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WBA0214_v2.0 APRENDIZAGEM EM FOCO DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E AEE 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Daniel Novaes Gomes Pereira Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira Na disciplina de Deficiência Intelectual e AEE, você estará em contando com as seguintes habilidades e competências: conhecer os princípios da deficiência intelectual; compreender as implicações do diagnóstico de deficiência intelectual na educação; discutir o papel do Atendimento Educacional Especializado e; relacionar o Atendimento Educacional Especializado ao ensino da pessoa com Deficiência intelectual. O conteúdo programático da disciplina está divido em quatro partes: 1: A noção de deficiência intelectual e contexto de Atendimento Educacional Especializado; 2: Representações sociais e a imposição de limitações – construção de estereótipos. Diferentes concepções acerca da deficiência intelectual; 3: A sala de aula regular a as estratégias do AEE para estudantes com Deficiência Intelectual Políticas, Concepções e a Avaliação e; 4: Prática docente, flexibilização curricular e avaliação – aspectos curriculares. Estratégias para a escolarização do aluno com deficiência intelectual. A Terminalidade Específica. Além disso, abordaremos sobre a importância do AEE no espaço escolar, principalmente no trabalho com pessoas com deficiência intelectual, visto que, no espaço escolar, o grande número de alunos por sala e o modo no qual o ensino está estruturado não privilegia aqueles com alguma deficiência. A disciplina é um convite a problematizar as situações da prática pedagógica que, por vezes, são compreendidas como imutáveis. Esperamos que você possa aproveitar dos conteúdos da disciplina em sua área de atuação! Bons estudos! 3 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! A noção de deficiência intelectual e contexto de Atendimento Educacional Especializado ______________________________________________________________ Autoria: Daniel Novaes Gomes Pereira Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira TEMA 1 5 DIRETO AO PONTO A deficiência intelectual causa prejuízos na área social, educacional e interpessoal. Isso fica explicito após o resultado do diagnóstico clínico, mas, na prática, não é só isso que dever ser levado em consideração. É primordial considerar toda a organização e contextualização de vida dessa pessoa, saber quem ela é, qual lugar ela ocupa no mundo e qual o sentido que as pessoas e as coisas do entorno têm para si. Além disso, é importante frisar que as causa da fisiológicas da deficiência intelectual podem ser muitas e pode variar de pessoa para pessoa, por isso, o diagnóstico é feito com base no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA, 2014), tal como pode ser observado na figura a seguir Figura 1 – Gravidade da deficiência intelectual Fonte: adaptada de APA (2014). Essas características são importantes para a equipe escolar, como forma legal de conseguir apoio necessário para viabilizar um processo educacional frutífero. Com o diagnóstico clínico 6 se consegue, por exemplo, organizar a sala de atendimento educacional especializado. O AEE, como é chamado, é um importante meio para que se supra as necessidades de estudantes com deficiências, no geral. Nos casos de pessoas com deficiência intelectual, especificamente, o AEE pode dispor de inúmeros instrumentos didáticos e pedagógicos com vistas a minimizar o impacto da gravidade no espaço escolar. Nesse contexto, é importante frisar que o professor regente da sala de aula regular frente às situações diárias e dificuldades dos alunos com deficiência intelectual, se mostram inseguros para realizar o trabalho pedagógico e, às vezes, isso culmina em deixar a criança realizando atividades mais básicas e mecanizadas. No entanto, esse não é o objetivo da escola e nem a finalidade do ensino. Para as indagações e inseguranças dos professores, há uma coisa importante a se fazer: estabelecer parceria com o profissional do atendimento educacional especializado. O AEE foi regulamentado no Brasil pelo Decreto nº 6.571, de 18 de setembro de 2008, e foi revogado pelo Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. O objetivo do atendimento é ofertar apoio, quando necessário, para os profissionais e alunos das escolas, tendo como finalidade a garantia de uma educação que seja inclusiva. Em síntese, o AEE foi criado para: • Dar suporte e identificar problemas relacionados às questões de inclusão. • Elaborar recursos didáticos para os professores e para os alunos. • Planejar material que contribua com a acessibilidade. 