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CADEIA PRODUTIVA
DA OLERICULTURA
PROF.A DRA JÉSSIKA ANGELOTTI MENDONÇA 
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande re-
sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conhec-
imento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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U N I D A D E
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................................5
1. PANORAMA DA OLERICULTURA NO BRASIL ........................................................................................................6
2. CARACTERÍSTICAS DO AGRONEGÓCIO ................................................................................................................6
2.1 TIPOS DE EXPLORAÇÃO EM OLERICULTURA .....................................................................................................7
2.1.1 EXPLORAÇÃO DIVERSIFICADA ...........................................................................................................................7
2.1.2 EXPLORAÇÃO ESPECIALIZADA .........................................................................................................................7
2.1.3 AGROINDÚSTRIA ................................................................................................................................................7
2.1.4 HORTAS DOMÉSTICAS .......................................................................................................................................7
2.1.5PRODUÇÃO DE MUDAS, SEMENTES E ESTRUTURAS VEGETATIVAS ............................................................8
3. CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS .......................................................................................................................8
INTRODUÇÃO À OLERICULTURA
PROF.A DRA JÉSSIKA ANGELOTTI MENDONÇA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA OLERICULTURA
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3.1 CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA DAS HORTALIÇAS ..................................................................................................... 9
3.2 CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA ........................................................................................................................... 9
4. PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DE CULTIVO DE HORTALIÇAS .................................... 11
4.1 FATORES AGROCLIMÁTICOS ................................................................................................................................ 11
4.1.1 ADAPTAÇÃO TERMOCLIMÁTICA DAS HORTALIÇAS ........................................................................................12
4.1.2 INFLUÊNCIA DA LUZ NA ADAPTAÇÃO DAS HORTALIÇAS ...............................................................................13
4.1.3 INFLUÊNCIA DA UMIDADE ................................................................................................................................14
4.2 ESCOLHA DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO ............................................................................................................14
4.3 NÍVEL TECNOLÓGICO EMPREGADO ..................................................................................................................15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................17
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INTRODUÇÃO
O termo cadeia produtiva se refere a uma série de sucessivas etapas ao longo de um 
processo em que um insumo é transformado em um produto final. Portanto, pode-se dizer que o 
estudo da cadeia produtiva da olericultura se refere ao estudo das etapas de produção de culturas 
oleráceas. A palavra olericultura é derivada do latim (oleris = hortaliça e colere = cultivo) e é 
um termo técnico-científico utilizado para nominar o estudo da agrotecnologia de produção de 
hortaliças.
A agrotecnologia para produção de plantas é estudada dentro da área de Fitotecnia, que 
abrange o estudo de tecnologia de produção de grandes culturas, como grãos (soja, milho e trigo); 
a área de silvicultura, que envolve o cultivo de espécies florestais; a de forragicultura, referente ao 
cultivo de pastagens e forrageiras de corte, e a horticultura, que engloba as áreas de fruticultura, de 
floricultura, do cultivo de plantas medicinais e da olericultura. É importante ressaltar que o termo 
olericultura é diferente de horticultura, que possui um significado mais abrangente, envolvendo 
não apenas o cultivo de hortaliças, mas de frutas, flores e plantas medicinais e, portanto, ambos 
não devem ser utilizados como sinônimos.
Popularmente, as hortaliças são denominadas impropriamente de “legumes” e “verduras”, 
contudo o termo hortaliças se refere a um grupo de plantas que apresentam como principais 
características: consistência tenra e não lenhosa, ciclo biológico curto, tratos culturais intensivos e 
utilização na alimentação humana sem exigir preparo industrial. Dessa forma, além dos produtos 
conhecidos como “legumes” e “verduras”, do ponto de vista agronômico, também são incluídos 
na olericultura o cultivo de batata, batata-doce, melancia, melão, milho-doce, milho-verde e 
morango.
Sendo assim, iniciaremos nesta unidade o processo de aprendizagem do universo da 
olericultura, entendendo suas principais características e os princípios básicos para planejamento 
e implantação de um cultivo de hortaliças.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. PANORAMA DA OLERICULTURA NO BRASIL
Os dados mais recentes da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) 
mostram que, no ano de 2017, a produção de hortaliças no Brasil foi superior a 32 milhões 
de toneladas, cultivadas em pouco mais de 523 mil hectares (FAO, 2019). Se considerarmos a 
produção, neste mesmo ano, 15 hortaliças representam quase 80% da produção, sendo estas: 
abóbora japonesa, abobrinha, alface, alho, batata, cebola, beterraba, cenoura, coentro, couve-flor, 
pimentão, tomate (para mesa e industrial), repolho e melancia, gerando mais de 20 bilhões de 
reais (CAMARGO FILHO; CAMARGO, 2017).
Estima-se que a olericultura emprega cerca de 2,2 milhões de pessoas diretamente, o que 
mostra a importância da olericulturacomo gerador de empregos, principalmente na agricultura 
familiar (VILARINO, 2017; CAMARGO FILHO; CAMARGO, 2017). Apesar disso, um estudo 
desenvolvido pela Confederação da Agricultura e da Pecuária (CNA) mostrou que apenas 25% 
do valor agregado pela cadeia produtiva de olericultura fica com os agricultores, no Brasil. A 
maior parte dos ganhos fica concentrada na cadeia de distribuição, principalmente no varejo 
(32%) (VILARINO, 2017).
Apesar de tamanha contribuição da olericultura para o PIB brasileiro, o consumo interno 
per capita de hortaliças é considerado baixo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, um 
indivíduo deve consumir 400 gramas ou 5 porções de frutas e hortaliças combinadas. Mas, no 
Brasil, o consumo médio desses alimentos combinados é de pouco mais de 150g por dia, e se 
considerarmos apenas o consumo de hortaliças, a média brasileira é de apenas 46g de hortaliças 
por dia (CANELLA et al. 2018). Valores muito abaixo do encontrado em países da Europa, com 
consumo per capita/dia de frutas e hortaliças de 328g na Espanha, 314g na França e 312g na Itália 
(GAMA, 2017).
Além disso, uma pesquisa realizada por Canella et al. (2018) mostrou que, apesar da 
enorme variedade de hortaliças no Brasil, o consumidor concentra seu consumo em tomate, 
cebola, cenoura, repolho, alface, abóbora, chuchu, pimentão, alho e beterraba. Sendo que o 
consumo dessas 10 hortaliças corresponde a 83% da quantidade ingerida diariamente. Esses 
dados mostram que, se o consumo de hortaliças for estimulado, o mercado olerícola tem 
potencial de grande crescimento. Isso evidencia que o baixo consumo, principalmente por parte 
dos indivíduos de menor renda, é um dos gargalos da cadeia produtiva da olericultura no Brasil.
2. CARACTERÍSTICAS DO AGRONEGÓCIO
O agronegócio da produção de hortaliças possui algumas características peculiares, como 
a alta rentabilidade por unidade de área e tempo e o manejo intensivo, o que demanda emprego 
substancial de mão de obra qualificada. Estima-se que de cada real investido na olericultura é 
multiplicado por três no mercado regional (CAMARGO FILHO; CAMARGO, 2017). Além disso, 
as culturas cultivadas na cadeia produtiva da olericultura são de ciclo de desenvolvimento curto. 
É, portanto, possível realizar várias colheitas em um mesmo ano e em um mesmo local. Por 
exemplo, em uma mesma área, ao longo do ano é possível realizar seis cultivos de alface, três de 
tomate e mais de dez de rabanete. A obtenção de mais de uma safra anualmente em uma mesma 
área torna o rendimento físico e econômico tão elevado, em comparação às grandes culturas, 
como os grãos soja, milho, trigo. Além disso, o cultivo de hortaliças pode ser realizado de diversas 
formas de acordo com sua finalidade (FILGUEIRA, 2007).
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2.1 Tipos de Exploração em Olericultura
2.1.1 Exploração diversificada
Esse tipo de cultivo é popularmente conhecido como “cinturão verde” e é realizado na 
periferia das cidades, e consequentemente próximo aos pontos de comercialização no varejo. 
Neste sistema, tem-se produtores de hortaliças que exploram pequenas áreas com espécies 
diversificadas para atender o mercado consumidor. Esse tipo de exploração vem sofrendo 
interiorização, devido à valorização dos terrenos mais próximos às áreas urbanas ou suburbanas. 
2.1.2 Exploração especializada
A exploração especializada predomina nas regiões centro-sul do Brasil, e se refere 
à produção de uma ou duas espécies oleráceas por vez. Neste caso, os produtores são mais 
tecnificados, utilizando em maior escala máquinas e implementos, assim como uso de insumos 
mais modernos. Neste sistema, o olericultor pode ocupar grandes áreas com uma só cultura 
com alto grau de mecanização, como ocorre, majoritariamente, nos cultivos de batata, cebola, 
cenoura e melão. Neste sistema de exploração, o produtor geralmente entrega o produto em 
centros atacadistas próximos ao local de produção. O olericultor especializado tem uma visão 
empresarial, concentrando seus esforços no cultivo no campo, adotando inovações tecnológicas 
mais rapidamente e valorizando a assistência agronômica.
