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Episódio - Processo de leitura da mensagem midiática

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TEORIA DA IMAGEM 
Leonardo Foletto
Processo de leitura das 
mensagens midiáticas 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Compreender o processo de leitura de diferentes tipos de mensagens
midiáticas.
 � Identificar as etapas da leitura das mensagens em textos midiáticos.
 � Apontar as transformações na leitura da mídia ao longo da história.
Introdução
Num mundo cada vez mais permeado de imagens e textos em circulação 
nas diferentes mídias, entender como ocorre, de maneira detalhada, o 
processo de leitura de uma mensagem midiática tem se tornado cada 
vez mais importante. Jornalistas, em especial, precisam compreender 
as etapas de decodificação de uma mensagem para conseguir fazer 
uma leitura rápida e crítica das diversas informações que circulam 
pelas mídias, separar o que é confiável e tem correspondência com 
a realidade do que é pura ficção. Esse também é um objetivo – e uma 
necessidade profissional – fundamental para a produção de informações 
(em texto, foto, vídeo) que tenham relevância para a sociedade e que 
atendam ao interesse público. 
Neste capítulo, você vai ver como se dá o processo de leitura das 
mensagens produzidas pelas mídias. Também vai entender quais as 
mudanças ocorridas com os avanços das tecnologias digitais. Por fim, 
vai verificar como é possível estabelecer relações coerentes entre o que 
aparece nas mídias e a realidade do mundo fora delas.
Breve história da leitura e das mídias
Ler é o que acontece quando uma pessoa olha para um texto (texto, imagem, 
vídeo) e dá um sentido aos símbolos gráficos que estão ali postos. Dito de 
outro modo, é um processo de decodificação de mensagens. Seja a partir de 
um texto em uma dada língua ou a partir de um texto icônico como uma fo-
tografia, o que se faz é usar um código para traduzir aquilo que foi composto. 
Embora o código (a língua portuguesa, por exemplo) tenha sua padronização, 
o processo de compreensão de um texto icônico ou outro qualquer incorpora 
as emoções, experiências e sensações do leitor, assim como o contexto do 
objeto que está mostrando o texto e a imagem (a rua, um livro, um quadro, um 
caderno, uma página da internet). Tudo é somado para que as pessoas deem 
sentido àquilo que leem. É essa série de elementos envolvidos no processo 
de leitura que faz com que a atividade seja uma experiência única para cada 
pessoa. Dicionários de língua portuguesa definem processo como qualquer 
fenômeno que apresente contínua mudança no tempo ou conjunto de atos por 
que se realiza uma operação qualquer. Quando se chama algo de processo, se 
diz que não há um começo, um fim, uma sequência fixa de eventos que não 
se altera. “Não é coisa estática, parada. É móvel. Os ingredientes do processo 
agem uns sobre os outros, cada um influencia todos os demais.”, como escreve 
Berlo (2003, p. 24).
Até o século XVII, a leitura de um texto, por exemplo, era bastante ligada 
a um suporte, o livro, que tinha (e ainda tem!) uma forma específica: uma 
série de folhas impressas, com textos da esquerda para direita, agrupados 
em páginas que são numeradas e correspondem a uma sequência linear. Para 
a maior parte das pessoas desse período, ler era, então, usar o código que 
aprenderam – a língua – para traduzir e dar sentido a uma série de palavras 
agrupadas no objeto chamado livro. A leitura era uma atividade realizada 
em lugares onde, claro, havia livros, que nessa época eram principalmente 
as bibliotecas de grandes mosteiros, universidades, palácios de governos, 
gabinetes, bem como raras casas particulares. Era uma atividade reservada 
a lugares normalmente silenciosos, retirados, sem muitas distrações, o que 
contribuía para que a atenção das pessoas fosse direcionada somente aos 
livros. É só a partir do século XVIII, com o aumento da circulação de livros 
impressos e seu barateamento, que os leitores buscam formas e lugares mais 
livres para ler: ao caminhar, na cama, no meio da floresta, entre outros espaços 
que, ao longo da história, foram sendo representados em quadros e pinturas 
(CHARTIER, 1998, p. 78). 
Processo de leitura das mensagens midiáticas2
Figura 1. Livro antigo.
Fonte: Funny Solution Studio/Shutterstock.com.
A partir de meados do século XIX, a popularização dos jornais, depois a 
invenção da fotografia e do cinema, fazem circular mais textos pela sociedade, o 
que transforma a leitura como se conhecia até então. Duas mudanças principais 
ocorrem: as pessoas passam a ler mais, pois há mais textos (verbais, icônicos) 
circulando em suas vidas, em suas casas, nos seus trabalhos e em outros lugares 
que frequentam; e passam a ler em lugares diferentes, não mais em espaços 
isolados, mas nas ruas, nos bares, cafés, cinemas, com mais pessoas ao redor.
