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FISIOLOGIA HORMONAL APLICADA A HIPERTROFIA E AO EMAGRECIMENTO Dr. Marcelo Conrado 2 www.uniguacu.com.br FISIOLOGIA HORMONAL APLICADA A HIPERTROFIA E AO EMAGRECIMENTO Dr. Marcelo Conrado 3 www.uniguacu.com.br Sobre o autor Marcelo Conrado de Freitas é formado em Educação Física. Tem especialização em Musculação e Condicionamento Físico (FMU), possui mestrado em Fisioterapia (UNESP) e doutorado em Ciências da Motricidade (UNESP). Possui mais de 30 artigos publicados em revistas internacionais sobre suplementação e treinamento. Coordenador pedagógico dos cursos de Pós- Graduação da UNIGUAÇU. 4 www.uniguacu.com.br Sumário CAPíTULO 1 - INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO ................................... 7 Dinâmica de funcionamento do sistema endócrino ..........................................................9 Tipos de sinalização ............................................................................................................................11 Estrutura química dos hormônios ............................................................................................. 14 Mecanismo de ação dos hormônios ........................................................................................ 15 Controle da liberação de hormônios ........................................................................................ 19 CAPíTULO 2 - INSULINA E GLUCAGON .................................................................. 24 Como ocorre a secreção da insulina? .................................................................................... 26 Como a insulina estimula a captação de glicose do sangue para as células do músculo e tecido adiposo? ...........................................................................................................28 Como a insulina estimula a síntese de glicogênio muscular e hepático? ..........30 Como a insulina diminui o catabolismo muscular? .........................................................30 A insulina estimula a síntese de proteínas musculares? .............................................34 Pico de insulina no pós-treino com carboidratos? .........................................................36 Por que insulina alta em dieta para a hipertrofia? ..........................................................40 Como a insulina inibe a lipólise? .................................................................................................. 41 Como a insulina estimula a formação de triglicerídeos? .............................................43 Dietas para o emagrecimento causam redução da gordura corporal por diminuir a insulina? ............................................................................................................................46 Efeitos do glucagon sobre o controle da glicemia .........................................................48 CAPíTULO 3 - ADRENALINA ........................................................................................ 52 Como a adrenalina é produzida? ............................................................................................... 53 Como a adrenalina estimula a lipólise? .................................................................................. 53 Termogênicos, adrenalina e lipólise ......................................................................................... 56 Como a adrenalina estimula a glicogenólise? .................................................................... 57 Efeitos da adrenalina durante o exercício físico .............................................................. 57 CAPíTULO 4 - GH e IGF-1 ................................................................................................. 61 Como o GH é produzido? ............................................................................................................... 62 GH e jejum ...............................................................................................................................................63 O jejum intermitente emagrece por estimular a produção de GH?....................... 65 O aumento de GH durante o jejum intermitente gera a hipertrofia? .................... 67 Por que o GH aumenta durante o exercício? ..................................................................... 67 Que tipo de treino produz mais GH? .......................................................................................69 Como o IGF-1 é produzido? ........................................................................................................... 70 Balanço calórico, ingestão de proteínas e IGF-1 ............................................................... 71 5 www.uniguacu.com.br CAPíTULO 5 - CORTISOL ............................................................................................... 75 Como o cortisol é produzido? ..................................................................................................... 76 Como o cortisol aumenta o catabolismo muscular? ..................................................... 77 Efeitos do cortisol no fígado e tecido adiposo .................................................................. 79 Dietas de emagrecimento aumentam o cortisol?............................................................80 CAPíTULO 6 - TESTOSTERONA .................................................................................83 Como a testosterona é produzida? .........................................................................................84 Como a testosterona gera a hipertrofia? .............................................................................86 A musculação aumenta a testosterona?..............................................................................88 Dietas de emagrecimento podem reduzir a testosterona? .......................................89 CAPíTULO 7 - TIREOIDE ................................................................................................. 92 Como os hormônios tireoidianos são produzidos? ........................................................93 Como agem os hormônios tireoidianos? ..............................................................................94 O emagrecimento diminui os hormônios tireoidianos? ................................................98 CAPíTULO 8 - HORMÔNIOS QUE CONTROLAM A FOME E A SACIEDADE ................................................................................................................................................... 102 Controle hipotalâmico da fome e saciedade .................................................................... 103 Controle hormonal da fome........................................................................................................ 104 Controle hormonal da saciedade ............................................................................................ 106 Como a leptina controla a apetite? ........................................................................................ 108 Por que as proteínas geram mais saciedade? ..................................................................110 Proteínas e saciedade: Aplicações práticas na hipertrofia e emagrecimento ..... .......................................................................................................................................................................112 Por que a fome aumenta ao emagrecer? .............................................................................113 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................117 6 www.uniguacu.com.br INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO Neste capítulo, você irá aprender sobre: • Os tipos de sinalização (endócrino, parácrino e autócrino); • A definição dos termos hormônio, célula-alvo e receptor; • A compreensão das principais diferenças nos mecanismos de ação dos hormôniospeptídicos e esteroides, bem como dos hormônios tireoidianos; • As diferenças entre as ações hormonais exercidas por receptores da membrana plasmática com aquelas mediadas por receptores intracelulares; 7 www.uniguacu.com.br • Os mecanismos de controle da secreção hormonal por retroalimentação; • Os estímulos básicos para a secreção hormonal. 8 www.uniguacu.com.br Dinâmica de funcionamento do sistema endócrino O sistema endócrino é constituído por glândulas, hormônios e receptores. Existem diversas glândulas espalhadas pelo organismo, a figura 1, resume as principais glândulas endócrinas e seus respectivos hormônios. Cada hormônio tem a sua função específica, claro, iremos detalhar estas funções nos próximos tópicos, mas primeiro é preciso entender que a função de um determinado hormônio só acontece a partir do momento que o hormônio liga em seu receptor, uma proteína que pode estar localizada na membrana plasmática ou no citoplasma. Basicamente o sistema endócrino funciona assim: a glândula produz o hormônio, esse hormônio pode ir para o sangue e se ligar em seu receptor na célula de outro órgão (tecido adiposo, músculo, fígado etc.), no qual a ligação do hormônio ao seu receptor gera uma mudança na função da célula, ou seja, o hormônio vai exercer a sua função (MOLINA, 2014). 