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PRINCÍPIOS GERAIS 
E ABORDAGEM 
DO PACIENTE 
 CRÍTICO
Elaboração
Erothildes Silva Rohrer Martins
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA ................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
PRINCÍPIOS GERAIS ............................................................................................................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
INSTALAÇÕES E SUA ORGANIZAÇÃO ......................................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
TUBOS, SONDAS E CATETERES ................................................................................................................................................................... 30
UNIDADE II
ATENDIMENTO ..................................................................................................................................................................................................................... 45
CAPÍTULO 1
ATENDIMENTO AO CLIENTE .......................................................................................................................................................................... 45
CAPÍTULO 2
CUIDADOS DE ENFERMAGEM E INTERNAÇÃO ..................................................................................................................................... 47
UNIDADE III
EXAMES LABORATORIAIS .............................................................................................................................................................................................. 61
CAPÍTULO 1
COLETA DE SANGUE ......................................................................................................................................................................................... 62
UNIDADE IV
FELINOS ................................................................................................................................................................................................................................. 88
CAPÍTULO 1
PARTICULARIDADES DO PACIENTE FELINO.......................................................................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................... 124
4
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos 
da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional 
que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-
tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO 
DE ESTUDOS E PESQUISA
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de 
textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam 
tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta 
para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto 
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para 
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma 
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em 
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas 
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para 
a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do 
estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam 
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESqUISA
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando 
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a 
aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo 
estudado.
7
INTRODUÇÃO
Neste módulo vamos discutir os princípios gerais e a abordagem do paciente crítico. 
Para iniciar esse tema, discutiremos como as instalações precisam ser construídas ou 
adaptadas para receber o paciente que demanda cuidados específicos, além da estrutura 
física, os equipamentos e os recursos humanos necessários.
Na unidade II, estudaremos como atender o cliente, os cuidados na internação e os 
procedimentos específicos que são realizados de acordo com o sistema acometido.
Continuando nossos estudos, além da estrutura e equipamentos, alguns exames podem 
ser feitos na beira do leito e na unidade III, abordaremos os exames, a interpretação 
e a melhor forma de coleta.
Para finalizar o módulo, discutiremos sobre as demandas do paciente felino, os 
diferenciais, como abordar e algumas patologias comuns de serem encontradas na 
emergência.
Objetivos 
 » Compreender as instalações físicas.
 » Aprender sobre sua organização e como funcionam.
 » Conhecer os equipamentos.
 » Aprender cuidados de enfermagem na internação.
 » Conhecer a coleta de materiais e a interpretação desses materiais.
 » Compreender as diferenças encontradas no paciente felino, bem como 
doenças comuns a essa espécie e sua abordagem na emergência.
9
UNIDADE IPRINCÍPIOS GERAIS
A medicina intensiva veterinária é uma especialidade relativamente nova e, como 
a maioria das especialidades, teve seu início na medicina humana por meio de uma 
enfermeira britânica chamada Florence Nightingale que, com um grupo de mais 
38 enfermeiros voluntários, tratou os soldados na Guerra de Crimeia em 1854. 
Essa pioneira observou que os pacientes graves deveriam ficar separados dos demais 
doentes surgindo, assim, um esboço das Unidades de Terapia Intensiva da atualidade. 
Após as intervenções nos cuidados dados a esses doentes, o índice de mortalidade caiu 
para 2% (antes das alterações propostas por Florence era de 40%). Depois de retornar 
da guerra, em 1860 fundou a primeiraescola de enfermagem do mundo, a Nightingale 
Training School para enfermeiras no St. Thomas’ Hospital (BIONDI, 2013). O que 
essa visionária percebeu é que cada paciente precisava de cuidados especiais de acordo 
com o problema existente e que os cuidados deveriam ser em tempo integral e não 
apenas durante o dia.
Hoje no Brasil e no mundo, a medicina moderna baseada em evidências nas UTIs é 
o início para a tomada de decisões, e equipes multidisciplinares com dedicação aos 
pacientes e um ambiente organizado fazem parte dessas novas mudanças. 
Quando pensamos em uma situação de emergência pensamos em um atendimento 
rápido, com o objetivo de salvar vidas, e quanto antes o socorro for oferecido, maior 
a chance de sucesso e recuperação desse paciente. Para que esse socorro seja rápido, 
alguns fatores devem ser levados em consideração, como uma chegada rápida ao local, 
equipe treinada e equipamentos necessários em um só lugar.
Quando o caso é urgente, o tempo continua sendo importante, porém com um prazo 
um pouco maior que na emergência, mas, se não tratado adequadamente em um curto 
prazo, se tornará uma emergência. A limitação do tempo é um dos fatores relevantes 
na sobrevivência de qualquer paciente crítico. 
O atendimento ao paciente deve ser dinâmico e a comunicação entre a equipe precisa 
ser clara e objetiva, os processos bem definidos e os equipamentos necessários serem 
de fácil acesso e de conhecimento de todos, bem como sua forma de utilização. 
Por isso, a organização e a disposição das coisas facilitam muito o manejo do paciente 
durante a emergência. 
10
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
A comunicação tem início ainda ao telefone com a recepcionista, visto que em muitas 
situações o tutor liga antes de ir para clínica, solicitando informações de como transportar 
o animal e o que precisa fazer antes de ir. É nessa hora o atendimento começa. Saber 
fazer as perguntas certas agiliza o trabalho da equipe, podendo antecipar os passos do 
atendimento para receber melhor o paciente quando chegar à clínica.
A sala precisa sempre estar preparada, pois não se sabe a hora em que será utilizada. 
Se a clínica não tiver um local próprio apenas para procedimentos de urgência, um 
carrinho de urgência ou um outro móvel pode ser preparado como um carrinho 
para suprir essa finalidade. Importante é que tenha rodas para ser transportado com 
facilidade para a sala onde o paciente será recebido, diminuindo tempo para o início 
do atendimento. Um treinamento com toda a equipe é um outro ponto-chave, visto 
que após a chegada do paciente, cada membro da equipe sabendo o seu papel maximiza 
a chance de sucesso durante o serviço de urgência. Ainda nesse manejo, os cuidados 
com a biosseguridade de todos se fazem muito importantes, diminuindo riscos futuros 
para equipe, animal e tutores. 
11
CAPÍTULO 1
Instalações e sua organização
De acordo com a Sociedade de Emergências Veterinárias e Cuidados Críticos (VECCS), 
um hospital veterinário de emergência precisa ter no mínimo um conjunto básico de 
equipamentos, suprimentos e pessoal como descrito abaixo:
“Pessoal
Uma equipe suficiente deve estar disponível para fornecer atendimento 
expedito ao paciente e permitir:
	» Processamento de vários pacientes simultaneamente. 
	» Execução de uma ampla gama de procedimentos que salvam vidas, 
incluindo, mas não se limitando a, ressuscitação cardiopulmonar e 
cirurgia de emergência. Isso requer no mínimo 2 pessoas, incluindo 
1 veterinário e 1 técnico ou assistente veterinário.
	» A capacidade de chamar funcionários adicionais conforme necessário. 
	» Prestação de atendimento hospitalar adequado e oportuno ao 
paciente. 
	» Consulta apropriada e oportuna com especialistas veterinários.
(...)
Registros médicos:
O registro médico deve incluir, mas não se limitar a:
	» Informação ao cliente
o Nome
o Endereço
o Número de telefone
	» Veterinário / clínica de referência
	» Identificação do paciente
o Nome
o Espécies
o Castrada
o Sexo (incluindo estado reprodutivo)
o Cor
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UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
	» Estado de vacinação do paciente
	» História do paciente
	» Peso do paciente
	» Sinais vitais
o Temperatura
o Frequência cardíaca
o Frequência respiratória e esforço
o Cor da membrana mucosa
o Estado mental
o Nível de dor
	» Achados do exame físico
	» Testes de patologia clínica realizados e seus resultados
	» Diagnóstico por imagem realizado e sua interpretação
	» Diagnóstico provisório e / ou diferencial
	» Procedimentos realizados (incluindo formulários e relatórios de 
liberação anestésica e cirúrgica)
	» Todos os medicamentos administrados, prescritos ou dispensados
o Nome
o Dose
o Via de administração
	» Notas de progresso
	» Tratamento adicional e notas de enfermagem
	» Comunicações do cliente e do veterinário de referência
	» Instruções de descarga, incluindo instruções de acompanhamento
	» Todas as entradas no registro médico devem identificar claramente 
o (s) indivíduo (s) que administrou o cuidado e os dados inseridos 
com hora e data incluídos.
Comunicações
Comunicações eficazes devem ser mantidas para permitir a transferência 
eficiente de informações do paciente entre a unidade de emergência 
e de cuidados intensivos e os veterinários de cuidados primários em 
13
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
tempo hábil. É altamente recomendável que as instalações de emergência 
e cuidados intensivos mantenham uma lista atualizada de números de 
telefone de contato de veterinários de referência de cuidados primários. 
A lista deve incluir se os veterinários desejam estar e onde eles podem 
ser contatados após o expediente. Uma cópia das instruções de alta deve 
ser fornecida ao cliente no momento da alta e um relatório por fax ou 
eletrônico deve ser enviado ao dono do animal e ao veterinário de cuidados 
primários no prazo de 12 horas após a alta do paciente, a fim de garantir a 
continuidade imediata do cuidado e para inclusão no prontuário permanente 
do paciente.
(...)
Instalações
	» Área de recepção / triagem ER
	» Área de UTI
	» Área de isolamento dedicada com plano de controle de infecção 
documentado
	» Sala cirúrgica 
(...)