7 Os alunos público-alvo do atendimento educacional especializado são aqueles que apresentam impedimentos de longo prazo e que podem ser de ordem física, mental, sensorial etc. • São pessoas com altas habilidades/superdotação. • Alunos com transtorno global do desenvolvimento. É interessante o modo como relaciona AEE e a questão da deficiência intelectual no espaço escolar. Mas fica uma ressalva para que exista a parceria, ou melhor, para que tenha este espaço no cotidiano escolar é imprescindível que esteja especificado no projeto político pedagógico da escola. Se isso estiver feito e houver necessidade, com a chegada do AEE a escola disporá de uma sala de recursos, com espaço físico, materiais didáticos e recursos necessários para se efetivar um processo de Ensino e aprendizagem mais inclusivos. Mas não é só isso, sem parcerias, o trabalho não se realiza ou é realizado de modo infrutífero e quem perde é o aluno. Referências bibliográficas APA. American Psychiatric Assotiation. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. PARA SABER MAIS Você sabia que até o século XVIII a deficiência intelectual era confundida com deficiência mental? Pois é! Ela era tratada pela medicina, para isso, as pessoas com deficiência eram retiradas de seus lugares e levadas para instituições. Nessas instituições, havia isolamento social e família. O olhar para a deficiência intelectual vai ganhando outra dimensão a partir do século XIX e, para isso, 8 podemos destacar a forte presença da psicologia soviética e da psicanálise de Freud. Nem tudo são flores e a mudança de olhar demorou para acontecer, ou melhor, está acontecendo. De acordo com Garghetti, Medeiros e Nuernberg (2013), na década de 1960 se propôs um olhar mais integrador para essas pessoas na sociedade. No Brasil, esse olhar pode ser entendido a partir do movimento dos Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais. Mais tarde, na década de 1980, começamos a conhecer o que se entende como perspectiva inclusiva, com o avanço nos direitos de todas os cidadãos, podemos destacar deste período, a Constituição Federal brasileira de 1988, como um marco legal nos direitos de todas as pessoas. Referências bibliográficas GARGHETTI, Francine Cristine; MEDEIROS, José Gonçalves; NUERNBERG, Adriano Henrique. Breve história da deficiência intelectual. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID), [s. l.], n. 10, 2013. TEORIA EM PRÁTICA Uma diretora da escola fundamental I tem recebido vários diagnósticos de alunos com deficiência intelectual, o que requer Atendimento Educacional Especializado frente a isso, ela resolva organizar uma reunião para discutir os casos e o melhor modo de atuação, mas os professores só ficam se queixando. Nesse cenário, o profissional do Atendimento Educacional Especializado se sente sobrecarregado. 9 Reflita a respeito da postura dos professores frente a problemática apresentada. Para a reflexão é importante lembrar a questão da insegurança dos professores e forte demanda de trabalho. Assim, qual a melhor postura a ser assumida pelosprofessores na reunião? Qual o papel do profissional de atendimento educacional especializado frente a esse impasse? Se você fosse o diretor, o que faria? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicações de leitura 10 Indicação 1 Este livro foca o trabalho do professor em espaços escolares e não escolares. Seu propósito é disseminar e ampliar a respeito do conhecimento pedagógico, tendo em vista a intencionalidade do fazer do professor para garantir o êxito de seus alunos. COSTA, Vilze Vidotte et al. Pedagogia em espaços escolares e não escolares. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. Indicação 2 Para que os fatos não se repitam com outros personagens, o trabalho da história marca presença. Nesse estudo, por meio da história da deficiência intelectual, os autores consideram as características que marcam o diagnóstico de deficiência intelectual: relação social e participação na vida. GARGHETTI, Francine Cristine; MEDEIROS, José Gonçalves; NUERNBERG, Adriano Henrique. Breve história da deficiência intelectual. Revista Electrónica de Investigación y Docencia (REID), [s. l.], n. 10, 2013. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 11 e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O atendimento educacional especializado (AEE) é um importante aliado do professor frente as adversidades de sala de aula. Nesse sentido, como elaborar uma atividade que focalize a pessoa para além das características presentes no diagnóstico clínico de deficiência intelectual? a. É preciso que o professor de AEE precisa focalizar sua prática naquilo que o aluno já sabe, assim assegura a aprendizagem. b. Para o professor do AEE elaborar atividades que levem em consideração aquilo que a criança poderá fazer, ele precisa estabelecer parcerias com a escola e a família para conhecer que é a criança e qual lugar o ensino escolar ocupa em sua vida. c. O papel do aluno, independentemente da deficiência é aprender. Por esse motivo, não cabe ao professor do AEE ser o salvador. d. O professor do AEE é um suporte para a escola, mas, às vezes, seu papel atrapalha, pois, os professores deixam de agir e deixam toda a demanda de trabalho para ele. e. Na escola, o contexto da vida da pessoa não importa, afinal, a escola está incumbida de ofertar conceitos científicos. 