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TCC cultura indigena

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1. INTRODUÇÃO
A diversidade cultural é uma das características mais marcantes e ricas do Brasil, e a cultura indígena desempenha um papel fundamental nessa diversidade. Reconhecer e valorizar essa cultura como parte essencial da identidade brasileira é não apenas uma tarefa educacional, mas um imperativo moral e social. Neste ensaio, abordaremos o subtema da cultura indígena brasileira no contexto da arte na escola, considerando a Base Nacional Comum Curricular, BNCC (BRASIL, 2017a) e a Lei 11.645/2008 (BRASIL, 2008b) como diretrizes fundamentais para essa inclusão.
A BNCC, instituída em 2017, estabelece diretrizes educacionais que visam garantir uma educação de qualidade, equitativa e inclusiva em todo o país. Entre suas diretrizes, está a obrigatoriedade de inclusão de temas relacionados à diversidade cultural brasileira, com destaque para a cultura indígena. Isso significa que as escolas têm a responsabilidade de incorporar conteúdos e abordagens que promovam o conhecimento e o respeito pelas culturas indígenas em seu currículo (BRASIL, 2017a)
No seu artigo 1º. versa que haverá nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. Deverá incluir diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (BRASIL, 2008b)
A referida lei (BRASIL, 2008b), reforça essa obrigatoriedade ao estabelecer que a história e a cultura indígena sejam conteúdos obrigatórios nos currículos escolares de todas as escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio. Ela determina que os conteúdos programáticos incluam o estudo da história e da cultura indígena, com ênfase nas culturas indígenas brasileiras, garantindo sua visibilidade e respeito, de forma que a educação escolar inclua os mais diversos aspectos culturais indígenas, resgatando as contribuições dos povos originários e diminuindo a diferenças que a cultura nacional tem derivada na sua relação com essas situações. 
O público-alvo deste artigo são os professores e estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental. Os objetivos principais são: promover a reflexão ao incentivar os educadores e estudantes a refletirem sobre a importância da inclusão da cultura indígena no currículo escolar, através da fundamentação teórica de especialistas e determinações legais; sensibilizar sobre a diversidade cultural brasileira, com ênfase na cultura indígena, e sua relevância para a identidade nacional. E também apresentar sugestões, como oferecer práticas de como abordar o tema da cultura indígena em salas de aula do 8º ano, alinhadas com as diretrizes da BNCC (BRASIL, 2017a) e da Lei 11.645/2008 (Brasil, 2008). 
A arte desempenha um papel crucial na construção da identidade cultural de um país. Através da música, dança, pintura, escultura e outras manifestações artísticas, uma nação expressa suas tradições, valores e histórias. No contexto brasileiro, a cultura indígena é um componente essencial dessa riqueza artística e cultural (BERTOLOTO et al, 2017). 
No 8º ano do Ensino Fundamental, a inclusão da cultura indígena no currículo pode ser desempenhada de diversas formas. Pode-se, por exemplo, explorar a música indígena, apresentando instrumentos tradicionais e cantos ancestrais. A pintura indígena também pode ser abordada, incentivando os estudantes a criar suas próprias obras inspiradas em símbolos e padrões indígenas. Além disso, o estudo da história e dos costumes indígenas pode ser integrado às aulas de História e Geografia, proporcionando uma compreensão mais ampla e contextualizada.
A justificativa para a inclusão da cultura indígena no currículo escolar do 8º ano é clara e contundente. Primeiramente, trata-se de uma obrigação estabelecida pela BNCC e pela Lei 11.645/2008, que visam promover uma educação inclusiva e respeitosa com a diversidade cultural brasileira. Além disso, a valorização da cultura indígena contribui para a formação de cidadãos conscientes, críticos e respeitosos com as diferenças culturais, fortalecendo os laços de identidade e pertencimento à nação.