	» Capacidade de esterilização de equipamentos e controle de qualidade
	» Plano de preparação para emergências ou fonte de alimentação de 
backup no local em caso de queda de energia
Suporte hospitalar
	» Anestesia
	» Suporte de aquecimento 
	» Produtos de sangue de pequenos animais
	» Fluidoterapia
	» Coloides sintéticos
	» Bombas de fluido
	» Bombas de seringa
	» Tipos de cateter intravenoso
	» Periférico
	» Nutricional
	» Alimentação por sonda nasoesofágica ou nasogástrica
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UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
	» Suporte respiratório
	» Oxigenação (nasal / gaiola)
	» Ventilação
	» Bolsa Ambu / máquina de anestesia
	» Ventilador anestésico
	» Monitoramento
	» Pressão arterial
	» Temperatura corporal
	» Capnometria / capnografia
	» Eletrocardiografia
	» Oximetria de pulso
	» Cateter urinário e sistema de coleta fechado
	» Diagnóstico
	» Equipamentos de laboratório e testes internos
	» Glicose
	» Lactato
	» Analisador de química seca
	» Eletrólitos
	» Gasometria
	» Coagulação
	» PT
	» APTT
	» Urinálise
	» Flotação fecal
	» Teste de antígeno parvoviral”
O preparo para o serviço de emergência requer muito mais que o preparo da estrutura 
física, ele precisa ser pensado nos equipamentos e em sua disposição na sala, o corpo 
técnico, como é a organização desse local e a biosseguridade, visto que é um local onde 
teremos acesso a vários riscos, como físico, químico, biológico e ergonômico. E para 
que esses riscos sejam minimizados, a utilização de boas práticas e de EPIs por todos da 
15
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
equipe deve ser uma ação automática, ou seja, deve ser usada por todos antes de iniciar 
qualquer atendimento e, para que isso aconteça, o treinamento precisa ser exaustivo 
a fim de que nenhum elo da corrente possa ser quebrado. Na Figura 1 observamos 
pontos importantespara um bom serviço na urgência e emergência. 
Figura 1. Pontos importantes no serviço de emergência
Atendimento 
de urgência/ 
Emergência
Boa
comunicação
Protocolos à 
vista
Entrosamento 
entre a equipe 
Material de fácil 
acesso
Equipamentos 
testados
Conhecer 
todos os 
instrumentos 
de trabalho
Treinamento de 
toda a equipe
Recepção
Fonte: Autora.
O atendimento ao telefone ajuda o tutor com orientações sobre o transporte do 
doente, acalma o cliente, pois ele se concentra em responder às perguntas, bem como 
auxilia a equipe com informações relevantes no diagnóstico e tratamento inicial. Um 
modelo com as perguntas e as orientações pode ficar disponível na parede da recepção. 
Dessa maneira, um estagiário ou a secretária pode fazer as perguntas e tomar nota 
das respostas para iniciar preenchimento da ficha de triagem, como podemos ver nas 
tabelas 2 e 3. É muito importante anotar a hora da ligação para sabermos quanto tempo 
do acontecido até a chegada no hospital. Nesse momento, os tutores costumam estar 
nervosos e perdem a noção de quanto tempo se passou até chegar à clínica. O número 
de telefone deve fazer parte dos primeiros itens anotados, pois a ligação pode cair e 
assim podemos retornar para continuar com as orientações. Informações, como peso 
aproximado, ajudam na separação de material, por exemplo, se precisar entubar um 
Pinscher que não está respirando, o material é bem diferente de um São Bernardo. 
Saber se animal tentou morder nos passa a informação de que ele está respirando, 
então tendo algumas perguntas prontas apenas para marcar X agiliza o andamento 
do início do processo.
16
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Tabela 1. Orientações para os tutores passadas ao telefone.
Orientações ao telefone – Como transportar o animal
1. Mantenha a coluna do animal sempre reta. 
2. Nunca dobre o pescoço do animal (principalmente se ele estiver inconsciente).
3. Não o deixe se movimentar bruscamente.
4. Se ele não estiver respirando, coloque-o deitado do lado direito, estique o pescoço e puxe a língua, comece a 
massagear o peito por aproximadamente 100 vezes por minuto, sempre no centro do peito e se dirija para a clínica. Se 
estiver sozinho, inicie a massagem enquanto liga para alguém ir te ajudar e NÃO PARE DE MASSAGEAR.
5. Nunca faça respiração boca a boca.
6. Caso o animal esteja sangrando, cubra com uma gaze, fralda, pano (importante estar limpo) e umedeça com soro 
fisiológico. Se estiver sangrando faça pressão com a mão por 4 minutos.
7. Se for intoxicação, ofereça carvão ativado se tiver em casa, mas apenas se ele estiver completamente acordado. 
NUNCA DÊ LEITE OU ÁGUA. 
8. Se possível, traga enrolado em uma toalha grande ou cobertor, sempre com cuidado com a cabeça, evitando ao 
máximo a manipulação para que não sinta mais dor.
Fonte: Adaptação de Rabelo (2013). 
Segundo Rabelo (2013), quando animal chegar à clínica, a equipe deve estar alerta para 
recebê-lo, evitando, dessa maneira, que aconteçam consequências graves. Lembrando 
sempre que o sucesso da recuperação está diretamente relacionado com o tempo que 
o atendimento teve início. 
Tabela 2. Ficha de triagem de urgência ao telefone adaptada da Intensivet.
(Núcleo de Medicina Veterinária Avançada)
Data: ______ / _____ / __________ Hora: ________________
Número telefone: ____________________ 
(caso a ligação caia, você pode retornar)
Hora da chegada do animal: 
_____________________ 
(quanto tempo demorou para chegar à classifica-
ção talvez mude da inicial)
Nome do Tutor: 
________________________________________________
Nome paciente: 
____________________________
Raça: _________________________ Sexo:__ Peso aproximado: _______________
Animal já tem ficha no hospital? ( ) sim ( ) não Idade: _____
Quanto tempo para chegar? _________________________________________________________ 
(se o paciente estiver muito longe pode ser que precise ser encaminhado a um local mais perto)
Queixa e motivo do atendimento: _____________________________________________________
Animal está consciente? ( ) sim ( ) não
Animal tentou morder ou está agressivo? ( ) sim ( ) não
Consegue ver se está respirando? ( ) sim ( ) não
Consegue ver algum sangramento ou ferimento? ( ) sim Onde: ___________ ( ) não
Fonte: Adaptação de Rabelo (2012).
17
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
A sala onde o atendimento será realizado precisa estar montada com equipamentos, 
drogas e materiais descartáveis, bem como tudo deve estar limpo e/ou esterilizado 
e funcionando perfeitamente (MACINTIRE; DROBATZ; HANSKINGS, 2006). 
Desta forma, o local onde será realizada a emergência estará pronto para cumprir qualquer 
técnica necessária, desde manobras clínicas chegando até a alguns procedimentos 
cirúrgicos básicos necessários durante a urgência (RABELO, 2012). 
Figura 2. Equipamento sujo, além de risco de contaminação, perde-se tempo limpando para fazer a utilização.
 
Fonte: Autora.
A avaliação inicial serve para que, quando o paciente chegar à clínica, ele possa ser 
classificado quanto a sua prioridade, com o objetivo de otimizar o tempo de espera 
desses animais, colocando na frente aqueles que precisam de atendimento imediato. 
Essa triagem é baseada na avaliação dos sistemas respiratório, cardiovascular, renal e 
neurológico. Após essa primeira avaliação, para o início do atendimento, eles continuarão 
sendo acompanhados dentro da internação como iremos descrever melhor em cuidados 
de enfermagem. 
Um estagiário bem treinado ou um enfermeiro intensivista pode fazer a triagem desses 
pacientes em um primeiro momento, porém, esses precisam estar capacitados para 
isso, visto que a rapidez na avaliação é determinante.
Vamos descrever melhor quais os equipamentos e materiais são indispensáveis dentro 
de uma sala de emergência:
 » Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – todos os membros da 
equipe devem utilizar os EPIs:
 › luvas;
 › máscara;
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UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
 › capote;
 › gorro;
 › óculos.
 » Balança: como medicar o paciente sem saber o peso? Apesar da rapidez 
necessária nessas situações, a informação precisa do peso é indispensável 
para a medicação correta. Existem mesas que já têm uma balança junto, 
mas na maioria dos estabelecimentos a balança é separada. Pensando nisso, 
treinar a equipe para pesar o animal antes de entrar no consultório adianta 
tempo, o peso pode ser anotado na ficha de triagem. 
Figura 3. Mesa de atendimento com a balança junto.
Fonte: Arquivo pessoal.
 » Termômetro simples e termômetro periférico (Emissividade flexível E=0,98). 
Figura 4. Termômetro periférico (precisa ter emissividade flexível, E=0,98).
Fonte: Arquivo pessoal.
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PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
 » Fonte de oxigênio pode ser um concentrador de oxigênio ou o cilindro de 
oxigênio que pode estar dentro da sala ou tubulado até chegar na sala e o 
cilindro armazenado fora da sala em outro local especifico.
Figura 5. Concentrador de oxigênio.
Fonte: Autora.
Figura 6. Cilindro de oxigênio.
Fonte: Arquivo pessoal.
20
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
 » Carro de emergência, precisa ser móvel. Ele deve conter os materiais 
necessários como sondas, fármacos, equipos, cateteres, equipamentos para 
a monitorização etc. Rabelo (2012) montou uma tabela sugerindo alguns 
fármacos que devem compor o carrinho de emergência, como podemos ver 
na Tabela 3, mas cada estabelecimento deve montar o seu de acordo com 
a sua necessidade.
 » Eletrocardiograma (ECG).
 » Material de tricotomia (Maquina de tosa e / ou tricótomo com as lâminas), 
atendimento rápido não é sinônimo de atendimento sem assepsia, e ter às 
mãos uma máquina de tosa facilita essa parte do processo. Máquinas de tosa 
sem fio precisam sempre estar carregadas.
Figura 7. Alternativas simples, de fácil visualização e não se corre o risco de cair no chão e quebrar.
Fonte: Arquivo pessoal.
 » Cateteres para acesso venoso (de vários tamanhos).
 » Esparadrapo ou fita adesiva(deixar as tiras já cortadas).
 » Equipos (macrogotas e microgotas).
 » Fluidos (soro fisiológicos frasco de 500ml, ringer lactato frasco de 500ml etc.).