2. De acordo Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (BRASIL, 2009), o atendimento educacional especializado e a deficiência intelectual representam grandes conflitos na escola: I. E colocam no fazer do professor uma insegurança, 12 PORQUE II. Para haver a dimensão de um trabalho inclusivo, os alunos com deficiência intelectual retiram essas pessoas de suas famílias e as colocam em centros específicos de tratamento. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: Fonte: BRASIL. Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília, DF: Presidência da República, [2009]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ dmdocuments/rceb004_09.pdf. Acesso em: 24 ago. 2021. a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Levando em consideração o papel do profissional de atendimento educacional, o foco de seu trabalho se dá mediante parcerias que realiza. Por esse motivo, não cabe dizer que o contexto de vida não importa ou que seu papel atrapalha na realização do trabalho educacional. http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf 13 Questão 2 - Resposta E Resolução: As alternativas são falsas, porque a deficiência não é um conflito na escola. Os conflitos emergem das situações da prática e são necessários para que haja a troca de conhecimento entre os profissionais envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem. Representações sociais, construção de estereótipos e Diferentes concepções acerca da deficiência intelectual ______________________________________________________________ Autoria: Daniel Novaes Gomes Pereira Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira TEMA 2 15 DIRETO AO PONTO Os entendimentos que se tem a respeito da inclusão escolar, geralmente, reiteram na escola e no trabalho pedagógico do professor, a responsabilidade por quebrar uma barreira que, no Brasil, foi sendo construída estruturalmente ao longo da história e diz respeito à aceitação da sociedade frente a diversidade. O termo ‘aceitação’ pode parecer estranho, e ele é, por ser fruto de uma política produtivista que classifica os melhores e pune aqueles que não conseguem atingir lugares de sucesso. Na contemporaneidade, a deficiência intelectual vem sendo discutida por meio de diferentes perspectivas teóricas. Dependendo do modo como se focaliza o olhar para a pessoa com deficiência intelectual, o trabalho educacional, com vistas à inclusão em práticas sociais, ganha uma dimensão inclusiva ou excludente. Dentre as principais vertentes teóricas, se pode destacar a teoria histórico-cultural, a perspectiva comportamental-cognitivista e a abordagem psicanalista (Figura 1). Figura 1 – Principais vertentes teóricas de trabalho com a pessoa com deficiência intelectual Fonte: elaborada pelo autor. 16 Porém, é preciso ficar atento quanto a formação do profissional que se orienta por umas das três vertentes, já que o trabalho propriamente dito, não acontece apenas pela crença no humano, é necessário agir. No campo da ação, o movimento da práxis educativa, ou seja, a interrelação entre teoria e prática viabiliza um diálogo de possível. Nesse diálogo que se constroem os olhares para além do capacitismo e da deficiência. Focalizar a pessoa como sujeito de direito, deveres e sonhos, é mais do que incluir, é humanizar e humanizar-se. No Brasil, frente à essa demanda por uma educação mais humana, temos a nova Política Nacional de Educação Especial. Por meio dessa política, espera-se garantir às famílias o acesso e o direito a educação, em escolas comum, especiais ou bilíngues, no caso de pessoas surdas. Com essa política, objetiva-se enfocar a singularidade das pessoas. A Política Nacional de Educação Especial visa dar apoio educativo por meio das salas de recursos, com melhoria na estruturapredial, mais acessibilidade física, um serviço pedagógico mais adequado e viabilizar melhorias no serviço de Atendimento Educacional Especializado. PARA SABER MAIS Você sabia que os estudos de Jean Piaget trazem contribuições para se entender como ocorre o desenvolvimento da criança através de adaptação ao meio? O processo de adaptação ao meio físico, bem como a organização das vivências, que são oriundas da atividade mental, acontece via seriação, classificação e pela relação daquilo que a pessoa já sabe com o novo conteúdo. Por assim ser, os estágios de 17 desenvolvimento de Piaget também são considerados por suas características, integradoras (as velhas estruturas são incorporadas as novas); de totalidade (compreendendo como conjunto, e não mera justaposição de estruturas); preparação e distinção entre as sequências para o equilibração. O estágio da inteligência sensório-motor (0 a 2 anos), além de ser para Piaget crucial para o desenvolvimento cognitivo tem fundamental importância no desenvolvimento cognitivo. Nesse estágio, as evoluções pelas quais a criança passa podem ser, de acordo com Cavicchia (2010), descritas em seis outros movimentos: 1. O exercício dos reflexos (até 1 mês), caracterizados pelos primeiros reflexos do recém-nascido um exemplo é o estímulo na boca do bebê que culmina no reflexo de sugar. 