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@cursometas @marcusliraprof Você está diante de uma material gratuito que consiste em um resumo doutrinário da Parte Geral de Direito Penal (Direto ao Ponto). Antes de tudo siga nossas redes sociais: @cursometas @marcusliraprof O método de estudo em Metas, criado pelo Prof. Marcus Lira. No curso Metas da Aprovação você encontrará o necessário para a sua aprovação acompanhado pela nossa mentoria. Nosso estudo consiste na soma dos elementos da fórmula da aprovação: Lei Seca + Doutrina + Mapa Mental + Questões Comentadas. Certo é que haverá dias em que você realizará simulados com o devido controle de progressão. Fique atento ao cronograma disponível na área do aluno, principalmente nos dias de revisão e em relação aos próprios simulados. Cada dia tem sua importância na construção do conhecimento para a sua aprovação na 1ª Fase do Exame da Ordem. Você não está só nessa jornada, estamos juntos até o fim. Aproveite os estudos ao máximo. TREINO DURO, JOGO FÁCIL. @cursometas @marcusliraprof Sumário 1. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO PENAL ............................................................. 4 2. LEI PENAL NO TEMPO ..................................................................................................... 7 3. LEI PENAL NO ESPAÇO .................................................................................................. 10 4. TEORIA DO CRIME (DELITO) .......................................................................................... 13 5. CONCURSO DE PESSOAS ............................................................................................... 25 6. APLICAÇÃO DA PENAL .................................................................................................. 29 7. CONCURSO DE CRIMES: ................................................................................................ 33 8. LIMITES E UNIFICAÇÃO DA PENA .................................................................................. 36 9. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENAL – SURSIS PENAL ............................................... 37 10. LIVRAMENTO CONDICIONAL DA PENA ......................................................................... 38 11. EFEITOS DA CONDENAÇÃO ........................................................................................... 39 12. REABILITAÇÃO CRIMINAL ............................................................................................. 42 13. CAUSAS DE EXTIÇÃO DA PUNIBILIDADE ....................................................................... 44 @cursometas @marcusliraprof 1. PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO PENAL 1.1 Princípio da Legalidade: CF: art. 5º XXXIX e CP: art. 1º. “ Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal” – nollum crimem, nulla poena sine preavia lege. Para que eu possa condenar e aplicar uma sanção penal a determinada pessoa, há a necessidade de ter uma prévia cominação legal (uma lei criada pelo congresso nacional). OBS. Lei Estadual e Municipal não pode criar lei penal. Somente Lei Federal por meio do Congresso Legal. Aqui decorre o princípio da anterioridade, que afirma que a lei só é aplicado a casos praticados após a entrada em vigor da lei. Quais as Funções do Princípio da Legalidade: 1) Proibir a retroatividade da lei penal (maléfica): se for prejudicial ao réu, não pode retroagir. 2) Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes: somente por Lei Federal é possível, há a necessidade de um processo legislativo. 3) Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas. a) Analogia in mallam partem: Não é possível em prejuízo do réu – Ex. art. 28 da Lei de Drogas, que utiliza a portaria do Ministério da Saúde que vai considerar quais são as substâncias ilícitas. Assim, a cola de sapateiro não está inserida da portaria do MS. Logo, tal substância não pode ser considerada ilícita utilizando a analogia. b) Analogia in bonam partem: é possível em favor do réu – Ex. art. 181 do CP (Escusa Absolutória). O CP não fala em companheiro, mas tão somente em cônjuge. Assim, aquele é mantem união estável pode ser aplicada a mesma escusa com base na analogia por ela ser benéfica. 