 » Cobertores térmicos ou outra fonte de aquecimento para o paciente.
 » Tubos endotraqueais de todos os tamanhos (2 a 10, com o balão), manter 
a organização de preferência em ordem crescente 
21
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Figura 8. Caixa organizadora pendurada na parede.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 9. Bolsa com tubos endotraqueais organizadas por ordem crescente, gera rapidez na escolha durante 
a utilização.
Fonte: Autora.
Figura 10. Tubos endotraqueais completamente desorganizados, gera demora e confusão durante a 
utilização.
Fonte: Rabelo (2013).
22
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
 » Ambu (bolsa de reanimação) – Importante ter a válvula de pressão expiratória 
positiva (PEEP) e pressão inspiratória positiva (PIP).
 » Laringoscópio e as várias lâminas.
 » Mascaras laríngea (1 a 5).
 » Seringas de 1 ml, 3 ml, 5 ml, 10 ml, 20 ml.
 » Torneira de 3 vias.
 » Agulhas 40x12 e 25x8.
 » Sonda uretral de vários tamanhos.
 » Campos operatórios de vários tamanhos.
 » Compressas estéreis.
 » Toalhas
 › 1 grande.
 › 3 pequenas.
Kits que já podem ficar prontos
 » Kit para cricotireoidostomia e traqueostomia 
 › Lâmina de bisturi 11 e 23.
 › Tesoura.
 › Pinça hemostática curva.
 › Cânulas de traqueostomia de vários tamanhos.
 › Kit de punção traqueal.
 › Cateter 14g.
 › Seringa de 20ml.
 › Conexões para fonte de oxigênio.
 » Kit de punção torácica. Importante já deixar tudo conectado e pronto 
para o uso. Dessa forma, o tempo da montagem é eliminado dando mais 
agilidade ao procedimento.
23
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
 › Torneira de 3 vias. 
 › Seringa de 20 ml.
 › Scalp nº 19 ou (agulha 40X12 com extensor).
Figura 11. Kit para punção torácica já pronto para uso.
Fonte: Autora.
 » Kit para sução de vias aéreas.
 » Pistola ou aspirador.
 » Luz auxiliar.
 » Sonda uretral nº 10, para aplicação de fármacos intrabronquial.
 » Kit de sutura rápida 
 › Fio de nylon 2-0.
 › Porta agulha.
 › Pinça hemostática halsted curva.
 › Tesoura.
 » Instrumental cirúrgico esterilizado em envelopes individuais.
 » Doppler e gel para o doppler em almotolia pequena.
24
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Figura 12. Doppler vascular.
Fonte: Autora.
 » Tubo de nutrição e / sonda nasogástrica de vários tamanhos.
 » Fármacos de emergência (ver lista das medicações com as quantidades 
sugeridas na Tabela 3).
Figura 13. Kit de toracocentese pronto para uso, o 1º montado com scalp usado para animais pequenos e o 2º 
para animais maiores, montado com agulha 40x12 e extensor de equipo.
Fonte: Rabelo (2012).
Tabela 3. Fármacos que compõem o carrinho de emergência. 
Fármacos Quantidades (Unidade)
Adrenalina (ampola) 5
Aminofilina 1
Amiodarona (ampola) 1
Atropina 5
Bicarbonato 8,4% (frasco) 1
Cloreto de magnésio (frasco) 1
25
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Fármacos Quantidades (Unidade)
Cloreto de potássio 19,4% (ampola) 1
Dexametasona 5
Diazepam ou midazolam (ampola) 5
Fentanil (frasco ampola) 1
Flumazenil (ampola) 1
Furosemida (ampola) 5
Glicose 50% (frasco) 1
Gluc. de cálcio 1
Gluconato de cálcio 10% (ampola) 1
ketamina (frasco) ou etomidato (ampola) 1
Lidocaína 2% (sem vasoconstritor) injetável 1
Lidocaína spray (frasco) 1
Manitol (frasco) 1
Naloxona (ampola) 1
Prometazina 5
Suc. Hidrocortisona 1
Vasopressina (ampola) 5
Fonte: Adaptado de Rabelo (2013).
De acordo com Mc Michael et al. (2013) na parada cardiorrespiratória (PCR), o 
entrosamento da equipe e o local pode ser visto como uma “preparação e prevenção”. 
A entrada da sala de emergência deve ser livre e ter o mínimo de obstáculos possível 
que possam atrapalhar quando estiver sendo utilizada. Os equipamentos devem estar 
distribuídos, identificados e prontos para uso. Carrinho de emergência precisa estar 
reposto, bem como os equipamentos limpos e esterilizados. Já na parte da equipe, ela 
precisa ser bem entrosada e todos precisam saber exercer todas as funções. A delegação 
de um líder é outro ponto que traz vários benefícios, pois esse irá delegar a função 
para cada membro, de acordo com a habilidade pessoal de cada um e da necessidade 
do paciente. Esse tipo de papel é visto apenas na medicina humana, não se tem ainda 
estudos desse tipo na medicina veterinária. Além disso, a utilização de protocolos 
ajuda durante o treinamento da equipe, mas essas evidências são extrapoladas da 
medicina humana.
A biosseguridade é um outro ponto importante, de forma que o descarte de materiais 
perfuro cortantes deve ser feita no local apropriado (caixa de descarte), riscos físicos, a 
26
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
manipulação de medicações, riscos químicos e do próprio animal risco biológico, além 
do ergonômico, dependendo de quanto tempo os profissionais ficaram envolvidos com 
o paciente, muitas vezes em posições ergonomicamente desconfortáveis.
Importante que após o término, a sala precisa ser limpa, higienizada e preparada 
novamente para receber o próximo paciente.
Tabela 4. Categorias para triagem veterinária, colocando o tempo de espera para o atendimento segundo os 5 pontos da 
escala de Manchester.
Categoria Descrição Tempo de espera
Vermelho Imediatamente 0 minutos
Laranja Muito urgente 15 minutos
Amarelo Urgente 30-60 minutos
Verde Padrão 120 minutos
Azul Não urgente 240 minutos
Fonte: Ruys et al. (2012).
Tabela 5. Quadro de classificação de risco do paciente e o tempo de atendimento utilizado em uma clínica veterinária 
BABOO.
Classificação de risco
Tempo de atendimento e alguns sintomas
Emergência - sintomas Urgência - sintomas Rotina - sintomas
 » Estado comatoso
 » Comprometimento cardiovascular
 » Dispneia grave
 » Convulsão
 » Traumas
 » Intoxicação
 » Dilatação / torção gástrica
 » Mordidas / Brigas
 » Desconforto moderado
 » Pequenas feridas abertas
 » Prostração
 » Lesões em membros
 » Problemas digestivos moderados
 » Eutanásia
 » Alterações comportamentais
 » Falta de apetite
 » Sem alterações visíveis
 » Problemas de pele
 » Vacinação
 » Coletas de sangue
 » Consulta
 » Ecografias
Conduta Conduta Conduta
 » Pesar o paciente
 » Colocar o paciente na maca com 
roda
 » Entregar a ficha cadastral para o 
tutor preencher
 » Fazer um breve histórico (Ficha 
de triagem)
 » Atendimento em até 5 minutos
 » Pesar o paciente 
 » Manter o paciente junto ao tutor
 » Preencher a ficha cadastral junto 
ao tutor
 » Atendimento por ordem de 
chegada em até 1 hora
 » Pesar o paciente 
 » Manter o paciente junto ao tutor
 » Preencher a ficha cadastral junto 
ao tutor
 » Atendimento por ordem de 
chegada em até 2 horas
Fonte: Elaborada pela autora.
27
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Tabela 6. Triagem veterinária baseada no sistema de triagem de Manchester utilizando indicadores.
Categoria Subcategoria Discriminador
Vermelho
Respiratório Angústia respiratória severa*
Circulatório
Choque (descompensado)
Hemorragia profusa
Neurológico
Convulsão
Não responsivo
Gastrointestinal Distensão abdominal de início rápido
Obstétrico Presença de partes fetais
Geral
(Suspeita de) hipoglicemia
Temperatura retal ≥ 41º C* ↑
Temperatura retal ≤ 36,7º C* ↑ 
Laranja
Respiratório
Moderada angústia respiratória *
Estridor agudo* ↓
Enfisema subcutâneo
Circulatório
Hemorragia maior não controlada
Sinais de tromboembolismo arterial*
Mucosas pálidas em abcesso de choque
Presença de fluido abdominal
Neurológico
Alteração no nível de consciência
Comportamento anormal agudo*
Vários episódios convulsivos
Perda total da visão de forma aguda
Trauma
Evisceração
Envenenamento de alta letalidade
Protrusão ocular
Penetração ou lesão química ocular ↓
Gastrointestinal
Ingestão de produtos tóxicos
(Possível) ingestão de corpo estranho > 24
horas com anorexia ou vômito
Obstétrico
Trabalho de parto
Histórico de convulsão*
Urogenital
Rápido e repentino inchaço testicularobstrução uretral* ↑
Obstrução uretral* ↑
28
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Categoria Subcategoria Discriminador
Amarelo
Generalizado
Petéquias, púrpuras ou equimoses*
(Suspeita de) hipoglicemia com cetose
Dor severa
Fraqueza generalizada*
Desidratação severa (>8%)
Temperatura retal 40,5-40,9 ºC* ↑
Respiratório Suave angústia respiratória
Circulatório Hemorragia menor não controlada
Neurológico
Déficit agudo de reflexos espinhais / periférico ou deterioração aguda * ↓
Inclinação da cabeça
Histórico de inconsciência (excluindo convulsões sem complicações) *
Envenenamento de moderada letalidade
Trauma
Traumas orais penetrantes
Fraturas expostas / deformidade grave
Feridas na pele média para grande (possível) ingestão de corpo estranho
Gastrointestinal 
Melena * ↓
Histórico recente de trauma
Obstétrico Corrimento sanguinolento anormal pela vagina de animal prenha
Urogenital Coloração vermelha da urina
Generalizado 
Ventroflexão da cabeça e pescoço
Edema fácil ↓
Dor moderada *
Desidratação moderada (5-8%)
Prurido severo * ↓
Anorexia em filhotes
Temperatura retal 40 - 40,4ºC * ↑
Verde Generalizado 
Inflamação local
Vômito
Dor leve recente ou prurido
Convulsão recente isolada
Inchaço
Temperatura retal 39 - 39,9ºC*
Problema recente
Fonte: Ruys et al. (2012).