9 www.uniguacu.com.br Figura 1. Principais glândulas endócrinas e seus respectivos hormônios. Legenda: Adtaptado de MOLINA (2014). Vamos exemplificar para melhor compreensão da dinâmica do sistema endócrino utilizando o hormônio insulina (mais detalhes sobre insulina no capítulo 2). A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas quando realizamos refeições (período pós-prandial), sendo que o pâncreas é a glândula e a insulina é o hormônio. A insulina vai para o sangue e pode atuar em outros órgãos como tecido adiposo, músculo, fígado, cérebro e etc. Uma das funções da insulina é promover a entrada de glicose nas células adiposas e musculares, ou seja, a insulina estimula o transporte de glicose do meio extracelular (sangue) para o meio intracelular (tecido adiposo e músculo). Mas esse efeito só acontece a partir do momento que a insulina se liga ao seu receptor que está localizado na membrana plasmática. Quando a insulina liga no receptor ocorre uma mudança na função da célula 10 www.uniguacu.com.br que vai levar a entrada de glicose no meio intracelular. Percebam que a função da insulina é transportar glicose para o meio intracelular, sendo que isso só acontece quando a insulina (hormônio) liga no receptor. Fizemos aqui um exemplo para melhor entendimento do sistema endócrino, para que você entenda que a função da glândula é produzir hormônios, esses hormônios são moléculas sinalizadoras, no qual mudam a função da célula por se ligarem em seus receptores (HALL, 2011). A figura 2 demonstra o mecanismo básico de funcionamento do sistema endócrino. Figura 2. Mecanismo básico de funcionamento do sistema endócrino Legenda: A glândula é um órgão que produz substâncias chamadas de hormônios, no qual vão para a corrente sanguínea e ligam em seus receptores na célula alvo. A ligação do hormônio no seu receptor gera uma mudança na função celular, ou seja, o hormônio promove a sua função específica naquela célula. Tipos de sinalização Os hormônios podem agir em uma célula por três formas: 1) sinalização endócrina; 2) sinalização parácrina; e 3) sinalização autócrina. Na sinalização endócrina a glândula produz o hormônio que vai para a corrente sanguínea e gera a sua função em outros órgãos 11 www.uniguacu.com.br (MELMED, 2017). Basicamente neste tipo de sinalização o hormônio é produzido em um local (glândula), mas por meio do transporte via corrente sanguínea o hormônio age em outro local (célula alvo de outro órgão). Já na sinalização parácrina e autócrina o hormônio age no mesmo local que foi produzido. Na sinalização parácrina o hormônio é produzido por uma célula da glândula e esse hormônio liga no receptor da célula vizinha. Porém, na sinalização autócrina o hormônio age na mesma célula que foi produzida. Percebam que na sinalização endócrina o hormônio é transportado para o sangue, no qual age em diversos tecidos, no entanto, na sinalização parácrina e autócrina o hormônio age no mesmo local que foi produzido, não chegando até a corrente sanguínea (MOLINA, 2014). Vamos agora fazer um exemplo de sinalização endócrina utilizando o hormônio do crescimento (GH). O GH é produzido pela glândula chamada de hipófise anterior. Após a produção, o GH cai na corrente sanguínea e pode agir em outros locais, como no tecido adiposo, estimulando a quebra da gordura estocada nos adipócitos (lipólise = quebra de triglicerídeos em ácidos graxos) e no músculo aumenta a oxidação de gorduras nas mitocôndrias (HALL, 2011). Notem que o GH foi produzido em uma glândula, mas foi para o sangue e sua função foi exercida em outro órgão, exemplificando uma sinalização endócrina. Claro que iremos detalhar o funcionamento do GH nos próximos tópicos, mas o objetivo aqui é compreender como funciona uma sinalização endócrina. A figura 3 representa um exemplo de sinalização endócrina mediado pela ação do GH no tecido adiposo. 12 www.uniguacu.com.br Figura 3. Exemplo de sinalização endócrina Legenda: O hormônio do crescimento (GH) é produzido na glândula chamada de hipófise anterior. Após a produção, o GH cai na corrente sanguínea e pode agir em outros órgãos como o tecido adiposo. Quando o GH liga em seu receptor ocorre um aumento da lipólise, ou seja, quebra de triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. Este é um exemplo de sinalização endócrina. Agora vamos fazer um exemplo da sinalização autócrina e parácrina. O hormônio chamado de Fator de Crescimento Semelhante à Insulina (IGF-1) é produzido pelo fígado, no qual pode agir de maneira sistêmica, ou seja, pode atuar em outros órgãos, caracterizando uma sinalização endócrina. Mas o IGF-1 também pode ser produzido pelo músculo esquelético, sendo que após a produção o IGF-1 atua no mesmo local (músculo). A função do IGF-1 no músculo é estimular a síntese de proteínas musculares e consequentemente tem um papel importante sobre a massa muscular (MOLINA, 2014). Claro, 13 www.uniguacu.com.br iremos detalhar esse processo nos próximos tópicos, mas usamos esse exemplo para entender melhor como funciona uma sinalização parácrina e autôcrina. Figura 4. Exemplo de sinalização autócrina e parácrina. Legenda: O hormônio chamado de Fator de Crescimento Semelhante à Insulina (IGF-1) pode ser produzido pelo músculo esquelético. Após a produção, o IGF-1 age na mesma célula que foi produzida (sinalização autócrina) ou em células vizinhas (sinalização parácrina). O IGF-1 se liga em seu receptor e estimula o aumento da síntese de proteínas musculares. Estrutura química dos hormônios Com base em sua estrutura química, os hormônios podem ser classificados em proteínas (ou peptídeos), esteroides e derivados de aminoácidos (aminas). Os hormônios proteicos são constituídos em torno de 3 a 200 aminoácidos (maioria dos hormônios), sendo que os receptores dos hormônios proteicos estão localizados na membrana plasmática, ou seja, o hormônio proteico não entra da célula alvo, mas somente se liga no receptor que está na superfície da célula. Os hormônios esteroides derivam do colesterol e são sintetizados no córtex da glândula suprarrenal, nas gônadas (testículo e ovário) e na placenta. Os hormônios esteroides são lipossolúveis, circulam no plasma ligado às proteínas e por ter em sua estrutura o colesterol conseguem atravessar a membrana plasmática e se ligam em receptores intracelulares localizados no citoplasma ou no núcleo. 14 www.uniguacu.com.br A testosterona, cortisol, aldosterona e estrogênio são exemplos de hormônios esteroides. Os hormônios derivadosde aminoácidos são formados a partir do aminoácido tirosina, como por exemplo, as catecolaminas, noradrenalina e adrenalina, além dos hormônios tireoidianos. As catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) não entram na célula e ligam em receptores localizados na membrana plasmática, porém os hormônios tireoidianos conseguem entrar na célula e agir por receptores localizados no núcleo (SILVERTHORN, 2010). Tabela 1. Classificação e localização do receptor de diversos hormônios. Mecanismo de ação dos hormônios Conforme mencionado anteriormente, os hormônios exercem seus efeitos fisiológicos, ou seja, mudam a função da célula quando ligam em seus receptores nas células-alvo, sendo que 15 www.uniguacu.com.br hormônios proteicos ligam em receptores na membrana plasmáticas e os esteroides, bem como os hormônios tireoidianos conseguem atravessar a membrana plasmática e ligam em receptores intracelulares, localizados no citoplasma ou no núcleo (MELMED, 2017). Agora nós iremos compreender como que esses hormônios mudam a função da célula a partir do momento em que eles se ligam em seus receptores, sendo que a maneira de agir é diferente entre hormônios proteicos e esteroides. Os hormônios proteicos quando ligam nos seus receptores na célula alvo gera uma ativação de diversas proteínas no meio intracelular (também chamadas de segundos mensageiros), no qual essas proteínas são as responsáveis em promover a mudança na função da célula. O hormônio proteico é uma molécula sinalizadora que ao se ligar no receptor na membrana plasmática ativa uma sequência de proteínas responsáveis em fazer a função específica do hormônio. Os nomes das proteínas intracelulares serão abordados nos próximos capítulos, pois nesse momento o mais importante é compreender que o hormônio proteico age por receptor localizado na membrana plasmática, no qual a sua função é exercida devido a essa ligação hormônio-receptor ativar proteínas dentro da célula. É dessa maneira que age hormônio como insulina, glucagon, GH, IGF-1, catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) entre outros (COSTANZO, 2007). A figura 5 demonstra o mecanismo de ação do hormônio proteica em uma célula alvo. 16 www.uniguacu.com.br Figura 5. Mecanismo de ação de hormônios proteicos e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Legenda: Os hormônios proteicos e as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) ligam em seus receptores localizados na membrana plasmática. Essa ligação gera uma ativação intracelular de diversas proteínas que irão exercer a função específica do hormônio. Os hormônios esteroides agem de maneira diferente em relação aos hormônios proteicos e catecolaminas. Como mencionado anteriormente, os esteroides possuem em sua estrutura o colesterol, tornando possível a entrada do hormônio dentro da célula. Em outras palavras, o hormônio esteroide atravessa a bicamada lipídica da membrana celular e se liga em receptores localizados no citoplasma ou no núcleo celular. Quando o hormônio esteroide se liga no receptor citoplasmático ou nuclear forma-se um complexo chamado de hormônio-receptor, no qual ambos são direcionados para a fita de DNA (núcleo). O complexo hormônio-receptor se liga na fita de DNA e estimula a formação de genes ou RNA mensageiro, processo chamado de transcrição. Após isso, o RNA mensageiro vai para a 17 www.uniguacu.com.br organela ribossomo, que juntamente com a chegada de aminoácidos formam-se proteínas, processo chamado de tradução. A função dos ribossomos é converter o RNA mensageiro em proteínas, sendo que essas proteínas formadas por estímulo do hormônio esteroide mudam a função da célula (função específica do hormônio). Basicamente a função do hormônio esteroide é estimular o processo de transcrição e tradução para