A inserção da cultura indígena nas aulas de 8º ano, especialmente no contexto da arte, oferece uma oportunidade única para os estudantes conhecerem e apreciarem as contribuições culturais desse grupo étnico à sociedade brasileira. Além disso, ela promove uma compreensão mais profunda da diversidade cultural do Brasil e incentiva o respeito pelas diferentes formas de vida e expressão cultural presentes em nosso país. Portanto, este trabalho busca contribuir para a compreensão da importância da inclusão da cultura indígena no currículo, oferecendo orientações práticas para sua abordagem em sala de aula, de acordo com as diretrizes da BNCC e da Lei 11.645/2008. É um convite à reflexão e à ação, visando não apenas o cumprimento da legislação, mas também a construção de uma sociedade mais inclusiva, diversa e consciente de sua rica herança cultural. É uma oportunidade de reconhecer que a cultura indígena é parte indissociável da identidade brasileira e que sua valorização é um passo crucial em direção a um futuro mais justo e igualitário (COSTA et al, 2022).
2. DESENVOLVIMENTO
A inclusão da cultura indígena no currículo escolar, particularmente no ensino de artes do 8º ano, é um imperativo educacional e um gesto de respeito à diversidade cultural que define a identidade do Brasil. Essa inclusão é respaldada por uma fundamentação teórica sólida, bem como por determinações legais específicas, que reconhecem a relevância desse tema na formação dos estudantes e na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva (COSTA & VIDAL, 2022).
Primeiramente, a Constituição Brasileira, em seu artigo 210, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei 9.394/96, em seu artigo 26-A, estabelecem claramente a obrigatoriedade do ensino da história e cultura indígena nas escolas. Isso significa que a inclusão da cultura indígena no currículo não é apenas uma opção, mas um requisito legal que todas as instituições de ensino devem cumprir. Portanto, é imperativo que o ensino de artes do 8º ano leve em consideração essas disposições legais (BRASIL, 2008b; BRASIL, 2017a; COSTA & VIDAL, 2022).
Além das determinações legais, a inclusão da cultura indígena é respaldada por uma base teórica sólida. Especialistas em estudos indígenas, antropologia e educação intercultural argumentam que a incorporação desses conteúdos enriquece a formação dos estudantes em diversos aspectos. Primeiramente, ao conhecer a cultura indígena, os estudantes compreendem a história do país, os desafios enfrentados pelos povos indígenas e a importância da preservação de suas tradições. Isso contribui para uma formação cidadã mais completa e consciente, capacitando os estudantes a atuarem como agentes de mudança na sociedade (OLIVEIRA & SANTOS, 2019)
 No contexto do ensino de artes, a cultura indígena oferece uma vasta riqueza de expressões artísticas, incluindo pinturas, cerâmicas, música, dança e artesanato. Essa diversidade artística é uma fonte inestimável de inspiração para os estudantes, permitindo-lhes explorar novas formas de expressão criativa. Incorporar elementos da cultura indígena nas aulas de artes não apenas enriquece o currículo, mas também promove a valorização da diversidade cultural presente no Brasil (COSTA & VIDAL, 2018).
É fundamental ressaltar que a abordagem desse tema deve ser feita com sensibilidade e respeito à preservação da cultura indígena. Estereótipos e interpretações distorcidas devem ser evitados, e é importante valorizar a voz e a perspectiva dos próprios indígenas ao discutir sua cultura (COSTA & VIDAL, 2018).
Além disso,para promover uma compreensão mais profunda e significativa da cultura indígena, atividades práticas e interativas podem ser incorporadas ao ensino, como visitas a comunidades indígenas, exposições de arte indígena, e a criação de trabalhos artísticos inspirados na cultura indígena pelos estudantes (COSTA & VIDAL, 2018).
A partir disso, segundo Vidal e Costa (2018), avaliação contínua do impacto da inclusão da cultura indígena no currículo é crucial. Isso pode ser feito por meio da coleta de feedback dos estudantes e da análise dos resultados acadêmicos. Essa avaliação constante permite ajustes e melhorias ao longo do tempo, garantindo que o ensino da cultura indígena seja eficaz e significativo. Incluindo contribuições teóricas de alguns autores ligados à arte educação. A saber, alguns deles:
2.1 Ana Mae Barbosa
Ana Mae Barbosa é uma figura proeminente no campo da Educação Artística no Brasil. Nascida em 1943, essa renomada educadora, pesquisadora e autora dedicou grande parte de sua carreira ao desenvolvimento de métodos pedagógicos inovadores que promoviam a valorização da cultura indígena nas artes e na educação como um todo. Suas contribuições têm sido fundamentais para fomentar uma compreensão mais profunda da riqueza e diversidade das culturas indígenas brasileiras e sua integração no contexto educacional (PIMENTA, 2018). 
