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A origem da adsorção Os sistemas agregados (gases, líquidos e sólidos) possuem 2 tipos principais de energia: Energia cinética (Ec), que confere às partículas do sistema (átomos, moléculas ou íons) diversos tipos de movimento; Energia de interação entre as partículas (EI), como forças Van der Waals e forças eletrostáticas. A origem da adsorção Tabela 1 – Relação entre a energia e as propriedades dos sistemas agregados Energia do sistema Volume Estado físico Densidade (temp. ambiente) Ec >> EI V = f (P,T,n) Gás ideal Ec EI V = f (T,n) Líquido Ec << EI V = f (n) Sólido Devido a baixa interação entre as partículas, a distancia entre elas e relativamente grande e a densidade desses sistemas e baixa. Devido a menor distancia entre as partículas desses sistemas, as densidades são geralmente maiores. Devido a forte interação, a distancia entre as partículas e mínima e o sistema apresenta as mais altas densidades. A origem da adsorção Sistemas condensados → Volume definido e pouco sensível a pressão. R Força resultante nula Partícula no interior do sistema Partícula na superfície ou interface com outro sistema Força resultante R A origem da adsorção Partículas da superfície possuem um excesso de energia chamada de energia superficial (Es), que é responsável pela: Tensão superficial dos líquidos; Adsorção de um fluido sobre um sólido. A origem da adsorção Adsorção de um fluido sobre a superfície é um fenômeno espontâneo. A entropia do sistema diminui, já que ela mede o grau de desordem, e este é menor com a molécula adsorvida. ADSORÇÃO: PROCESSO EXOTÉRMICO Tipos de interação gás-sólido A intensidade da interação entre as moléculas gasosas e a superfície do sólido depende de alguns fatores como: Valor da energia superficial Es; Temperatura do sistema; Possibilidade de interação entre orbitais do absorbato e a superfície; Tamanho da molécula do gás. Tipos de interação gás-sólido O parâmetro que indica a intensidade da interação entre gás e líquido é a entalpia de adsorção. Quanto mais exotérmica a adsorção, maior a interação. Costuma distinguir 2 tipos de adsorção de gases sobre sólidos: Fisissorção Quimissorção Fisissorção Baixo grau de interação entre gás e sólido; Forças envolvidas são da mesma ordem de grandeza que as de Van der Waals, existentes entre moléculas e líquidos; O tipo de interação gás-sólido poderá ser semelhante à interação gás-gás, existente entre moléculas adsorvida diretamente sobre a superfície e outra adsorvida sobre ela. Ocorre em temperaturas baixas, e é mais pronunciada quanto mais próximo for a temperatura de condensação do gás. Devido a baixa energia de interação com a superfície e a inexistência de uma energia de ativação para a adsorção ocorrer, a fisissorção atinge rápido o equilíbrio, sendo classificada como reversível. 3 - Esse processo de interação pode se estender a outra molécula mais afastada da superfície, formando uma multicamada semelhante a uma película de líquidos sobre uma superfície de sólidos. 8 Quimissorção Forte grau de interação entre gás e sólido; Forças envolvidas são da mesma ordem de grandeza que as de reações químicas; Interação especifica entre gás e sólido. Ocorre em temperaturas bem maiores que a do ponto de ebulição do gás adsorvido; A existência de uma energia de ativação, e o alto valor da entalpia, faz com que a dessorção da molécula quimissorvida seja lenta, ou que ocorra uma reação química. Por isso classificada como irreversível. 3 – logo ocorrendo apenas uma camada 4- energia de ativacao- representa a repulsao da aproximacao maior do gás a superficie 9 Quimissorção Para que a quimissorção ocorra deve haver uma interação especifica entre gás e sólido, portando ela só ocorre para determinados sistemas. Tabela 2 – Quimissorção de gases sobre metais à temperatura ambiente. Metais O2 CH2 = CH2 CO H2 CO2 N2 Cr, Ti, V, Fe + + + + + + Ni, Co, Pd, Pt + + + + + - Al, Mn, Cu + + + - - - Mg, Ag, Zn + - - - - - Cr – Cromo Ni – niquel Al – Aluminio Mg - Magnesio Ti – Titanio Co - Cobalto Mn – Manganes Ag - Prata V – Vanadio Pd – paladio Cu – Cobre Zn - Zinco Fe – Ferro Pt - Platina 10 Adsorção de um sistema gás-sólido a pressão cte (ISÓBARA) I IV II III TE TC Multi-camada Mono-camada gads/gsólido temperatura Adsorção física em equilíbrio Adsorção química em equilíbrio Adsorção química com transformação Não há equilíbrio no sistema 11 Resumo Tabela 3 – Características da Quimissorção e Fisissorção. Características Fisissorção Quimissorção Tipo de sólidos Ocorre com todos os sólidos Depende do gás Tipo