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Unidade 4 Principais patologias do sistema cardiovascular e do sistema respiratório e suas relações Convite ao Estudo: Explorando as Complexidades do Sistema Cardiovascular e Respiratório Nesta seção de aprendizado, serão exploradas as principais enfermidades que afetam o sistema cardiovascular, abrangendo todas as estruturas que compõem o sistema respiratório. Os tópicos incluirão ventilação pulmonar, trocas gasosas, controle da respiração e as principais patologias relacionadas ao sistema respiratório. Durante este semestre, os alunos Thiago, Lucas e Gustavo estão participando de um estágio voluntário de observação no Hospital Público Mãe de Deus. Essa experiência tem se revelado extremamente valiosa, proporcionando um contato direto com diversos profissionais de saúde, como médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos e educadores físicos.Além disso, os alunos foram convidados a participar das discussões semanais de casos clínicos com a equipe multiprofissional. Surpreendentemente, foram também convidados a apresentar um caso para discussão toda semana, elevando ainda mais a qualidade de sua experiência.A cada aula, você terá a oportunidade de acompanhar as histórias dos três estudantes em novas situações problema dentro do hospital Mãe de Deus. Ao explorar essas experiências, juntamente com a leitura do livro didático e da webaula, será possível encontrar respostas para cada desafio apresentado. Preparando-se para a 4ª Unidade: Boa Sorte nos Estudos! Seção 4.1 Patologias cardiovasculares Esta semana, Thiago, Lucas e Gustavo estão imersos em seu estágio de observação no setor de doenças cardiovasculares. No hospital público, depararam-se com diversas patologias, incluindo trombose e embolia, aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva e arritmias. Caso de Destaque: Paciente João e a Insuficiência Cardíaca Congestiva Os alunos decidiram apresentar um caso intrigante à equipe multiprofissional do hospital: João, 50 anos, hipertenso há 10 anos, sem acompanhamento médico regular nos últimos 5 anos. Internado devido a um mal súbito durante uma corrida, João foi diagnosticado com insuficiência cardíaca congestiva. A relação entre o mal súbito durante o exercício e a evolução da insuficiência cardíaca será explorada com base nas informações disponíveis. Aprofundamento em Patologias Cardiovasculares Trombose e Embolia: Aterosclerose: Infarto Agudo do Miocárdio: Angina: Insuficiência Cardíaca Congestiva: Definição e Causas: A insuficiência cardíaca congestiva ocorre quando o coração não consegue mais desempenhar sua função de bomba de maneira eficaz. Isso resulta em fraqueza cardíaca, levando ao acúmulo de líquido nos pulmões e tecidos periféricos, e é frequentemente um estágio terminal para pacientes com problemas cardíacos. As causas incluem condições como hipertensão, aterosclerose e infarto agudo do miocárdio, com a manifestação de sinais e sintomas variáveis dependendo da velocidade com que a insuficiência se desenvolve. Aspectos Hemodinâmicos e Evolução: Incidência e manifestação de tromboses venosas. Importância de medidas preventivas, como meias elásticas, especialmente durante viagens prolongadas. Fatores de risco, sintomas e maior propensão em indivíduos obesos. Evolução da aterosclerose desde a infância até a idade adulta. Características patológicas, incluindo espessamentos fibrosos e placas de lipídeos. Fatores determinantes da progressão, como genética, estilo de vida, tabagismo e sedentarismo. Definição, causas e possíveis terapias. Diagnóstico através de marcadores bioquímicos e alterações no eletrocardiograma. Variedade na intensidade do infarto, sintomas principais e opções terapêuticas para reduzir a mortalidade. Causas e sintomas, especialmente relacionados à insuficiência cardíaca. Distinção entre angina estável e instável. Tratamentos para alívio da dor, como nitroglicerina, e abordagens farmacológicas e de treinamento físico. A insuficiência cardíaca pode originar-se de comprometimentos na função diastólica, sistólica ou ambos. Causas específicas, como sobrecarga de volume, pressão, perda muscular e enchimento restrito, resultam