4) Proibir incriminações vagas e indeterminadas: não pode criar tipo penal vago ou muito aberto. @cursometas @marcusliraprof 1.2 Princípio da Adequação Social Significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. Ex. Furar a orelha de bebê recém-nascida para colocar brinco – embora seja lesão corporal, mas é considerada atípica por conta da adequação social. 1.3 Princípio da Responsabilidade Pessoal Art. 5º, XLV, CF – Nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Obs. Ler o dispositivo inteiro. 1.4 Princípio da Individualização da Penal Art. 5º, XLVI, CF – Significa que deve ser obedecida as 3 fases: Fase Legislativa, Fase de Sentença e Fase de Execução. Não pode generalizar, deve-se analisar sempre cada caso em concreto. 1.5 Princípio da Insignificância/Bagatela Tipicidade Penal = Tipicidade Formal (adequação da conduta ao tipo penal) + Tipicidade Material (lesão relevante ao bem jurídico tutelado). Ex. um agente subtrai uma barra de sabonete em supermercado – a condutada se adequa a Tipicidade Formal (art. 155 do CP – Furto), mas não há Tipicidade Material, pois não houve lesão relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja, lesão insignificante. Assim, a conduta será atípica. Ou seja, o princípio da insignificância está ligado a falta de Tipicidade Material. Vetores do STF (requisitos): • Mínima ofensividade da conduta do agente; • Nenhuma periculosidade social da ação; • Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento do agente; • Inexpressividade da lesão jurídica provocada. Normalmente é aplicado em crimes patrimoniais sem violência ou grave ameaça, ex. furto. Não é possível em crimes funcionais, crimes com violência. Obs. E em crimes Fiscais? É possível aplicar tal princípio no crime de Descaminho no caso de até R$ 20.000,00 de sonegação, tanto o STF quanto o STJ entendem dessa forma, embora em momento anterior já houve divergência em relação ao @cursometas @marcusliraprof valor máximo. Importante ressaltar que esse valor se refere a tributação e não ao valor da compra. @cursometas @marcusliraprof 2. LEI PENAL NO TEMPO: A regra geral é que a Lei Penal não retroage – irretroatividade. Porém, pode retroagir em benefício do réu - Art. 5º, XL, CF e art. 2º, parágrafo único do CP. 2.1 Princípio da Extratividade Lei Penal a) Retroatividade: Vamos supor que temos um Lei X em que a pena é de 3 a 5 anos (data do fato; Posteriormente vem uma Lei que altera a pena para de 1 até 2 anos (data da sentença). Qual a lei aplicada? A lei mais benéfica. Assim ela pode retroagir. Vamos supor que temos um Lei X em que a pena é de 3 a 5 anos (data do fato e sentença); Posteriormente a sentença já transitou em julgado e ele já está cumprindo a pena quando vem um Lei nova que altera a pena de 1 a 2 anos. Qual a lei vai ser aplicada? A mais benéfica, ainda que transitado em julgado. Nesse caso, quem aplica é o juiz da execução da penal. b) Ultratividade: Vamos supor que tem uma Lei X cuja pena é de 2 a 4 anos; Posteriormente, durante a instrução do processo, quando a pessoa estava sendo processada vem uma lei nova que altera a pena para de 3 a 7 anos. Assim, o juiz vem a sentenciar. Qual a legislação aplicada? A mais benéfica, uma vez que na época do fato tinha uma leimais benéfica. Situação da Aplicação da Lei Penal no Tempo: • Novatio legis incriminadora: lei nova que surge para incriminar uma conduta que antes não existia. Ex. art. 24-A da Lei Maria da Penha (Descumprimento de Medida Protetiva) foi criado em 2021. Vamos supor que em 2017 um determinado agente descumpriu uma medida protetiva. Assim, essa nova lei incriminadora não vai retroagir, pois não beneficia o réu. • Novatio legis in mellius/lex mitior: uma nova lei que vem beneficiar. Ex. art. 24 da 11.343/06 – o art. 14 da antiga lei previa a pena de detenção, porém com a redação na nova lei passou a prever a figura do usuário (embora seja crime, mas não há mais privação de liberdade – há apenas pena de advertência, medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo e prestação de serviço a comunidade). Assim, não houve descriminalização, mas sim a descarcerização. @cursometas @marcusliraprof Visto isso, aplica-se a lei nova, uma vez que ela é mais benéfica, podendo ela retroagir a fatos anteriores a vigência da lei, desde que esteja ainda cumprindo pena. Competência para aplicação da Lex Mitior: em sede de execução de pena (após trânsito em julgado da sentença penal condenatória) - Ler Súmula 611 do STF. • Novatio legis in pejus (lex gravior): é uma lei nova que surge para agravar a situação do réu de uma lei que já era existente – ela não retroage. Ex. Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) – O estupro já era crime, mas após o crime ser considerado hediondo, houve consequências mais graves. Assim, caso o fato tenha sido anterior a lei de crimes hediondos, a nova lei não retroage, uma vez que agrava a situação do réu. • Abolitio Criminis: art. 107, III do CP – surge para descriminalizar um comportamento que antes era crime – é causa de extinção da punibilidade. Ex. Crime de Adultério -art. 240 do CP que foi regado em 2005 – Digamos que o marido chegou em casa e pegou a esposa com outro cara na época que a lei estava em vigor. Porém, houve o abolitio criminis, vindo a deixar de ser crime a conduta de adultério. Ou seja, o processo vai ser extinto ou a pena em caso de condenação com trânsito em julgado. ATENÇÃO: O abolitio criminis extingue os efeitos penais, mas não extingue os efeitos extrapenais. Assim, o marido pode na espera civil buscar indenização pelo prejuízo causado pelo adultério. c) Lei Penal no Tempo e Crime Permanente ou Continuado: Crime Permanente: Ex. Crime de sequestro; Crime de Extorsão Mediante Sequestro (crime formal – se consuma no momento do sequestro, independentemente do recebimento do valor do resgate) Súmula 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. Ex. Imagine que quando a vítima foi sequestrada a pena era de 7 a 10 anos; durante o período que a vítima estava em cativeiro vem uma lei nova que aumenta a pena de 11 a 20 anos. Após isso, a polícia descobre o cativeiro e salva a vítima. Na hora da sentença, qual a pena a ser aplicada? – Conforme a súmula 711, aplica-se a lei mais grave. @cursometas @marcusliraprof d) Lei Excepcional e Lei Temporária: Art. 3º do CP - O tempo de duração de uma Lei Excepcional dura enquanto durar a excepcionalidade. Já a Lei Temporária tem um prazo pré-estabelecido no próprio corpo da lei. Ambas, normalmente são mais graves. Aqui se aplica a ultratividade. Ex. Vamos supor que uma determina Lei a pena era de 6 a 12 anos para o envenenamento de água potável; Agora o poder legislativo cria uma Lei Excepcional por conta de uma determinada situação de escassez de água vindo a agravar a pena para de 12 a 20 anos. Assim, um jeito, durante a vigência da lei excepcional vem e envenena água potável. Após a vigência da Lei Excepcional, volta a vigorar a lei anterior com a pena de 6 a 12 anos, bem na época do julgamento dessa pessoa. Qual a pena a ser aplicada? – Nesse caso vai ser a pena da Lei Excepcional – aplicando a Ultratividade, não importando se a lei excepcional seja benéfica ou não. e) Do Tempo do Crime: art. 4º do CP. Quando o Crime é considerado praticado? • Teoria da Atividade: o crime é considerado praticado no momento da ação ou omissão. • Teoria do Resultado: o crime é considerado praticado no momento do resultado. • Teoria da Ubiquidade: é considerado praticado tanto no momento da ação ou omissão, quanto no momento do resultado. Assim, o Código Penal adota a TEORIA DA ATIVIDADE. Ex. um menor de idade praticou um determinado crime, porém só foi julgado quando era maior. Aplicando-se a Teoria da Atividade, ele será considerado menor de idade, uma vez que praticou o crime ainda menor, não importando quando ele vem a ser julgado. ATENÇÃO: Muito cuidado com os Crimes Permanentes e Continuados que já foi visto acima. Ex. Nesse mesmo caso, se fosse crime de sequestro (crime permanente), ele será julgado como maior de idade, aplicando a Súmula 711 do STF, conforme visto anteriormente. @cursometas @marcusliraprof 3. LEI