criar proteínas que irão fazer a função que o hormônio exerce naquela célula. É desta maneira que agem os hormônios testosterona, cortisol, entre outros, havendo mais detalhes nos próximos tópicos (Molina, 2014). A figura 6 demonstra o mecanismo de ação dos hormônios esteroides. Figura 6. Mecanismo de ação de hormônios esteroides Legenda: Os hormônios esteroides atravessam a membrana plasmática e se ligam em receptores intracelulares, localizados no citoplasma ou no núcleo. Ao entrar na célula forma-se o complexo hormônio-receptor, no qual ambos são direcionados para o núcleo celular. O complexo hormônio- receptor liga na fita de DNA e aumenta a transcrição de RNA mensageiro que posteriormente será traduzido em proteínas nos ribossomos (tradução). Basicamente o hormônio esteroide estimula formação de proteínas que irão exercer a sua função específica na célula alvo. Percebam que hormônios proteicos e catecolaminas agem de maneira diferente aos hormônios esteroides, sendo que os hormônios tireoidianos apensar de serem derivados do aminoácido tirosina também consegue atravessar a membrana plasmática e se ligam em seus receptores localizados no núcleo, estimulando também 18 www.uniguacu.com.br processo de transcrição e tradução (COSTANZO, 2007). Controle da liberação de hormônios Os níveis plasmáticos dos hormônios oscilam durante o dia, exibindo picos e reduções específicos de cada hormônio. Essa variação na liberação hormonal é determinada por alguns mecanismos de controle, os quais incluem fatores hormonais, neurais, nutricionais e ambientais que influenciam a produção basal e máxima dos hormônios. Vamos compreender aqui alguns exemplos de como os neurônios podem impactar na liberação de hormônios. O sistema nervoso autônomo são os neurônios que controlam diversas funções do organismo de maneira involuntária, sendo dividido em simpático e parassimpático. O pâncreas e a suprarrenal são exemplos de glândulas que recebem inervação do sistema nervoso autônomo, no qual algumas condições do dia a dia podem estimular os neurônios simpáticos ou parassimpáticos e promover a secreção hormonal nessas glândulas. Por exemplo, durante uma condição de exercício físico aumenta a atividade do sistema nervoso autônomo simpático, e isso estimula a glândula suprarrenal a liberar mais adrenalina, um hormônio que atua estimulando a lipólise no tecido adiposo (quebra de triglicerídeos em três ácidos graxos e um glicerol), a quebra do glicogênio no músculo e fígado, e ainda aumenta a frequência cardíaca. Percebam que o sistema simpático aumenta a produção de adrenalina, sendo que esse hormônio atua com o objetivo de fornecer substratos energéticos (glicose, ácidos graxos e glicerol) para os músculos em contração durante o exercício, bem como maior 19 www.uniguacu.com.br bombeamento de sangue pelo coração para que tenha mais oxigênio para os músculos que estão trabalhando no exercício (HALL, 2011). Com relação ao pâncreas, a liberação de insulina pode ser influenciada por neurônios parassimpáticos e também pelo aumento de substratos energéticos no sangue (após a refeição). Quando uma pessoa se alimenta ocorre aumento na atividade do sistema nervoso autônomo parassimpático, no qual estimula o pâncreas a liberar insulina. Associado a isso, após a refeição aumenta os substratos energéticos no sangue (glicose, ácidos graxos e aminoácidos) que também são fatores que estimulam a produção da insulina. Percebam que o pâncreas produz a insulina por estímulo neural (parassimpático) e por aumento na concentração plasmática de substratos energéticos. Claro, iremos detalhar mais esses processos nos próximos tópicos, mas o objetivo aqui é compreender que os neurônios e a quantidade de glicose, ácidos graxos e aminoácidos no sangue podem influenciar a secreção hormonal. A figura 7 demonstra exemplos de secreção hormonal mediada por fatores neurais. Legenda: Exemplo de controla na secreção hormonal por fatores neurais. O sistema nervoso autônomo simpático estimula a glândula suprarrenal produzir o hormônioadrenalina. Porém, o sistema nervoso parassimpático estimula o pâncreas a liberar insulina. Lembrando que a insulina é produzida também 2 0 www.uniguacu.com.br por fatores nutricionais, sendo que o aumento da glicemia aumenta a secreção da insulina. Os hormônios também podem impactar na liberação ou na inibição de outros hormônios, chamamos isso de eixo hormonal. Quando um hormônio estimula a produção de outro hormônio houve uma retroalimentação positiva, porém quando um hormônio inibe a produção de outro hormônio ocorreu uma retroalimentação negativa. O hipotálamo produz diversos hormônios que aumentam a produção de outros hormônios na hipófise, sendo que os hormônios da hipófise podem estimular outros hormônios em glândulas periféricas, como na suprarrenal, na tireoide, no testículo e no ovário. Essa comunição entre os hormônios do hipotálamo, da hipófise e das glândulas periféricas são chamadas eixos hormonais (SILVERTHORN, 2010). Vamos fazer um exemplo aqui sobre eixo hormonal para a produção do cortisol. Em uma condição de exercício ou estresse o hipotálamo secreta o Hormônio Liberador de Corticotrofina (CRH), sendo que esse hormônio vai até a hipófise anterior e estimula o hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) que em seguida estimula na suprarrenal a liberação do cortisol. Percebam que um hormônio foi estimulando a produção de outro hormônio, caracterizando a retroalimentação positiva. Quando a concentração do cortisol aumenta no sangue, esse hormônio atua inibindo a secreção de CRH no hipotálamo e de ACTH na hipófise anterior, caracterizando uma retroalimentação negativa. Lembrando que esse efeito de inibição (retroalimentação negativa) é muito importante para evitar uma hipersecreção hormonal. Outros eixos hormonais também trabalham por retroalimentação positiva e 2 1 www.uniguacu.com.br negativa, no qual será detalhado nos próximos tópicos. Figura 8. Controle na secreção hormonal por retroalimentação Legenda: Exemplo de retroalimentação positiva e negativa. A glândula 1 produz o hormônio A que atua por retroalimentação positiva sobre a glândula 2, estimulando a liberação do hormônio B. No entanto, o hormônio B atua por retroalimentação negativa na glândula 1, inibindo a produção do hormônio A, efeito importante para evitar uma hipersecreção hormonal. 2 2 www.uniguacu.com.br QUESTÕES PARA MAIOR FIXAÇÃO DO CONTEÚDO 1) Explique como os hormônios proteicos agem nas células alvo. 2) Explique como os hormônios esteroides agem nas células alvo. 3) Explique a diferença entra a sinalização endócrina, parácrina e autócrina. 4) Explique a retroalimentação positiva e negativa e cite um exemplo para cada. 5) Cite um exemplo de como os neurônios e os substratos energéticos podem impactar na produção hormonal. 2 3 www.uniguacu.com.br 2CAPÍTULO INSULINA E GLUCAGON Neste capítulo, você irá aprender sobre: • O mecanismo que o aumento da glicemia estimula a produção de insulina no pâncreas; • O mecanismo que a insulina estimula o transporte de glicose para o interior da célula muscular e adiposa; • O mecanismo que a insulina estimula a síntese de glicogênio; • A influência da insulina sobre a síntese e degradação de proteínas musculares; • Os mecanismos que a insulina age na hipertrofia muscular; • O impacto do pico de insulina no pós-treino sobre hipertrofia e glicogênese. • O mecanismo que a insulina bloqueia a lipólise e estimula a 2 4 www.uniguacu.com.br lipogênese. • O efeito das dietas para o emagrecimento sobre a insulina e perda de gordura corporal. • O estímulo básico para a produção do glucagon no pâncreas; • O mecanismo que o glucagon estimula a glicogenólise e gliconeogênese no fígado; • O mecanismo que o glucagon evita uma hipoglicemia durante período de jejum 2 5 www.uniguacu.com.br Como ocorre a secreção da insulina? A insulina é produzida pelas células beta do pâncreas, sendo que o aumento da glicose no sangue é o principal estímulo para promover a secreção da insulina, condição que acontece no período pós-prandial. Vamos entender agora os mecanismos fisiológicos que explicam como o aumento da glicemia estimula a secreção da insulina no pâncreas. Ao aumentar a glicemia, uma parte da glicose entra no interior das células beta do pâncreas. Quando a glicose entra na célula beta ocorre um aumento da formação de ATP pela glicólise. Com o aumento de ATP ocorre fechamento de canais de potássio (K+) localizado na membrana plasmática da célula beta. Isso faz com que o K+ não saia da célula, gerando um acúmulo de K+ no meio intracelular. O acúmulo de K+ promove uma despolarização da célula beta (alteração na voltagem de negativo para positivo), sendo que a despolarização causa a abertura de canais de cálcio que é dependente dessa alteração na voltagem. A entrada de cálcio no interior da célula beta estimula a translocação de vesículas que contém Insulina até a membrana celular, sendo que ao chegar à membrana plasmática a vesícula libera a Insulina para a corrente sanguínea (MOLINA, 2014). A figura 9 demonstra o mecanismo que o aumento da glicemia estimula a liberação de Insulina no pâncreas. 