Buscar

DISARTRIA-Polígrafo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

9 
DISARTRIA 
 
 
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS: 
 
Avaliação, diagnóstico e terapia fonoaudiológica 
1 Conceito 
2 Etiologia 
3 Classificação 
4 Quadro comparativo entre os diferentes tipos de disartrias 
5 Avaliação 
6 Diagnóstico diferencial 
7 Reabilitação 
 
 
 
 
A FALA COMO UMA HABILIDADE MOTORA 
 
 
 
A comunicação oral envolve três processos básicos: 
1. Organização do conceito e sua formulação simbólica. 
2. Expressão dos pensamentos através da FALA: bases motoras – Sistema Nervoso Periférico. 
3. Inteligibilidade de fala – processos motores: respiração, fonação, ressonância, articulação e 
prosódia (ORTIZ, 2010). 
4. Programação motora para a produção de fonemas, palavras e sentenças (JAKUBOVICZ, 
1997). 
Logo: 
 
 
IDEAÇÃO Intenção Comunicativa Cognitivo 
 
SIMBOLIZAÇÃO Recuperação da palavra Linguístico 
Mapeamento fonológico 
Organização sintática 
Transmissão do significado 
 
PLANO MOTOR Especificação dos movimentos Motor 
 
 EMISSÃO Uso da musculatura envolvida Motor 
Respiração; Fonação; 
Ressonância; Articulação 
 
*Quadro extraído do material do Prof. Cláudio Cechella 
 
A fala é um comportamento complexo cuja produção requer a contração coordenada de um vasto 
número de músculos (dos lábios; mandíbula; língua; palato mole; faringe, laringe, bem como, da 
respiração). A contração desses músculos é controlada por impulsos nervosos que se originam em 
1
0 
 
áreas motoras do córtex cerebral e, então, esses passam a ser transmitidos através das vias motoras 
(MURDOCH, 2005). 
As áreas motoras do córtex cerebral são responsáveis pelo início da atividade muscular voluntária 
e podem controlar os neurônios motores inferiores (NMI) provenientes do tronco encefálico e da medula 
espinhal, através das vias piramidais e extrapiramidais. Os neurônios provenientes de ambas as vias 
tratam-se coletivamente dos neurônios motores superiores (NMS). As lesões nos NMS que podem causar 
disartria podem estar localizadas no córtex cerebral (essencialmente no giro pré- central e no córtex pré-
motor), na cápsula interna, nos pedúnculos cerebrais ou no tronco encefálico. Os sinais clínicos de lesões 
nesses neurônios são: paralisia espástica ou paresia dos músculos envolvidos; pouca ou nenhuma atrofia 
muscular; reflexos de estiramento de músculos hiperativos (ex. movimento brusco de mandíbula); e a 
presença de reflexos patológicos (ex. Babinski, de preensão, de sucção, etc.) (MURDOCH, 2005). 
Já o nível mais baixo do controle motor é suprido pelos NMI, que conectam o SNC às fibras 
musculares esqueléticas. Esses neurônios originam-se do tronco encefálico (no caso de percorrerem os 
nervos cranianos tendo uma função motora) ou dos cornos anteriores da substância cinzenta da medula 
espinhal (no caso de percorrerem os diferentes nervos espinhais). Lesões nesses neurônios interrompem 
a condução de impulsos nervosos do SNC até os músculos, como consequência, o controle voluntário 
dos músculos é afetado. Com isso, os impulsos nervosos necessários para a manutenção do tônus 
muscular também são perdidos, causando flacidez/hipotonia. Outros sinais clínicos de lesões nos NMI: 
fraqueza muscular; perda ou redução dos reflexos musculares; atrofia muscular e fasciculações 
(espasmos espontâneos de feixes musculares individuais – fascículos) (MURDOCH, 2005). 
 
 
DISARTRIA – o que é? 
 
 
 
o ARTRIA: dizer; falar correto. 
 
o DISARTRIA: prejuízo na produção da fala devido a alterações no controle muscular dos 
mecanismos da fala. 
Também é conhecida como Disartrofonia, principalmente por estudos na área da Voz, esse termo 
engloba alterações com desvio na fonação e articulação dos sons da fala (BEHLAU et al., 
2005). O termo Disartria, foi consagrado principalmente após os trabalhos de Darley, Aronson e 
 
Brown (1969; 1975). 
Disartria é um distúrbio de fala, resultante de alterações no controle muscular dos 
mecanismos envolvidos em sua produção, originado por uma lesão do SNC ou Periférico que 
acarreta em alterações na emissão oral, devido a uma paralisia, fraqueza ou falta de coordenação 
dos músculos da fala (DARLEY, ARONSON e BROWN, 1969) 
1
1 
 
A disartria pode resultar de lesões em qualquer um dos diferentes níveis do SNC envolvidos na 
integração das atividades motoras da fala. Os níveis compreendem: o córtex; os núcleos da base; o 
cerebelo; o tronco encefálico e a medula espinhal. Além disso, a disartria também pode ser causada por 
nervos periféricos que suprem os músculos dos mecanismos da fala, ou por alterações que interrompem 
a transmissão de impulsos nervosos ao nível da junção neuromuscular. E ainda, alterações nos próprios 
músculos envolvidos (MURDOCH, 2005). 
Portanto, de acordo com o Comitê de Motricidade Oral da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia 
(2003), Disartria (dysarthria) é disfunção neurogênica da fala que resulta em fraqueza, lentidão, 
ou incoordenação dos músculos da respiração, fonação, articulação, e ressonância. 
Salienta-se que essa dificuldade de fala não inclui alterações associadas a déficits de estruturas 
somáticas (fissura palatina, alargamento congênito da faringe, encurtamento congênito do palato e má 
oclusão) ou distúrbios psicológicos (afonia psicogênica). 
As alterações de fala decorrentes da Disartria podem causar comprometimento importante da 
inteligibilidade e, consequentemente, afetar a comunicação desses indivíduos. As manifestações 
disártricas acompanham, muitas vezes, doenças degenerativas, progressivas e, com isso, tendem a 
piorar, conforme a evolução do quadro geral do paciente (BRABO et al., no prelo). 
Quanto à prevalência da Disartria, em um estudo recente (TALARICO, VENEGAS e ORTIZ, 
 
2011) foram analisados 244 prontuários dos pacientes atendidos de 2002 a 2006, no Núcleo de 
Investigação e Intervenção Fonoaudiológica em Neuropsicolinguística da Universidade Federal de 
São Paulo. Os casos de Disartria foram observados em 33% dos prontuários, antecedidos apenas pelos 
casos de Afasia (56%). Outro trabalho menciona a prevalência de casos no sexo masculino e com idade 
média de 52 anos de idade (RIBEIRO e ORTIZ, 2009). 
 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA DISARTRIA 
 
 
 
Sabe-se que o processo fonoarticulatório em pacientes com disartria tende a ser prejudicado e, apesar 
da variabilidade dos quadros, é comum encontrar em quase todos os pacientes disártricos (KENT et al., 
2001; TJADEN e WILDING, 2004): 
o Diminuição da velocidade da fala; 
 
o Imprecisão articulatória; 
 
o Fala lenta e irregular; 
o Monoaltura e monointensidade; 
 RESPIRAÇÃO 
 
o Alteração no tipo respiratório, predomínio de respiração mista, seguida de respiração abdominal 
e respiração torácica, enquanto que o esperado seria a respiração costo-diafragmática- abdominal; 
1
2 
 
o Incoordenação pneumofonoarticulatória, a qual pode ser evidenciada durante a contagem de 
números e a elaboração de um discurso; 
o Redução dos tempos máximos de fonação (TMF) >>> o esperado seria de 25 a 35 s para falantes 
masculinos e 15 a 25 s para falantes femininos. Pacientes disártricos podem apresentar em média de 9 
s de TMF; 
o Ciclo respiratório alterado >>> de acordo com os dados de normalidade espera-se, em média, 
 
12 ciclos por minuto (1 ciclo= 1 inspiração + 1 expiração), enquanto os indivíduos disártricos podem 
apresentar uma média de 20,18 ciclos por minuto (RIBEIRO e ORTIZ, 2009). 
 