de gás Ocorre com todos os gases Depende do sólido Temperatura Prox. a Te do gás Muito maior que a Te Cobertura Geralmente multicamada Monocamada Reversibilidade Reversivel Nem sempre reversivel Energia de ativação Nula Maior que zero AH (kcal/mol) -0,5 a -5 -10 a -100 Aplicação Quimissorção Determinação de sítios ativos e transformação catalítica. Fisissorção Determinação de área específica total e distribuição do raio dos poros. Isotérmicas de adsorção A determinação experimental das isotermas de adsorção pode ser feita por métodos estáticos ou dinâmicos. Em ambos os casos é necessário desgasificar o sólido, por aquecimento com evacuação. As isotermas são apresentadas sob forma gráfica que é a pressão relativa (p/p0) em função da quantidade adsorvida (expressa em moles por grama de sólido desgasificado). As isotérmicas são classificadas em 6 diferentes tipos. Método estático: admite quantidades sucessivas de substancia a adsorver um volume previamente evacuado onde se encontra a amostra do catalisador, e determina-se a quantidade adsorvida quando se atinge o equilibrio para cada valor da pressão. A quantidade adsorvida pode ser determinada gravimétricamente por microbalança elétrica ou volumétrica. 14 Isotérmicas de adsorção (IUPAC) As isotermas III e V são poucos frequentes. I - São características de sólidos microporosos com superfícies externas relativamente pequenas (carvões ativos e peneiros moleculares). A quantidade adsorvida tende pra um valor limite quando p/p0 tende a 1, dependendo do volume de microporos. Esta isoterma também representa a adsorção química, caso em que o valor limite corresponde à formação de uma camada monomolecular adsorvida. Isotérmicas de adsorção II, III – A quantidade adsorvida tende a quando p/p0 tende a 1, correspondendo à adsorção em camadas múltiplas sobrepostas, e ocorrem em sólidos não porosos ou macroporosos. Isotérmicas de adsorção IV e V - Corresponde as isotermas II e III quando o sólido apresenta mesoporos (2-50 nm), nos quais ocorre o fenômeno de condensação capilar. A quantidade adsorvida tende para um valor máximo finito, correspondente ao enchimento completo dos capilares com adsorvido no estado liquido. Isotérmicas de adsorção VI- (em degraus) ocorre em superfícies uniformes não porosas, e representa uma adsorção camada a camada. A altura do degrau corresponde à capacidade da monocamada em camada adsorvida. Isotérmicas de adsorção Histerese O fenômeno de histerese nas isotermas de adsorção física está associado à condensação capilar em estruturas mesoporosas. A condensação capilar é descrita pela equação de Kelvin. (1/r1) + (1/r2) = (-RT/σ. VtM) ln(p/p0) r1 e r2 são os raios de curvatura do menisco; σ e VtM são tensão superficial e o volume molar do liquido; R constante dos gases; T é temperatura absoluta. Verifica-se que a curva de adsorção não coincide com a curva de dessorção, isto é a reversibilidade, como se indica na figura anterior para as isotermas IV e V.Esta equação traduz o fato da condensação ocorrer a pressões inferiores à pressão de saturação em capilares estreitos. 20 Isoterma do tipo IV, e isoterma do tipo II em tracejado Nas zonas de baixas pressões, a isotermica segue o mesmo percurso(ABC) que coresponde a isoterma do tipo II, mas a uma certa altura começa a sedesviar para cima(ponto D), até que, para pressões superiores, o declive diminui (EFG) quando nos aproximamos do ponto de saturação, a quantidade adsorvida varia pouco (Como FGH), ou alternativamente, pode apresentar um aumento final (Cmo GH’). Na dessorção segue-se o percurso FJD, em que as quantidades adsorvidas são maiores que no percurso DEF. Em ABC,, adsorção em camadas nas paredes dos poros; D começa a condensação capilar nos poros mais estreitos, como a equação de kelvin; DEF teremos simultaneamente adsorção em camadas multiplas e condensação capilar; FGH todos os estão cheios com o adsorvido. 21 4 tipos principais de histerese 22 4 tipos principais de histerese Tipo H1 Caracterizado por dois ramos da isotérmica quase verticais e paralelos durante uma extensa gama de valores da ordenada. Normalmente associado a materiais porosos constituídos por aglomerados rígidos de partículas esféricas de tamanho uniforme ordenadas regularmente. Distribuição apertada dos tamanhos dos poros, pode-se utilizar um modelo de capilares cilíndricos para o calculo de distribuição dos tamanhos dos poros. 23 Tipo H2 Em que só o ramo da dessorção é praticamente vertical. Adsorventes porosos normalmente originam este ripo de histerese, que corresponde uma distribuição de tamanhos e formas de poros definidas. Não se deve usar o ramo de dessorção para o calculo de distribuição dos poros. 