2 6 www.uniguacu.com.br Figura 9. Mecanismo que o aumento da glicemia estimula a liberação de Insulina nas células beta. Legenda: Quando a glicose entra na célula beta pelo GLUT2 ocorre um aumento da formação de ATP pela glicólise. Com o aumento de ATP ocorre fechamento de canais de potássio (K+) localizado na membrana plasmática da célula beta. Isso faz com que o K+ não saia da célula, gerando um acúmulo de K+ no meio intracelular. O acúmulo de K+ promove uma despolarização da célula beta (alteração na voltagem de negativo para positivo), sendo que a despolarização causa a abertura de canais de cálcio que é dependente dessa alteração na voltagem. A entrada de cálcio no interior da célula beta estimula a translocação de vesículas que contém Insulina até a membrana celular, sendo que ao chegar à membrana plasmática a vesícula libera a Insulina para a corrente sanguínea. É importante destacar que a ingestão de proteínas também aumenta a secreção da insulina no pâncreas, principalmente o Whey- Protein. Após ingestão de proteínas ocorre aumento de três fatores que podem estimular a secreção de Insulina tais como: 1) aminoácidos; 2) o hormônio chamado de peptídeo semelhante a glucagon 1 (GLP- 1) e 3) o peptídeo inibidor gástrico (GIP). De maneira sinérgica os aminoácidos, GLP-1 e GIP atuam na célula beta estimulando a secreção da Insulina (SALEHI et al, 2012). 2 7 www.uniguacu.com.br Como a insulina estimula a captação de glicose do sangue para as células do músculo e tecido adiposo? Após as refeições que contém carboidratos a glicose no sangue aumenta, sendo que parte dessa glicose precisa entrar no músculo e tecido adiposo para a geração de energia e formação de glicogênio (músculo). O transporte de glicose para as células musculares e adiposas é dependente da ação da Insulina e a glicose só entra no meio intracelular quando o Transportador de Glicose Tipo 4 (GLUT4) está localizado na membrana celular. A questão é que o GLUT4 está no citoplasma da célula e nessa condição a glicose não consegue atravessar a membrana celular. Por isso, a Insulina estimula a captação de glicose para o músculo e tecido adiposo justamente devido ao fato desse hormônio causar uma translocação do GLUT4 do citoplasma para a membrana plasmática. Com o GLUT4 na membrana a glicose consegue entrar no interior das células (ZORZANO et al, 2005). Agora vamos compreender o mecanismo que a insulina estimula a entrada de glicose dentro das células musculares e adiposas. A Insulina se liga ao seu receptor específico localizado na membrana celular, uma proteína que contém duas subunidades alfa e duas subunidades beta (IR). Após a ligação extracelular da Insulina ao seu receptorna região alfa, ocorre a fosforilação (ativação) intracelular da região beta e com isso há ativação do substrato do receptor de Insulina (IRS-1). Em seguida ocorre a ativação da proteína fosfatidilinositol 3-quinase (PI3q) que ativa a fosfatidilinositol 2 8 www.uniguacu.com.br 4,5-bifosfato (PIP2) e fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3) na membrana plasmática. Essas proteínas de membrana levam a ativação da proteína AKT, também chamada de proteína-quinase B. A proteína AKT tem como função translocar o GLUT-4 para a membrana da célula muscular e célula adiposa (DUCLUZEAU et al. 2012). Com o GLUT-4 na membrana plasmática a glicose que está no sangue consegue entrar no meio intracelular. A glicose ao entrar na célula muscular terá dois destinos: 1) formação de ATP pela glicólise e metabolismo aeróbio e 2) Formação de glicogênio muscular. Já no tecido adiposo a glicose é usada para fazer ATP e em casos de excesso e superávit calórico (ingestão calórica maior que o gasto) a glicose poderá ser convertida em ácidos graxos através de um processo denominado lipogênese de novo. Figura 10. Mecanismo que a Insulina estimula o transporte de glicose do sangue para o meio intracelular do músculo. Legenda: A Insulina ao se ligar em seu receptor de membrana (IR) promove ativação do substrato do receptor de insulina, o IRS-1. Em seguida ocorre ativação da proteína PI3quinase que ativa na membrana celular as proteínas PIP2 e PIP3 e depois ocorre a ativação da proteína AKT. A proteína AKT causa a translocação do GLUT4 do citoplasma para a membrana plasmática. Com o GLUT4 na membrana a glicose consegue entrar na célula muscular. Ao entrar na célula muscular, a glicose pode ser usada para fazer ATP e glicogênio. 2 9 www.uniguacu.com.br Como a insulina estimula a síntese de glicogênio muscular e hepático? Após a refeição que contém carboidratos ocorre um aumento na formação de glicogênio no músculo e no fígado, processo denominado glicogênese. Basicamente quando realizamos refeições armazenamos glicose na forma de glicogênio com o objetivo de fornecer glicose ao músculo e glicose ao sangue (glicogênio hepático) no momento que não há alimentação (jejum). Agora vamos entender como a insulina estimula a formação do glicogênio muscular após a refeição de carboidratos. Além de transportar glicose para o interior da célula muscular e hepática, a Insulina também ativa uma enzima chamada de glicogênio sintase. Quando a Insulina se liga no seu receptor na membrana plasmática ocorre a ativação da glicogênio sintase no meio intracelular, no qual converte a glicose que entrou no célula em glicogênio (JENSEN et al. 2012). Como a insulina diminui o catabolismo muscular? A degradação de proteínas ou catabolismo muscular é caracterizada pela quebra de proteínas musculares (miofibrilares e sarcoplasmáticas) em aminoácidos. A organela responsável por esse processo chama-se proteassoma (BODINE e BAEHR, 2014). É importante destacar que o catabolismo das proteínas musculares tem como finalidade fornecer aminoácidos para o organismo durante períodos em que a glicemia e os níveis de aminoácidos estão baixos no sangue (jejum e durante o exercício) (CARBONE et al. 2013). Por 3 0 www.uniguacu.com.br exemplo, o aminoácido alanina proveniente do catabolismo muscular pode ser usado no fígado para gerar glicose, mantendo a glicemia estável durante o jejum prolongado. A atividade do proteassoma é controlada por proteínas intracelulares. A principal proteína que regula a atividade do proteassoma é chamada de FOXO (forkhead box O). Essa proteína é um fator de transcrição, ou seja, é uma proteína que está localizada no citoplasma da célula, entretanto, após ser ativada, é direcionada para o núcleo e quando se liga na fita de DNA promove a formação de enzimas. Basicamente, quando a proteína FOXO for ativada e translocada para o DNA celular produz as enzimas chamadas de MURF e ATROGINA-1. Essas enzimas aumentam a atividade do proteassoma e com isso a degradação das proteínas musculares em aminoácidos se eleva (BODINE e BAEHR, 2014). Agora vamos compreender como a insulina que é produzida após as refeições atua para reduzir o catabolismo muscular. A insulina reduz a degradação de proteínas no músculo devido ao efeito supressor sobre o proteassoma, ou seja, quando a insulina está alta no sangue (pós-prandial) a atividade do proteassoma diminui e como consequência o catabolismo muscular é reduzido (GLASS, 2003). Durante o período de jejum a concentração de Insulina no sangue diminui, e isso pode aumentar um pouco a atividade do proteassoma e o catabolismo muscular. Lembrando que o catabolismo um pouco mais elevado durante o jejum não tem impacto para reduzir a massa muscular, sendo que o contexto geral da dieta e treino que mais interfere se uma pessoa irá ganhar ou perder massa muscular. 3 1 www.uniguacu.com.br Vamos agora compreender como a Insulina pode bloquear o catabolismo muscular. Os mecanismos bioquímicos que explicam a redução da degradação de proteínas pela Insulina são atribuídos ao fato deste hormônio se ligar em seu receptor na membrana da célula muscular e ativar no meio intracelular diversas proteínas que tem como finalidade reduzir a atividade do proteassoma. Conforme demonstrado na figura 11, primeiramente a insulina se liga ao seu receptor específico localizado na membrana celular, uma proteína que contém duas subunidades alfa e duas subunidades beta (IR). Após a ligação extracelular da Insulina ao seu receptor na região alfa, ocorre a fosforilação (ativação) intracelular da região beta e com isso há ativação do substrato do receptor de Insulina (IRS-1). Em seguida ocorre a ativação da proteína PI3quinase que ativa as proteínas PIP2 e PIP3 na membrana plasmática. Essas proteínas de membrana levam a ativação da proteína AKT, também chamada de proteína-quinase B. A função da AKT é inibir o fator de transcrição chamado de FOXO, basicamente é a AKT que inibe o catabolismo muscular. Lembrando que um fator de transcrição é uma proteína que está localizada no citoplasma da célula, e que após ser ativado, é direcionado para o núcleo da célula (DNA) para promover a transcrição de genes (RNA mensageiro) e que posteriormente estes genes podem ser traduzidos em proteínas. Durante o jejum, a concentração de insulina no sangue é baixa e o fator de transcrição FOXO se encontra no núcleo celular (DNA), e produz as enzimas MURF e ATROGINA-1, sendo estas enzimas responsáveis em aumentar a atividade do proteassoma e, 3 2 www.uniguacu.com.br consequentemente, a degradação muscular (catabolismo). A função da insulina é inibir o fator de transcrição FOXO, sendo que isso acontece devido à Insulina ativar a proteína AKT no meio intracelular que leva a translocação de FOXO do núcleo da célula (DNA) para o citoplasma. Isto significa que a Insulina diminui a degradação de proteínas por retirar FOXO do núcleo celular, reduzindo a expressão das enzimas MURF e ATROGINA-1 (SANCHEZ et al. 2014). A figura 11 demonstra os eventos bioquímicos que a Insulina promove na redução da degradação de proteínas musculares em aminoácidos. Figura 11: Mecanismo que a Insulina gera o efeito anti- catabólico. Legenda: A Insulina ao se ligar em seu receptor de membrana (IR) promove ativação do substrato do receptor de insulina, o IRS-1. Em seguida ocorre ativação da proteína PI3quinase que ativa na membrana celular as proteínas PIP2 e PIP3 e depois ocorre a ativação da proteína AKT. Com AKT ativada o fator de transcrição denominado FOXO é translocado do DNA (núcleo celular) para o citoplasma celular, reduzindo a expressão das enzimas MURF e ATROGINA-1. Com estas enzimas inibidas ocorre uma diminuição na atividade do proteassoma e, como consequência, redução na degradação de proteínas musculares em aminoácidos. 