 
 FONAÇÃO 
 
o Qualidade vocal rouca, hipernasal, soprosa, pastosa, entre outras, menos frequentes; 
 
o Intensidade vocal baixa em43%, dos casos, porém, adequada em 53%; 
 
o Predominância de pitch grave em 55% dos casos e pouca variação do mesmo (RIBEIRO e 
 
ORTIZ, 2009). 
 
 
 
 RESSONÂNCIA 
 
o Hipernasalidade >>> possivelmente decorrente de vários fatores como: disfunção velofarígea; 
resistência ao fluxo aéreo nasal; imprecisão articulatória e distúrbios de outros mecanismos de 
produção de fala, por exemplo, anormalidades fonatórias e da velocidade da fala (RIBEIRO e ORTIZ, 
2009). 
 
 
 
 ARTICULAÇÃO 
 
o A produção das consoantes encontra-se principalmente afetada; 
 
o Alteração moderada nos movimentos labiais, mandibulares e linguais isolados; 
 
o A média de inteligibilidade de fala para monossílabos foi de 27%, para sentenças de 50%; 
 
o Prolongamento das sílabas, além de, omissões, substituições, distorções, acréscimos e 
repetições; 
o Redução da velocidade e amplitude dos movimentos (RIBEIRO e ORTIZ, 2009). 
 
 PROSÓDIA 
 
o Alterações discretas e na marcação da sílaba tônica e na terminação da frase; 
 
o Proporção maior de pausas entre as palavras e no meio das palavras; 
 
o Pausas inadequadas para a respiração; 
 
o Média de 90 palavras por minuto durante a conversação ou leitura de um texto (RIBEIRO e 
 
ORTIZ, 2009); 
 
1
3 
 
o Alteração do ritmo de fala marcada por bradiartria (aumento do tônus, articulação presa, 
incoordenação, rigidez e lentidão) ou taquiartria (aceleração do movimento, incoordenação e rapidez). 
 
 
ETIOLOGIA 
 
 
o ADULTO: AVC, Parkinson, Paralisia Pseudo-Bulbar, Neoplasmas, Esclerose Lateral 
Amiotrófica, Ataxia Espinocerebelar, Esclerose Múltipla, Miastenia Grave, etc. 
o JOVENS: Distrofia Muscular, TCE, uso de drogas e excesso de álcool. o 
CRIANÇAS: PC ou doenças genéticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Dados provenientes do estudo de 
Talarico, Venegas e Ortiz (2011). 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE DISARTRIA 
 
 
 
 DISARTRIA FLÁCIDA 
 
o Lesão nos NMI (localizado nos cornos anteriores da medula espinhal e no núcleo motor dos nervos 
cranianos no tronco encefálico); 
o Interrompem a condução do impulso nervoso do SNC para os músculos esqueléticos, inclusive 
os músculos envolvidos no mecanismo da fala. Como consequência, o controle voluntário dos músculos 
afetados é perdido; 
o Os impulsos nervosos necessários para a manutenção do tônus muscular também são 
perdidos, com isso os músculos tornam-se flácidos (hipotônicos); 
o Além de fraqueza muscular; perda ou redução dos reflexos musculares; atrofia do músculo afetado 
e fasciculação muscular (contorção dos feixes musculares individuais); 
o Dependendo do local da lesão, os distúrbios dos NMI podem ser divididos em dois grupos. TCE, 
tumores, aneurimas, saliência óssea, e toxinas ou infecções que produzem neurite podem afetar 
1
4 
 
os nervos espinhais e cranianos, uma vez que eles partem do SNC. Infecções virais, tumores, AVC, 
degeneração progressiva e condições congênitas podem debilitar os núcleos nervosos cranianos 
ou células dos cornos anteriores da medula espinhal. A disartria flácida também pode ser causada por 
condições que debilitam a transmissão dos impulsos nervosos acima da junção neuromuscular (ex. 
Miastenia Grave, Toxina Botulínica) e afetam os músculos do mecanismo da fala (ex. Distrofia Muscular). 
o As características da fala variam conforme o tipo de nervo afetado e o grau relativo à fraqueza 
resultante do nervo; 
o Algumas características mais comuns: hipernasalidade; consoantes imprecisas; monopitch; 
 
qualidade vocal desarmônica; frases curtas e monoloudness; 
 
o Esse tipo de disartria pode, ocasionalmente, ser atribuído ao dano de um único nervo craniano 
(nervos Frênicos e Intercostais; Vago; Trigêmeo, Facial e Hipoglosso) e, consequentemente, estar 
confinado a um grupo muscular isolado; 
(MURDOCH, 2005) 
 
 
 
 
RESPIRAÇÃO VÁLVULA LARÍNGEA VÁVULA PALATO- 
LARÍNGEA 
ARTICULAÇÃO 
Exaustão durante a 
fala; frases curtas; 
inspiração audível; fala 
com ar residual, 
dificuldade em tons 
mais altos. 
Disfonia flácida com 
fixação da prega vocal 
à D ou à E na posição 
mediana (voz baixa e 
fraca) ou na abdução 
(voz com escapes de 
ar, diplofonia). 
Hipernasalidade e/ou 
emissão nasal, 
apresentando 
dificuldades nos 
fricativos /s, z/; plosivos 
/p, b, m, t, d/ e 
nasalidade nos sons 
mediais e finais. 
Fonemas labiais 
alterados; distorção 
das V; fasciculação da 
língua e/ou atrofia, 
causando alteração 
nos fonemas /t, d, n, l, 
s, z, S, Z/. 
(JAKUBOVICZ, 1997) 
 
 
 DISARTRIA ESPÁSTICA 
 
 
 
o Dano nos NMS bilateralmente, com a interrupção dos impulsos nervosos ao núcleo nervoso craniano 
bulbar; 
o Os músculos afetados podem apresentar: hiper-reflexia (ex. movimento mandibular 
hiperativo); pouca ou nenhuma atrofia muscular (exceto para a possibilidade de alguma atrofia 
associada ao desuso); e a presença de reflexos patológicos (ex. de sucção); 
o Duas síndromes principais, atribuídas à lesão nos NMS são a Paralisia Pseudobulbar e a Hemiparesia 
Espástica. Ambas caracterizadas pela espasticidade e deficiência ou perda dos movimentos voluntários; 
o Outras possíveis causas: AVC, TCE, tumores cerebrais extensivos, PC na infância ou 
condições neurológicas degenerativas (ex. Esclerose Múltipla, Doença do Neurônio Motor). Tais 
1
5 
 
lesões podem estar localizadas em diferentes regiões do cérebro (áreas motoras corticais, giro pré- 
central, córtex pré-motor e tratos descendentes quando atravessam a cápsula interna, pedúnculos ou 
tronco encefálico); 
o Quatro sintomas principais: espasticidade, fraqueza, extensão de movimento limitada e 
lentidão dos movimentos; 
o Características perceptivas predominantes da fala (DARLEY, ARONSON e BROWN, 1969): 
 
- Articulação imprecisa das consoantes; 
 
- Monopitch e monoloudness; 
 
- Pitch grave; 
 
- Ênfase/acentuação reduzidas ou excessivas; 
 
- Voz áspera (com esforço); 
 
