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1. Introdução Cotidianamente, nos deparamos com expressões como: “chegou rápido! – Essa empresa tem uma boa logística” – “a logística é fundamental para este plano”. Entretanto, apesar de ser um termo atual e em voga, o conceito de logística não é recente. Apesar do surgimento da logística, de fato, não ter data definida, sabe-se que origem da palavra vem do grego “LOGISTIKOS” que quer dizer cálculo e raciocínio no sentido matemático (OLIVEIRA e FARIAS, 2010). Vale destacar que boa parte do desenvolvimento dessa atividade aconteceu em razão de confrontos militares. Muitas guerras foram ganhas graças às estratégicas logísticas que tinham por objetivo garantir a entrega de alimentos, munições e água para os exércitos. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um grande divisor de águas para a logística, impulsionando-a, refinando-a e transformando-a em ciência. Assista ao vídeo abaixo, que aprofunda o estudo da importância da logística na Segunda Guerra Mundial. Assista ao vídeo em: Desde então, o mundo vem vivenciando um processo de mudanças econômicas que alteram padrões de geração de riquezas. Os avanços tecnológicos obtidos resultaram em um processo de transformação estrutural mundial, fenômeno que podemos chamar de globalização. A “Globalização” foi um termo elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração econômica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Este processo trouxe problemas para as empresas, como: 1. Necessidade de aumentar a atenção aos custos; 2. Necessidade de obter economia de escala; 3. Alteração constante de mercado. No cenário de competição global, as empresas buscam não só fidelizar seus clientes, mas também atingir novos mercados. No entanto, para conquistar esses novos mercados, é preciso estar preparado para responder com rapidez às constantes mudanças, mantendo a qualidade do produto e de seus serviços. Ou seja, a sobrevivência no mercado atual está intrínseca ao desempenho logístico. Vantagens logísticas. Então o transporte representa a logística? Sim, também! Apesar de ser comum confundir o transporte com o processo de movimentação de materiais, o transporte é uma atividade dentro da logística. A logística tem uma visão ampla e holística do processo que inclui o planejamento de atividades desde o relacionamento com o fornecedor até o cliente. A seguir, vale destacar que a missão típica da logística é disponibilizar 1. o produto/ serviço certo. 2. na quantidade certa. 3. para o cliente certo. 4. na condição certa. 5. ao menor custo. 6. no lugar certo. 7. na hora certa. De forma geral e simplificada o que seria logística? Podemos defini-la como as formas mais fáceis, rápidas e baratas de se movimentar alguma coisa de um ponto a outro, guardando-os para os períodos de armazenagem. Tudo isso com base em um perfeito e complexo fluxo de informações. Uma melhor representação do conceito de logística pode ser refletida na definição promulgada pelo Conselho de Administração Logística — Council of Logistics Management (CLM), uma organização de gestores de logística, professores e práticos, formada em 1962, com o propósito de oferecer educação continuada bem como de fomentar o intercâmbio de ideias. A definição de logística, conforme o Council of Logistics Management, usa a pesquisa de Novaes (2007) e diz: “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar, de maneira eficiente, o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e as informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. NOVAES, 2007. 2. Logística Empresarial A logística empresarial, isto é, pelo ponto de vista da empresa, não tem o mesmo significado para todos os pesquisadores, inclusive para aqueles que atuam na área ativamente. Portanto, ela pode ser considerada por diferentes significados, tendo diferentes definições. Logística empresarial alia o planejamento e administração dos fluxos de bens, serviços e informações que, integradas, põe-nos em movimento. O que acontece na nossa sociedade é que um país tende a se especializar na produção que houver vantagem econômica para produzi-lo, em função de diversos fatores que podem influenciar, como: a proximidade com fornecedores, ou clientes, o clima da região, entre outros. Isto cria um desafio de tempo e espaço entre o suprimento e a produção e entre a produção e o consumidor final. A evolução da logística empresarial que teve início a partir de 1980, com as demandas decorrentes da globalização, após alteração estrutural da economia mundial e desenvolvimento tecnológico, é caracterizada como ferramenta de planejamento de atividades, como transporte, controle, armazenagem e distribuição, de quaisquer materiais: matérias-primas, produtos acabados e produtos não acabado, ou serviços, que são utilizados em um processo desde a sua origem (Input), a manufatura (processo) até a liberação (Output). Input ou Entrada Processo Output ou Saída Conceito Primeiros itens inseridos no processo de transformação. Atividade de transformação que altera os recursos a partir de alguma tecnologia. Produto final depois de concluído o processo de transformação. Pronto para ser fornecido ao consumidor. Exemplos Consumidores Transformações da linha de produção. Bens e serviços. Informações Instalações Materiais Pessoal A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável (BALLOU, 2011, p.24). Por esta definição, Ballou nos dá uma pista que a logística que estudamos é, na verdade, a composição de várias sub-partes de uma logística mais ampla e complexa. A figura que segue nos mostra os estágios/etapas da logística. Focos diferentes de logística. 1. Logística de suprimento – o ramo da logística empresarial que trata dos fluxos de matéria-prima e de produtos para a organização. O objetivo da logística de suprimentos é satisfazer as necessidades de materiais da operação. A boa administração da logística de suprimentos implica na coordenação da movimentação de suprimentos com as exigências de operação. 2. Logística industrial – esse ramo da logística é composto tipicamente pelas atividades de transportes (recebimento, envio, retorno, gestão de frota), almoxarifado (manuseio, recebimento, armazenagem, abastecimento de linha, expedição), planejamento logístico, gestão de inventário, planejamento da demanda, programação de produção e eventual gestão serviços logísticos terceirizados. 3. Logística de distribuição – já este ramo é a administração da expedição do produto, que pode acontecer de centro de distribuição ou da própria fábrica, de acordo com a quantidade produzida, o espaço disponível na fábrica e com o pedido do cliente. Compõem esse segmento atividades como: localização de unidades de movimentação, abastecimento da área de separação de pedidos, controle da expedição, transporte de cargas e coordenação dos roteiros de transportes urbanos. 4. Logística reversa – definida como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou ainda, outra destinação final, desde que ambientalmente adequada. Sabia dessa? Sete bilhões de seres humanos produzem anualmente 1,4 bilhão de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) — uma média de 1,2 kg por dia per capita. Na metade deste século, se o ritmo atual for mantido, teremos 9 bilhões de habitantes e 4 bilhões de toneladas de lixo urbano por ano. Quais as possibilidades de destino para os resíduos?Saiba mais sobre a Logística Reversa, assistindo ao vídeo a seguir em: Dentro de cada variante da logística, há três grandes áreas, responsáveis por atividades diferentes, são elas: 1. Administração de materiais – conjunto de operações associadas ao fluxo de materiais e informações, cujo objetivo é disponibilizar matérias prima, produtos acabados e não acabados. Além de presente em todas as classes logísticas, fazem parte de setores, como: Suprimentos, Transportes, Armazenagem e Planejamento e Controle de Estoques. 2. Movimentação de materiais – transporte eficiente dos materiais usados como matérias-primas do processo produtivo, do cuidado da movimentação no final de linha de produção até o consumidor. Participam de setores como o PCP (Planejamento e Controle da Produção), Estocagem em processo e Embalagem. 3. Distribuição física – conjunto de operações associadas à transferência dos bens objeto de uma transação desde o local de sua produção até o local de destino e no fluxo de informação associado, devendo garantir que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais, oportunamente e a preços competitivos. Participam os setores de Planejamento dos Recursos da Distribuição, Armazenagem, Transportes e Processamento de Pedido. Quais são os principais desafios enfrentados pela logística? Desafios Situação Solução Segurança no transporte A logística deve garantir que o processo de entrega seja concluído de maneira segura. Um dos principais problemas no alcance do objetivo é representado por acidentes e roubo de carga. Certificar-se de que os motoristas obedeçam à legislação de trânsito. Não seguir viagem em condições desgastantes (para o motorista ou para o meio ambiente). Terceirizar o serviço. Seguro de carga. Infraestrutura das estradas Para reduzir custo, vale a proteção da frota, o problema é que o transporte de cargas no Brasil utiliza, majoritariamente, o modal rodoviário, o que sujeita as empresas a lidar com os custos da falta de conservação da malha viária. Os obstáculos nas estradas aumentam na proporção da distância percorrida. Limitar seu raio de entrega, evitando, assim, trafegar por vias esburacadas e sem asfalto. Manutenções preventivas contribuem para deixar os veículos em condições de circular por mais tempo e preservá-los. Terceirizar o serviço. Mensuração do desempenho As atividades logísticas devem ser acompanhadas a todo momento, entretanto, é difícil criar indicadores capazes de retratar o real comportamento da área. Os gestores devem ter consciência da necessidade de monitoramento e controle, por intermédio da medição dos fatores de prazos de entrega, custos e níveis de estoque Organização do espaço físico do estoque A localização e organização dos materiais, a distribuição do espaço e o arranjo das prateleiras impactam no andamento do processo. Remessas de pedidos incorretos ou incompletos, dificuldade no embarque e atrasos no envio das mercadorias podem acontecer quando não se atenta a essa atividade. Avaliação do layout de armazenagem tornando possível o melhor aproveitamento de espaço. Implementar métodos de localização e organização de OS Ficou claro que, a logística é importante, porque cria valor para os consumidores e fornecedores da empresa. Valor em logística é expresso em termos de ‘tempo’, ‘lugar’, e ‘nível de serviço’ exigido pelo cliente. Produtos e serviços têm pouco ou nenhum valor a menos que eles estejam de posse dos consumidores quando (tempo) foi combinado, onde (lugar) foi determinado e dentro das especificações exigidas pelos clientes (nível de serviço). Desconto de um determinado produto não tem valor para os consumidores se eles não estiverem disponíveis na hora e no lugar em que os consumidores forem consumir ou se forem mantidos estoques inadequados para atender à demanda. PARA REFLETIR Pense em uma empresa multinacional da qual é consumidor(a). Você já imaginou os desafios que a logística dessa empresa enfrenta? 3.Objetivos da Logística Quando trazida ao nível empresarial, a logística procura trabalhar com: · cumprimento de prazos durante todo o processo; · integração entre todos os setores da empresa; · parcerias entre fornecedores e clientes; · otimização que envolva a racionalização dos processos e redução de custos; · entrega do nível de serviço adequado. Todos os aspectos citados acima têm por finalidade garantir a satisfação plena dos clientes. Numa visão geral, o objetivo logístico básico é: tratar as atividades de forma integrada para garantir sua eficiência, redução de custos e tempo de entrega. Entretanto, quando aprofundamos o assunto, vê-se que a logística também permite o alcance de objetivos, como: 1. Agregação de tecnologias atualizadas de gestão para identificar oportunidades de redução de custos; 2. Aumento da qualidade dos serviços em geral e do cumprimento do prazo; 3. Planejamento, operação e controle das atividades da empresa. 4. Profissional de Logística O profissional de logística deve está apto a lidar com os processos de aquisição, armazenamento e distribuição de materiais no ambiente interno e ambiente externo da organização. Além disso, ele desenvolve a visão analítica a respeito de aspectos de dimensão e localização de Centros de Distribuição (CD) visando à minimização de custos operacionais e tributários, sem perder a qualidade dos serviços. Logo, possibilita vantagens competitivas para a empresa. Centros de Distribuição O Centro de Distribuição (CD) é uma configuração de armazém em que são recebidas cargas consolidadas de diversas organizações. Essas cargas são fracionadas a fim de agrupar os produtos em quantidade e sortimento corretos e, então, encaminhadas para os clientes de acordo com a programação pré-estabelecida. A função do CD ultrapassa as tradicionais funções dos depósitos, galpões ou almoxarifados, sendo, em muitos casos, fundamentais para o sistema logístico. Já viu um Centro de Distribuição (CD)? Sabia que existem Centros de Distribuição inteiramente automatizados? Veja no vídeo abaixo como ele funciona! Vejamos alguns dos atributos que diferenciam um profissional da logística de outras profissões: 1. Capacidade de liderança – o líder na logística tem papel de destaque na organização, porque fica responsável pelos fornecedores, clientes e empresas terceirizadas na otimização de serviços e redução de custos. Logo, é essencial o espírito de liderança para gerenciar todos esses processos e relacionamentos de forma a obter resultados satisfatórios. 2. Visão estratégica – a logística está muito além do setor operacional da empresa, já que, por meio dela, se alcança diferenciais competitivos. A visão estratégica é necessária, porque os consumidores têm feito demandas mais exigentes, e a possibilidade de entender a tendência do mercado e reconhecer a capacidade da empresa é crucial para se definir os próximos passos da organização e em quais atividades logísticas deve-se investir. Portanto, esta visão panorâmica que detecta oportunidades e ameaças do ambiente externo, além das forças e fraquezas do ambiente interno, prepara o profissional para encarar os desafios, auxiliando no planejamento estratégico da organização. 3. Visão globalizada – hoje, empresas grandes ou pequenas estão buscando mercados internacionais para distribuir seus produtos acabados, adquirir matéria-prima mais barata ou aquelas que ainda não existam no Brasil. O movimento de materiais através de diferentes países cresce exponencialmente, impulsionado pela facilidade de comunicação. Portanto, ter uma visão globalizada implica em entender que as fronteiras do mundo são simbólicas, que é possível pesquisar novos processos e trocar experiência com gestores do outro lado do planeta. Os diferenciais dos profissionais, nesse quesito, é conhecer outros idiomas, entender e respeitar outras culturas, além de acompanhar os acontecimentos mundiais. 4. Conhecimento gerencial e organizacional – os processos logísticos estão completamente interligados com outras áreas da empresa, porém, a otimizaçãosó é possível por meio de uma visão gerencial e organizada. Por isso, o profissional deve ter um conhecimento gerencial mais amplo, investindo em treinamento e especializações que aborde as questões de conhecimento de organização empresarial. Integração proposta pela logística O que se espera desses profissionais, e, por consequência, o motivo pelo qual eles são valorizados, é a dinamicidade deles, o fato de serem criativos e motivados em solucionar problemas e a superar novos desafios. A dificuldade deve impulsioná-los e não ser entendida por eles como um obstáculo. Em geral, devem ser profissionais com boa capacidade de comunicação, hábeis na negociação e com facilidade de trabalhar em equipe. E a logística brasileira? O que as startups estão fazendo para melhorar a logística brasileira? Clique aqui para descobrir. 