PENAL NO ESPAÇO: Onde o Crime é considerado praticado? Qual o local do Crime? – art. 6° do CP. • Teoria da Atividade: considera-se praticado o crime no local da ação ou omissão. • Teoria do Resultado: considera-se praticado o crime no local do resultado. • Teoria da Ubiguidade: considera-se praticado o crime tanto no local da ação ou omissão, quanto no local do resultado. O Código Penal Brasileiro adota a TEORIA DA UBIGUIDADE. Ex. Digamos que uma pessoa levou um tiro no centro de São Paulo (local da ação), ela foi socorrida e levada para uma cidade vizinha onde ela chegou a óbito (resultado). Nesse caso, considera-se tanto o local da ação quanto o do resultado. ATENÇÃO: não estamos falando aqui no tema de Competência que é visto em Processo Penal no art. 70 do CPP. Muita atenção na pergunta se for de acordo com Código Penal ou conforme Código de Processo Penal. a) Territorialidade da Lei Brasileira: Art. 5º do CP – o Código Penal é aplicado a todos os crimes cometidos no território nacional, em regra. Princípios referentes a territorialidade: • Princ. Da Territorialidade absoluta – aplicação da regra visto acima. • Princ. Da Territorialidade relativa/temperada – admite-se exceções a regra geral, conforme se observa no texto do art. 5º do CP (regras de direito internacional, convenções e tratados) – Portanto, pode chegar a ter lei penal brasileira aplicada a caso ocorrido no estrangeirou ou aplicação de lei estrangeira aplicada a caso praticado no Brasil. Cuidado com a extensão do Território Nacional que se encontra no art. 5º, § 1º do CP – embarcações e aeronaves brasileiras (natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem) e aeronaves e as embarcações brasileiras (mercantes ou de propriedade privada, que se achem respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar). Assim, se o Navio ou Aeronave privados (brasileiros) estiverem em mar territorial ou espaço aéreo estrangeiro, aplica-se a lei do país onde se encontrem; Já se elas se encontrarem em alto-mar, submetem-se a lei do país cuja bandeira @cursometas @marcusliraprof ostentam; se tiverem em mar territorial ou espaço aéreo brasileiro aplica-se a lei brasileira. Obs.: Embaixada é extensão do território que representa? – A embaixada é considerada Inviolável (Convenção de Viena de 1965). Ou seja, não é extensão, porém é Inviolável. Conforme art. 5º, § 2º do CP, aplica-se a lei brasileiro em crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras e propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Competência da Justiça Federal nesse caso. b) Extraterritorialidadeda Lei Penal Brasileira: Seria quando é aplicável a Lei Penal Brasileira a crimes praticados no estrangeiro. Quais as Formas de Extraterritorialidade: • Incondicionada: art. 7º, I do CP. a) Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (princípio real/da defesa). b) Crime contra o patrimônio ou a fé pública dos entes federativos (U, DF, E e M), de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo poder público (princípio real/da defesa). c) Contra a Administração Pública, por quem está a seu serviço (princípio real/da defesa) d) Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil (princípio da justiça universal). Observação: tem outra hipótese que não está no Código Penal – Art. 2º da Lei de Tortura (Lei 9.455/97) – Sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira aplica-se a lei de tortura. • Condicionada: Art. 7º, II e § 3º do CP (condições: §2º e alíneas “a” e “b” do §3º do art. 7 do CP). a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (princípio da justiça universal) b) Praticados por brasileiro (princípio da nacionalidade ativa). @cursometas @marcusliraprof c) Praticados em aeronaves ou embarcações brasileira, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não seja julgado (princípio da representação). Mas quais são as condições? – são requisitos cumulativos. I) Entrar no território nacional II) Ser o crime punível também no país em que foi praticado. III) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza extradição. IV) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena. V) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. @cursometas @marcusliraprof 4. TEORIA DO CRIME (DELITO) Conceito Analítico de Crime: é a soma de: Fato Típico + Ilícito + Culpável. I. Assim, começaremos pelo FATO TÍPICO: Fato Típico: a) Conduta: Ação (crimes comissivos) e Omissão (crimes omissivos) Espécies de Crimes Omissivos: b.1) Omissivo Próprio (puro, simples): sempre que você identificar um tipo penal que incrimina a omissão (o não fazer). Ex. art. 244 (abandono material), art. 246 (abandono intelectual) art. 135 do CP – Omissão de Socorro (Deixar de prestar assistência ...). Ele se consuma com a simples omissão. b.1) Omissivo impróprio (comissivo por omissão, omissivo qualificado): não é qualquer pessoa que pode cometer, só pode cometer tal crime um grupo de pessoas em específico, o garantidor - art. 13, § 2º do CP. Aqueles que tem obrigação de cuidar e proteger – podia e devia agir (ex. os pais, policiais, bombeiros – são garantidoras por previsão legal). Ex. Pai que esquece criança dentro do carro e criança morre asfixiado. Nesse caso ele responde por Homicídio Culposo por conta da sua omissão (negligência). Outro exemplo, vamos supor que uma mulher passeando pela rua encontra uma criança chorando dentro de um carro com falta e ar. Em ato contínuo ela segue caminho e nada faz. Aqui, essa mulher não é garantidora, logo ela responderia tão somente pelo crime de Omissão de Socorro. Tem temos aquele que assumiu a responsabilidade de garantir o resultado (guia turístico, babá). Ex. de prova – uma mãe deixa uma criança sob a responsabilidade de outra pessoa enquanto ela ia no banheiro, ao voltar a mãe encontrou a criança boiando afogada na piscina por conta da negligência daquela que estava olhando e tinha se distraído. Nesse caso a pessoa que estava cuidando responde por Homicídio Culposo. Também temos aquele garantidor que com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Ex. vamos supor que você comprou um remédio para rato e guardou no bolso, antes de chegar em casa foi visitar um amigo e deixou o saquinho com o veneno em cima de uma mesinha. Sem @cursometas @marcusliraprof perceber, vem uma criança e ingere o veneno por não saber do que se tratava. Nesse caso, você responderia por Homicídio Culposo por ser imprudente. Obs. É importante notar que o agente podia agir para ele responder na modalidade omissiva imprópria. O Crime Omissivo Impróprio admite tentativa? – A Omissão Própria já se sabe que não admite tentativa. Já em relação a Omissão Imprópria, só responde caso essa omissão seja intencional. Ex. digamos que tenho um salva vidas na praia e avista uma pessoa se afogando na praia, mas nada faz por tratar de um desafeto seu. Entretanto, vem outra pessoa e salva a vítima. Nesse caso o salva-vidas responde por Tentativa de Homicídio por omissão imprópria. b) Dolo e Culpa: b.1) Dolo - art. 18, I (uma ação com intenção): - temos dolo direto/determinado (o agente quer praticar o crime) - e dolo indireto/intederminado (alternativo (pra mim tanto faz – disparo com uma arma e qualquer que seja o resultado tanto faz para mim, se causar lesão corporal ou homicídio) eventual (ele não quer que o resultado aconteça, mas se acontecer ele não se importa, assume o risco). Obs. Dolo eventual é diferente de Culpa Consciente, uma vez que na culpa consciente o agente também não quer o resultado, mas existe a previsibilidade que possa acontecer, mas ele não aceita o resultado porque ele acredita verdadeiramente na sua habilidade. Ex. vamos supor que tem um atirador de elite e dispara contra uma pessoa que estava na posse de um refém, mas ele era o tiro e acaba atingindo o refém. Assim, responde por homicídio culposo. b.2) Culpa: Os crimes culposos estão previstos no art. 18, II do CP – negligência, imprudência ou imperícia. Obs. Princípio da Excepcionalidade do Crime Culposo (parágrafo único do art. 18 do CP) – como regra geral os crimes são dolosos, ou seja, a culpa é exceção. Para que eu possa responsabilizar alguém por crime culposo, deve haver uma previsão expressa legal. Ex. Homicídio Culposo (§6º do art. 121 do CP) – vamos supor que uma pessoa