4 tipos principais de histerese Tipo H3 Dois ramos da isotérmica assimptópicos relativamente à vertical p/p0=1. Associado a agregados não rígidos de partículas em forma de placa, originando poros em fendas. Utilizar modelo de fendas entre placas paralelas. 4 tipos principais de histerese Tipo H4 Dois ramos da isotérmica quase horizontais e paralelos durante uma extensa gama de valores abcissa. Também associado a poros estreitos em fenda, o caráter tipo I da isotérmica é indicativo de microporos. Em muitos casos onde se apresenta microporos tem histerese com frequência até em baixas pressões. Esta associado a expansão de estruturas porosas pouco rígidas. Acontece a adsorção irreversível de moléculas de tamanho proximo a largura dos poros ou uma adsorção química irreversível. 4 tipos principais de histerese Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso = Numero de moléculas Expressando em termo CTPN pode-se calcular o numero de moléculas n do gás que forma uma monocamada em 1 grama do sólido. Vm volume da monocamada em cm³/g VM volume molar em CNTP= 22.400cm³ NA: numero de avogadro= 6.02E23 27 = Volume da monocamada em CNTP = Numero de Avogadro = 6,02 . 1023 = Volume molar em CNTP = 22400 cm3 Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso A tabela 4 indica os valores de de gases de diferentes temperaturas. O gás mais utilizado para medidas de área específica é o nitrogênio. Tabela 4 – Área utilizada por diversas moléculas Gás N2 O2 Kr Kr Temp. (°C) -195 -183 -195 -78 (2) 16,2 14,2 20,8 43,4 Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso Kr = criptonio 30 Área ocupada por uma molécula de N2 = 16,2. 10-16 cm2 logo: Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso A partir das hipóteses e da teoria cinética dos gases Brunauer, Emmett e Teller deduziram a expressão do grau de cobertura, , com formação de multicamadas, em função da pressão do gás A, pA . Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso Apenas rearranjando e multiplicando ambos os lados por pA, temos: Graficamente se em função de , devemos obter pontos alinhados numa reta y= b + ax y b a Determinação área especifica: Método B.E.T Segundo o livro do dilson cardoso Logo temos que vm = 1/ a+b a = Tangente do sistema b = intersecção em x=0 Zona de validade da equação de B.E.T e restrita a uma parte da isotérmica, geralmente para valores de p/p0 entre 0,05 e 0,30 Tabela 3 – Área especifica de catalisadores e suportes Sólido Área Especifica (m²/g) Carvão ativado 500 -1000 Sílica gel 200 - 600 Zeólitas 150 - 500 Alumina Y e N 100 - 300 CuCr2O4 15 - 50 Fe3O4 10 - 15 Alumina a 0,1 - 1 Determinação área especifica: Método B.E.T Determinação do volume de poros O método para a medida da porosidade depende do tipo de material, tamanho de poros e forma. Segundo Dubinin: Microporos: 0,3 nm a 2 nm; Mesoporos: 2 nm 50 nm; Macroporos: acima de 50 nm podendo chegar até 105 nm. Os meso e microporos podem ser determinados por adsorção de N2 e Ar, porem os macroporos podem ser por porosimetria de mercúrio. Determinação do volume de poros O volume específico pode ser encontrado em tabelas ou determinado experimentalmente por picnometria, usando mercúrio e hélio. A porosidade é definida por: Vp = Volume dos poros (cm3/g) Vt = Volume total dos poros no material (cm3/g) Determinação do volume de poros No caso do uso do mercúrio, deve – se observar que o sólido não seja molhado e não penetre nos poros. VM = Volume molar (cm3/mol) = Densidade molar (mol/g) Vreal = Volume específico (cm3/g) Determinação do volume de poros Após o vácuo, introduz He e mede-se o volume deslocado de massa (Vsólido). Faz novamente o vácuo e com mercúrio determina-se o volume deslocado de mercúrio, que preenche os poros e tem-se Vsólidos+poros. = densidade real = densidade aparente Determinação do raio do poro Para calcular o raio do poro, admite-se: O raio Kelvin, pode ser calculado pela formula: t = espessura próxima à parede do tubo rK = o chamado raio Kelvin VM = o volume molar = ângulo de contato com a superfície Determinação do raio do poro Pela equação de Kelvin observa-se que na curvatura cos = 1 e , portanto: Referências Bibliográficas Cardoso, D., Introdução à Catálise Heterogênea, São Carlos, 1985. Figueiredo, J. L., Ribeiro, F. R., Catálise Heterogênea, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987. Schmal, M., Catálise Heterogênea, Rio de Janeiro, Synergia, 2011.
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