5. Importância da Logística Se um produto ou serviço não estiver disponível aos clientes no tempo e no lugar em que eles desejam consumi-lo, consequentemente, esse produto vai perder o seu valor e a marca da empresa estará enfraquecida, frente àquele cliente. Sempre que uma empresa incorrer em custos, movimentando os produtos para que eles cheguem aos clientes ou se tornem um estoque disponível de forma oportuna, o valor que, até então, não existia, passa a ser criado para o cliente. Normalmente, um negócio gera quatro tipos de valor em produtos ou serviços: Forma; Tempo; Lugar; Posse. Quatro características que geram valor. Como visto anteriormente, a logística cria dois dos quatro valores citados, os valores TEMPO e LUGAR dos produtos, viabilizados pelos transportes, os fluxos de informações e dos estoques. O valor da FORMA é criado pelo planejamento e controle da produção e o processo produtivo em si, na medida em que as entradas são convertidas em saídas, ou seja, suprimento é transformado em produto final. Já o valor da POSSE é de responsabilidade do marketing, no qual é criado valor aos olhos do cliente para impulsionar a aquisição do produto através de ferramentas como publicidade e condições de venda. Portanto, a logística é responsável por atribuir valor ao produto, quando não deixa o produto faltar, estando na hora e no lugar certo. Isto é de extrema valia, uma vez que, a todo o momento, as pessoas desenvolvem demandas diferentes. E, para alcançar esse objetivo, faz-se necessário um bom desempenho e integração das atividades da organização. Nesse contexto, em muitas empresas, profissionais trabalham 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano com o objetivo de tornar disponíveis produtos e serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados. Poucas áreas operacionais são envolvidas com a complexidade ou abrangem o escopo geográfico característico da logística. Quando os consumidores vão às lojas, esperam encontrar os produtos disponíveis da sua preferência ao menor custo possível. Ou se dispõe a pagar mais caro por um produto que lhes apresente valor. Um valor que tem ascendido na nossa sociedade globalizada é a rapidez de resposta das empresas, ou seja, a capacidade de identificar uma necessidade de mercado (ou antecipá-la) e propor uma solução. Vejamos o Caso Zara, uma organização que valoriza a velocidade de inovação no mercado de roupas: Caso Zara A Zara é uma das mais bem-sucedidas fabricantes e varejistas mundiais de roupas. Ela conseguiu essa posição de liderança com a criação de uma proposição de valor em torno da ideia de fast fashion. Quase exclusivamente, desenvolveu processos integrados que lhe permitem captar ideias e tendências no mercado de roupas e traduzi-las em produtos em tempos surpreendentemente curtos. O tempo-alvo para a Zara levar uma ideia do projeto para a loja é entre três e quatro semanas. Para alcançar essa rápida capacidade de resposta, a Zara desenvolveu uma rede ágil de instalações fabril próprias, independentes e estreitamente conectadas, que tem flexibilidade para produzir em lotes pequenos, em curto prazo. Embora não seja a forma mais barata de se fazer uma peça de vestuário, ela garante que a Zara alcance a sua proposição de valor, que é apresentar novos modelos de roupa de forma veloz e condizente com o que o mercado deseja. Além da tendência do mercado de levar os consumidores a esperar produtos e serviços disponíveis em períodos de tempo cada vez menores, a proposta de melhoria das atividades logísticas permite que, ao invés dos consumidores aceitarem a filosofia de “um tamanho para todos” em suas compras, fornecedores sejam forçados a oferecer produtos que atendem a necessidades individuais. Uma situação que, por vezes, acontece é de o consumidor final não encontrar o produto da sua preferência e as empresas tentarem adaptar a preferência do cliente aos produtos existentes em seu estoque. Em linhas gerais, a logística tem importância como: 1. Função integradora – desde o início do desenvolvimento da logística nas operações militares, as suas atividades sempre foram interligadas para entregar mantimentos e munições aos soldados, diversas atividades eram planejadas e coordenadoras. Hoje, com uma realidade global, as necessidades da logística são outras, mas sempre no intuito de atendimento à demanda da melhor forma possível. A comunicação com outros países hoje é muito mais fácil e rápida, consequentemente, o comércio entre regiões distantes é relativamente simples, uma vez que temos um transporte evoluído em relação a décadas anteriores, portanto, os conhecimentos logísticos se tornam essenciais realizando a função de coordenar e otimizar as atividades logísticas juntamente com outras funções, como marketing, vendas, manufatura, finanças e tecnologia da informação, ou seja, integrando as atividades da empresa. 2. Para o comércio – geralmente, o produtor inicial não será aquele que venderá o produto diretamente ao consumidor final, o que significa dizer que as empresas se organizam em cadeias (também chamadas de elos, nesse contexto) que tem contato com o produto até que ele esteja disponível nas prateleiras do supermercado. Por vezes, o produto sai do fabricante para um distribuidor, antes de chegar no varejo, que representa as lojas em que compramos. Mas, onde entra a logística nisso? O que descrevemos anteriormente foi uma cadeia logística, ou cadeia de suprimentos, e alguns possíveis elos. Veja a cadeia de suprimento ilustrada na imagem a seguir. Elos da cadeia de suprimento. Para que qualquer produto chegue até as prateleiras para o consumidor final, ele foi entrada de algum processo de transformação, transportado, se tornou estoque, dentro da própria empresa ou em algum CD e, finalmente, foi exposto para os clientes finais. Logo, por toda a cadeia logística, são exigidos cumprimento de prazos e controles na armazenagem. A organização do processo de estoque envolve não apenas o controle do que entra e do que sai, mas também as informações necessárias para a solicitação de mais pedidos. Isso sem mencionar a necessidade de controle de temperatura, umidade, pressão, entre outras variáveis, que alguns produtos exigem. Um comércio no qual a logística é bem estruturada, muitas vezes, tem seus produtos em melhores condições e com preços justos. 3. Para a sociedade – a importância da logística para a sociedade teve início assim que homem deixou de ser nômade, passando a se fixar em um mesmo lugar, e desenvolvendo o domínio sobre certas culturas agrícolas e sobre alguns animais. Dessa forma, havia necessidade de armazenamento, uma vez que o homem não poderia colher o que apresenta em qualquer época do ano. Assim acontece o casamento da logística com a sociedade de forma que, agora, a logística está intrínseca à vivência social. Nos dias atuais, a logística tem importância maior, em função do consumo, e cada vez mais os clientes são exigentes com o que acreditam, exigindo qualidade, prazo e preço. Como já mencionamos anteriormente, a logística proporciona o produto no tempo certo, da forma correta, da maneira ideal, e no melhor custo. Dessa forma, consegue atender às demandas da sociedade. E-commerce X Logística A faltade uma logística eficiente dificulta a fidelização do cliente, já que, nos dias de hoje, é fácil comprar produtos pela internet ou pelo celular. Estamos falando sobre o e-commerce! Você sabia? O mercado de e-commerce, no país, faturou R$44,4 bilhões até o ano 2017. Neste ano, 48 milhões de consumidores brasileiros efetuaram, pelo menos, uma compra no mercado digital, cerca de 28% a mais que em 2016 (37,5 milhões de compradores). Ao longo dos anos, o comércio ficou exposto a uma evolução constante, proporcionada pelo desenvolvimento de tecnologias, além da melhoria das formas de comunicação. Essas características comerciais levaram a uma ampla concorrência, ao passo que permitiu a possibilidade de vendas a quilômetros de distância. Tudo se deu, principalmente, graças à evolução de tecnologia que permite o uso das operações financeiras eletrônicas no lugar das operações financeiras convencionais. Todo esse desenvolvimento da era digital impulsionou o comércio eletrônico, e-commerce, que é definido como uma forma de transição eletrônica para compra e venda de produtos ou serviços, especialmente através da internet, sendo mais um canal para aquisição de bens (tangíveis ou intangíveis) disponíveis nas redes através de lojas virtuais. O e-commerce gerou oportunidades, por exemplo, transmissão eletrônica de alguns produtos, como aplicativos, músicas e e-books. Por si só, o comércio eletrônico, leva as negociações a um nível global, permitindo aos consumidores a compra a qualquer hora do dia, em qualquer dia da semana. Apresenta-se, portanto, novas possibilidades, tanto para as organizações que pretendem comercializar quanto para os consumidores que desejam maior praticidade no momento da compra e uma maior variedade de produtos, além da competitividade e comparação de preços/custos em relação à concorrência. 1. Introdução Já sabemos, baseados no módulo anterior, que a logística é uma ferramenta que auxilia o fluxo de materiais e informações desde os fornecedores até os consumidores. Intuitivamente, entendemos que muitas atividades compõem a logística, já que sua missão é garantir a entrega do produto certo, na hora certa, no lugar certo, ao menor custo. Na atualidade, a tendência para os erros logísticos é se tornar cada vez mais sérios e imperdoáveis, diante da quantidade de concorrentes e facilidade de encontrá-los! Afinal, pensamos duas vezes antes de voltar em um estabelecimento que não nos ofereceu o que procurávamos, certo? Nesse sentido, a logística pretende garantir que essa falta não aconteça e, dessa forma, auxilia na fidelização do cliente por meio do valor gerado ao produto ou serviço. Quando a gente fala de valor, fica fácil entender a frase do professor inglês Malcom McDonald, quando ele afirma: “Clientes não compram produtos ou serviços, eles compram benefícios”. Eficiência Eficácia Efetividade Dimensão de: Custo Dimensão de: Resultado Dimensão de: Impacto Realizar a tarefa com o menor custo possível ou em menor tempo. Visa atingir o objetivo. Capacidade de realizar a tarefa da melhor forma possível. Ex.: quanto o time joga muito bem, mas não necessariamente ganha o jogo. Ex.: quando o seu time ganha o jogo, não necessariamente tendo jogado muito bem. Ex.: quando o seu time joga bem e ganha o jogo. Diante desta constatação, podemos entender que, quando se trata de logística, não basta que exista uma simples combinação de atividades logísticas, vale o comprometimento, acompanhamento e controle delas para que sejam atividades logísticas de excelência: eficientes, eficazes e efetivas. Eficiência X Eficácia X Efetividade Afinal, quais seriam essas atividades logísticas? Você já ouviu falar sobre Atividades Logísticas? Lembrando-se do tópico anterior, você consegue pensar em alguma possível atividade envolvida no processo logístico? As atividades logísticas são divididas em atividades primárias, também classificadas como atividades principais e atividades secundárias, também classificadas como atividades de apoio. No quadro que segue, vejamos as características de cada classificação: Classificação Características Atividades primárias (atividades base) • Ocorrem em todo o canal logístico; • Maior contribuição para o custo logístico total; Atividades secundárias (atividades de apoio) • Contribuintes para o canal logístico; • Contrinuem para a eficiência do processo; Nos próximos itens, exploraremos mais sobre cada uma das atividades chave e as atividades que dão suporte para a logística. Vamos lá! 2. Atividades primárias As atividades primárias são assim classificadas por contribuírem com a maior parcela do custo total da logística e por serem fundamentais para a coordenação e o cumprimento do objetivo da logística. São elas: · Transporte; · Manutenção de estoque; · Processamento de pedido. Manutenção de Estoque. Quando estudamos o gasto dessas atividades dentro de uma cadeia logística, percebe-se que a atividade de transporte pode alcançar cerca de 50% de tudo que uma empresa gasta com logística. Ainda no contexto de gastos com a cadeia logística, é importante reconhecer que a manutenção do estoque representa de 35% a 45% dos recursos destinados à logística. Ou seja, duas das três atividades-chave da logística somam quase todo o investimento feito em processos logísticos da empresa. Talvez você esteja se questionando: já que o processamento de pedido representa uma porcentagem pequena dos recursos logísticos, por que ele é considerado uma atividade primária? Apesar do processamento de pedidos despender o menor custo, de 1 a 3%, ele representa o conjunto do processo, ou ainda, a integração de setores. Ou seja, essa atividade garante a integração da empresa, por isso, é considerada atividade primária pela grande maioria dos autores e empresas do ramo ou que dependam da logística. As três atividades primárias se organizam para entregar um bom lead time, que é o período entre o cliente solicitar o pedido e a entrega do produto final. Ao compreender os tempos da organização, a empresa prevê possíveis prazos, computa quais processos incorrem em mais tempo, e ainda, consegue identificar com mais clareza se existe o problema em alguma atividade para, então, resolvê-lo. Ficou interessado em saber como calcular o lead time de uma empresa? Veja os passos indicados por um gerente comercial do mercado eletrônico para calcular o Lead Time de compra, acessando este site. Transporte A atividade de transporte se refere às diversas formas de se movimentar produtos ou bens, dando acesso às comunidades de qualquer localidade a todos os tipos de produtos. Portanto, o transporte tem como função econômica promover a integração entre sociedades que produzem bens diferentes entre si. O sistema de transporte tem papel importantíssimo e potencial de romper monopólios, provocados pelo isolamento geográfico. Nesse contexto, diante da concorrência, aparece o benefício econômico da estabilidade de preços. Além disso, pode-se dizer que o setor de transporte ocupa uma posição importante no processo de globalização, já que hoje podemos comprar produtos até do outro lado do mundo. A gestão da atividade de transporte envolve várias decisões como o método de transporte, os roteiros e a utilização da capacidade dos veículos. A atividade de transporte torna-se essencial para a logística, pois nenhuma empresa pode providenciar a movimentação dos seus suprimentos ou dos produtos prontos para o consumidor final sem utilização de transporte. Segundo Caxito (2011), os transportes são classificados de acordo com a modalidade em: a) Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário; b) Aquaviário: marítimo e hidroviário; c) Aéreo. E de acordo com a forma em: a) Modal ou unimodal: envolve apenas uma modalidade; b) Intermodal: envolve mais de uma modalidade e, para cada trecho/modal, é realizado um contrato; c) Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém regido por um único contrato. A empresa adotará o tipo de modal ou modais, com o melhor custo beneficio, auxiliando a entrega do produto final com segurançae sem danos ao cliente. Seguem algumas decisões relacionadas à atividade de transporte: · Processamento e atendimento das reclamações; · Determinação de roteiros do transporte; · Consolidação e auditoria de fretes; · Escolha pelo modo de transporte; · Seleção dos equipamentos; · Programação de veículos. Dos 10 principais produtos exportados pelo Brasil, 7 são produtos agrícolas. Esse destaque é recorrente nos últimos anos. A liderança fica com a soja em grão, outros destaques são a carne de frango, açúcar em bruto, celulose, farelo de soja, carne bovina e café em grão. As informações do Ministério da Economia, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram e reforçam a participação crescente dos produtos agrícolas na balança comercial brasileira. Para isso, é necessário que a logística no comércio exterior busque formas de reduzir custos, aumentar a eficiência e a efetividade. Manutenção de estoques A questão dos estoques merece uma atenção especial dos profissionais de logística, isso porque o estoque, ainda que venha a ser capital parado, é essencial para que o atendimento aos clientes seja feito da forma mais rápida possível. Logo, o grande desafio da gestão de estoque é manter seus níveis tão baixos quanto possível, ao mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada para atender ao mercado consumidor. Para garantir a disponibilidade dos produtos, faz-se necessário manter estoques entre a oferta e a demanda. A manutenção de estoques também é uma atividade essencial para a logística, isso porque se a empresa tem um estoque mal planejado ou com um controle deficitário, pode ter grandes prejuízos. Você sabia? Não precisa de softwares