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������������� ��� �������� ��� ����� � ����� ���� ��� ���� �������� ����� ��� 2 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ B318a Bassedas, Eulália Aprender e ensinar na educação infantil [recurso eletrônico] / Eulália Bassedas, Teresa Huguet, Isabel Solé ; tradução Cristina Maria de Oliveira. – Dados eletrônicos – Porto Alegre : Artmed, 2007. Editado também como livro impresso em 1999. ISBN 978-85-363-1090-9 1. Educação Infantil – Prática Pedagógica. I. Huguet, Teresa. II. Sole, Isabel. III. Título. CDU 373.2 Catalogação na publicação: Juliana Lagôas Coelho – CRB 10/1798 112 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ alcançam os seus babeiros, etc., depois, à medi- da que passa o tempo, podemos ir modificando ou melhorando os aspectos pouco funcionais que, em um primeiro momento, não havíamos percebido. A cozinha É bom que as crianças, desde pequenas, co- nhecem as pessoas que lhes preparam as refei- ções. Às vezes, podem ir levar ou buscar alguma coisa na cozinha ou aproveitar esse espaço e o seu pessoal para realizar determinadas ativida- des relacionadas com alimentação. Nessa etapa, a cozinha e as pessoas que aí trabalham desempenham um papel importan- te na tarefa educativa e, com certeza, colabo- ram com muito interesse através de seu traba- lho (podemos ver isso no dia em que preparam as bolachas, quando vamos à cozinha para ob- servar como se prepara a sopa, quando vamos buscar os talheres, etc.). A cozinha deve ser ampla, estar limpa e ter os diferentes espaços e aparelhos necessários para preparar as refeições e fazer a limpeza posterior. Convém que seja acessível, para que se possa chegar com o gru- po em determinados momentos para cumpri- mentar os cozinheiros, observar como cozinham e preparam a refeição ou assam alguma coisa ao forno. Nesta idade, pode-se proporcionar muitos momentos de relação das crianças pe- quenas com o pessoal que trabalha para o fun- cionamento da escola e seus espaços específi- cos. Outros espaços da escola Esses outros espaços da escola são diversos e dependem da infra-estrutura concreta da qual se dispõe. Os corredores, a sala de reunião dos profes- sores, a sala para fazer as entrevistas com os fa- miliares, o vestiário, a biblioteca, a sala de mo- tricidade. Todos esses espaços devem ser orga- nizados de uma maneira funcional para criar uma dinâmica cômoda e eficaz; é necessário que sejam planejados, do ponto de vista educativo, como espaços que possam ser conhecidos e uti- lizados pelas crianças. Já falamos da possibili- dade de utilizar alguns deles como ambiente onde se realizem determinadas oficinas ou ati- vidades que favoreçam uma diversidade maior e mais agrupamento das crianças. Até aqui, podemos ver o quanto os aspectos organizacionais são mediadores importantes do trabalho que se realiza na escola. Por um lado, a sua disposição apresenta as condições especí- ficas do tipo de escola (creche, escola de educa- ção infantil e primária), pela estrutura arqui- tetônica do edifício, pelos meios materiais e humanos que dispõe, etc. Por outro, a atenção a esses aspectos deriva do conhecimento profis- sional, das decisões tomadas pelas equipes de professores para articular uma prática pedagó- gica que pode ser mais ou menos coerente ou consensual, mais improvisada ou, ao contrá- rio, mais reflexiva. A utilização do espaço, a or- ganização do tempo, os critérios para mudar de grupo, dependem, então, daquilo que se quer conseguir e dos meios de que se dispõe para al- cançá-lo. Nessa perspectiva, é preciso entender a tarefa de planejamento, tanto no aspecto co- letivo quanto na sua parte mais individual. 3.3 O PLANEJAMENTO DA AÇÃO EDUCATIVA Uma parte importante do trabalho do pro- fessor recai na tomada de decisões que fazem parte do “plano” de sua atuação. Muitos auto- res (Shavelson & Stern, 1981; Pérez Gómez, 1983; Del Carmen, 1993) coincidem ao descre- ver uma parte prévia ao ensino, ou “pré-ativa”, fase caracterizada pela preparação daquilo que depois será posto em prática na sala de aula. No entanto, essa fase é muito diferente de uma equipe para outra ou de uma professora para outra. É preciso estabelecer uma progra- mação minuciosa e detalhada e alimentar al- gumas idéias a partir das quais se vai concreti- zando as atividades diárias da aula. Também APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 113 há quem adote um material curricular (livro de fichas ou projeto oferecidos pelas editoras) e