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[URG E EMERG PED] - Cetoacidose diabetica

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[URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA] – CETOACIDOSE DIABÉTICA | ANNA CLARA FARIA 
Cetoacidose diabética
INTRODUÇÃO 
Hiperglicemia (glicemia >200mg/dL) + acidose 
metabólica (pH <7,3 ou bicarbonato <15mEq/l) + 
cetose (cetonemia ou cetonúria) 
Uma das maiores causas de hospitalização, morbidade 
e mortalidade em pacientes diabéticos 
Muito comum em pacientes com descontrole da 
doença, vômitos e desidratação, uso de corticoides e 
uso de álcool e drogas 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Hiperglicemia: poliúria, polidpsia, perda de peso, 
noctúria e monilíase 
• Sintomas gastrointestinais: anorexia, náuseas, 
vômitos, dor abdominal 
• Sintomas respiratórios (acidose já instalada): 
hiperventilação para tentar compensar taquipneia, 
hiperpneia, respiração de Kussmaul, hálito 
cetônico 
• Alterações do SNC: redução do nível de 
consciência, letargia e coma 
• Outros sintomas: taquicardia, distúrbios de 
perfusão, redução do turgor da pele, perda de 
peso 
ANÁLISE LABORATORIAL 
Solicitar: glicemia, sódio, potássio, cloreto, fosfóro, 
magnésio, cálcio, EAS, Ur, Cr, gasometria, hemograma, 
lactato, ECG 
Glicemia séria >200mg/dL 
Gasometria: pH <7,3 ou bicarbonato <15mEq/l 
Avaliação da cetose: 
- medicação da cetonemia: beta-hidroxibutirato 
- presença de cetonas urinárias 
- ânion-gap (sódio sérico - cloreto sérico + bicarbonato 
sérico): aumentado 
Distúrbios eletrolíticos: 
- sódio: diminuído, mas devido a força osmótica da 
glicose o valor osmótico não reflete o grau de 
deficiência, portanto usa-se a fórmula para corrigir 
 Sódio corrigido = [Na] + 1,6 {([glicose]-100)/100} 
- potássio: o corpo perde potássio devido à acidose e a 
poliúria. Os níveis diminuem aproximadamente 0,6 
mmol para cada 0,1 unidade de aumento no pH. 
Aumento da ureia e creatinina: quanto maior, maior 
risco de edema 
MANEJO 
1. Monitorização do paciente 
2. Levar para UTI se coma/confusão, Glasgow <10, 
sinais de choque hipovolêmico, evidências de 
causa infecciosa precipitante, pacientes com 
comorbidades pulmonares e cardiovasculares, CAD 
grave e idade menor que 2 anos 
3. Pesar o paciente para analisar perda hídrica (5-
10% do peso corporal) 
4. Realizar exame neurológico seriado devido ao risco 
de edema cerebral durante o tratamento 
CLASSIFICAÇÃO 
Leve: pH 7,2 a <7,3; bicarbonato 10 a <15 
Moderada: pH 7,1 a <7,2; bicarbonato 5 a <9 
Grave: pH<7,1; bicarbonato <5 
OBJETIVO DO TRATAMENTO 
Resolver cetose e hiperglicemia, corrigir desidratação e 
distúrbios eletrolíticos 
ABCDE - CHOQUE 
A: acesso venoso 
- 2 acessos periféricos 
B: reposição volêmica 
- 30-100ml/kg para restaurar volume, sódio e melhorar 
filtração renal 
 
 
 
 
2 
[URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA] – CETOACIDOSE DIABÉTICA | ANNA CLARA FARIA 
- regaste: SF 0,9% ou RL (20ml/kg a cada 20 minutos e 
10ml/kg a cada 30-60 minutos) se não tiver sinais de 
choque 
- manutenção: SF0,9% ou a 45% 
C: insulina 
- infusão contínua após reversão do choque e K>3,3 = 
0,1 UI/kg/hora 
- insulina 25 UI + 250ml de SF (correr 1ml/kg/hora) 
- monitorizar glicemia continuamente (não pode cair 
muito devido ao risco de edema cerebral) 
- objetivo glicemia 
 crianças pequenas = 100-150 
 crianças maiores = 150-180 
D: repor potássio 
- Normocalemia: repor 40 mEq/L + SF manutenção 
- Hipercalemia: repor quando começar a cair e débito 
urinário ok 
- Hipocalemia: repor imediatamente e iniciar insulina 
após correção 
E: monitorizar parâmetros 
- Glicemia capilar: a cada hora 
- Eletrólitos, gasometria e glicemia: a cada 2-4 horas 
- Monitorização: contínua 
- Exame neurológico: a cada hora 
QUANDO PARAR A INSULINA 
• Ânion gap normalizado 
• pH >7,3 ou bicarbonato >15 
• Glicemia <200 
• Tolerância de dieta oral 
Quando a glicose começar a cair entre 250-300 tem 
que colocar glicose no soro de manutenção

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