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Queimaduras - Ana Cecília

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Título 
QUEIMADOS 
• Lesão tecidual decorrente de um trauma 
térmico (mais comum), elétrico, químico ou 
radioativo 
• Terceira principal causa de morte externa, se 
não tiver um manejo adequado 
• A diferença mais significativa entre 
queimaduras e outras lesões é que as 
consequências das queimaduras estão 
diretamente relacionadas com a extensão da 
resposta inflamatória para a lesão 
• Ponto positivo: quando bem conduzido o 
atendimento, a possibilidade de sobrevida desse 
paciente é muito boa. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Crianças até 5 anos: escaldadura – calda 
quente, gordura fervendo. 
• Adultos jovens 20 – 40 anos: chamas 
→Pequenas queimaduras não são nossa maior 
preocupação e sim os grandes queimados 
GRANDE QUEIMADO → quando tem mais de 20% de 
superfície corporal queimada → maior atenção 
QUEIMADURAS TÉRMICAS 
FISIOPATOLOGIA 
• Mediadores inflamatórios → aumento da 
permeabilidade vascular → regressão em 24 
horas 
• À medida que a superfície sofre o trauma, 
promove a vasodilatação e perde a 
permeabilidade vascular. Os vasos perdem a 
capacidade de reter líquido, ocorrendo um 
extravasamento de plasma e consequentemente 
causa o edema. Isso ocorre, devido a alguns 
mediadores químicos que são liberados durante 
a queimadura, como a histamina e a bradicinina. 
• Quando bem conduzido, quando bem 
acompanhado, quando bem tratado, esse 
edema, esse extravasamento de líquido, acaba 
regredindo em 24horas. 
QUEIMADURA DE 1° 
GRAU 
→ Acomete somente a epiderme 
→São queimaduras dolorosas (terminações nervosas) 
→Tem presença de eritema, ardência e dor 
→Melhora com cuidados e hidratação da pele 
→Cicatrização de 3 a 5 dias 
QUEIMADURA DE 2 
GRAU 
→Acomete a epiderme e a derme 
→Superficial: 
Epiderme e derme (preserva anexos) 
Presença de bolhas (flictemas) 
Dolorosa, avermelhada e aspecto úmido 
Epitelização em 15 dias 
→Profunda: 
Epiderme e derme (camada reticular) 
Menos dolorosa, esbranquiçada e aspecto seco 
Epitelizam em 35 dias 
QUEIMADURA DE 3 
GRAU 
→Acomete todas as camadas da pele (destruição de 
tecido gorduroso subcutâneo, vasos mais profundos que 
irrigam a pele) 
→Mais grave e mais profunda 
→Não se repitelizam → ENXERTO 
→Normalmente são indolores (destrói as terminações 
nervosas então acaba não gerando dor) 
*Não tem como o paciente ter uma queimadura de 3º 
grau, exclusivamente de 3º grau. Queimadura queima 
por completo, assim, no CENTRO da queimadura é 3º 
grau, mas nas bordas, nas periferias tem de 2º grau e 
tem de 1º grau e por essa razão há DOR. O que dói 
então são as queimaduras periféricas, no centro ali já 
está totalmente indolor. 
AVALIAÇÃO DA ÁREA 
QUEIMADA 
REGRA DOS NOVE DE WALLACE 
• Essa regra divide as regiões do corpo por 
números múltiplos de 9 
• O cálculo é feito apenas para queimadura de 
segundo e terceiro grau 
• Para cálculo de área queimada irregular utilize a 
palma da mão do doente junto com os dedos 
que representam 1% de área corpórea queimada 
 