em sintomas inicialmente percebidos durante o esforço físico, evoluindo para alterações mais graves do débito cardíaco, inclusive em repouso. Isso leva ao refluxo de sangue para as veias, causando acúmulo de líquido no corpo e, em casos extremos, à necessidade de transplante cardíaco. Mecanismos Compensatórios: Para evitar a instalação da insuficiência cardíaca, o corpo utiliza mecanismos como o Mecanismo de Frank Starling e a ativação do sistema nervoso simpático. No entanto, essa adaptação pode tornar-se um ciclo vicioso, agravando progressivamente o quadro clínico. O Mecanismo de Frank Starling melhora a contratilidade do coração devido à incapacidade de esvaziamento ventricular durante a sístole, enquanto a ativação do sistema nervoso simpático, embora busque aumentar a força de contração e a frequência cardíaca, pode predispor o paciente a arritmias e morte súbita. Arritmias: Fibrilação Atrial, Taquicardia, Bradicardia e Bloqueio Atrioventricular: Arritmias são comuns em casos de insuficiência cardíaca. A fibrilação atrial, prevalente em adultos e idosos, tem diversos fatores predisponentes, como anormalidades estruturais, disfunção cardíaca, hipertensão, diabetes e infarto do miocárdio. A taquicardia ventricular, bradicardia e bloqueio atrioventricular afetam as funções hemodinâmicas, podendo resultar em sintomas como fadiga, intolerância ao exercício ou insuficiência cardíaca congestiva. Conclusão e Prevalência: A Importância do Entendimento: A insuficiência cardíaca congestiva é reconhecida como um desafio de saúde pública, sendo uma das principais causas de internações no Brasil, com mais de 300 mil pacientes hospitalizados anualmente. Compreender os mecanismos fisiopatológicos e as complicações associadas é essencial para diagnóstico e tratamento eficazes dessa condição complexa, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados. PATOLOGIA DA SESSÃO: INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA Seção 4.2 Estruturas que compõem o sistema respiratório Situação Problema: O Caso de Luís e a Necessidade de Socorro Imediato Na situação apresentada, Luís, um ciclista de 19 anos, sofreu um ferimento no tórax ao reagir a um assalto enquanto treinava. Chegou ao hospital Mãe de Deus com dores torácicas, dispneia, taquicardia e cianose. Diante disso, Thiago, Lucas e Gustavo, que observaram o ocorrido durante seu estágio no pronto-socorro, buscam entender como poderiam realizar o socorro imediato antes de encaminhar Luís para o hospital.O ferimento de Luís pode ser associado a uma condição que afeta o sistema respiratório. Os sintomas apresentados, como dores torácicas, dispneia, taquicardia e cianose, sugerem um comprometimento da função respiratória, indicando a necessidade de avaliação imediata. Socorro Imediato: Para prestar socorro imediato, é crucial entender os aspectos do sistema respiratório envolvidos. Ações como garantir a permeabilidade das vias aéreas, controlar a respiração e proporcionar suporte cardiovascular podem ser vitais. Além disso, o monitoramento constante dos sinais vitais, especialmente da saturação de oxigênio, é essencial. Estruturas do Sistema Respiratório: Uma Visão Detalhada Nariz: O nariz é dividido em partes externa e interna, sendo responsável por funções como aquecimento, umidificação e filtração do ar inalado. Além disso, desempenha papel na detecção de estímulos olfatórios e na modificação das vibrações da fala. Sua estrutura externa é composta por osso e cartilagem, coberta por músculo, pele e uma túnica mucosa. Faringe: A faringe, também conhecida como garganta, é um tubo afunilado que proporciona passagem para o ar e alimentos. Composta por músculos esqueléticos, ela contém uma túnica mucosa e tonsilas, contribuindo para reaçõesimunológicas. Dividida em partes nasal, oral e laríngea, desempenha papel crucial na fala e na ressonância. Laringe: A laringe, localizada na linha mediana do pescoço, conecta a faringe à traqueia. Controla a altura do som produzido pela voz por meio da tensão nas pregas vocais. A influência hormonal pode afetar as características das pregas vocais, tornando-as mais espessas e longas em homens, resultando em uma vibração mais lenta. Traqueia e