Os grandes meios de comunicação de massa põem em circulação na sociedade 
toneladas a mais de imagens, estabelecendo um novo tipo de leitura, a das mensagens 
midiáticas. 
Com o surgimento dos meios de comunicação de massa, a quantidade de 
mensagens midiáticas em circulação cresce de forma considerável. A partir do 
final do século XIX e do início do XX, os jornais passam a ter grandes tiragens 
3Processo de leitura das mensagens midiáticas
e tratar de diversos assuntos, com o objetivo de atingir todos os públicos, não 
somente pessoas alinhadas com as ideias dos jornalistas. É nessa fase que se 
desenvolve também a indústria publicitária e a de relações públicas, como 
novas formas de comunicação que passam a “competir” com o jornalismo. 
Nesse período surgem o rádio (1920) e a televisão (1925), que durante e após a 
II Guerra Mundial, respectivamente, se popularizam e estabelecem uma nova 
relação entre as organizações noticiosas e suas audiências, com a possibilidade 
de se acompanhar as notícias diretamente, ao vivo. 
Na primeira metade do século XX, o leitor típico de meados do século 
XIX se vê com textos por todos os lados: jornais, revistas, fotografias, rádio, 
cinema, televisão. Em um intervalo de tempo de cerca de 50 anos, as mensa-
gens produzidas para serem veiculadas em mídias tomam conta da sociedade. 
Como esse leitor vai decodificar tantas mensagens? Como vai dar conta de ler 
e dar significado a tantos textos verbais e icônicos em circulação? Ele terá de 
aprender a ler as mensagens de maneira mais rápida; terá de entender melhor 
como essas mensagens são produzidas, quem as produz e com quais objetivos. 
Assim, conseguirá decodificar, captar os traços nas suas relações significantes 
e compor um percurso possível para a organização da informação.
Richard Saul Wurman (1991, p. 36), pesquisador dos Estados Unidos e criador do termo 
arquitetura da informação, escreve em seu livro Ansiedade de Informação que uma 
edição dominical de um jornal como The New York Times contém mais informações do 
que a maioria das pessoas poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século 
XVII. Ao longo da história da humanidade, a produção de informação aumentou por 
pequenos acréscimos a partir da evolução das tecnologias. Mas no século XX houve uma 
explosão de informação, que começou na década de 1950, com o início da popularização 
da televisão e o aumento das pessoas ao redor do mundo envolvidas na produção e no 
processamento de informação. Em 1991, Wurman dizia que a quantidade de informação 
disponível dobrava a cada cinco anos e que em breve estaria duplicando a cada quatro 
anos. E o que dizer hoje, com a internet? Quantas “edições dominicais” de um jornal 
cabem numa rápida passada pela timeline de uma rede social como o Facebook? 
Linguagem verbal e não verbal
Santaella (1983), Ferrara (1997), Joly (2005), entre diversos outros, apontam 
dois grupos principais de linguagem que os humanos, ao longo do tempo, leem. 
Processo de leitura das mensagens midiáticas4
O primeiro grupo é o da linguagem verbal, linguagem de sons que veiculam 
conceitos e que se articulam no aparelho de fala. Esses sons, no Ocidente, 
receberam uma tradução visual alfabética (SANTAELLA,1983), a linguagem 
escrita, aquela que você está lendo ao passar os olhos e produzir significados 
neste texto, por exemplo. Mas existe, de modo simultâneo, uma variedade 
de outras linguagens não verbais que também se constituem em sistemas 
sociais e históricos de representação do mundo que absorvem a linguagem 
dos surdos-mudos, o sistema codificado da moda, da culinária, da fotografia 
e diversos outros (SANTAELLA, 1983, p. 2). Dentro dessas linguagens não 
verbais é que se encontram as imagens.
Linguagem é “[...] todo conjunto de sinais que tem regras de valor e de composição e 
que serve para deslanchar um processo de comunicação.” (PERUZZOLO, 2004, p. 100). 
De modo geral, há dois elementos principais: as relações de significação, ou seja, os 
valores de relação, que se organizam de acordo com um conjunto de representações 
e regras, e os sinais, que suportam um ordenamento em um conjunto específico a 
fim de produzir significados. Para produzir significados na comunicação, esses sinais 
precisam ordenar-se segundo convenções de uso, a fim de permitir a compreensão 
pelos interpretantes (PERUZZOLO, 2004). Mesmo quando você produz uma mensagem 
não verbal – uma fotografia, por exemplo –, você precisa ordenar os sinais de modo 
a produzir na outra pessoa relações de significações; caso contrário, não há processo 
de comunicação.