Uma das maiores contribuições de Ana Mae Barbosa é o desenvolvimento do "Método Triangular". Este método, é utilizado nos PCN’s de Arte (Parâmetros Curriculares Nacionais) amplamente conhecido e divulgado em escolas e universidades de todo o Brasil, propõe a interconexão de três elementos-chave no ensino da arte: o fazer artístico, o apreciar e o contextualizar. Dentro desse contexto, Ana Mae Barbosa enfatiza a importância de contextualizar as obras de arte e os processos criativos dentro de uma perspectiva cultural e histórica mais ampla (BARBOSA, 2015).
Ana Mae Barbosa tem sido uma fervorosa defensora da inclusão da cultura indígena no contexto do Método Triangular. Ela argumenta que as manifestações artísticas indígenas são expressões autênticas e profundas de suas culturas e, como tal, devem ser valorizadas e incorporadas ao ensino da arte. Isso inclui a exploração de elementos como a pintura corporal, a arte plumária, a cerâmica, a música e a dança indígena nas atividades artísticas escolares (PIMENTA, 2018).
Ana Mae Barbosa promove o diálogo interdisciplinar e intercultural como um meio de enriquecer o ensino da cultura indígena nas artes. Ela defende que os estudantes devem ser incentivados a explorar a diversidade cultural do Brasil por meio de projetos artísticos que abordem temas indígenas em conjunto com disciplinas como história, antropologia e geografia. Essa abordagem multidisciplinar permite que os alunos compreendam as culturas indígenas de maneira mais profunda e contextualizada.
Além de suas contribuições teóricas, Ana Mae Barbosa também produziu uma série de livros, artigos e materiais didáticos que apoiam o ensino da cultura indígena nas artes. Seus textos oferecem orientações práticas para educadores específicos em implementar abordagens interculturais e interdisciplinares em suas aulas de arte (PIMENTA, 2018).
O trabalho de Ana Mae Barbosa deixou um legado duradouro no campo da educação artística e da valorização da cultura indígena. Sua dedicação à promoção do diálogo intercultural e à valorização das expressões artísticas indígenas contribuiu para uma maior compreensão da diversidade cultural do Brasil e para a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa (BARBOSA, 2015).
Em resumo, Ana Mae Barbosa é uma figura notável que desempenhou um papel crucial na promoção do ensino da cultura indígena nas artes. Seu Método Triangular, seu compromisso com o diálogo interdisciplinar e intercultural, e sua produção de conteúdo educacional têm enriquecido o currículo de arte nas escolas e universidades brasileiras, garantindo que uma cultura indígena seja reconhecida e valorizada como parte integrante da rica tapeçaria cultural do Brasil.
A arte indígena é uma manifestação única de expressão cultural. Ao incorporá-la ao ensino de arte, estamos proporcionando aos alunos a oportunidade de entender e apreciar as diferentes formas de expressão artística que enriquecem a nossa sociedade multicultural
2.2 Lévi-Strauss
Claude Lévi-Strauss, um dos mais influentes antropólogos do século XX, deixou um legado duradouro ao promover o entendimento e a valorização da cultura indígena em todo o mundo. Suas contribuições transcenderam os limites da antropologia e desempenharam um papel crucial no ensino da cultura indígena na Educação Artística. Este texto se propõe a explorar as principais contribuições de Lévi-Strauss nesse contexto, destacando suas ideias e algumas de suas especificações mais importantes (DESCOLA, 2009).
Uma das contribuições mais importantes de Lévi-Strauss foi o desenvolvimento do método estruturalista na antropologia. Ele argumentava que as culturas podiam ser entendidas por meio de estruturas básicas que organizavam sistemas simbólicos e práticas culturais. Essa abordagem foi aplicada à arte indígena, revelando a complexidade e a profundidade das manifestações artísticas desses povos (ALMEIDA, 2008).