2.1.3 Agroindústria
A exploração com finalidade agroindustrial visa à produção de matéria-prima necessária 
à agroindústria, e difere dos demais tipos de exploração devido à produção extensiva, na qual 
o olericultor busca um elevado volume de produção a um custo unitário mais reduzido. Nesse 
sistema de exploração, as hortaliças são cultivadas com elevado grau de mecanização, comparável 
ao sistema adotado para o cultivo de grãos. Exemplos típicos de exploração para agroindústria 
são: o cultivo de tomate-rasteiro para produção de molho, de pimentão para obtenção de páprica, 
de alho-poró para sopas desidratadas e de ervilhas para produção de enlatados.
 
2.1.4 Hortas domésticas
A exploração de hortaliças em hortas, na maioria dos casos, não tem finalidade comercial, 
mas sim recreativa ou educativa. Neste caso, busca-se produzir hortaliças para aprimorar a 
alimentação da família ou comunidade, produzindo em pequena escala e artesanalmente. Esse 
tipo de exploração pode ser realizado em pequenas áreas próximas de residências, dentro de 
clubes, escolas, hospitais, clínica de recuperação de dependentes químicos, penitenciárias etc., 
com os trabalhos executados manualmente, com auxílio de ferramentas simples e por pessoas 
que se dedicam a outras atividades profissionais.
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2.1.5 Produção de mudas, sementes e estruturas vegetativas
A produção de mudas de hortaliças é considerada um tipo particular de exploração, 
devido, majoritariamente, à estrutura necessária para sua realização e ao cumprimento de uma 
série de medidas a fim de garantir a qualidade das mudas. Devido à natureza complexa e delicada 
envolvida no processo de produção de mudas, para o olericultor é uma vantagem adquirir 
diretamente mudas de hortaliças, produzidas por um especialista.
Além da produção de mudas, a produção de sementes e estruturas vegetativas, como 
batata-semente e bulbilhos, também são tipos peculiares de exploração na olericultura. Nestes 
casos, o produtor deve ser altamente tecnificado a fim de garantir o cumprimento da legislação 
referente à produção de sementes e estruturas vegetativas livres de patógenos e de qualidade. 
Ambas as atividades mencionadas são altamente rentáveis, se realizadas por especialista, uma vez 
que são atividades que exigem alto grau de tecnologia para serem desenvolvidas. 
A produção de mudas e sementes, no Brasil, é controlada pelo Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (Mapa). O produtor que decidir por esse tipo de exploração deve 
se cadastrar no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), assim como deve receber 
assistência técnica devidamente credenciada ao Renasem, para sementes e mudas destinadas à 
comercialização (BRASIL, 2017). Portanto, de acordo com as normas do Mapa, para produção de 
sementes e mudas, é necessário:
• Que o produtor se inscreva no Renasem como produtor de mudas ou sementes, 
apresentando uma relação de todas as espécies que pretende produzir.
• Um responsável técnico, que irá prestar assistência ao produtor, credenciado ao Renasem.
• Que o produtor inscreva o campo de produção de sementes ou o viveiro para produção 
de mudas na Superintendência do Mapa em sua Unidade da Federação. Para isso, o 
interessado deve comprovar a origem das sementes em quantidade suficiente para o 
plantio na área, e adquiri-las de produtor ou comerciante inscrito no Renasem.
Além disso, o produtor deve atender as leis que estabelecem as normas gerais para 
produção, comercialização e utilização de sementes e mudas, assim como qualquer normativa 
referente especificamente à espécie vegetal de interesse.
3. CLASSIFICAÇÃO DAS HORTALIÇAS
As hortaliças são definidas de acordo com a FAO(1994) como plantas majoritariamente 
anuais, cultivadas em hortas ou em campo aberto ou sob cultivo protegido e que são utilizadas 
quase exclusivamente como alimento. Algumas plantas classificadas como cereais são consideradas 
hortaliças quando colhidas verdes (tenras e imaturas), como o milho-verde e feijões verdes. Além 
disso, também estão incluídos, nesses grupos, os melões e as melancias, devido à sua similaridade 
com a duração do ciclo de cultivo das hortaliças. 
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3.1 Classificação Técnica das Hortaliças
Como a olericultura envolve o cultivo de diversas espécies botânicas, houve a necessidade 
de agrupar as hortaliças, de acordo com suas características comuns. As hortaliças, classificadas 
como legumes e verduras pela população leiga, foram tecnicamente agrupadas, de acordo com 
a parte comercializável, em hortaliças-fruto, hortaliças herbáceas e hortaliças tuberosas nas 
Centrais de Abastecimento (Ceasas) (FILGUEIRA, 2007).
• Hortaliças-fruto – espécies em que se utilizam os frutos ou partes deles, como as 
sementes. Ex.: melancia, melão, morango, tomate, feijão-vagem.
• Hortaliças herbáceas – as partes comercializáveis localizam-se acima do solo, são tenras 
e suculentas. Ex.: folhas, como alface e repolho; talos e hastes, como aipo e aspargos; flores 
ou inflorescências, como couve-flor.
• Hortaliças tuberosas – as partes comercializáveis desenvolvem-se dentro do solo e são 
ricas em carboidratos. Ex.: raízes, como cenoura e batata-doce; tubérculos, como a batata; 
rizomas, como o inhame; e bulbos, como alho e cebola.
3.2 Classificação Taxonômica
Apesar da frequência de utilização dessa classificação em locais de comercialização, a 
classificação das hortaliças baseada no parentesco botânico é mais indicada, uma vez que se baseia 
em características estáveis, que dizem respeito a similaridades e diferenças no que se refere aos 
órgãos vegetativos e reprodutivos. Assim, a denominação comum de determinada hortaliça pode 
variar em locais diferentes devido às influências culturais, mas não a nomenclatura botânica.
As plantas são agrupadas de acordo com as suas similaridades em unidades taxonômicas. 
Dentro do reino Plantae, os vegetais podem ser agrupados hierarquicamente em divisões, classes, 
ordens, famílias, gêneros, espécies, variedades botânicas, formas e indivíduos, de acordo com 
suas características. Porém, as unidades taxonômicas de família, gênero, espécie e variedade 
botânica são as mais utilizadas.
Família – reunião de gêneros semelhantes.
Gênero – reunião de espécies similares.
Espécie – agrupamento de indivíduos muito similares entre si.
Variedade botânica – considerando as espécies de hortaliças, a variedade botânica pode 
ser definida como uma população de características peculiares dentro de uma espécie.
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Atualmente se utiliza o método de denominação binária, em latim, proposto por Linneu. 
Dessa forma, utiliza-se o gênero e a espécie para se designar o nome de uma espécie botânica. 
Por exemplo, o nome, de acordo com o proposto por Linneu, para cebola é Allium cepa. Veja a 
classificação botânica da cebola:
Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Amaryllidaceae
Gênero: Allium
Espécie: Allium cepa
Contudo, algumas populações de hortaliças se mostraram mais complexas do ponto de 
vista de classificação em gênero e espécie apenas, fazendo-se necessária a utilização da subdivisão 
variedade botânica. Por exemplo, a espécie Brassica oleracea, que agrupa diferentes variedades 
de hortaliças que são de importância mundial (Quadro 1).
Nome comum Nome científico
Couve Brassica oleracea var. acephala
Repolho Brassica oleracea var. capitata
Couve-flor Brassica oleracea var. botrytis
Brócolis Brassica oleracea var. italica
Quadro 1 – Exemplo de diferentes hortaliças pertencentes à espécie Brassica oleracea, classificadas em diferentes 
variedades botânicas. Fonte: Adaptado de Filgueira (2007).
Além da nomenclatura botânica, de forma mais específica, as hortaliças também recebem 
a nomenclatura cultivar, termo técnico derivado do inglês cultivated variety, que se refere a um 
grupo de plantas cultivadas de características agronômicas semelhantes entre si. Os indivíduos 
agrupados em uma mesma cultivar são obtidos por meio de técnicas de melhoramento vegetal, 
não estando incluídos nos níveis hierárquicos de classificação taxonômica. As plantas de uma 
mesma cultivar podem ser clones, linhagens, cultivares de polinização aberta ou híbridos, 
podendo ou não ser um cultivar transgênico (BORÉM; MIRANDA, 2009).
• Clones: conjunto de plantas geneticamente idênticas, originárias de uma mesma planta 
matriz, propagadas assexuadamente. Por exemplo: batata, alho, morango etc.
• Linhagens: grupo de plantas de aparência uniforme, obtidas por autofecundação. São de 
multiplicação sexuada via sementes.
• Cultivares de polinização aberta: grupo de plantas que apresentam diferenças genéticas, 
mas características agronômicas semelhantes, obtidas pela livre polinização entre 
indivíduos de um grupo selecionado. Exemplo: pepino caipira.
• Híbridos: conjunto de plantas altamente uniformes, obtido por meio do cruzamento 
controlado de duas linhagens selecionadas. Exemplo: híbridos de tomate, pimentão, 
pepino etc. Atualmente há uma tendência no lançamento de híbridos devido à sua 
produtividade superior.