2. As primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária (1 mês a 4 meses e meio) diz respeito ao ‘jogo’ de equilíbrio e desequilíbrio e que terminam na acomodação dos reflexos. 3. As adaptações sensório-motoras intencionais e as reações circulares secundárias (4 meses e meio a 8-9 meses), na qual a criança começa a prever o que vai acontecer. 4. A coordenação dos esquemas secundários e sua aplicação às situações novas (8-9 meses a 11-12 meses) é aqui que a criança passa a considerar o corpo do outro. 5. A reação circular terciária e a descoberta dos meios novos por experimentação ativa (11-12 meses a 18 meses), demarca a atividade de imitar, a atividade lúdica e a exploração de objetos que a criança não conhece. 6. A invenção dos meios novos por combinação mental e a representação (1 ano e meio a 2 anos), período no qual a criança começa a representar o mundo. 18 O estádio pré-operatório ou simbólico (2 a 6-7 anos) pode ser considerado um período de transição lenta e intuitivo (pensamento ‘imagístico’) caracterizado pelo egocentrismo intelectual e a falta do raciocínio lógico. Ao representar, há a possibilidade de desenvolvimento simbólico por meio da imitação. Entre os 7 e os 12 anos se caracteriza o estádio operatório concreto que diz respeito às estruturas cognitivas e o caráter reversível lógico do pensamento possibilitam à criança representação. Nesse período, há um equilíbrio entre as trocas cognitivas da criança com a realidade, suas estruturas cognitivas são mais ricas, estáveis e sólidas. Por fim, no último estádio, das operações formais (11 a 16 anos), as operações vão se desligando gradativamente da manipulação concreta, com isso, o adolescente, por exemplo, pode chegar a hipóteses por meio da abstração (CAVICCHIA, 2010). Referências bibliográficas CAVICCHIA, Durlei de Carvalho et al. O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida. Caderno de Formação: Formação de Professores Educação Infantil-Princípios e Fundamentos, São Paulo, v. 1, p. 13-27, 2010. TEORIA EM PRÁTICA No mercado de trabalho, os impasses que acontecem em torno da pessoa com deficiência intelectual são muitos, geralmente, lhe atribuem funções sem sentido e cargos mais administrativos como se elas só pudessem realizar este tipo de tarefa. Você é um pedagogo que atua junto às empresas com vistas a formação de uma equipe que considera as particularidades de cada pessoa na execução do trabalho. O que você faria, quais ações seriam necessárias para que pensasse em funções para a pessoa com deficiência intelectual sem se 19 deixar guiar pelas características do estereótipo que se tem delas? Quais funções você atribuiria, as que estão presentes na formação universitária da pessoa ou a que melhor contempla os resultados da empresa na bolsa de valores? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Nesta obra, você entrará na seara do desenvolvimento humano e verá a respeito das diferentes abordagens teóricas, como a zona Indicações de leitura 20 de desenvolvimento proximal, as funções psicológicas superiores, o papel da mediação no desenvolvimento, a teoria piagetiana e a compreensão de Wallon para o desenvolvimento da criança. POTT, Eveline Tonelotto Barbosa. Desenvolvimento humano I. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019. Indicação 2 Este trabalho focaliza as principais contribuições do serviço social para entender as relações que se estabelecem entre o mercado de trabalho e as condições sociais de existência. GOMES, Elaine Cristina Vaz Vaez. Serviço social e processo de trabalho. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O trabalho do professor regente está orientado por uma visão biologizante do corpo, esse olhar, somado à noção de 21 capacitismo, criam estereótipos na sala de aula, um deles diz respeito a privilegiar os bons alunos e punir aqueles que não conseguem alcançar os resultados esperados. Com vista a isso, como organizar um plano de aula que contemple a pessoa e não a sua deficiência? a. É preciso, inicialmente, que se assuma uma educação escolar organizada para os bons alunos, que alcancem os objetivos educacionais e vão bem nas avaliações. b. Para que o professor organize seu plano de aula que contemple a todos, o olhar que se tem é primordial. Nesse sentido, ao focalizar as possibilidades de desenvolvimento, inúmeras alternativas se abrem para que a criança com deficiência intelectual aprenda. c. Como fazer o plano de aula, nem sempre importa. Além disso, a formação teórica só serve dentro da Universidade, fora, o professor está sozinho e é na prática que ele conseguirá realizar o seu trabalho. d. Tendo em vista a educação inclusiva, o ensino deve ser organizado a partir das dificuldades e singularidades do aluno. Ou seja, se ele não aprende, a culpa é dele. e. O contexto escolar deve formar a pessoa para o mercado de trabalho, por isso, o ensino inclusivo valoriza os conteúdos práticos, não os escolares e mais científicos. 