Especial e Inclusiva: 
LBI - LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. - Institui a Lei Brasileira de 
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
LBI 13286/2015 
TÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Art. 1º 
 É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de 
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa 
com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. 
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso 
Nacional por meio do Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008, em 
conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da 
República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, 
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de 
agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno. 
Art. 2º 
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de 
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1º - A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, 
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: 
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e 
IV - a restrição de participação. 
§ 2º - O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. 
Art. 3º 
 Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se: 
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com 
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, 
edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e 
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos aopúblico, de 
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por 
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; 
II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços 
a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de 
projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva; 
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, 
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover 
a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com 
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, 
independência, qualidade de vida e inclusão social; 
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite 
ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o 
exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de 
expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à 
circulação com segurança, entre outros, classificadas em: 
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e 
privados abertos ao público ou de uso coletivo; 
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; 
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes; 
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, 
atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o 
recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de 
comunicação e de tecnologia da informação; 
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou 
prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de 
condições e oportunidades com as demais pessoas; 
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com 
deficiência às tecnologias; 
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras 
opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a 
visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação 
tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a 
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz 
digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de 
comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações; 
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e 
adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando 
requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência 
possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as 
demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais; 
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de 
urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, 
encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação 
pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, 
paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico; 
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços 
públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de 
edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque 
alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de 
sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às 
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, 
quiosques e quaisquer outros de natureza análoga; 
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, 
dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução 
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, 
incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; 
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do 
Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais 
da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio 
psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, 
destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência, que 
não dispõem de condições de autossutentabilidade e com vínculos familiares 
fragilizados ou rompidos; 
XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com 
estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e 
individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e 
adultos com deficiência; 
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem 
remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com 
deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os 
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas; 
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, 
higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades 
escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de 
ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os 
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas; 
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo 
ou não desempenhar as funções de atendente pessoal. 
TÍTULO II- DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO IV - DO DIREITO À EDUCAÇÃO 
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados 
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda 
a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos 
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas 
características, interesses e necessidades de aprendizagem. 
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da 
sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, 
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação. 
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, 
incentivar, acompanhar e avaliar: 
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como 
o aprendizado ao longo de toda a vida; 
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de 
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de 
serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam 
a inclusão plena; 
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional 
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para 
atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno 
acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o 
exercício de sua autonomia; 
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na 
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e 
classes bilíngues e em escolas inclusivas; 
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que 
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com 
deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a 
aprendizagem em instituições de ensino; 
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas 
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de 
tecnologia assistiva; 
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento 
educacional especializado, de organização de recursos e serviços de 
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de 
tecnologia assistiva; 
VIII - participação dos estudantes com deficiênciae de suas famílias nas diversas 
instâncias de atuação da comunidade escolar; 
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos 
aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta 
o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com 
deficiência; 
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação 
inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o 
atendimento educacional especializado; 
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional 
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de 
profissionais de apoio; 
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de 
tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, 
promovendo sua autonomia e participação; 
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em 
igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas; 
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de 
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa 
com deficiência nos respectivos campos de conhecimento; 
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a 
atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar; 
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e 
demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às 
atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino; 
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; 
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas públicas. 
§ 1º - Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-
se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, 
XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança de 
valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e 
matrículas no cumprimento dessas determinações. 
§ 2º - Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o 
inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte: 
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no 
mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras; 
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de 
interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem 
possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e 
Interpretação em Libras. 
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos 
oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e 
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas: 
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das 
Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços; 
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos 
específicos para que o candidato com deficiência informe os recursos de 
acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação; 
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às 
necessidades específicas do candidato com deficiência; 
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva 
adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com 
deficiência; 
V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com 
deficiência, tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades 
acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade; 
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de 
redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, 
no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa; 
VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Libras. 
 
Bibliografia e Literatura Complementar 
BEHAR, P. A. Modelos pedagógicos em educação a distância. In: BEHAR, 
P. A. Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 
2009. 
CERTO, S. C.; PETER, J. P. Análise do Ambiente. In Administração 
estratégica: planejamento e implantação da estratégia. SP: Makron Books, 
1993. p.37-38. 
CHIAVENATO, I.; SAPIRO, A. Planejamento Estratégico. RJ: Elsevier, 
2009. P.301, 252-8. 
FILATRO, A. Design Instrucional Contextualizado: educação e tecnologia. 
São Paulo: Editora Senac, 2003. 
FREITAS, L. C. et.al. Avaliação educacional: caminhando pela contramão. 
4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. 
LÜCK, H. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. 2. ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. Vol. V, série cadernos de gestão. 
RANGEL, M. (org). Supervisão e gestão na escola: conceitos e práticas de 
mediação. Campinas: Papirus, 2009. 
 
Cap. 2 - Educação Inclusiva e Políticas Públicas 
 
 
Sumário: 
Introdução 
1. Políticas Públicas para a Diversidade 
2. O Processo de Inclusão no Brasil 
3. Governo e Sociedade na Atuação da Educação Inclusiva 
4. Considerações Finais 
Bibliografia – Literatura Complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 A educação inclusiva é uma abordagem de ensino atual que tem o objetivo 
de garantir o mesmo direito de todos à educação. Este conceito de educação 
pressupõe a igualdade de chances, a valorização e reconhecimento das 
diferenças humanas, considerando as diversidades sociais, culturais, físicas, 
comportamentais e étnicas, podendo assim influenciar na transformação da 
cultura, das práticas e das políticas em vigor nas instituições de ensino, podendo 
garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem que haja 
exclusão. 