o siga fielmente – nesse caso, podemos dizer que se delega a outro a tarefa do planejamento; e quem, mesmo dispondo de algum material de suporte, elabore seu próprio plano de ação. Não há uma maneira única de planejar, nem um modelo ou “planilha” ideal à qual se possa ajustar as programações. De fato, muitos professores da educação in- fantil estabelecem um certo distanciamento a modelos de planejamento que lhes parecem muito rígidos; às vezes, argumentam que é muito difícil planejar quando os pequenos são tão diferentes e quando, a cada dia, ocorrem surpresas ou fatos interessantes que precisam ser inseridos, naquele momento, na jornada pro- gramada. Por essas e por outras razões, acabam perguntando se é necessário programar a edu- cação infantil. Que utilidade tem planejar na educação infantil? Em nosso ponto de vista, planejar na edu- cação infantil tem a mesma utilidade que pla- nejar em qualquer outra etapa educativa: pla- nejar permite tornar “consciente a intenciona- lidade que preside a intervenção;. permite pre- ver as condições mais adequadas para alcançar os objetivos propostos; e permite dispor de crité- rios para regular todo o processo”. Como desta- cou Del Carmen (1993), se admitirmos que as finalidades da educação – favorecer o desen- volvimento do aluno em todas as suas capaci- dades – alcançam-se mediante o trabalho que se realiza em torno dos conteúdos que fazem parte do currículo, é inegável que a análise e a tomada de decisões sobre o planejamento cons- tituem um elemento indispensável para asse- gurar a coerência entre o que se pretende e o que se sucede na sala de aula. Também acrescentamos comentários sobre o papel que tem o planejamento na adaptação da ação educativa às diversas necessidades dos alunos. O respeito e a atenção à diversidade é um dos princípios que compõem a LOGSE; por outro lado, a partir de diferentes teorias, aceita- se que a “boa” educação é aquela capaz de adaptar-se às necessidades do aluno a quem está dirigida. As diretrizes que gestionam e põem em prática uma “ação adaptativa” (Miras, 1991) não podem depender da improvisação ou do acaso. Somente se tivermos claro o que quere- mos conseguir e o que queremos que consigam as meninas e os meninos, poderemos oferecer a cada um deles uma proposta educativa adequa- da; nesse aspecto, alguns autores falam de qua- lidade do ensino. Está claro, então, que planejar é necessário nessa atividade intencional e em qualquer ou- tra. Também é preciso que fique claro que o pla- nejamento de que estamos falando, supõe, es- sencialmente, reflexão sobre o que se preten- de, sobre como se faz e como se avalia; uma reflexão que permita fundamentar as decisões que são tomadas e que sejam observadas pela coerência e pela continuidade. Tal como enten- demos, o planejamento é uma ferramenta na mão do professorado que lhe permite dispor de uma previsão sobre o que acontecerá durante a aula; uma ferramenta flexível que permite fa- zer variações e incorporações, bem como dei- xar de lado o que a situação, no momento da prática, não aconselhar que seja feito. Muitas vezes, entende-se o planejamento como uma rotina, como uma questão funda- mentalmente técnica que é preciso elaborar e que, uma vez elaborada, é preciso que seja se- guida passo a passo como uma receita de cozi- nha, sem poder ser alterada. Em outras postu- ras, o planejamento é considerado como um documento que se elabora e guarda na gaveta, à disposição de alguém que o peça. Nesse caso, atribuiu-se uma conotação extremamente bu- rocrática, que também não corresponde ao seu devido papel no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.Entendemos o planejamento como uma ajuda ao pensamento estratégico do professor, sendo um recurso inteligente por meio do qual 114 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ ele pode elaborar suas aulas, não fechando ne- nhum caminho de acesso; ao contrário, o pla- nejamento somente pode concretizar-se na aula, e lá será necessário tomar um conjunto de de- cisões que, às vezes, afetam pouco o que se ha- via previsto e, em outras, exigem modificações substanciais. Del Carmen (1993, p. 46) resume, de uma maneira breve, os benefícios trazidos pelo planejamento: • Permite tomar decisões refletidas e fun- damentadas. • Ajuda esclarecer o sentido que queremos potencializar dentro do que ensinamos e do que aprendemos. • Permite levar em consideração as capa- cidades e os conhecimentos prévios do alunado e adaptar a isso a programação das