3 3 www.uniguacu.com.brA insulina estimula a síntese de proteínas musculares? A síntese de proteínas no músculo esquelético acontece nos ribossomos, uma organela que está localizada no citoplasma e também podem estar aderidos ao retículo endoplasmático rugoso. O ribossomo é constituído por duas subunidades, uma denominada subunidade maior (60S) e a outra subunidade menor (40S). O ribossomo é uma máquina macromolecular responsável em produzir proteínas musculares, como a Actina e Miosina e proteínas sarcoplasmáticas (WEN et al., 2016). A atividade do ribossomo determina se a síntese de proteínas está elevada ou reduzida, ou seja, em determinado período do dia os ribossomos podem estar produzindo muitas proteínas musculares ou não. A mTOR (mammalian target of rapamycin) é uma proteína que está dentro da célula muscular e controla a atividade dos ribossomos. Isso significa que, quando a mTOR for ativada, os ribossomos irão sintetizar muitas proteínas musculares (aumento na síntese de proteínas), porém, quando a atividade da mTOR está baixa, os ribossomos produzem poucas proteínas (redução na síntese de proteínas) (NADER et al., 2005). Alguns estudos demonstraram a importância da proteína mTOR para o crescimento muscular. A inibição desta proteína por um fármaco denominado rapamicina gerou atrofia muscular, entretanto muitas linhas de evidência indicam que a hiperativação da mTOR favorece o crescimento muscular (YOON, 2017). Portanto, estimular a mTOR tornou-se um alvo para promover o processo de hipertrofia muscular, pois essa proteína estimula 3 4 www.uniguacu.com.br os ribossomos, as organelas responsáveis em criar as proteínas musculares. Estudos têm demonstrado que existe uma diferença na ação da insulina quando se consome carboidratos e proteínas. É importante destacar que as proteínas também estimulam a produção de insulina, principalmente o whey-protein. Um estudo de metanálise (ABDULLA et al., 2016) investigou o efeito da insulina sobre a síntese e degradação de proteínas musculares em humanos. Os resultados demonstraram que a insulina só aumenta a síntese de proteínas na presença elevada de aminoácidos no sangue, ou seja, após a ingestão de proteínas. Entretanto, a insulina foi eficiente em reduzir a degradação de proteínas independente da disponibilidade de aminoácidos no sangue, sendo que esta condição é similar após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos e pobre em proteínas, no qual ocorre aumento de insulina sem elevar a concentração de aminoácidos. O estudo conduzido por Figueiredo e colaboradores (2019) investigou o impacto que a ingestão apenas de carboidratos no pós- treino (3g/kg) gera sobre proteínas envolvidas na síntese proteica muscular em indivíduos treinados. Após a ingestão de carboidratos foi observado uma alta produção de insulina, porém sem efeitos adicionais sobre a ativação intramuscular da mTOR, sugerindo que o pico de insulina com apenas carboidratos não ativa a via da mTOR. Os resultados da meta-análise de Abdulla et al. (2016) e do estudo de Figueiredo et al. (2019) revela que a insulina produzida sem presença de aminoácidos, ou seja, após ingestão de carboidratos 3 5 www.uniguacu.com.br não tem efeito sobre a síntese proteica muscular, porém a insulina produzida na presença elevada de aminoácidos (ingestão de proteínas) parece sim promover estímulo anabólico. Pico de insulina no pós-treino com carboidratos? Muitos acreditam que os carboidratos podem estimular diretamente o anabolismo muscular (síntese de proteínas) devido ao grande aumento na produção do hormônio Insulina. Uma prática muito comum é ingerir uma dose elevada de carboidratos no pós-treino para elevar a Insulina com o objetivo de aumentar o anabolismo muscular. Entretanto, a ciência não confirma esta hipótese. Após a ingestão de carboidratos ocorre sim o aumento da Insulina, sendo dependente da dose e do tipo de carboidrato ingerido (simples e complexo). No entanto, o aumento da Insulina após a ingestão de carboidratos não favorece o aumento da síntese de proteínas no músculo. Um estudo de metanálise (ABDULLA et al., 2016) investigou o efeito da Insulina sobre a síntese e degradação de proteínas musculares em humanos. Os resultados demonstraram que a Insulina só aumenta a síntese de proteínas na presença elevada de aminoácidos no sangue, ou seja, após a ingestão de proteínas. Entretanto, a Insulina foi eficiente em reduzir a degradação de proteínas independente da disponibilidade de aminoácidos no sangue, sendo que esta condição é similar após a ingestão de uma refeição rica em carboidratos e pobre em proteínas, no qual ocorre aumento de Insulina sem elevar a concentração de aminoácidos. Estes resultados indicam que uma das funções dos 3 6 www.uniguacu.com.br carboidratos sobre a hipertrofia muscular é de aumentar a produção de Insulina e com isso reduzir o catabolismo muscular (degradação de proteínas). Por isso, nós iremos entender que uma das funções dos carboidratos na dieta é gerar um efeito poupador no músculo esquelético, ou seja, diminuir a degradação de proteínas, fazendo a glicose ser usada como prioridade para fazer energia. Corroborando com estes resultados, alguns estudos demonstraram que a ingestão de carboidratos combinado com proteínas no pós-treino não potencializa a síntese de proteínas musculares em comparação à ingestão somente de proteínas. O estudo de Koopman e colaboradores (2007) investigou a influência da combinação de carboidratos e proteína no pós-treino sobre a taxa de síntese de proteínas contráteis em homens. Os participantes foram submetidos em três condições: 1) ingestão de 0.3g/kg de proteínas; 2) ingestão de 0.3g/kg de proteínas mais 0.15g/kg de carboidratos e; 3) ingestão de 0.3g/kg de proteínas mais 0.6g/kg de carboidratos, sendo que a ingestão alimentar foi realizada 60 minutos após a sessão de treinamento resistido. Os resultados demonstraram que o aumento da síntese de proteínas musculares foi semelhante entre as três condições, indicando que o consumo de carboidratos combinado com proteínas não foi superior para elevar a taxa de síntese de proteínas comparada à ingestão isolada de proteínas. Estes resultados não indicam que a ingestão de carboidratos no pós-treino é desnecessário, mas nos mostra que a função dos carboidratos não é de elevar de maneira aguda a síntese de proteínas musculares, pois são as proteínas que fazem esse efeito, ou seja, whey-protein, 3 7 www.uniguacu.com.br carnes, leite, iogurte etc. Ingerir carboidratos no pós-treino não é uma regra para pessoas que treinam uma vez ao dia, indicando que pode ser opcional ter ou não o carboidrato no pós-treino, pois o mais importante para a hipertrofia muscular é a dose de carboidratos ingeridos durante o dia. Porém, em pessoas que treinam duas vezes ao dia é extremamente importante consumir carboidratos no pós-treino. A função primária dos carboidratos no pós-treino é gerar a reposição do glicogênio muscular. O aumento da glicemia aumenta a produção da Insulina que em seguida estimula a captação de glicose para o meio intramuscular. Uma parte da glicose que entra na célula muscular é direcionada para a formação de glicogênio por meio da enzima glicogênio sintase, sendo esta enzima ativada quando a Insulina se liga em seu receptor na membrana da célula muscular. Em casos que a reposição do glicogênio é prioridade algumas estratégias podem ser adotadas: ingestão de carboidratos (0.8 g / kg / h) com preferência por fontes de carboidratos com índice glicêmico alto (> 70) combinado com proteínas (0.2-0.4g/kg /h) e adição de cafeína (3-8 mg / kg) no pós-treino. Estas estratégias são muito utilizadas em atletas que realizam duas sessões de treino no mesmo dia e necessitam de uma reposição mais acelerada do glicogênio muscular (KERKSICK et al. 2017).Outra estratégia muito comum é usar a refeição pós-treino para consumir alimentos palatáveis com uma alta carga glicêmica (doces), no qual pode ser interessante para pessoas treinadas. Existem alguns pontos positivos dessa estratégia que merecem 3 8 www.uniguacu.com.br ser destacados, como o efeito recompensa e a aderência à dieta. Por exemplo, sabendo que após o treino terá um tipo de refeição muito saborosa a chance do indivíduo se dedicar ao máximo no treino é maior (efeito recompensa). Essa estratégia também pode acelerar a reposição do glicogênio muscular, pois neste momento a sensibilidade à insulina é maior e a atividade da enzima glicogênio sintase é alta (enzima responsável pela síntese de glicogênio), sendo que boa parte da glicose que está no sangue será direcionada para formar o glicogênio no músculo (WOJTASZEWSKI et al. 2000). Algumas pessoas acham que essa estratégia pode gerar ganho de gordura corporal, porém quando o glicogênio está baixo e a sensibilidade à insulina é alta (condição no pós-treino), boa parte da glicemia é direcionada para formar glicogênio no músculo e não para a lipogênese (conversão de glicose em ácidos graxos no tecido adiposo). Já relacionado ao efeito dos carboidratos no pós-treino sobre a degradação de proteínas (catabolismo) os estudos ainda são um pouco inconclusivos. Alguns estudos demonstraram que após o treinamento resistido a expressão de proteínas responsáveis em ativar o catabolismo no proteassoma como o fator de transcrição FOXO e as enzimas MURF e ATROGINA-1 se mantém elevada (LOUIS, 2007). Isto significa que ao terminar o treino a degradação de proteínas está ainda um pouco maior e a hipótese é que a ingestão de carboidratos neste momento seria uma opção para reduzir rapidamente o catabolismo muscular. Os estudos que examinam o papel da ingestão de 3 9 www.uniguacu.com.br carboidratos no pós-treino variam, mas indicam que a