Brônquios: A traqueia, com aproximadamente 12 cm de comprimento, estende-se da laringe até a 5ª vértebra torácica. Divide-se em brônquios principais direito e esquerdo, os quais, ao entrar nos pulmões, ramificam-se em brônquios lobares e, posteriormente, em bronquíolos terminais. Essa ramificação compõe a árvore bronquial. Bronquíolos e Alvéolos: Os bronquíolos terminais subdividem-se em bronquíolos respiratórios, que, por sua vez, penetram nos pulmões e se transformam em ductos alveolares. Os alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas, possuem células alveolares tipo I e II. As células tipo I são essenciais para as trocas gasosas, enquanto as tipo II secretam surfactante, reduzindo a tensão de superfície. Membrana Respiratória: A troca de oxigênio e dióxido de carbono ocorre através da membrana respiratória, que consiste em quatro camadas. A espessura extremamente fina dessa membrana, aproximadamente 0,5 μm, facilita a rápida difusão dos gases entre os espaços aéreos e o sangue. Pulmões: Uma Estrutura Complexa e Funcional Anatomia Pulmonar: Os pulmões, órgãos vitais do sistema respiratório, abrigam cerca de 300 milhões de alvéolos, proporcionando uma ampla área de superfície de aproximadamente 70 m² para a eficiente troca gasosa. Cada lobo pulmonar possui seu próprio brônquio lobar, refletindo a complexa ramificação do sistema brônquico. Localização e Características dos Pulmões: Os pulmões, situados desde o diafragma até acima das clavículas, ocupam a região torácica, ajustando-se anatomicamente às costelas. A parte inferior, conhecida como base, é côncava e se adapta à convexidade do diafragma, enquanto a parte superior é chamada de ápice. Assimetrias e Adaptabilidades: O pulmão esquerdo, devido à presença do coração, é ligeiramente menor (aproximadamente 10%) que o direito, apresentando uma concavidade chamada de impressão cardíaca. A espessura e largura diferenciadas dos pulmões relacionam-se à adaptação ao espaço ocupado pelo fígado no lado direito, refletindo as complexidades anatômicas. Divisões e Segmentos Pulmonares: Os brônquios lobares dão origem aos brônquios segmentares, formando 10 brônquios segmentares em cada pulmão. Cada brônquio segmentar supre um segmento broncopulmonar específico, delineando a organização intricada dos pulmões. Pleura: Proteção e Lubrificação Essenciais Envoltório Pulmonar: Duas camadas de túnica serosa, denominadas pleura, envolvem e protegem cada pulmão. A pleura parietal reveste a parede da cavidade torácica, enquanto a pleura visceral está diretamente ligada ao pulmão. Cavidade Pleural e sua Importância: Entre as pleuras parietal e visceral, encontra-se a cavidade pleural, contendo um líquido lubrificante. Essa estrutura minimiza o atrito entre as pleuras, permitindo deslizamento suave durante a respiração. Condições como a pleurite podem causar inflamação, resultando em dor devido ao atrito entre as camadas pleurais. Complicações e Intervenções: Pneumotórax e Hemotórax Definição e Causas: O pneumotórax ocorre quando as cavidades pleurais são preenchidas com ar, levando ao colapso pulmonar. Já o hemotórax refere-se ao preenchimento dessas cavidades com sangue. Traumas, como ferimentos perfurantes, cirurgias ou lesões por arma de fogo, podem causar a entrada de ar nas cavidades, resultando no colapso dos pulmões. Tratamento e Intervenções: O tratamento de pneumotórax muitas vezes envolve a evacuação do ar da cavidade pleural. Em casos mais graves, a inserção de um tubo no tórax pode ser necessária para auxiliar na remoção do ar. A avaliação radiográfica é fundamental para determinar a extensão do pneumotórax, podendo indicar a colocação de dreno torácico ou intervenção cirúrgica. Desenvolvimento Embrionário: Origens do Sistema Respiratório Origens do Sistema Respiratório: O sistema respiratório tem origem no intestino primitivo, a partir do sulco laringotraqueal formado na endoderme da face ventral da faringe. O desenvolvimento inclui a formação do divertículo laringotraqueal, que se diferencia em laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Pleura e sua Relevância no Desenvolvimento: A pleura, composta pelas camadas parietal e visceral, desempenha um papel vital