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Resistência dos Materiais 1 Prof. Alberti 5 Flexão simples CONCEITUAÇÃO Seja uma uma viga de seção transversal qualquer, constante ao longo de toda a viga. O eixo da viga e as forças verticais que nela atuam são coplanares, ou seja, o eixo de solicitação (ES) passa pelo CG da seção transversal. Passando, agora, um plano de corte imaginário na viga e representando o lado esquerdo da viga com o carregamento externo. Para que esta parte esquerda da viga continue em equilíbrio, é necessário indicar as forças internas resultantes da seção de corte, ou seja, o momento fletor M, o esforço cortante V e o esforço normal N. Como não existem cargas externas na viga na direção horizontal, a resultante de força interna N é nula. Porém, existem tensões internas normais na seção, devido à ação do momento fletor M, como será demonstrado a seguir. Seja a viga abaixo com seção transversal com pelo menos um eixo de simetria. Ao ser solicitada pelo carregamento externo o eixo longitudinal se deforma, transformando-se numa curva de grande raio. Imaginando, agora, duas seções transversais AC e BD, distantes x uma da outra. ( = raio de curvatura) CG S E B P1 P2 Pn A H A V A V B Eixo longitudinal P1 P2 A H A V A N=0 M V q O x A B C D A’ B’ C’ D’ Resistência dos Materiais 2 Prof. Alberti Hipótese 1 da flexão simples: o plano de atuação do momento fletor é um plano de simetria. O eixo de solicitação (ES) das cargas externas passa pelo CG da seção transversal simétrica (o eixo de solicitação coincide com o eixo de simetria vertical). Hipótese 2 da flexão simples: seções transversais planas e perpendiculares ao eixo longitudinal permanecem planas e perpendiculares ao eixo de deformação após a flexão (Jacques Bernoulli, 1705). Com o uso de espelhos colados na face de um prisma submetido à flexão, o professor Augusto Föppl comprovou que uma seção transversal plana, perpendidicular ao eixo de uma viga submetida à flexão, permanece plana após a deformação da peça. • Após a deformação do prisma, os espelhos giram todos com o mesmo ângulo. • Logo, a seção , originalmente plana, permaneceu plana após a deformação. Limitação: a hipótese 2 da flexão simples é válida para viga com pequena altura em relação ao seu comprimento. Analisando novamente o trecho da viga compreendido entre as seções AC e BD. Após a flexão, sob a ação do momento fletor M, a seção plana AC gira e passa para posição A’C’. Da mesma forma, a seção BD gira no sentido contrário e passa para a posição B’D’. • Durante a deformação, a fibra ab não sofre modificação em seu comprimento; • Na fibra ab, a deformação específica é x = 0, portanto x = 0; • Fibras livres de deformação existem continuamente ao longo da largura e do comprimento do prisma. ESPELHOS LUZ LUZ A' B' C' D' M M A B C D a b A B C D CG x A' B' C' D' O O' MM S E LINHA ELÁSTICA (EIXO LONGITUDINAL DEFORMADO) Resistência dos Materiais 3 Prof. Alberti Seja o trecho de prisma compreendido entre as seções 00 e distantes x entre si. Por semelhança de triângulos: G’ BB’ = G’ DD’ 𝐵𝐵' 𝑦0 = 𝐷𝐷' 𝑦 ⇒ 𝐵𝐵' 𝐴𝐵⁄ 𝑦0 = 𝐷𝐷' 𝐶𝐷⁄ 𝑦 ⇒ 𝐵𝐵' Δ𝑥⁄ 𝑦0 = 𝐷𝐷' Δ𝑥⁄ 𝑦 𝜀𝑥0 𝑦0 = 𝜀𝑥 𝑦 = 𝑘(𝑐𝑜𝑛𝑠 𝑡𝑎𝑛 𝑡 𝑒) Assim, as deformações são proporcionais aos afastamentos da linha neutra: 𝜀𝑥 = 𝑘. 𝑦 Se AB = x e BB’ = u, tem-se: dx du x u lim x u x 0x xx = = = → (deformação específica) Considerando deformações no regime elástico linear (onde é válida a Lei de Hooke): 𝜀𝑥 = 𝜎𝑥 𝐸 ⇒ 𝜎𝑥0 𝐸⁄ 𝑦0 = 𝜎𝑥 𝐸⁄ 𝑦 𝜎𝑥0 𝑦0 = 𝜎𝑥 𝑦 = 𝐾 (constante) LEI DE NAVIER – as tensões nas diversas fibras de um prisma submetido à flexão são diretamente proporcionais às distâncias destas fibras à linha neutra. E S L N SUPERFÍCIE NEUTRA ( = 0; = 0) LINHA NEUTRA A C D B B' D' G G' x u yy0 x Resistência dos Materiais 4 Prof. Alberti EQUAÇÃO GERAL DA FLEXÃO SIMPLES Considerando um prisma submetido à flexão simples: Na linha neutra, x = 0 e x = 0 Equilíbrio das forças internas na seção transversal Para que a seção esteja em equilíbrio, ela deve preencher as seguintes condições: Fx = 0; My = 0; Mz = 0 a) Fx = 0 (N = 0) = S x 0dA Pela Lei de Navier: x = K.y Então: ∫ 𝐾. 𝑦. 𝑑𝐴 = 0 ∴ 𝐾 ∫ 𝑦𝑑𝐴 = 0 Como K ≠ 0 (se houver tensões tensões na viga): = 0ydA (momento estático é nulo) Portanto, a LN passa pelo CG da seção transversal. Para determinar a posição da Ln (linha neutra), determina-se a posição do CG da seção. MM x E S L N compressão tração yz x dA x y z N L M Resistência dos Materiais 5 Prof. Alberti b) My = 0 Porque não existe momento aplicado em torno de y. A seção é simétrica em torno do ES. ∫𝑧. 𝜎𝑥𝑑𝐴 = 0 𝑆 ⇒ ∫ 𝑧. 𝐾. 𝑦𝑑𝐴 = 0 ⇒ 𝐾 ∫ 𝑦𝑧𝑑𝐴 ∴ ∫ 𝑦𝑧𝑑𝐴 = 0 ∅𝑦𝑧 = ∫ 𝑦𝑧𝑑𝐴 = 0 (o produto de inércia é nulo) Portanto, o eixo de solicitação (ES) e a linha neutra (LN) são eixos principais de inércia e ortogonais entre si. c) Mz = 0 ∫ 𝑦. 𝜎𝑥𝑑𝐴 + 𝑀 = 0 ⇒ ∫ 𝑦. 𝐾. 𝑦𝑑𝐴 = −𝑀 ⇒ 𝐾 ∫ 𝑦2𝑑𝐴 = −𝑀 Onde ∫ 𝑦2𝑑𝐴 é o momento de inércia baricentral (ILN) Assim: 𝐾 = − 𝑀 𝐼𝐿𝑁 . Da Lei de Navier sabe-se que : x = K.y LN x I My −= (equação geral da flexão simples) • Para M > 0 e y > 0 → x < 0 (compressão) • Para M > 0 e y < 0 → x > 0 (tração) As tensões máximas ocorrem nas fibras mais afastadas da LN (ysup e yinf). Resistência dos Materiais 6 Prof. Alberti MÓDULO DE RESISTÊNCIA (W) SUP LN SUP y I W −= INF LN INF y I W −= INF xINF INF LN INF LN xINF W M y I M y. I M −= −=−= y CG ysup yinf SUP xSUP SUP LN SUP LN xSUP W M y I M y. I M −= −=−=
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