JORNALISMO IMPRESSO - NOTA

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JORNALISMO IMPRESSO - NOTA 
 
 
JORNALISMO IMPRESSO 
 
 
Escrever bem e de forma rápida, correndo contra o relógio, é o desafio que se 
impõe aos jornalistas, em geral. No caso dos que atuam em mídia impressa, a corrida 
contra o tempo e a qualidade vêm acompanhados de outros desafios: não há 
possibilidade de corrigir eventuais erros, a não ser que se imprima uma nova edição, e 
nem adiar o horário de fechamento das páginas, previamente estipuladas, pois qualquer 
atraso impacta todo o processo de distribuição e chegada da publicação aos assinantes 
e bancas de jornais ou outros pontos de venda. 
Diante do impacto da tecnologia, e dos recursos cada vez mais empregados no 
chamado jornalismo mobile, há ainda o fato de o jornal impresso correr o risco de se 
tornar obsoleto ao longo das horas, diante da forma como as notícias são difundidas em 
diferentes plataformas. Por isso, é importante cuidar e bem de todo o processo 
produtivo, que começa na elaboração da pauta, passa pela apuração e se concentra na 
redação, em diferentes formatos de texto, que contemplam os diferentes interesses dos 
leitores, ávidos por informações relevantes e precisas. 
Base documental das mais clássicas, que contemplam parte fundamental da 
história do jornalismo, no Brasil e no mundo, os jornais e revistas fazem parte do 
repertório da produção midiática que se altera, de forma avassaladora, em função dos 
recursos tecnológicos que nos tornam consumidores vorazes de notícias digitais, mas 
que nem por isso perde importância. 
Há quem diga, com muita propriedade, que um bom jornalista que consiga 
produzir conteúdos relevantes e de qualidade para a mídia impressa consegue se 
adaptar a qualquer outro meio que já exista ou que ainda venha a ser criado. E a prova 
disso é que o bom texto, que exige o rigor do domínio da língua, mas também da técnica 
de produzir notícias, está presente em jornalistas que já atuaram em jornais impressos 
e revistas e acabaram por migrar, nas últimas décadas, para as chamadas mídias digitais 
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ou audiovisuais. Um bom texto é sempre um elemento atrativo e confirma o jornalismo 
como uma prática indispensável à democracia. 
Vale lembrar que muitos jornalistas, do passado e do presente, são escritores. O 
assunto, inclusive, já foi tema de teses e livros, como Pena de Aluguel, da professora 
Cristiane Costa, que retomou, uma questão que teve origem numa enquete feita cem 
anos antes, por João do Rio, justamente um escritor-jornalista, também autor de um 
livro que discutia a relação entre literatura e jornalismo. Os nomes que fazem parte 
dessa relação são inúmeros e atravessam a nossa história, do surgimento do jornalismo 
à contemporaneidade. 
O acesso à informação é uma condição fundamental à nossa ação cidadã e só 
pode ser assegurado com qualidade, precisão e exatidão e faz toda a diferença quando 
envolve a beleza de um texto bem articulado, encadeado, que emprega palavras de 
forma precisa e nos permite chorar, rir ou se indignar, entre outras muitas reações, a 
partir das notícias que nos chegam. 
São muitos os textos jornalísticos que fizeram e ainda fazem história, como o 
clássico perfil de Frank Sinatra publicado pelo talentoso Gay Talese na revista Esquire, 
berço do chamado jornalismo literário, ou new jornalismo, cuja versão em português 
está presente no livro Fama e anonimato, de Gay Talese, editado pela Companhia das 
Letras. 
Há ainda as chamadas grandes reportagens ou reportagens especiais, muitas 
vezes premiadas, ou as notícias, dentre uma diversidade incrível de formatos e 
propostas, que também incluem os artigos, a crítica, a crônica, o editorial, o comentário, 
além da nota e das notícias factuais. Esse assunto é bem abordado nas aulas do nosso 
conteúdo digital. 
Vale então ressaltar, mais uma vez, que tudo envolve técnica e domínio da nossa 
língua pátria. É preciso escrever de forma coordenada, inteligível e acessível para quem 
não presenciou o fato, mas se interessa. 
Como afirma a professora Patricia DAbreu, “redigir é uma técnica que implica o 
domínio de capacidades linguísticas e um processo intelectual que envolve a formulação de 
pensamentos (o que se quer dizer) e sua expressão por escrito (a composição do texto)”. 
Ela enumera as etapas que estão presentes numa redação jornalística, que vão da definição 
do tema do discurso, passando pela relação dos elementos da narrativa, seleção de dados 
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e argumentos, sequenciar ações e encadear acontecimentos, visando reconstitui-lo, além 
de formatar os tópicos do tema na pirâmide invertida, organizar ideias em frases e 
parágrafos, assegurar a coesão do texto, verificar a coerência, adequar o texto à narrativa 
jornalística impressa e assegurar a correção ortográfica e gramatical. 
Esse é, sem dúvida, o caminho mais indicado para se produzir um bom texto 
jornalístico. Mãos à obra! 
 
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