 A educação inclusiva é um movimento mundial, e se trata de uma ação 
política, cultural, social e pedagógica, que tem o objetivo de defender o direito de 
todos os alunos de estudarem juntos, aprendendo e participando, todos tendo a 
oportunidade de conhecer as diferenças e respeita-las, sem nenhum tipo de 
discriminação. 
 Através da LDB (Lei e diretrizes de base da educação) Lei nº 9.394/96, 
as políticas educacionais contemporâneas têm como objetivo a inclusão de 
crianças no ensino regular. Este processo de inclusão demanda uma 
transformação da escola, já que fomenta a inserção no ensino regular de alunos 
que fazem parte de grupos atendidos pela educação especial na perspectiva de 
educação inclusiva. Sendo assim, obriga as escolas a se adaptarem às 
necessidades destes alunos. Desta forma a inclusão acaba por exigir uma 
ruptura com o modelo tradicional de ensino. Trata-se de uma abordagem mais 
humana e democrática, que reconhece o sujeito e suas singularidades, tendo 
como meta o crescimento, o acesso, a satisfação pessoal e a inserção social de 
todos os alunos igualmente. 
 A Educação inclusiva tende a favorecer a diversidade à medida que 
considera que todos os alunos podem vir a ter necessidades especiais em algum 
momento de sua vida escolar. No entanto, há necessidades que interferem de 
maneira bastante significativa no modo de aprendizagem e que exigem uma 
metodologia educativa específica da escola, tal como a utilização de recursos e 
apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos. 
 As diferenças na inclusão não são vistas como problema, mas sim, como 
diversidade. É essa concepção, a partir da realidade social, que pode ampliar a 
visão de mundo e desenvolver o respeito da diversidade e especificidade entre 
os alunos, dando assim a oportunidade de convivência à todas as crianças. A 
educação inclusiva deve fornecer um espaço comum para todos. 
 A inclusão transcorre pelas várias dimensões humanas e sociais, e vem 
gradualmente ganhando espaço econsideração de sua importância na 
sociedade contemporânea, fornecendo auxílio no desenvolvimento das pessoas 
em geral, de maneira a contribuir para a reestruturação de metodologias, práticas 
e ações educativas cada vez mais inclusivas e com respeito as diferenças, e 
assim podendo acabar com preconceitos dentro da sociedade. 
Temos vivenciado no Brasil, ao longo dos anos, um movimento continuo pela 
inclusão escolar. A inclusão é um tema bastante discutido em todo o mundo. E 
o maior desafio da educação especial se encontra na questão de desenvolver 
métodos alternativos e complementares capazes de beneficiar as várias 
demandas de alunos com necessidades educacionais especiais, sejam elas 
físicas ou intelectuais. 
Os professores da sala de aula comum devem conhecer não somente os 
equipamentos que a escola tem, mas também devem interagir em conjunto com 
os professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), para buscar 
melhores recursos para trabalharem com as necessidades de cada criança, para 
possibilitar que os alunos tenham acessos possíveis de aprendizagem. 
 O processo de inclusão escolar vem ganhando notoriedade na sociedade 
e teve consequências relevantes nas políticas públicas educacionais para a 
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Com a criação da 
Constituição Brasileira em 1988, as pessoas com deficiência tiveram seus 
direitos assegurados e a partir deste momento o aluno com necessidades 
educacionais especiais passou a ter direito ao AEE. 
A Constituição Brasileira de 1988 afirma que é dever do Estado proporcionar a 
igualdade e o acesso à educação e ao atendimento educacional especializado 
aos portadores de deficiência, assim como o acesso aos níveis mais elevados 
do ensino, da pesquisa e da criação artística, de acordo com a capacidade de 
cada um. 
 A ação de incluir os alunos com necessidades educacionais especiais 
ainda é um processo em andamento a ser realizado em grande parte das 
escolas, tendo em vista que as mesmas vivem muito abaixo da realidade dos 
alunos com necessidades de inclusão. É necessário garantir seus direitos quanto 
ao espaço físico, seus valores, sua cultura e saberes, principalmente sua 
permanência nas salas regulares. 
 Assim, há a necessidade de buscar informações com a intenção de ser 
feita uma reflexão sobre as alternativas no Atendimento Educacional 
Especializado e as práticas educativas na perspectiva da inclusão para todos, 
com a intenção de analisar de que maneira estão sendo realizados os 
atendimentos dos alunos com necessidades educacionais especiais, assim 
como reconhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores durante o 
processo de inclusão. 
 A organização e a administração dos espaços de AEE são obrigação da 
gestão escolar e o professor que opera no atendimento educacional 
especializado deve apresentar formação pedagógica de nível básico e 
conhecimentos específicos de Educação Especial, adquiridos em cursos de 
aperfeiçoamento e de especialização. 