- Qualidade vocal tensa-estrangulada; 
 
- Voz com soprosidade contínua; 
 
- Velocidade de fala reduzida; 
 
- Hipernasalidade; 
 
- Frases curtas; 
 
- Vogais distorcidas; 
 
- Quebras de frequência fundamental (f0). 
 
o Suporte respiratório deficiente também foi observado nesses casos; 
 
o Obs.: não confunda com as lesões unilaterais do NMS. Esta causa uma hemiplegia espástica, na 
ausência de manifestações na mastigação, deglutição, função velofaríngea ou atividade laríngea e, 
presença de uma disartria transitória, caracterizada por uma imprecisão articulatória leve. 
(MURDOCH, 2005) 
 
RESPIRAÇÃO VÁLVULA LARÍNGEA VÁVULA PALATO- 
LARÍNGEA 
ARTICULAÇÃO 
Muito rápida, com 
dificuldade nas 
inspirações, falta de 
controle fono- 
respiratório, 
capacidade vital 
diminuída. 
Normalidade das 
PPVV, voz rouca, de 
baixa tonalidade, 
ataques vocais 
bruscos, falhas na 
fonação, lentidão na 
fala e monotonia. 
Insuficiência velar. Não 
ocorre diferenciação 
entre sons surdos e 
sonoros. Há dificuldade 
na transição de um 
fonema para outro na 
fala encadeada. 
Imprecisão nas C, com 
distorção das V, 
omissão, monotonia 
prosódica, escapes de 
ar e substituições de 
fonemas (d/g), (g/d), 
(k/d). 
(JAKUBOVICZ, 1997) 
 
 DISARTRIA ATÁXICA 
 
o Lesões encefálicas envolvendo o cerebelo ou suas conexões. O papel principal do cerebelo é a 
coordenação sinérgica dos grupos musculares em todo o corpo. Com o dano cerebelar, a composição 
temporal de uma sequência ordenada de uma ação motora torna-se incoordenada. Erros de força 
e amplitude também são observados; 
1
6 
 
o Sinais característicos de lesões cerebelar: ataxia (caracterizada por sintomas clínicos, como: 
dismetria-hipermetria, assinergia, instabilidade postural e do modo de andar, tremor intencional e 
incordenação têmporo-espacial); hipotonia; nistagmo e disartria; 
o As características predominantesda Disartria Atáxica são uma incoordenação nos aspectos 
articulatórios e prosódicos da fala. 
- Imprecisão articulatória: imprecisão na produção consonantal; desarranjos articulatórios irregulares 
e vogais distorcidas; 
- Excesso prosódico: excesso de entonação e monotonia; fonemas prolongados; intervalos 
prolongados e velocidade lenta; 
- Insuficiência fonatória-prosódica: caracterizada por aspereza, monopitch e monoloudness 
 
(DARLEY, ARONSON e BROWN, 1969); 
 
o Suspiros expiratórios e inspiratórios forçados também já foram relatados; 
 
(MURDOCH, 2005) 
 
RESPIRAÇÃO VÁLVULA LARÍNGEA VÁVULA PALATO-LARÍNGEA E 
ARTICULATÓRIA 
Movimentos 
exagerados. 
Atividades lentas e irregulares 
nas PPVV. A tonalidade da 
voz é restrita – a intensidade 
fica variada e acontecem 
mudanças vocais súbitas. 
O palato mole eleva-se bem nos movimentos 
individuais da língua e dos lábios. Os movimentos 
são lentos, mas acurados. O ritmo da fala fica 
alterado e a leitura será lenta (106 a 136 
palavras/minuto; normal=176). Prosódia alterada. 
(JAKUBOVICZ, 1997) 
 
 DISARTRIA HIPOCINÉTICA 
 
o Neuropatologia dos gânglios da base - Sistema Extrapiramidal; 
 
o Comumente associada à Doença de Parkinson (60 a 80% dos pacientes apresentam esse tipo de 
Disartria, com crescente preponderância com o avanço da doença). Parkinsonismo é 
caracterizado pela presença de acinesia/bradicinesia, rigidez, alteração do reflexo postural e tremor, 
características de uma série de condições degenerativas subcorticais. Portanto, é uma doença 
neurológica progressiva, degenerativa, associada com a perda seletiva dos neurônios 
dopaminérgicos da substância negra. A demência está associada em 41% dos casos; 
o Uma forma acusticamente similar de Disartria tem sido observada também em pessoas com 
Paralisia Supranuclear Progressiva. Pessoas afetadas por essa doenças normalmente apresentam 
um síndrome rígido-acinética associada, paralisia pseudobulbar e demência do tipo frontal. Na 
necropsia, a perda neuronal é caracteristicamente encontrada nos núcleos da base, tronco 
encefálico e núcleos cerebelares, mas não no córtex cerebral e cerebelar. 
o As características clínicas da Disartria Hipocinética são: 
 
- Monotonia de pitch e loudness; 
 
- Redução do uso de todos os parâmetros vocálicos para efetuar a ênfase e a entonação; 
 
1
7 
 
- Qualidade vocal soprosa; 
 
- Redução da intensidade vocal; 
 
- Velocidade variável – curtos “jatos” de fala ou fala acelerada; 
 
- Imprecisão consonantal; 
 
- Suporte respiratório deficiente para a fala; 
 
- Redução no tempo de fonação; 
 
- Dificuldade no início da emissão; 
 
- Pausas impróprias no discurso; 
o Variabilidade na apresentação da Disartria Hipocinética associada à Doença de Parkinson 
pode estar relacionada à natureza progressiva da doença e/ou à respostas do indivíduo sob medicação 
antiparkinsoniana; 
(MURDOCH, 2005) 
o O tremor de repouso é comumente encontrado e é um sinal confirmatório da DP, porém não 
interfere na fala; 
o Neste tipo de disartria iremos encontrar a festinação, a qual se refere a movimentos de “vai e 
 
vem” na língua, como que em um ensaio para o início do movimento, que depois que acontece pára. 
 
 
RESPIRAÇÃO VÁLVULA LARÍNGEA VÁVULA PALATO-LARÍNGEA E 
ARTICULATÓRIA 
Restrição nos movimentos 
musculares responsáveis pela 
respiração; alteração na 
sincronização fonorespiratória; 
diminuição da capacidade vital 
em 40%; diminuição do sopro 
expiratório. 
Ausência de anomalias 
nas PPVV; qualidade 
vocal com alterações 
na tonalidade; voz 
monótona; intensidade 
vocal fraca. 
Repetição; adição e omissão de 
sílabas, com perda da distinvidade 
fonêmica; ritmo de fala variado; 
silêncios inapropriados, dificuldade em 
iniciar os movimentos. 
10 
 
(JAKUBOVICZ, 1997) 
 
DISARTRIA HIPERCINÉTICA 
 
o Da mesma forma que a Hipocinética, a Disartria Hipercinética possui como etiologia uma 
patologia neurológica dos gânglios da base (Sistema Extrapiramidal); 
o As características do desvio de fala são produto de movimentos involuntários anormais que 
perturbam o ritmo e a qualidade de atividades motoras. Esses movimentos involuntários podem ser 
rítmicos ou irregulares e imprevisíveis, rápidos ou lentos; 
o Qualquer processo que danifique os núcleos da base ou estruturas cerebrais relacionadas tem 
o potencial de causar Disartria Hipercinética, incluindo distúrbios degenerativos, vasculares, 
inflamatórios, traumáticos, tóxicos e metabólicos. Em alguns casos a causa pode ser idiopática; 
o Há uma heterogeneidade na manifestação da dimensão da alteração de fala. Contudo, 
apenas nesses casos a Disartria pode resultar da ruptura de somente um nível dos sistemas de 
produção da fala (respiratório, fonatório, ressonantal ou articulatório); 
o Darley, Aronson e Brown (1969) distinguiram duas categorias de distúrbios hipercinéticos – 
 
hipercinesias rápidas e lentas: 
 