atividades. • Esclarece as atividades de ensino que queremos realizar. • Permite prever as possíveis dificuldades de cada criança e orientá-la com a aju- da necessária. • Prepara e prevê os recursos necessários. • Conduz a organizar o tempo e o espaço. • Ajuda a concretizar o tipo de observação que é necessário para avaliar e prever os momentos de fazê-lo. Em resumo, planejar é uma ajuda para or- denar e organizar um ensino de qualidade. E, se isso se aplica a todas as etapas educativas, poderíamos dizer que mais ainda na educação infantil, pelas razões que já apresentamos. In- dicamos, também, que as características do alu- nado, juntamente com os conteúdos que confi- guram essa etapa, exigem da professora um di- namismo, uma capacidade de observação e de parâmetros gerais em que há de mover a aula no seu conjunto, o que lhe facilitará para res- ponder, adequadamente, ao que requer quando se planeja educar pessoas curiosas e incansá- veis, como os meninos e as meninas dessa eta- pa. Quem planeja, o que e quando planejar? Dentro da escola infantil, o planejamento tem diferentes protagonistas, diferentes objetos e diferentes momentos. Existe todo um conjun- to de decisões relativas à educação da criança, que correspondem à comunidade educativa, incluindo as mães e os pais; essas decisões de- vem ser apresentadas no Projeto Educativo do Centro. Estamos comentando esse fato porque o PEC inclui, entre outros aspectos importan- tes, os princípios gerais sobre o alunado, os quais formarão, necessariamente, a orientação da prática da escola. Esses princípios expostos e detalhados no Projeto Curricular do Centro podem ser con- siderados como um instrumento fundamental no planejamento da ação educativa (ver o Ca- pítulo 6). Como se sabe, a elaboração do PCC corresponde à equipe de professores e inclui os acordos sobre os aspectos nucleares do ensino: o que se pretende ensinar e o porquê; como se considera necessário fazê-lo; em quais momen- tos e como poderemos estar seguros de que toda a engrenagem funciona; quando e como se ajus- tará todo o conjunto. A lógica subjacente ao PCC baseia-se em que a ação educativa de cada professor, tomada in- dividualmente, não garante a coerência, nem a continuidade e nem a sujeição a determinados critérios compartilhados que caracterizam um ensino de qualidade. Por exemplo, a acolhida aos familiares e às crianças não pode ser deci- dida pela professora individualmente; as nor- mativas em relação às refeições, no segundo ci- clo, ou aos “cantinhos” propostos aos diversos níveis do primeiro ciclo, afetam o conjunto de profissionais que trabalham no centro, os tipos de materiais que são utilizados, as característi- cas das entrevistas, etc. Todos esses exemplos simples destacam a necessidade de as equipes de professores fazerem determinados acordos que fundamentem e dotem de coerência seu tra- balho cotidiano. APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 115 O PCC constitui um nível de planejamento correspondente ao conjunto dos professores; no caso da educação infantil, pode ser de todas as professoras da etapa – supondo que se fale de uma escola infantil de 0 a 6 anos ou de um ci- clo – de 0 a 3 anos ou de 3 a 6 anos. Caberá observar se o PC da educação infantil seja coe- rente como o PC da escola primária, quando juntos funcionarem no mesmo centro de edu- cação. Com relação ao que se planeja, por exem- plo, quanto ao currículo, às características da escola e de seus usuários, já constando no PEC, o PC conduz a tomar decisões (ver Quadro 3.2). O PCC atua como um referente para o pla- nejamento de cada ciclo e/ou curso; tal refe- rente contempla os acordos de cada equipe de professores e constitui os parâmetros do tercei- ro nível de concretização. Não é, mesmo assim, um referente estático. De fato, a elaboração e a prática das programações de nível constituem um autêntico banco de provas para as decisões apontadas no PCC; essas podem ser a fonte de possíveis e desejáveis regulações e modificações. O caminho que vai do Projeto Curricular para a programação da aula exige uma caminhada de ida e volta, em que sempre se pode colher frutos que permitam enriquecer e melhorar tan- to um quanto outro. Quanto à programação da aula, geral- mente, considera-se que corresponde à profes- sora ou ao professor que a põe em prática; em centros maiores, com turmas de classes parale- las, sente-se que corresponde a todos os que com- partilham o mesmo nível. Isso não quer dizer que, na hora de programar, não