2. De acordo com a teoria Piagetiana, o processo de adaptação da pessoa ao mundo passa por três estágios do desenvolvimento, o primeiro é o desequilíbrio, no qual a criança fica frente à uma série de saberes novos. I. O segundo é a assimilação, na qual a criança relacionao novo conteúdo com aquilo que ela já sabe. 22 II. O terceiro estágio é a acomodação, na qual a criança apreendeu o conteúdo e está pronta para realizar o aprendizado de outro conceito. a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: A alternativa está correta, porque o trabalho do professor não pode estar orientado pelo critério diagnóstico, ele é limitante. O que se espera do ensino escolar é o foco nas possibilidades de desenvolvimento, naquilo que a pessoa não sabe realizar sozinha, mas que, a partir do ensino escolar, conseguirá. Questão 2 - Resposta A Resolução: As alternativas são corretas porque o desenvolvimento para Piaget acontece em três estágios: desequilíbrio, assimilação e acomodação. A sala de aula regular a as estratégias do AEE para estudantes com deficiência intelectual: Políticas, Concepções e a Avaliação ______________________________________________________________ Autoria: Daniel Novaes Gomes Pereira Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira TEMA 3 24 DIRETO AO PONTO A avaliação na teoria histórico-cultural é compreendida a partir dos indicadores de desenvolvimento. A priori, tais indicadores não são definidos, sendo frutos de um processo investigativo, na qual o professor e o aluno constroem, juntos, o conhecimento. Por isso, de acordo com essa teoria, avaliar envolve compreender o conceito de desenvolvimento humano que perpassam as relações escolares. O pensamento vigotskiano parte da premissa que o homem se desenvolve na relação com o outro, em um contexto social, regido pelas leis históricas. Mas como avaliar partindo desse entendimento de homem? Veja na figura a seguir como o aluno é avaliado conforme teoria histórico-cultural. Figura 1 - A avaliação na teoria histórico-cultural Fonte: elaborada pelo autor. A avaliação infere sobre a apreensão dos processos culturais no psiquismo humano. Por sua vez, por cultura se entende as elaborações tipicamente humanas e por histórico se entende os feitos humanos que constitui sua experiência secular. Se a história e a cultura vão ganhando no decorrer do tempo contextos diferentes, o meio social, na qual 25 acontece o processo de elaboração do conhecimento e constituição, também se modifica. Por isso, avaliar, segunda essa vertente teórica, diz respeito ao que o sujeito faz em seu tempo, em seu lugar de fala, ou seja, em suas relações sócio-históricas e sociais. Esse modo de avaliação não é muito praticado no contexto escolar, visto que a Política Nacional de Educação Especial (PNEE) (BRASIL, 2020) nasce de um contexto político e econômico que valoriza, demasiadamente, as habilidades e as competências desenvolvidas pelos sujeitos. Nesse cenário que se constrói, a PNEE visa garantir um ensino que valorize a equidade e a singularidade das pessoas, mas o que acontece é um não processo de inclusão. Assim, indaga-se: como vislumbrar uma educação especial e uma avaliação que sejam inclusivos, se a sociedade não é? Com isso, entende-se a importância do AEE na elaboração do trabalho pedagógico para a pessoa com deficiência e para as chamadas adaptações curriculares, pois, o que se tem como falta no cotidiano escolar, é a elaboração de uma proposta de ensino que seja coerente. Ou seja, não adianta avaliar habilidades e competências para apenas diagnosticar falhas e prejuízos de aprendizagem, não adianta o professor regente da sala de aula regular estar trabalhando o conceito de número e, no AEE, o professor estar aplicando atividades que focalizam os sólidos geométricos. É de se empreender um ensino que focaliza o processo de ensino e aprendizagem e não as relações de poder, quem sabe mais ou quem sabe menos. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação. PNEE: Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Brasília: MEC; SEMESP, 2020. 