→Cabeça: Inteira (frente e verso) – 9%; Metade – 4.5% 
→Tórax: Inteiro (frente e verso) – 18%; - Metade – 9% 
→Abdome: Inteiro (frente e verso) – 18%; Metade – 9% 
→Braço: Inteiro (frente e verso) – 4,5; Metade – 2,25% 
→Antebraço: Inteiro (frente e verso) – 4,5; Metade – 
2,5% 
→Membro superior: 9% 
→Períneo: 1% 
→Mão: 1% 
→Perna: Inteira (frente e verso) – 18%; Metade (anterior 
ou posterior) – 9%; Metade (anterior superior/inferior, 
posterior superior/inferior) – 4,5% 
ABORDAGEM PRIMÁRIA 
1. PASSO: 
Afastar vítimas das chamas 
2. PASSO: 
Interrupção da queimadura 
- Remover roupas 
- Irrigação da área lesada (solução estéril) 
- Envolver com lençóis secos e limpos (evitar 
hipotermia) 
- Remover acessórios 
3. PASSO: 
ABCDE 
• Via aérea: 
- Sempre ofertar O2 suplementar 
- Avaliar a necessidade de IOT 
EVIDÊNCIAS DE ENVOLVIMENTO DE VIA AÉREA: 
→sugerem a intubação 
➢ Queimaduras de cervical ou facial 
➢ Chamuscamento de cílios e vibrissas nasais 
➢ Depósitos de carbono e inflamação aguda e 
orofaringe (hiperemia) 
➢ Escarro carbonado 
➢ Rouquidão (agressão nas cordas vocais) 
➢ Confusão mental (intoxicação por CO) 
➢ História de explosão com queimadura de cabeça 
e tronco 
➢ Carboxi-Hb sérica > 10% (ambiente hospitalar) 
INDICAÇÕES PARA IOT PRECOCE: 
➢ Sinais de obstrução da via aérea 
➢ SQC > 40 – 50% 
➢ Queimaduras cervicais circunferenciais, faciais 
extensas e profundas 
➢ Queimaduras no interior da boca 
➢ Edema significativo ou risco para edema de 
orofaringe 
➢ Dificuldade para deglutir 
➢ Rebaixamento do nível de consciência (sugestão 
e indicação, não necessita esperar o 
GLASGLOW chegar a 8) 
➢ Sinais de comprometimento respiratório 
➢ Necessidade de transferência sem profissional 
qualificado 
CARBOXIEMOGLOBINA: 
→Quantidade de hemoglobina que estão ligadas ao 
monóxido de carbono HB + CO 
→Hemoglobina é mais ávida ao CO do que ao O2 
➢ <15% pouca repercussão 
➢ 20 a 30% cefaleia, náusea 
➢ 30 a 40% confusão mental, desorientação 
➢ 40 a 60% coma 
➢ >60% morte 
TTO: hiperventilção – FiO2 100% 
→É necessário intubar o paciente e ofertar muito O2 
puro no sangue para tentar desintoxicar esse 
paciente 
4. PASSO: 
Acesso venoso/sonda vesical 
• MMSS → MMII → Central 
• Intraósseo: menores de 6 anos 
(tuberosidade da tíbia) 
• Débito: 0,5ml/kg/h a 1 ml/kg/h 
5. PASSO: 
Infusão de cristaloides: >20% superfície corpórea 
(exceto 1 grau) 
• *RL – ringer lactato 
• Parkland 
2ml x PESO X SCQ 
➔ SCQ – superfície corpórea queimada 
➔ Regra dos nove de WALLACE 
➔ 24H 
➔ Reposição volêmica vigorosa desse 
paciente é o principal 
➔ Faça a infusão de 50% do volume 
calculado nas primeiras 8 horas e 50% 
nas 16 horas seguintes. 
 
6. PASSO: 
Verificar possibilidades de unidades de 
queimaduras 
→Admissão em unidade específica (>1°grau) 
• 10% SCQ em menor de 10 anos ou maiores de 
50 anos 
• >20% SCQ nas outras faixas etárias 
• 3° grau isolada: >5% SCQ 
• Face, ouvidos, olhos, mãos, pés, genitálias, 
períneo, pele de grandes articulações 
• Químicas ou elétricas mais graves (raio) 
• Lesão por inalação da via aérea 
• Comorbidades importantes (cardiopata, 
enfizematose, Dpociticos) 
• Crianças atendidas em hospitais sem condições 
• Necessidade sociais, emocionais especiais ou 
reabilitação prolongada 
NA SALA DE EMERGÊNCIA 
• Descompressão gástrica s/n (se apresentar 
náusea, vômitos, distensão abdominal ou se a 
queimadura envolver mais de 20% SQC) 
• Verificar imunização antitetânica se SQC > 10% 
• Avaliar débito urinário (0,5 a 1 ml/kg/h) 
• Controle da dor: 
- Morfina 
- Benzodiazepínicos: queimaduras de 3° grau 
AVALIAÇÃO DA CIRCULAÇÃO 
PERIFÉRICA 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
• Aumento de pressão dentro do compartimento 
muscular + diminuição da elasticidade da pele 
→ edema → isquemia → necrose 
• Pode acontece em traumas importantes e/ou 
acidentes por cobras 
• Sinais: 
- Dor maior que a esperada e desproporcional ao 
estímulo ou lesão 
- Dor ao estiramento passivo músculo do afetado 
- Inchaço tenso do compartimento afetado 
- Parestesias ou alteração da sensibilidade distal no 
compartimento afetado 
• Tratamento: FASCIOTOMIA e ESCAROTOMIA 
 