no desenvolvimento embrionário, envolvendo e protegendo os órgãos respiratórios em formação. A cavidade pleural, precursora da cavidade torácica, destaca-se como um espaço essencial no desenvolvimento. Considerações Finais: Cuidados e Complexidades no Tratamento Abordagem ao Paciente: Ao lidar com casos de pneumotórax causados por traumas mecânicos, como ferimentos por arma branca, é essencial adotar uma abordagem cuidadosa. A retirada de objetos, como facas, deve ser evitada, e a atenção à possível contaminação deve ser prioritária. Intervenções e Tratamento: A gravidade do pneumotórax influenciará as opções de tratamento, desde medidas conservadoras até procedimentos invasivos. A rápida condução para o hospital, a avaliação radiográfica e a decisão do tratamento adequado, seja por drenagem torácica ou cirurgia, são cruciais para o desfecho clínico positivo. Complicações Adicionais: Além das complicações pulmonares, a atenção às possíveis infecções causadas por objetos contaminados, como facas, destaca-se como uma consideração importante no tratamento pós- traumático. O entendimento abrangente das estruturas e funções do sistema respiratório é fundamental para profissionais de saúde lidarem eficazmente com situações desafiadoras como essa. PATOLOGIA DE SESSÃO: PNEUMOTORAX Seção 4.3 Ventilação pulmonar, troca gasosa e regulação da respiração Ventilação Pulmonar e a Troca Gasosa: Fundamentos Respiratórios Contexto Clínico: A experiência de Thiago, Lucas e Gustavo na enfermaria do Hospital Mãe de Deus, especificamente no setor de pneumologia, proporcionou a oportunidade de se depararem com o caso intrigante do senhor Joaquim, um fumante de longa data diagnosticado com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Com a ajuda dos alunos, busca-se compreender os mecanismos subjacentes a essa condição, a alteração no tórax do paciente e a relevância da espirometria no tratamento desses casos. Ventilação Pulmonar: Processo de Respiração Definição e Fundamentos: Ventilação pulmonar refere-se ao movimento de entrada (inspiração) e saída (expiração) do ar, essencial para a troca de gases entre os pulmões e a atmosfera. O equilíbrio dinâmico entre a distensão dos pulmões e a retração da parede torácica é crucial para esse processo. Pressões e Volumes: Durante a inspiração, os pulmões se expandem, reduzindo a pressão alveolar de 760 para 758 mmHg. A contração do diafragma e dos intercostais externos desencadeia esse movimento. Na expiração, o volume pulmonar diminui, aumentando a pressão alveolar para 762 mmHg, permitindo que o ar flua dos alvéolos para a atmosfera. Mecanismos da Respiração: Inspiração e Expiração Inspiração: A inspiração é um processo ativo, envolvendo o trabalho mecânico dos músculos respiratórios. O diafragma, principal músculo inspiratório, contrai-se, achatando-se e aumentando o diâmetro vertical da cavidade torácica. Em inspirações forçadas, músculos acessórios como esternocleidomastoideos, escalenos e peitorais menores contribuem para expandir a cavidade torácica. Expiração: Durante o repouso, a expiração é passiva, ocorrendo devido à retração das fibras elásticas estiradas durante a inspiração. A expiração forçada, um processo ativo, envolve a contração dos músculos acessórios, incluindo intercostais internos e abdominais.Desafios da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Perfil do Paciente: O senhor Joaquim, diagnosticado com DPOC após décadas de sintomas, revela a complexidade do diagnóstico tardio nessa condição. Sua história de tabagismo desde a adolescência destaca a relevância do entendimento da relação entre o estilo de vida e as condições respiratórias. Mecanismos da DPOC: A DPOC, caracterizada por obstrução das vias aéreas, altera significativamente o tórax do paciente, resultando em dificuldades respiratórias. Compreender os mecanismos dessa doença é essencial para abordar eficazmente os sintomas e limitações associadas. Importância da Espirometria: Ferramenta Diagnóstica e de Monitoramento Definição e Objetivos: A espirometria, crucial no manejo da DPOC, é uma técnica que avalia o volume e a velocidade do ar inspirado e expirado. Essa ferramenta diagnóstica ajuda a quantificar a