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Orquiectomia de grandes animais

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Página 1 de 4 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
Orquiectomia 
Orqui (testículo) + tomia (incisão, retirada) 
Pode ser uni ou bi (geralmente bilateral) 
 
Indicação para castração: 
• Retirar gosto na carne (suínos), não reprodução (sem raça), manejo (diminuir agressividade) 
• Equídeos: manejo, espaço (2 garanhões juntos), trauma (laceração de testículo) 
• Garanhão com problema em um testículo, neoplasia, criptorquidas 
• A castração reduz a superpopulação por meio da inibição da fertilidade masculina e diminui 
a agressividade masculina e os comportamentos e micção indesejáveis. 
 
Ajuda a evitar doenças relacionadas com androgénios, incluindo prostatopatias, adenomas 
perianais e hérnias perineais. 
Resolver anomalias congénitas, testiculares ou epididimais, neoplasias escrotais, traumatis-
mos ou abcessos, herniorrafia inguinal-escrotal, uretrostomia escrotal e controle de epilepsia e 
anomalias endócrinas. 
 
Considerações pré-operatórios: 
• Equídeo: 1,5 a 2 anos – esperar desenvolvimento completo do animal 
• Bovino: 2/3m 
• Ovino 2 a 4 m 
• Suínos 15-20 dias 
 
• Criptorquida abdominal: testículo completamente no abdômen (se for 1 testículo, uni lateral) 
• Criptorquida abdominal parcial: se apenas o epidídimo estiver pronunciado no canal inguinal 
pelo anel inguinal interno 
• Criptorquida inguinal: se epidídimo e testículo estiverem pronunciados no canal inguinal → 
Muitas vezes consegue tracionar e trazer para bolsa e ele se desenvolve. 
• Hérnia inguino-escrotal: relacionada com intestino 
• Anorquída → sem testículos 
 
Exame completo do animal antes do procedimento: 
• Existência do testículo 
• Onde estão? (pode ser Criptorquida) 
• Quantos são? - palpação, diferença de consistência, se tem dor, morfologia... 
Caso tenha dúvida: US 
Palpação retal para tentar encontrar anel inguinal (passagem do cordão espermático) 
Castrado → cordão espermático menor 
 
Anel inguinal interno → são formados pela interposição, posicionamento: Músculo obliquo ab-
dominal interno, m. reto do abdômen, tendão pré-púbico e ligamento inguinal 
 
 
 
 
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Considerações pré-operatórias: 
• Local com sombra, seco, limpo 
• Auxiliares com experiência 
• Material necessário (fios, instrumental, emasculador se for o caso) 
• Sedativos, anestésicos (seringas, agulhas) 
• Jejum de sólido (suíno 8, 10, 12h; equino 8 a 12h, e bovino 18/24h) 
Xilazina (cólica) 
Jejum de água é raro (gastroscopia) 
Ruim jejum em cavalo: ácido clorídrico vai dar dor 
• Contenção física - sempre que possível, dá maior segurança na cirurgia; buscar também colocar 
toalhas velhas, saco de arroz no membro pélvico antes de passar as cordas, para não "queimar" 
a pele, fica melhor pro animal. 
Quetamina com benzodiazepínico: cavalo caí não necessita de uma contenção física, derrubar na 
corda. 
• Posicionamento do animal 
Estação – experiencia e familiaridade com a técnica. Melhor recuperação, em bovinos com tronco 
(testículo vertical) 
Não utiliza Quetamina. Sedação e anestesia local 
Decúbito dorsal (centro cirúrgico) - criptorquidia 
Decúbito lateral (campo) – equino com decúbito lateral esquerdo para deixar ceco livre e bovino 
em decúbito lateral direito por conta do rúmen 
Se for decúbito lateral demorado: paralisia dos nervos 
 
Suíno - anestesia no testículo (cordão não fica exposto) 
Equino, bovino – anestesia no cordão espermático 
É melhor fazer mais proximal do cordão para trabalhar distal 
 
Anatomia do escroto: 
Formação dos testículos próximo ao polo caudal dos rins, e descem levando o abdômen junto 
a bolsa (túnica vaginal). Formação intrauterina próximas aos rins 
No macho as gônadas descem puxados pelo gubernáculo, testículo é puxado pelo guberná-
culo, e passa pelos anéis inguinais interno e externo. 
Cordão espermático tem ducto deferente e vasos. Passa pelos anéis inguinais externo e in-
terno. Se gubernáculo falha teremos criptoquirdismo (em diferentes lugares) e testículo pode 
parar no meio do caminho 
Anel inguinal interno e externo (distância estimada de 8cm), entre eles possui um canal onde 
o testículo percorre. Muitas vezes na descida do abdômen para a bolsa pode ficar ‘enroscado’ 
nessas três estruturas. 
Músculo cremaster (passa pelo anel inguinal interno; fica paralelo ao cordão espermático) = 
responsável pela movimentação do testículo (contrair e relaxar) 
 