 Um exemplo de recurso alternativo e suplementar na educação especial 
é a tecnologia assistiva, bastante utilizado para ampliar e promover a atuação de 
uma atividade necessária e pretendida pelos alunos com necessidades 
educacionais especiais. No cenário da educação inclusiva, a tecnologia assistiva 
é direcionada a promover a participação do aluno com deficiência nas diversas 
atividades do cotidiano escolar, associadas aos objetivos educacionais comuns. 
São exemplos de tecnologia assistiva na escola: os materiais escolares e 
pedagógicos acessíveis, a comunicação alternativa, os recursos de 
acessibilidade ao computador, os recursos para mobilidade, localização, a 
sinalização, o mobiliário que atenda às necessidades posturais, entre outros. 
 
 
 
1. Políticas Públicas para a Diversidade 
Políticas públicas são ações coletivas que têm por objetivo a garantia de direitos 
perante a sociedade, que envolvem compromissos, decisões e ações para 
determinadas finalidades. Por sua vez, as políticas públicas em educação são 
programas ou ações que são formuladas pelo governo para efetuar medidas que 
garantam o acesso à educação para todos os brasileiros e o respeito à 
diversidade, além de avaliar e ajudar a melhorar a qualidade do ensino do país. 
Sendo assim, as políticas públicas em educação para a diversidade, são 
relacionadas a todas as medidas e decisões que são tomadas pelo governo em 
relação ao ensino e à educação no Brasil. 
As medidas exercidas pelo governo, no que diz respeito à educação básica, 
constituem um conjunto de políticas públicas estabelecidas na tentativa de 
promover o país para condições melhores, tanto nos resultados alcançados 
pelos alunos como na duração da escolaridade obrigatória, promovendo o 
respeito à diferença e a inclusão social. 
 As políticas educacionais são propostas, estudadas e formuladas através 
de leis que são votadas pelos integrantes do Poder Legislativo, como os 
deputados federais e estaduais, senadores e vereadores. Ou seja, em cada uma 
das esferas de governo, federal, estadual e municipal. Entretanto, os membros 
do Poder Executivo também podem apresentar medidas que possam trazer 
melhorias para a área da educação. 
 O objetivo mais urgente do governo é acabar com o analfabetismo ainda 
existente no país, assim como melhorar a qualidade de ensino do país para que 
assim o Brasil possa melhorar sua posição no ranking mundial de educação. 
Para conseguir este objetivo o governo propôs diversas alternativas de políticas 
públicas direcionadas para a educação, como o FUNDEB, o IDEB, o REUNI, o 
Piso Salarial Nacional do Magistério, entre outras tantas iniciativas. 
Nos dias de hoje a educação é considerada um dos fatores mais importantes e 
necessários para o desenvolvimento de um país. É por meio da aquisição de 
conhecimentos que uma população cresce e se desenvolve, aumentando sua 
renda e consequentemente a qualidade de vida. Com o sucateamento da 
educação ocorrido nos últimos anos dos governos de esquerda, ainda há muito 
trabalho a ser feito. O processo é lento e necessita, sobretudo, de ação, 
paciência e principalmente, participação da população. 
O Ministério da Educação – MEC, orientado pelos atuais marcos legais, políticos 
e pedagógicos da educação brasileira, atua em conjunto com as demais esferas 
de governo, para garantir o direito igual de todos à educação. Através da Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, conduz 
os Estados, o Distrito Federal, assim como os Municípios para a transformação 
dos sistemas educacionais em sistemas educacionais de inclusão para todos. 
Com o intuito de subsidiar este processo de mudança, foi formulado uma gama 
de documentos, como notas técnicas e pareceres, além de decretos e 
resoluções, organizada para subsidiar as discussões, ações e o controle social 
das políticas públicas direcionadas à inclusão escolar dos alunos com 
deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento ou mesmo altas 
habilidades/superdotação. 
 
 
 
2. O Processo de Inclusão no Brasil 
No Brasil, o fim dos anos de 1970 e o início dos anos de 1980 mobilizaram-se 
gestores e professores associados aos diferentes sistemas de ensino, que 
procuravam estabelecer os direitos sociais das pessoas com deficiência. A 
mobilização na área educacional da década de 1980 esteve presente no 
processo Constituinte (1987-1988), com a participação do Fórum de Educação 
na Constituinte em Defesa do Ensino Público e Gratuito. 
A Constituição Federal de 1988 defende a vida, a liberdade, a segurança e a 
propriedade de todos que estejam a ela subordinados, assim como define a 
educação como um bem jurídico, individual e coletivo. No entanto, as 
determinações constitucionais nem sempre são cumpridas. Na Constituição, a 
educação é declarada, no Art. 6°, como direitosocial e tanto quanto um direito 
do cidadão, é também declarada como um dever do Estado. Portanto, a 
declaração e a efetivação do direito à educação são imprescindíveis. 
Como resultado do processo de luta e de extensa participação popular, a 
Constituição Federal de 1988 assegura, também, o Estado Democrático de 
Direito. Reconhece e inclui, ao mesmo tempo, o poder popular como fonte do 
poder e da legalidade. O Art. 14 da Constituição, por exemplo, reconhece o 
referendo, o plebiscito e a iniciativa popular como maneiras representativas e 
complementares do processo democrático representativo. 
