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Enfermidades imunológicas – Parte I Profª: Dra. Bianca Saguie Objetivos da aula ➢ Revisão de sistema imune; ➢ Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES); ➢ HIV e AIDS. Enfermidades imunológicas Resposta humoral e lentaResposta celular e rápida Enfermidades imunológicas Enfermidades imunológicas • Nutrientes regulam resposta imunológica; • Alguns por efeitos diretos Imunonutrientes • Arginina; • AA não essencial *; • Síntese proteica; • Precursora da creatina; • Precursora de NO – vasodilatação; • Papel na cicatrização; • Importante para o sistema imune. Imunonutrientes • Glutamina; • Aminoácido não essencial; • Síntese de proteína e glicogênio; • Função de barreira intestinal; • Suplementação – alguns casos. Imunonutrientes • Ômega 3; • Antiinflamatório; • Reduz níveis de TGs e viscosidade sanguínea; • Promove relaxamento de artérias; • Peixes de água fria, linhaça, chia, óleos vegetais, oleaginosas. Imunonutrientes • Vitamina A; • Carotenoides – retinol; • Lipossolúvel; • Crescimento, visão, integridade estrutural e funcional do tecido epitelial, reprodução e formação de dentes e ossos; • Síntese proteica e de membranas celulares, • Proteção de barreira mucosa. Imunonutrientes • Vitamina C; • Antioxidantes – combate radicais livres; • Auxilia no sistema imune; • Síntese de colágeno e serotonina; • Ferro férrico em ferroso; • Participa da fagocitose e liberação de IFN. Imunonutrientes • Vitamina E; • Tocoferóis e tocotrienóis; • Antioxidante; • Inibe proliferação celular (anti-neoplásico); • Neuroprotetor (bainha de mielina); • Protege da oxidação de lipoptn; • Evita agregação plaquetária. Imunonutrientes • Zinco; • Carreado à albumina no plasma; • Utilizado na síntese de código genético; • Enzimas estruturais do enterócito; • Cofator de enzimas; • Atua na imunidade celular; • Formação óssea; • Mobilização da vitamina A; • Antioxidante (ZnCu SOD). Imunonutrientes • Selênio; • Constitui enzimas antioxidantes; • Potencializa a ação da vitamina E; • Previne alguns tumores; • Saúde hepática e cardíaca. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) LES • Doença crônica autoimune; • Auto-anticorpos contra antígenos nucleares e citoplasmáticos; • Afeta vários órgãos; • Mais prevalente em mulheres em idade fértil (9:1 F/M); • Multifatorial (genes e ambiente – infecções, hormônios e fármacos); • Depósito de autoanticorpos nos tecidos - inflamação + citocinas; • Fadiga, dor/inchaço de articulações e músculo, sensibilidade ao sol, febre, úlceras da boca, dedos pálidos ou púrpura, problemas renais; • Períodos de remissão e recidiva. LES LES • Nefrite lúpica: LES • Proteção contra sol, abandono do tabagismo e atividade física; • Dieta e nutrição adequados; • Imunossupressores – conter sistema imunológico; • Tratamentos específicos de órgãos; • Hidroxicloroquina - lesões cutâneas - colaterais - náuseas, cólicas intestinais, diarreia. Tratamento clínico LES • Problema renal - ajustar ingestão proteica; • Tendência a ter maior consumo de CHO, óleos e gorduras e baixo em fibras, ômega-3, cálcio, frutas, vegetais e laticínios; • Fotossensibilidade - evitar luz solar; baixa ingestão dietética; medicamentos – baixa vit D + baixa ativação vit D – função renal; • Suplementar vit D (2000UI/dia) – marcadores inflamatórios; • Aconselhamento nutricional – deficiências nutricionais e condições específicas; • Vit D, Ca, ômega-3 e fibras - qualidade de vida. Terapia nutricional AIDS AIDS • Síndrome da imunodeficiência adquirida; • HIV – retrovírus; • Células do sistema imunológico - células T helper CD4; • Infecção progressiva - função dos linfócitos - sistema imunológico; • IMUNODEFICIÊNCIA. AIDS • Precisam da transcriptase reversa para se multiplicar; • Transcrição do RNA viral para uma cópia de DNA; • Pode integrar-se ao genoma do hospedeiro. AIDS • Infecção por HIV – evolução para estágios: AIDS • 34 milhões de pessoas infectadas no mundo; • No Brasil – 608.230 casos registrados no SINAN até 2011; AIDS • Fluidos corporais infectados; • Principal via de infecção - secreções genitais (via sexual); • Sangue, leite materno, líquido amniótico; • Saliva, lágrimas e urina não contêm vírus suficiente; Transmissão AIDS Abordagem