26 PARA SABER MAIS Você que estuda sobre pessoas com deficiência já ouviu falar em Maria Teresa Eglér Mantoan? Essa pesquisadora brasileira tem estado a frente de muitas lutas, especialmente de pessoas com deficiência. Figura 2 - Mantoan Fonte: http://tremdasletras.com/revisao-de-lei-coloca-sob-ameaca-a-politica-nacional- de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva/. Acesso em: 24 ago. 2021. Mantoan é formada em Pedagogia, é doutora e mestre em educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Em seu livro Inclusão escolar, o que é? Por quê? Como fazer?, de 2003, a pedagoga discute alguns entendimentos históricos que perpassam o entendimento de inclusão escolar. Ao discutir o ‘como fazer’ inclusivo, Mantoan (2003) aborda algumas condições necessárias para que a escola se torne um 27 espaço acolhedor. Para a autora, incluir não significa abrir as portas da escola para todos, embora essa prática seja inclusiva, se interpretada literalmente, incluir e acolher dizem respeito às condições necessárias que possibilitam o pleno desenvolvimento dos alunos, se não pleno, ao menos o desenvolvimento do mesmo jeito que é posto para os alunos que não têm alguma deficiência diagnosticada. Mesmo assim, há muito o que se fazer: há demasiada falta de vontade em se conceber um sistema escolar que seja inclusivo, principalmente, porque modificar a estrutura dos sistemas de ensino diz respeito a gatos com a mais variada gama de recursos, seja em modificação do espaço físico, seja nos modos de conceber o trabalho do professor. Referências bibliográficas MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Cotidiano Escolar). TEORIA EM PRÁTICA Em uma sala de aula regular, a professora regente está com dificuldade em elaborar seu planejamento pedagógico de modo a contemplar todos os alunos. Ela tem uma turma grande, de 28 alunos, entre eles há cinco crianças com muita dificuldade de aprendizagem e que o trabalho pedagógico de alfabetização tem se mostrado muito difícil. Nesse contexto, um dos alunos tem síndrome de Down e foi recentemente diagnosticado com deficiência intelectual. O que você varia, enquanto profissional do AEE, para auxiliar a professora em sua situação concreta de trabalho? É possível 28 construir um trabalho pedagógico em colaboração de modo a avaliar os alunos e buscar, com essa avaliação, estratégias de ensino e aprendizagem? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Neste artigo, você encontrará algumas possibilidades, recursos e estratégias didático-pedagógicos para promover um ensino escolar Indicações de leitura 29 centrado nos ideais de inclusão e equidade, conforme anunciaa Política Nacional de Educação Especial. INOCENTE, Luciane et al. Estratégias pedagógicas de inclusão escolar: um apoio das tecnologias. Redin-Revista Educacional Interdisciplinar, [s. l.], v. 6, n. 1, 2017. Indicação 2 Este trabalho focaliza o uso de alguns softwares educacionais com vistas a melhora de aprendizagem de alunos público-alvo da educação especial. DE ARAÚJO, Ana Liz Souto Oliveira; DE BRITO, Rozimar Rodrigues; DA SILVA, Adriano Patrício. Softwares para educação inclusiva: uma revisão sistemática no contexto de SBIE e WIE. In: BRAZILIAN SYMPOSIUM ON COMPUTERS IN EDUCATION (SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO-SBIE), 2., 2013, Rio Tinto. Anais […]. Rio Tinto: SBIE, 2013. p. 507. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 30 1. A atual organização do sistema político-econômico reverbera nos espaços escolares com uma política que privilegia a avaliação de habilidades e competências. A organização escolar leva em consideração esse sistema político-econômico brasileiro, neoliberal e privilegia os bons alunos. Nesse caso, como pensar uma avaliação que seja importante para o processo de ensino e aprendizagem? a. O que acontece no sistema educacional brasileiro é a falta de vontade em organizar uma escola que treine todos os alunos para passar no vestibular. b. Os planos de aula devem focalizar os bons alunos, porque eles que serão bons cidadãos e oferecerão uma mão de obra qualificada, c. A avaliação ou melhor os modelos de avaliação de aprendizagem são subjetivos e vão levar em consideração a compreensão de homem que o professor tem, por isso, podem ser compreendidas como avaliação diagnóstica e avaliação de aprendizagem. d. A avaliação deve focalizar o processo de ensino, uma vez que somente o modo de sem ensinar contempla um indicador de desenvolvimento. e. A melhor avaliação é aquela que mostra o que o aluno aprendeu, ou seja, a que constata o nível em que ele está. 2. De acordo com a teoria histórico-cultural, a avaliação é feita a partir de alguns indicadores de desenvolvimento. Isso acontece porque o desenvolvimento humano é dinâmico e está localizado em um recorte temporal, sendo regido por leis culturais. Fazem parte desse processo de avaliação: I. Saber quem são os alunos e que lugar ocupa as tarefas escolares em sua vida. 31 II. O meio, por estar sempre em mudança, possibilita uma avaliação dinâmica, ou seja, oportuniza a construção de um conhecimento que faça sentido para o aluno. Assinale a alternativa correta. a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: A alternativa está correta porque avaliar ocupa no processo de ensino e aprendizagem uma posição tão importante quanto os conteúdos das tarefas trabalhadas em sala de