gravidade da obstrução das vias aéreas, fornecendo informações valiosas para o tratamento e monitoramento. Cura e Intervenções: A DPOC, infelizmente, não possui cura, mas intervenções e tratamentos adequados podem aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida. A espirometria, ao fornecer dados precisos sobre a função pulmonar, guia as estratégias terapêuticas, incluindo medicamentos e terapias de suporte. Considerações Finais: Abordagem Integrada e Educação Abordagem Pós-Diagnóstico: Entender por que o senhor Joaquim demorou tanto para buscar ajuda destaca a importância da educação sobre sintomas respiratórios. Uma abordagem integrada, combinando a compreensão dos processos respiratórios normais, os desafios da DPOC e a utilidade da espirometria, é crucial para uma gestão eficaz dessas condições. Volumes Pulmonares: Entendendo as Medidas Respiratórias Volume Corrente: Refere-se à quantidade de ar que entra (inspiração) ou sai (expiração) dos pulmões durante uma respiração normal, sendo, em média, 500 ml. Volume de Reserva Inspiratório: Representa a quantidade adicional de ar que pode ser inspirada além do volume corrente, totalizando cerca de 1500 ml. Volume de Reserva Expiratório: É a quantidade extra de ar que pode ser expirada além do volume corrente normal, chegando a até 2500 ml. Volume Residual: Indica a quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração forçada, medido aproximadamente em 1500 ml e detectado pela pletismografia. Capacidades Pulmonares: Combinação de Volumes Respiratórios Capacidade Vital: A soma do volume corrente, volume de reserva inspiratório e volume de reserva expiratório, totalizando aproximadamente 4500 ml. Capacidade Inspiratória: Corresponde à soma dos volumes corrente e de reserva inspiratório, atingindo cerca de 2000 ml. Capacidade Pulmonar Total: Representa a soma de todos os volumes pulmonares, incluindo volume corrente, volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e volume residual, atingindo aproximadamente 6000 ml. Capacidade Residual Funcional: É a soma do volume corrente com o volume de reserva expiratório, resultando em cerca de 3000 ml. Espirometria: Avaliando Funções Pulmonares A Importância do Teste: A espirometria, considerada padrão ouro, é crucial para medir volumes e capacidades pulmonares. No entanto, volumes residuais e capacidade residual funcional e pulmonar total não são avaliados por este teste. Diagnóstico e Acompanhamento: Essa ferramenta diagnóstica permite o diagnóstico e acompanhamento de doenças pulmonares obstrutivas, restritivas ou mistas. Trocas Gasosas: Processo Vital da Respiração Respiração Externa (Pulmonar): Refere-se à troca de gases entre os pulmões e o sangue nos capilares pulmonares, envolvendo a transferência de oxigênio (O2) para o sangue e a remoção de dióxido de carbono (CO2). Respiração Interna (Tecidual): É a troca gasosa entre o sangue nos capilares sistêmicos e as células teciduais, envolvendo a liberação de O2 e a captação de CO2 pelas células. Controle do Fluxo de Ar: O fluxo de ar ocorre devido ao gradiente de pressão, onde a entrada de ar nos pulmões é influenciada pela diferença de pressão atmosférica. Oximetria de Pulso: Utilizando um oxímetro de pulso, a quantidade de O2 no sangue pode ser medida indiretamente, com valores normais entre 95% a 100%. Controle da Respiração: Neurônios e Áreas no Tronco Encefálico Área de Ritmicidade Medular: Responsável pelo controle do ritmo básico da respiração, envolvendo neurônios inspiratórios e expiratórios. Impulsos gerados nesta área determinam o ritmo respiratório. Área Pneumotáxica: Localizada na parte superior da ponte, envia impulsos inibitórios à área inspiratória, diminuindo a duração da inspiração e aumentando a frequência respiratória. Área Apnêustica: Localizada na parte inferior da ponte, envia sinais para ativar e prolongar a inspiração, resultando em uma inspiração longa e intensa. Esses sinais são anulados quando a área pneumotáxica está ativa. Reflexos Respiratórios: Tosse e Espirro Reflexo da Tosse: Um mecanismo de defesa que remove agentes irritantes das vias aéreas inferiores, envolvendo nervo vago, bulbo e contração dos músculos da laringe. Reflexo do