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• Cultivar transgênico: também conhecido como cultivar geneticamente modificado, é 
aquele que recebeu gene exógeno via engenharia genética. 
Do ponto de vista agronômico, é importante conhecer o tipo de cultivar a ser implantado, 
uma vez que cada um apresenta uma exigência diferente quanto ao nível tecnológico a ser adotado.
4. PLANEJAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO 
DE CULTIVO DE HORTALIÇAS
O cultivo de produtos agrícolas exige intenso planejamento antes de sua implantação e na 
olericultura não é diferente. Para implantação de um cultivo de hortaliças, devem-se considerar 
os fatores agroclimáticos para escolha do local de cultivo, o nível tecnológico a ser utilizado e a 
existência de demanda no mercado para permitir a comercialização dos produtos. 
4.1 Fatores Agroclimáticos
Primeiramente, existem alguns conceitos que precisam ser bem compreendidos para 
entendimento de como as condições climáticas interferem no desenvolvimento das hortaliças 
(BORÉM; MIRANDA, 2009; FILGUEIRA, 2007).
• Ambiente – condições edafoclimáticas, associadas a práticas culturais, à ocorrência de 
patógenos e outras variáveis que afetam coletivamente o desenvolvimento das plantas.
• Genótipo – composição genética da planta.
• Fenótipo – resultado perceptível da interação do genótipo com o ambiente, como 
produtividade e qualidade do produto, o que interessa diretamente o olericultor.
Considerando estes conceitos, o olericultor pode interferir para obter melhores 
rendimentos em duas vias. A primeira buscando-se melhor adaptar as plantas às condições do 
ambiente, o que é feito por meio do melhoramento vegetal, realizado, majoritariamente, por 
grandes empresas especializadas e que comercializam as sementes ou estruturas vegetativas. 
O melhoramento vegetal permitiu o cultivo de uma série de hortaliças em ambientes pouco 
propícios ao seu desenvolvimento, como, por exemplo, o cultivo de alface, cenoura e morango, 
consideradas culturas de “clima ameno”, em épocas cujas temperaturas estão mais altas, devido ao 
desenvolvimento de cultivares adaptadas. A segunda via em que se podem realizar modificações 
é a adequação do genótipo previamente selecionado ao ambiente, por meio do uso de tecnologias, 
como adubação, irrigação, uso de defensivo, ambiente protegido etc. Um caso notório do uso de 
tecnologiasé a produção de hortaliças nos solos do cerrado brasileiro, considerados de baixa 
fertilidade e que, com a adubação adequada, permitem a produção de hortaliças nutricionalmente 
exigentes, como a batata. 
Além disso, o conhecimento das condições agroclimáticas do local de cultivo, bem como 
o conhecimento das exigências do genótipo escolhido definem o calendário de plantio. Para tal, 
o olericultor considera a adaptação da cultivar escolhida e as condições do ambiente, assim como 
fatores mercadológicos, como épocas de safra e entressafra, quando os preços são mais baixos ou 
altos, respectivamente.
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4.1.1 Adaptação termoclimática das hortaliças
Considerando a diversidade de hortaliças existentes, Filgueira (2007) as enquadrou em 
três grupos, baseando-se em sua adaptação às condições ambientais:
Hortaliças de clima quente – intolerantes ao frio e a geadas, exigem altas temperaturas 
diurnas e noturnas, tolerando temperaturas amenas em alguns casos.
Hortaliças de clima ameno – produção é favorecida em locais de temperaturas amenas, 
mas toleram temperaturas baixas, próximas de 0°C e geadas leves.
Hortaliças de clima frio – a produção é favorecida em condições de baixas temperaturas, 
tolerando aquelas ligeiramente abaixo de 0°C e geadas pesadas.
Alguns exemplos de hortaliças e seu agrupamento em função da melhor adaptação 
termoclimática estão descritos a seguir (Quadro 2).
Clima quente Clima ameno Clima frio
Abóbora rasteira Abobrinha italiana Acelga
Batata-doce Agrião Salsão
Berinjela Almeirão Alho
Chuchu Alface Cebola
Coentro Batata Couve-flor
Feijão-vagem Chicória Couve-de-bruxelas
Quiabo Cenoura Couve-folha
Pimentão Tomate Ervilha
Pimenta Rúcula Morango
Melão Salsa Nabo
Melancia Repolho
Pepino
Moranga
Quadro 2 – Classificação das hortaliças pela exigência termoclimática. Fonte: Adaptado de Filgueira (2007).
Ao longo do seu desenvolvimento, as hortaliças são submetidas a condições variáveis de 
temperatura; essa variação é chamada de termoperiodicidade estacional, e é de suma importância 
para que determinados processos biológicos ocorram. Em hortaliças cujas partes comercializáveis 
são flores ou frutos, a termoperiodicidade estacional é importante para que ocorra a passagem 
do ciclo vegetativo para o reprodutivo, iniciado com o processo de florescimento. Em brássicas, 
como a couve-flor e brócolis, denominadas oleráceas bienais, há a necessidade de as plantas 
passarem um período de frio para que haja emissão do pendão floral. Note que o termo bienal 
não se refere à passagem de dois anos, mas sim de dois períodos de tempo separados por um 
intervalo de temperaturas baixas. 
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Além disso, a termoperiodicidade estacional também é importante para a produção de sementes 
de hortaliças cujas partes reprodutivas não são comercializadas, como a beterraba, a cebola, a 
couve etc. Apesar de sua importância, para o produtor de sementes, no caso dessas hortaliças, 
a termoperiodicidade estacional pode ser desastrosa para o olericultor, cujo objetivo não é a 
comercialização de flores, frutos ou sementes (FILGUEIRA, 2007).
Além das plantas bienais, existem as plantas anuais, que independentemente da ocorrência 
de termoperiodicidade estacional, passam para a etapa reprodutiva, como, por exemplo, a alface, 
que germina, floresce e morre no período de um ano. E as plantas perenes, que são aquelas plantas 
cujo ciclo de vida é longo, o que faz com que vivam por mais de dois anos, como, por exemplo, o 
aspargo, que pode permanecer produtivo por mais de uma década, mediante sucessivos cortes.
4.1.2 Influência da luz na adaptação das hortaliças
A luz solar é um fator agroclimático relevante para a produção vegetal, uma vez que as 
plantas se desenvolvem por meio do processo de fotossíntese, que envolve captação de energia 
luminosa utilizada no seu crescimento. A luz pode influenciar os cultivos de duas vertentes, do 
ponto de vista da intensidade luminosa e do fotoperíodo.
• Intensidade luminosa – concentração de luz numa dada direção. Experimentalmente, 
comprova-se que com o aumento da intensidade luminosa há aumento da fotossíntese, 
dentro de certos limites, e consequentemente aumento na produção de matéria seca pelas 
plantas (FILGUEIRA, 2007). No Brasil, a intensidade luminosa não é um fator limitante, 
devido à sua localização geográfica, diferentemente do que ocorre em países nórdicos. É 
importante ressaltar que as hortaliças são altamente exigentes em intensidade luminosa.
• Fotoperíodo – duração do período luminoso dentro de 24 horas que influencia uma série 
de atividades metabólicas da planta. O número de horas de sol varia conforme a latitude 
do local (Figura 1). Por exemplo, em locais próximos à linha do Equador (latitude 0°), 
tem-se 12 horas de luz e 12 horas de escuro durante todo o ano. E à medida que se afasta 
da linha do Equador, os dias vão progressivamente se tornando mais longos, no verão, e 
mais curtos, no inverno. Algumas hortaliças são extremamente exigentes em fotoperíodo 
para produzir, como a cebola e o alho, por exemplo, que só produzem bulbos se os dias 
apresentarem a duração mínima exigida pela cultivar, o que pode variar de 10 a 13 horas 
de luz, dependendo da cultivar escolhida.
 
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Figura 1 – Fotoperíodo (horas) ao longo do ano em função da latitude do local. Fonte: Farias, Nepomuceno e Neu-
maier (2019).
4.1.3 Influência da umidade
O terceiro fator agroclimático importante para a produção de hortaliças é a umidade. De 
modo geral, as hortaliças são vegetais ricos em água, constituindo cerca de 90% da sua composição 
em alguns casos. Por isso, a disponibilidade de água no solo, que condiciona a absorção de minerais 
e a umidade do ar, que define a transpiração, afetam diretamente a produtividade. Dentre as 
condições climáticas, o teor de água no solo é o que pode ser mais facilmente controlado pelo 
olericultor, por meio do uso de sistemas de irrigação.
4.2 Escolha do Local de Implantação
A aptidão do local para o cultivo é analisada baseada nas características edafoclimáticas 
da região, que podem ou não satisfazer as necessidades para desenvolvimento de determinada 
hortaliça. As características edafoclimáticas de determinado local são aqueles referentes às 
condições de solo e clima da região. Dessa forma, no momento da escolha da hortaliça a ser 
cultivada, é importante saber se há possibilidade de cultivá-la na propriedade e em qual época do 
ano isso é mais indicado. 