robustos para fazer um bom controle de estoque! Acompanhe o tutorial de como fazer uma planilha automatizada para os estoques da sua empresa, no Excel, assistindo ao vídeo, em: Os estoques ficam organizados em galpões ou armazéns, dependendo da empresa e da quantidade produzida, pode-se utilizar também Centros de Distribuições. Esses espaços podem ser próprios ou alugados. Hoje, é comum termos empresas terceirizando este serviço ou mesmo alugando a estrutura. Seguem algumas decisões relacionadas à atividade de manutenção de estoques: · Combinação de produtos por números, tamanhos e localização dos pontos de estocagem; · Políticas de estocagem de suprimentos e produtos acabados; · Variedade das mercadorias no local de estocagem; · Dimensionamento dos estoques; · Estratégias como o Just-in-time; · Previsão de vendas. Just In time (JIT) O JIT surgiu no Japão, nos meados da década de 70, e é considerado por estudiosos uma filosofia que engloba aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos. A tradução da expressão é “na hora certa”, portanto, precisa de parcerias com fornecedores e de um processo produtivo bem estruturado, para que todas as etapas até a liberação do produto aconteçam, de fato, na hora certa. Os principais benefícios do JIT é o fim do desperdício e melhoria contínua. Além disso, suas principais metas se propõem a alcançar: · Tempo zero de preparação (SETUP); · Movimentação zero; · Lead Time zero; · Estoque zero; · Quebra zero; · Defeitos zero. Será que a filosofia JIT está engessada dentro das indústrias? A resposta é não! Veja o exemplo do caso a seguir. Caso Netflix : JIT aplicado ao entretenimento individual Vamos rapidamente analisar o modelo de negócios do Netflix: em praticamente qualquer lugar do mundo, uma pessoa pode se cadastrar no portal do Netflix, pagar a mensalidade e acessar o conteúdo no momento que quiser. O Netflix, ao contrário dos canais de televisão, não atrela os horários de sua programação aos anúncios que geram lucros. Além disso, seu uso não implica a manutenção de equipamento de recepção e antena. Para o Netflix, basta um aparelho conectável à Internet – computador, celular, tablets ou televisores. Portanto, a essência do serviço do Netflix é o Just-in-Time: a possibilidade do assinante acessar, no momento que desejar, o filme ou série de sua preferência, no aparelho que decidir. Não é preciso reservar um horário no futuro, ou ter de adequar seus horários aos do canal: o acesso ao Netflix ocorre totalmente sob demanda, sem restrições de horário, espaço físico ou equipamento. Processamento de Pedido A atividade de processamento de pedidos é uma que inicializa o processo de movimentação dos produtos e a entrega dos serviços. Sua importância se torna essencial pelo fato de ser fundamental em termos do tempo necessário para que os bens e serviços cheguem até o consumidor final. O processamento de pedidos é representado por um conjunto de atividades que compõem o ciclo do pedido do cliente e começa após o pedido ser feito pelo cliente com a preparação do mesmo até recebimento do produto final. Este processamento pode ser complexo e, dependendo do nível de complexidade, pode gerar atraso no atendimento aos requisitos que os consumidores incluíram no pedido. Essa atividade pode tomar mais de 50% do tempo do ciclo de pedido. Portanto, aprimorar a forma com que a empresa organiza e conclui seus pedidos pode fazer com que ela tenha uma vantagem competitiva. Vejamos algumas decisões relacionadas à atividade de processamento de pedidos: · Utilização de métodos eficazes para o procedimento de transmissão de informação relacionado aos pedidos; · Regras sobre os procedimentos e fluxos dos pedidos; · Integração entre pedidos de compra e estoques. Sabia dessa? Não são só seres humanos que iniciam ciclos de pedidos de bens ou serviços, o Google já tem uma função que permite fazer agendamento e pedidos simples: Google Duplex Portanto, as atividades de transportes, processamentos de pedidos e manutenção de estoques são consideradas atividades primárias. Além disso, elas compõem o ciclo, considerado como ciclo crítico de atividades logísticas. O ciclo crítico, apresentado na figura abaixo, refere-se ao tempo necessário para um cliente receber o seu pedido e vai depender do tempo necessário para efetuar a entrega do pedido. Lembrando sempre que o principal objetivo da logística é prover no tempo correto, na hora certa, no lugar certo e ao menor custo possível, a mercadoria ao cliente. Ciclo crítico de atividades logísticas. Ou seja, o cliente solicita o seu pedido; o seu pedido é processado e transmitido para a manutenção de estoques que, por sua vez, verifica a disponibilidade fisicamente da mercadoria no estoque e o transporte se encarrega de entregar a mercadoria até o local solicitado pelo cliente. Mas, essas atividades primárias precisam de atividades de apoio para que aconteçam com excelência. 3. Atividades secundárias Vamos conhecer agora as atividades secundárias, também conhecidas como atividades de apoio, por darem suporte às atividades primárias no processo logístico. Essas atividades contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços e para que os processos fluam de forma satisfatória. As atividades secundárias são fundamentais para que as atividades primárias possam ser concretizadas. São elas: a) Manutenção de Informações; b) Programação de Produtos; c) Embalagem de Proteção; d) Manuseio de Materiais; e) Armazenagem; f) Obtenção. Atividades primárias Atividades secundárias relacionadas Consideração Transporte Manuseio de materiais Esta atividade está relacionada à movimentação do produto no pátio de despacho da carga e na entrega no local do cliente. Embalagem de proteção Oferecer proteção ao produto ao longo do trajeto de transporte. Manutenção de estoque Programação do produto Importante para que o profissional de logística possa planejar melhor os estoques. Manutenção de informações Fundamental para a continuidade e adaptação do planejamento e organização de estoques. Processamento de pedido Armazenagem Com o controle da armazenagem, alcança-se o estoque de produtos acabados, entregando informações ao setor de compras para, se necessário, acionar o fornecedor. Obtençãoe Compras Seleção de fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. Naturalmente, as atividades de apoio podem auxiliar todas as atividades primárias, porém, algumas auxiliam mais do que outras, dependendo do caso. Vejamos, em linhas gerais, quais atividades secundárias estão relacionadas com cada atividade chave para efeito dos nossos estudos. Nos próximos subitens, estudaremos cada uma das atividades de apoio, aprofundando os nossos conhecimentos a respeito do conceito e das decisões logísticas que as acompanha. Manutenção de informações Ter informações para o auxílio na tomada de decisão é essencial para o profissional de logística. Nenhuma atividade dentro de uma empresa poderia operar eficientemente sem as indispensáveis informações para o planejamento e controle. O uso de tecnologia de informação é cada vez mais ligado à atividade logística, dessa forma, é válida a atenção às ferramentas lançadas no mercado para auxiliar o processo de análise e tomada de decisão. Portanto, conclui-se que a manutenção de informações é uma atividade crucial de apoio à gestão eficiente e efetiva das atividades logísticas. Na sequência, algumas decisões relacionadas à manutenção de informações: · Manter uma base de dados com informações sobre localização dos clientes, volume de vendas; · Controle e manipulação das informações; · Procedimentos de controle de dados; · Análise dos dados existentes; Programação de produtos Na indústria, o time de Planejamento e Controle da Produção (PCP) analisa, para cada produto, a previsão de demanda do mercado, as quantidades disponíveis em estoque, a capacidade produtiva instalada e disponível. Com base na análise destas variáveis, é definida a quantidade a se produzir, bem como, a quantidade a ser comprada para produção, quando necessário. Atividade de programação de produtos trata do fluxo de saída para a distribuição do produto fabricado, que deve ser alinhado ao PCP para compreender a demanda dos consumidores. A seguir, algumas atribuições relacionadas à programação de produtos: · Controle de prazos e onde devem ser produzidos; · Controle de datas e locais de fabricação; · Quantidades que devem ser produzidas. Embalagem de proteção Tão importante quanto o produto é a embalagem de proteção. As embalagens exercem um papel fundamental no processo logístico que permite movimentar, armazenar, transportar e promover as mercadorias. Um dos objetivos da logística é movimentar as mercadorias sem danificá-las até chegar às mãos do consumidor. Seguem algumas atribuições relacionadas à embalagem de proteção: · Observar aspectos relacionados à ergonomia (peso, tamanho e condições para que uma pessoa a movimente); · Fornecer condições de acoplamento a equipamentos, quando necessário; · Facilitar e proteger o produto durante o manuseio da carga; · Proteger a mercadoria de qualquer avaria, perdas e danos; · Otimizar atividades de armazenagem e transporte; · Utilizar o marketing para promover o produto; · Identificar o conteúdo embalado. Manuseio de materiais O manuseio de materiais está relacionado à armazenagem e à manutenção de estoques. É uma atividade que envolve a movimentação das mercadorias desde o local de recebimento até o local de estocagem do produto e, posteriormente, até o local de expedição do armazém. Vale destacar que movimentação gera custo, logo, é importante realizar a menor quantidade de movimentações possíveis. Dessa forma, busca-se sempre encurtar as distâncias, unitizar as quantidades movimentadas e melhorar o fluxo. Já imaginou o problema das transportadoras precisam levar mercadorias unitizadas em diferentes dimensões? Já existem soluções automátizadas pra isso! Assista ao vídeo em: Unitiza? A unitização consiste em acondicionar volumes uniformes em unidades de carga. Sabia mais sobre os tipos de unitização, os benefícios, os custos, entre outras características acessando este site. E para a distribuição de materiais unitizados? Vejamos algumas decisões relacionadas ao manuseio de materiais: · Seleção do equipamento apropriado para o manuseio da mercadoria; · Alocação e recuperação das mercadorias nos locais apropriados; · Normas para substituição do equipamento, quando necessário; · Procedimentos para formação e separação dos pedidos. Armazenagem Atividade que envolve a gestão do espaço físico necessário para abrigar, controlar e manter o produto adequadamente estocado em perfeitas condições de uso até o momento da sua expedição. Atualmente, a função de armazenagem passa a ter papel estratégico diante da logística de distribuição das empresas, em prol da intenção de disponibilizar o produto de forma mais rápida para o cliente. Nesse contexto, uma decisão estratégica é a opção de aproximar o estoque de produto acabado do cliente ou não arcar com esse custo logístico, por exemplo. Decisões relacionadas à atividade de armazenagem: · Planejamento do layout do armazém, incluindo local para as docas (local para carga e descarga dos modos de transporte); · Determinação do espaço necessário para a armazenagem; · Planejamento físico do armazém; · Localização do estoque. Obtenção Obtenção é considerada uma atividade estratégica e necessária para que a empresa agregue valor no produto ou serviço ofertado. Entretanto, Obtenção não pode ser confundida com a função de compras de uma empresa. Atividades de compras são operacionais e envolvem avaliação de fornecedores, solicitação de orçamentos, acompanhamento de preços no mercado, negociação de preço e requisitos da qualidade, entre outros. Por outro lado, Obtenção possui uma visão sistêmica da organização (incluindo por exemplo a viabilidade de se adquirir tal necessidades da produção, valores da organização, por exemplo), Compras executa o passo a passo necessário para que esta estratégia se concretize. Obtenção tem como grande função planejar e programar as quantidades a adquirir, selecionar as fontes de suprimentos que estejam alinhadas às condições comerciais e éticas da empresa, determinação do nível de serviço (qualidade, prazo de entrega) acordado e sistematicamente avaliar os processos de previsão, avaliar os fornecedores e os critérios de aquisição. Por exemplo: em uma fábrica de água de coco, o setor comercial faz uma previsão de que serão vendidos 100 litros de água de coco no próximo mês. Com base nisso, o setor de produção calcula (com base na média de que para cada litro de água de coco precisa-se de 4-5 cocos) a necessidade de 500 cocos. Com uma margem de segurança, demanda para a logística 600 cocos até o dia X. O setor de Obtenção programa a quantidade a ser comprada (com base no tempo de entrega, quantidade em estoque etc), quais os critérios para este coco, de onde virá, define a data máxima e condições para entrega, avalia este processo, avalia o desempenho dos fornecedores (se cumpriram o acordado em matéria de qualidade e prazo, por ex.). Com tudo isso programado, o setor de compras identifica os fornecedores, faz cotações, negocia e atualiza os dados da entrega desse coco nos requisitos negociados (tempo, qualidade, tamanho, quantidade etc). 4. Integração e controle em prol do nível de serviço Até aqui, já entendemos que a logística é composta por atividades que trabalham para um bom fluxo de materiais e informações, com a missão de satisfazer os clientes, ou seja, de forma a providenciar bens ou serviços corretos, no lugar certo e na condição desejada, dentro do possível, ao menor custo. Para tanto, é preciso uma gestão integrada que trabalhe para alcançar o nível de serviço logístico desejado pelos clientes, e cujo desempenho seja controlado em prol da melhoria contínua. Neste momento, iremos explorar as expressões relacionadas aos termos em negrito no parágrafo anterior, que são comumente utilizadas na gestão e serão largamente utilizadas no decorrer dos tópicos. São elas: Logística Integrada; Nível de serviço; Indicadores de desempenho. O conceito de logística integrada é visto como a área de competência que integraa empresa a seus clientes e aos fornecedores. As informações recebidas pelos clientes fluem pela empresa nos seus diversos setores. As informações são filtradas conforme necessidades específicas, tipo compras e produção. No momento da aquisição de materiais, é iniciado um fluxo de produtos de valor agregado. Esse fluxo resultará em produtos acabados aos clientes. Diante do meio cada vez mais competitivo, a empresa deve ampliar sua abordagem e trabalhar de uma forma eficaz para integrar ambiente interno (associando setores) e também ambiente externo (integrando clientes e fornecedores). No ambiente interno, usa-se a função integradora da logística – vista no tópico 1 – para, por exemplo, alinhar marketing e produção. A logística está inserida, estrategicamente, na posição intermediária entre os dois departamentos. Quando se fala de integração de atividades dentro de uma empresa, torna-se impossível dividir as funções da empresa sem alguma simultaneidade de responsabilidade de algumas dessas atividades. Criam, então, as atividades de interface, como mostra a figura a seguir. Interfaces da logística com o marketing e a produção. A integração externa entre clientes e fornecedores envolve aprofundar conceitos sobre o Gerenciamento da Cadeira de Suprimento, que será discutido com mais profundidade em um tópico mais à frente. De qualquer forma, a logística é crucial para a integração interna e externa e acontece em prol da melhor oferta de nível de serviço para o cliente. A partir da figura a seguir, podemos visualizar as relações entre atividades primárias e secundárias, todas trabalhando em função do nível de serviço, que é apresentado ao centro da imagem. Interação entre atividades logísticas e o nível de serviço. Mas o que é nível de serviço? Santos (2006) define o nível de serviço como sendo a métrica que indica a qualidade no atendimento e pode ser calculada por meio de métricas que definem a qualidade de atendimento e de produto, prazo compromissado e preço negociado. Para outros autores, é preciso que a organização defina primeiro quais serão seus indicadores para, depois, medir o nível de serviço. Independente do nível de serviço que a empresa determinar, a logística será a ferramenta para alcançá-lo. E é fácil entender o porquê: as atividades logísticas trabalham para tornar os processos da empresa mais rápidos, para otimiza-los e para evitar o retrabalho e as perdas. Implementando sistemas logísticos com alto ou baixo grau de desenvolvimento tecnológico, de acordo com o que o mercado se permite pagar, melhor será o custo benefício das atividades logísticas e mais fácil será atingir o nível de serviço esperado. Para refletir: Já que o nível de serviço depende também do que o consumidor está disposto a pagar, fica uma reflexão: quais são os clientes mais rentáveis? Os que compram mais ou os que exigem menos? Mas, como em qualquer outro processo de gestão, na logística, é preciso que seja feito o controle das tarefas. Para isso, utilizam-se indicadores de desempenho! Os indicadores de desempenho — ou KPIs (Indicadores-chave de desempenho do inglês “Key Performance Indicators”) são uma ferramenta de gestão utilizada para mensurar os resultados de determinado processo. Eles oferecem parâmetros para que a produção seja acompanhada e comparada em diferentes períodos, facilitando o trabalho de tomada de decisão do gestor e o alinhamento ao planejamento estratégico. O desempenho setorial pode ser medido de várias formas, mas é preciso que estejam pré-determinados os indicadores que serão usados, uma vez que, o acompanhamento dele, deve ser uma atividade rotineira para o setor. Esta avaliação, assim como o nível de serviço, dependerá da empresa e da necessidade do processo. O profissional de logística pode usar como parâmetro para mediar o desempenho as seguintes sugestões, por exemplo: · Índices de ocorrência de eventos não planejados; · Exatidão das notas de transporte; · Percentual de cargas rastreáveis; · Tempo de atraso das entregas; · Nível de serviço de entregas; · Tempo do ciclo do pedido; · Cálculo da conta frete. Portanto, os indicadores de desempenho são instrumentos muito importantes para a entrega de bons resultados gerenciais. Porém, para que eles sejam efetivos no aprimoramento dos processos e seus resultados, o ideal é que estejam alinhados com as estratégias e objetivos da empresa. Caso contrário, a organização pode cometer o erro de definir indicadores em excesso, ou indicadores incoerentes para o processo. Isso vai contra o princípio dos KPIs, já que indicadores de desempenho servem para mensurar pontos importantes da estratégia organizacional, facilitar o acompanhamento dos resultados da empresa e permitir o planejamento estratégico. 