se possa com- partilhar com outros professores, ao contrário: uma programação mais conjunta e contrasta- da será, provavelmente, mais rica e regulada. Ao mesmo tempo, a prática de programar jun- tos e de elaborar um plano do ciclo, por exem- plo, é uma excelente ferramenta para avaliar e aprofundar as decisões tomadas no PC. Do mes- mo modo, cada turma de alunos apresenta pe- culiaridades que exigem decisões também pe- culiares e, possivelmente, que não poderão ser divididas entre diversos professores. Partir de um projeto comum, com o acordo de todos, propor- ciona segurança e confiança, porém não supre a capacidade planejadora, diagnóstica e reso- lutiva de cada docente em relação aos alunos que tem sob sua responsabilidade. Quando os professores e as professoras que- rem elaborar uma programação de aula ou de ano letivo, normalmente partem de sua experi- ência, daquilo que têm feito e do que têm visto ou percebem que os outros fazem; às vezes, dis- põem de um planejamento escrito e, em outras, baseiam-se nas previsões que fazem nos guias didáticos dos materiais curriculares. Também não é habitual encontrar a programação do curso completamente “pronta”, quando o edu- cador assume a classe: em geral, a partir do co- Quadro 3.2 Os componentes do PCC • Os objetivos gerais da etapa e os objetivos e conteúdos de cada uma das áreas que guiará a atuação do centro. • A especificação dos objetivos gerais da área em cada ciclo.* • A seqüenciação dos conteúdos que serão trabalhados. • O estabelecimento dos objetivos referenciais. • As opções metodológicas eleitas e os materiais que serão utilizados. • Os critérios e as pautas de avaliação e de difusão da avaliação. *Nos centros educacionais que oferecem somente um ciclo da etapa, entende-se essa especificação ao ciclo corres- pondente. 116 BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ nhecimento das crianças pequenas que consti- tuirão o grupo, da experiência e do que está dis- posto no Projeto Curricular, elabora-se um mar- co global com as previsões mais gerais para o curso. Essas previsões podem concretizar-se, depois, em planos de trabalho trimestral; as paradas para férias, os feriados de cada trimestre e, es- pecialmente, os conhecimentos que adquirem sobre o grupo, à medida que transcorre o tem- po, justifica esta opção; isso também está refor- çado pelo fato de que muitos materiais curricu- lares que se utilizam estão estruturados por tri- mestre. Em muitos centros, funcionam também os planos de trabalhos mensais, uma concretiza- ção que permite tomar decisões mais próximas à atividade diária; às vezes, a unidade de refe- rência ao trabalho corresponde à quinzena ou à semana e até se programa a jornada escolar de cada dia.Mesmo que cada professor ou equipe traba- lhe da maneira que melhor se adapte e desem- penhe suas funções, convém lembrar que cada opção tem vantagens e inconvenientes. Assim, por exemplo, uma excessiva centração na ativi- dade diária pontual, ou no que se fará durante a semana, pode levar os educadores a falarem e ocuparem-se, essencialmente, do que programa- ram – das atividades, das saídas, etc. – sem ter presente por que o farão. Por sua vez, quando a programação é muito geral, pode ocorrer que, por um lado, não se pense o suficiente no que se faz cotidianamente e que os resultados fica- rão a cargo do sucesso do uso de materiais es- colares; por outro lado, os princípios gerais pró- prios de uma programação para um curso in- teiro ou para todo um trimestre podem perder seu objetivo, se não se concretizarem ou não aprovarem com a turma de alunos. Evitar as desvantagens e aproveitar os bene- fícios conduz, provavelmente, a incorporar a programação nas diferentes dimensões tempo- rais em que se possa levar a termo. Isso assegu- ra tanto a reflexão sobre as finalidades que pre- tendemos assumir a longo prazo, em um plano global de ação, como a disposição das soluções que nos ajudarão a chegar a ele através do tra- balho cotidiano. Essa é a solução que encon- tramos ao propor as diversas unidades de pro- gramação que cabe contemplar na educação infantil. Que unidades de programação são necessárias na educação infantil? Tipos e variáveis que contemplam A etapa de educação infantil compreende um conjunto de peculiaridades que se derivam das características tão diferenciadas do seu aluna- do. Como vimos no Capítulo 1, no período dos primeiros meses até os seis anos, são espetacu- lares as mudanças que se operam nas crianças; podemos afirmar