aula. Questão 2 - Resposta A Resolução: As alternativas são corretas porque, na teoria histórico-cultural, pensar em avaliação é compreender a dimensão de desenvolvimento humano e o papel do meio nesse desenvolvimento. Prática docente, flexibilização curricular e avaliação ______________________________________________________________ Autoria: Daniel Novaes Gomes Pereira Leitura crítica: Carlos Eduardo Candido Pereira TEMA 4 33 DIRETO AO PONTO As avaliações ocupam lugar específico no processo de escolarização de pessoas com deficiência, visto que, durante toda a vida, há diferentes modos e contextos avaliativos. O primeiro, pode ser estabelecido a partir do primeiro diagnóstico. Mais tarde, e em um contexto escolar, as avaliações parecem selecionar e segregar essas pessoas a partir de critérios que os aprova ou incapacita para desenvolverem sua cidadania e atuarem na sociedade como cidadão críticos, reflexivos e participativos. Por esse motivo, ao se avaliar, a mensuração está para além da atividade que a pessoa desempenha, adentra a classificação e interfere na constituição da pessoa, como pode ser visto na figura seguir. Figura 1 – Impacto da avaliação na vida da pessoa com deficiência intelectual Fonte: elaborada pelo autor. A nova Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida (PNEE) parece mostrar um ensino escolar mais sensível e significativo para o aluno público- alvo da educação especial. Ela se mostra como um movimento 34 importante, porque do viés avaliativo, dá indícios de como o professor pode propor ações para equalizar a oferta do ensino, isto é, “ela” não mostra o como fazer, mas parece dar liberdade para ação docente, desde que esteja fundamentada em suas diretrizes. Se a avaliação no contexto da Educação Inclusiva, quer dizer, Educação Especial, está centrada no que o aluno faz, mesmo que em colaboração, a quem essa política agrada, já que do ponto de vista estrutural a BNCC preconiza o ensino e a avaliação a partir de habilidades e competências? Você vai perceber que é muito contraditório, daí a importância de se aprender a respeito dos marcos históricos. Nesse embate teórico-político-filosófico, parece que quem perde é a pessoa com deficiência, que geralmente enfrenta muitos estereótipos até ocupar algum espaço na sociedade. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação. PNEE: Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida. Brasília: MEC; SEMESP, 2020. PARA SABER MAIS No livro A cruel pedagogia do Vírus, Santos faz um panorama a respeito de como a escola e a sociedade já estava sendo impactada pelo modelo político-econômico que privilegia a ideia de capacitismo. No contexto de pandemia, é notória que muitas situações educacionais são postas à prova e mostram como o sistema de ensino não está preparado para receber alunos com deficiência 35 intelectual e, ainda, como ao receber tais alunos, o que era para ser um sistema inclusivo finda, por vezes, na exclusão. Então, o que fazer? Quais caminhos seguir? A prática pedagógica centrada na ideia de que o aluno é um ser em desenvolvimento possibilita a compreensão de como as tarefas escolares podem ganhar uma nova dimensão e, a partir desse novo, um redimensionamento no próprio processo de inclusão. Não seria difícil compor um modelo de ensino que viabiliza participação da pessoa com deficiência em práticas sociais. Os modelos oriundos de saberes clínicos privilegiam o estímulo e a resposta dos comportamentos; já os modelos educacionais tendem a focalizar no processo de ensino e aprendizagem a partir das vivências dos alunos. Contudo, parece que há uma vontade maior de segregar as pessoas com deficiência da sociedade, especialmente porque são compreendidas historicamente como improdutivas. No atual contexto educacional, a pandemia do covid-19 torna visível a exclusão proposital. Por esse tipo de exclusão se compreende aquela a partir de barreiras nas quais a deficiência ou a própria condição econômica são entendidas como impedimentos para que se aconteça o trabalho educacional. Frente a isso, o que o professor pode fazer? Como ele pode agir? Se um trabalho pedagógico deve privilegiar os gostos e os interesses dos alunos, como atuar nessa perspectiva se a criançaestá em um contexto no qual não tem o que é básico para sua sobrevivência, quer dizer, como a família irá comprar um computador e pagar internet se ela não tem o que é necessário para a sobrevivência? Nesse campo minado, no qual a educação se estrutura, as flexibilizações curriculares e o papel do ensino escolar precisam estar alinhados com um entendimento para além do que os 36 documentos oficiais homogeneízam, por isso, o foco e a elaboração do trabalho a ser realizado com a pessoa com deficiência intelectual a partir do conhecimento de quem é a pessoa e qual lugar ela ocupa no contexto social. Referências bibliográficas SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020. TEORIA