Neste contexto, situaram-se as políticas educacionais formuladas ou 
reformuladas no âmbito do Estado e que resultam no acesso aos direitos sociais, 
entre eles, à educação pública e ao padrão de qualidade do ensino. 
A efetivação dos direitos de cidadania à população brasileira é responsabilidade 
do Estado brasileiro, mediante competências específicas dos entes federados, 
em um regime federativo. A aprovação da Constituição Federal no campo da 
educação se configurou com importantes conquistas. Como os direitos sociais, 
aqui no caso a educação, estão declarados na Constituição, as leis 
infraconstitucionais que se seguiram preservaram fatores fundamentais, tais 
como gratuidade em toda a escolarização pública, vinculação de impostos, 
direito público subjetivo, entre outros. 
Esses fatores levam à análise de como a inclusão social passou a ser zelada 
pelos governos brasileiros. Desde o primeiro Plano Plurianual (PPA) Brasil em 
ação (1996-1999), políticas sociais foram trazidas com a intenção declarada de 
luta contra a pobreza e de promoção da justiça social. Diante desta perspectiva, 
o compromisso à universalização da educação obrigatória ganhou destaque, em 
conjunto com a ideia de associação entre escolaridade e diminuição da pobreza. 
A adoção dessa premissa permaneceu nas agendas dos governos posteriores 
compartilhando algumas características. Uma destas é a formalização do 
conjunto de direitos humanos, com a elaboração dos Planos Nacionais dos 
Direitos Humanos (PNDH), confirmando compromissos com as garantias sociais 
e civis, principalmente aos sujeitos em situação de desigualdade e exclusão 
social. Como organizações não mercantis, as instituições especializadas de 
educação especial privado-assistenciais obtiveram espaço garantido nas 
proposições das políticas educacionais. 
As políticas de educação especial, oriundas do governo federal, ganharam força 
em diferentes ações sociais, seja das instituições especializadas, dos técnicos 
do Mistério da Educação, dos grupos de pessoas com deficiência e seus 
familiares, do Ministério Público Federal, dos pesquisadores do campo da 
educação especial, ou mesmo dos comentaristas da imprensa. Hora a pressão 
das organizações especializadas se apresenta mais audível, hora o movimento 
em prol da participação plena dos sujeitos com deficiência nas instituições não 
especializadas é fortalecido. 
O ano de 2001 foi o momento em que se pode identificar a primeira iniciativa de 
intervenção nas diretrizes da educação especial no Brasil, através do Ministério 
Público, cuja posição esteve presente posteriormente na formulação do 
documento da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva divulgado no ano de 2008. 
No segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2001, o então 
Ministro da Educação, Paulo Renato Costa Souza, recebeu um ofício da 
Procuradoria da República do Distrito Federal a respeito da matéria educação 
inclusiva. Este ofício se apresenta em conjunto com uma cópia de uma 
recomendação da Procuradoria ao Conselho Nacional de Educação, formulada 
após análise do Parecer CNE/CEB 17/2001 assim como da Resolução 
CNE/CEB 02/2001 (Diretrizes nacionais para a educação especial na educação 
básica). 
Para a Procuradoria, no entanto, estes documentos embora estivessem corretos 
em suas considerações iniciais, ao definirem as políticas relacionadas ao 
atendimento especializado na rede regular, contrariavam os princípios da 
igualdade e da não discriminação ao permitirem currículos adaptados em 
escolas e salas especiais e, consequentemente, alguns alunos portadores de 
deficiência poderão ficar à margem do ensino regular, o que não cumpre com os 
mandamentos constitucionais. 
Contudo, este incidente revelou um movimento que se fortalecia, mas que, em 
vistas gerais, não se fez notar. A análise das Diretrizes nacionais para a 
educação especial na educação básica, apresentada pela Procuradoria da 
República, chamou a atenção para o fato de que muitas pessoas com deficiência 
não estavam sendo escolarizados de fato. Portanto, o Estado não estaria 
cumprindo com o seu compromisso com a universalização da educação 
obrigatória. 
A privação dessa população à escolaridade já era reconhecida, pois era fato que 
muitas instituições especializadas, especialmente as destinadas ao atendimento 
de pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla, estavam embasadas em 
concepções assistencialistas, não garantindo uma escolarização adequada aos 
alunos. 
Tais instituições são as privado-assistenciais, especializadas em educação 
especial. Estas instituições surgiram e ganharam força no decorrer do século XX 
e até o início do século XXI foram as protagonistas da educação especial no país 
e apresentaram a maior concentração das matrículas de alunos com deficiência. 
Apesar destas instituições se apresentarem como entidades de educação 
especial, muitas direcionam o foco no atendimento da reabilitação. Outro 
aspecto é o fato de que tais instituições recebem recursos públicos para o seu 
funcionamento. 
A elaboração da Constituição Federal brasileira mostrou lutas de interesses, 
entre setores da sociedade, na formulação de políticas públicas no país. Nesse 
contexto, fortaleceu-se um movimento, que não foi necessariamente articulado, 
de consolidação do status quo da educação especial no Brasil, com o início e a 
expansão da realização de pesquisas no campo da educação especial e do 
fortalecimento da aceitação da educação como direito social também dos 
sujeitos com necessidades educacionais especiais. 