Diagnóstico do criptorquidismo: 
Dosagem dos níveis de testosterona 
• 0,12 ng/ml (0,03-0,15 ng/ml) → castrados ou anorquida (não respondem após adminis-
tração de HCG) 
• 0,72 a 0,98ng/ml (0,38 -1,2 ng/ml) → garanhões 
Injeção de HCG (humana) no macho, dosagem da testosterona 
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Instrumentais 
Emasculador – hemostasia mecânica permanente 
• Emasculador de reimer: apresenta 2 hastes onde crava na cremalheira e não precisa ficar 
segurando. Possui função de cortar 
Posiciono sempre com a borboleta virada longe do animal (borboleta para baixo), corte distal 
ao que foi emasculado, se não há sangramento excessivo. 
• Emasculador de serra 
• Emasculador de White modificado 
 
Para a castração, pode-se usar uma abordagem tanto pré-escrotal como perineal. 
Abordagem pré-escrotal: é a mais comum e a mais fácil e realizar. 
É mais difícil exteriorizar os testículos por abordagem perineal, mas pode escolher-se para 
evitar reposicionamento e preparação asséptica de um segundo local cirúrgico quando o paci-
ente se encontra em posição perineal por causa de outro procedimento cirúrgico (por exemplo, 
reparo de hérnia perineal). 
 
Técnicas: 
• Aberta: incisão da túnica vaginal 
Após a sedação, anestesia local (intratesticular ou no cordão), neuroleptoanalgesia, con-
tenção física (não precisa de trico) 
Antissepsia das mãos e do paciente (técnica aberta para luva) 
1. Incisão, aprox 1 cm abaxial à rafe mediana do escroto, de tamanho suficiente para o testículo 
ser exposto 
O ideal é fazer a incisão no ponto mais baixo do escroto, para ter a melhor drenagem de líquido 
inflamatório possível. 
2. Incisão da pele tracionada, paralela ao maior eixo 
3. Inciso túnica dartos e a túnica vaginal → expor testículo 
4. Segura o testículo e separa do subcutâneo - o máximo de tecido é retirado, mais profundo, mais 
fácil para emascular, expõe mais o cordão empurrando o abdômen. 
OBS: pinçar com Allys a túnica vaginal para não perder 
OBS: para todas as técnicas, a retirada do cordão espermático deve ser realizada o mais pro-
ximal possível, para não ficar sobrando e aumentar as chances de ter funiculite séptica (impor-
tante divulsionar bem) 
5. Romper mesórquio (que é o ligamento do epidídimo) → fica do lado contrário do cordão esper-
mático 
6. Emasculação distal a ligadura com transfixação 
Certificar que pele não está incluído na transfixação (se uso emasculador não preciso fazer a liga-
dura com transfixação). Se utiliza o fio de sutura, pinça ele pra quando retirar o tecido tiver uma 
ancoragem de segurança. 
 
• Fechada: não incisa túnica vaginal. Mesma coisa da aberta 
Faz incisão da pele, expõe o testículo com as túnicas, faz emasculador e ressecção dos tes-
tículos. Não rompemos mesórquio, nem temos acesso à ele. 
É rápida, mas se há orquite e epididimite não sabemos, comum em ruminantes 
OBS: lembrar de nunca ficar puxando o testículo, mas sim empurrar a pele para maior expo-
sição. 
 
 
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• Semifechada: incisa túnica e fecha ela depois 
Abertura da pele igual, muda no momento de abrir a túnica vaginal, abertura da túnica não 
ocorre no mesmo sentido da incisão da pele, mas sim após expor já o testículo, eu corto a tú-
nica no altura cordão espermático. Abre ela não no testículo e sim na altura do cordão esper-
mático 
Incisa bolsa e túnicas, expõe testículo, identifica estruturas, faz transfixação ressecção dos 
testículos (transfixação e emasculador, sutura túnicas e a bolsa não). Rompe mesórquio 
Sutura: fio absorvível sintético, simples contínua 
Evita infecções ascendentes e eviscerações, porém utiliza mais fio que pode virar foco de in-
fecção e é maisdemorada. Utilizada em neoplasia, hematomas extensos 
 
• Técnica com aparelho de Henderson: emasculador acoplado a uma furadeira. Torção 
com arrancamento igual na angiorrexis. Ela é mais difícil (massa, lesão) 
 
Cuidados pós-operatórios: 
• Local de permanência: piquete 
Precisa drenar, não ter acúmulo 
• Utilização de ATB: não é obrigatório (intercorrências e tempo de cirurgia) 
Genta + Penicilina 
• Profilaxia para alguma doença infecciosa – tétano (não vacinado faz 2 ampolas de soro) 
• DAINEs (drogas anti-inflamatórias não esteroides) – Meloxicam, Dipirona 
• Curativos: cuidado no pós-operatório 
Inspeção todo dia duas vezes ao dia, limpeza com água e sabão e álcool 70 em torno da incisão 
Unguento 
Tanidil (larvicida) 
Testículo vertical e penduloso, uma incisão tem acesso aos dois 
Bezerro: faz só ligadura 
Cicatrização de segunda intenção 
 
Principais complicações: 
• Funiculite séptica: processo infeccioso do cordão espermático 
Lavagem e antibioticoterapia 
• Hidrocele: acúmulo de líquido na cavidade vaginal 
Comum em jumento. Precisa abrir e retirar a hidrocele 
• Evisceração: exteriorização de vísceras 
Cuidado com técnica aberta 
 
Ruminantes → Burdizzo: é cego e não corta, apenas esmaga e degenera. Não é feito incisão. 
Feito em animais jovens 
Elastiquim: processo de hipóxia no tecido, degeneração, garrote. Animais jovens

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