ingestão de carboidratos em uma dose baixa (menor de 40 g) não foi suficiente para reduzir o catabolismo de proteínas contráteis (KOOPMAN et al., 2007; RASMUSSEN et al., 2000). Por outro lado, uma dose elevada de carboidratos no pós-treino (100g) gerou redução da degradação de proteínas contráteis após o treino (BØRSHEIM et al., 2004), indicando que possivelmente é necessário uma dose elevada de carboidratos no pós-treino para suprimir o catabolismo muscular nas primeiras horas após a sessão. Uma estratégia muito utilizada em indivíduos bem treinados ou atletas na fase de hipertrofia é direcionar uma das maiores doses de carboidratos do dia no pós-treino, utilizando alimentos com carga glicêmica elevada (doces, suco de uva integral, suco de laranja, etc.). Por que insulina alta em dieta para a hipertrofia? Uma dieta rica em carboidratos é essencial para maximizar a hipertrofia muscular. Claro que é possível ganhar massa muscular com uma dieta sem restrição de carboidratos (principalmente iniciantes), mas pensando em efeito máximo na hipertrofia é essencial ter uma maior ingestão de carboidratos. Os possíveis mecanismos que explicam este efeito estão associados à influência dos carboidratos sobre a produção de insulina que de maneira crônica diminui o catabolismo muscular, gerando o efeito poupador sobre as proteínas musculares. Se há disponibilidade de glicose e insulina no sangue menos precisa da gliconeogênese, ou seja, não há necessidade de 4 0 www.uniguacu.com.br quebrar proteínas musculares para fornecer a alanina, já que tem bastante glicose no sangue. Por isso, uma dieta rica em carboidratos reduz a gliconeogênese no fígado. Além disso, a dieta rica em carboidratos que promove uma alta produção de insulina aumenta o estoque de glicogênio muscular, e isso consequentemente melhora o desempenho no treino. Um estudo demonstrou que os atletas de fisiculturismo que consumiram mais calorias na dieta (67,5 kcal/kg/dia) ganharam mais massa muscular e gordura corporal comparado aos atletas que consumiram menos calorias na dieta (50,1 kcal/kg/dia). O mais interessante deste estudo foi que o grupo que consumiu mais calorias se deu pelo fato de ingerir mais carboidratos (12.9g/kg/dia), sendo que no outro grupo a ingestão de carboidratos foi menor (8g/kg/dia). Este estudo demonstra a importância do superávit calórico e dos carboidratos para gerar a hipertrofia muscular no máximo (RIBEIRO et al., 2019). Como a insulina inibe a lipólise? As células do tecido adiposo são chamadas de adipócitos, sendo que no interior dos adipócitos existe o armazenamento de triglicerídeos, uma molécula constituída por três ácidos graxos e um glicerol. O termo lipólise significa quebra de gorduras, ou seja, é basicamente a quebra de triglicerídeos em três ácidos graxos e um glicerol. Os hormônios adrenalina, GH, cortisol e glucagon ativam a enzima Lipase Hormônio Sensível (LHS) que atua aumentando a lipólise, porém esse conteúdo será abordado nos próximos tópicos. 4 1 www.uniguacu.com.br Já a insulina tem a função de inibir o processo de lipólise no tecido adiposo, ou seja, toda vez que comemos e produzimos a Insulina o processo de lipólise diminui (MORIGNY et al. 2016). Vamos compreender agora o mecanismo que a insulina inibe a lipólise no tecido adiposo. A Insulina quando se liga em seu receptor na membrana plasmática do adipócito causa ativação intracelular de uma proteína chamada de fosfodiesterase 3B, sendo que essa proteína causa uma inibição da enzima LHS. Com a redução na atividade da enzima LHS o processo de lipólise diminui. Portanto, no período pós- prandial a quebra de triglicerídeos em três ácidos graxos e um glicerol é reduzido principalmente devido a ação da insulina, lembrando que nesse é um momento de formar triglicerídeos, conforme será detalhado no próximo tópico. No período de jejum a concentração de insulina diminui, e ao mesmo tempo a concentração dos hormônios glucagon, adrenalina, GH e cortisol aumentam, favorecendo a lipólise. A figura 12 demonstra o mecanismo que a Insulina inibe o processo de lipólise no tecido adiposo. Figura 12. Mecanismo que a insulina inibe a lipólise no tecido adiposo. Legenda: A insulina ao se ligar em seu receptor de membrana (IR) promove ativação da proteína chamada de fosfodiesterase 3B que atua inibindo a enzima Lipase Hormônio Sensível (LHS). A inibição da LHS causa uma redução na lipólise, ou seja, ocorre uma diminuição da quebra de triglicerídeos em 4 2 www.uniguacu.com.br três ácidos graxos e um glicerol. A insulina também inibe a oxidação de gorduras nas mitocôndrias, pois gera uma supressão de enzimas que pertencem à beta-oxidação. Isso significa que após as refeições, principalmente que contém carboidratos, o organismo irá priorizar o uso de glicose para fazer energia. Por outro lado, durante o jejum a concentração de insulina diminui, elevando a lipólise e oxidação de gorduras nas mitocôndrias, ou seja, durante o jejum o organismo prioriza a gordura para ser usada como fonte de energia. É importante destacar que para ocorrer o emagrecimento (redução de gordura corporal) precisa haver o déficit calórico (gasto calórico diário maior que a ingestão calórica), pois muitos confundem período de maior queima de gorduras com emagrecimento. Como a insulina estimula a formação de triglicerídeos? Após as refeições ocorre um aumento na formação de triglicerídeos no tecido adiposo, processo chamado de lipogênese. É importante destacar que o que vai determinar se uma pessoa irá ganhar ou perder gordura corporal é o balanço calórico de vários dias e não apenas uma única refeição, pois não podemos confundir um período de lipogênese como ganho de gordura corporal ou um período de lipólise como emagrecimento. Após a ingestão de gorduras que estão presentes nos alimentos a lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL) no sangue leva moléculasde triglicerídeos até o tecido adiposo. Para a gordura entrar no interior do adipócito é necessário primeiramente haver uma 4 3 www.uniguacu.com.br lipólise na VLDL, ou seja, ocorre a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos que posteriormente entram no meio intracelular do adipócito. Para isso acontecer é necessária a ativação de uma enzima chamada de lípase de lipoproteína (LPL) que está localizada na membrana plasmática do adipócito. A insulina quando se liga em seu receptor na membrana ativa a enzima LPL, estimulando a entrada de ácidos graxos para o interior do adipócito. Ao entrar na célula, o ácido graxo é usado para formar os triglicerídeos (SMITH et al, 2016). Em uma condição de superávit calórico e excesso de ingestão de carboidratos pode haver a conversão de glicose em ácidos graxos no tecido adiposo, processo chamado de lipogênese de novo. Nessa condição a Insulina promove a entrada de glicose no interior do adipócito mediado pela translocação do GLUT4. Quando a glicose entra na célula ocorre um aumento da formação de ATP na mitocôndria. Esse aumento de ATP causa a saída de citrato (intermediário do ciclo de krebs) da mitocôndria para o citoplasma, sendo que o citrato é convertido acetil-coa por ação da enzima citrato liase. Em seguida, o acetil-coa é convertido em malonil-coa por meio da enzima acetil-coa carboxilase, e por fim a enzima ácido graxo sintase converte o malonil-coa em ácido graxo (AMEER et al. 2014). A figura 13 resume os mecanismos que a insulina estimula a lipogênese e a lipogênese de novo. 4 4 www.uniguacu.com.br Figura 13. Mecanismo que a insulina estimula a lipogênese no tecido adiposo Legenda: A insulina ao se ligar em seu receptor de membrana (IR) promove ativação da enzima Lipase de Lipoproteína (LPL) que estimula a quebra de triglicerídeos em ácidos graxos na VLDL, sendo que o ácido graxo entra no interior do adipócito para ser convertido em triglicerídeos. Além disso, em uma condição de ingestão calórica excessiva a insulina estimula a lipogênese de novo. Quando a Insulina liga no IR a glicose entra no adipócito por meio do GLUT4, sendo que a glicose é usada para fazer ATP na mitocôndria. Com o aumento de ATP o citrato sai da mitocôndria para o citoplasma sendo convertido em acetil-coa pela enzima citrato liase (CL). Acetil-coa é convertido em malonil-coa por ação da enzima acetil-coa carboxilase (ACC) que em seguida ocorre a reação de malonil-coa para ácido graxo mediado pela enzima ácido graxo sintase (AGS). Na condição de excesso de ingestão calórica a insulina poderá aumentar a expressão e atividade das enzimas citadas acima. Quando a insulina se liga em seu receptor na membrana plasmática do adipócito pode também ativar um fator de transcrição chamado de Proteína de Ligação ao Elemento Regulador de Esterol (SREBP-1). Um fator de transcrição é uma proteína que quando está localizada no citoplasma da célula não exerce efeito, mas quando é direcionada ao núcleo celular e se liga na fita de DNA pode aumentar a transcrição de RNA mensageiro que é convertido em proteína. Basicamente a insulina quando liga no seu receptor ativa a translocação de SREBP-1 4 5 www.uniguacu.com.br do citoplasma para a fita de DNA (núcleo), sendo que SREBP-1 estimula a formação de enzimas da lipogênese, como a citrato liase, acetil-coa carboxilase e ácido graxo sintase (AMEER et al. 2014). Isso explica o em partes a expansão do tecido adiposo em uma condição de superávit calórico excessivo. Além disso, esse efeito da insulina sobre a lipogênese também acontece no fígado, sendo que a ingestão calórica excessiva pode desencadear um acúmulo de gordura no fígado, causando a esteatose hepática. A figura 14 mostra o mecanismo que a Insulina estimula o SREBP-1 e aumenta a formação de enzimas lipogênicas. Figura 14. Ativação de SREBP-1 pela Insulina e aumento na expressão de enzimas da lipogênese. Legenda: A