29
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Tabela 7. Tabela de triagem na recepção usando a Classificação de Classes de Rabelo.
CLASSE I CLASSE II CLASSE III CLASSE IV 
Atendimento 
imediato
respira e/ou ventila 
mal
atender até a 1ª hora, de 
acordo com os sinais
atendimento em até 72 horas 
(dependendo do sinal clínico)
máximo 1 minuto máximo 10 minutos máximo 1 hora máximo 24 - 72 horas
Inconsciente possível estabilidade cardiovascular possível estabilidade 
respiratória, mas com 
comprometimento 
hemodinâmico
proprietário percebe que algo 
não anda bem, mas não define 
exatamente a queixa (vômito, 
diarreia, anorexia etc.)
Apneia ou padrão 
respiratório agônico
possibilidade de 
obstrução das vias 
aéreas
Ausência de pulso ou 
não detectável
dispneia (inspiratória, 
expiratória ou mista)
subestadiar por gravidade 
hemodinâmica
se tiver em compensação periférica 
já é classe III. Nunca subestime 
a classe IV, ele será a classe I de 
amanhãHipotermia
possível presença de choque 
mecânico ou oculto
Midríase lesões mais aparentes (por trauma principalmente)
Ausência de choque 
cardíaco ou não 
detectável
Fonte: Rabelo (2013).
30
CAPÍTULO 2
Tubos, sondas e cateteres
Atualmente cada vez mais recursos vêm sendo utilizados na medicina veterinária 
principalmente quando falamos em cães e gatos, isso porque os cuidados intensivos 
vêm ganhando mais espaço quando pensamos em cuidados hospitalares, e o acesso a 
materiais que antes eram usados mais na medicina humana hoje fazem parte da rotina 
das clinicas veterinárias, como é o caso dos cateteres, tubos e sondas.
O paciente em estado crítico, quando chega ao estabelecimento, umas das primeiras 
providências é o acesso intravenoso, pois é nele onde serão administradas os fármacos 
e fluidos e também pode servir para coleta de material. O calibre do cateter é muito 
importante, quanto maior, melhor, devido à necessidade de reanimação com fluidos, 
o que é muito comum na maioria dos quadros de emergência. 
Conhecer os tubos e escolher qual o melhor local e que tipo será usado é o início de 
tudo, sempre levando em consideração a segurança do paciente e a escolha da melhor 
técnica, bem como o melhor dispositivo intravascular. Além disso, a quantidade 
de líquido que será administrado e por quanto tempo o acesso vai permanecer são 
algumas perguntas que devem ser pensadas. Em filhotes, gatos e principalmente em 
animais muito desidratados o acesso vascular será mais complicado, quanto menor 
mais difícil e associado a isso a vasoconstrição periférica muitas vezes presente já torna 
esse acesso mais complicado. Dessa forma, além dos acessos periféricos que são os 
mais indicados em um primeiro momento, ainda temos o acesso intraósseo e o jugular 
para os pacientes menores. Pacientes que ficarão por um longo tempo internados, o 
acesso venoso central é mais indicado, porque pode permanecer por dias e semanas, 
sem precisar ser trocado. Esse acesso pode ser feito pela veia femoral medial ou veia 
jugular, ele só não pode ser feito quando existe a suspeita de coagulopatias. 
O que será administrado no acesso é uma outra pergunta que precisa ser respondida, 
por exemplo um paciente que possui a necessidade de uma transfusão, um cateter 
menos calibroso não é o indicado, pois pode ter entupimento do cateter e o paciente 
perder o acesso, então, ao invés de um acesso periférico pode ser considerado o acesso 
em uma veia de um calibre maior. O temperamento do animal e os sinais clínicos 
que ele está apresentando são fatores que devem ser considerados. Em animais com 
gastroenterites, o acesso no membro pélvico tem uma chance de contaminação maior 
e animais muito agressivos ou agitados não aceitarão muito bem o acesso na jugular, 
podendo ser outra fonte de contaminação importante no futuro. Abaixo está uma 
tabela com acessos vasculares e suas indicações.
31
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Tabela 8. Principais acessos venosos.
Acessos Indicação 
Veia cefálica Cães e gatos
Veia cefálica acessória (abaixo do carpo) Animais maiores
Veia safena medial Cão e gato
Veia safena lateral Gatos
Veia digital dorsal comum (em cima dos ossos metatarsos) Cães maiores
Veia auricular Cães com orelhas grandes (Ex.: Bassethound)
Jugular qualquer espécie se não tiver restrição com coagulopatias, por exemplo
Intraósseo *Filhotes e Gatos
* A absorção de medicamentos nessa veia é quase tão rápida como no acesso venoso central.
Fonte: Elaborada pela autora.
Em pacientes que permaneceram hospitalizados por um período maior que 5 dias é 
recomendada a colocação de um cateter venoso central que pode permanecer por mais 
tempo no paciente (ADAMANTOS, 2008). Mas alguns fatores devem ser levados em 
consideração quanto à decisão da colocação de um acesso venoso central, como pode 
ser observado na tabela abaixo.
Tabela 9. Utilização do cateter venoso central.
Período de internação maior que 5 dias de administração de fluidos 
Várias coletas de sangue precisam ser feitas durante a internação 
Medir pressão venosa central
Administração de fluido ou medicações hipertônicos
Características individuais de cada animal em que a manutenção do cateter periférico seja difícil
Fonte: Alwood (2009).
Fluidos hiperosmolares ou nutrição parenteral (NP) em decorrência do risco de 
tromboflebite sempre devem ser administrados por meio do Acesso Venoso Central 
(AVC) e a sua assepsia deve ser muito rigorosa e sempre observada durante o manejo 
do paciente.
Existem muitos cateteres no mercado, tanto humano como veterinário, e conhecer 
a capacidade e suas limitações ajuda durante a escolha para a colocação no paciente. 
Durante emergência, onde a reanimação precisa ser rápida, quanto maior o calibre 
melhor será a reanimação. O tipo de material de que é feito o cateter é outra questão 
32
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
a ser levantada, pois a colocação do cateter é um procedimento invasivo, onde é 
preciso perfurar a pele do paciente para acessar o vaso, por isso quanto menos reação 
inflamatória o cateter causar, melhor será para o animal. Aqueles produzidos de 
silicone e poliuretano reagem pouco provocando menos irritação, principalmente o de 
silicone porque além de não ser tão reativo, ainda tem a característica de flexibilidade, 
que é bem recomendável principalmente quando falamos da utilização a longo prazo. 
Os de politetrafluoroetileno (teflon ) são rígidos e têm uma reatividade intermediária, 
sendo pouco indicados principalmente em pacientes sensíveis e que ficaram acamados 
por tempo maior. Os cateteres são divididos em quatro categorias:
 » Scalp ou butterfly.
 » Cateter sobre agulha.
 » Cateter através da agulha.
 » Cateter por técnica de Seldingerou por guia (usado para acesso venoso 
central).
O Scalp também conhecido por butterfly, por ter uma aba de cada lado perecendo 
uma borboleta, é muito usado para administração de medicações e/ou anestesia via 
intravenosa, mas como tem a agulha bem afiada é pouco indicado para fluidoterapia, 
por ser desconfortável para o paciente e correr o risco de lesionar a veia se for deixado 
lá. É utilizado por um curto tempo, sendo no máximo 24 horas. Não deve ser utilizado 
com medicamentos agressivos que podem ocorrer o extravasamento do lúmen venoso, 
caso a parede seja lesionada, exemplo com quimioterápicos. Também é usado para 
coleta de sangue, conectando a seringa na outra ponta. Existem vários calibres e sua 
classificação é feita com numeração ímpar e coloração diferente de acordo com o seu 
diâmetro, como pode ser observado na Tabela 10.
Tabela 10. Calibres dos scalps mais comuns e suas cores.
Calibre do Scalp Cor
Nº 19 branco
Nº 21 verde
Nº 23 azul
Nº 25 laranja
Nº 27 cinza
Fonte: Elaborada pela autora.
33
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Os cateteres venosos sobre agulha são os mais comuns encontrados no dia a dia 
das clínicas, possuem um custo relativamente baixo, são muito utilizados em veias 
periféricas e não têm contraindicação para a sua colocação, a não ser assepsia, que 
precisa ser feita antes da colocação de qualquer cateter. Tem uma duração de curto 
a médio prazo, podendo chegar a 72 até 96 horas, desde que não sejam observados 
flebites no local onde foi colocado. O cateter possui uma agulha em seu interior, que 
penetra primeiro na pele e guia a parte flexível para dentro da veia. Na sequência, 
essa agulha é retirada, permanecendo apenas a parte flexível, dentro do lúmen. 
A composição desse tipo de cateter costuma ser de propileno etileno fluorado, FEP , 
possuem baixa trombogenicidade. Possuem ainda uma variedade bem grande de 
calibres e comprimentos, como podemos ver na Tabela 11.
Tabela 11. Calibres de cateter, cores e sua vazão.
Calibre do 
Cateter Cor Vazão (ml/min) Vazão (ml/hora)
Diâmetro x comprimento do 
cateter
Nº 18G verde 105 6300 1,3x45mm
Nº 20G rosa 60 3600 1,1x65mm
Nº 22G azul 35 2100 0,9x25mm
Nº 24G amarelo 22 1320 0,7x19mm
Fonte: Adaptada pela autora (www.braun.com.br/).
Figura 14. Cateter de nº 18 (verde), nº 20 (rosa), nº 22 (azul) e nº 24 (amarelo).