Lévi-Strauss via a arte como um meio de expressão cultural intrinsecamente ligado à vida cotidiana das comunidades indígenas. Suas análises exploraram como os padrões artísticos, a iconografia e o simbolismo presentes nas criações indígenas refletiam os sistemas de significado dessas culturas (ALMEIDA, 2008; DESCOLA, 2009).
Lévi-Strauss desafiou os estereótipos eurocêntricos que viam as culturas indígenas como "primitivas". Ele argumentava que a arte indígena era uma forma de pensamento visual altamente elaborada, com sistemas simbólicos tão sofisticados quanto os da arte europeia. Ele ressaltou que a compreensão da arte indígena refletiu uma apreciação de sua complexidade cultural, incluindo mitos, rituais e sistemas de parentesco (LÉVIS-STRAUSS, 1996).
Para Lévi-Strauss, os objetos culturais e a arte indígena eram veículos essenciais para a compreensão da cultura. Ele via artistas indígenas, como máscaras, totens, cestos e cerâmica, como portadores de significado simbólico profundo. Esses objetos eram vistos como elementos-chave para decifrar a estrutura de pensamento de uma sociedade indígena.
Ele argumentou que a arte indígena estava intrinsecamente ligada a mitos e rituais que eram centrais para a compreensão do cosmos e da identidade cultural. Portanto, o ensino da cultura indígena nas artes deveria incluir não apenas a análise estilística da arte, mas também sua inserção em um contexto cultural mais amplo (LÉVIS-STRAUSS, 1996).
Claude Lévi-Strauss deixou um legado remanescente no campo da antropologia e no entendimento da cultura indígena. Suas contribuições foram fundamentais para promover uma apreciação mais profunda das expressões artísticas desses povos e para desafiar estereótipos preconceituosos. Seu método estruturalista, sua ênfase na valorização da complexidade cultural e sua visão da arte como universal são fundamentais para o ensino da cultura indígena nas artes e para a compreensão da riqueza da diversidade cultural em todo o mundo.
2.3 Paulo Freire
Paulo Freire, o renomado pedagogo brasileiro, é amplamente conhecido por suas contribuições à pedagogia crítica e à educação libertadora. Embora seu trabalho não se concentre especificamente no ensino da cultura indígena nas artes, suas ideias e abordagens pedagógicas oferecem um aprendizado sólido para incorporar tradições indígenas de maneira respeitosa e inclusiva na Educação em Artes. Neste texto, será examinado as contribuições de Paulo Freire, cita-se algumas de suas ideias essenciais e sugeriremos formas de abordar o ensino da cultura indígena nas artes sob a perspectiva de Freire.
Pedagogia do Oprimido (FREIRE, 2019) é a obra mais influente de Paulo Freire, "Pedagogia do Oprimido", dinâmica o conceito de uma educação libertadora que capacita os estudantes a compreenderemcriticamente sua realidade e a transformá-la. Essa abordagem é relevante para o ensino da cultura indígena, pois valoriza a voz e a perspectiva dos estudantes, incluindo aqueles de origens indígenas, em vez de importantes visões pré-concebidas.
Paulo Freire enfatizava a importância do diálogo e da interação entre professor e aluno. Ao abordar uma cultura indígena, ele encorajaria a criação de espaços de diálogo que permitissem aos estudantes indígenas compartilhar suas próprias experiências e conhecimentos culturais, promovendo um entendimento mais profundo.
 A contextualização do ensino é central na pedagogia freiriana. Para ensinar uma cultura indígena nas artes, os professores podem contextualizar as obras de arte indígenas dentro de suas culturas e histórias, ajudando os estudantes a entender o significado e o propósito por trás das expressões artísticas. Paulo Freire dizia que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção (FREIRE, 2021).
Em resumo, Paulo Freire oferece uma base teórica e prática para o ensino da cultura indígena na educação artística, enfatizando o diálogo cultural, a valorização da diversidade e a promoção de uma educação crítica e emancipatória. Suas contribuições são essenciais para construir pontes entre diferentes culturas e promover o respeito pela riqueza da herança cultural indígena.