- Rápidas: Contrações musculares mioclônicas; Tiques; Coréia; 
 
- Lentas: Atetose; Discinesia; Distonia; 
 
o Características da Disartria Hipercinética associada à Coréia (DARLEY, ARONSON e 
 
BROWN, 1969): 
 
- Distúrbios prosódicos são predominantes >>> excesso ou insuficiência prosódico >>> interrupção 
do fluxo da fala pelos movimentos coréicos bem como devido à tendência do indivíduo em 
compensar a suspensão imprevisível, súbita, da função respiratória, fonatória, de ressonância e 
articulatória; 
- Produção consonantal imprecisa, vogais distorcidas e colapso articulatório irregular; 
 
- Qualidade vocal áspera, tenso-estrangulada e variações excessivas de loudness; 
 
- Hipernasalidade leve e intermitente em 40% dos casos; 
 
- Poucos casos apresentaram inspiração e/ou expiração forçada e involuntária. 
 
(MURDOCH, 2005) 
 
 
 
 DISARTRIA MISTA 
 
o Combinação de duas ou mais Disartrias puras; 
 
o Neuropatologia depende dos tipos de Disartrias envolvidas; 
 
o Causas Frequentes incluem múltiplos AVC, TCE ou doenças neurológicas (ELA, Doença de 
 
Wilson, Esclerose Múltipla); 
o Os distúrbios de fala são variados e dependem dos tipos das disartrias puras que estão 
combinadas. 
 
(MURDOCH, 2005)
11 
Tipo de Disartria Local da lesão 
Disartria Flácida Neurônios Motores Inferiores 
(NMI) 
Disartria Espástica Neurônios Motores Superiores 
(NMS) 
Disartria Hipocinética Gânglios Basais + Nervos do T. 
Cerebral 
Disartria Hipercinética Gânglios Basais + Nervos do T. 
Cerebral 
Disartria Atáxica Cerebelo e/ou conexões 
Disartria Mista 
(Flácida/espástica) 
NMI + NMS (ex.: ELA) 
Disartria Mista 
(Atáxica/espástica/flácida) 
Cerebelo e/ou conexões, NMI+ 
NMS 
 
 
Quadro geral dos tipos de Disartrias e localização da lesão: 
 
 
 
Prevalência dos diferentes 
tipos de Disartria: 
 
Tipo de Disartria N % 
33.3 
16.6 
3.3 
10 
23.3 
10 
 3.3 
 100 
Flácida 
Espástica 
Hipercinética 
Hipocinética 
NMS Unilateral 
Mista 
Não informada 
20 
10 
2 
6 
14 
6 
2 
TOTAL 60 
 
* Dados provenientes do 
estudo de Ribeiro e Ortiz 
(2009) 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL FACE A OUTRAS PROBLEMÁTICAS MOTORAS DE ORIGEM 
 
NEUROLÓGICA 
 
o DISARTRIA: A disartria é uma perturbação da 
articulação da linguagem associada à alteração do controle 
muscular dos mecanismos da fala, tendo a sua origem em 
lesões do SNC. A dificuldade de expressão é permanente e 
uniforme, e o paciente é, geralmente, consciente do seu 
problema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(SYDER, 1997, p.93)
 
o DISPRAXIA: Déficit de execução (ou total impossibilidade – apraxia) de gestos ou padrões 
motores complexos, com ausência de déficit motor que impeça a realização de movimentos de 
forma independente. É certo que em todos os processos que estão acompanhados de alteração 
da motricidade estão presentes déficits de execuçãogestual, mas não podem incluir-se dentro 
das dispraxias/apraxias, porque essas apenas se relacionam com o gesto intencional enquanto 
sequência de movimentos tendo em vista um objetivo ou gesto específico. Esse necessita de um 
controle proprioceptivo e sensorial, pois é através dele que os padrões se organizam e a sua 
repetição os torna automáticos, facilitando assim a execução dos gestos cotidianos. 
 
 
o DISGNOSIA: A realização motora sempre implica um conhecimento implícito que constitui o mapa 
cognitivo que dirige a ação, também nesse processo conjunto de conhecimento (gnosia) e realização 
(praxia), podem ainda estar presentes alterações caracterizadas pela incapacidade para o 
reconhecimento de estímulos e respectiva significação. Essas constituem o vasto mundo das
12 
 
disgnosias/agnosias e relacionam-se com alterações perceptivas em zonas corticais, afetando as 
funções do processamento e a categorização da informação, bem como a integração das diferentes 
modalidades sensoriais, o que também conduz a dificuldades de realização ou atividade motora para 
a fala. 
 
 
o AFASIA MOTORA PURA / EXPRESSIVA / DE BROCA: Alteração primária do movimento 
voluntário (apenas), os erros produzidos não são consistentes, ao contrário do que acontece nas 
disartrias. 
 
(LIMA, 2008) 
 
 
AVALIAÇÃO 
 
 
 
A avaliação nos casos de Disartria visa: 
 
o Detectar ou confirmar a suspeita de um problema; 
 
o Estabelecer um diagnóstico diferencial; 
 
o Classificar; 
 
o Determinar o local da lesão ou o processo da doença; 
 
o Estabelecer um prognóstico; 
 
o Determinar o enfoque da terapia; 
 
o Definir quando parar a fonoterapia; 
 
o Observar qualquer mudança no indivíduo que ocorra durante o tratamento. 
 
Essa deve contemplar aspectos subjetivos (impressão acústica) e objetivos (dados mensuráveis 
e comparáveis no tempo). Uma boa dica é filmar e gravar a fala do paciente durante a avaliação, a fim 
de se comparar os dados pré e pós-tratamento. 
Toda e qualquer avaliação fonoaudiológica deve ser muito bem embasada por uma ANAMNESE 
detalhada. O primeiro contato terapeuta - paciente é direcionado aos aspectos sobre os quais queremos 
maiores informações (história clínica geral). A partir desse momento, o comportamento do indivíduo 
começa a ser observado, as informações a respeito do seu controle corporal vão sendo coletadas, entre 
outras. 
Para a avaliação de pacientes disártricos, todo o mecanismo de fala deve ser considerado – 
respiração, fonação, articulação, ressonância e prosódia. Mesmo sendo esses os aspectos aqui 
enfatizados, destaca-se que o quadro clínico geralmente envolvido nas alterações neurológicas é 
bastante amplo, cabendo ao fonoaudiólogo também atentar às demais alterações fonoaudiológicas, 
portanto, outras avaliações tornam-se também necessárias, como: avaliação auditiva; da linguagem 
oral e escrita; da deglutição; dos órgãos fonoarticulatórios, etc.
13 
 
Também se destaca que a avaliação fonoaudiológica das Disartrias deve ser complementada 
com as de outros especialistas (ORL, neurologista, psicóloga, nutricionista, etc.), conforme a 
necessidade de cada caso. 
 