Fonte: Autora.
No caso do cateter através da agulha o mais utilizado é da técnica “peel-away”, que é 
usado para fazer acesso venoso central. Na veterinária, o acesso central mais utilizado 
34
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
é o da veia jugular, mas pode ser realizado também veia safena ou na veia cava caudal, 
onde o cateter é posicionado usando a técnica de colocação de um cateter venoso, 
em seguida um fio é inserido através da agulha que foi introduzida, depois do fio 
posicionado o cateter que foi colocado inicialmente é retirado e um dilatado é colocado 
por entre o fio para aumentar o espaço e, logo depois, o mesmo é retirado. O cateter, 
então, é colocado ainda com o fio e depois de posicionado o fio é retirado. O cateter é 
suturado e o local enfaixado firmemente para evitar a movimentação e contaminação. 
O sangue das duas portas do cateter é limpo com uma seringa contendo solução salina 
heparinizada, é feita uma limpeza geral e o cateter é seguro usando uma faixa (muito 
importante não apertar demais o local). Para fazer esse acesso, é muito importante 
que o procedimento seja realizado em local onde todas as condutas de assepsia sejam 
respeitadas, a colocação desse tipo de acesso normalmente acontece em animais bem 
debilitados, porém a sedação ou anestesia é mais recomendando, evitando futuros 
acidentes durante o procedimento. 
Independente do dispositivo intravascular escolhido, a assepsia precisa ser realizada, 
a tricotomia deve ser feita em todas as situações e o manejo precisa ser diário, no 
mínimo duas vezes ao dia. Algumas orientações são descritas abaixo:
 » Inspeção a cada 12 horas.
 » Observar:
 › sinais de calor;
 › secreção;
 › inchaço;
 › dor;
 › eritema;
 › extravasamento de fluido.
 » Membros não podem estar edemaciados.
 » Inchaço dos dedos. Observar porque às vezes não teve extravasamento de 
fluido e o inchaço pode ser porque a fita microporosa ou esparadrapo está 
apertando, dessa maneira, é só folgar um pouco e reavaliar.
 » Cateteres colocados na jugular. Cuidado com a compressão da bandagem 
para evitar inchaço ocasionando até obstrução das vias aéreas superiores. 
35
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Para não colocar muito apertado, coloque a mão dentro quando estiver 
enfaixando. Isso ajuda a não apertar tanto. 
 » Todas as vezes que o cateter for checado, a bandagem precisa ser trocada.
Apesar de todos os cuidados necessários durante a manutenção do cateter, ainda assim 
algumas complicações podem acontecer, como flebites e tromboflebites. Essa é uma 
das complicações mais comuns, que pode ser apenas devido à inflamação do vaso ou 
está associada a uma infecção, visto que onde o cateter é colocado se torna uma porta 
de entrada para contaminantes. 
Tromboses e tromboembólicas é um outro inconveniente que pode acontecer em 
decorrência da formação de coágulos sanguíneos dentro do lúmen do cateter ou entre 
o cateter e a parede do vaso. 
Embolia gasosa é mais comum em cateter venoso central (CVC), acontece quando 
tem bolhas de ar dentro da linha central e depois ela é inserida no vaso.
Para os pacientes que precisam de uma alimentação total ou mesmo parcial de nutrição 
parenteral, ela precisa ser feita por meio do cateter venoso central por se tratar de um 
conteúdo espesso, e o CVC tem um calibre considerável, sendo muito útil para esse tipo de 
alimentação, evitando dessa maneira futuras reações inflamatórias (MONTEIRO, 2017). 
Para a colocação do CVC é recomendado utilizar o kit que tem o fio condutor, a 
guia para o passador de fio e o dilatador vascular. Assim, a entrada do CVC da 
pele até o tecido subcutâneo se torna menos difícil. 
Para colocação do CVC, o paciente precisar estar em um local com boa higienização, de 
preferência um centro cirúrgico, e deverá estar anestesiado. Após a assepsia realizada com 
ele em decúbito lateral, insira a agulha na veia jugular, verifique se está dentro da veia 
fazendo a aspiração de sangue pela seringa do kit. Encaixe o fio guia e cuidadosamente 
faça a introdução do fio guia dentro da veia jugular até chegar à porção média. Depois 
de passar o fio guia, o dilatador é introduzido através dele. Esse dilatador tem a função 
de facilitar a passagem do CVC que é inserido na sequência até chegar à sua posição. 
Depois de estar no lugar, o fio guia é retirado. A fixação do CVC será feita com ponto 
simples. E deve passar pelo orifício presente no corpo do cateter que tem essa função. 
O sangue, então, deve ser aspirado pelo CVC de modo a preencher todo o cateter e 
evitar, assim, a chance de trombos de ar dentro dele. Depois será colocado com uma 
solução salina heparinizada (diluição 0,1ml de heparina para cada 9,9ml de fluido 
isotônico usado como diluente). 
36
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Com o CVC posicionado deve ser feito o cálculo do requerimento energético em 
repouso (RER) que deve ser calculado todos os dias e ajustado de acordo com o ganho 
de peso do paciente. Depois que o paciente voltar à alimentação espontânea, quando 
ele estiver ingerindo pelo menos 75% do total de Kcal necessário do dia, a alimentação 
parenteral pode ser suspensa e mantida a manutenção diária através de via oral ou via 
sonda para alimentação enteral. 
Figura 15. Acesso à jugular e aspiração para ver se está dentro da veia.
Fonte: Arquivo pessoal - Rabelo (2015).
Figura 16. Encaixe do fio guia para dentro da veia.
Fonte: Arquivo pessoal – Rabelo (2015).
37
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Figura 17. Usando o guia de referência, faça um corte para colocação do dilatador.
Fonte: Arquivo pessoal – Rabelo (2015).
Figura 18. Encaixe do dilatador dentro do fio guia e a introdução delepara o CVC entrar com maior facilidade.
Fonte: Arquivo pessoal – Rabelo (2015).
Figura 19. Retirado o dilatador, introduza o CVC.
Fonte: Arquivo pessoal – Rabelo (2015).
38
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Tabela 12. Passo a passo que deve ser feito para a introdução da alimentação parenteral.
Cálculo de Requerimento Energético em Repouso = 70 x (peso corporal em Kg)
Dias Quantidade fornecida em Kcal calculadas do dia
1º dia 25% total calculado
2º dia 50% total calculado
3º dia 75% total calculado
4º dia 100% total calculado
Fonte: Elaborada pela autora.
Além do acesso venoso é comum a colocação de sondas e tubos em pacientes de 
urgência, conforme o sistema que está acometido. As sondas nasogástricas e uretrais 
são muito utilizadas para alimentação e acompanhamento do débito urinário, a sonda 
endotraqueal em gatos e em situações em que o paciente não possa deglutir é outra 
opção de ajuda. Pacientes com dificuldade de oxigenação podem usar o cateter nasal 
em óculos ou, se estão com as vias aéreas obstruídas, precisam do tubo endotraqueal.
As sondas nasogástricas, também conhecidas como sondas de alimentação, são 
muito usadas em pacientes na internação, especialmente naqueles casos graves e em 
pacientes pós cirúrgicos. Cada vez mais esse procedimento vem aumentando, visto 
que a recuperação dos pacientes que recebem a alimentação adequada é mais rápida. 
O paciente precisa ser pesado todos os dias e a necessidade energética ajustada. 
Importante observar que o animal não pode perder peso durante sua estadia no hospital. 
Se isso estiver acontecendo é preciso rever todos os pontos, pois provavelmente tem 
algo errado.
É muito importante sempre oferecer alimento principalmente para os gatos, mas 
nunca deve forçar a sua alimentação via oral. Se o paciente não quiser o alimento, 
ofereça novamente após a administração de medicamentos para náuseas e procinéticos. 
Com gatos podemos tentar vários tipos de alimentos ou sabores para estimular a 
alimentação, pois eles são muito seletivos. Mesmo nos pacientes que estão se alimentando 
via oral, a quantidade ingerida precisa ser mensurada, pois eles tendem a comer menos 
que o recomendado, sendo necessária uma suplementação via enteral ou parenteral. 
A colocação da sonda nasogástrica é feita com o paciente acordado, minimizando, dessa 
maneira, riscos e complicações que podem acontecer quando existe a necessidade de 
sedação e/ou anestesia. Para realizar esse procedimento, primeiro é preciso medir o 
quanto a sonda irá entrar, então, com a sonda do lado de fora palpa-se o último espaço 
intercostal e mede-se a ponta arredondada da sonda nesse espaço, estica ela até a ponta 
39
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
da narina e com uma caneta, marque até onde a sonda irá entrar (importante que essa 
marcação seja realizada com um marcador permanente, pois pode servir para ver se a 
sonda não saiu do lugar durante o acompanhamento na internação).
Após a mensuração da sonda, coloque um pouco de lidocaína em gel ou líquida na 
narina que será introduzida a sonda a fim de ter menos incômodo e facilitar o seu 
deslizamento. Posicione o paciente sentado de frente para você, a cabeça deve ser 
elevada para cima e cuidadosamente a sonda deve ser introduzida, a fim de evitar 
sangramentos. No final da narina terá um pouco de resistência, mas, com delicadeza, 
mova suavemente a cabeça do animal para a sonda penetrar com maior facilidade. 
Depois disso você pode observar que ele tem o reflexo de deglutição ajudando, assim, 
a sonda seguir o caminho para o estômago. Quando a marcação que foi feita chegar 
à ponta do nariz, significa que ela está posicionada, para ver se está no local certo, 
aspire e virá conteúdo gástrico, normalmente o conteúdo presente é bem amarelo e 
dependendo do quadro do paciente poderá ter sangue. Outra forma é colocar 10 ml de 
solução salina pela sonda e, se o paciente tossir, existe possibilidade de a sonda estar 
posicionada na traqueia, devendo-se tirar e reposicionar novamente. Outra maneira é 
fazer um raio-x, para certificar-se do posicionamento correto da localização do tubo. 