Assim, a inclusão da cultura indígena na educação de artes é respaldada por teóricos renomados como Ana Mae Barbosa, Lévi-Strauss e Paulo Freire. Suas contribuições teóricas, aliadas a pesquisas científicas, evidenciam a relevância desse enfoque para promover a diversidade cultural e enriquecer a formação dos alunos. Portanto, a inclusão da cultura indígena no currículo escolar é essencial para construir uma educação mais inclusiva e sensível à riqueza cultural do Brasil.
3. CONCLUSÃO
Por fim, a avaliação contínua do impacto da inclusão da cultura indígena no currículo é crucial. Isso pode ser feito por meio da coleta de feedback dos estudantes e da análise dos resultados acadêmicos. Essa avaliação constante permite ajustes e melhorias ao longo do tempo, garantindo que o ensino da cultura indígena seja eficaz e significativo.
A inclusão da cultura indígena no ensino de artes do 8º ano não apenas atende às exigências legais, mas também enriquece a educação dos estudantes, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente da diversidade cultural do Brasil.
A inclusão da cultura indígena no currículo escolar do 8º ano é respaldada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e pela Lei 11.645/2008. Este artigo destaca a importância dessa inclusão, promovendo a reflexão entre educadores e estudantes. A cultura indígena, vital para a diversidade cultural brasileira, é um componente fundamental da identidade nacional. Na disciplina de Artes, pode ser abordada por meio da música, pintura, escultura e história indígena. A obrigatoriedade legal, aliada à promoção da educação inclusiva e ao respeito à diversidade cultural, torna essa inclusão imperativa. Ela contribui para formar cidadãos conscientes, respeitosos e enriquecedores a compreensão dos estudantes sobre a diversidade cultural do Brasil.
O ensino da Cultura Indígena na disciplina de Artes, é uma oportunidade para promover a cidadania, o respeito à diversidade e o desenvolvimento de habilidades artísticas, tudo ao mesmo tempo em que se honra a riqueza cultural herdada dos povos indígenas do país. De forma que seja contada a história de outra forma, aquela ainda não vista, quebrando tabus e ressignificando a verdadeira história dos Povos Originários.
Trabalhos futuros. Em relação a trabalhos futuros sobre a inclusão da cultura indígena no ensino de artes, existem diversas áreas de pesquisa e aprofundamento que merecem atenção: 
1. Desenvolvimento de Materiais Didáticos: Uma área de grande relevância é a criação de materiais didáticos específicos que auxiliam os professores a abordar a cultura indígena de maneira eficaz e envolvente nas aulas de artes. Isso inclui a elaboração de livros, guias, vídeos e recursos digitais que fornecem informações precisas e atividades práticas para os estudantes.
2. Integração Interdisciplinar: Explorar estratégias para uma maior integração entre as disciplinas de artes e outras áreas do currículo, como história, geografia e literatura, para promover uma compreensão mais completa e contextualizada da cultura indígena.
3. Colaboração das Comunidades Indígenas: Estabelecer parcerias e colaborações diretas de algumas comunidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. C. X. Claude Lévi-Strauss e três lições de uma ciência primeira. Revista Cronos, v. 9, n. 2, 2008.
BERTOLOTO, J. F.; CAMPOS, M.G.; MONTEIRO, E.S. Revista Brasileira de Educação Pública. O ensino da arte na construção de uma identidade cultural no Brasil. 26(2) 583-601, maio de 2017.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 mar. 2008. Disponível em: hhttps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em 20 de setembro de 2023.
_______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017
COSTA, F. R. A,; VIDAL, F. S. L. Artes indígenas no ensino das artes visuais: uma revisão bibliográfica a partir da produção da pós-graduação brasileira. Palíndromo, 14 (34), p. 249-268, julho de 2022.
DESCOLA, P. Claude Lévi-strauss, uma apresentação. Estudos avançados, v. 23, p. 148-160, 2009.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. Paz e Terra, 2021.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 84ª ed. Paz e Terra, 2019.
LÉVI-STRAUSS, C. Tristes Trópicos. Companhia das Letras, 1996. 
OLIVEIRA, J. P.; SANTOS, R. C. M. De Acervos Coloniais aos Museus Indígenas. v. 5, n. 4 p. 337-365, 2019.
PIMENTA, S. M. F. Aprender (com) a arte com base na proposta triangular de Ana Mae Barbosa. 2018. Tese de Doutorado.

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