No Brasil, o zoneamento agroclimático determina regiões que satisfazem as necessidades 
climáticas para o desenvolvimento da cultura baseado na caracterização das regiões e culturas, 
considerando os valores de temperatura média do ar (anual ou mensal) e o balanço hídrico, obtido 
por meio de indicativos pluviométricos. Com base nessas características, podem-se classificar as 
regiões como:
Apta ou preferencial: quando as condições se apresentam favoráveis à exploração em 
nível comercial de determinada cultura.
Marginal: quando as condições climáticas apresentam restrições que prejudicam, com 
certa frequência, determinadas fases da cultura, como, por exemplo, a ocorrência de geadas.
Inapta ou restrita: quando as características não são favoráveis à exploração em nível 
comercial de determinada cultura.
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O zoneamento agroclimático permite a determinação do melhor momento para 
implantação da cultura para cada município ou região, permitindo, assim, que o produtor 
instale a cultura no campo em um período em que haja menor possibilidade de ocorrência de 
adversidades climáticas, como, por exemplo, estiagem,excesso de chuvas, ocorrência de geadas 
ou de temperaturas excessivas. 
Além disso, a escolha do terreno é o primeiro passo para instalação de um cultivo de 
hortaliças. Neste momento, cabe ao olericultor verificar a viabilidade do cultivo em determinado 
local, baseando-se em suas características agronômicas, como características físicas e químicas 
do solo, assim como qual tipo de hortaliças melhor se adapta ao terreno, e nas características 
relacionadas à viabilidade econômica do cultivo, podendo-se destacar a proximidade com centro 
de comercialização e o nível de investimento necessário, dadas as condições edafoclimáticas do 
terreno.
4.3 Nível Tecnológico Empregado 
À medida que se imprime maior nível tecnológico no cultivo de hortaliças, aumenta-se o 
custo de implantação e manutenção do sistema, assim como a rentabilidade e a redução de riscos 
de eventuais perdas. Atualmente, o olericultor tem a sua disposição uma série de tecnologias que 
possibilitam o controle das condições climáticas durante a condução da cultura. E, devido ao 
melhoramento genético, há maior disponibilidade no mercado de cultivares superiores. 
Dentre as principais estratégias para controle do clima, tem-se a redução da temperatura 
do solo por meio do uso de cobertura no solo, como palhada; o fornecimento de água via irrigação; 
o cultivo em ambiente protegido e o cultivo hidropônico são alguns exemplos de tecnologias que 
podem ser adotadas para favorecer o desenvolvimento das hortaliças.
O uso dessas tecnologias pode superar eventuais adversidades climáticas, como, por 
exemplo, uso de irrigação no cultivo de alface, altamente exigente em água, em uma época de 
seca prolongada, ou o cultivo de pepino, cultura intolerante ao frio, em ambiente protegido, 
popularmente conhecido como “estufa”, que permite o controle da temperatura e proteção contra 
o excesso de chuvas. Existe uma grande diversidade de ferramentas disponíveis ao olericultor, 
que pode ou não as utilizar em função do seu nível de instrução técnica e financeira.
As hortaliças não convencionais são um tipo de PANC (Plantas Alimentícias Não 
Convencionais) e são plantas comumente consumidas em algumas regiões do 
país e, em outras, estranhas ao brasileiro. Recentemente, hortaliças PANC, como a 
ora-pro-nóbis, a taioba, a azedinha, o jambu e o almeirão, vêm ganhando cada vez 
mais espaço no mercado. Mais informações em: <https://www.embrapa.br/docu-
ments/1355126/2250572/ed22.pdf/59c6768c-62da-72a3-84c7-1d996101f1b6>.
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Recomenda-se a leitura das normativas para produção de sementes e mudas, 
para maior conhecimento das exigências, ao se optar por esse tipo de exploração 
de hortaliças.
Normas Gerais para Produção, Comercialização e Utilização de Sementes – Lei 
n° 10.711, de 05 de agosto de 2003, o seu Regulamento, aprovado pelo Decreto n° 
5.153, de 23 de julho de 2004, a Instrução Normativa n° 9, de 02 de junho de 2005. 
Normas Gerais para Produção, Comercialização e Utilização de Mudas – Instrução 
Normativa nº 24, de 16 de dezembro de 2005.
Para um aprofundamento no tema panorama da olericultura no Brasil, recomen-
da-se que assistam ao Seminário LEAF - Panorama da Olericultura Brasileira - Par-
te 2, a partir dos 6 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=APct-
79f9FIs&t=914s>.
Atualmente, ao mesmo tempo em que vivemos uma epidemia de obesidade, 
também estamos sofrendo com a desnutrição. Isso tem ocorrido devido ao con-
sumo excessivo de calorias, sendo estas, na maioria das vezes, provenientes de 
alimentos não saudáveis, os chamados ultraprocessados. O que não se pode justi-
ficar no Brasil, pois o que não falta são alimentos frescos e saudáveis, como frutas 
e hortaliças, produzidas ao longo de todo ano e em todo território nacional. Então, 
se faz o seguinte questionamento: o que nós, cidadãos brasileiros, poderíamos 
fazer para combater essa triste realidade? Estimular o consumo de legumes e 
verduras dentro do nosso círculo social e familiar. Principalmente, dando exemplo 
para as crianças, para que possamos reduzir esse problema nutricional nas próx-
imas gerações.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cadeia produtiva da olericultura é composta de empresas responsáveis pelo fornecimento 
de insumos, equipamentos e investimentos, pelo setor de produção agrícola propriamente dito, 
onde se concentram os produtores, podendo passar por um processo de industrialização dos 
alimentos (indústria de alimentos) ou seguir para o mercado, seja ele de varejo ou atacado, 
até que o produto chegue ao consumidor final. Além dos elos essenciais à cadeia produtiva da 
olericultura, ainda se podem incluir agentes facilitadores, que podem ou não fazer parte da cadeia, 
como associações e sindicatos, operadores logísticos, assessoria e consultoria em gestão etc.
Nesta unidade, pudemos entender qual o panorama econômico da olericultura no Brasil 
e vislumbrar possíveis alternativas que aumentem esse mercado, pois o consumo de hortaliças 
pelo brasileiro é considerado baixo e, portanto, a olericultura tem espaço para crescer, uma vez 
que, com estímulo aos consumidores, é possível gerar maior demanda de hortaliças, em um curto 
prazo. Atualmente, a sociedade de modo geral tem seguido a tendência mundial de não só optar 
por alimentos mais saudáveis, mas também aumentar a diversidade dos alimentos consumidos. 
Diante desta perspectiva, e considerando a grande diversidade de hortaliças disponíveis para 
produção e consequentemente comercialização, podem-se criar nichos de mercado, destinados 
à produção de hortaliças ainda pouco consumidas. Desse modo, é possível promover um 
incremento na lucratividade do agronegócio, devido aos melhores preços, que tendem a ser pagos 
por esses produtos.
Adicionalmente, vimos quais as limitações ambientais que podem estar envolvidas no 
processo de implantação de um cultivo de hortaliças, e também a necessidade de montar um 
planejamento, antes da implantação do cultivo, para assim evitar perdas por adversidades climáticas, 
e também para poder explorar todo o potencial produtivo da cultura, e consequentemente obter 
maior lucratividade com o cultivo, afinal, este é o objetivo do olericultor.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 20
1. SISTEMAS NA AGRONOMIA ....................................................................................................................................21
1.1 SISTEMA DE PRODUÇÃO ........................................................................................................................................21
1.1.1 MONOCULTURA OU PRODUÇÃO ISOLADA .........................................................................................................21
1.1.2 SUCESSÃO DE CULTURAS ...................................................................................................................................21
1.1.3 ROTAÇÃO DE CULTURAS..................................................................................................................................... 22
1.1.4 CONSORCIAÇÃO OU POLICULTIVO .................................................................................................................... 24
1.2 SISTEMAS DE CULTIVO ........................................................................................................................................ 25
1.2.1 SISTEMAS DE CULTIVO QUANTO AO MANEJO ................................................................................................ 25
1.2.1.1 ORGÂNICO ..........................................................................................................................................................25
IMPLANTAÇÃO DE UM CULTIVO 
DE HORTALIÇAS
PROF.A DRA JÉSSIKA ANGELOTTI MENDONÇA 
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DA OLERICULTURA
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1.2.1.2 CONVENCIONAL ...............................................................................................................................................26
1.2.2 SISTEMA DE CULTIVO QUANTO AO AMBIENTE .............................................................................................26
1.2.2.1 CULTIVO EM CAMPO .......................................................................................................................................26
1.2.2.2 CULTIVO PROTEGIDO ......................................................................................................................................27
2. ETAPAS DE SISTEMA DE CULTIVO DE HORTALIÇAS EM CAMPO .....................................................................27
3 MANEJO DA ÁREA ....................................................................................................................................................28
3.1 PREPARO DO SOLO ................................................................................................................................................28
3.2 CALAGEM E GESSAGEM .......................................................................................................................................28
3.3 ADUBAÇÕES DE BASE ..........................................................................................................................................29
4. IMPLANTAÇÃO DA CULTURA .................................................................................................................................29
4.1 SEMEADURA DIRETA, FORMAÇÃO OU AQUISIÇÃO DE MUDAS E TRANSPLANTE .........................................29
4.1.1 SEMEADURA DIRETA ..........................................................................................................................................29
4.1.1.1 TIPOS DE SEMENTES ....................................................................................................................................... 30
4.1.1.2 PROPÁGULOS ....................................................................................................................................................31
4.1.2 FORMAÇÃO OU AQUISIÇÃO DE MUDAS E TRANSPLANTE ............................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................................................................35
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INTRODUÇÃO 
O planejamento para implantação e condução de uma horta é a etapa mais decisiva do 
processo. Assim como toda a atividade agrícola, o cultivo de hortaliças envolve um risco elevado, 
por estar sujeito a intempéries ambientais. Portanto, para reduzir o máximo possível tais riscos, é 
importante se planejar. O planejamento deve ser realizado antes da implantação, e assim definir 
qual o melhor momento e também o nível tecnológico mais adequado para cada cultivo. 