Feita essa separação, é importante você perceber que as linguagens ver-
bais com muita frequência andam juntas com as não verbais. Tome o texto 
escrito e a fotografia como exemplos: é muito difícil encontrar imagens que 
não sejam acompanhadas por linguagem verbal, oral ou escrita. O filósofo 
francês Roland Barthes, na década de 1960, mostrou em diversos trabalhos 
que “[...] em toda a imagem (cinema, televisão, publicidade, quadrinhos, foto 
de imprensa, etc.) a linguagem verbal duplica a substância visual e mantém, 
então, em quase todos os casos, uma relação estrutural com a mensagem 
visual.” (JOLY, 2005, p. 29). 
Fotografias, por exemplo, são vistas em contextos em que o texto verbal, 
escrito ou falado, está presente de algum modo. Numa exposição em um mu-
seu, nas ruas de uma cidade, nas redes sociais digitais, há sempre algum tipo 
5Processo de leitura das mensagens midiáticas
de texto verbal que está a acompanhar a imagem, que compõe uma relação 
estrutural com ela. Uma foto de família ou de viagem, por exemplo, “[...] tem 
uma função primordial de coesão do grupo que se opera graças à verbalização 
coletiva que provoca a foto e a recordação comum que lhe está ligada.” (JOLY, 
2005, p. 29). Uma mensagem publicitária em cartazes nas ruas, revistas ou 
na televisão contém algum tipo de texto que duplica a mensagem visual; nas 
telas de computadores, tablets e smartphones, a escrita acompanha e interage 
com a imagem, mesmo que seja a partir de hashtags em redes sociais, como o 
Instagram ou o Twitter. Essa relação estrutural entre imagem e texto verbal é 
tão presente que “[...] uma mensagem visual sem comentário verbal necessita 
muitas vezes de se explicitar: ‘sem legenda’, ‘sem título’ ou ainda ‘sem palavras’, 
o que não deixa de ser paradoxal.” (JOLY, 2005, p. 30).
Como ler as mensagens midiáticas
Saber reconhecer os traços nas relações entre os signos na leitura verbal e 
não verbal ajuda você a ler melhor as diferentes mensagens midiáticas que 
circulam na sociedade. O escritor e semioticista Umberto Eco (2002, p. 39) 
diz que “[...] uma expressão permanece flatus vocais (‘sopro de voz’) enquanto 
não for correlacionada, com referência a um determinado código, ao seu 
conteúdo convencionado.”
Para realizar a leitura analítica das mensagens midiáticas, é importante 
você conhecer o conceito dos signos. Por hora, é possível defini-los como “[...] 
aquelas unidades de superfície a partir das quais se procura descobrir o jogo 
de significações que está embaixo delas.” (PERUZZOLO, 2004, p. 96). Dito 
de outro modo, “[...] é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto.” 
(SANTAELLA, 1983, p. 12). 
Santaella (1983) traz um exemplo que ajuda no entendimento do conceito de signo. 
A palavra “casa”, a pintura de uma casa, o desenho de uma casa, a fotografia de uma 
casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de uma casa, a 
maquete de uma casa ou mesmo o seu olhar para uma casa são todos signos do objeto 
casa. Não são a própria casa, nem a ideia geral que se tem de casa. Substituem-na, 
apenas, cada um deles de certo modo que depende da natureza do próprio signo 
(SANTAELLA, 1983, p. 12).
Processo de leitura das mensagens midiáticas6
O signo, definido por Barthes (1992), é uma estrutura de dois lados: o 
significante, perceptível, audível no mundo externo; e o significado, ideia/
pensamento que surge quando se nota o significante. Existe uma entidade 
concreta na realidade que induz a criação de uma imagem (sonora, visual) 
conforme a linguagem em questão; o significante não seria essa entidade, mas 
a imagem acústica, a impressão psíquica. “O significado não é a coisa em si, 
mas a representação da coisa.” (BARTHES, 1992, p. 46.); é como um outro 
momento do processo de dar sentido a um texto. 
São possíveis infinitas combinações entre os signos no jogo de produção 
de significados das mensagens. Ao processo de leitura dos signos de uma 
mensagem dá-se o nome de significação. A leitura da Figura 2 serve como 
exemplo desse processo.
Figura 2. Criança trabalhando dentro de um pátio de construção de navios. Aqui, os traba-
lhadores, incluindo os infantis, trabalham em condições inseguras, arriscadas e perigosas, 
sem qualquer precaução (Dhaka, Bangladesh – março de 2016).
Fonte: Mohammad Saiful Islam/Shutterstock.com.