1. Introdução Historicamente, a armazenagem confunde-se com a história do comércio entre os povos. Para que as vendas acontecessem, obrigatoriamente, tiveram que aprender a armazenar. Vamos entender como ocorreu essa evolução! No período colonial, nos Estados Unidos, os primeiros grupos que se deslocavam desbravando novos territórios, precisavam levar um número considerável de mercadoria afim de realizar suas atividades colonizadoras. Diante desta demanda, então, os armazéns gerais, que operavam ofertando produtos de diversos tipos: mercadorias não-perecíveis, ferramentas, vestuários, sapatos, entre outros. Entretanto, não existia muitas opções para cada tipo. Nesse período, a mercadoria permanecia na prateleira até ser vendida. Entretanto, neste momento da história, os armazéns já se localizavam em pontos estratégicos em função dos sistemas de transportes. Muitos desses locais, por ser rota de escoamento da produção, tornaram-se atrativos para a população e deram origem a vilas e, posteriormente, a cidades. Como funcionava o suporte logístico do varejo, nessa fase primitiva? Os comerciantes faziam os seus pedidos através dos caixeiros-viajantes, que visitavam os pontos comerciais e, após realizarem todas as visitas programadas, organizavam os pedidos e retornavam às suas bases, repassando as encomendas aos fornecedores, que providenciavam as remessas dos pedidos. Não se deixe enganar pela aparente simplicidade! O Problema do Caixeiro Viajante (PCV) pode parecer simplório, mas desencadeou diversos estudos que visam alcançar a otimização das rotas, passando uma vez por ponto e retornando para a cidade de origem. Este problema foi proposto formalmente em 1930 e, desde então, tem sido alvo de intensas pesquisas. Foi, por muitos anos, assunto sobre o qual mais se publicava em jornais técnicos no mundo. O recorde mundial de solução de um PCV, até 2010, foi determinar rota para o caso com 85.900 cidades (pontos). A operação logística, antes da revolução industrial, era caracterizada pela (o): · Ciclo de pedidos muito longo em função de grande intervalo das visitas entre os caixeiros-viajantes; · Custos elevados de comercialização dos produtos; · Escassez de variedades de produtos; · Escassez de estabelecimentos. As operações logísticas dos armazéns gerais atendiam de forma satisfatória às populações rurais. Entretanto, com o tempo, percebeu-se que os processos precisavam acompanhar o desenvolvimento. Os consumidores começaram a ficar mais exigentes e queriam maior variedade e estilos mais sofisticados de roupas, calçados, objetos de decoração, entre outros. Outros fatores, como avanços tecnológicos, trouxeram novas oportunidades de negócio. Com a evolução da indústria a partir das revoluções industriais, as operações logísticas têm acompanhado o desenvolvimento e cada vez mais buscam por soluções automatizadas. As inovações logísticas deram mais importância e responsabilidade para a estruturação de atividades de administração de materiais. Hoje, busca-se por otimização do tempo e racionalização do trabalho, a obtenção de melhorias contínuas nos processos de armazenamento e estocagem aparece como fator primordial. Armazeangem X Estocagem Atualmente, a armazenagem é uma atividade complexa no sistema logístico. Sendo necessário rapidezna operação e flexibilidade para atender às exigências do mercado. Afinal, existe um prazo e um nível de serviço acordado a ser oferecido. Portanto, diante de toda evolução de conceitos, metodologias para gestão, de estrutura de armazenagem, é vital que se conheça todos os pormenores dessa atividade de apoio à logística que foi apresentada no tópico anterior. Este aprofundamento, faremos nos próximos itens! 2. Armazenamento e estoque: considerações gerais A armazenagem envolve a administração dos espaços necessários para que os materiais sejam mantidos estocados na própria fábrica ou em instalações separadas (PORTOGENTE, 2016). Essa atividade se torna muito importante ao possibilitar a redução dos custos logísticos ao mesmo tempo que diminui a distância entre vendedor e comprador. Dependendo da necessidade da organização e da robustez exigida, a armazenagem, alinhada aos preceitos do planejamento estratégico, envolve os processos elencados a seguir: · Recuperação e controle de estoque, embalagens; · Necessidade de recursos financeiros e humanos; · Fracionamento e consolidação de cargas; · Manuseio de materiais; · Pessoal especializado; · Recursos materiais; · Dimensionamento; · Localização. Com o objetivo de aproveitar ao máximo a utilização do espaço físico do armazém e ainda garantir um rápido fluxo operacional de escoamento das mercadorias, o responsável pelo armazém necessita formular fluxos e políticas, e utiliza-se de modernos e eficazes métodos. Nesse contexto, é de extrema importância levar em consideração as características das mercadorias a serem armazenadas, ou seja, tempo de validade, volume, peso, formas, se é inflamável ou não, entre outras. Uma vez que, de acordo com o tipo de carga, será preciso um tipo de armazenagem adequado, podendo, inclusive, orientar a utilização de áreas de armazenagem completamente diferentes entre si. Seguem abaixo alguns princípios básicos da armazenagem: · Otimização de equipamentos e mão de obra; · Otimização do espaço físico; · Flexibilidade operacional; · Verticalização; · Planejamento; · Simplificação; · Mecanização; · Automação; · Integração; · Segurança; · Controle; · Preço. Mas afinal, para que armazenar produtos? As empresas necessitam de espaços físicos para armazenar os produtos e melhorar a coordenação entre oferta e demanda, de forma que seja produzido e entregue dentro do tempo, o que foi prometido na venda. Para se ter mais exatidão, organizamos quatro razões básicas para que uma empresa necessite de espaço físico para armazenar suas mercadorias. Veja no quadro que segue: Razão Consideração Para reduzir custos de transporte e produção; • Permite a condensação de carga, ou seja, transportar mais carga de uma única vez; • Produção de grandes lotes para gerar economia de escala. Para coordenar o suprimento e a demanda Para empresas que fabricam produtos com demanda sazonal, que vendem produtos em épocas específicas. Elas montam padrões de produção ao longo de todo o ano para minimizar custos de produção, uma vez que custa menos produzir em volumes constantes. Para as necessidades do processo produtivo; Produtos precisam ficar guardados certo tempo até que finalize o seu processo produtivo e estejam prontos para o consumo. Por considerações de marketing. Para a área do marketing das empresas, é extremamente importante que haja disponibilidade do produto no mercado. Permite que se realizem entregas mais rápidas. A melhoria do serviço ao cliente proporcionará um efeito positivo nas vendas. Existem diversas instalações de armazenagem, que podem estar acopladas aos locais de produção ou não. Vamos conhecer algumas delas na figura a seguir: Tipos de instalações de armazenagem Esses locais têm funções específicas, que refletem através do seu layout, organização e equipamentos utilizados a preferência do serviço que será prestado ou a necessidade. As funções básicas dos armazéns são classificadas em quatro, de acordo com o Sest Senat (2015): 1. Abrigo de Produtos – Essa função é a essência de um local destinado para armazenagem de produtos. O armazém tem função de abrigar, ou seja, guardar mercadorias, dando-lhes proteção. Também oferece outros tipos de serviços associados, como a rotação de estoques, o envelhecimento do produto, reparos nas mercadorias, entre outros. 2. Consolidação de Mercadorias – a composição das tarifas dos transportes tem influência significativa na utilização das instalações de armazenagem, principalmente quando os produtos são originários de várias fontes diferentes. Neste caso, torna-se mais econômico para o transporte se as entregas forem feitas em um armazém onde são consolidadas as cargas menores com as cargas maiores e, posteriormente, transportados em um único carregamento até o seu destino final, reduzindo, assim, os custos totais do transporte. 3. Transferência ou Transbordo de Mercadorias – essa função é uma das formas mais populares do uso dos armazéns, a de desagregar ou fracionar quantidades de mercadorias transferidas, em geral, das fábricas para as quantidades menores solicitadas pelos clientes.Usar o armazém para transferência ou transbordo de mercadorias tem a função contrária da consolidação de mercadorias. Ocorre, na maioria das vezes, a mudança de meio de transporte. Por exemplo: da fábrica até o armazém de transbordo, transportam-se mercadorias em grandes quantidades por navio e, para distribuir as mercadorias em menores quantidades para os diversos clientes, usa-se caminhões. 4. Agrupamento de Produtos – uma função bastante frequente e especializada para os armazéns é o agrupamento de itens de produtos. Em geral, ele é utilizado por empresas que possuem uma grande linha de produtos que são fabricados em diversas plantas industriais. Uma vez que os clientes compram a linha completa, é mais econômico entregar a produção das diversas plantas em um único depósito e, em seguida, agrupar os diferentes itens conforme os pedidos e entregá-los em uma carga única aos clientes. Os atacadistas e distribuidores de produtos utilizam os armazéns como centrais de distribuição, comprando diferentes itens de diversos clientes e agrupando-os num único local para distribuir a gama completa de itens aos pontos de venda. E os estoques? Em linhas gerais, podemos dizer que os estoques são os materiais que participam do processo de armazenagem. Eles são classificados de formas diferentes, de acordo com a etapa do processo em que se encontra. Vejamos as classificações: Tipo de estoque Característica Estoques de materiais Materiais utilizados no processo de transformação dos produtos (matéria-prima). Estoques de produtos prontos em processo Matérias-primas que estão no processo produtivo, mas ainda não se transformaram em produtos acabados. Estoques de produtos acabados São os produtos prontos para comercialização. Estoque em trânsito São os itens que estão em trânsito entre as unidades fabris e ainda não chegaram a seu destino final. Estoque em consignação São os materiais ou produtos que ainda pertencem ao fornecedor até que sejam consumidos ou vendidos. Observando os grupos classificadores, podemos considerar que tudo pode, porém, nem tudo deve se tornar estoque. Isso porque estoque é capital parado, ou seja, é um investimento que imobiliza dinheiro da organização. Sendo assim, é preciso ter cuidado com a quantidade que se pretende estocar, deve-se controlar o consumo previsto e encontrar fornecedores de qualidade e de confiança. Mas, quanto deve ser estocado de cada matéria-prima? Quanto deve ser produzido e guardado para atender aos consumidores? Tudo depende! Depende dos riscos que se corre em deixar acabar o item no estoque e também, o que esta falta altera a relação com o cliente. Depende do valor investido e da obsolescência do produto. Depende do local disponível para se armazenar os produtos, bem como das estruturas disponíveis para armazená-los. Além disso, depende do que a organização: para quais produtos ela aloca maiores recursos? Qual a proposta de valor da empresa? Para sabermais! Saiba mais sobre proposta de valor e como criar a da sua empresa acessando este site. Para se definir todas as variáveis e gerenciar os estoques e armazenagem da melhor maneira, existem diversas metodologias e controles que podem ser usados. É o que veremos no próximo item. 3. Gestão e gerenciamento O controle eficiente do estoque é essencial para que a empresa não interrompa seu processo produtivo, não atrase a entrega de produtos ao cliente, e que não sejam compradas mercadorias desnecessárias. Portanto, o controle de estoque é essencial para a competitividade da organização. Alguns fatores devem ser levados em conta para auxiliar a gestão de estoque, são eles: o prazo de entrega que o fornecedor apresenta, a sazonalidade do produto e a demanda dos consumidores, entre outros. Portanto, percebemos que o estoque da organização é influenciado por toda cadeia logística, desde a escolha da matéria-prima até a venda aos clientes. Dessa forma, é importante que alguns mecanismos e metodologias de suporte à gestão de estoque sejam estabelecidos na fase de planejamento como, por exemplo: o fator de segurança do estoque, a quantidade a ser pedida e ponto de pedido. A seguir, veremos com mais detalhes cada uma dessas variáveis. Estoque e fator de segurança O estoque de segurança (ES) é uma ferramenta de indispensável uso entre as atividades de armazenagem de uma empresa. Isso porque ele determina uma quantidade mínima que deve existir no estoque com a finalidade de cobrir eventuais atrasos no suprimento, evitar pedidos pendentes e suprir casos de imprecisões de demanda. Ou seja, o estoque de segurança pretende evitar a ruptura do processo. A disponibilidade do produto implica na capacidade da empresa em atender ao pedido do cliente com rapidez, questão chave para a fidelização do cliente. Nesse contexto, vamos salientar os fatores que podem contribuir para a falta de estoque, pontuações que, automaticamente, tornam o estoque de segurança crucial para as organizações. Vejamos: · Rejeição de um lote de pedido pelo controle de qualidade; · Atraso no tempo de reposição; · Diferenças de inventário; · Oscilações no consumo. Diante de tantas variáveis que o ES protege, é fácil imaginar que a solução ideal seria estipular níveis altos de estoque. Dessa forma, impossibilitaria a ocorrência da falta, preservando a empresa. Mas, você já sabe que estoque é capital parado e ele traz consigo a necessidade de espaço, de controle, de estrutura de armazenagem e ainda pode ser perdido ou se tornar obsoleto. Ou seja, gera custos, que é exatamente o que a empresa NÃO quer. Logo, é preciso que seja estipulada uma quantidade de segurança de estoque que não permita a perda de vendas ou a paralisação da produção, além de prevenir a organização das despesas para apressar a entrega. Ao passo que, essa quantidade de estoques não inflacione os custos de armazenagem. Então, como definir esse