ambulatorial AIDS Abordagem ambulatorial AIDS • Terapia antirretroviral - retardam replicação do vírus; • Reduzir morbimortalidade associadas ao HIV; • Melhorar a qualidade de vida; • Preservar sistema imunológico; • Indicação da TARV – assintomáticos (baixo LT-CD4 ou com risco DCV, HBV ou quimio/radioterapia) e todos sintomáticos; • Sorodiscordantes. Tratamento clínico AIDS Tratamento clínico AIDS Tratamento clínico • ITRN/ITRNt - 7 medicamentos: AZT (zidovudina), d4T (stavudina), ddC (zalcitabina), 3TC (lamivudina), ddI (didadosina), ABC (abacavir) e tenofovir diisopropil (viread); • ITRNN - 3 medicamentos: nevirapina (viramune), efavirenz (sustiva) e delavirdina (rescriptor); • IP/r - 6 medicamentos: saquinavir (fortovase), ritonavir (norvir), indinavir (crivixan), lopinavir, nelfinavir (viracept) e amprenavir (prozei). AIDS Tratamento clínico Inibidores de fusão (IsF); Inibidores da proteína nucleocapsídica (NCp7); Inibidores da enzima integrase; Inibidores da enzima de transcrição AIDS Tratamento clínico Inibidores de fusão (IsF); Inibidores da proteína nucleocapsídica (NCp7); Inibidores da enzima integrase; Inibidores da enzima de transcrição AIDS Tratamento clínico AIDS Tratamento clínico Efeitos adversos AIDS Tratamento clínico Efeitos adversos AIDS Tratamento clínico SÍNDROME METABÓLICA AIDS Terapia nutricional • Complicações nutricionais - comuns e precoces; • Baixa ingestão, má absorção, alterações metabólicas, infecções oportunistas, fatores psicossociais e neurológicos, droga-nutriente - deficiências nutricionais - estado nutricional; • Síndrome consumptiva e Síndrome Lipodistrófica ou Lipodistrofia. AIDS Síndrome consumptiva • Desnutrição - prognóstico em estágios avançados + complicações; • Perda de peso – 95-100% pacientes principal em estágios tardios; • Mais da metade IMC abaixo dos valores normais; • Perda massa muscular - progressão da doença e morbidade; • Inflamação – TNF-α, IGF-1 – perda de massa muscular; • Baixa contagem de linfócitos maior perda de peso; AIDS Síndrome consumptiva • Diagnóstico: • PP >10% em 12m ou 7,5% em +6m ou 5% em 6m + sintomatologia (diarreia crônica, febre, astenia) • H MCC < 35% do peso corporal total e IMC < 27 kg/m2; • M MCC < 23% do peso corporal total e IMC < 27 kg/m2; • IMC < 20 kg/m2² AIDS • Baixa ingestão, digestão e absorção, hipermetabolismo e catabolismo, doenças oportunistas e efeitos adversos; • Inflamação, disfunção do sistema endócrino; • Diarreia crônica - 50% pacientes - patógenos entéricos; • Anorexia, disfagia, náuseas e vômitos, febre, lesões orais e esofágicas, doenças neurológicas, efeitos colaterais dos medicamentos, recursos financeiros escassos e dificuldade física para preparar seu próprio alimento; • Perda de apetite e inadequação do consumo – desnutrição; • Deficiências de micro - vit A, C, E, selênio; • Suplementação, terapia hormonal e treinamento resistido. Síndrome consumptiva AIDS • Lipodistrofia = redistribuição anormal da gordura corporal; • Lipoatrofia = diminuição da gordura nas regiões periféricas; • Lipo-hipertrofia = acúmulo de gordura abdominal, ginecomastia; • Mista = associação das duas formas. Síndrome lipodistrófica AIDS • Associada a DM e RI; • 50% a 80% dos pacientes em TARV desenvolvem (efeito colateral); • Diagnóstico - exame físico - alterações compartimentos corporais; • Diferença - massa muscular normais; • Sem tratamento padronizado; • Estética - impacto psicológico negativo sobre o humor, a autoestima e, possivelmente, sobre a adesão ao tratamento. Síndrome lipodistrófica AIDS • Antirretrovirais e fármacos (oportunistas)interagem com nutrientes; • Nutrientes - eficácia dos medicamentos; • Impacto na ingestão, digestão e absorção: Interação fármaco-nutriente AIDS Interação fármaco-nutriente AIDS Comprometimento TGI e consequências • Alta prevalência de distúrbios gastrintestinais; • Alterações na deglutição, dor e cólica abdominal, diarreia, doença oral e perianal, lesões orais, candidíase oral; • Enteropatia - diarreia crônica e alterações da mucosa intestinal; • Atrofia de vilosidades TGI – área de superfície – absorção; • Má digestão, diarreia e esteatorreia. • Redução de células T - permeabilidade - translocação bacteriana; • Microbiota - cepas patogênicas + redução