Uma das primeiras etapas do planejamento para implantação de uma horta é definir o 
sistema de cultivo a ser utilizado e, a partir de então, tomar uma série de decisões, como a escolha 
do local, com base nas exigências edafoclimáticas das cultivares e das condições ambientais, bem 
como as ferramentas tecnológicas a serem utilizadas, de acordo com o sistema de cultivo e o 
sistema de produção escolhido.
Nesta unidade, serão apresentados mais detalhadamente os sistemas de cultivo e as etapas 
essenciais à implantação de um cultivo convencional ou orgânico de hortaliças, em campo.
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1. SISTEMAS NA AGRONOMIA
Sistemas podem ser definidos como a combinação de partes interligadas formando um 
todo organizado e complexo, de acordo com a Teoria Geral dos Sistemas (CHIAVENATTO, 
1993). Na agropecuária, com base em escala geográfica, podem-se definir os seguintes sistemas 
(HIRAKURI et al., 2012): 
Sistema de produção – conjunto de sistemas de cultivo de uma propriedade rural, 
definidos a partir dos fatores de produção e interligados por um processo de gestão. Os sistemas 
de produção podem ser: monocultura ou produção isolada, sistema de rotação de culturas, 
sistema de sucessão de culturas e sistema em consorciação ou policultivo.
Sistema de cultivo – práticas de manejo associadas à produção de determinada espécie 
vegetal a partir da combinação lógica e ordenada de um conjunto de atividade e operações. 
Os sistemas de cultivo podem ser classificados de acordo com o ambiente (campo ou cultivo 
protegido) e de acordo com o sistema de manejo (convencional, plantio direto ou orgânico).
Sistema agrícola – organização regional dos diversos sistemas de produção vegetal, que 
considera as peculiaridades e similaridades desses diferentes sistemas. Essa organização deve 
permitir a construção de modelos e arranjos produtivos que descrevam os sistemas de produção 
predominantes na região.
De um modo geral, estudam-se os aspectos referentes ao sistema de cultivo e aos sistemas 
de produção. Considerando os sistemas de cultivo quanto ao sistema de manejo, tem-se o manejo 
convencional, plantio direto ou orgânico.
1.1 Sistema de Produção
1.1.1 Monocultura ou produção isolada
A monocultura ou produção isolada, como o próprio nome diz, se refere ao cultivo de 
uma única cultura na área, durante um período de tempo específico, como, por exemplo, o cultivo 
de beterraba, cenoura, alho etc., em determinada área.
1.1.2 Sucessão de culturas
A sucessão de culturas é um sistema bastante comum, principalmente na agricultura, e 
diz respeito ao cultivo sucessivo de duas espécies, no mesmo espaço produtivo ao longo de vários 
anos. Como exemplo de sucessão de cultivos, pode-se citar cultivo de batata no outono-inverno e 
pastagem no verão, ou batata no outono-inverno e soja no verão, sistema encontrado no cerrado 
brasileiro. Devido às inúmeras pragas e doenças que atacam as hortaliças, bem como à exigência 
do consumidor por produtos de alta qualidade, o sistema de produção em sucessão de culturas 
não é o mais adequado, apesar de ser amplamente utilizado.
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1.1.3 Rotação de culturas
O sistema de produção em rotação de culturas consiste no cultivo alternado, cíclico 
(temporal) e sazonal de diferentes espécies vegetais em um mesmo espaço produtivo. A rotação 
de culturas é essencial para o cultivo de hortaliças, principalmente dentre as solanáceas, como 
batata e tomate. Essas hortaliças são oriundas dos Andes, local com elevada altitude, temperaturas 
amenas e com a Cordilheira dos Andes em uma das fronteiras e o Oceano Pacífico na outra 
(FILGUEIRA, 2007). Portanto, evoluíram em um local protegido de pragas e doenças, o que 
não permitiu que a planta desenvolvesse mecanismos de defesa contra uma série de patógenos 
e pragas (MINAMI; MELLO, 2017). Dessa forma, ao serem cultivadas em ambientes tropicais, 
como no Brasil, local propício ao seu desenvolvimento, as plantas de tomate e batata, que não 
possuem sistema de defesa contra a grande diversidade de pragas e doenças, se tornaram alvo 
de diversos patógenos e pragas. Logo, a rotação de culturas é utilizada como um dos principais 
métodos de controle cultural de pragas e doenças, uma vez que o cultivo de diferentes espécies 
faz com que se tenha falta de hospedeiro para as pragas e doenças, reduzindo sua população e, 
consequentemente, reduzindo o ataque a culturas suscetíveis, implantadas dentro do sistema de 
rotação.
Além disso, a rotação de culturas traz uma série de outros benefícios, tais como: a 
melhoria das característicasfísico-químicas e biológicas do solo, aumentando a produtividade 
e a qualidade dos produtos; auxilia no controle de plantas daninhas; pode ser integrada a outros 
métodos de controle de pragas e doenças; permite reduzir perdas por erosão, devido à cobertura 
constante do solo; métodos de baixo custo; promove a diversificação da renda da propriedade, 
e aumento do lucro do produtor devido ao melhor aproveitamento da terra e de mão de obra; e 
também possibilita a diversificação da produção de alimentos (LOURENÇO JUNIOR; LOPES; 
REIS, 2016).
Para que a rotação de culturas seja efetiva, é necessário que se utilizem culturas de famílias 
botânicas diferentes, bem como conhecer as pragas ou os patógenos que são capazes de infectar 
vários hospedeiros, infectando essas plantas também. Além disso, é importante considerar 
as exigências nutricionais dessas plantas, a adaptabilidade delas à região e à época de cultivo, 
assim como a disponibilidade de mudas e a expectativa de preço na comercialização, para que 
se cultivem os produtos na época que permita maior lucratividade ao olericultor (LOURENÇO 
JUNIOR; LOPES; REIS, 2016).
O Quadro 1 resume quais famílias são favoráveis e quais não são favoráveis ao cultivo em 
sistema de rotação de culturas, informação importante para o planejamento de um sistema de 
rotação de culturas.
Família/ Cultura Cultivo posterior favorável Cultivo posterior desfavorável
Asteraceae – Alface, alcachof-
ra, almeirão, chicória Alho, cebola, batata, alho-poró
Beterraba, couve, nabo 
e as plantas da própria 
família
Brassicaceae – Couve, brócolis, 
nabo, rúcula, rabanete
Alho, alho-poró, cebola, espin-
afre
Abóbora, aipo, cenoura, 
feijão, pepino, melão, 
tomate e as plantas da 
própria família
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Cucurbitaceae – abóbora, 
moranga, melão, melancia, 
pepino
Alho, alho-poró, cebola, espin-
afre Cucurbitaceae
Liliaceae – alho, alho-poró, 
cebola, cebolinha
Brassicaceae, Cucurbitaceae, 
Fabaceae
Beterraba, milho e as 
plantas da própria família
Fabaceae (Leguminosas) – Er-
vilha, feijão-fava, vagem Alho, alho-poró, cebola Fabaceae
Solanaceae – batata, berinjela, 
tomate, jiló Alho, alho-poró, cebola
Abóbora, melão, pepino 
e as plantas da própria 
família
Apiaceae – aipo, cenoura, sal-
sa, coentro Alho, alho-poró, cebola, milho Plantas da própria família
Quadro 1 – Esquema de famílias favoráveis e não favoráveis em sistema de produção em rotação de culturas. Fonte: 
Moreira (2013).
Além do conhecimento das espécies favoráveis para utilização, é recomendado que se 
divida a área a ser realizada a rotação de culturas, em glebas ou canteiros. Ao delinear o sistema 
de rotação, é importante que a mesma cultura não volte a ser cultivada, na mesma área, por pelo 
menos dois anos. A seguir, veja um exemplo de rotação de culturas realizada com cebola, vagem 
e abóbora, em um sistema com três canteiros (Figura 1).
Figura 1 – Sistema de rotação de culturas, utilizando três canteiros, com o cultivo de cebola, vagem e abóbora. Fonte: 
A autora.