valor? Existem várias metodologias para essa determinação. O ES em questão é uma delas. Ele é calculado a partir da fixação de determinado fator, chamado Nível de segurança. O corpo estratégico da empresa define esse fator levando em consideração a demanda, o lead time de entrega e lead time de produção. Esse fator previamente estimado é a porcentagem do estoque “a mais” a ser armazenada, calculada a partir do consumo. Veja a fórmula (1) utilizada: ES= C x K ES= Estoque de segurança C= Consumo K= Nível de segurança A otimização dos recursos acessíveis e a minimização dos custos são essenciais para garantir o melhor desempenho do estoque de segurança. Lote econômico de compras (LEC) Vimos então que, para um profissional que atua diretamente com estoques e armazenagem, existe o eterno conflito entre manter níveis baixos de estoque evitando custos e manter níveis altos de estoque evitando a ruptura do processo. Este dilema envolve outro ponto: a quantidade a ser pedida. Não podemos pedir uma quantidade muito pequena, porque devemos levar em consideração o tempo de entrega e podemos usar a economia de escala a nosso favor, quando fazemos pedidos grandes. Porém, grandes pedidos incorrem em altos níveis de estoque e todos os custos intrínsecos a ele. À vista disso, para encontrar o equilíbrio, recorremos mais uma vez às metodologias de gestão. A escolhida para estudarmos a seguir é a do Lote Econômico de Compras (LEC). O Lote Econômico de Compra fornece a melhor estratégia para determinar a quantidade a ser mantida no estoque e quanto tempo será necessário para realizar um novo pedido. Ele tem por função identificar a quantidade de materiais necessários para o reabastecimento de um determinado produto, equilibrando assim o custo de armazenagem e de aquisição do pedido. A abordagem para determinar o LEC é baseada em cinco suposições (RUBIN, 2016): · Não há restrições quanto ao tamanho dos lotes, portanto, o fornecedor pode suprir tudo o que solicitarmos; · Não é considerada a possibilidade de agregar pedidos para mais de um produto do mesmo fornecedor; · Os custos envolvidos são apenas: estocagem e de pedido; · A demanda é considerada conhecida e constante; · O lead time de entrega é constante e conhecido. O lote econômico será ótimo se todas essas suposições forem satisfeitas. Porém, é óbvio que inúmeros processos não atendem a todas elas. Para esses casos, esta metodologia se apresenta como uma aproximação razoável, um valor de referência, para a definição do tamanho de lote apropriado. Antes de apresentar o cálculo do LEC, vamos entender o princípio desse método, a partir do comportamento de custos que ele sugere. Acompanhe no gráfico apresentado na figura: Comportamento dos custos de estocar e de pedir. Pelo gráfico, conseguimos visualizar que a quantidade ideal para o lote a ser pedido é a quantidade que minimiza o custo total. Quantidade esta alcançada quando os valores de custo de estocar e de pedir são iguais. Logo, a equação que usamos para determinar o valor de estoque vem da igualdade desses dois custos. Tanto o custo de pedir quanto o custo de estocar, por sua vez, partem dos valores unitários de pedido e de estoque, respectivamente. Por isso, as variáveis envolvidas na Equação (2) que nos entrega o valor de LEC, correspondem aos custos unitários: Fórmula (2) LEC = Lote econômico de compras D = Demanda Cp = Custo de um pedido Ce = Custo de um item de estoque Após se organizar para proteger a continuidade de produção e definir a quantidade ótima a ser adquirida dos produtos, nos resta a dúvida: em que momento comprar? Ponto de Pedido Uma ferramenta muito utilizada para determinar o momento certo de iniciar uma compra é o ponto de pedido. Este método leva em consideração o tempo de ressuprimento, o LEC e ainda o Estoque de Segurança. O controle de estoque por Ponto de Pedido (PP) pressupõe que a demanda, assim como o sistema que acompanha os níveis do inventário, é permanente e age continuadamente. Mas, abre espaço para a existência de incertezas na demanda e imprevistos no consumo do produto ao envolver o Estoque de Segurança. Essa variável, muitas vezes, é confundida com tempo pré-definido: uma vez ao mês ou a cada três semanas. Mas, ela não está relacionada a um período de tempo. O PP é uma quantidade em estoque que alerta o setor de compras da necessidade de colocar o pedido. A equação (3), que segue, nos apresenta como calcular o Ponto de Pedido: Fórmula (3) PP: Ponto de Pedido C: Consumo normal por unidade de tempo pré-determinada TR: É o tempo necessário para que o novo pedido seja entregue por unidade de tempo pré-determinada. ES: Estoque de Segurança. Entende-se, porém, que apesar de terem sido apresentadas de forma separadas, essas variáveis da gestão de estoque são correlatas e agem em conjunto para uma administração de materiais eficiente e eficaz. A representação dos níveis de estoque, com todos os pontos mencionados, é ilustrada pelo gráfico dente de serra. Vejamos abaixo duas situações, uma ideal, em que o consumo é contínuo e não existem atrasos e uma real, em que o estoque de segurança é utilizado para preservar aprodução: Gráfico de comportamento do nível de estoque. Na figura, vemos o comportamento do estoque começando em seu nível máximo e, com o decorrer do tempo (e das vendas), vai diminuindo o nível até que se atinge o Ponto de Pedido, uma determinada quantidade. Neste momento, faz-se novo pedido e começa a contar o lead time do fornecedor, chamado na imagem 1 de tempo de atendimento e na 2 de T. Lembrando que, no momento do pedido, é solicitada a quantidade ótima, determinada pelo Lote Econômico de Compras. O nível de estoque, no momento das entregas da imagem 1, aparece sob o estoque de segurança nas três apresentações de entrega do fornecedor. Quando é dada entrada no sistema da quantidade pedida, alcança-se o nível máximo de estoque, dando início ao processo mais uma vez. Já na imagem 2, existem representações que o consumo é mais lento ou mais rápido, fazendo necessário o uso do Estoque de Segurança, que aparentemente cobriu a falta e não permitiu a parada na produção ou na venda. Repare que, em uma situação ideal, a empresa não usa o estoque de segurança. Portanto, podemos dizer que o PP é a quantidade de produto consumido durante o tempo de ressuprimento sem que a empresa precise utilizar do ES; esse tipo de estoque estará para eventuais imprevistos. Fique ligado! O Excel é uma boa ferramenta para auxílio de processamento de dados. Assista ao vídeo que apresenta o tutorial de como montar o gráfico de serra da sua empresa, calculando o estoque de segurança e o ponto de pedido. Giro de estoque Indicadores relevantes para um bom controle dos estoques devem definir quais itens são mais utilizados assim como quais são mais vendidos. O método bastante utilizado como indicador é o giro de estoque, que representa a quantidade vendida do determinado produto em um período específico. Este indicador tem a função de medir, portanto, quantas vezes o estoque se renovou dentro de um tempo estipulado. Dessa forma, julga-se a eficiência do estoque. A relação que nos dá essa informação é a razão entre custo da mercadoria vendida ou consumida em um período. Vejamos na equação 4. Fórmula (4) Manter um alto giro de estoque não depende apenas da venda; é preciso cuidado na armazenagem e na movimentação de materiais. No próximo item, aprofundaremos os estudos sobre as estruturas de armazenagem que são necessárias para a entrega de um produto em perfeitas condições, por otimizar a utilização de espaço, além de auxiliar no fluxo de atividades, de acordo com o layout determinado pela organização. 4. Armazenagem e movimentação de materiais Como vimos, a armazenagem é um segmento responsável pela gestão de materiais, pelo planejamento da produção, pelo armazenamento e distribuição. Para que os objetivos do estoque sejam atingidos, é necessário: · otimizar a utilização dos equipamentos e da mão de obra; · aumentar a acessibilidade aos materiais; · prover segurança a todos os itens; · maximizar o uso do espaço. Diante de tantas possibilidades mercadológicas e tecnológicas para o layout da empresa, mesmo com o conhecimento dos objetivos da organização, é de se entender a dificuldade em definir a configuração estrutural da armazenagem. Sabemos, porém, que a definição de um layout otimizado é essencial para que a logística interna seja eficiente, reduzindo custos e tornando as empresas mais competitivas no mercado. Nesse contexto, outro fator pode auxiliar na decisão da estrutura: o controle de entrada e saída do material. A aplicação de uma técnica não conforme com características de armazenagem do produto, pode fazer com que a logística da empresa deixe de agregar valor ao produto e torne onerosa a atividade em questão. A seguir, estão três formas de controle de entrada e saída: 1. FIFO ou PEPS (First In First Out – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) – controle intuitivamente adotado, em que o primeiro que entra é o primeiro que sai. O objetivo é fazer com que o produto gire antes de tornar-se obsoleto. 2. ) LIFO ou UEPS (Last in First out – Último que Entra, Primeiro que Sai) – método útil para mercadorias de alto giro de estoque e que não têm prazo de validade, já que o primeiro produto a entrar fica por um período maior no estoque. 3. FEFO ou PVPS (First to Expire First Out – Primeiro que Vence, Primeiro que Sai) – esse método propõe que o produto seja entregue antes de tornar-se impróprio para consumo. Há maior possibilidade de controle, evitando desperdícios com materiais vencidos. Definida a forma de controle que será utilizada existem tipos diferentes de estruturas de armazenagem que podem dar suporte a um controle efetivo. As estruturas de armazenagem são elementos chave para o uso racional do espaço. Veremos alguns exemplos dessa estrutura: · Porta-pallets convencional É a estrutura mais utilizada. Empregada quando as cargas dos paletes forem muito variadas. Permite a escolha da carga em qualquer posição da estrutura. Apesar de necessitar de muita área para corredores, compensa por sua seletividade e rapidez na operação. A dimensão dos corredores relaciona-se ao tipo de equipamento de transporte de material: transelevador, empilhadeira elétrica, empilhadeira de combustão interna, empilhadeira trilateral, etc. Largos corredores podem ser compensados pela utilização de grandes alturas (ARAÚJO, 2014 p.761). Porta-pallet · Estrutura tipo cantilever Sistema para armazenagem de peças de grande comprimento. É destinada às cargas armazenadas, pela lateral, como: madeiras, barras, tubos, trefilados, pranchas, etc. Composta por colunas centrais e braços em balanço para suporte das cargas, formando um tipo de árvore metálica (FIESP, 2019). Estantes cantilever · Estruturas de armazenagem para controle FIFO A. Estrutura tipo Drive-through Possui alta densidade de armazenagem de cargas iguais e propicia grande aproveitamento volumétrico para os armazéns. Tem acesso pela frente e por trás, possibilitando corredores de armazenagem mais longos. Estrutura Drive through. B. Estrutura tipo Flowrack Sistema indicado para pequenos volumes e grande rotatividade. Neste sistema, o produto é colocado num plano inclinado com trilhos que possuem pequenos rodízios deslizando, assim, por gravidade, até a outra extremidade. É usada com movimentações manuais, por isso, precisam ser de pouca altura, pois são usadas manualmente. É bastante comum montá-las na parte inferior de uma estrutura porta-paletes convencional, simulando, assim, um atacado na parte superior e um varejo na parte inferior (BEZERRA, 2015). Acompanhe o funcionamento de uma estrutura do tipo Flowrack. · Estruturas para controle LIFO A. Estrutura tipo Drive-In A principal característica do sistema drive-in é o aproveitamento do espaço que com a eliminação dos corredores, passa a existir somente o corredor frontal. Sua utilização é indicada quando é exigido alta densidade de estocagem; inventários mais fáceis, uma vez que todos os paletes ficam dispostos no corredor. B. Estrutura tipo Push-Back Sistema utilizado para armazenagem de paletes semelhante ao drive-in, porém, permite uma seletividade maior, uma vez que permite o acesso a qualquer nível de armazenagem. Neste sistema, a empilhadeira “empurra” cada palete sobre um trilho com vários níveis. Essa estrutura traz como benefício a obtenção de maior produtividade operacional e maior agilidade no fluxo de materiais. Vejas a animação deste tipo de estrutura mencionado: · Estruturas para controle FEFO A. Estrutura Dinâmica Nessa estrutura, o palete é colocado em uma das extremidades do túnel e desliza até a outra por uma pista de roletes. A estrutura possui com redutores de velocidade, para manter o palete em uma velocidade constante. A proposta deste equipamento é permitir grande concentração de carga, pois necessita de somente dois corredores, um para abastecimento e outro para retirada do palete. É empregada para atender aos prazos de validade dos produtos, geralmente utilizada para estocagem de produtos alimentícios, que precisam do controle de validade. Neste sistema, o palete é colocado pela empilhadeira numtrilho inclinado com roletes e desliza até a outra extremidade, onde existe um “stop” para contenção. 1. Introdução A sociedade em que vivemos é caracterizada, sobretudo, pelo acesso à informação. Diversos avanços tecnológicos, principalmente na área da comunicação, proporcionaram à humanidade, como um todo, grande volume de informação, de tal forma que um equipamento produzido hoje pode se tornar obsoleto daqui a meses, ou até menos. Este grau de obsolescência também acontece em função da interação mundial. Ou seja, os meios de comunicação apresentam as inovações de forma tão rápida que não existem barreiras para um equipamento recém-criado no Japão ser montado e utilizado na Inglaterra, por exemplo. Para nós, que já conhecemos os conceitos logísticos, bem como a missão logística, sabemos o quanto essa ferramenta é importante para que o exemplo do parágrafo anterior aconteça. Naturalmente, você imaginou o fluxo de materiais para a montagem e utilização do equipamento. Entretanto, o principal fluxo logístico para o caso anterior é o da informação. Nesse contexto, aparece uma estratégia de gestão muito importante, chamada de Benchmarking. Bechmarking: mire nas melhores práticas do mercado Diante da competitividade em que as empresas estão imersas, para sobreviver, é preciso buscar a melhoria do processo sem cessar. O benchmarking é uma estratégia importante nesse contexto. Trata-se de um processo de pesquisa que permite a comparação de produtos, práticas empresariais, serviços ou metodologias já usadas no mercado. Em outras palavras, o benchmark permite uma visão geral das tomadas de decisões que já foram colocadas em práticas, para que a organização tenha um ponto de referência (observando inclusive o que não deu certo em outras empresas) e, dessa forma, determine seus próximos passos. Fonte: shorturl.at/kluRY O quadro anterior, explanando o conceito de Benchmarking, ilustra o quão relevante é a informação para o planejamento estratégico. Perceba: Portanto, é válido afirmar que só se toma decisão estratégica e realiza planejamento estratégico quem tem INFORMAÇÃO. Para ter fundamento nas decisões, são coletados dados que, a partir de um Sistema de Informação, entregam resultados tácitos, que dão suporte à escolha do próximo passo da organização. Mas, o que seria o Sistema de Informação? Sistema de informação é, de acordo com O’Brien (2004), um conjunto organizado de pessoas, hardware, software e rede de comunicação que coleta dados, os organiza e processa, e por fim, os dissemina em formato de informações. Inicialmente, nos anos 70, o enfoque dos Sistemas de Informações era operacional, logo, a proposta era tornar as operações mecanizadas, uma vez que elas eram manuais. Pode-se dizer que o objetivo era focado na eficiência, em desenvolver o processo certo. Na década de 80, acontecia a disseminação de micros, os “Personal Computers”, mais conhecidos como PCs. O enfoque nesse momento era da personalização. Os sistemas estavam se especializando de forma setorial, de tal modo que o objetivo era voltado para o alcance da eficácia, ou seja, alcançar os resultados certos. Entenda: partindo do princípio que os processos estavam organizados em prol da eficiência, restava aos setores a busca pela eficácia. Estar voltado para a eficácia não implica esquecer da eficiência. Por fim, na década de 90, ficamos diante da expansão das empresas baseada no enfoque estratégico e o objetivo da organização era sobreviver à competitividade da globalização. Os sistemas já haviam evoluído para a informação gerencial. Os sistemas de TI continuaram evoluindo de tal forma que investir em tecnologia da informação está, hoje, intrínseco ao processo de qualquer empresa que pretende entregar um produto ou serviço com excelência. Sabia dessa? Nos Estados Unidos, as companhias investem cerca de 700 bilhões de dólares por ano em tecnologia. No Brasil, em 2017, existia a previsão de investir cerca de 133 bilhões de reais. Um investimento que se paga! De acordo com o estudo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, para cada 1% a mais investido em TI, após dois anos, o lucro aumenta 7%. Cada vez mais as empresas necessitam de controles de suas atividades, com informações ágeis, completas e precisas. A interpretação e tomada de decisão ainda é atividade atribuída aos seres humanos, entretanto, quanto mais precisas e cruciais forem as decisões, mais altos devem ser os investimentos em tecnologia da informação. Aprofundaremos nos próximos itens nossos conhecimentos a informação, a tecnologia da informação e, principalmente, as suas aplicações dentro da área de logística. 