 
 Avaliação da Respiração: 
 
o Ciclo respiratório / Frequência respiratória: é contabilizado o número de ciclos respiratórios 
(inspiração >>> pausa pré-expiratória >>> expiração >>> pausa pré-inspiratória) em 1 minuto. Esse é 
inversamente proporcional ao tamanho corporal. Para um homem adulto – 16 a 18 ciclos/min., para 
uma mulher adulta – 18 a 20 ciclos/min.; 
o Modo respiratório: oral ou nasal. Pode ser avaliado através do Teste da água; da Prova de 
 
Permeabilidade Nasal de Glatzel; da Prova de Rosenthal; 
 
o Tipo respiratório: classificação referente às diferentes formas em que o ar inspirado se 
concentra na cavidade torácica. Pode ser – Superior (costal-superior, clavicular); Média (mista, 
torácica); Inferior (abdominal); Completa (costo-diafragmático-abdominal); 
o Capacidade vital (CV): refere-se à quantidade de ar de uma expiração máxima após uma inspiração 
máxima, pode ser medido objetivamente através do espirômetro seco, com e sem oclusão digital das 
narinas – três medidas são coletadas. Os valores mínimos da CV para mulheres são de 
2000 ml, para homens de 2200 ml; 
 
o Tempo máximo de fonação (TMF): medida do máximo de tempo que um indivíduo consegue 
sustentar a emissão de som durante a mesma expiração. Teste das vogais sustentadas (/a, i, u/ >>> 
de 20 a 35s para homens, de 14 a 25s para mulheres e menos de 10s é sugestivo de alteração), 
das fricativas sustentadas (/s, z/ >>> média de 15 a 25s) e da vogal e + e áfono. 
o Relação s/z: valor de /s/ dividido pelo valor de /z/ (normalidade de 0,8 a 1,2s >>> valores maiores 
= falta de coaptação das PPVV, valores inferiores = hipercontração glótica) + Relação e/e áfono 
o Coordenação respiração/fonação na fala encadeada: Teste de contagem de números 
(normalidade de 1 a 3s maior que a média das três vogais /a, i, u/, valores maiores que 4s = tensão 
glótica, ou se menor ou igual a média das três vogais = falta de coaptação das PPVV); 
 
 
 Avaliação da Fonação: 
 
o Ataque vocal: é como se inicia o som, depende, portanto, da configuração glótica no momento da 
emissão vocal. Poder ser – isocrônico, suave ou normal; brusco; aspirado; 
o Frequência da fala: pode ser avaliada através do pitch (sensação psicofísica da frequência em 
relação à idade e ao sexo do paciente); da frequência fundamental – f0 (pode ser medida com o 
auxílio da análise acústica, comparação com as notas musicais de um piano >>> mulheres de 150 a 
250 Hz, homens de 80 a 150 Hz); da gama tonal (número de notas acima e abaixo da f0 >>> normal 
de 3 a 5 semitons em torno da f0);
14 
 
o Intensidade: relacionada com a loudness – adequada, forte, fraca, sem variação, de acordo ou não 
com o ambiente; 
o Qualidade vocal: refere-se ao conjunto de características que identificam a voz humana. Identificar 
o tipo de voz; 
o Coordenação Pneumo-fono-articulatória (CPFA): resultante da interação harmônica das forças 
expiratórias (soprosidade?), mioelásticas da laringe (presença de hipercontração e hipocontração) e 
musculares da articulação (exagero dos movimentos articulatórios?). Tem como medi-la, através de 
pneumotacógrafo, ou por intermédio de cálculos alternativos (Coeficiente fônico simples e composto; 
Tempo máximo de fonação previsto; etc.). 
 
 
 Avaliação da Ressonância: 
 
o Análise do movimento velar: emissão de /a/ e /ã/ alternadamente; 
 
o Movimentação da parede faríngea: emissão de /ka ka ka/ repetidamente; 
 
o Os movimentos devem ser analisados quanto à presença/ausência, velocidade, consistência e 
simetria; 
o Emissão nasal: com o auxílio do espelho posicionado abaixo das narinas, solicitar a produção de 
fonemas orais e nasais, em palavras e em frases - Mamão x papai / pau x mau ; Papai pediu pipoca; A 
fita de filó é verde; Amanhã mamãe amassará mamão; 
o Hiponasalidade ou hipernasalidade? 
 
 
 Avaliação da Articulação: 
 
o Pode ser avaliada através do Exame Articulatório (protocolo disponível no SAF) – o mesmo consiste 
da repetição de palavras contendo todos os fonemas do Português, após a o modelo do terapeuta; 
o Também é importante coletar uma amostra de fala espontânea; 
 
o Considerar também a produção vocálica; 
 
o Avaliar os movimentos isolados e alternados envolvendo a musculatura da face – lábios, 
língua, bochecha e mandíbula; 
o Avaliação da inteligibilidade de fala, tanto em monossílabos e como em sentenças; 
 
o Articulação precisa ou imprecisa? Articulação exagerada? Variações na qualidade 
articulatória? 
o O objetivo desta avaliação é observar e descrever as repetições, prolongamentos, 
substituições, omissões e/ou distorções de fonemas, quando presentes; 
oDiadococinesia: avalia a velocidade, ritmo e precisão articulatória por meio da solicitação de 
repetição de sequências silábicas >>> em velocidade crescente, exemplo de estímulos para a
15 
 
avaliação: Pata’ka; Bada’ga; Fasa’cha. Ou então, (pa, ta, ka, pata’ka, a’i, i’u, a’u) da forma mais 
rápida possível, dentro de 10 segundos (ALVES, 2010). 
 
 
 Avaliação da Prosódia: 
 
o Refere-se à capacidade de modular a fala, realizar a sílaba tônica dentro das palavras e 
frases, bem como, realizar as pausas adequadas do discurso; 
o Monoaltura e monointensidade? 
 
o Entonação prosódica: Solicita-se a produção de uma sentença afirmativa (ex.: É proibido 
fumar aqui); interrogativa (ex.: Você gostaria de comprar bolo ou sorvete?) e exclamativa (ex.: Maria 
chegou!). A repetição sem indução de entonação é permitida; 
o Ritmo e velocidade de fala: número de palavras faladas por minuto. Pode ser avaliada 
também através da leitura de um texto >>> velocidade adequada = de 130 a 180 palavras/minuto, ou 
média de 140 palavras/minuto. 
(ORTIZ, 2004; PALERMO et al., 2009; FRACASSI et al., 2011; 
 
 
 
REABILITAÇÃO 
 
 
 
Princípios gerais do atendimento fonoaudiológico de pacientes disártricos: 
 
o O atendimento transdisciplinar é sempre priorizado – fonoaudiólogo, neurologista, 
fisioterapeuta, nutricionista, otorrinolaringologista, psicólogo, terapeuta ocupacional, etc.; 
o Antes de iniciar a intervenção fonoaudiológica, é necessário que se conheça a fundo a 
etiologia da Disartria, pois, suas e manifestações disártricas são diversas, com isso, teremos 
objetivos terapêuticos distintos; 
o Embora não exista um tratamento específico e único para todos os tipos de disartria, o tratamento 
adotado é de suporte e visa maximizar a inteligibilidade de fala de forma compensatória, dentro dos 
limites do mecanismo da fala motora, neurologicamente debilitada (MURDOCH, 2005); 
o Portanto, o tratamento concentra-se em aumentar o automonitoramento, a propriocepção e o 
controle voluntário dos sistemas comprometidos (SYDER, 1997); 
o Outros objetivos devem ser a coordenação global do paciente, coordenação essa que vai 
desde o relaxamento corporal até a melhor articulação que ele consiga obter, passando em etapas 
gradativas, iniciando pela função respiratória, modificação eficaz da emissão sonora e adequação da 
ressonância (LEMOS, 1992). 
o Os pontos fundamentais para o tratamento são: respiração; fonação; ressonância; 
 
articulação e prosódia. Para isso são selecionados exercícios para: o controle respiratório, treino
16 
 
articulatório, adequação da qualidade vocal, intensidade, frequência, prosódia, ressonância e 
 
sensibilidade, mobilidade e tônus dos OFA’s (SYDER, 1997); 
 
o Dworkin (1991) sugere a adoção de procedimentos hierárquicos: respiração e ressonância (1ª 
ordem); fonação (2ª ordem) e; articulação e prosódia (3ª ordem). Contudo, ressalta-se que o 
planejamento terapêutico deve ser sempre personalizado às necessidades de cada paciente 
(MURDOCH, 2005); 
o Netsell e Daniel (1979) observaram que a importância da avaliação inicial da fala é a 
determinação de quais componentes do mecanismo de produção da fala não estão funcionando 
corretamente, bem como, mensurar a gravidade e a natureza fisiológica da deficiência. Aspectos a 
serem considerados durante a elaboração do planejamento terapêutico; 
o Quanto aos fatores que influenciam no tratamento da Disartria, citam-se alguns como: estado e 
histórico do dano neurológico; estado médico geral; associação a outras alterações 
fonoaudiológicas (ex.: disfagia, perda auditiva, etc.); idade; tempo de início da condição; severidade 
da condição disártrica; ambiente doméstico; presença de ajustes automáticos; acesso ao tratamento 
transdisciplinar; personalidade e motivação, sistema de “suporte” (ocupações além da terapia), entre 
outros (MURDOCH, 2005); 
 