EM PRÁTICA Você é um professional do Atendimento Educacional Especializado. Na escola em que trabalha, há um aluno com o diagnóstico clínico de deficiência intelectual. No trabalho desenvolvido em parceria com a professora regente de sala de aula, as melhoras no processo de escolarização são perceptíveis e, com a flexibilização curricular, o aluno consegue obter bons resultados na avaliação. Na mesma escola, há outro aluno nessa mesma condição de diagnóstico clínico, mas a professora regente da sala de aula regular não aceita parceria de trabalho, o que tem ocasionado uma situação de insuficiência dos alunos nos testes. Vendo que o ano letivo está acabado e que o aluno não tem o rendimento necessário para continuar seus estudos na próxima etapa da educação básica, o ensino médio, a família recorre ao entendimento de terminalidade específica. E agora, o que fazer? Visto que de um lado se tem compreende a Terminalidade Específica como um modo de certificação e, de outro, não. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 37 LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Neste artigo, você adentrará na discussão em torno do processo de escolarização de pessoas com deficiência, a partir de uma prática social menos excludente e contraditória; para isso, você caminhará por um apanhado histórico sobre a noção de deficiência em uma contextualização que envolve os caminhos percorridos pela nova Política Nacional de Educação Especial. PORTO, Roberta Mendonça; AMADO, Luiz Antonio Saléh. Os atravessamentos da saúde na educação e os efeitos da governamentalidade. Revista Teias, [s. l.], v. 22, n. 64, p. 269-284, 2021. Indicações de leitura 38 Indicação 2 Este trabalho expõe, do viés obscurantista ocasionado pela pandemia do covid-19, as implicâncias do ensino remoto emergencial para o professor que está atuando neste tempo. MORAIS, Quéli Dornelles; MARTINS, Claudete da Silva Lima. Resgatando o congresso de Milão?!: Segregação sob o manto da legalidade. RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, [s. l.], v. 7, 2021. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A Terminologia Específica diz respeito ao modo como o saber escolar é validado ao término da etapa cursada. No contexto educacional brasileiro, inúmeras problemáticas emergem, especialmente, porque de um lado se tem a organização político-social e, de outro, a necessidade das famílias. A esse respeito, a contradição entre esses dois interesses pode ser vista em qual alternativa? 39 a. As avaliações que acontecem no contexto escolar, geralmente, privilegiam os alunos que sabem mais; se de um lado a família pede uma certificação da etapa, para que a pessoa com deficiência se sinta contemplada e incluída, de outro, o modo no qual o sistema educacional está organizado, embora emita a certificação para a próxima etapa do ensino, não a reconhece como legítima, visto que o aluno não cumpriu com o que era necessário para a próxima etapa. b. As avaliações partem do que o aluno sabe e o modelo político- econômico vigente parte do entendimento de equidade. c. A Terminologia Específica não passa de uma avaliação diagnóstica, visto que não é de interesse da escola classificar os alunos, mas do interesse da família e da sociedade. d. O sistema nacional de ensino não apresenta contradição, quem provoca tensão nas práticas educacionais são as famílias. e. Tanto a família quanto o modelo escolar não se interessam pela Terminalidade Específica, visto que, na Educação Especial, todos os alunos são singulares. 2. As pessoas com deficiência intelectual sempre são avaliadas e essas avaliações começa cedo, a partir da elaboração do diagnóstico clínico. O diagnóstico, geralmente, ocasiona uma tipificação. São sentimentos das pessoas com deficiência intelectual frente a demanda social por habilidades e competências. Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir: I. O sentimento de impotência toma conta da pessoa com deficiência, porque ela é sempre comparada, a partir de uma métrica avaliativa, com pessoas que não são tidas como deficientes. PORQUE 40 II. Por mais que a pessoa com deficiência entenda que as avaliações as classificam como menos, a Educação Especial tende a equalizar as diferenças. Assinale a alternativa correta. a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. GABARITO Questão 1 - Resposta A Resolução: A alternativa está correta porque a contradição se coloca a partir dos interesses da família em oposição ao que a legislação preconiza. Questão 2 - Resposta C Resolução: A alternativa está correta porque o aluno com deficiência é avaliado o tempo todo, seja na escola, na sociedade e na própria família, assim, o que consta em II, não pode ser verdadeiro. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Quiz Gabarito Inicio 2: Botão TEMA 4: Botão TEMA 1: Botão TEMA 2: Botão TEMA 3: Botão TEMA 9: Inicio :
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