Insulina ao se ligar em seu receptor de membrana (IR) promove ativação do fator de transcrição chamado de Proteína de Ligação ao Elemento Regulador de Esterol (SREBP-1). Após ativado pela Insulina o SREBP-1 é translocado do citoplasma para o núcleo celular e na fita de DNA promove a transcrição de RNA mensageiro que posteriormente será traduzido em enzimas da lipogênese, tais como: citrato liase (CL); acetil-coa carboxilase (ACC) e ácido graxo sintase (AGS). Dietas para o emagrecimento causam redução da gordura corporal por diminuir a insulina? Muitas pessoas escolhem a dieta para emagrecer com 4 6 www.uniguacu.com.br base na produção de insulina, ou seja, alegam que a melhor dieta para emagrecer é aquela que mais diminui a produção da insulina, uma vez que este hormônio bloqueia a lipólise e a oxidação de gorduras. Porém, isso não tem respaldo científico e fazer a escolha da dieta baseada na insulina é um erro que pode levar ao fracasso no emagrecimento. Claro, a dieta low carb e jejum intermitente podem ser usados para emagrecer, sendo que realmente essas dietas irão diminuir a produção de insulina, entretanto, não é por reduzir a insulina que essas dietas vão promover a perda de gordura, mas sim através do déficit calórico. Para uma dieta ser efetiva para o emagrecimento é necessário ter o déficit calórico, independente da composição dos macronutrientes. As pesquisas mostram que o emagrecimento é similar quando comparado a diferentes tipos de dieta com o mesmo déficit calórico (low carb, low fat, jejum intermitente, cetogênica etc.), indicando que o que realmente emagrece é o déficit calórico e não a redução da insulina, pois as dietas que promovem maior redução de insulina (low carb/jejum intermitente) não gerou maior emagrecimento do que as dietas com maior produção de insulina (low fat/high carb) quando o déficit calórico foi equiparado (FREIRE et al. 2020). Isso significa que a aderência é um dos principais pilares para escolher o tipo de dieta para emagrecer, ou seja, é necessário escolher a dieta que o paciente conseguirá seguir no longo prazo. A perda de peso corporal acaba sendo mais rápida em dieta com restrição de carboidratos, sendo que muitas pessoas acham que essa perda de peso é proveniente somente da redução da massa 4 7 www.uniguacu.com.br gorda, porém isso não é verdade. Ao restringir carboidratos na dieta ocorre maior redução da insulina e isso faz com que a eliminação de sódio pela urina seja maior. Esse efeito faz o organismo eliminar mais água corporal, refletindo diretamente no peso corporal total. Associado a isso, a restrição de carboidratos faz o glicogênio muscular diminuir, justamente devido à menor disponibilidade de insulina e glicose no sangue. A maior eliminação de água corporal somado a queda do glicogênio muscular explica o motivo que na dieta low carb o peso corporal diminui mais rápido, indicando que a perda rápida de peso no início não necessariamente acontece somente pela redução da massa gorda (BLOMAIN et al. 2013). Efeitos do glucagon sobre o controle da glicemia O glucagon é um hormônio proteico de 29 aminoácidos secretado pelas células alfa do pâncreas e desempenha uma importante função na regulação da homeostasia da glicemia durante o jejum por efeitos antagonistas sobre a ação da insulina. A secreção de glucagon é inibida pela hiperglicemia (níveis elevados de glicemia) e estimulada pela hipoglicemia (níveis baixos de glicemia). Vamos agora entender como age o glucagon durante o jejum para evitar uma queda drástica da glicose no sangue. Lembrando que os neurônios e as hemácias dependem da glicose para fazer energia, por isso, o glucagon tem uma importante função em não deixar a glicemia diminuir muito para que não falte glicose para estas células (neurônios e hemácias). Durante o jejum a glicemia diminui, pois grande parte da 4 8 www.uniguacu.com.br glicose entra nas células devido à açãoda insulina. A queda da glicemia estimula a secreção do glucagon, no qual esse hormônio vai até o fígado e estimula duas vias bioquímicas a glicogenólise e a gliconeogênese que faz o fígado produzir mais glicose para o sangue durante o jejum (HALL, 2011). A glicogenólise é a quebra de glicogênio em glicose, sendo que o glucagon ao se ligar em seu receptor na membrana da célula hepática ativa proteínas intracelulares. Ao se ligar no seu receptor, o glucagon ativa uma proteína que fica na membrana plasmática chamada de Adenilato Ciclase, sendo que a sua função é converter ATP que está dentro da célula em AMP cíclico. O AMP cíclico ativa uma proteína no citoplasma chamada de Proteína Kinase A (PKA). Em seguida, a PKA gera ativação da enzima fosforilase, responsável em fazer a quebra do glicogênio em glicose (glicogenólise). A glicose sai da célula hepática e é direcionada para o sangue (MOLINA, 2014). Ao mesmo tempo, o glucagon estimula a gliconeogênese, processo que acontece somente no fígado. A gliconeogênese é uma via bioquímica que converte compostos que não vem de carboidrato em glicose, como o glicerol (proveniente da lipólise do tecido adiposo), aminoácido alanina (proveniente do catabolismo muscular) e lactato (produto final da glicólise anaeróbia). Em uma condição de jejum prolongado a lipólise aumenta no tecido adiposo para fornecer o glicerol e ao mesmo tempo o catabolismo muscular no proteassoma também aumenta para fornecer a alanina, sendo que esses dois substratos energéticos são usados no fígado para gerar glicose. O glucagon estimula a via da gliconeogênese por ativar 4 9 www.uniguacu.com.br enzimas importantes nesse processo. Quando o glucagon liga em seu receptor na membrana plasmática vai estimular a PKA (conforme detalhado acima), sendo que a PKA além de ativar a fosforilase também ativa as enzimas da gliconeogênese, tais como: glicose-6-fosfatase, fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK). A ativação das enzimas via glucagon aumenta a gliconeogênese, fornecendo mais glicose para o sangue durante o jejum. A figura 15 demonstra o mecanismo que o glucagon aumenta a glicogenólise e a gliconeogênese durante o jejum. Figura 15. Mecanismo que o glucagon aumenta a glicogenólise e gliconeogênese no fígado. Legenda: Ao se ligar no seu receptor, o glucagon ativa uma proteína que fica na membrana plasmática chamada de Adenilato Ciclase, sendo que a sua função é converter ATP que está dentro da célula em AMP cíclico. O AMP cíclico ativa uma proteína no citoplasma chamada de Proteína Kinase A (PKA). Em seguida, a PKA gera ativação da enzima fosforilase, responsável em fazer a quebra do glicogênio em glicose (glicogenólise). Ao mesmo tempo, a PKA também ativa as enzimas da gliconeogênese tais como glicose-6-fosfatase (G-6-F) e fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) que irão converter glicerol, alanina e lactato em glicose. Esse efeito do glucagon faz o fígado produzir mais glicose para evitar uma hipoglicemia durante o jejum. 5 0 www.uniguacu.com.br QUESTÕES PARA MAIOR FIXAÇÃO DO CONTEÚDO 1) A dieta rica em carboidratos favorece a hipertrofia muscular. Portanto, explique a relação entre carboidratos, insulina e ganho de massa muscular. 2) Explique o efeito da ingestão de carboidratos e do pico de insulina no pós-treino para pessoas que treinam duas vezes ao dia. 3) Descreva como a insulina bloqueia a lipólise no tecido adiposo durante o período pós-prandial. 4) Explique a relação entre superávit calórico, insulina e ganho de gordura corporal. 5) Descreva as ações do glucagon durante o jejum para evitar a hipoglicemia. 5 1 www.uniguacu.com.br 3CAPÍTULO ADRENALINA Neste capítulo, você irá aprender sobre: • Os estímulos para produzir a adrenalina; • Os mecanismos que a adrenalina estimula a lipólise no tecido adiposo; • Os mecanismos que a adrenalina estimula a glicogenólise. • O efeito da intensidade do exercício sobre a produção de adrenalina; • A relação entre adrenalina e termogênicos. 5 2 www.uniguacu.com.br Como a adrenalina é produzida? A adrenalina é um hormônio derivado de um aminoácido, sendo sintetizadas a partir do aminoácido tirosina. A adrenalina é produzida pela glândula suprarrenal, sendo que o aumento na atividade do sistema nervoso autônomo simpático é o principal estímulo para produzir a adrenalina. Isso significa que condições que aumentam a atividade simpática, como exercício físico, estresse, condições de perigo a produção de adrenalina aumenta (SILVERTHORN, 2010). Além disso, a condição de hipoglicemia (jejum) também pode aumentar a síntese de adrenalina. Este hormônio gera diversos efeitos no organismo, havendo ação no sistema cardiovascular, respiratório, músculo, tecido adiposo, fígado e sistema gastrointestinal. Nos próximos tópicos iremos compreender melhor como a adrenalina age, sendo que sua principal função é produzir substratos energéticos para o sangue proveniente do tecido adiposo, músculo e fígado, bem como aumentar os batimentos cardíacos, velocidade de fluxo sanguíneo e concentração, sendo que essas respostas fisiológicas são importantes durante uma condição de alerta, exercício físico e estresse. Como a adrenalina estimula a lipólise? A adrenalina estimula a lipólise no tecido adiposo, pois sua finalidade é aumentar a quantidade de ácidos graxos e glicerol no sangue que serão utilizados em outros tecidos para gerar energia durante as condições de exercício físico, estresse e perigo. Durante essas condições citadas a atividade simpática aumenta, estimulando 5 3 www.uniguacu.com.br a liberação de adrenalina na glândula suprarrenal. Em seguida, a adrenalina cai na corrente sanguínea e vai até o tecido adiposo estimular a lipólise. Primeiro é importante lembrar que dentro dos adipócitos existe um estoque de gordura chamado de triglicerídeos ou triacilglicerol. Basicamente uma molécula de