 
A seguir são listadas algumas estratégias e exercícios para cada um dos níveis de produção 
da fala - respiração; fonação; ressonância; articulação e prosódia – todavia, salienta-se que essas 
não seriam as únicas alternativas existentes para o tratamento dos pacientes com Disartria, cabendo 
ao clínico, determinar o melhor planejamento terapêutico conforme a necessidade de cada caso. 
 
 
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA RESPIRAÇÃO 
 
o Objetivos dos exercícios respiratórios: enfatizar os movimentos diafragmáticos; instalar tipo e modo 
respiratório corretos; aumentar a capacidade respiratória; inibir movimentos desnecessários na 
inspiração; controlar a saída de ar (LEMOS, 1992); 
o Fornecer orientações quanto à: 
 
- Postura corporal, a fim de promover a livre expansão da caixa torácica e dos músculos abdominais; 
 
- Fisiologia respiratória e sua participação na produção da voz/fala, com intuito de haver o 
 
(auto)monitoramento do funcionamento respiratório também em casa; 
 
o Fornecer pistas táteis para o controle da respiração – ex.: mãos do paciente sobre a caixa torácica 
e músculos abdominais; 
o Técnica de “checagem respiratória” – inspiração profunda seguida de uma lenta liberação d corrente 
aérea. Pode ser utilizado por pacientes que necessitem de um aumento no suporte respiratório, além 
de um aperfeiçoamento do controle respiratório durante a expiração;
17 
 
o A respiração usada para a fala envolve um padrão de comportamentos distintos da respiração 
normal, uma vez que a primeira é caracterizada por uma curta/rápida captação de ar, geralmente 
através da cavidade oral, seguida por um longo período de exalação controlada. Esse padrão 
respiratório pode ser bastante difícil para alguns pacientes disártricos, com fraqueza inspiratória, com 
isso a terapia deve enfocar a inspiração e a reeducação da captação de ar de forma mais eficiente e 
rápida; 
o Biofeedback respiratório / técnicas instrumentais: recursos mais comuns e de menor custo - 
manômetro de água com o tubo em “U” e indicador de pressão de condução respiratória – ambos têm 
como objetivo a sustentação do nível de água durante um determinado período (5 a 10s) através do 
sopro expiratório de baixa pressão. Outros recursos mais sofisticados – Instrumentação cinemática e 
Espirômetro; 
 
 
Manômetro de água com o 
tubo em “U” 
Modelo de indicador de 
pressão de condução 
respiratória 
 
Ex. de Instrumentação 
cinemática 
Espirômetro
 
o O treino respiratório também pode ser realizado com o auxílio de instrumentos de sopro (ex. 
flauta), vela, pote com bolinhas de isopor, scape-scope, etc.; 
o Uso de bandagem elástica, cinta de couro, posicionada e
 
estabilizada em torno da cintura, sob as costelas – para ajudar no 
aperfeiçoamento do suporte respiratório para a fala; 
 
Bandagem 
elástica 
 
 
(MURDOCH, 2005)
 
o Treinar a CPFA através da inspiração/expiração com sons isolados (prolongamento de vogais e 
fricativas), sílabas e palavras. Treinar a fala encadeada com o aumentando do número de sílabas em 
cada expiração; sentenças; parágrafo; 
 
 
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS LARINGOFONATÓRIOS 
 
o A seleção das estratégias de tratamento dependem do tipo de anormalidade fonatória e na natureza 
da neurofisiopatologia laríngea; 
o A maioria dos distúrbios essencialmente laríngeos associados à disartria inclui: problemas com 
adução de PPVV (hiperadução ou hipoadução), instabilidade fonatória e falta de coordenação fonatória; 
o O objetivo da terapia da hiperadução é reduzir o grau excessivo de adução da PPVV, 
diminuindo assim a resistência laríngea e aumentando o fluxo de ar através da glote. As técnicas
18 
 
envolvidas incluem: relaxamento corporal global e específico de cabeça e pescoço (ex. sim-não- 
talvez; rotação de cabeça); exercícios para reduzir a tensão glótica (ex. métodomastigatório; bocejo- 
sussurro; voz salmodiada, sons de apoio nasais, rotação de língua no vestíbulo, suavização do 
ataque vocal) e estratégias desenvolvidas para alterar o foco da produção vocal; 
o O enfoque terapêutico para a hipoadução é obter a adução das PPVV e alcançar a fonação nos 
pacientes afônicos/disfônicos. Algumas técnicas utilizadas para este fim: do Empuxo, realizada em 
conjunto com a fonação; investida glótica severa; ataque brusco; fonação reversa; sobrearticulação; 
ajuste postural de cabeça (ex.: virando a cabeça para o lado afetado para reduzir a distância entre as 
PPVV); uso de frequência mais alta; 
o Os tratamentos para as várias formas de instabilidade fonatória associadas à Disartria 
objetivam essencialmente uma fonação estável e clara. As técnicas de controle da respiração, como 
uma fonação iniciada no começo da expiração; a fonação vocálica de máxima duração; inalações 
frequentes e a produção de sílabas mais curtas durante a expiração foram utilizadas para incrementar 
a estabilidade da fonação; 
o A falta de coordenação fonatória afeta o início e o fim da vocalização, a produção de 
contrastes surdo-sonoros e a prosódia da fala. Uma técnica utilizada é o “método de acentuação”, o 
qual envolve, essencialmente a respiração costo-diafragmática-abdominal em conjunto com a 
fonação em ritmo acentuado em vários tempos; 
*** Existe uma imensa variedade de exercícios vocais, esses serão mais amplamente discutidos na 
disciplina de Voz; 
o Técnicas de instrumentação/biofeedback para alteração dos distúrbios laringofonatórios: 
 
“Visispeech”, “Speech Viewer”, Eletroglotografia, Eletromiografia, Videoendoscopia.
 