A pressão por escolarização destes estudantes se fortaleceu através do 
crescimento, pelo país, de compromissos e acordos internacionais, com metas 
determinadas a partir da Declaração de Jomtien, no ano de 1990, e a de Nova 
Delhi a respeito da Educação para todos, em 1993. 
Esta pressão levou a maior rede de instituições especializadas em educação 
especial privado-assistencial do Brasil (APAE-FENAPAE) a formular e expandir 
o documento APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), em 
resposta à necessidade de escolarização adequada das pessoas com 
necessidades educacionais especiais. 
Além das resoluções que objetivaram à universalização da educação obrigatória 
e gratuita no Brasil, outro documento internacional passou a ser usado como 
referência de diretrizes da política educacional e de seus programas e ações 
públicas; a Declaração de Salamanca que foi um marco de ação para as 
necessidades educativas especiais, e que foi fruto da Conferência Mundial Sobre 
Necessidades Educativas Especiais em 1994. 
Contudo, mesmo que esse documento recomendasse a frequência de todos os 
estudantes em escolas comuns/regulares, incluindo os alunos que 
apresentassem deficiências mais severas, a Política nacional de educação 
especial, divulgada no ano de 1994, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional no ano de 1996, assim como, as Diretrizes nacionais para a educação 
especial na educação básica do ano de 2001, mantiveram a prescrição da 
existência de escolas especiais, o que deixou as instituições especializadas em 
uma situação cômoda, de certa forma. 
Ao redor de 2003, ocorreu uma alteração neste quadro, quando foi proposta a 
formação de um sistema educacional inclusivo, como políticade educação 
nacional, em que o local da educação escolar de todos os alunos passou a ser 
a escola comum/regular e a educação especial passou a ser utilizada como 
complemento ou suplemento à escolaridade obrigatória. Diante desta alteração 
houve, a partir daí, um crescimento considerável de matrículas de alunos com 
necessidades educacionais especiais na sala de aula comum, assim como uma 
queda nas classes e escolas de atendimento especializados, como mostra o 
gráfico abaixo. 
 
Gráfico – Matrículas de estudantes público-alvo da educação especial na 
educação básica 
Fonte: dados do Censo Escolar (Brasil, 2016) 
 
4. Governo e Sociedade na Atuação da Educação Inclusiva 
Através do seguimento das diretrizes, a educação inclusiva no Brasil vem se 
consolidando na construção de um sistema educacional inclusivo, onde os 
conceitos não compartilham sentidos universais e também não se apresentam 
em práticas uniformes. 
Nesta consolidação, a política de educação especial tem sido organizada sob 
polaridades, evidenciadas na ação de grupos de pressão. A primeira delas diz 
respeito ao local da educação dos alunos com necessidades educacionais 
especiais. 
De um lado: a compreensão de que estes alunos devem ser escolarizados no 
conjunto da sociedade, em escolas comuns; de outro lado, encontra-se a defesa 
de que a especificidade da condição destes alunos demanda um atendimento 
especializado que deve acontecer em classes exclusivas e instituições 
especializadas, sejam elas públicas ou privadas. 
Outra polaridade é a respeito do uso dos recursos públicos. A prática de 
subsídios às entidades privadas, desde a criação das primeiras instituições 
especializadas em educação especial, no decorrer dos anos 1930 e 1950, 
possibilitou a clareza da asserção de que é legítimo o subsídio destas instituições 
assistenciais com recursos públicos. 
Esta concepção foi reforçada através do chamamento das parcerias com a 
sociedade civil, presente em documentos norteadores da política de educação 
especial na perspectiva da educação inclusiva, e está presente no discurso dos 
organismos multilaterais, que induz as políticas educacionais em muitos países, 
considerando que as entidades são tidas como apoiadoras, parceiras da 
inclusão, e que cumprem uma função dentro da sociedade civil organizada. 
Essas entidades têm se apresentado como porta-vozes dos sujeitos com 
necessidades educacionais especiais ou de uma comunidade, com diferentes 
posições. Entre elas, podem ser ressaltadas a Federação Nacional de Educação 
e Integração dos Surdos - FENEIS, a Federação Brasileira das Associações de 
Síndrome de Down, a Federação Nacional das APAE, as Associações 
Pestalozzi, entre outras. 
Dentro desta movimentação em função destas polêmicas, no decorrer dos anos 
de 2003 a 2013, o Ministério Público Federal voltou a se posicionar interferindo 
nas decisões, ações e programas, governamentais. Através dos argumentos 
apresentados, não discriminar refere-se a todos estudarem na mesma escola, 
todos na sala de aula comum, tomando como fundamentação a Convenção 
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
as Pessoas Portadoras de Deficiência, aprovada no Brasil como Decreto nº 
3.956, no ano de 2001. 
Diante desta perspectiva, ações específicas por determinados grupos poderiam 
ser compreendidas como ações discriminatórias e desrespeito ao direito de 
inclusão destes alunos. Essa posição aumentou a tensão entre os diferentes 
agentes que, no ano de 2011, se posicionaram abertamente, e distintivamente, 
a respeito do local mais apropriado para a escolarização desta população. 
