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CLÍNICA MÉDICA III - CICLO III Otite Média Aguda e Efusiva Introdução Definição ● Orelha média = problema na tuba auditiva ○ Fica na rinofaringe e liga o nariz ao ouvido ○ Tuba auditiva se comunica com a rinofaringe -> conexão do nariz com o ouvido ○ Andar de avião -> “tampou o ouvido” = tuba colapsou e pressão da orelha média não drenou ■ Tuba colapsou, deglutiu e não abriu -> aumento excessivo da pressão = barotrauma -> estourou membrana timpânica Epidemiologia ● 67% das crianças até 1 ano de idade tem otite média aguda ● Terão 1 episódio de OMA ○ Aos 7 anos idade ■ 90%→ 1 episódio ■ 75%→ 3 ou mais episódios ● OMA ○ 1º pico entre 6 e 24 meses ○ 2º pico entre 4 e 7 anos ● Lembrar: queixa de irritabilidade sem foco infeccioso em crianças, pensar sempre em ITU e otite média aguda Fatores de risco ● IVAS - infecção de via aérea superior ● Baixo nível sócio econômico ● Crianças institucionalizadas ● Poluentes ambientais (cigarro) ● DRGE = em bebês, crianças maiores não fazem refluxo Tuba auditiva Tuba auditiva X Óstio nasofaríngeo TA ● Corneto inferior, médio e superior ● Meato inferior, médio e superior ● Se tem adenoide, corpo estranho, tumor, rinite com edema que obstrui a tuba -> orelha média não faz funcionar adequadamente ○ “Não existe orelha média que funciona bem se nariz não funciona bem” Desenvolvimento da tuba auditiva ● Criança: tuba horizontalizada e curta -> faz mais otite por questão anatômica ○ Horizontal - 10º ○ Menor porção ístmica ○ 18 mm ● Adulto: verticalizada e longa ○ Vertical - 45º ○ Maior porção ístmica ○ 31 – 38 mm Fisiologia da tuba auditiva ● Função Drenagem: ○ Sistema mucociliar ○ Abertura intermitente ● Função Ventilatória: ○ Manutenção equipressão ○ Abertura intermitente ○ Células da mastóide ○ Gases sanguíneos (CO2) Fisiopatologia da Otite Média ● Fatores Associados ○ Alergia ■ Edema inflamatório da mucosa tubária ■ Obstrução nasal ■ Alergia alimentar associada ○ Alterações Nasossinusais ■ IVAS ■ Hipertrofia adenoideana ■ Tumores Microbiologia da Otite Média ● Streptococcus pneumoniae - 34% ● Haemophilus influenzae - 30% ● Moraxella catarrhalis - 15% ● < 6 semanas idade: S. aureus e Gram - 20% ● Bactérias produtoras de β- lactamase 20% ● OMS - otite média serosa ○ Não apresenta quadro de infecção mas são colonizados pelos mesmos agentes etiológicos ○ Cultura + = 30 – 50 % ○ PCR + = 77% ○ * mesmos agentes OMA Otite média aguda ● Quadro Clínico ○ IVAS ○ Hipoacusia ○ Otalgia ○ Plenitude auricular ○ Febre CLÍNICA MÉDICA III - CICLO III ● 1 - Hiperemia nas fases iniciais ○ Hiperemia e opacidade membrana timpânica ○ Plenitude auricular ○ Hipoacusia ○ Febre e otalgia leve / moderada ○ Irritabilidade na criança ● 2 - Exsudação ○ Espessamento MT ○ Abaulamento MT ○ Otalgia intensa ○ Piora da hipoacusia ○ Toxemia e Febre alta (crianças) ● 3 - Supuração ○ Se não tratar = otite média aguda→ otite média aguda supurativa ○ Perfuração MT ○ Alívio parcial otalgia e febre ○ Otorréia / otorragia ● Tratar hiperemia nas fases iniciais -> evolução = espessamento e abaulamento da membrana timpânica = aumento da otalgia e hipoacusia, febre alta -> se não tratada evolui para otite média aguda supurativa ○ Local enche de pus -> supura ○ Abscesso drenado -> melhora da dor ● Membrana translúcida ● Divide membrana timpânica em localizações (não precisa decorar) ○ Epitímpano: quadrante anterior superior ○ Mesotímpano: quadrante póstero medial, póstero inferior ○ Hipotímpano OMA em regressão Tratamento Antibioticoterapia ● Amoxicilina ● Amoxicilina + clavulanato ● Cefaclor Conduta expectante: ● ↓ uso