O que você fez quando olhou para a Figura 2 e para a sua legenda? Relacio-
nou blocos de signos buscando um sentido para a fotografia. Identificou alguns 
significantes: um menino com semblante sério ao centro, carregando um objeto 
7Processo de leitura das mensagens midiáticas
quase de seu tamanho que lembra um saco; um ambiente escuro, um objeto à 
esquerda contendo uma caneca em cima; um pano sujo ao chão, que contém 
também areia. Você produziu algumas relações de significação a partir desses 
elementos, processou jogos de significantes e atribuiu significados, não é?
Mas a leitura da imagem em si não consegue resolver todos os significados 
do texto. Então, o texto escrito logo abaixo da imagem trouxe informações 
que ajudaram você a relacionar os significantes com os significados que você 
já conhece. A indicação de nome de cidade e do período pode fazer com que 
você identifique esses elementos combinados como uma legenda, um tipo de 
texto verbal que costuma acompanhar fotografias jornalísticas em jornais, 
revistas e na internet. O significante legenda, então, produz outro significado: 
trata-se de uma foto jornalística, publicada em algum veículo de comunicação 
impresso ou na internet. Sendo uma foto publicada em um veículo jornalís-
tico, você continua o jogo de significação, atribuindo à imagem o objetivo de 
informar, comum ao jornalismo. A foto está informando sobre determinada 
situação que, possivelmente, seja de interesse de algum público, finalidade 
da atividade informativa.
O que diz o signo que você acabou de identificar como legenda? Diz que a 
criança, na verdade, é um trabalhador; o local escuro e de chão de areia com 
panos é um pátio de construção de navios; as condições de trabalho, inadequadas 
para adultos e crianças, o que é ainda mais ressaltado pelo uso de três verbos 
com significados semelhantes: inseguras, arriscadas e perigosas. No jogo de 
significação proposto entre texto e imagem, você estabeleceu correlações: 
talvez tenha criado, só ao olhar para a imagem, o significado de que a criança 
estava trabalhando num lugar onde não deveria estar, segundo a comunidade 
interpretativa que você está inserido – a universidade, o Brasil, o século XXI, 
sua turma, a cidade em que você mora –, que considera que criança não deve 
trabalhar antes dos 16 anos, e simestudar. A legenda confirmou seu significado.
O processo de significação que você acaba de realizar é, em suma, um 
processo de decodificação de mensagens. Você identificou sinais, estabele-
ceu relações de significação e usou códigos para produzir significados. É 
um procedimento realizado diversas vezes ao dia na leitura de mensagens 
midiáticas, em diferentes veículos. As partir das tecnologias de informação 
inventadas no século XX e XXI, as mídias passaram a ter capacidade de pro-
duzir, armazenar e difundir diferentes linguagens que “[...] povoaram nosso 
cotidiano com mensagens e informações que nos espreitam e nos esperam.” 
(SANTAELLA, 1983, p. 2). 
A leitura semiótica proposta por Barthes (1992), Santaella (1983) e Peruzzolo 
(2004), entre muitos outros, ajuda você a estabelecer relações coerentes entre o 
Processo de leitura das mensagens midiáticas8
que aparece nas mídias e a realidade do mundo fora delas. Assim, você busca a 
melhor correspondência entre os significantes – aquilo que está apresentado – e 
os significados – ou seja, a representação daquilo que está apresentado. Em 
momento de proliferação de informações, é importante, como diz Umberto 
Eco, considerar que o texto fala algo de determinada maneira, e não diz 
qualquer coisa de acordo com a vontade do leitor (ECO, 2015). Identificar 
relações concretas entre significantes e significados torna-se, cada vez mais, 
tarefa fundamental para um jornalista no século XXI. 
9Processo de leitura das mensagens midiáticas
BARTHES, R. Elementos de semiologia. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 1992.
BERLO, D. K. O processo da comunicação: introdução à teoria e à prática. 10. ed. São 
Paulo: WMF Martins Fontes, 2003.
CHARTIER, R. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Imprensa Oficial 
do Estado, 1998.
ECO, U. Os limites da interpretação. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015. (Coleção Es-
tudos; 135).
ECO, U. Tratado geral de semiótica. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.
FERRARA, L. D. Leitura sem palavras. 4. ed. São Paulo: Ática, 1997.
JOLY, M. A imagem e os signos. Lisboa: Edições 70, 2005.
PERUZZOLO, A. C. Elementos de semiótica da comunicação: quando aprender é fazer. 
Bauru: Edusc, 2004.
SANTAELLA, L. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleção Primeiros 
Passos, n. 103).
WURMAN, R. S. Ansiedade de informação. São Paulo: Cultura, 1991.
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