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Emergências pediátricas Estrutura: - Recepção - Sala de espera - Acolhimento/classificação de risco - Área de consultórios, expurgo, materiais - Sala de medicação, inalação, observação - Quarto de isolamento Avaliação pediátrica É feita a avaliação através da abordagem sistêmica: - Feita de maneira padronizada em todos os programas de treinamento de suporte de vida - É a maneira mais rápida e eficiente de conduzir crianças gravemente enfermas Permite o reconhecimento das situações de emergência - Principalmente dos sinais de Insuficiência Respiratória e Choque - Permite intervir precocemente - Impede que essa situação evolua para insuficiência cardiopulmonar e parada cardíaca Se a criança for até a emergência com febre, o enfermeiro realiza a medicação (paracetamol, dipirona), avisa o médico e reavalia a cada 30 minutos. Dependendo de como está a evolução da febre, pode ser reclassificado pelo Manchester. Avaliar, categorizar, decidir e agir. A avaliação inicial permite que se determine o melhor tratamento ou intervenção. As informações obtidas na avaliação, permitem que seja possível categorizar as condições clínicas da criança por tipo de gravidade, ajudando na escolha do tratamento. O processo de avaliar, classificar, decidir, agir, é constante e repetitivo. Por isso deve-se reavaliar o paciente durante e após cada procedimento. Se um paciente chega na emergência devido a ingestão de medicamentos ou outras substâncias/drogas, deve-se acionar o serviço social e psicologia para atender a criança como um todo. Avaliar simultaneamente: aparência, trabalho ventilatório e circulação. Se for um bebê, devemos fazer estalos com os dedos, barulhos para garantir que o bebê nos siga. Na criança deve-se realizar uma avaliação neurológica (perguntando nome, local, idade, etc) Aparência: avaliar tônus muscular, a interação do paciente com o ambiente, a consolabilidade, o olhar, a fala e o choro. Trabalho ventilatório: aumento do trabalho respiratório (batimento das asas do nariz, uso da musculatura acessória com retrações), diminuição ou ausência do trabalho respiratório prestando atenção a sons normais (sibilos, gemidos e estridor audíveis com ou sem o uso de estetoscópio) Circulação: coloração da pele (palidez, marmórea) e a presença de sangramentos. Crianças principalmente com síndrome de down ficam marmorezadas com qualquer queda de saturação de O2. Avaliação primária é prática e sequencial Durante cada passo, deve-se procurar detectar qualquer anormalidade que indique perigo de morte. Se houver alguma, esta deve ser tratada antes de concluir o restante da avaliação. A - Abertura das vias aéreas Pela avaliação da movimentação do tórax e do abdômen, dos sons respiratórios e da movimentação do ar pelo nariz e pela boca Pode-se determinar se as vias aéreas estão livres, sustentáveis ou passíveis de manutenção, através de manobras simples Ou se elas estão não sustentáveis, ou seja, que não podem ser mantidas sem intervenções avançadas. Pode ser utilizada a cânula de Guedel, manobras de Heimlich, Chin-Lift e Jaw-Thrust Cânula de Guedel Heimlich Chin-Lift e Jaw-thrust As intervenções avançadas são: - Intubação orotraqueal e nasotraqueal - Remoção de corpo estranho por laringoscopia direta - Cricotireoidostomia - Uso de máscara laríngea ou cânula supra-glótica - Uso de pressão positiva contínua de vias aéreas (CPAP) Máscara laríngea Cpap Cricotireoidostomia B - Respiração ou Breathing Avaliar antes de realizar a manipulação da criança (ela está com dificuldade de respirar?) É preciso contar a FR por pelo menos 30 segundos, pois durante o sono dos lactantes, pode ocorrer pausas respiratórias de 10 a 15 segundos Ressalta-se que quaisquer condições que aumentem a demanda metabólica, como dor e febre, podem aumentar a FR Taquipneia: com esforço respiratório - o primeiro sinal de alterações respiratórias em lactentes Sem esforço respiratório - geralmente é resultado de condições não pulmonares ou da resposta fisiológica ao estresse Bradipneia: geralmente acompanhada de irregularidades da respiração. Em crianças graves constitui sinal clínico grave Apneia: É a cessação do fluxo de ar inspirado por 20 segundos. Se durar menos mas for acompanhada de bradicardia, cianose ou palidez, também será considerada apneia. Alterações do esforço respiratório: - Batimento de asas do nariz - Retrações torácicas e respiração abdominal - Balanço da cabeça Volume corrente pulmonar Representa o volume normal do ar circulado entre uma inalação e exalação normal, sem um esforço suplementar. - O valor normal é de 6 a 8 mL/kg de peso - É avaliado através da observação Expansibilidade torácica A expansão torácica diminuída ou assimétrica pode ser causada por esforço respiratório inadequado, obstrução de vias aéreas, pneumotórax, hemotórax, derrame pleural, aspiração de corpo estranho e afecções do parênquima pulmonar. Ausculta da movimentação distal do ar Normalmente, os sons inspiratórios devem ser ouvidos distalmente como sons suaves e tranquilos que ocorrem simultaneamente com o esforço inspiratório, enquanto os sons expiratórios são geralmente curtos e discretos, ou mesmo ausentes Sons respiratórios e pulmonares anormais - Estridor - Estertores ou Crepitações - Sibilos - Gargarejo - Gemido expiratório Oximetria de pulso - Monitora a porcentagem de hemoglobina saturada de O2 - Valor de referência: igual ou superior a 94% em AA - Pode detectar hipoxemia em crianças, antes de ser clinicamente aparente - Deve ser interpretada levando em consideração a FR, esforço respiratório e o nível de consciência do paciente, já que a criança pode estar com insuficiência respiratória aguda mas com saturação de O2 adequada. - Quando a saturação for inferior a 94% deve-se oferecer O2 para o paciente. - Caso a saturação persista abaixo de 90, mesmo com a oferta de O2 por meio de máscara não reinalante a 100%, uma intervenção adicional deve ser feita. C - Circulação Avaliar temperatura e coloração da pele - Ambas devem ser semelhantes no trombo e nas extremidades - Quando há deterioração da perfusão cutânea, as mãos e os pés são geralmente os primeiros locais afetados, tornando-se frios, pálidos ou mosqueados; isto vai estender para o tronco e depois para todo o corpo, conforme gravidade do quadro Deve-se avaliar a frequência cardíaca através da avaliação do pulso, ausculta e monitorização cardíaca Taquicardia - Resposta inespecífica e pode estar associada a várias condições de estresse, como febre, dor e ansiedade Bradicardia - Pode ser uma condição normal em pacientes atletas, mas pode apresentar perigo iminente de parada cardíaca. Caso apresente bradicardia com má perfusão tecidual, deve-se iniciar intervenções com abordagem das vias aéreas e ventilação adequada. Ritmo cardíaco Deve-se analisar e detectar padrões anormais de ritmo cardíaco pela monitorização cardíaca Pressão arterial A hipotensão arterial é definida pelos limites de pressão arterial sistólica, definido abaixo: Pulsos - A palpação fornece informações sobre a perfusão sistêmica - Avaliar os pulsos centrais (Carotídeo, femoral e axilar) e pulsos periféricos (radial, pedioso e tibial posterior) - Quando há diminuição do débito cardíaco, a perfusão sistêmica cai de maneira gradativa, iniciando-se com a redução dos pulsos periféricos até atingir os pulsos centrais. Portanto, o enfraquecimento dos pulsos centrais é um sinal preocupante e pode indicar parada cardíaca iminente Tempo de enchimento capilar - O tempo de enchimento é considerado normal quando menor ou igual a 2 segundos. - Acima de 2 segundos é indicativo de má perfusão tecidual - As causas de aumento do tempo de enchimento capilar incluem desidratação, choque e hipotermia. Ressalta-se que a baixa temperatura do ambiente também pode prolongar o tempo de enchimento capilar Perfusão de órgãos-alvo Cérebro No exame neurológico avalia-se nível de consciência, tônus muscular e reflexos pupilares. - A perda da consciência, convulsões generalizadas, digitaçõespupilares e perda no tônus muscular são sinais de hipóxia cerebral súbita e grave - Quando a hipóxia cerebral se desenvolve de maneira mais gradual, os sinais podem ser sutis e só percebidos quando se avalia o paciente repetidamente. Esses sinais incluem a alteração do nível de consciência, confusão mental, irritabilidade, letargia e agitação Perfusão renal O Débito Urinário adequado, geralmente indica Perfusão Renal apropriada - RN e lactentes: acima de 0,5 a 1 mL/kg/h - Crianças mais velhas: acima de 12 mL/m2/h ou 300 mL/m2/dia Pele A palidez, o mosqueamento e a cianose da pele pode indicar fornecimento insuficiente de O2 para os tecidos - A palidez é o branqueamento da pele. - Causas incluem: redução do fornecimento de sangue para a pele, anemia ou redução da pigmentação da pele. - A palidez é mais provável de ser clinicamente significativa quando associada à palidez da mucosa e à palidez das extremidades . Mosqueamento O mosqueamento é a pele manchada com descoloração irregular ou em placas, com aspecto salpicado. Pode ocorrer em casos de hipoxemia, hipovolemia ou choque, em consequência de vasoconstrição intensa, que ocasiona fornecimento irregular de sangue oxigenado, levando à cianose em algumas áreas. Mosqueamento Cianose A cianose é a coloração azulada da pele e das mucosas. A cianose periférica afeta mãos e pés, e pode ser observada em situações de choque, ICC, doença vascular periférica ou em condições que causam distensão venosa. A cianose central acomete as mucosas e a face e geralmente se associa a comprometimento cardiorrespiratório. Geralmente indica necessidade de intervenção de emergência, como administração de oxigênio e suporte da ventilação. Cianose D - Disfunção Consiste na análise rápida dos componentes principais do sistema nervoso central. Para a avaliação do nível de consciência, pode-se utilizar a escala de resposta pediátrica (AVDN) ou a escala de coma de Glasgow. Escala AVDN Glasgow ped O exame das pupilas é útil para avaliar a função do tronco encefálico. Deve-se avaliar o diâmetro pupilar (em mm), igualdade e fotorreação, verificando a magnitude e a rapidez desta resposta E - Exposição É o Componente Final da avaliação primária e consiste em despir a criança para facilitar o exame físico dirigido. Deve-se estar atento às evidências de trauma, como sangramentos e queimaduras ou marcas incomuns sugestivas de maus-tratos Avaliação secundária: Consiste na realização de História e Exame Físico dirigidos - Sinais e Sintomas - Alergias - Medicações - Passado Médico Avaliação terciária: Consiste nos exames auxiliares que visam identificar a presença e a gravidade das anormalidades respiratórias e circulatórias O termo terciário não significa que esses exames serão colhidos em terceiro lugar, o momento de realizar os exames será ditado pela condição clínica do pacientes - Gasometria arterial - Concentração de hemoglobina - Radiografia de tórax - Lactato arterial - Ecocardiografia
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