O Movimento Inclusão Já! e a Rede Inclusiva – Direitos Humanos no Brasil, 
dispuseram um manifesto intitulado: Convenção sobre os Direitos das Pessoas 
com Deficiência – Cumpra-se!. Este documento defendeu a importância de não 
exclusão dos estudantes com necessidades educacionais especiais do sistema 
educacional comum, de acordo com a Convenção Internacional sobre os Direitos 
das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, do ano de 2007, 
que foi aprovado no Brasil como Decreto nº 6.949 de 2009, conforme o 
posicionamento do Ministério Público. De outro lado, um grupo de alunos surdos 
protagonizou uma ação pública na cidade de Brasília contra o fim das escolas 
especiais para surdos. 
As forças que defenderam a proposta inclusiva, a partir de 2008, entraram em 
confronto com as forças historicamente dominantes, associadas ao setor 
privado-assistencialista e com participação cativa na elaboração das políticas. 
Cada um dos segmentos agiu com as ferramentas disponíveis: de um lado 
estava a tradição, o conhecimento tácito sobre as experiências sofridas com e 
pelos sujeitos com necessidades educacionais especiais, a eficiência na gestão 
das instituições assistenciais e dos movimentos pelos direitos destes sujeitos; do 
outro lado estava a inovação, através da utilização de recursos de tecnologia, da 
eficiência na gestão gerencial das redes de ensino ao propor um serviço 
unificado, multifuncional, não universalizado, mas que obteve significação de 
reconhecimento do direito formal dos alunos ao acesso à escola de educação 
básica comum. 
Proposição de Alterações na Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva 
No ano de 2016, houveram mudanças na Secretaria de Educação Continuada, 
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC), assim como, na Diretoria 
de Políticas de Educação Especial. Posteriormente no ano de 2017, a 
SECADI/MEC abriu vários editais em função da seleção de consultores 
especialistas para subsidiar estudos de documentos da educação especial no 
Brasil. 
O Edital n° 1/2017 apresentava por objetivo a contratação de “consultoria 
especializada para subsidiar a Câmara de Educação Básica do Conselho 
Nacional de Educação (CEB/CNE), no processo de revisão e atualização das 
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Especial, orientado pelas normas 
estaduais e nacionais em vigor a respeito da Educação Especial. O Edital n° 
13/2017 objetivou contratar: 
“[...] consultoria especializada para o desenvolvimento de estudos subsidiários 
ao processo de atualização da Política Nacional de Educação Especial, 
considerando os referenciais políticos pedagógicos e as práticas pedagógicas 
desenvolvidos pelos sistemas de ensino.” 
A abertura destes editais e a consequente contratação dos consultores deixaram 
clara a intenção de revisão da política de formação do sistema educacional 
inclusivo, nos modelos pelos quais vinha sendo trabalhado até então. 
Efetivamente, em uma reunião que ocorreu no dia de 16 de abril de 2018, a 
proposta de atualização da política de 2008 foi retratada. A Diretora de Políticas 
de Educação Especial alegou que a versão da política seria revisada através de 
uma consulta pública: “A intenção é que esta proposta seja analisada e efetivada 
nos mesmos moldes da BNCC, ou seja, com a participação da sociedade, 
sistemas e organizações de ensino, de forma transparente e democrática”. 
Os participantes desta reunião foram: 
✓ Representantes do Ministério da Educação, 
✓ O Conselho Nacional de Educação, 
✓ O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), 
✓ O Conselho Nacional de Pessoas com Deficiência (Conade), 
✓ O Conselho Brasileiro para Superdotação (Combrasd), 
✓ O Conselho de Organizações das Pessoas com Deficiência (Corde), 
✓ A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), 
✓ O Instituto Benjamin Constant (IBC), 
✓ O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), 
✓ A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (Fbasd), 
✓ A Federação Nacional das Apaes, 
✓ A Federação Nacional das Associações Pestalozzi, 
✓ A Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB) 
 Os slides do conteúdo abordado nesta reunião foram rapidamente 
compartilhados nas redessociais e entre os dados e argumentos apresentados 
puderam ser identificadas questões congruentes a pesquisas executadas nas 
universidades. 
Portanto, a crítica formulada por pesquisadores, de que a Educação Especial 
estava sendo restringida ao Atendimento Educacional Especializado em salas 
de recursos multifuncionais, passou a ser usada como argumento para 
alterações no documento da Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva. Estas primeiras reuniões impulsionaram 
respostas de diversos grupos brasileiros. Um deles foi o movimento Inclusão Já! 
em 13 de maio de 2018. 
Os dirigentes de instituições federais de ensino superior também se mobilizaram, 
através do Ofício Circular n° 1/18 da Reitoria da Universidade Federal do Rio 
Grande do Norte (UFRN), a Carta de Natal (29 de maio de 2018), defendendo a 
“luta pela democratização do Ensino Superior público e de qualidade para 
todos/as, à luz de uma cultura inclusiva e de reconhecimento das diferenças que 
busque uma sociedade mais justa e solidária”. 
A Rede pela Inclusão Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
(UFRGS) também se posicionou em junho de 2018, alertando que consulta 
pública “visando melhorias nas políticas de educação especial” naquele contexto 
político, constituía-se “uma ação politicamente ambígua e refém de diferentes 
agenciamentos”. 