microbiota – inflamação; • Probióticos - proteção e pode retardar a progressão da infecção; AIDS Terapia nutricional • Objetivos: • Detectar, prevenir e reduzir a ocorrência de problemas nutricionais; • Preservar massa magra, prevenir perda ponderal; • Recuperar o estado nutricional; • Fornecer nutrientes - evitar deficiências ou excessos; • Contribuir para a eficácia da terapia medicamentosa; • Auxiliar no alívio de sintomas e complicações; • Colaborar para o manejo dos transtornos associados à terapia; • Educação nutricional em todas as fases da doença; • Melhorar a qualidade de vida. AIDS Avaliação do estado nutricional • História Clínica: • Identificar aspectos estado nutricional e ingestão; • Tempo de diagnóstico e estágio; • Infecções oportunistas, afecções agudas e comorbidades; • Estilo de vida; • Presença de sintomas gastrintestinais; • Uso de terapia antirretroviral e medicamentos; • Estado funcional e aspectos psicossociais AIDS Avaliação do estado nutricional • Exame físico: • Avaliar compartimentos corporais; • Identificar deficiências ou excessos de micronutrientes; • Depleção de massa muscular e tecido adiposo; • Alterações da distribuição de gordura corporal; • Avaliação antropométrica: • Perda de peso não intencional; • IMC; • Dobras cutâneas e perímetros; • Bioimpedância - composição corporal. AIDS Avaliação do estado nutricional • Indicadores bioquímicos: • Glicemia de jejum, hemograma, função hepática e renal, albumina, dosagens de micronutrientes, eletrólitos, perfil lipídico, carga viral, contagem de CD4 e CD8 e relação CD4/CD8; • TARV - perfil lipídico e a glicemia periódicos; • Testosterona - indicar perda de massa magra. • Consumo alimentar: • Qualiquantitativa; • Intolerâncias, preferências, alergias, tabus e práticas alimentares; • Alterações do apetite; • Forma de preparo dos alimentos; • Suplementos; • Aspectos que possam limitar alimentação adequada. AIDS Terapia nutricional • Maior gasto energético; • Mesmo assintomáticos – hipercalórica; • Avaliação individual. AIDS Terapia nutricional • Proteínas - substrato para sistema imune e massa magra; • Infecções agudas – catabolismo; • Disfunção renal ou hepática - reavaliar necessidades proteicas. AIDS Terapia nutricional • Lipídios = população em geral, 20 a 35% do VET; • Suplementação de ômega 3 – sem dose e tempo recomendados; • Preferir gorduras poli e monoinsaturadas; • Evitar saturadas e trans, limitar colesterol = pop geral; • Dislipidemias??? • CHO 45 a 65% do VET; • Fibras - 25 a 30 g/dia • Ajustados à necessidade do paciente. AIDS Terapia nutricional • Deficiências de micronutrientes comuns; • Zinco, selênio, vitaminas do complexo B, vit C e E – função imune; • Fornecer mínimo de 100% das DRIs (alimentar ou suplementar); • Cautela suplementação de vit A, zinco e ferro - efeitos adversos AIDS Terapia nutricional • NE e NPT - desnutridos ou em risco que não conseguem comer; • VO - 1ª escolha = suplementos orais; • NE - quando não for possível VO exclusiva; • NE - fórmula, acesso, administração; • NPT - situações em que enteral seja totalmente contraindicada; • Pacientes em cuidados paliativos - oferecer conforto e aliviar sintomas e só deve ser implementada se houver concordância entre a equipe de saúde, o paciente e seus cuidadores. AIDS Terapia nutricional • Estimulantes do apetite, anabolizantes ou inibidores de citocinas; • Complementar à terapia nutricional; • Alto custo e efeitos colaterais significativos. AIDS Terapia nutricional • Aconselhamento nutricional – orientações: • Importância e os princípios de uma alimentação saudável; • Segurança higiênica e sanitária da água e dos alimentos; • Manejo de sintomas clínicos e efeitos colaterais de medicações; • Anorexia, perda de peso, obstipação, diarreia/má absorção, intolerância à lactose, esteatorreia, náuseas e vômitos, saciedade precoce, disfagia, diminuição do paladar, afecções da cavidade oral, esofagite, xerostomia, disfagia, febre; • Escolha dos alimentos e preparo mais adequados a cada situação; • Manejo de comorbidades: dislipidemia, diabete, osteoporose, etc.; • Interação drogas-nutrientes e uso de suplementos; • Importância de hábitos de vida saudáveis. bianca.saguie@estacio.br
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