Confirmada a localização correta da sonda, ela deve ser fixada em pelo menos 3 pontos 
(na lateral da narina, na fronte e atrás da cabeça) para evitar a sua retirada pelo animal. 
Além da alimentação, essa sonda pode ser utilizada para descompressão do estômago 
e lavagem do conteúdo gástrico.
Figura 20. Posicionamento da sonda na lateral da narina. 1º ponto de apoio, levando para cima para prender acima do osso 
frontal, 2º ponto de apoio e, na sequência, atrás da cabeça, 3º ponto de apoio.
Fonte: GAS (2017).
No caso dos gatos que possuem as narinas muito pequenas, dificultando dessa maneira 
a passagem da sonda, e o tipo de alimento muitas vezes é incompatível com a espessura 
40
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
da sonda, dificultando a administração correta da quantidade nutricional diária é 
recomendado a faringostomia ou esofagostomia, como primeira opção no lugar da 
sonda nasogástrica. A contraindicação é que o paciente precisa ser anestesiado para a 
realização desse procedimento.
Da mesma maneira que a sonda nasogástrica precisa ser medida, a sonda de esofagotomia 
também precisa e seu calibre precisa ter o suficiente para administração de uma grande 
quantidade de alimentação líquida e /ou medicamentos em suspensão. 
Com o paciente anestesiado e intubado, faça a tricotomia e assepsia adequada, cubra 
com um pano de campo, pois será feito um corte e precisa ter todos os cuidados para 
evitar contaminações. Introduza pela boca uma pinça hemostática curva longa fechada 
até atingir a faringe ou esôfago, cuidadosamente gire a pinça ainda fechada para cima 
e assim vai aparecer elevando a pele. Com um bisturi guiado pela pinça faça a incisão 
na pele, tecido subcutâneo e musculatura até a ponta da pinça aparecer (Figura 22).
Figura 21. Posicionamento da pinça na saída da faringe para o esôfago. Se quiser posicionar no esôfago, só introduzir um 
pouco mais a pinça.
Fonte: GAS (2017).
Figura 22. Incisão da pele e do tecido subcutâneo até o aparecimento da pinça.
Fonte: GAS (2017).
41
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Após a saída da pinça pela pele, a mesma é aberta e a sonda é colocada. Em seguida, 
ela é puxada até sair pela boca do paciente por onde a pinça foi introduzida. A sonda, 
então, é reposicionada para entrar novamente em direção a faringe e esôfago, usando 
a própria pinça para auxiliar. Depois de reposicionada, a sonda deve ser fixada à pele 
com uma sutura do tipo bailarina por ser mais segura.
Figura 23. Abertura da pinça após a incisão.
Fonte: GAS (2017).
Figura 24. Apreensão da sonda pela pinça, que irá puxar na direção cranial.
Fonte: GAS (2017).
Figura 25. Retirada da sonda pela boca, após ser puxada pela pinça.
Fonte: GAS (2017).
42
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
Figura 26. Reposicionando cuidadosamente a ponta da sonda em direção ao esôfago.
Fonte: GAS (2017).
Alguns pacientes graves podem não ter condições de colocar sonda para a nutrição 
enteral, sendo preciso a colocação do cateter venoso central para administração de 
uma nutrição parenteral.
Cateteres urinários, também conhecidos como sondas urinárias, são utilizados para 
esvaziar a vesícula urinária, verificar a presença de cálculo na uretra desde a entrada 
do pênis ou da vagina até a entrada da vesícula urinária e acompanhamento do débito 
urinário que é mensurado em ml de urina produzidos por hora e Kg de peso vivo do 
paciente. 
No caso dos gatos, existe uma sonda chamada Tom Cat, diferente das outras sondas 
que são feitas com material flexível. Essa é uma sonda rígida e muito utilizada na 
desobstrução da uretra dos pacientes com urolitíase, porém precisa ser usada com 
muito cuidado para não lesionar ainda mais a uretra. Por isso, ela deve ser manejada 
sempre com fluido sob pressão e servirá como guia para esse fluido, movimentando o 
urólito de volta para bexiga. Depois de realizar a desobstrução é recomendado substituiressa sonda por uma flexível, caso seja preciso. A fixação da sonda urinária deve ser 
feita pela sutura tipo bailarina, da mesma forma que a fixação da sonda esofágica que 
já foi descrita anteriormente. Para a remoção, cortar a sutura de fixação e puxar com 
cuidado até a retirada por completo da sonda.
Figura 27. Sonda urinária flexível com guia para gatos.
Fonte: Autora.
43
PRINCÍPIOS GERAIS | UNIDADE I
Figura 28. Sonda urinária rígida, com local para sutura para gatos.
Fonte: Autora.
Figura 29. Sonda urinária nº 04.
Fonte: Autora.
A sondas de oxigenação são utilizadas no recebimento do oxigênio para aqueles 
pacientes com hipóxia. Ela pode ser unilateral ou bilateral e na ponta dela acoplado 
um tubo que será ligado ao cilindro de oxigênio ou ao concentrador de oxigênio. 
A sonda de oxigenação precisa ser ajustada ao tamanho da cavidade nasal do paciente. 
Drenos servem para retirada de líquidos ou ar de um local ou cavidade. Eles podem 
ser usados em muitas situações, como em feridas infectadas, abcessos, órgãos ocos, 
deiscência operatória. Vão trazer o conteúdo interno para o ambiente.
Os cuidados de enfermagem são essenciais para a segurança do paciente, evitando riscos 
de infecções. Estudaremos melhor esses cuidados na parte de cuidados de enfermagem, 
porém alguns pontos devem ser sempre considerados como os descritos a seguir.
44
UNIDADE I | PRINCÍPIOS GERAIS
 » Usar EPIs é fundamental.
 » Lavar as mãos (antes e depois dos procedimentos).
 » Usar luvas.
 » Seguir protocolos.
 » Comunicar-se dentro do estabelecimento.
 » Avaliar o local do cateter, sonda, dreno, tubo.
 » Identificar a data e hora, quem e qual o cateter que foi colocado.
 » Trocar diariamente o curativo.
 » Observar a presença de sinais de flebite ou irritações.
 » Trocar cateteres periféricos no máximo a cada 96 horas.
45
UNIDADE IIATENDIMENTO
CAPÍTULO 1
Atendimento ao cliente
Ao pensar em atendimento ao cliente logo vêm à mente orientações que muitos buscam 
por meio de telefone ou pessoalmente, às vezes tentando minimizar custos ou em 
outras, por desconhecimento mesmo da gravidade da situação em que o seu animal 
se encontra. Saber interpretar essas perguntas para passar a informação precisa nem 
sempre é uma tarefa fácil, principalmente porque muitas vezes o paciente não está 
presente, o que não acontece na medicina humana. 
Na medicina veterinária, a emergência é um tema pouco estudado, mas cada dia vem 
ganhando mais adeptos, e junto com essa especialidade nos deparamos com uma das 
primeiras coisas que são fundamentais para o tratamento emergencial: em quanto 
tempo será feito o atendimento? Pensando nisso, um protocolo de triagem precisa ser 
implantado em todas as clínicas e hospitais que vão fornecer esse serviço, começando 
pela triagem e orientação do paciente até procedimentos mais invasivos.
O que é que será tratado primeiro? Em uma situação em que temos vários pacientes, 
qual estratégia será adotada para o atendimento? 
Na medicina humana, o primeiro relato de triagem veio durante a Revolução Francesa, 
pelo Barão de Lerrey, que acompanhava os soldados de Napoleão Bonaparte, onde o 
cirurgião do exército avaliava o soldado ferido rapidamente e separava aqueles que 
precisavam de atendimento urgente para que tivesse prioridade no tratamento com 
o intuito de voltar o mais rápido ao campo de batalha. Esse é o primeiro relato de 
triagem da história (SACCO et al., 2005). Depois disso, essa triagem foi se encorpando 
e, durante a segunda guerra mundial, médicos e enfermeiros começaram a montar 
modelos para classificar os soldados que precisavam de atendimento. 
Nas últimas décadas, com o aumento populacional, a demanda nos hospitais também 
acabou crescendo e, dessa maneira, identificar os pacientes críticos na sala de emergência 
passou a ser um ponto fundamental, eficiente e seguro para atender os casos mais 
críticos e num segundo momento os pacientes com a gravidade menor.
46
UNIDADE II | ATENDIMENTO
Triagem: separação, processo através do qual os pacientes são separados por 
ordem de acordo com a gravidade de sua condição: triagem médica. Seleção; 
ação de separar dos demais: triagem de mercadorias. (Fonte: Dicionario.
com.br)
A essas formas de classificação foi dado o nome de triagem, que significa, escolher, 
separar, tipar tudo que é feito em um local onde tem vários pacientes que precisam 
ser atendidos o mais rápido possível. Segundo Coutinho, Cecílio e Mota (2012), esse 
termo engloba muito mais que separar, mas envolve um processo mais amplo onde 
se determina atribuição por prioridades, seleção e evacuação de pacientes. Caso essa 
seleção seja realizada de forma incorreta, pessoas com um quadro grave podem levar 
mais tempo para ser atendidas, dessa forma resultando em uma maior piora do quadro. 
A identificação precoce do problema torna mais ágil o atendimento e menor risco de 
mortalidade para o paciente (HAYES et al., 2010). 
Para definir a gravidade da doença, podemos seguir um sistema baseado em pontuação 
para prever o risco de mortalidade do paciente. Atualmente existem diversos protocolos 
de triagem no mundo todo, mas todos eles buscam identificar, classificar e tratar o 
paciente o mais rápido possível. Todos esses protocolos existentes são baseados em 
“sistema de 5 pontos”.
Na veterinária, a triagem ainda não é muito difundida e segundo estudos publicados 
apenas depois de 2000 efetivamente vem sendo utilizado nos hospitais que prestam 
esse tipo de atendimento. Frequentemente nos deparamos com diversas situações, 
principalmente por desconhecimento do tutor sobre a importância de procurar 
atendimento veterinário para o seu animal e, ao chegar, ele não consegue passar as 
informações corretas ou em ordem cronológica para auxiliar o veterinário. 