Espirro: Semelhante à tosse, é uma contração espasmódica dos músculos da expiração que expulsa o ar pelo nariz e pela boca em resposta à irritação da túnica mucosa nasal. Desafios da DPOC e Estratégias de Tratamento Características da DPOC: A doença pulmonar obstrutiva crônica, causada principalmente pelo tabagismo, apresenta obstrução do fluxo aéreo e inflamação dos pulmões. Inicia de forma assintomática, dificultando o diagnóstico precoce. Progressão e Diagnóstico: A DPOC leva cerca de 20 anos para se desenvolver completamente. A espirometria é crucial na classificação da gravidade da doença, e os sintomas se manifestam quando há uma considerável perda da função pulmonar. Hiperinflação e Comprometimento da Vida: A limitação ao fluxo aéreo resulta em hiperinflação, onde o tempo expiratório não é suficiente para liberar todo o ar inspirado. Isso contribui para o aumento do tórax do paciente. Tratamento e Mudança de Estilo de Vida: Não há cura para a DPOC, mas a mudança no estilo de vida é essencial. Parar de fumar, uso de broncodilatadores para alívio dos sintomas e participação em programas de exercícios respiratórios são estratégias-chave para melhorar a qualidade de vida. Impacto Global da DPOC: A doença afeta pessoas acima de 40 anos, com mais de 7 milhões de casos no Brasil. A estimativa global sugere que a DPOC será a terceira principal causa de morte em 2020. PATOLOGIA DA SESSÃO DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Seção 4.4 Principais patologias e fármacos envolvidos com o sistema respiratório Desafios no Ambulatório Pneumológico: Impactos do Clima e Greve Thiago, Lucas e Gustavo, em sua última semana de estágio no Hospital Mãe de Deus, observam um aumento na demanda de pacientes no ambulatório de pneumologia. A situação é agravada pelo clima extremamente frio e por uma greve em alguns hospitais estaduais.Dentre os pacientes, chamou a atenção o caso de Matheus, um menino de 9 anos, com sintomas respiratórios graves, como dispneia, esforço para respirar e fadiga, relatados por sua mãe. As crises parecem coincidir com o retorno do pai, que fuma dentro de casa. Patologia Identificada: Asma A Caracterização da Asma: Matheus apresenta sintomas condizentes com asma, uma condição caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, tornando-as hipersensíveis a diversos estímulos. Os desencadeadores incluem alérgenos, fumaça de cigarro, exercícios físicos, entre outros. Manifestações Agudas e Crônicas: A asma se manifesta agudamente com espasmos brônquicos, aumento da produção de muco e obstrução das vias respiratórias. Na fase crônica, observa-se inflamação, fibrose, edema e necrose. Outras Possíveis Patologias Respiratórias: Bronquite Crônica: Caracterizada por excessiva produção de muco bronquial, a bronquite crônica é frequentemente associada ao tabagismo, levandoa inflamação crônica, aumento de mucosas e estreitamento das vias respiratórias. Edema Pulmonar: O acúmulo anormal de líquido nos tecidos pulmonares, resultando em dispneia, tosse, exaustão, chiado no peito, cianose e presença de sangue no escarro, caracteriza o edema pulmonar. É uma emergência médica com potencial letal. Embolia Pulmonar: Uma obstrução das artérias pulmonares por coágulos, podendo ser trombos ou êmbolos, destaca-se como a embolia pulmonar. Fatores de risco incluem imobilidade prolongada, cirurgias extensas e distúrbios na coagulação sanguínea. Sintomas e Consequências: Asma: Os sintomas da asma incluem dispneia, tosse, respiração ofegante, rigidez torácica, taquicardia, fadiga e ansiedade. Se não tratada, a inflamação crônica pode resultar em danos pulmonares significativos. Bronquite Crônica: A tosse produtiva é o sintoma principal, acompanhada de dispneia, ruídos na respiração, cianose e hipertensão pulmonar. Edema Pulmonar: Manifesta-se com dispneia, tosse, exaustão, chiado no peito, cianose e presença de sangue no escarro. Pode levar a complicações graves. Embolia Pulmonar: Os sintomas variam de leves a intensos, incluindo dor torácica súbita, dispneia, taquicardia, palidez, tosse seca e febre. Casos graves podem ser fatais. Tratamentos e Prevenção: Asma: O tratamento agudo envolve a inalação de broncodilatadores para