que, nessa etapa, as crianças pequenas passam de uma dependência total dos educadores para poderem satisfazer as suas ne- cessidades vitais (de afeto e estimulação, de ali- mentação, de higiene, etc.) até converterem-se em pessoas, progressivamente, autônomas para resolver essas necessidades. No decorrer da etapa, além disso, a curiosi- dade das crianças, a sua própria necessidade de conhecer o mundo que as envolve e aquilo que configura leva-as a desprender uma intensa e variada atividade que, muitas vezes, põe à pro- va a capacidade das pessoas adultas de lhes da- rem respostas, de abrir novos caminhos suscetí- veis de satisfazer seus desejos de indagações e de exploração. Essas mudanças profundas – que provavel- mente não ocorrem em uma dimensão similar em outros níveis de escolaridade – obrigam-nos a adequar as propostas que fazemos e o próprio fundamento da escola nos diferentes momen- tos pelos quais as crianças vão passando: isso se traduz na inutilidade de pensar em um único padrão em volta do qual se possa organizar as unidades de programação, coisa que, com uma certa flexibilidade, é possível de ser feita em outras etapas. APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL 117 Em termos gerais, as professoras da educa- ção infantil terão que fazer sua programação em relação aos seguintes âmbitos: • Âmbito de programação: – Hábitos e rotinas da vida cotidiana e de cuidados da criança. – Unidades temáticas, centros de inte- resse, projetos e problemas. – Cantinhos ou oficinas. – Saídas, festas da sala, outros proje- tos. – Atividades de recreio, de acolhida e de reencontro do grupo. – Atividades mais especializadas (mú- sica, expressão corporal, etc.). Essa classificação é muito semelhante à pro- posta de Zabala (1993): unidades temáticas, projetos ou problemas; cantinhos ou oficinas; rotinas (que inclui acolhida, recreio, satisfação das necessidades básicas e outras). Interessa ressaltar que essas unidades não têm a mesma natureza, nem as mesmas carac- terísticas, o que deve ser considerado também na hora de planejá-las. Assim, enquanto um centro de interesse pode ser proposto como uma unidade de programação durante uma quinze- na, no final da qual se propõe uma nova temá- tica, a atividade de almoçar tem presença diá- ria e pode ser uma programação mais ampla e leve. As festas, conforme as trabalhamos, podem fazer parte de um projeto, constituir-se em um projeto específico ou serem consideradas como atividade concreta; em cada caso, a programa- ção é diferente: mais ou menos especificada, com objetivos próprios ou subentendidos em outros mais gerais e com um período de tempo discreto ou mais alargado. A variabilidade afe- ta também os cantinhos e as oficinas: é preciso fazer uma programação geral – que ultrapassa a programação da aula – e uma programação mais concreta – que estabelece quem os colo- cará em funcionamento, por quanto tempo, com que materiais e que tipo de intervenção será feita, etc. Concluindo, a programação da educação infantil tem uma ampla gama de matizes, tan- to por aquilo que se pode programar, de nature- za muito variada, como pelo que afeta o perío- do de tempo que abarca as diferentes unidades. Há todo um conjunto de fatores que incidem nesta diversidade, entre os quais convém desta- car os seguintes: • O fato que, no decorrer da etapa, as si- tuações de vida cotidiana e familiar e as mais escolares convivem de maneira muito semelhante. • Os pensamentos psicopedagógicos das professoras, a importância que atribuí- mos às diversas situações e às ativida- des, e o grau em que valorizamos a pró- pria intervenção nesse cursos, como ele- mento de progresso da criança. A seguir, dedicaremos nossa atenção às roti- nas ou atividades de cuidados das crianças, como unidades de programação privilegiada – e não exclusiva – no primeiro ciclo da etapa; nesta parte, introduzimos também as ativida- des de acolhida e de reencontro, especialmente as que apresentam notáveis diferenças com as anteriores. Posteriormente nos referimos a al- guns outros âmbitos a que aludimos (cantinhos, unidades temáticas, etc.) como unidades de pro- gramação relevantes no decorrer desta etapa, e, especialmente, no segundo ciclo. Mais adiante, no Capítulo 4, retornaremos a esse âmbito, des- de uma perspectiva de intervenção didática. Concluiremos as questões relativas à programa- ção com alguns comentários sobre grades ou planilhas que possam facilitá-la. Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Página em branco