 
 
FASCIOTOMIA: 
• MMSS E MMII 
• Corta a pele, a aponeurose e a fáscia do 
músculo, para assim ocorrer a expansão 
e devolver a circulação impedida pelo 
edema 
• Fica aberto até regredir o edema, não 
tem um tempo determinado 
• Usa-se compressas, medicações tópicas 
e enfaixa a perna para não ficar exposto 
e não ser porta de entrada para 
infecções 
• Assim que o edema regredir, vai 
aproximar as bordas. A cicatrização vai 
acontecer por segunda intenção 
ESCAROTOMIA: 
• Tórax 
• Não precisa abrir a aponeurose, abre 
somente a pele 
• Ajuda na expansibilidade torácica que devido a 
queimadura a pele perdeu a elasticidade e está 
impedindo a respiração 
• Difícil sobrevida 
CUIDADOSCOM A 
QUEIMADURA 
• Desbridamento cirúrgico/limpeza local 
→ curativo oclusivo 
*Retira o tecido morto/necrótico, faz curativo, deixa 
ocluído, nas regiões de queimaduras de terceiro 
grau, e encaminha para um cirurgião plástico. 
QUEIMADURAS DE 3° GRAU: 
• Excisão da área queimada 
• Auto-enxerto (tira a pele de outra região 
e coloca no local para tentar cobrir as 
regiões) 
INFECÇÃO E SEPSE 
FATORES DE RISCO: 
• Extremos de idade (idosos e crianças) 
• SQC > 30% 
• Bactérias > 100.000 UFC/G – Unidades 
formadoras de colônia na coloração de 
gram 
• Uso prolongado de dispositivos 
invasivos com o mesmo acesso venoso 
• Tratamento: 
- Antibiótico sistêmico 
- Excisão cirúrgica da área 
QUEIMADURAS ELÉTRICAS 
• Acometimento mais significativo de tecidos 
profundos 
• Lesões internas são maiores do que as 
externas 
• Fragilidade de tecidos: 
- Nervos (mais sensíveis) 
- Vasos 
- Músculos 
- Pele 
- Tendão 
- Ossos 
• Porta de entrada com lesão de 3° grau 
• Fonte: 
- Natural ou cósmica (fulguração ou fumilnação) 
- Artificiais (eletroplessão) 
• Sinal de Lightenberg – arboriforme 
- Paciente sobrevive ao raio 
- Fulguração 
• Marca elétrica de Jelinek 
- Trauma elétrica de energia artificial 
- Eletroplessão 
• Piores prognósticos: 
- > 1.000 volts 
- Correntes alternadas 
ABORDAGEM 
• ABCDE 
• Maior incidência de PCR: fibrilação 
ventricular ou assistolia 
• Monitorização cardiológica nas primeira 24 – 
48 horas após ressuscitação 
• Síndrome compartimental (fasciotomia de 
urgência) 
• Mioglobinúria (urina escura – lesão renal/lesão 
muscular) → reposição volêmica 
• Catarata: ocorre em 30% dos casos (lesões 
nervosas) 
• Complicações neurológicas: ocorrem em até 9 
meses 
TRATAMENTO 
• *PARLAND começa com 4ml – agressão é 
maior 
• SQC 
• Reposição volêmica 
• Passar sonda 
QUEIMADURAS QUÍMICAS 
• Lesão é progressiva e contínua até reversão 
dos efeitos da substância 
• Os acidentes industriais são mais 
preocupantes – os volumes e as proporções 
são maiores 
• Os acidentes domiciliares são os mais comuns 
• Álcalis são mais lesivos que ácidos 
*Soda cáustica (álcalis) é muito mais grave por exemplo 
do que o ácido muriático (ácido). 
GRAU DA LESÃO 
• Concentração do agente 
• Tempo de contato 
• Quantidade aplicada 
• Mecanismo de ação 
- ÁCIDO: coagulação de proteínas 
- ÁLCALI: liquefação de proteínas 
• As lesões são sempre de segundo ou terceiro 
grau 
• Cuidar da ferida nesse caso vem antes do “A” - a 
preocupação agora é tirar o agente agressor do 
contato com a vítima. 
ABORDAGEM 
• Afastar do agente químico 
• Remoção de roupas e utensílios 
• Inativar substância 
- Consultar qual agente neutralizante, algumas 
substâncias não podem ser lavadas com água 
(sódio elementar e fenol) 
- Água aquecida (quando permitido)

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