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1.1.4 Consorciação ou policultivo
O sistema de produção em policultivo é caracterizado pelo cultivo de duas ou mais culturas 
em uma mesma área, em um mesmo período de tempo. Esse sistema pode estar inserido tanto 
em um sistema de sucessão como de rotação de culturas (HIRAKURI et al., 2012). O sistema de 
policultivo é comumente adotado em áreas de agricultura familiar e majoritariamente quando se 
adota o sistema de cultivo orgânico. Um exemplo de consorciação é o cultivo de cebolinha, nas 
entrelinhas de cultivo de alface em canteiros (Figura 2). Além disso, o policultivo também pode 
ser utilizado como estratégia para o controle de pragas, uma vez que dificulta a localização da 
cultura de maior interesse pelo inseto-praga.
Além disso, o policultivo também pode ser utilizado diretamente para o controle de uma 
praga específica, por meio do uso de plantas-isca. A planta-isca é cultivada nas entrelinhas da 
cultura de interesse, e por apresentar características mais atrativas a determinadas espécies de 
insetos, estes são atraídos para essas plantas, podendo se realizar o controle da praga apenas nas 
plantas atrativas, não pulverizando a cultura de interesse econômico. Um exemplo clássico do uso 
de planta-isca é o cultivo de abobrinha italiana ‘Caserta’ intercalado com cucurbitáceas, como 
chuchu e pepino, por exemplo. A abobrinha italiana ‘Caserta’ é mais atrativa para vaquinhas e 
brocas do que as outras espécies de cucurbitáceas, sendo utilizada, neste caso, para atrair os insetos, 
podendo se realizar o controle destes apenas na planta-isca, reduzindo a área de pulverização. 
Figura 2 – Cultivo em sistema de produção em consorciação, com o cultivo de cebolinha nas entrelinhas de alface, 
cultivado em canteiros. Fonte: Paulo Cesar Tavares Melo, material de aula da disciplina de Olericultura da Univer-
sidade de São Paulo.
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1.2 Sistemas de Cultivo
Como visto anteriormente, o sistema de cultivo é associado ao manejo realizado 
para produção de determinada espécie vegetal. E esses sistemas podem ser classificados, 
majoritariamente, quanto ao manejo propriamente dito, em convencional ou orgânico, e quanto 
ao ambiente de cultivo, podendo ser em campo ou cultivo protegido. 
1.2.1 Sistemas de cultivo quanto ao manejo
1.2.1.1 Orgânico
O sistema de produção orgânica no Brasil é definido pela Lei n° 10.831 de dezembro 
de 2003 e regulamentado por meio do Decreto n° 6.323 de dezembro de 2007, que acrescenta 
dispositivos sobre a certificação da produção, área explorada, culturas cultivadas e produtividade. 
De acordo com a lei vigente, um sistema de cultivo orgânico é 
[...] todo aquele em que se adotam técnicas específicas que otimizem a utilização 
dos recursos naturais e socioeconômicos tendo por objetivo a sustentabilidade 
econômica e ecológica, sem a utilização de materiais sintéticos e de organismos 
geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo 
de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e 
a proteção do meio ambiente (BRASIL, 2019).
O sistema de cultivo orgânico é realizado majoritariamente por agricultores familiares, 
cerca de 75%, em pequenas propriedades, caracterizadas pela maior diversidade de produtos 
cultivados, menor dependência de recursos externos, cultivo em áreas menores com mão de obra 
familiar, e menor necessidade de capital (ARANTES; RECINE, 2018; SEDIYAMA; SANTOS; 
LIMA, 2014). O cultivo orgânico de hortaliças exige que algumas práticas e insumos sejam 
adequados ao sistema de cultivo. Por exemplo, a produção de mudas, que deve seguir as premissas 
do sistema orgânico de cultivo durante todo o processo; o uso de fertilizantes, que podem possuir 
apenas origem orgânica, como biofertilizantes, adubos verdes e adubos orgânicos; estratégias de 
manejo diferenciadas para o controle de pragas e doenças e plantas daninhas, sendo que sistemas 
de produção em consorciação e rotação de culturas são comumente utilizados (SEDIYAMA; 
SANTOS; LIMA, 2014).
É importante ressaltar que a produção orgânica de hortaliças é diferente de “agricultura 
largada”. Existe uma série de práticas que devem ser executadas seguindo os preceitos da 
agroecologia, buscando a produção sustentável. Portanto, a produção orgânica exige tanto quanto, 
ou até mesmo mais cuidados e insumos do que o cultivo convencional. Outro ponto importante 
é que o produto orgânico, para ser comercializado como tal, exige o uso de um selo, que ateste 
sua origem e conformidades ao sistema de cultivo orgânico (Figura 3). No Brasil, o produtor 
pode obter essa certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC)credenciado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ou se juntar 
em um grupo, e então cadastrar-se junto ao Mapa (BRASIL, 2019).
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Figura 3 – Selo que os produtos orgânicos recebem após certificação de origem do produto. Fonte: IBD Certifica-
ções.
Além disso, devido às inúmeras dificuldades associadas ao sistema de cultivo orgânico, 
assim como menor volume produzido, em comparação ao cultivo convencional, esses produtos 
tendem a ter preço mais elevado na comercialização, podendo ser um nicho de mercado a ser 
explorado. Arantes e Recine (2018) realizaram um estudo comparando os preços, em quatro 
canais de abastecimento, das hortaliças orgânicas e convencionais em Brasília. Os preços foram 
coletados em feiras ecológicas, no Mercado Orgânico, localizado no Ceasa-DF, e em supermercados 
pertencentes a grandes redes. Neste estudo, ficou evidente que as hortaliças orgânicas são 
comercializadas com maior preço nos supermercados do que em qualquer outro canal, podendo 
custar até o triplo do que em canais alternativos. Além disso, na comparação entre as hortaliças 
provenientes do sistema de cultivo orgânico e daquelas provenientes do sistema convencional, 
em média, se observou que a maioria dos produtos orgânicos custam até 50% a mais do que 
os convencionais (ARANTES; RECINE, 2018). Apesar da diferença de preço entre os produtos 
orgânicos e convencionais, o mercado de produtos orgânicos tem crescido cerca de 20% ao ano 
no Brasil (CARREIRO, 2018), impulsionado pela maior procura por produtos naturais e maior 
conscientização da população para aquisição de produtos cultivados de modo mais sustentável.
1.2.1.2 Convencional
Diferentemente do cultivo orgânico, o sistema de cultivo convencional é baseado em um 
conjunto de práticas e técnicas agronômicas que envolvem o preparo tradicional do solo, por 
meio de revolvimento, a adoção de fertilizantes minerais, controle químico de pragas, doenças e 
plantas daninhas, e os sistemas de irrigação mais utilizados são por sulco ou aspersão. Este sistema 
é o mais comumente adotado por pequenos e médios produtores. Ao longo desta unidade, serão 
abordadas as etapas do cultivo de hortaliças em sistema convencional.
1.2.2 Sistema de cultivo quanto ao ambiente
1.2.2.1 Cultivo em campo
O cultivo em campo pode ser tanto dentro do sistema de cultivo orgânico como 
convencional. Esse sistema de cultivo é o mais utilizado na olericultura e consiste no cultivo em 
solo, a céu aberto, e será visto em mais detalhes a seguir.
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1.2.2.2 Cultivo protegido
Entende-se por cultivo protegido aquele realizado em ambientes melhorados ou 
controlados, mais propícios para o desenvolvimento das plantas (FILGUEIRA, 2007). Para o 
melhor controle das condições ambientais, faz-se uso de plásticos específicos para a agricultura, 
podendo, também, denominar o cultivo realizado com auxílio de plásticos de plasticultura. O 
cultivo protegido será abordado com mais detalhes na próxima unidade.
2. ETAPAS DE SISTEMA DE CULTIVO DE HORTALIÇAS 
EM CAMPO
Pode-se dizer que o sistema de cultivo de hortaliças é dividido em manejo da área, 
semeadura e adubação, tratos culturais e controle fitossanitário e colheita. Além dessas etapas, 
Hirakuri et al. (2012) incluem atividades complementares ao sistema de cultivo, como o 
planejamento, que foi abordado na Unidade I, envolvendo questões relacionadas à seleção da 
área, da espécie cultivada, no nível tecnológico e consequentemente o capital a ser investido. E o 
processamento pós-colheita, assim como a comercialização das hortaliças, que serão abordados 
na Unidade IV (Figura 4). 
Figura 4 – Fluxograma das etapas de sistemas de cultivo de hortaliças. Quadros em cinza claro representam as 
atividades complementares ao sistema de cultivo de acordo com Hirakuri et al. (2012). Fonte: Paulo César Tavares 
de Melo, material de aula da disciplina de Olericultura, Floricultura e Paisagismo.