triglicerídeos é constituída por três ácidos graxos e um glicerol (Triglicerídeos = 3 ácidos graxos + 1 glicerol). Portanto, a lipólise é a quebra da molécula de triglicerídeos em três ácidos graxos e um glicerol. O processo de lipólise nada mais é do que a mobilização de ácidos graxos e glicerol do tecido adiposo para o sangue, sendo extremamente importante durante o jejum e exercício físico, pois o ácido graxo é usado na mitocôndria de outros tecidos para gerar ATP e o glicerol pode ser convertido no fígado pela via da gliconeogênese. Vamos compreender agora como a adrenalina age nos adipócitos para estimular a lipólise. A adrenalina se liga no receptor chamado de beta-adrenérgico, no qual essa ligação gera uma ativação de uma proteína localizada na membrana plasmática chamada de adenilato ciclase. A ativação da adenilato ciclase promove a conversão intracelular do ATP em AMP cíclico, sendo que o aumento de AMP cíclico ativa a proteína quinase A (PKA). A PKA tem como função ativar a lipase hormônio sensível (LHS), considerada uma enzima chave para ativar a lipólise. São três enzimas que controlam a lipólise, primeiro a lipase de triglicerídeos (ATGL) converte o triglicerídeo em diacilglicerol e libera um ácido graxo. Em seguida enzima LSH que foi ativada pela PKA via adrenalina atua convertendo diacilglicerol 5 4 www.uniguacu.com.br em monoacilglicerol e libera mais um ácido graxo. Por fim, a enzima lipase de monoacilglicerol (LMG) separa o monoacilglicerol e um ácido graxo e um glicerol (FRÜHBECK et al. 2014). Percebam que três ácidos graxos foram gerados, assim como um glicerol. A figura 16 demonstra o mecanismo que a adrenalina estimula a lipólise no tecido adiposo. Figura 16. Mecanismo de ação da adrenalina para estimular a lipólise no tecido adiposo. Legenda: A adrenalina se liga no receptor chamado de beta-adrenérgico, no qual essa ligação gera uma ativação de uma proteína localizada na membrana plasmáticachamada de adenilato ciclase. A ativação da adenilato ciclase promove a conversão intracelular do ATP em AMP cíclico, sendo que o aumento de AMP cíclico ativa a proteína quinase A (PKA). A PKA tem como função ativar a lipase hormônio sensível (LHS), considerada uma enzima chave para ativar a lipólise. São três enzimas que controlam a lipólise, primeiro a lipase de triglicerídeos (ATGL) converte o triglicerídeo (TG) em diacilglicerol (DG) e libera um ácido graxo. Em seguida, a enzima LSH que foi ativada pela PKA via adrenalina atua convertendo DG em monoacilglicerol (MG) e libera mais um ácido graxo. Por fim a enzima lipase de monoacilglicerol (LMG) separa o MG e um ácido graxo e um glicerol. Percebam que três ácidos graxos foram gerados, assim como um glicerol. 5 5 www.uniguacu.com.br Termogênicos, adrenalina e lipólise Algumas substâncias termogênicas podem aumentar a lipólise. A cafeína aumenta a lipólise e o gasto energético por ativar o sistema nervoso simpático, sendo que após a ingestão de cafeína ocorre um aumento na concentração plasmática de adrenalina, bem como um aumento pequeno do gasto energético, em torno de 50 a 100 kcal (HURSEL et al. 2010). De maneira sinérgica a cafeína aumenta no meio intracelular do adipócito a quantidade de AMP cíclico, sendo que isso promoverá maior ativação de PKA e consequentemente da enzima LHS. O efeito da cafeína no emagrecimento é pequeno, ou seja, não podemos esperar grande resultado no emagrecimento com a suplementação de cafeína até porque o aumento do gasto energético é pequeno. Lembrando que a cafeína é uma substância ergogênica, ou seja, quando usada no pré-treino (60 minutos antes) na dose de 3 a 6 mg por quilo de peso corporal pode aumentar o desempenho no treino (GOLDSTEIN et al. 2010). Outra substância que pode aumentar a lipólise é a ioimbina, sendo que seu principal mecanismo de ação para aumentar a lipólise é bloquear o receptor alfa adrenérgico nos adipócitos. Quando a adrenalina se liga no receptor beta adrenérgico a lipólise acontece, porém, quando a adrenalina liga no receptor alfa adrenérgico a lipólise não acontece. Isso significa que a ioimbina inibe o receptor alfa adrenérgico permitindo assim que grande parte da adrenalina se ligue no beta-adrenérgico (MCCARTY et al. 2002). São poucos os estudos que avaliaram o efeito da ioimbina sobre o emagrecimento, sendo que um estudo verificou uma maior redução de gordura corporal com 5 6 www.uniguacu.com.br uso de 20 mg de ioimbina em combinação com treinamento resistido em atletas de futebol. (OSTOJIC et al. 2006). A dose mais usual de ioimbina varia entre 5 a 20 mg durante o período de jejum ou pré- treinamento. Como a adrenalina estimula a glicogenólise? No fígado e no músculo a adrenalina promove a quebra do glicogênio em glicose, processo chamado de glicogenólise. Esse processo é importante durante o exercício físico e condições de estresse já que a quebra do glicogênio hepático gera glicose para o sangue e a quebra do glicogênio muscular fornece glicose para o músculo. Basicamente a adrenalina age estimulando a produção de glicose para o sangue e músculo para suprir a demanda energética durante o treino ou estresse. O mecanismo que a adrenalina estimula a glicogenólise está associado ao fato da adrenalina se ligar ao receptor beta adrenérgico na membrana plasmática da célula hepática e muscular, sendo que esta ligação promove a ativação da enzima fosforilase, responsável em promover a quebra de glicogênio em glicose (glicogenólise) (MOLINA, 2014). Efeitos da adrenalina durante o exercício físico O exercício físico é um grande estímulo para produzir adrenalina, pois o esforço físico aumenta a ativação do sistema nervoso autônomo simpático. A produção de adrenalina durante o 5 7 www.uniguacu.com.br exercício é essencial para gerar substratos energéticos para suprir a demanda do exercício, pois a adrenalina aumenta a lipólise e a glicogenólise, fornecendo ao sangue ácidos graxos, glicerol e glicose. Esses substratos energéticos são direcionados para o músculo ativo, sendo usados nas células musculares para formar ATP (energia). Ao mesmo tempo, a adrenalina aumenta a quebra do glicogênio muscular, gerando localmente glicose para o músculo, conforme detalhado anteriormente. A intensidade e o volume do exercício podem impactar na quantidade de adrenalina produzida (MORA-RODRIGUEZ et al. 2000). Durante o exercício intenso, como o HIIT ocorre uma maior ativação simpática do que o exercício leve ou moderado (KATAYAMA et al, 2019). No HIIT a adrenalina vai causar uma quebra do glicogênio muscular durante os estímulos intensos, visto que exercício de alta intensidade aumenta a dependência do glicogênio muscular. Ao mesmo tempo, a adrenalina aumenta a concentração de ácidos graxos no sangue via lipólise no tecido adiposo, no qual essa gordura será mais usada durante as pausas entre séries. Durante o aeróbio contínuo a produção de adrenalina também aumenta. É importante destacar que o volume também pode influenciar a produção de adrenalina, pois quanto maior a distância ou tempo do aeróbio mais tempo a concentração de adrenalina fica elevada no sangue. A adrenalina no aeróbio moderado também atuará gerando quebra do glicogênio e lipólise, no entanto, a dependência do glicogênio muscular é menor no exercício moderado. Outro efeito da adrenalina durante o exercício físico é no 5 8 www.uniguacu.com.br sistema cardiovascular. A adrenalina aumenta a frequência cardíaca, elevando o bombeamento de sangue. De maneira sinérgica, a adrenalina também gera vasoconstrição nas grandes artérias, pois isso aumenta a velocidade do fluxo sanguíneo. Aumentar a quantidade de sangue e a velocidade que o sangue circula é muito importante durante o exercício, pois isso levará mais substratos energéticos ao músculo ativo no treino. Lembrando que os capilares do músculo que está sendo usado no exercício (ativo) entram em vasodilatação para facilitar a entrega do oxigênio e de substratos energéticos ao músculo. Isso significa que se uma pessoa está treinando quadríceps os capilares deste músculo entram em vasodilatação, porém a adrenalina gera uma vasoconstrição nas grandes artérias para justamente o sangue circular mais rápido e chegar com maior velocidade no músculo ativo (MOLINA, 2014). 5 9 www.uniguacu.com.br QUESTÕES PARA MAIOR FIXAÇÃO DO CONTEÚDO 1) Explique como a adrenalina estimula a lipólise no tecido adiposo, mencionando os mecanismos de ação por meio do receptor beta-adrenérgico. 2) Explique a diferença entre a ligação da adrenalina no receptor beta-adrenérgico e alfa-adrenérgico. 3) Explique como a adrenalina age durante o exercício físico para fornecer mais substratos energéticos ao músculo. 4) Explique a relação entre adrenalina, cafeína e lipólise. 5) Explique como a ioimbina atua na lipólise. 6 0 www.uniguacu.com.br 4CAPÍTULO GH E IGF-1 Neste capítulo, você irá aprender sobre: • Os estímulos básicos do dia a dia para produzir o GH; • Os efeitos fisiológicos que o GH gera no tecido adiposo, fígado e músculo; • Os efeitos que o GH gera durante o jejum; • Os mecanismos que o GH aumenta por estímulo do exercício; • O tipo de treinamento que mais produz GH; • A relação entre GH, jejum intermitente e emagrecimento; • Os mecanismos que o IGF-1 aumenta a síntese de proteínas musculares; • A influência do treino, do balanço calórico e da ingestão de proteínas sobre o IGF-1. 6 1 www.uniguacu.com.br Como o GH é produzido? O Hormônio do Crescimento (GH) é um hormônio peptídico de 191 aminoácidos liberado pela glândula adeno-hipófise ou hipófise anterior. O GH tem um papel fundamental no crescimento por estimular aumento da massa óssea e massa muscular. Por isso, os níveis circulantes do GH aumentam durante a infância, atingem seu pico durante a puberdade
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