2. Gestão da informação O termo informação origina-se do latim informare e quer dizer: dar forma, criar, representar, apresentar uma ideia ordenada de modo lógico. Logo, a informação é percebida como um instrumento que tem o poder de modificar a consciência do homem, bem como guiar suas decisões. Vejamos a seguir três usos distintos da informação: 1. Informação como processo – ação de comunicar um fato ou evento; 2. Informação como conhecimento – o resultado desencadeado da “informação como processo”, quando o sujeito capta, discerne e aprende com a informação transmitida; 3. Informação como objeto – atribuída para objetos com natureza informativa e instrutiva, como arquivos e documentos; No contexto organizacional, a informação pode ser considerada um bem abstrato e intangível, um recurso da empresa. Para a adaptação e sobrevivência da mesma, é preciso que os gestores respondam habitualmente a três perguntas: · O que está acontecendo (politicamente, geograficamente e dentro do nicho de mercado que a empresa está envolvida)? · Como meu negócio está sendo afetado? · O que deve ser feito? A informação trafega pelos setores de acordo com as necessidades profissionais. Em função da área, ela adquire diferentes valores e funções para uso no decorrer do processo. Por exemplo: a informação da necessidade de contratação de funcionário em uma determinada empresa implica para o RH a realização de um processo seletivo, enquanto que, para a área do novo colaborador, significa reorganização de atribuições. Partindo do exemplo anterior: a informação, “sobrecarga do setor”, despertou uma ação, “contratação”. Esta, por sua vez, gera outra informação, “necessidade de treinamento”, que faz surgir novas ações. Ou seja, é um fluxo de informação que se apresenta na organização como um processo que agrega valor. Fluxo de informações na organização. Então, qualquer informação agrega valor à organização? Na verdade, existem alguns requisitos que a informação deve cumprir para beneficiar o ambiente organizacional. São eles: Requisito Consideração Disponibilidade Informação deve estar disponível para ser acessada e atualizada, sempre que necessário. Integridade O acesso e a atualização da informação não devem comprometer sua integridade. Precisão Informação deve refletir a situação real. Rapidez na atualização Menor diferença entre o momento que um fato ocorre e quando a informação acerca do mesmo se encontra disponível. Formato apropriado Informação deve ser apresentada de forma intuitiva, adequada às necessidades da organização. Flexibilidade Informação deve ser disponibilizada de modo a satisfazer às necessidades da organização. Excepcionalidade Em termos gerenciais, deve-se priorizar informações que possibilitem a análise de situações de exceção, as quais requerem atenção especial, para a tomada de decisão. Fonte: adaptado de Bowersox e Closs, 1996. Além dos requisitos a serem cumpridos, antes de difundir a informação, deve-se saber para quem o conteúdo informativo interessa para ser disseminado no momento certo, no modo e formato adequados e pelas pessoas corretas. Já imaginou descobrir que a empresa vai te enviar para outro estado para trabalhar numa filial, por um colega de trabalho? A informação seria melhor administrada se repassada pelo seu gerente como uma proposta, não é mesmo? Nesse contexto, e em muitos outros, a forma como se recebe/passa ainformação é crucial para multiplicar a sinergia dos esforços coletivos ou anular o resultado obtido pelo conjunto. Estamos tratando, portanto, da importância de mapear o processo de fluxo de informação, de forma a auxiliar na compreensão de como e por quem a informação é usada. Com essa caracterização, torna-se mais fácil: · Propiciar a análise de como a informação é transferida de um ponto ao outro; · Identificar o objetivo de cada fluxo de informação, na organização; · Desenvolver produtos e serviços de informação. O mapeamento não é uma atividade única, pois as necessidades de informações mudam de acordo com as alterações que ocorrem no meio. Existem cinco etapas para o mapeamento do fluxo de informação no ambiente organizacional: a) Descrever a situação atual e os objetivos da organização – identificar as áreas, as políticas internas, os processos de trabalho e o modo como as pessoas negociam e trocam informação; b) Descrever o público potencial – identificar o perfil, a função e a necessidade e informação de cada área na organização; c) Mapear os clientes potenciais – identificar as áreas que adquirem e utilizam informações das mesmas fontes ou de fontes específicas e desenvolver produtos e serviços de informação para otimizar as tarefas; d) Ordenar soluções por prioridades – classificar as atividades em baixo, médio e alto nível de atendimento para suprir as necessidades de informação de acordo com os objetivos dos processos; e) Criar um mapa do fluxo de informação de cada área e pessoa – mapear o fluxo de informação que pode apresentar as necessidades e modo de acesso à informação interna e externa, além do diagnóstico como escassez ou redundância na troca de informações na organização. O mapeamento das redes de conhecimento em ambientes que dão pouco valor à informação possibilita demonstrar aos sujeitos organizacionais a importância da informação e do conhecimento para o desempenho de processos, atividades e tarefas (JORGE e VALENTIM, 2016). A construção de redes de conhecimento possibilita melhor aproveitamento para o processo de Gestão da Informação. Existem diversas formas de se gerenciar a informação em uma organização. Para tanto, existem processos para garantir o valor estratégico da informação. Veremos a seguir um passo a passo para aproveitar as informações disponíveis na empresa: Gestão da informação. Passo Ação 1-Administração de exigências Identificar e adequar a necessidade de informações dos usuários com a oferta dos canais fornecedores. 2-Plano de ativos informacionais Classificar a informação de acordo com sua confidencialidade, tempo de armazenamento e o modo como deve estar segura. 3-Plano de sistemas informacionais Determinar o modo de armazenamento, acesso e distribuição. 4-Aquisição Obter da informação. 5-Análise Examinar a informação e identificar os níveis de confiabilidade, segurança e qualidade. 6-Disseminação Distribuir a informação aos que necessitam dela para suas tarefas e atividades. 7-Feedback Verificar junto aos usuários se a recepção e distribuição da informação é adequado, e se o treinamento foi suficiente. Para cada ação, há subprocessos e toda uma cadeia de atividades que salienta a necessidade dos serviços de Gestão da Informação em uma organização. As ações mencionadas nos indicam um comportamento de ponta a ponta, desde a identificação da necessidade até a percepção do usuário diante da solução utilizada. Dessa forma, pretende-se corresponder às expectativas da organização de maneira que não existam esforços exacerbados para se compreender a informação em nenhum nível da empresa. Entretanto, para que seja posto em prática, de fato, é preciso esforço individual e organizacional. Dentro deste contexto, existe um modelo que contribui para o desempenho das atividades individuais como das organizações. Conheça os 7R da Gestão da Informação, no quadro que segue: Os processos apresentados de forma cíclica subentendem um processo que está ativo a todo momento. Cada etapa será descrita a seguir: a) Recuperação (Retrieval) – busca, localização e acesso da informação em suas fontes; b) Leitura (Reading) – seleção e leitura da informação; c) Interpretação (Recognition) – entendimento, comparação e reconhecimento da informação lida; d) Transformação (Re-interpretation) – conversão do que passa a ser conhecido pelo indivíduo em um meio que possa ser comunicado, por um meio acessível ao público alvo; e) Validação (Reviewing) – avaliação, revisão, conferência e aprovação da informação transformada; f) Distribuição (Release) – publicação da informação e sua difusão através dos veículos de comunicação para as pessoas; g) Formatação (Restructuring) – modo e meio de se organizar a informação publicada de acordo com a necessidade e interesse, individual ou coletiva, para uso da organização. A competitividade empresarial faz com que as empresas necessitem de informação para sobreviver. Além disso, com o volume de dados e informação crescendo exponencialmente, existe uma quase obrigatoriedade de se utilizar dispositivos para gerir e transformar os dados em informação útil para a empresa. Nesse contexto, precisa-se de Tecnologia de Informação que se constituirá em veículos do Sistema de Informação para o processamento e entrega da informação. 3.Tecnologia de informação e impactos De antemão, sabemos que a informação é crucial para se construir o conhecimento e, então, tomar decisão. Ao mesmo tempo, a gestão organizacional concentra decisões diárias importantes que precisam ser orientadas. Por exemplo: disponibilizar novos produtos, verificar o retorno financeiro de cada setor da empresa, traçar metas de vendas alinhadas com a produção, efetuar compras de matéria prima, entre outros. Para tomar o maior número de decisões assertivas, partindo-se de tantas possibilidades que o mundo globalizado nos apresenta, é preciso que haja um dispositivo auxiliador, que possa tratar e processar dados e informações, de forma a dar suporte à gestão. A informação disponibilizada deve ser exata, ou seja, precisa, correta e fidedigna, o que também irá contribuir para redução de incerteza. Para além de exata, a informação juntamente com os sistemas de informação deve se atualizar o quão rápido possível, de tal forma que solucione problemas ou facilite a vida cotidiana. Existem limites para o tratamento de informação e os SI? Se existem, logo serão superados. Assista ao vídeo que apresenta uma nova tendência tecnológica: o supermercado do futuro. Dentro do contexto de Sistemas de Informação, não é possível deixar de falar de Tecnologias da informação. Isso porque, ela é uma ferramenta essencial que tem como objetivo aumentar o fluxo de informações trafegadas na organização, com intenção de melhorar operações e atividades e, consequentemente, a competitividade no mercado, ao mesmo tempo em que aponta onde se despende em mais custo para que a empresa consiga reduzi-los. Como a TI faz isso? Oferecendo à organização estatística de crescimento em vendas, atendimento, raio de atuação, além de proporcionar rápido transporte de dados. Dessa forma, a TI proporciona vantagens como: · Qualidade e agilidade: a transferência de informações torna-se mais ágil e segura, com pouca interferência humana. · Redução de custos:com a transferência eletrônica de informações, a empresa reduz a necessidade de funcionários tratar os dados manualmente, assim como o custo proveniente de falhas. · Ganho em produtividade: sistemas integrados aumentam a velocidade e a acuracidade no trato das informações, ao passo que dispensam alguém disponível para responder dúvidas sobre a operação, por exemplo, no caso de estar tudo documentado. · Melhoria do nível de serviço: disponibilizar aos parceiros informações sobre a operação e consolidar informações dos clientes, para que a empresa se empenhe no atendimento ao consumidor e ainda aumente a autonomia da cadeia de suprimento em que está inserida. Vamos aos exemplos! A troca de mensagens entre uma empresa e suas filias. Na matriz fica a TI onde são processadostodos os dados das empresas, e as filias movimentam todas as vendas, tudo isso através de um link (DAMASCENO NETO, 2017). Este link que permite que empresa e filiais permaneçam conectadas. Outro exemplo são web sites de compra. Todos os processos ligados à informação e a logística estão diretamente ligados a um procedimento integrado, utilizando ferramentas informatizadas (hardware e software) para gerenciar as informações e operações em uma empresa. Antigamente, estas informações eram trafegadas via papel, o que tornava a comunicação muito lenta e insegura, além de sujeita a erros. Você consegue imaginar, nos dias atuais, realizar a comunicação entre filiais via fax ou vendas a distância por telefone? Os recursos utilizados pela TI são de natureza computacional. Entretanto, a utilização de fax, por exemplo, não está tão longe na linha do tempo. Apesar das máquinas de fax não serem mais o foco das inovações, elas nunca foram completamente inutilizadas. Você sabia que… O fax ainda é largamente utilizado no Japão? As estimativas mostram que entre 40% e 50% dos lares japoneses usam o aparelho. Saiba mais acessando: https://www.kaspersky.com.br/blog/fax-fun-facts/11197/ A transferência, armazenamento e gerenciamento informatizado das informações logísticas por meio de dispositivos de TI são tão importantes quanto qualquer outro processo na organização. Os recursos de Tecnologias da Informação são programas de computadores que, dentro do tema de nossos estudos, possuem finalidade de apresentar soluções logísticas que ajudem a empresa a se tornar eficaz nas suas atividades. Já estudamos a diferença entre ser eficiente e ser eficaz em outro tópico. Mas, entenderemos aqui a diferença no contexto da TI. Vejamos: · Eficiência está relacionada com aspectos internos das atividades de TI e a adequada utilização dos recursos; · Eficácia relaciona-se com o confronto de resultados das aplicações de TI com os resultados no negócio da empresa e os possíveis impactos na sua operação e estrutura. Portanto, ser eficaz em TI significa utilizar seus recursos para alavancar o negócio da empresa, tornando-a mais competitiva. Modal infoviário Alguns estudiosos tratam o fluxo de informação logística com tanta importância que consideram o surgimento de 6º modal de transporte. Modal infoviário: caracterizado como modal criado para trafegar quantidades enormes de dados para assim facilitar e agilizar os processos logísticos. Se compararmos com o modal rodoviário, que tem nas rodovias sua infraestrutura, por onde circulam os equipamentos de transporte como carro, caminhão e ônibus, levando os materiais solicitados. No modal infoviário, a infraestrutura é a internet, os equipamentos são: sites, redes sociais, aplicativos e softwares; a informação é o material transportado. Vejamos alguns exemplos: · Conferece Call– reunião a distância. Concorrente direta do modal aéreo, já que cada vez mais as pessoas deixam de viajar para fazer reuniões a distância; · Ensino EAD – sim! Você está inserido no modal infoviário, em que não existe a necessidade de se deslocar até a instituição de ensino; ela que vem até você. · Entregas por aplicativos– por meio de aplicativos, hoje, pode-se, entre outras coisas, pedir comida que será entregue na sua casa, sem a necessidade de ir a um estabelecimento. Enfim, a sociedade tem utilizado cada vez mais de aplicativos e sites para realizarem as tarefas que precisam, sem precisar contabilizar os tempos de deslocamento no seu dia, uma vez que todas essas tarefas podem ser realizadas dentro de casa. Fonte: VALENTE et al., 2016. Vale lembrar que os computadores não fazem o trabalho sozinhos. De nada adianta ter equipamentos e materiais sofisticados que permitam o controle do desempenho sem a mão de obra qualificada para o tratamento de informações na organização. O profissional de TI consegue coletar, inserir dados e interpretar os resultados, dessa forma, ele manuseia as