Expectativa do cliente:
 » Ser tratado com educação.
 » Estar em um ambiente agradável.
 » Ter seu animal recuperado.
 » Ter nutrição necessária.
 » Não pegar nenhuma infecção hospitalar.
 » Pagar um preço justo.
47
CAPÍTULO 2
Cuidados de enfermagem e internação
O enfermeiro veterinário é um elo fundamental na corrente do intensivíssimo. É ele 
quem vai lidar diretamente com o paciente crítico. Conseguir avaliar precocemente 
as mínimas alterações desses pacientes é um dos pontos chaves na internação junto 
aos pacientes com cuidados intensivos. Na mesma forma que a triagem é feita na 
chegada do paciente na clínica, dentro da internação essa mesma linha de raciocínio 
continua, visto a evolução no paciente é constante e as respostas ou ausência delas 
ao tratamento proposto continuam acontecendo e a necessidade de reavaliação é 
constante para priorizar sempre os mais enfermos, pois esses correm risco evidente 
de óbito. O enfermeiro ou o veterinário que fará os cuidados na internação precisa 
avaliar rapidamente o estado dos animais para saber qual doente necessita da atenção 
naquele momento. Essa avaliação acontece de forma dinâmica, pois a observação das 
condições e o monitoramento dos parâmetros não param.
Conhecer os equipamentos e saber como utilizá-los é outro ponto importante durante 
o suporte dos pacientes hospitalizados. Segundo Savino (2013), o enfermeiro de 
cuidados intensivos tem um papel único na equipe por se tratar de uma extensão do 
médico veterinário intensivista, pois esse tipo de paciente necessita de cuidados 24 
horas por dia.
A monitorização do paciente de emergência precisa ser precisa e padronizada, os 
quatro sistemas devem ser avaliados frequentemente, e ter uma sequência de como 
essa avaliação será realizada ajuda a evitar esquecimentos. Para os que ainda não estão 
acostumados com o dia a dia da rotina, seguir protocolos e listas de checagem auxilia 
muito no início. A frequência de monitorização irá variar de acordo com a classificação 
desse doente e da evolução do quadro que está manifestando. 
Tabela 13. Cuidados básicos de enfermagem na monitorização de pacientes críticos dentro da internação.
Avaliar Tempo Observações 
Temperaturaretal e periférica 4-12 horas 
O delta de temperatura entre as 2 temperaturas não pode 
ser maior que 2ºC
 
Coloração de mucosa 
2 a 12 horas
 
TPC 
qualidade de pulso 
Frequência cardíaca 
48
UNIDADE II | ATENDIMENTO
Avaliar Tempo Observações 
Frequência 
2 a 12 horas
 
Esforço respiratório 
Checar % de oxigênio 2 a 4 horas 
Produção urinária e palpação de 
bexiga 2 a 6 horas 
Presença de vômito, regurgitação 4 a 8 horas 
Oferecer água e comida Importante anotar a quantidade de alimento e especificar o tipo de alimento
Peristaltismo intestinal 4 a 8 horas 
Controle de dor 2 a 4 horas 
Estado neurológico e mental 2 a 6 horas 
Troca de decúbito 4 horas 
Lubrificar os olhos 2 a 4 horas Paciente em coma que não consegue piscar
Checar fluidos EV 2 horas Verificar se foi o prescrito e qual a frequência
Checar drenos, cateteres, ataduras 4 a 8 horas Ver ser não está muito apertado, sangrando, limpeza
Heparinização cateter intravenosos 4 a 6 horas Avaliação de permeabilidade
Exames: hematócrito, sólidos totais, 
glicose sanguínea, ureia 2 a 24 horas Vai de acordo com a gravidade do caso
Fonte: Adaptado pela autora, de King (2013).
Qualquer mudança deve ser vista rapidamente e cada sistema tem especificidades 
para ser monitoradas e avaliadas. No sistema cardiovascular precisa ser acompanhado 
o TPC (tempo de preenchimento capilar), coloração da mucosa, pulso e frequência 
cardíaca. Isso é o mínimo a ser observado. Há também a pressão arterial, pressão venosa 
central, eletrocardiograma que, dependendo do paciente, precisa ser acompanhado. 
King (2013) montou uma ordem de monitorização avançada de enfermagem para 
cães e gatos críticos.
Tabela 14. Cuidados básicos de cães e gatos críticos, segundo King (2013).
Avaliar Tempo Observações 
Eletrocardiografia (ECG) contínua ou intermitente Anotar arritmias
Pressão sanguínea (direta ou indireta) contínua ou a cada 2 a 12 horas 
Monitoração de pressão da artéria pulmonar 
ou capilares pulmonares contínua ou a cada 2 horas 
Oximetria de pulso contínua ou a cada 2 a 12 horas 
Capnografia ao final da expiração contínua ou a cada 2 a 12 horas 
49
ATENDIMENTO | UNIDADE II
Avaliar Tempo Observações 
Hemogasometria arterial 2 a 24 horas 
quantificação de débito urinário 2 a 24 horas 
Monitorar pressão intra-abdominal 2 a 6 horas 
Mensura eletrólito 4 a 24 horas 
Osmometria de coloide 4 a 24 horas 
Nebulização e taponagem 10 a 20 min a cada 2 a 6 horas 
Verificar e limpar tubo de traqueostomia 2 a 4 horas 
Aspirar drenos torácicos 2 a 4 horas Registrar volumes de ar e fluxo obtidos 
Registrar ajustes de ventilador mecânico, 
pressão das vias aéreas e volume expirado a cada 2 horas 
Diálise peritoneal: Infundir o dialisato 
(solução de diálise)
colocar e tirar a cada 1 a 2 
horas
Registrar volumes e qualidade do 
fluido obtido
Fonte: Adaptado pela autora, de King (2013).
O tempo de preenchimento capilar (TPC) é avaliado na mucosa da gengiva apertando a 
mucosa acima do canino nos cães, e nos gatos é observado olhando a mucosa palatina. 
O preenchimento ideal seria de 1 a 1,25 segundos. A coloração em cães é rosa e em gatos 
é um rosa mais claro, tipo rosa bebê. Se a coloração da mucosa estiver diferente disso, 
alguma coisa está fora do normal e precisa ser pesquisada. Um TPC aumentado mostra 
que existe menos fluxo sanguíneo periférico muito comum associado a hipovolemia 
e insuficiência cardíaca. 
O pulso deve ser sempre palpado, mas nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente 
em gatos. Podemos palpar o pulso na femoral e na artéria podal dorsal, sendo o pulso 
na femoral mais fácil de encontrar. A palpação não pode ser feita com o dedão, pois 
pode ser confundida com a sua própria pulsação. Apesar de ser mais fácil sentir a 
pulsação na femoral é indicado que tente sempre palpar a podal também, pois quando 
existe uma perfusão ruim, a diminuição desse pulso acontecerá primeiro nela e depois 
na femoral. Quando não conseguimos sentir o pulso nela, geralmente o paciente está 
com uma pressão sistólica mais baixa, podendo ser um indicativo de choque. O pulso 
deve ser sincrônico com os batimentos cardíacos, dessa forma auscultar e sentir o 
pulso é muito valido. Quando eles não estão sincrônicos podemos pesquisar possíveis 
problemas de arritmias cardíacas (KING, 2013).
O ritmo cardíaco e sua frequência, quando avaliados, precisa-se observar se o animal 
não está muito estressado. Animais fora de sua zona de conforto tendem a elevar a sua 
frequência cardíaca, o normal para cães é de 80 a 120 bpm (batimentos por minuto) e 
gatos de 170 a 220 bpm. Quando o paciente auscultado tem sons diferentes do normal, 
50
UNIDADE II | ATENDIMENTO
por exemplo ritmo de galope, abafado, murmúrio, arritmias, o som ouvido precisa ser 
anotado na ficha do paciente e o mesmo encaminhado para monitoramento com ECG. 
Quando é só uma verificação rápida podem ser colocados jacarés, mas como nas maiorias 
dos casos a monitorização será constante, a utilização de adesivos torna-se mais eficaz 
e o paciente irá aceitar de forma melhor, diminuindo o estresse. Importante depois 
de manipular o paciente, antes de começar a marcar, deixar o paciente em repouso 
na gaiola ou no berço para se tranquilizar e só depois fazer o exame realmente. Em 
pacientes cardíacos que estão na internação é importante mensurar a pressão venosa 
central (PVC) para evitar sobrecarga de fluidoterapia e, claro, a pressão arterial também 
precisa ser monitorada principalmente em paciente com alterações cardíacas. Além 
disso, o acompanhamento não se faz com os sistemas separados, a leitura da evolução 
do quadro é a junção de todas as alterações observadas nos quatro sistemas, um acaba 
complementando o outro e é necessário a avaliação de todos para tomada de decisão. 
Figura 30. Mucosa congesta de coloração bastante vermelha.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 31. Mucosa ictérica (coloração amarelada).
Fonte: Autora.
51
ATENDIMENTO | UNIDADE II
Tabela 15. Coloração das mucosas, associadas com suas possíveis indicações.
Coloração O que pode indicar
Cianose azul ou púrpura severa hipóxia arterial com risco à vida
Branca, pálida, cinza ou escura má perfusão ou anemia
Vermelhas excitação, febre, SIRS com sepse, pancreatite severa, neoplasia metastática
Icterícia amarelada doença hepática, obstrução do fluxo biliar
Marrom envenenamento por paracetamol (acetaminofeno)
Vermelho cereja envenenamento por monóxido de carbono em gatos
SIRS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica
Fonte: Autora.
Figura 32. Como é feita a palpação na artéria podal dorsal. Ela fica localizada no craniomedial no membro posterior abaixo 
do jarrete.
Fonte: King (2013).