 
 
“Visispeech” 
 
 
 
 
 
Eletroglotografia 
 
 
 
 
“Speech Viewer”
 
 
 
 
 
o Em alguns casos, a intervenção cirúrgica (injeção de toxina botulínica; secções recorrentes do 
nervo laríngeo; cirurgias de arcabouço laríngeo, laringoplastia, etc.) pode ser requerida para criar um 
ambiente laríngeo mais apropriado para aplicação de técnicas mais convencionais. Essa estratégia é 
indicada somente quando todas as outras possibilidades tenham falhado.
19 
 
(MURDOCH, 2005) 
 
 
 
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DE RESSONÂNCIA 
 
o Configuram-se como características d função velofaríngea debilitada devido dano neurológico 
 
– hipernasalidade, emissão de ar pelo nariz durante a fala. Altera outros componentes da fala 
também, como o escape do fluxo de ar, o qual dificulta a manutenção das pressões intra-orais, 
debilitando a articulação e proporcionando o surgimento de um ajuste compensatório mal adaptado; 
o Os casos de deficiência velofaríngea leve o tratamento pode ser contra-indicado, com técnicas 
alternadas, visando o funcionamento dos demais componentes da fala. Já nas deficiências severas, 
esse enfoque deve ser priorizado; 
o As abordagens de tratamento podem variar conforme a severidade da deficiência 
velofaríngea. Técnicas aplicadas com o objetivo de aumentar a força e mobilidade do palato mole 
provavelmente são mais eficientes disártricos com deficiência velofaríngea leve, que já possuem 
algum grau de controle sobre a função velofarínega; 
o A fim de monitorar visualmente a elevação palatal durante a produção de vogais individuais pode-
se utilizar lanterna e espelho angular; 
o A atividade palatal pode também ser aprimorada com uma massagem nessa região. O clínico 
massageia o palato tanto na direção antêro-posterior quanto médio-lateral, elevando o palato mole 
durante a produção de sons não-nasais; 
o Ou também, indica-se o relaxamento e a dessensibilização da musculatura velar (com o intuito de 
diminuir a hipertonia e o reflexo de gag) através de massagens com o dedo indicador, com 
pressão sobre a língua, palato mole e duro. Estímulos de 5 a 10s, 10 tentativas ou mais; 
o O uso de pressão, gelo, escovação ou vibração do véu também pode ser benéfico em casos de 
Disartria Flácida. Essas podem contribuir para um aperfeiçoamento na atividade muscular velofaríngea; 
o Fala com boca fechada – auxilia na percepção da hipernasalidade; 
 
o Terapia da ressonância oral – enfatiza o aumento da abertura mandibular e dos movimentos da 
língua, tais procedimentos podem ajudar o paciente a abrir a cavidade oral como um ressoador, 
reduzindo os níveis perceptivos de hipernasalidade; 
o Para uma resposta quantitativa instantânea e precisa da função velofaríngea emprega-se alguns 
instrumentos de biofeedback, monitorando-se o fluxo de ar, taxas acústicas orais/nasais, vibrações 
orais/nasais e informação visual do movimento velofaríngea. Algumas técnicas possíveis de serem 
empregadas com esse objetivo são: Endoscopia; Nasofaringoscópio; Transdutores de escala de 
esforço (sensor que registra o movimento do véu quando elevado, através de um osciloscópio ou 
gravador gráfico); Eletromiografia; Nasômetro; Aparelho de treinamento palatal em
20 
 
forma de “U” (fornece percepção sensorial dos movimentos velares, também pode fornecer recurso 
 
visual); 
 
o A inserção de uma prótese de elevação de palato pode ser indicada quando as 
demais técnicas não apresentaram resultado positivo. Alguns aspectos que podem 
interferir no prognóstico para o ajuste do elevador palatal incluem: a severidade da 
deficiência velofaríngea; a respostas a outras técnicas de intervenção; motivação e 
cooperação; espasticidade muscular geral e palatal; reflexo de vômito; distúrbios na 
deglutição e uso de próteses ortodônticas; 
o A intervenção cirúrgica é raramente selecionada para pacientes disártricos, no entanto, 
algumas possibilidade são: o retalho faríngeo e a injeção de Teflon além do anel de Passavant (já 
aplicada em casos de disartria flácida). 
 
(MURDOCH, 2005) 
 
 
 
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS ARTICULATÓRIOS 
 
o O tratamento efetivo dos problemas articulatórios associados á Disartria requer uma base mais 
ampla do que apenas um treinamento articulatório. Devem ser também consideradas as deficiências 
concomitantes nos subsistemas respiratório, laríngeo e velofaríngeo; 
o As estratégias comumente empregadas são as técnicas de fortalecimento, mobilidade e 
coordenação dos músculos dos OFA’s, bem como, a terapia específica para a articulação; 
o As alterações no tônus muscular envolvem – rigidez, espasticidade/hipertonia e forma 
flutuante entre tônus aumentado e diminuído. As estratégias que visam à redução da hipertonia de 
articuladores orais incluem a agitação mandibular, o método mastigatório e as técnicas de 
relaxamento progressivo; 
o Já para a hipotonia as estratégias adotadas devem envolver o aumento do esforço na fala; 
 
o A fim de aumentar a força muscular, utilizam-se exercícios isotônicos e isométricos para 
lábios, língua, palato, bochechas e mandíbula, com 5 a 10 repetições, com pausas curtas entre elas. 
Quanto à quantidade e a duração da resistência, essas devem ser aumentadas de acordo com a 
habilidade do paciente. 
o A fisiologia do exercício e seu objetivo final definem a seleção de um ou outro exercício. 
Alguns exemplos (LEMOS, 1992): 
- Exercícios de mastigação; 
 
- Com a ponta da língua na papila, abrir e fechar a boca; 
 
- Encher as bochechas alternadamente; 
 
- Encher os vestíbulos labiais de ar e soprar; 
 
- Emitir “u...i...u...i” (exageradamente); 
 
- Sugar a língua no palato e soltar;
21 
 
- Rotação de língua no vestíbulo; 
 
- Emitir as vogais “a-é-ê-i-ó-ô-u” (mostrar a configuração dos OFA’s para o paciente); 
 
- Abrir a boca rapidamente e articular “ba – ba – ba”; 
 
- Emitir “KKK – KKK – KKK”; 
 
- Com a ponta da língua atrás dos incisivos superiores, fazer pequenas batidas pronunciando “t–t–t” e 
depois “d–d–d”; 
o Terapia articulatória – a abordagem de estimulação integral envolve o estímulo auditivo, 
visual, proprioceptivo e imitativo do som, a seleçãoapropriada dos sons alvo, a terapia de colocação 
fonética e exercícios de fala (enfocar o contraste entre os fonemas – Quadro 1); 
 
Quadro 1: Exemplo de pares mínimos: 
 
PILHA BILHA QUILHA 
BOLA MOLA COLA 
NUA LUA RUA 
PALA MALA BALA 
FILA FILHA FICHA 
CAÇA TAÇA MASSA 
OVO OLHO OSSO 
 
 
o A abordagem compensatória – nessa os padrões de movimento não devem ser ensinados, em vez 
disso, utiliza-se exercícios de contraste e inteligibilidade da pronúncia. A discriminação auditiva pode 
ser trabalhada através dos pares-mínimos (Quadro 1) e, um bom recurso para auto-avaliar a 
inteligibilidade de fala, é gravar a voz do paciente e solicitar que o mesmo ouça e julgue sua efetividade 
comunicativa; 
o A inteligibilidade de fala pode ser estimulada com a produção espontânea e fala encadeada; 
o Técnicas de biofeedback: Eletromiografia, Eletropalatografia, ultrassom, ressonância 
magnética (de alto custo);
 
 
 
o Exemplos de atividades para o treino articulatório (LEMOS, 1992): 
 
(MURDOCH, 2005)
 
 Desdobramento – usam-se palavras silabadas (ou frases – nível mais complexo) até completar a 
palavra. Ex.: 
Jar.................. Ca................... 
Jardi............... Capim............. 
Jardim............ Capinzal......... 
Jardineiro....... 
 
 
 Prolongamento – o paciente emite a sílaba inicial e a prolonga. Ex.: 
 
Te...lhado Pas...seio Ma...ria Co...elho Cam...po Car...ta Cas...a 
 
 Repetição Rítmica – realizada através de leitura rítmica e/ou repetição de trava-línguas.
22 
 
* Se você serra o cedro com a serra, com a serra e cedro será serrado. 
 