informações, tornando-as confiáveis e aplicáveis. Com a tecnologia da informação, a quantidade de erros dentro do processo diminui como um todo; o que torna essa redução possível são os avanços dos sistemas de informação que conceituamos no começo deste item. Os sistemas de informação no contexto logístico são ferramentas que possibilitam a integração das atividades logísticas no processo. Sendo este processo constituído por quatro níveis de funcionalidade: sistema transacional, controle gerencial, apoio de decisão e planejamento estratégico. Como vemos ilustrado na imagem que segue. Níveis funcionais de um sistema de informação em logística. O Sistema transacional reúne informações bases das operações. São essas informações que, organizadas, permitem a atividade de planejamento e coordenação das tarefas de outras áreas da empresa, como a produção, marketing e finanças. Já o Controle Gerencial busca informações no sistema transacional para gerenciar as atividades logísticas. Estão incluídas neste nível as ferramentas de mensuração como indicadores de desempenho. O patamar de Apoio à Decisão da pirâmide utiliza softwares como ferramenta decisória para as atividades operacionais e estratégicas complexas. Enquanto, no Planejamento Estratégico, as informações logísticas obtidas dos três níveis entram como suporte para o desenvolvimento de estratégias logísticas em prol da melhoria continua. Vale ressaltar que existem fatores de sucesso para que os Sistemas de Informação sejam, de fato, efetivos na organização. Vejamos alguns deles: Fator de sucesso Medidas de avaliação Qualidade do Sistema Medida do Processamento da Informação, que consiste na avaliação do processamento em si. Variáveis a serem analisadas: tempo de resposta, conteúdo da base de dados, geração, detalhamento, flexibilidade e simplicidade do sistema. Satisfação do Usuário Resposta do receptor ao uso da saída de um SI. Avaliada a partir das considerações prévias sobre a satisfação do usuário. Impacto Individual Efeito da Informação no Comportamento do Receptor. Avaliado por variáveis, como: aumento da eficácia das decisões, produtividade do usuário, eficiência no cumprimento das tarefas e velocidade da tomada de decisão. Impacto Organizacional Efeito da Informação na performance da organização. Avaliado por medidas financeiras como retorno sobre o investimento, valor presente descontado e análise do custo-benefício. Fonte: Teófilo e Freitas, 2007. São inúmeras as soluções de tecnologias da informação que dão suporte logístico às empresas. No próximo tópico, veremos alguns. Para refletir: antes de dar sequência aos estudos, responda: em qual década você imagina que foi desenvolvido o primeiro sistema de informação para apoio às tarefas logísticas? 4. Diversidade de soluções em tecnologia da informação aplicada à logística Temos como marco histórico para o desenvolvimento de sistemas de informação na área de logística o aparecimento dos primeiros BOMPs (Bill of Materials Processors) que se deu no início dos anos 60. Estes sistemas calculavam a quantidade de material necessária para atender a um determinado mix de produção. Já no final dos anos 60, surge o PICS (Production Information and Control System), que já tratava os custos dos materiais. Foi só no início dos anos 70, nos Estados Unidos, que surgiu a sigla MRP (Materials Requirement Planning). O sistema, cuja tradução do nome é “Planejamento de Necessidades de Materiais” nasceu com o objetivo de executar computacionalmente a atividade de planejamento das necessidades de materiais para manufatura, permitindo, assim, determinar, precisa e rapidamente, as prioridades das ordens de compra e fabricação (FAVARETTO, 2001). Em meados dos anos 80, foram criadas funções para planejamento de capacidades e valorização financeira dos planos de produção. O sistema, munido das aplicações até então desenvolvidas, era considerado a extensão do MRP, nomeado de MRP II (Manufacturing Resource Planning), em português, “Planejamento de Recursos de Manufatura”. Com a popularização dos microcomputadores nas empresasnos anos 90 surge o ERP (Enterprise Resource Planning), em português “Planejamento de Recursos da Corporação”) como evolução do MRP II, que pretende integrar todos os dados e processos de uma organização em um único sistema (FAVARETTO, 2001). Logística do transporte. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional, com a inclusão de sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas e compras, por exemplo. Também pode ser percebida sob a perspectiva sistêmica no que tange o sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, entre outros (ARMELIN, SILVA e COLUCCI, 2016). Alinha-se, portanto, a informação à organização, o que é crucial para o desenvolvimento da cadeia de suprimento em que está inserida, porque alicerça os gerentes na estrutura de suas decisões. Da segunda metade da década de 1990 para cá, estão sendo introduzidos os sistemas de gestão da cadeia de suprimentos que foram rotulados de software de Gestão da Cadeia de Suprimentos. Esses sistemas podem ser considerados uma nova geração de software analítico de gestão empresarial, gerenciando o relacionamento entre empresa, cliente e fornecedor e transcendendo as fronteiras organizacionais e imprescindíveis para a gestão (FERNANDES et al., 2015). Na prática! Veja como é fácil planejar a necessidade de materiais com o uso do ERP. Sistemas de informação para atividades logística. O conjunto de sistemas integrados sustenta o planejamento estratégico e define se a empresa deverá fechar ou abrir centros de distribuição, iniciar estratégias de vendas, compras, produção, distribuição, racionalização e lançamento de novos produtos, ou ainda, investimento em propaganda e redução ou aumento dos estoques de acordo com as estratégias planejadas para atingir os objetivos traçados. Vejamos algumas das soluções logísticas existentes: · APS (Advanced Planning and Scheduling ou Planejamento e Programação Avançados) – prepara o planejamento estratégico e a programação avançada que envolvem estoque e previsão de demanda, utilizando um sistema analítico. · CRM (Customer Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Cliente) – sistema para gerenciamento do relacionamento com o cliente. Interfere na entrada dos pedidos e na previsão de demanda por meio de acesso às análises de dados do mercado e interações dos históricos de vendas, atendendo às necessidades do cliente. · CRP (Capacity Requirement Planning ou Planejamento das Necessidades de Capacidade) – a partir das informações das organizações, esta ferramenta calcula a capacidade do plano de produção e a necessidade de capacidade para cada setor, além de roteiros e tempos de fabricação que interferem em compras e na própria produção. · EDI (Electronic Data Interchange ou Troca Eletrônica de Dados) – pretende realizar a troca de documentos de forma padronizada via sistemas entre duas ou mais organizações. Tendo como objetivo, agilizar e reduzir os custos dos processos. · MES (Manufacturing Execution System ou Sistema para Execução na Manufatura) – usado em chão de fábrica, orientado para a melhoria do desempenho, aperfeiçoamento do planejamento e controle da produção com duas funções: controlar a produção, considerando o que e como foi produzido e liberar as ordens definidas, garantindo o cumprimento do plano. · SFC (Shop Floor Control ou Controle de Chão de Fábrica) – responsável pelo sequenciamento das ordens de fabricação, e também pelo controle da produção no nível da fábrica, de forma a garantir as prioridades calculadas e o feedback de acompanhamento. · SRM (Supplier Relationship Management ou Gestão de Relacionamento com o Fornecedor) – analisa as relações com fornecedores, além de avaliá-los e verificar sua capacidade, podendo escolher as melhores opções, reduzindo riscos e diminuindo tempos de fornecimento. · TMS (Transportation Management System ou Sistema de Gestão de Transporte) – utilizado para otimizar os fretes, interagir diretamente com o DRP e com o módulo de compras. · WMS (Warehouse Management System ou Sistema de Gestão de Armazenagem) – que atua com interação e gerência do armazém, com o objetivo de minimizar a movimentação do estoque, otimizar tempos, reduzir atrasos e perdas. 1. Introdução Anteriormente, aprendemos que a logística busca sempre entregar o produto certo, na hora certa, no lugar certo e ao menor custo. Mediante essa missão, muitos equipamentos foram desenhados, instalações foram arquitetadas e estratégicas foram estabelecidas. De tal forma que o conjunto de elos envolvidos para a entrega de um produto final para o consumidor é considerado uma cadeia logística ou cadeia de suprimento. O conceito de cadeia logística é importante de ser mencionado, uma vez que, diante da intensa competição nos mercados globais, tendência de redução dos ciclos de vida dos produtos, e elevado nível tecnológico; a concorrência hoje não acontece mais entre empresas. Tem destaque e está à frente no mercado quem está inserido na melhor cadeia. Naturalmente, a gente pode entender a Cadeia de Suprimento como um conjunto de organizações diferentes, com gestores diferentes e estruturas diferentes. E se gerir uma empresa já é difícil… como o gerenciamento da Cadeia de Suprimento é possível? Nosso último tópico dá pistas que com a Tecnologia da Informação (TI) voltada para a logística é possível o controle e administração das atividades logísticas de forma alinhada aos objetivos do planejamento estratégico da organização. Juntamente com a TI, os contínuos avanços da comunicação e do transporte promoveram a contínua evolução da cadeia de suprimentos e das técnicas utilizadas no seu gerenciamento. Vejamos a estrutura típica da cadeia de suprimentos: Estrutura da cadeia de suprimento. As matérias-primas são adquiridas. Os itens são produzidos em uma ou mais fábricas, transportados para depósitos para armazenamento temporário e, então, despachados para varejistas e clientes. Descrevemos o fluxo de materiais, que acontece do fornecedor até o consumidor. Entretanto, a preocupação das organizações hoje em dia não pode se manter pautada apenas na sua produção, na demanda de seus produtos pelo mercado consumidor e com a sua cadeia de fornecedores. Os clientes estão a todo momento exigindo e procurando valor no produto. Valor este que pode ser agregado por meio de: · Disponibilidade; · Qualidade; · Preço. Mas, como reduzir custo de produção (para apresentar um preço competitivo) sem afetar a qualidade e a disponibilidade do produto no mercado? Para reduzir os custos e aumentar o nível de serviço, as estratégias eficazes da cadeia de suprimentos devem considerar as interações nos vários níveis da cadeia. Estamos falando agora no fluxo de informação, que acontece do consumidor para o fornecedor. Portanto, o gerenciamento da cadeia de suprimento ou Supply Chain Management (SCM) envolve o gerenciamento do fluxo de materiais, bem como do fluxo de informação, em prol do alinhamento da demanda e do atendimento aos requisitos do cliente. Na prática, é muito difícil desvincular a gestão da logística empresarial do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Estes dois conceitos (logística e cadeia de suprimento) geralmente se confundem. Há motivos para esta identificação de uma com a outra, pois se tratam de conjuntos de atividades que estão conectadas e são dependentes entre si. Vejamos a diferença entre elas: Qual a diferença entre cadeia de suprimento e logística? Nos próximos itens, estudaremos a evolução da Logística, suas fases de integração, até O estágio atual (4ª fase da Logística) em que os elementos da Cadeia de Suprimentos são englobados nas práticas tradicionais. Desta maneira, redes de empresas (tanto fornecedores como clientes) passam a se conectar em prol de agregarem valor para os consumidores finais. Cada elo dessa corrente representa um “ator” (fornecedor, fábrica, distribuidor, varejista, atacadista, consumidor) do sistema macro (visão holística) chamado cadeia de suprimento. 2.Fases de evolução da logística O conceito de Logística inicialmente estava relacionado à distribuição física de materiais, e segmentado, sem qualquer integração entre as diferentes atividades envolvidas. Com o passar do tempo, essa visão fragmentada da logística evoluiu, entrando em vigor uma nova concepção, na qual deve existir a integração de todas as atividades envolvidas na cadeia de suprimentos. Para embasarmos nossos conceitos sobre Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimento), vamos pincelar as fases da evolução logística, que envolve as seguintes fases: · PRIMEIRA FASE: atuação Segmentada; · SEGUNDA FASE: integração Rígida; · TERCEIRA FASE: integração Flexível; · QUARTA FASE: integração estratégica. Primeira fase – Atuação segmentada Já estudamos que a Segunda Guerra Mundial foi um divisor de águas para a logística. Após seu término, aproveitando a necessidade do mercado e os processos de produção em série, a indústria começou a preencher importantes espaços de demanda existentes no mercado consumidor como os automóveis, eletrodomésticos, bebidas, entre outros. Antes de prosseguir, façamos um exercício: Para refletir: você saberia dizer a cor e o formato dos carros produzidos na década de 50 e 60? Neste momento da história, os produtos eram padronizados: geladeiras somente na cor branca, carro somente preto, e assim por diante. Quando um consumidor se dirigia a uma loja em busca de um determinado produto, o vendedor estava informado da disponibilidade do produto no depósito. Ao vender o produto, o vendedor preenchia manualmente o pedido que, posteriormente, era enviado ao depósito e, então, separava o produto no estoque e programava a entrega ao cliente. Em determinados períodos, fazia-se um levantamento do nível do estoque e das necessidades do abastecimento dos produtos. Havendo necessidade de aquisição de novos produtos, o varejista realizava um novo pedido ao fabricante, negociava os preços, formas de pagamento e prazos de entrega. Nessa primeira etapa de atuação segmentada, o estoque era o elemento fundamental na cadeia de suprimento. “Na primeira fase da logística, as empresas procuravam formar lotes econômicos para transportar seus produtos, dando menor importância aos estoques. Ou seja, o enfoque era centrado nas possíveis economias que podiam ser obtidas com o uso de modos de transporte de menor custo, no emprego de veículos de maior capacidade e na busca de empresas transportadoras com fretes mais reduzidos”. Novaes, 2007, p. 42. Segunda Fase – Integração rígida Com o passar do tempo, foi chegando ao mercado produtos com características diferenciadas. As geladeiras e automóveis passaram a ser comercializados com diferentes cores, formas, tamanhos e acabamentos diferenciados. Novos equipamentos foram adquiridos pelas famílias como aparelhos de som e forno de micro-ondas, e novos produtos alimentícios foram inseridos aos hábitos alimentares dos consumidores. O aumento considerado na oferta de novos produtos só foi possível com a utilização de sistemas MRP, que permitiram aos processos de produção maior flexibilidade. Entretanto, a entrada de novos produtos no mercado, com diferentes opções de cores, modelos e tamanhos ocasionou um aumento significativo nos estoques ao longo da cadeia de suprimentos. Isto porque, nessa época, o planejamento da produção era realizado e implementado pelo setor de fabricação. Desta forma, a produção era realizada segundo os próprios critérios e objetivos, e também eram alteradas, sem consultas, as demais áreas de operações das empresas. Para deixar a situação mais complicada, não existia a correção/adaptação do planejamento ao longo do tempo. Com a diversificação, precisava-se de mais mão de obra. Somado ao panorama, acontecia, nesse momento, a crise do petróleo, o que encareceu a movimentação de materiais. Dessa forma, a segunda etapa da Logística, a integração rígida, pode ser caracterizada como uma busca de racionalização integrada da cadeia de suprimentos. Você sabia? O primeiro registro de exploração de petróleo no Brasil foi no século XIX. De lá pra cá, o mundo já viveu três principais Crises do Petróleo. Sendo que a segunda crise, no final da década de 70, atingiu fortemente a economia brasileira. A inflação chegou a 72,2% e a dívida externa alcançou estimados US $ 50 bilhões na época. O governo foi forçado a tomar medidas para restringir o consumo interno de produtos petrolíferos, como o fechamento de postos de gasolina durante certos períodos, especialmente aos domingos. Terceira fase – Integração