Figura 33. Para a colocação dos adesivos precisa fazer a tricotomia, a limpeza com álcool, secar bem para o adesivo prender 
melhor, depois reforçar com esparadrapo. Se a monitorização não for constante, retirar o fio e deixar o adesivo para acoplar 
novamente na hora da avaliação.
Fonte: King (2013).
52
UNIDADE II | ATENDIMENTO
Para monitorização do sistema respiratório é preciso esperar o paciente se acalmar para 
conseguir fazê-lo, com dispneico precisamos avaliar bem e pesar a real necessidade de 
manipulá-lo, muitas vezes ter uma abordagem diferente na avaliação desse paciente pode 
ser favorável. Podemos iniciar essa avaliação sem precisar colocar a mão no paciente, 
principalmente em gatos onde o manejo acaba sendo mais difícil. Com o animal em 
repouso, observe a frequência respiratória e como está o esforço e a auscultação dos 
pulmões. Naqueles mais estressados, deixe a auscultação por último. A frequência 
varia de 15 a 30 respirações por minuto (rpm) e o movimento é bem leve em animais 
normais, mas se torna mais forte quando o paciente está com dificuldade, porque ele 
precisa fazer um esforço maior para conseguir respirar. Pacientes estressados mudam a 
posição tentando obter uma respiração melhor. Eles tendem a aumentar os movimentos 
abdominais e ficarde pé é uma das opções que os deixam mais confortáveis, podendo 
também respirar de boca aberta, abduzir os cotovelos e esticar o pescoço. No caso dos 
gatos, eles preferem ficar em decúbito external, a piora do quadro evolui para decúbito 
lateral e respiração de boca aberta. Se não tiver intervenção, leva à morte.
Observando o padrão respiratório, podemos definir onde está o possível problema. 
Obstruções de vias aéreas superiores costumam ter uma respiração prolongada e 
com estridor e expiração curta. Esses pacientes tendem a estar mais ofegantes e sua 
temperatura mais elevada, visto que não conseguirão fazer a termorregulação de 
maneira apropriada. Às vezes, essas características podem não estar apenas nas vias 
aéreas superiores, mas nas inferiores também. Nesse caso conseguimos observar 
através da auscultação dos pulmões. Para obter um bom exame podemos dividir o tórax 
em quadrantes, de forma que se ausculte bem cada quadrante. O normal é auscultar 
sons mais graves e altos na parte crânio-ventral quando comparados com os sons 
caudoventrais. Os sons de todos os quadrantes precisam ser simétricos. O normal é 
ouvir som claro, que significa o ar passando, na efusão pleural e pneumotórax, temos 
o som abafado e na parte ventral auscultam-se menos sons. Já no edema pulmonar, se 
ausculta crepitação e pode acontecer por sobrecarga de fluido, insuficiência cardíaca 
congestiva e doença parênquima pulmonar crônica como fibrose pulmonar.
Tabela 16. Como diferenciar os sons de acordo com o problema apresentado.
Alteração Auscultação Percussão
Efusão pleural Abafado Maciço
Edema pulmonar Crepitação Submaciço, som claro
Pneumotórax Abafado Timpânico
Fonte: Elaborada pela autora.
53
ATENDIMENTO | UNIDADE II
Em pacientes com doença respiratória, a oxigenoterapia é um procedimento comum 
de ser realizado. Mas nem sempre fácil de realizar, nem todos os animais aceitam 
muito bem a suplementação de oxigênio com máscara, então precisamos ter outras 
alternativas que estressem menos, como cateter nasal, cânula nasal, gaiola de oxigênio, 
colar elizabetano com papel filme na frente. Gatos e cães braquicefálicos aceitam bem 
essa forma de oxigenação (importante colocar o oxigênio vindo por baixo e deixar uma 
abertura na parte de cima do colar para a saída de CO2). Devemos lembrar sempre 
que devemos trabalhar com o que o paciente está deixando, ir contra a vontade dele 
irá piorar o quadro respiratório. Para acompanhar, podemos utilizar o aparelho de 
oximetria de pulso (Figura 38), que é um método não invasivo, onde é mesurada a 
saturação de hemoglobina (SpO2) ou pode ser feito de uma forma invasiva, por meio 
da hemogasometria arterial onde é mensurado PaO2, essas amostras normalmente 
são obtidas da artéria femoral ou podal dorsal.
 » O oxímetro pode ser colocado em vários locais como língua, orelha, lábios, 
prepúcio, prega inguinal de pele, mas o paciente precisa estar em repouso. 
Em animais agitados, os resultados precisam ser desconsiderados. 
 » A suplementação de oxigênio inspirado principalmente se esse for a longo 
prazo precisa ser o mínimo possível para evitar toxicidade do oxigênio. 
Segundo King (2013), é preferível manter o oxigênio inspirado em 40% quando 
falamos em terapia a longo prazo. 
Figura 34. Paciente recebendo oxigênio na máscara.
Fonte: Autora.
54
UNIDADE II | ATENDIMENTO
Figura 35. Oxigênio recebido através de um cateter urinário que foi adaptado para receber o oxigênio.
Fonte: King (2013).
Figura 36. Paciente com o colar elizabetano com papel filme na frente.
Fonte: Arquivo pessoal, cedida por Christine S. Martins, UnB.
Figura 37. Cateter nasal unilateral como forma de fornecimento de oxigênio.
Fonte: https://vet.ufmg.br/ARQUIVOS/FCK/file/editora/cteletronico%2087%20Emergencia%20em%20Medicina%20Veterin%C3%A1ria.compressed.pdf.
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ATENDIMENTO | UNIDADE II
Figura 38. Aparelho de oximetria de pulso.
Fonte: Autora.
Na monitoração do sistema neurológico, a preocupação está na fraqueza muscular e na 
depressão do sistema nervoso, onde conseguimos ver alterações no estado mental do 
paciente e alterações de marcha. Abaixo estão as alterações observadas com alterações 
no sistema nervoso:
 » Estado mental: Apático.
 » Depressão.
 » Estupor.
 » Coma.
 » Hiperexcitabilidade.
 » Convulsão.
 » Histeria.
 » Torpor (mas pode estar junto com alteração de outros sistemas).
Qualquer paciente que tem alteração no estado mental precisa ter a sua glicose sanguínea 
mensurada. A hipoglicemia é uma alteração de fácil tratamento, mas causa danos que 
podem ser irreversíveis, se não for tratada. 
As convulsões são uma emergência neurológica comum, encontrada após traumas 
cranianos. Quando associada à hipertermia, o quadro pode ser ainda mais grave, 
podendo ser fatal. Pacientes em acompanhamento com a pressão intracraniana alta 
56
UNIDADE II | ATENDIMENTO
precisam ter uma elevação de ângulo de cabeça de 30 graus para ajudar no retorno 
venoso, diminuindo, assim, a pressão intracraniana. Outra coisa importante é colocar 
com cuidado o paciente inteiro na mesa, não levantar apenas a cabeça, o corpo precisa 
acompanhar a angulação. Parâmetros neurológicos que devem ser acompanhados:
 » Resposta da pupila à luz.
 » Tamanho da pupila.
 » Reflexo palpebral ou de piscar.
 » Reflexo de ameaça.
 » Estrabismo (presença ou ausência).
 » Estado mental geral.
Doença referente à medula espinhal é outro problema muito recorrente e, na maioria 
das vezes, pode estar relacionada com o prolapso do disco intervertebral, mas podemos 
encontrar também tumores, fraturas, luxações que se referem a problemas relacionados 
ao sistema nervoso. E em muitas situações pode causar paresia ou paralisia de membros, 
dificuldade em respirar, incontinências urinárias etc. Essas são algumas alterações que 
podem estar relacionadas ao sistema nervoso. 
Dentro dos cuidados de enfermagem na internação, ao monitorar o sistema 
urinário estamos falando em acompanhar o débito urinário (DU) desse paciente, e 
esse acompanhamento precisa ser dinâmico, pois no paciente crítico a diminuição 
do DU pode indicar um grave problema na função renal e, em conjunto com ele, o 
acompanhamento de marcadores sanguíneos como a creatinina, ureia e potássio ajudam 
nesse controle. Com a monitoração podemos ver onde provavelmente está o problema. 
Por exemplo, em pacientes com tiveram traumas, a diminuição do DU pode estar 
relacionada com uma ruptura de bexiga, exigindo que o paciente precise de cirurgia. 
Figura 39. Alterações relacionadas com problemas no sistema urinário.
 
Pré-renal 
. Desidratação 
. Hipoperfusão 
Urina concentrada (densidade) 
Pós-renal 
. Débito Urinário 
. Bloqueio de uretra (urólitos) 
. Ruptura de bexiga, uretra, ureter 
. Dor 
. Esforço ao urinar 
Fonte: Autora.
57
ATENDIMENTO | UNIDADE II
Para mensurar o DU, uma sonda precisa ser colocada no paciente e a cada 2 a 4 horas 
o debito urinário precisa ser anotado. O normal é uma produção de urina é de 0,5 a 
2 ml/kg, para essa medição sempre esvaziar a bexiga toda para se ter a quantidade 
realmente produzida. A sonda, além de servir para a mensuração do DU, evita 
assaduras no paciente e cuidados com ela estão diretamente relacionados aos cuidados 
de enfermagem. O paciente que está em fluidoterapia e o seu DU for reduzido precisa 
ser examinado. Se a bexiga for palpada e estiver cheia e a urina não estiver saindo, 
o cateter pode ser lavado com solução salina morna para verificar que não existam 
obstruções por urólitos ou mesmo coágulos. A sonda pode ser um potencial, um ponto 
de entrada para contaminação bacteriana, então a bolsa precisa estar mais baixa que o 
paciente, mas não no chão e a utilização de bolsas que permitam o esvaziamento sem 
desconectar a entrada é mais recomendada.
Figura 40. Sistema coletor.
Fonte: King (2013).
Caso o paciente não aceite ficar com a sonda, podemos usar fralda ou tapete higiênico. 
Apesar de a mensuração não ser tão fidedigna, pode servir como método aproximado

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