expandir as vias aéreas. Na fase crônica, o objetivo é reduzir a inflamação. Bronquite Crônica: O tratamento visa aliviar sintomas, frequentemente incluindo broncodilatadores e, em alguns casos, esteroides. Edema Pulmonar: O tratamento inclui a administração de oxigênio e heparina intravenosa para evitar a formação de coágulos. Embolia Pulmonar: O uso de anticoagulantes, trombolíticos, meias elásticas e atividade física pode prevenir e tratar a embolia pulmonar. Enfisema Pulmonar: Danos aos Alvéolos e Impacto na Respiração Características do Enfisema: O enfisema é um distúrbio que se caracteriza pela destruição das paredes dos alvéolos, resultando em menor área para a troca gasosa. A perda de fibras elásticas leva à diminuição da retração elástica pulmonar, causando aprisionamento de ar nos pulmões durante a expiração. Com a progressão, o paciente pode desenvolver um tórax em barril. O hábito prolongado de fumar, poluição do ar e exposição ocupacional a poluentes industriais são os principais causadores. Tratamento do Enfisema: O tratamento envolve a interrupção definitiva do tabagismo, remoção de irritantes ambientais, exercícios supervisionados, prática de exercícios respiratórios, uso de broncodilatadores e oxigenioterapia. Pneumonia: Inflamação Aguda dos Alvéolos Causas e Sintomas: A pneumonia é uma infecção ou inflamação aguda dos alvéolos, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos, substâncias inorgânicas ou reações alérgicas. Streptococcus pneumoniae é uma causa comum. Os sintomas incluem tosse, confusão mental, febre, alteração da pressão arterial, mal-estar, falta de ar e secreção purulenta. Fatores como tabagismo, álcool e doença pulmonar prévia aumentam o risco. Impacto nos Idosos: Em idosos, a rigidez das vias respiratórias e tecidos, diminuição da capacidade pulmonar e redução nas concentrações de O2 contribuem para complicações respiratórias. Sinusite: Inflamação dos Seios da Face Manifestações Agudas e Crônicas: Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face. Os sintomas agudos incluem dor de cabeça, obstrução nasal, febre, coriza e tosse. Na forma crônica, a tosse noturna é proeminente. Fatores como alterações anatômicas e processos infecciosos contribuem para a sinusite. Recomendações e Complicações: Diluir a secreção é crucial para o tratamento, sendo recomendado o consumo adequado de água, inalações com solução salina e evitar ambientes com ar-condicionado. A sinusite, se não tratada adequadamente, pode se tornar crônica. Uso de Fármacos na Terapia Respiratória Classificação e Administração: Os fármacos para doenças respiratórias, como mucolíticos e broncodilatadores, podem ser administrados por via nasal, inalatória, oral ou parenteral. Nebulizadores e inaladores são comuns, minimizando efeitos adversos. Mucolíticos e Broncodilatadores: Mucolíticos visam modificar a produção e viscosidade do muco, facilitando a eliminação. Broncodilatadores promovem a dilatação dos brônquios, geralmente administrados por inalação. Impacto Econômico e Considerações Finais Gastos e Prevalência: No Brasil, em 2011, cerca de 0,5% do PIB foi gasto no tratamento de doenças relacionadas ao tabaco, totalizando quase R$ 21 bilhões. A asma, responsável por mais de 100 mil internações no SUS, afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas globalmente. Considerações sobre a Asma: No caso de Matheus, a asma é a patologia identificada, exacerbada pelo tabagismo passivo. A exposição contínua ao agente alérgeno e a falta de tratamento adequado podem levar a complicações graves, destacando a importância do diagnóstico precoce e intervenção adequada. Doenças Respiratórias: Obstrutivas, Restritivas e Mistas Pesquisa Adicional: Antes de responder à situação-problema do Matheus, é crucial entender as características das doenças respiratórias obstrutivas, restritivas e mistas. Uma pesquisa na internet pode fornecer informações detalhadas sobre essas classificações. Este resumo abrange as principais patologias respiratórias discutidas na aula, oferecendo uma compreensão abrangente de seus sintomas, causas, tratamentos e impactos. PATOLOGIA DE SESSÃO : Sinusite
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