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3 MANEJO DA ÁREA
3.1 Preparo do Solo
Dentro da cadeia produtiva da olericultura, considerando o processo de produção, 
o preparo da área, onde será implementado o cultivo de hortaliças, é o primeiro processo 
a ser executado no campo. O preparo do solo deve ser realizado com antecedência, sendo, 
preferencialmente, realizado o revolvimento do solo, por meio de aração, seguida de gradagem, 
para nivelamento do solo. Em seguida, quando necessário, se faz o levantamento do canteiro, 
para aquelas hortaliças que devem ser cultivadas sobre ele. Neste momento, a partir de análise de 
solo, podem-se realizar também a calagem e a gessagem, aproveitando o revolvimento do solo, 
para incorporá-lo nas camadas subsuperficiais do solo.
3.2 Calagem e Gessagem
Os solos brasileiros, de modo geral, tendem a possuir pH baixo (<7,0), sendo considerados, 
portanto, como solos ácidos. Com o objetivo de equilibrar o pH, é recomendável deixar próximo 
de 6,5, ideal para que se tenha disponibilidade dos nutrientes essenciais ao desenvolvimento das 
plantas e se tenha baixa disponibilidade de alumínio, tóxico para as plantas (Figura 5). 
Além da calagem, a análise de solo pode indicar se há ou não a necessidade da gessagem, 
realizada apenas para reduzir a quantidade de alumínio disponível no solo, que é um elemento 
mineral tóxico para as plantas, sem alterar o pH do solo. A gessagem também pode ser uma fonte 
para fornecimento de enxofre, um elemento mineral essencial para o desenvolvimento vegetal.
Figura 5 – Relação entre o pH e a disponibilidade de elementos minerais no solo. Fonte: Malavolta (1981).
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3.3 Adubações de Base
Além da calagem e da gessagem, no momento da implantação do cultivo também é 
realizada a adubação de base, cujas quantidades são determinadas tanto com base na análise de 
solo quanto na necessidade da cultura a ser implantada. Neste momento, geralmente realiza-se 
adubação com nitrogênio, fósforo e potássio, sendo, geralmente, as quantidades de nitrogênio e 
potássio divididas entre a adubação de base e adubações de cobertura, aquelas realizadas durante 
o ciclo de produção. A função dos nutrientes e a forma de execução da adubação de cobertura 
serão abordados com mais detalhes na Unidade III.
4. IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
Após o preparo da área, realiza-se então a implantação da cultura. Para tal, existem alguns 
insumos e decisões que precisam ser tomadas por parte do produtor. Após a definição da espécie 
a ser cultivada, precisa-se definir a cultivar e, a partir de então, realizar a aquisição de insumos, 
como fertilizantes e sementes. 
4.1 Semeadura Direta, Formação ou Aquisição de Mudas e 
Transplante
4.1.1 Semeadura direta
A aquisição de sementes de qualidade é determinante para um cultivo de sucesso. Uma 
semente de alta qualidade deve possuir não apenas a carga genética, conferida pelo genótipo, mas 
também um elevado percentual de germinação, que deve constar na embalagem, juntamente 
com outras informações referentes a cultivar. A implantação do cultivo com sementes inferiores 
pode não só ocasionar prejuízos devido à alteração de estande (número de plantas por área, 
determinado a partir do espaçamento adequado à cultura e à variedade em questão) como 
também disseminar fitopatógenos.
A maioria das hortaliças multiplicadas via semente pode ser semeada diretamente no 
local definitivo de cultivo, evitando assim operações trabalhosas que envolvem o transplante. 
Existem algumas espécies que exigem semeadura direta, as quais podem ser reunidas em três 
grupos (FILGUEIRA, 2007).
I. Culturas semeadas em sulcos ou covas, com espaçamento amplo.Exemplo: hortaliças 
que apresentam pouca tolerância ao transplante, como as cucurbitáceas.
II. Culturas semeadas em sulcos com espaçamento estreito e que podem ou não tolerar 
o transplante. Exemplo: leguminosas e quiabo (intolerantes ao transplante) e tomate 
rasteiro para agroindústria (pode ser transplantado).
III. Culturas semeadas em sulcos superficiais sobre o leito de um canteiro definitivo. 
Exemplo: a maioria das hortaliças tuberosas (cenoura, rabanete, nabo, beterraba etc.).
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4.1.1.1 Tipos de sementes
Uma vez definidas a espécie e a cultivar, pode-se realizar a aquisição de sementes ou 
estruturas de propagação vegetativa ou mudas produzidas em viveiros especializados. No 
mercado de sementes, podem-se encontrar, de modo geral, quatro tipos de sementes de acordo 
com a presença e o tipo de revestimento (Figura 6): 
• Sementes nuas – como o próprio nome diz, são sementes que não passam por nenhum 
tratamento ou recebem qualquer revestimento (Figura 6A).
• Sementes com película protetora ou peliculizadas – são aquelas que recebem tratamento, 
como recobrimento com fungicidas ou inseticidas para proteção, mas não têm nem 
tamanho nem formato alterados (Figura 6B).
• Sementes incrustradas – são aquelas que recebem tratamento que altera o tamanho 
da semente, mas não o formato, principalmente com o objetivo de, além de proteger a 
semente, facilitar sua visualização no momento da semeadura (Figura 6C).
• Sementes peletizadas – são aquelas que recebem recobrimento para não apenas aumentar 
o tamanho, mas também alterar seu formato, tornando-as esféricas (Figura 6D).
Tanto as sementes incrustradas como as peletizadas recebem o revestimento para 
favorecer a semeadura mecanizada.
 
Figura 6 – Tipos de sementes. A) Sementes nuas de alface. Fonte: A autora. B) Sementes de melão peliculizadas. 
Fonte: Germains Seeds Technology (2019). C) Sementes de alface incrustradas. Fonte: Germains Seeds Technology 
(2019). D) Sementes de alface peletizadas. Fonte: Germains Seeds Technology (2019).
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Além disso, as sementes podem ou não receber um tratamento denominado 
condicionamento osmótico ou priming. O priming consiste na hidratação controlada das sementes, 
para promover o início do processo de germinação, mas não se permite a emissão da radícula. Para 
isso, geralmente as sementes são embebidas em solução osmótica, por um determinado período 
de tempo. Em seguida, as sementes são submetidas à secagem, para reduzir o grau de umidade 
ao nível anterior ao tratamento osmótico. Dessa forma, as sementes podem ser manuseadas e 
armazenadas por alguns meses (NASCIMENTO, 2004). O condicionamento osmótico tem sido 
realizado em sementes de hortaliças, visando à quebra da dormência da semente, promovendo 
maior uniformidade e maior velocidade na germinação. Além disso, por exemplo, para chicória 
e alface, o priming também permite a germinação destas, mesmo em condições de temperaturas 
elevadas.
No mercado, existem diversas empresas que realizam a comercialização de sementes, e 
estas são comercializadas em diferentes embalagens, como, por exemplo, envelopes (de 5 a 12 
gramas de sementes), latas (de 25 a 500 gramas de sementes) e baldes (de 5 a 10 Kg de sementes), 
dependendo do volume de produção. A embalagem adequada deve assegurar a manutenção do 
baixo teor de umidade da semente, não permitindo trocas com o ambiente externo.
Alternativamente, o produtor de hortaliças pode adquirir mudas de viveiristas 
especializados, em vez de realizar a aquisição das sementes.
4.1.1.2 Propágulos
As plantas podem ser multiplicadas de duas formas: via semente, por meio da reprodução 
sexuada, ou via multiplicação vegetativa, na qual se utilizam partes do vegetal, como estrutura 
de propagação, originando plantas geneticamente idênticas. A multiplicação vegetativa pode 
ocorrer por meio de estaquia, quando se utiliza um segmento (ramo, raiz ou folha) da planta 
matriz para obter um novo indivíduo; a enxertia, na qual se realiza a união de segmentos de caule 
de duas plantas distintas, de modo a obter alguma vantagem agronômica; a mergulhia, no qual 
se faz o enraizamento, no solo, de um segmento de ramo, com este unido à planta matriz; e a 
alporquia, considerada uma mergulhia aérea, na qual também ocorre o enraizamento de ramos 
ligados à planta mãe; e estruturas especializadas, estruturas produzidas pelas plantas que possuem 
gemas dormentes capazes de produzir uma nova planta. No caso da olericultura, a propagação é 
realizada principalmente por meio de estruturas especializadas. 
As plantas que produzem estruturas especializadas são geralmente herbáceas, perenes 
e sua parte aérea morre ao final do ciclo de produção. De forma semelhante, as multiplicadas 
por semente podem ser plantadas em local definitivo ou previamente enraizadas em viveiros, 
e posteriormente transplantadas. Como exemplo de estruturas especializadas utilizadas na 
propagação de hortaliças, tem-se: 
• Bulbos – formados por um pequeno e pouco visível caule, cujas bainhas das folhas se 
sobrepõem, formando um pseudocaule. Exemplo: alho, cebola.
• Tubérculos – caules subterrâneos de armazenamento contendo várias gemas, capazes de 
originar uma nova planta. Exemplo: batata.
• Raízes tuberosas – raízes de armazenamento e capacidade propagativa. Exemplo: batata-
doce, gengibre.
• Estolhos ou estolões – tipo de caule que cresce paralelamente ao solo e produz gemas 
que, ao se desenvolverem, originam uma nova planta. Exemplo: morango (HARTMANN 
et al. 2010).