flexível O contínuo desenvolvimento da tecnologia possibilitou, na terceira fase da Logística, uma integração mais dinâmica de importante consequência na agilização da cadeia de suprimentos. A terceira fase, que começou em fins da década de 1980, é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os diversos agentes da cadeia de suprimentos em dois níveis: · Nas inter-relações da empresa com seus fornecedores e clientes; · Dentro das empresas. Porém, a integração das empresas, neste momento, ainda era feita duas a duas. As informações sobre as operações logísticas eram efetuadas manualmente, depois, passadas ao computador. Assim, quando as informações estavam disponíveis, serviam como documentos históricos, fundamentais para tomada de decisões futuras, mas sem serventia para ações imediatas. Nesta mesma época, ainda estava sendo implementado, em muitas empresas, o intercâmbio de informações entre dois elementos da cadeia de suprimento que passou a se dar por via eletrônica, através do EDI (intercâmbio eletrônico de Dados). Nesta fase, podemos observar maior preocupação com a satisfação total do cliente e a tendência a formação de estoques sem critério desaparece, dando espaço para a busca de redução de estoque e até mesmo a tentativa do estoque zero. Integração na logística. Quarta Fase – Integração estratégica A quarta etapa, a integração estratégica, corresponde ao moderno conceito Supply Chain Management (SCM). Foi quando as atividades se integraram de forma abrangente em toda cadeia de suprimento desde os fornecedores, passando pela produção, distribuição até o consumidor final. Ou seja, ocorre a integração entre todos os agentes que compõem os processos ao longo da cadeia de suprimento, que participam, de forma estratégica, em busca de melhores resultados para a redução de custos, desperdícios e de maior agregação de valor para o cliente final. Dessa forma, alavancou-se o processo evolutivo, de forma estratégica e sistêmica. Entretanto, já houve algumas mudanças desde então, as cadeias de suprimentos tradicionais eram formadas por responsabilidades tradicionais de cada membro, como: comprar, vender, entregar o produto, entre outros, porém, agora, é responsabilidade por desempenho. Logo, a empresa com melhor desempenho torna-se responsável pela execução de uma determinada função. Vejamos oito características da SCM: · Foca na eliminação de perdas de todo o processo operacional como, por exemplo, superprodução, tempo de espera grande, transporte, processamento inadequado, defeitos, inventários e movimentos desnecessários; · Reconhece que todos os membros da cadeia de suprimentos estão interessados em um mesmo objetivo que é o de acrescentar valor ao produto; · Cria uma rede de fornecedores para trocar informações de redução de perdas e eficiência operacional no fornecimento de produtos e serviços; · Reduz o número de fornecedores e trabalhar melhor com eles para se ter um relacionamento a longo prazo; · Desenvolve relacionamentos de reciprocidade e confiança com fornecedores e clientes; · Trabalha com fornecedores com o objetivo de criar uma logística mais eficiente; · Produz o que é necessário e se concentra nas ações que criam fluxo de valor; · Trabalha sempre visando à entrega de valor aos clientes. Pelas oito características, percebe-se que processos distintos compõem a SCM; são eles: planejamento, compras, produção e distribuição. Como apresenta a figura que segue. Elementos da cadeia de suprimento. Uma observaçãoimportante a ser feita é a direção das setas que representa a relação de troca dos elementos. Essa interrelação também nos diz que as empresas devem ter um processo de planejamento integrado que ultrapassa os limites internos das organizações, contemplando clientes e fornecedores. Daremos atenção, no entanto, às dimensões internas ao planejamento: comprar, produzir, distribuir, que não foram exploradas quando vimos a figura de estrutura da SC na introdução. Essas dimensões vão adquirir papel importante e terão estratégias próprias, de acordo com a organização. Vejamos algumas delas: · COMPRAR: seu caráter estratégico considera custo, qualidade e velocidade de resposta ao cliente. A coordenação desta atividade ressalta a importância das alianças e estabelecimento de relacionamentos duradouros com troca sistemática de informação com o intuito de se antecipar diante de qualquer imprevisto. · PRODUZIR: as estratégias de produção devem estar alinhadas à gestão de estoques. A escolha do sistema de produção adequado às características da SCM possibilita vantagem competitiva e redução de custos. · DISTRIBUIR: esta função abrange a gestão de estoques, o manuseio dos materiais e/ou produtos, transporte, armazenagem, análise de instalações, administração de pedidos, etc. A distribuição envolve custos altos, portanto, maximizar a capacidade de distribuição, reduzindo custos e aumentando a agilidade, é um desafio permanente para os gestores logísticos. MILK RUN Para a redução do custo e otimização da distribuição, existem várias estratégias que podem ser aplicadas. Uma delas é chamada de milk run, em português, “corrida do leite”, nomeada em função do começo da aplicação desta estratégia, quando os fazendeiros estipulavam suas rotas de forma a não cruzar o caminho e, no momento da entrega da garrafa de leite, eles também recolhiam garrafas vazias, que retornariam na próxima entrega. Portanto, aproveitavam a rota de entrega para também recolher a embalagem necessária para iniciar novo ciclo. Ou seja, o milk run envolve a integração dos elos da cadeia de suprimento bem como dos processos, de forma otimizada, gerando rapidez e auxiliando a fidelização do cliente. Na prática! Assista ao vídeo abaixo, que mostra o projeto milk run da Mobil que, na mesma rota que faz a distribuição ao cliente, aproveita para passar no fornecedor e abastecer o seu caminhão. Como já dissemos anteriormente, na integração dos elos logísticos, acontece também a integração dos fluxos de materiais e de informação. Quando falamos de informações, são todas as possíveis para que se agregue valor ao produto. Uma das principais informações vem, é claro, dos consumidores. O que os consumidores estão visando adquirir? Qual a fatia de mercado aquele determinado produto vai conseguir abarcar? Como a procura pelo produto vai se comportar? As respostas dessas perguntas são cruciais para diversas decisões logísticas a nível de cadeia de suprimento e só aparecem quando existe uma gestão de demanda eficiente e eficaz. 3. Gestão da demanda Para preparar as vendas, é intuitivo que as organizações tentem prever como o mercado vai reagir em relação a determinado produto, de forma que consiga atender aos pedidos da melhor maneira. Existem diversos estudos para analisar e prever a quantidade aproximada de vendas antes mesmo do lançamento do produto, na fase de desenvolvimento. Nesse momento, as empresas buscam identificar a percepção de valor do consumidor final e como ele pode ser transformado em oferta. Essa integração entre cliente e empresa, responsável pelo planejamento adequado da procura por produtos, é a gestão de demanda, que visa obter um equilíbrio entre o que o mercado requer e o que a produção pode fornecer. As necessidades dos clientes e a capacidade da empresa devem estar equilibradas, para obter como consequência a minimização das incertezas de oferta, demanda e auxiliar as decisões em nível de cadeia de suprimento. As incertezas conseguem ser anuladas? Não, principalmente, no momento em que vivemos de rápida atualização e obsolescência do produto. Mas, é possível uma previsão de demanda aproximada? Sim! A previsão da demanda refere-se a um processo metodológico com o objetivo de determinar dados futuros utilizando meios estatísticos, matemáticos, econométricos e até mesmo a subjetividade. Algumas informações devem ser consideradas pelo sistema de previsão: – Variáveis que podem afetar o comportamento das vendas no futuro; – Informações sobre comportamentos atípicos de vendas passadas; – Dados históricos de vendas; – Decisões da área comercial; – Situação econômica atual; – Atuação de concorrentes. Métodos de Previsão Os métodos de previsão são classificados em: métodos qualitativos e quantitativos. Na busca pelo equilíbrio de estoque, alinhado à gestão de demanda, desenvolveram-se dois sistemas de produção; a opção por um deles deve ser realizada a nível de Cadeia de Suprimento. A decisão a ser tomada é se a demanda será empurrada pelo fabricante ou puxada pelo cliente. Produção Empurrada é determinada a partir do comportamento do mercado. O nome do tipo de produção vem da ideia da empresa “empurrando” o produto aos consumidores que, uma vez apresentados aos produtos, despertam para a vontade de realizar a compra. Não existe relação com a real demanda dos clientes da empresa. Enquanto isso, a produção puxada é iniciada pelo consumidor, portanto, a operação do processo sabe exatamente a quantidade de produtos vendidos aos clientes, e que, naturalmente, saíram do estoque, e as produz para repor o consumo gerado. Dessa forma, entende-se que a ordem de pedido dos produtos é “puxada” pelos clientes, daí o nome do processo. Empurrado Puxado Objetivo Minimizar custo Maximizar nível de serviço Foco Alocação de recursos Capacidade de reação Estoques Altos Baixos Previsão de Demanda Intensa Pouca Defeitos Médios/ altos Médios/ altos Vejamos a comparação entre os sistemas no quadro que segue: O setor de Planejamento e Controle de Produção de empresas vem encontrando grandes desafios para aumentar a produtividade, reduzir estoques e operar com menores custos. Para alcançar o melhor sistema para elas, existem empresas que empregam os Sistemas Híbridos, onde parte de sua produção é puxada e parte empurrada. Outras aplicam a filosofia Just In Time, que não mantem estoque. Just in time (JIT) O JIT também é conhecido como Produção Enxuta ou Lean Manufacturing está relacionada com o sistema puxado, porém, não aborda somente a redução de estoques, mas também a gestão de qualidade, gestão de recursos humanos, organização do trabalho, aspectos da administração dos materiais, projeto do produto e arranjo físico, em função da redução de desperdícios e custos. Just In Time quer dizer produzir somente o que tenha demanda; é ter disponível o produto na quantidade que o cliente precise. É preciso receber a mercadoria em tempo hábil de atender o cliente. Nesta filosofia, Estoque Zero não significa deixar faltar, quer dizer zero de perda com produto guardado Saiba mais! Quer saber mais sobre o sistema que reduz os estoques a ZERO? Acesse o site: http://portallogistico.com.br/2014/10/13/jit-just-in-time-39781/ Conseguimos perceber, então, que na SCM a geração de renda é tão importante quanto a redução dos custos. Gerar receita quer dizer o quanto que a SCM impacta na satisfação dos clientes; reduzir custos representa o quanto a SCM impacta nos elos da cadeia. Para tanto, é preciso cuidado e zelo no planejamento e gestão da SC. 4. Planejamento e gestão Entender o que é a SCM, gestão de demanda e as características do seu processo produtivo é passo fundamental para que se saiba tomar decisão diante das necessidades identificadas da cadeia, visando sempre a melhoria como um todo. Vejamos algumas sugestões para otimizar a cadeia de suprimentos na logística: · Receber feedbacks por meio dos canais de atendimento ao cliente e aprimorar os processos; · Prever e planejar o equilíbrio entre a oferta e demanda; · Localizar os melhores fornecedores dematéria-prima; · Armazenar o produto. Essas quatro sugestões são possibilidades que podem ser postas em prática, ou não. De qualquer forma, todas elas estão envolvidas com os fatores chave de desempenho da cadeia de suprimento. Para a alavancagem da cadeia logística, no tocante a eficiência e a reposta ao cliente, são quatro os fatores-chave, de acordo com Chopra e Meindl (2003): · Estoque; · Transporte; · Instalações; · Informação. Para os autores, estes fatores, além de determinarem o desempenho da cadeia de suprimentos em relação à responsividade e eficiência, determinam se o alinhamento estratégico almejado foi alcançado. A partir da compreensão sobre os fatores de desempenho, conseguiremos desenvolver, para além das sugestões acima citadas, otimizações adaptadas para a realidade da empresa em que atuamos. Fator chave Consideração Decisão Estoque Alterações nas políticas de gestão de estoques influem diretamente na eficiência dos processos logísticos e na resposta ao cliente. Manter altos estoques (maior responsividade ao cliente, e aumento de custos) ou reduzir os estoques (diminuir a responsividade, mas reduz os custos). Transporte Diz respeito ao trâmite de mercadorias, de um ponto a outro na SCM e pode ser realizado por meio de combinação de vários tipos de modais e rotas, cada qual com características específicas de desempenho e custos. Além da escolha do tipo de modal a ser utilizado, os gestores optam pelo uso da frota própria ou terceirizada. Instalações Estão associadas aos locais onde os estoques são fabricados e/ou armazenados dentro da cadeia de suprimentos. Envolve decisões a respeito de localização, capacidade e flexibilidade das instalações que também influenciam diretamente o seu desempenho. Informação Refere-se aos dados ou análises a respeito dos outros fatores chaves, ou seja, estoque, transporte, instalações e inclui também informações sobre os clientes. Como vimos no tópico anterior, é preciso que exista a informação para que haja decisão. Auxilia as melhores tomadas de decisão dos outros fatores chaves. Vejamos algumas considerações a respeito desses fatores chaves: Dentro do planejamento e gestão da SCM, as decisões pontuadas no quadro são apenas alguns exemplos de trade-offs logísticos. Sabe o que é trade-off? Trade-off é o nome que se dá a uma decisão que consiste na escolha de uma opção em detrimento de outra. Para se tratar de um trade-off, o indivíduo deve, necessariamente, deixar de lado alguma opção em sua escolha. Assim como os que foram expostos, existem diversos outros trade-offs que os gestores de cadeia de suprimento precisam definir. Vejamos alguns deles, envolvendo nível de serviço, custos de previsão de demanda, transporte, armazenagem: Trade-offs logísticos. O que a Gol pode nos ensinar sobre trade-off? Sabia mais sobre a visão de mercado da empresa e sobre o Efeito Gol que aconteceu entre as linhas aéreas. Assista em: http://www.bimark.com.br/cras-ultricies-et-ibhi/ Além de decisões entre custo e benefício, os gestores devem estar atentos aos fatores externos que podem auxiliar no sucesso ou fracasso da SCM: – Mudanças nos mercados globais – mudanças no poder econômico de grupos e de nações constituem uma constante no mundo globalizado. Novos mercados exigem novos produtos e os clientes definem as características de produtos e serviços e o valor percebido. – Intensificação do uso da tecnologia da informação – a tecnologia da informação tem influenciado profundamente todos os processos da cadeia de suprimento, desde a forma pela qual os produtos são comercializados até a definição do canal de distribuição. – Ação do governo – regulamentações governamentais se apresentam como um fator determinante na forma como alguns produtos são produzidos comprados e distribuídos, se tornando barreiras comerciais de interesses particulares. – Questões ambientais – a preocupação com o meio ambiente, a reciclagem e o desenvolvimento de processos sustentáveis têm influenciado efetivamente a gestão da cadeia de suprimentos. Novos conceitos, como logística reversa, norteiam esta tendência e levam as empresas a repensarem seus processos de produção. Além desses fatores externos expostos anteriormente e dos fatores chave de SCM, que se fazem presentes em decisões internas da empresa, os trade-offs e a gestão da cadeia de suprimento sofre influência intensa de um conjunto de pessoas e/ou empresas que afetam ou são afetados pelas decisões que a norteia o meio em que ela está inserida. Por conseguinte, influenciam o alinhamento estratégico. Esses são os stakeholders. Stakeholders Os stakeholders, expressão que significa em português “partes interessadas”, são as pessoas físicas ou jurídicas que podem ser afetadas por um projeto ou empresa, de forma direta ou indireta, positiva ou negativamente. O mapeamento dos stakeholders permite reconhecer com quais públicos a empresa se relaciona, qual o tipo de relação e expectativas geradas permitindo identificar quais merecem uma aproximação estratégica. Vejamos agora alguns exemplos de stakeholders interno e externo.