de antibióticos ○ ↑ incidência de complicações ○ “American Academy of Pediatrics and American Academy of Family Physicians” – conduta expectante em alguns casos ○ * Contanto que seja feito um seguimento e que a terapia ATB possa ser iniciada prontamente se sintomas persistirem ou piorarem Sintomáticos Timpanocentese ● Paciente refratário ao tratamento ● Perfuração no tímpano ● Indicações ○ Otalgia severa, toxemia severa, resposta insatisfatória ao uso dos ATB e presença de complicações de OMA. ● Miringotomia = timpanocentese Tratamento cirúrgico - complicações Tratamentos coadjuvantes ● Fluidificantes de muco ● Anti-histamínicos ● Gotas otológicas Otite média aguda recorrente ● Definição ○ 3 ou + episódios OMA em 6 meses ○ 4 ou + episódios OMA em 1 ano ● Tratamento ○ Quimioprofilaxia com ATB ○ Miringotomia e tubo de ventilação ○ Adenoidectomia ○ Vacinas ■ Anti-pneumocócica ■ Anti-influenza Otite média efusiva ou serosa ● Definição: otite aguda com líquido na orelha média ○ Líquido atrás da membrana timpânica -> não drena ○ Não tem otalgia, febre ou irritabilidade ○ Paciente queixa de surdez (perda efusiva) ● Cultura positiva em 30 a 50% dos casos ● Mesmos agentes da OMA ● Quadro clínico ○ Assintomático ○ Perda auditiva condutiva (som não conduz no líquido) ○ Otalgia ○ História de IVAS recorrentes CLÍNICA MÉDICA III - CICLO III ● Causa mais comum: hipertrofia adenoideana ● Adultos: hipoacusia, plenitude auricular, autofonia, zumbido ● Exame físico: visualiza bolha de líquido, pode ou não ter hiperemia Hiperemia, bolha com líquido ● Impedanciometria ○ Exame usado no diagnóstico de problemas da audição. ○ O procedimento é rápido e indolor, e não tem contraindicações, podendo ser realizado sozinho ou em conjunto com outros métodos diagnósticos. ○ A impedanciometria é composta por dois procedimentos: timpanometria e medida de reflexo acústico. ○ Tipo B ○ Reflexo estapediano abolido Tratamento Indicações ● Em crianças com secreção na OM por 2 meses ou mais ● Desconforto ● Hipoacusia prejudicando o desenvolvimento da fala e linguagem ● Episódios freqüentes de OME ● Vertigens ou instabilidade ● Alterações da MT (atelectasia ou bolsas de retração) ● Patologias da OM ● Doença respiratória associada Tratamento clínico ● Antibióticos: ○ Único grupo que se mostrou eficaz ○ OM serosa aguda -> se não melhora em 12 semanas = tratamento cirúrgico ○ Pode realizar cirurgia de adenoide juntamente para “aproveitar” a anestesia geral -> avaliar idade do paciente e indicações ● Anti-histamínicos ● Descongestionantes ● Corticóides ● Manobras de insuflação Tratamento cirúrgico ● Miringotomia e colocação de tubo de ventilação ○ Deve ficar 1 ano sem nadar ● Tubo de ventilação coloca por meio de anestesia geral, incisão no tímpano e insere tubo de ventilação ● Não pode deixar com perda auditiva -> sequelas: atraso na linguagem, não desenvolve fala, comprometimento Antes do TV X Depois do TV ● Complicações do tubo de ventilação ○ Otorréia purulenta ○ Queda do TV para dentro da cavidade timpânica ○ Cicatrizes na MT ○ Perfuração permanente da MT ○ Colesteatoma Timpanosclerose ● Timpanosclerose: alteração histológica que ocorre na mucosa da orelha média (OM) ou mastóide caracterizada por hialinização, podendo evoluir com calcificação ou ossificação. Placas calcificantes tornam rígido o sistema de condução do som. Perfuração membrana timpânica pós tubo de ventilação CLÍNICA MÉDICA III - CICLO III Tratamento - resumo ● Complicação extracraniana e intracraniana, respectivamente, mas comuns da Otite Média Aguda MASTOIDITE - MENINGITE
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