O Ministério Público Federal se manifestou no mesmo período, por meio de uma 
lista de recomendações ao Ministério da Educação, para que: se privasse de 
formular alterações na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva; que qualquer atribuição de recursos públicos ocorresse 
para a ampliação e melhoria da educação inclusiva na rede regular de ensino, 
em todos os seus níveis; e que anteriormente a submissão de propostas de 
alteração da PNEEPEI fossem ouvidos “estudantes com deficiência, em seus 
diversos recortes: gênero, raça, orientação sexual, classe, região geográfica e 
nível de ensino”. 
Pesquisadores também fizeram seu manifesto através da Nota da Associação 
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), em julho do 
mesmo ano, acentuando posições de desacordo com a revisão da Política nos 
termos e condições apresentados. 
A divulgação de informações e manifestações continuou através das redes 
sociais e, em outubro de 2018, um e-mail passou a circular entre pesquisadores 
do GT 15 (Educação Especial) da ANPEd para relatar sobre um documento do 
Ministério da Educação, veiculado entre pesquisadores da educação especial. 
Trata-se da Minuta da Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, 
Inclusiva e ao longo da vida, com data de 14 de setembro de 2018. Em novembro 
de 2018, o governo abriu consulta pública a respeito das alterações na Política, 
em meio a desentendimentos. 
O documento que foi disponibilizado para consulta pública confirmou a 
manutenção de espaços considerados segregados pelas gestões de 2003 a 
2016, da SECADI (escolas e classes especiais), e justificou-se afirmando 
“cumprir o disposto na meta 4, estratégia 4.4 do PNE e Artigo 58, § 2º da LDB” 
onde há a previsão de oferta de serviços pela escola especial e na classe 
especial. 
No dia 16 de novembro de 2018, professores, estudantes e pesquisadores, 
reuniram-se em São Carlos, estado de São Paulo, no VIII Congresso Brasileiro 
de Educação Especial e no XI Encontro Nacional de Pesquisadores da Educação 
Especial (XI ENPEE), em Assembleia da Associação Brasileira de 
Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE), através do apoio da 
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), 
assim como, do Fórum Nacional de Coordenadores dos Núcleos de 
Acessibilidade das Instituições Públicas de Educação Superior, Profissional e 
Tecnológica (IPESPTec), onde decidiram se opor às alterações na Política, no 
momento e nos formatos adotados, e divulgaram um documento com visão 
crítica a respeito da Consulta Pública proposta para a “atualização” da atual 
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 
 
Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação - prioridades para o ano 
de 2020. 
A formulação de políticas de educação inclusivas é o foco da Secretaria de 
Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) do Ministério da Educação. 
Em uma entrevista dada ao Portal MEC, a secretária do Semesp, Ilda Peliz, 
classificou a capacitação de professores na educação indígena e especial como 
sendo a prioridade de 2020. 
Ilda Peliz ressaltou que a qualificação especializada ainda se encontra a desejar 
e que os esforços do MEC estarão focados para reverter tal situação. “Apenas 
5,7% dos professores no Brasil têm alguma formação em educação especial. 
Nós vamos transformar esse número de modo que faça diferença”, diz Peliz. No 
decorrer da entrevista, a secretária da Semesp também discorreu a respeito de 
outras urgências, como Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e o 
Programa Nacional do Livro e do Material Didático. 
Esta entrevista pode ser conferida abaixo: 
Portal MEC: Em 2020, o MEC vai priorizar a educação inclusiva. Poderia contar 
mais sobre a Política Nacional de Educação Especial que está sendo 
desenvolvida? 
Ilda Peliz: A política foi estudada no decorrer do ano com todos os atores 
envolvidos, com sociedade civil, foi construída a muitas mãos. Será 
disponibilizada em formato de verdadeira inclusão para garantir o acesso à 
educação de forma inclusiva e optativa. 
A principal novidade dessa política são as escolas bilíngues e classes bilíngues, 
que vão proporcionar que os alunos surdos e surdos-cegos tenham a educação 
na sua primeira língua, que é Libras [Língua Brasileira de Sinais], mas que 
aprendam também português. 
Se há muitos alunos surdos falantes de Libras no estado ou no município, deverá 
ser definido se há necessidade de uma escola bilíngue ou uma classe bilíngue 
dentro de uma escola convencional. A decisão do local de estudo de cada 
criança e jovem, seja em salas comuns ou especiais, precisa ser tomada em 
conjunto com as famílias. 
Portal MEC: Qual é a novidade de 2020 para o Programa Nacional do Livro e 
do Material Didático (PNLD)? 
Ilda Peliz: A novidade é que nós estamos estendendo a disponibilização dos 
livros em braile do primeiro ao nono anos. A iniciativa vai garantir aos alunos 
cegos e surdos-cegos o acesso ao livro em braile. Os estudantes de baixa visão, 
que são cerca de 25 mil, terão acesso ao livro digital e poderão acessá-lo de 
acordo com as suas necessidades. 
Portal MEC: O MEC promoveu diversas audiências públicas para dialogar com 
a comunidade a educação indígena. Quais são os principais pontos do Plano 
Nacional de Educação Escolar Indígena (PNEEI)? 
Ilda Peliz: Nós temos que desenvolver uma política em sintonia com os anseios 
da comunidade indígena. Primeiro, garantir a língua materna. A alfabetização é 
garantida com a língua materna indígena. E os principais gargalos são 
construção de escola em locais estratégicos para garantir vagas para mais 
alunos, acesso à água, acesso ao esgoto, acessibilidade a indígenas com 
deficiências físicas. É fundamental fazer um atendimento de acordo as 
necessidades da população. 