 
* Se o papa papasse papa. 
Se o papa papasse pão. 
Se o papa tudo papasse. 
Seria o papa-papão. 
 
 
* Quem compra paca cara paca cara pagará. 
 
 
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS PROSÓDICOS 
 
o Em razão de contribuir significativamente para a inteligibilidade de fala, o tratamento prosódico deve 
ser incorporado desde os estágios iniciais da terapia para a Disartria; 
o A prosódia refere-se às características supra-segmentais da fala, isto é, aos padrões de 
 
ênfase, entonação e velocidade de fala; 
 
o O padrão de ênfase indica a proeminência de uma sílaba ou de uma palavra, essa é 
identificada acusticamente como um aumento na f0, intensidade e duração vocal e, fisiologicamente, 
como um aumento no esforço. Uma das estratégias para o aperfeiçoamento da ênfase em pacientes 
disártricos envolve a utilização de exercícios de contraste de ênfase. Caso necessário, treina-se o 
aumento da ênfase através do aumento de frequência, intensidade e duração vocal; 
o A entonação reflete essencialmente as mudanças no tom ou na f0 da vibração das PPVV, 
sendo consequência da ação da PPVV e da respiração. A base de seu tratamento envolve o 
estabelecimento e aperfeiçoamento da capacidade e do padrão do grupo respiratório. Contrastes de 
entonação são utilizados também; 
o O controle da velocidade na fala disártrica constitui o principal componente da terapia 
prosódica em todos os tipos de Disartria. As estratégias de treinamento podem envolver um aumento 
ou redução na duração total da fala, assim como, a manutenção de uma velocidade apropriada 
dentro de um determinado segmento. A velocidade pode, então, ser controlada por meio de testes de 
leitura controlada (palavras e frases são apresentadas através de cartões). Outra estratégia é a 
associação do controle da velocidade a outro comportamento, como o ato de tremer as mãos (esse 
deve ser retirado lentamente, à medida que o paciente comece a falar mais lentamente; 
o Técnicas de “pistas rítmicas” – o clínico aponta para as palavras de uma passagem de leitura de 
forma ritmada, passando a determinar as palavras proeminentes que requerem mais tempo e pausas 
apropriadas; 
o Biofeedback para os distúrbios prosódicos – resposta oscilográfica, Speech Viewer, Resposta 
 
auditiva com atraso (DAF – Delayed auditory feedback). 
 
(MURDOCH, 2005)
23 
 
o Portanto, neste tipo de enfoque devo trabalhar: 
 
- Marcadores básicos da entonação e melodia; 
 
- Marcação do conteúdo afetivo/emocional da fala (euforia, tristeza, surpresa...); 
 
o Exemplos de atividades: 
 
- Discriminação de altura/freqüência (terapeuta produz, paciente discrimina, em outro momento, 
paciente produz, terapeuta discrimina: 
/a/ agudo /u/ grave 
 
/i/ agudo /i/ grave 
 
/PA/ agudo /PA/ grave 
 
/LA/ agudo /LA/ grave 
 
- Abaixo estão destacadas as sílabas tônicas de cada palavra, vamos treinar? 
 
Café Cafeína 
Casa Casar 
Caminho Caminhada 
Cascão Casca 
- Complete as frases e em seguida marque as pausas necessárias: 
 
Estou de férias viajei para . 
 
Ontem tive prova de matemática a prova estava muito . 
Meu pássaro se chama ele canta muito pela manhã. 
Olá te encontro amanhã ou na . 
 
- Leia as seguintes frases com a entoação adequada para cada situação: 
 
Não tens pão. (Afirmação) 
Não tens pão? (Questão) 
Vai já buscar pão! (Ordem) 
Mas não tens pão… (Tristeza) 
Não tens pão!!! (Felicidade) 
Não tens pão! (Surpresa) 
Não tens pão…! (Ira) 
 
Não tens pão! (Susto) 
 
- Cantar na escala; 
 
- Variar a intensidade durante o prolongamento das fricativas /s/ e /f/.
24 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. BEHLAU, M. et ai. Disfonias neurológicas. In: BEHLAU, M. Voz: O livro do especialista. Vol. ll. 
Rio de Janeiro: Revinter, 2005. p.111-285. 
2. BRABO, N.C.; CERA, M. L.; BARRETO, S.S.; ORTIZ, K.Z. Disartria na Doença de Wilson: 
 
análise de dois casos em fases distintas. 
 
3. Documento oficial 03/2003 do Comitê de Motricidade Orofacial (MO) da SBFa. Disponível em: 
 
<http://www.sbfa.org.br>. 
 
4. DARLEY, F.L.; ARONSON, A.E.; BROWN, J.R. Differential diagnostic patterns of dysarthria. J 
Speech Hear Res. 1969;12(2):246-69. 
5. FRACASSI, S. A. et al. Adaptação para a língua portuguesa e aplicação de protocolo de 
avaliação das disartrias de origem central em pacientes com Doença de Parkinson. Rev. CEFAC, 
13(6):1056-1065, 2011. 
 
6. JAKUBOVICZ, R. Avaliação, diagnóstico e tratamento em fonoaudiologia: disfonia, disartria e 
dislalia. Rio de Janeiro: Ed. Lovise, 1997. 
7. KENT, R.D.; DUFFY, J.R.; SLAMA, A.; KENT, J.F.; CLIFT, A. Clinicoanatomic studies in 
dysarthria: review, critique, and directions for research. J Speech Lang Hear Res. 2001;44(3):535-51. 
8. LEMOS, D. Disartria. 2a ed. Rio de Janeiro: Enelivros; 1992. 
 
9. LIMA, R. Alterações nos sons da fala: o domínio dos modelos fonéticos. Saber (e) Educar. 
 
2008;13. 
 
10. MURDOCH B. E. Disartria: uma abordagem fisiológica para avaliação e tratamento. São 
 
Paulo: Ed. Lovise, 2005. 
 
11. NETSELL, R.; DANIEL, B. Dysarthria in adults: physiologic approach in rehabilitation. Archives 
of physical medicine an rehabilitation. 1979;60:502-8. 
12. ORTIZ, K. Z. Alterações da Fala: Disartrias e Dispraxias, In: Ferreira L. P., Befi-Lopes D. M. & 
Limongi S. C. (org) Tratado de Fonoaudiologia, cap. 26, São Paulo: Rocca, 2004, p. 304-314. 
13. ORTIZ, K.Z. Disartrias. In: Ortiz, K.Z (org). Distúrbios Neurológicos Adquiridos: Fala e Deglutição. 
SP, Barueri: Manole, 2010. 2ed. 
14. PALERMO, S. et al. Avaliação e intervenção fonoaudiológica na doença de Parkinson. Análise 
clínica-epidemiológica de 32 pacientes. Rev Bras Neurol, 45(4):17-24, 2009. 
15. RIBEIRO, A.F.; ORTIZ, K.Z. Perfil populacional de pacientes com disartria atendidos em 
hospital terciário. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2009;14(3):446-53. 
16. SYDER, D. Introdução aos distúrbios da comunicação. Rio de Janeiro: Revinter, 1997, p. 188. 
 
17. TALARICO, T.R.; VENEGAS, M.J.; ORTIZ, K,Z. Perfil populacionalde pacientes com 
distúrbios da comunicação humana decorrentes de lesão cerebral, assistidos em hospital terciário. Rev. 
CEFAC. 2011 Mar-Abr; 13(2):330-339. 
18. TJADEN, K.; WILDING, G.E. Rate and loudness manipulations in dysarthria: acoustic and 
perceptual findings. J Speech Lang Hear Res. 2004;47(4):766-83. 
 
http://www.sbfa.org.br/

Continue navegando