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A propagação por meio de estruturas especializadas permite o cultivo de plantas 
geneticamente idênticas (clones), ou que promovem bastante uniformidade na área de cultivo. 
Algumas plantas podem ser propagadas por estruturas especializadas ou multiplicadas via semente, 
como é o caso da alcachofra, do aspargo, da cebolinha e da couve. Enquanto que outras, como o 
alho, podem ser multiplicadas apenas vegetativamente. Apesar de, em alguns casos, o olericultor 
ter alternativa quanto ao tipo de propagação, tende-se a utilizar a propagação vegetativa, quando 
esta é possível, principalmente devido à uniformidade das plantas e à precocidade, que permite 
antecipação da colheita (FILGUEIRA, 2007).
Independentemente da cultura, o olericultor deve sempre adquirir estruturas de 
propagação de viveiristas idôneos e que respeitem a legislação de produção de sementes e 
mudas imposta pelo Mapa. A partir da aquisição dos propágulos, o olericultor pode realizar a 
implantação da cultura, de forma semelhante à semeadura direta.
4.1.2 Formação ou aquisição de mudas e transplante
Além da implantação direta da semente ou propágulo, na área de cultivo, o olericultor 
pode realizar tanto a formação de mudas, em canteiros denominados sementeiras, ou em 
recipientes, e posteriormente realizar a implantação do cultivo em área definitiva, ou o olericultor 
pode adquirir mudas produzidas por viveiristas especializados, e realizar apenas o transplante. 
O transplante de mudas consiste no plantio da muda, em seu local definitivo de cultivo, sendo 
que a germinação das sementes para obtenção das mudas pode ocorrer em sementeiras ou em 
bandejas, dentro de um sistema de produção de mudas em ambiente protegido.
A produção de mudas em sementeiras é realizada por meio da semeadura, visando à 
obtenção de uma alta densidade de plantas no canteiro, ou seja, maior número de plantas por 
unidade de área. Após a emergência das plântulas, o olericultor pode realizar o transplante para 
a área de cultivo definitiva. Esse tipo de produção de mudas foi muito utilizado no passado, 
principalmente em culturas que se beneficiavam do processo de repicagem, ou seja, da separaçãodas plântulas, no qual ocorrem danos ao sistema radicular; no caso de tomate e brássicas, esse 
dano atua como estímulo para um desenvolvimento mais rápido do sistema radicular, após o 
transplante. Apesar desse benefício, é um sistema de produção de mudas que demanda mão de 
obra intensa para realização da repicagem e transplante, sendo praticado apenas por pequenos 
produtores, geralmente dentro do contexto de agricultura familiar (FILGUEIRA, 2007). 
Atualmente, a produção de mudas tem sido realizada, majoritariamente, em sistema de 
cultivo protegido, em casas de vegetação, para obtenção de mudas sadias e livres de doenças. 
Além disso, a produção de mudas é realizada em recipientes individuais, bandejas de poliestireno 
expandido (isopor) ou polietileno flexível contendo dezenas de células, com uso de substratos 
ou espuma fenólica, a fim de se obter maior eficiência na produção de mudas e facilidade no 
manuseio no momento do transplante. Esse tipo de produção de mudas pode ser realizado tanto 
pelo olericultor quanto por viveiristas especializados, sendo neste caso considerado um outro 
tipo de exploração de hortaliças, como visto na Unidade I.
Além disso, recomenda-se, para o olericultor, cujo objetivo não é a comercialização de 
mudas, mas sim a comercialização de hortaliças, realizar a aquisição de mudas em vez de produzi-
las, uma vez que se elimina uma etapa no sistema de cultivo. Desse modo, deixa-se o processo 
de produção de mudas, que é delicado e exige conhecimento técnico adequado, a cargo de um 
especialista no assunto.
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Existem inúmeras vantagens na obtenção de mudas produzidas por viveiristas, em 
sistema de cultivo protegido e com uso de bandejas, dentre as quais se pode destacar: melhor 
qualidade de muda, uma vez que se tem melhor equilíbrio entre o volume de sistema radicular e 
parte aérea; facilidade de manuseio no campo; permite que as mudas sejam transplantadas com 
um porte menor; aumento da velocidade de desenvolvimento da planta, podendo levar a maior 
precocidade de colheita (FILGUEIRA, 2007). Essas mudas apresentam vantagens em relação às 
oriundas de sementeiras, uma vez que possuem o sistema radicular protegido por substrato, o 
que o mantém intacto durante a operação de transplante, tendo um maior índice de sucesso no 
transplante e maior velocidade de desenvolvimento da planta.
O sistema de plantio direto (SPD), sistema em que o cultivo é realizado sobre 
a palhada da cultura anterior, que é amplamente adotado em grandes culturas, 
como grãos, tem contribuído consideravelmente para o aumento de produtividade 
e para a redução do uso de insumos dessas plantações. Entretanto, na olericul-
tura, a adoção desse sistema é muito pequena e os estudos de recomendação 
desse sistema são incipientes. Apesar disso, esses estudos têm sido promissores, 
mostrando que o SPD, no cultivo de hortaliças, pode ser uma alternativa para in-
cremento de produtividade e melhoria das qualidades físico-químicas e biológicas 
do solo, além de ser um sistema que traz mais benefícios ao meio ambiente em 
geral.
Recomenda-se a leitura do texto: Plantio Direto tem Potencial para Sequestrar Car-
bono na Produção de Hortaliças, de Paula Rodrigues, disponível em: <https://www.
embrapa.br/documents/1355126/2250572/ed24.pdf/67e251d2-7f0b-c9c1-
86da-8d931fa1873e>, para que os alunos tenham conhecimento dos benefícios 
associados ao sistema de plantio direto, que vem sendo cada vez mais praticado. 
Apesar de pouco utilizado na olericultura, é um sistema de cultivo que pode ser 
adotado em alguns casos, trazendo não só incremento de produtividade e con-
sequentemente rentabilidade no cultivo de hortaliças, como também inúmeros 
benefícios ao meio ambiente.
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Para que se possa entender a importância e também como é realizada a operação 
de produção de mudas de hortaliças, recomenda-se que assista: Produção de Mu-
das de Hortaliças, disponível em: <https://www.embrapa.br/dia-de-campo-na-tv/
busca-de-noticias/-/noticia/1482096/dia-de-campo-na-tv---producao-de-mu-
das-de-hortalicas>.
Com o objetivo de compreender, de forma mais aprofundada, como é realizado 
o cultivo orgânico de hortaliças recomenda-se que assista: Cultivo de Hortaliças 
Orgânicas, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kNZrA2i0tEA>.
Os alimentos orgânicos são mais saudáveis do que os alimentos produzidos pelo 
método convencional? Muitas pessoas acreditam que sim, mas será que o sis-
tema de produção orgânica é capaz de aumentar a quantidade de nutrientes e 
vitaminas presentes nas hortaliças?
Pelo que se tem observado em estudos comparando a quantidade de nutrientes e 
vitaminas entre esses dois tipos de alimentos, não se tem constatado diferença. 
Mas é importante frisar que esses estudos se referem apenas à quantidade de 
vitaminas e elementos minerais, não levando em conta outros fatores como vida 
de prateleira, presença de resíduos de defensivos ou risco de contaminação por 
microrganismos ou micotoxinas. 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção de hortaliças é uma atividade que tende a apresentar elevada lucratividade 
ao olericultor, embora, em comparação ao cultivo de grãos, por exemplo, é uma atividade de 
muito maior complexidade e também com maiores riscos envolvidos. Para o gerenciamento de 
uma propriedade cujo objetivo é a produção de hortaliças, é importante ter um conhecimento 
holístico do processo.
Ao longo da segunda unidade, pudemos aprofundar os conhecimentos em relação aos 
sistemas de produção e também de cultivo que podem ser implementados em uma propriedade 
rural, para produção de hortaliças. Além disso, buscamos enfatizar as etapas envolvidas na 
produção de hortaliças, principalmente aquelas realizadas após o planejamento. Uma vez 
contextualizadas as etapas envolvidas no cultivo de hortaliças, passamos a compreender, de forma 
mais aprofundada, os processos envolvidos em cada uma delas. Além disso, foi possível apresentar 
alternativas para a exploração de hortaliças, como a produção comercial de mudas, atividade com 
alto potencial de lucratividade, mas que exige mão de obra qualificada e conhecimento técnico, 
além de um alto investimento em infraestrutura.
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 38
1. TRATOS CULTURAIS ................................................................................................................................................ 39
1.1 MANEJO NUTRICIONAL ......................................................................................................................................... 39
1.2 MANEJO DE ÁGUAS ............................................................................................................................................... 40
2. MANEJO FITOSSANITÁRIO .....................................................................................................................................41
2.1 MANEJO CULTURAL ................................................................................................................................................41
2.2 CONTROLE BIOLÓGICO ........................................................................................................................................ 42
2.3 CONTROLE QUÍMICO ........................................................................................................................................... 42
3. NOÇÕES DE CULTIVO PROTEGIDO ........................................................................................................................

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