Portal MEC: Quais serão as medidas para capacitação de professores na 
educação especial e indígena? 
Ilda Peliz: Não adianta lançar uma política nova, política indígena e política de 
educação especial, se você não investir em capacitação continuada de 
professores. Nosso foco para 2020 será a capacitação de professores nas duas 
frentes, tanto para educação indígena quanto para a educação especial. Hoje, 
apenas 5,7% dos professores no Brasil têm alguma formação educação 
especial, nós vamos transformar esse número de modo que faça diferença. 
Portal MEC: Como funciona o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e 
quais são os próximos passos? 
Ilda Peliz: Como o nome diz, oprograma repassa o dinheiro direto para a escola, 
não transita pelos municípios nem pelos estados. Essa dinâmica facilita, agiliza, 
para que a escola tenha seu poço artesiano, sua cisterna, garantindo a água 
potável, que tenha toda a infraestrutura de esgoto necessária para a saúde das 
crianças. Com esses recursos, as escolas podem ainda fazer pequenas 
reformas, construir uma rampa e um banheiro com acessibilidade. A nossa 
previsão é de zerar as necessidades apontadas pelo Censo Escolar 2018, 
levantamento que norteia as ações do PDDE. 
Assista ao breve vídeo sobre esta entrevista: 
https://www.youtube.com/watch?v=pojoHNre_A0&feature=emb_title 
 
5. Considerações Finais 
Através da análise do movimento de articulações das propostas nacionais para 
a educação especial, é possível notar diferentes momentos, que apresentam 
diversificações, mas não necessariamente quebras: um destes momentos se 
encontra mais claramente orientado até o fim do segundo mandato do presidente 
Fernando Henrique Cardoso, onde houve a aceitação de convivência de 
diferentes lugares para a escolarização dos alunos com necessidades 
educacionais especiais, mesmo depois do compromisso formal de acordos 
multilaterais pelo país. 
Posteriormente, outro momento toma forma a partir do ano de 2003, quando 
houve o lançamento e a difusão da concepção de sistema educacional inclusivo, 
em que no decorrer de ações dentro desta perspectiva, o local da escolarização 
passou para o estabelecimento escolar regular/comum. Um terceiro movimento 
foi se formando com o impeachment do governo de Dilma Rousseff e, mesmo 
através de um discurso semelhante ao repassado entre os anos de 2003 e 2016, 
indicou o fortalecimento de grupos privados de educação especial. O trânsito 
entre essas posições aconteceu sob debates entusiasmados, por meio de 
diversos recursos da mídia. 
A adoção do modelo de atendimento que prioriza o local da escola 
comum/regular pública indicou a opção de ampliação do atendimento público em 
detrimento do privado que, por sua vez, fortaleceu a destinação de recursos 
públicos para a escola pública. Entretanto, o atendimento especializado 
oferecido materializou-se de uma maneira singular: as Salas de Recursos 
Multifuncionais, não concorreram, necessariamente, com os atendimentos 
especializados disponibilizados através do setor privado-assistencial. 
Portanto, no decorrer deste período houve uma continuidade permanente do 
destino de recursos públicos para as instituições privado-assistenciais. O próprio 
documento da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva continuou a prever as parcerias com as instituições 
comunitárias, confessionais ou mesmo filantrópicas sem fins lucrativos, 
principalmente na formação de docentes especializados e como “centros de 
AEE”. 
Enquanto o conjunto interdisciplinar do campo da saúde, disponível em grande 
parte destas instituições privado-assistências, se mantiver em funcionamento, 
não haverá um aumento de pressão sobre o Sistema Único de Saúde, mesmo 
que tal atendimento seja sustentado, consideravelmente, através de recursos 
públicos. 
A mobilização e os entrechoques dos diferentes agentes para o direcionamento 
das ações da política de Educação Especial são perfeitamente previstos dentro 
de uma sociedade democrática, embora tais agentes muitas vezes se 
apresentem de maneira superficial diante de questões como: ser contra ou a 
favor da inclusão; ser contra ou a favor de escolas especiais; educação inclusiva 
ou educação especial. 
O foco na perspectiva do debate não colabora para que seja possível apreender 
toda a complexidade destas questões que envolvem o atendimento educacional 
da população que demanda a inclusão. Tais questões passam pelo direito à 
escolaridade pública, direito à saúde pública, direto ao lazer, direito às suas 
próprias escolhas e decisões, direito à completude da vida, enfim, oportunidade 
igual para todos. 
O reconhecimento desta complexidade transcorre também através da percepção 
de que estas questões se encontram imersas nos debates e embates das 
políticas públicas que envolvem todos os cidadãos, sem que haja exceção. 
Contudo, garantir a atenção à especificidade da população com necessidades 
de inclusão, sem que haja a perda da abrangência do olhar aos direitos sociais 
de todo o cidadão, ainda é um desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira. 
 
 
 
 
 
 
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MAZZOTTA, Marcos José Silveira. Educação especial no Brasil: história e 
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MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Caminhos Pedagógicos da Inclusão. São Paulo. 
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