colide com um carro da viatura da polícia por estar em alta velocidade, assim ele não responderá por crime nenhum porque não há previsão @cursometas @marcusliraprof para Crime de Dano Culposo, a conduta é atípica. Mas nada impede que ela responda na esfera cível para ressarcir os danos causados. Para que a pessoa responda na modalidade culposa é necessário a soma dos seguintes elementos: • Conduta • Não observância do dever de cuidado objetivo (consiste no dever geral de cautela – caso não haja essa observância pode haver negligência, imprudência ou imperícia). • Previsibilidade objetiva (o resultado é previsível pela lógica). • Resultado • Nexo Causal (a conduta tem que dar consequência ao resultado). Obs. A Culpa Própria divide-se em culpa consciente e culpa inconsciente: - Consciente (com previsão – ex lascívia) – que já foi falado acima.; - Inconsciente (sem previsão – ex ignorantia) – o indivíduo não quer o resultado, qualquer um poderia prever o resultado, mas aquele indivíduo não previu. Ex. uma mulher estacionou o carro em uma ladeira e esqueceu de puxar o freio de mão do carro e ele começa a descer a ladeira que acaba atingindo uma pré-escola acertando uma criança. Assim, responde por Homicídio Culposo. c) Resultado: Consumação e Tentativa c.1) Inter Criminis (fases do crime): 1ª Fase: Interna 2ª Fase: Externa Assim, temos as seguintes etapas: Cogitação (pensar na prática do crime – não é punível), Atos Preparatórios (a preparação antes de praticar o crime – em regra não são puníveis, salvo se houver previsão legal – Ex. compra uma arma no mercado negro sem ter porte ou posse, que por si só já é crime), Início da Execução (a partir daqui já é punível – corresponde quando o agenteinicia a prática do verbo nuclear do tipo penal) e Consumação (art. 18, I - quando se reúne todos os elementos previstos do tipo penal). @cursometas @marcusliraprof Obs. Exaurimento: não faz parte do inter ciminis – Ex. em extorsão mediante sequestro o crime se consuma no momento do sequestro. Portanto, o valor do resgate, caso ele receba, é mero exaurimento, uma vez que o crime já havia sido consumado. Assim, o exaurimento repercute apenas na fixação da pena na hora da dosimetria da pena. Nesse caso específico serviria para aumentar a pena-base. c.2) Tentativa: art. 18, I – o crime não se consuma por vontade alheia do agente. O parágrafo único do mesmo dispositivo é causa de diminuição de pena, incidindo a terceira fase da dosimetria da pena. Espécies: • Imperfeita/Inacabada: ele inicia o ato executório, mas ele é interrompido e o crime não se consuma. Ex. peguei uma faca e fui para cima de uma determinada pessoa, mas consegui apenas acertar o braço por conta que fui impedido por terceiras pessoas. • Perfeita/Acabada/Crime Falho: ele consegue realizar todos os atos executórios, mas o crime não se consuma por circunstâncias alheia do agente. Ex. Esfaqueio uma pessoa toda com ânimo de causa a sua morte e deixo ele lá, só que uma pessoa a avista e presta socorro vindo ela a vítima a sobreviver. • Tentativa Branca/Incruenta: é aquela em que o bem jurídico tutelado não é lesionado. Ex. disparo tiros contra uma determinada pessoa, mas não consigo acertar nenhum tiro. • Tentativa Vermelha/Cruenta: eu lesiono o bem jurídico pretendido, mas não consumo o crime. Ex. Eu disparo tiros contra uma pessoa com intuito de matar e acabo acertando somente um tiro, mas não chega a causar a morte. ATENÇÃO: algumas infrações que não admitem Tentativa Contravenção penal; crimes culposos; crimes habituais (aqueles para que se possa configurar tem que ter uma habitualidade, de forma reiterada – ex. exploração de casa de prostituição); crimes condicionados (deve haver um determinado resultado para se consumar); crimes preterdolosos (dolo na intenção e culpa no resultado – lesão corporal com resultado morte); crimes unissubsistentes (crime em ato único – ex. injúria verbal); Crimes Omissivos Próprios (ex. art. 135 do CP); e Crime de atentado (ex. art. 352 que é o crime de @cursometas @marcusliraprof evasão mediante violência – a pessoa simplesmente fugir da prisão sem violência não crime – aqui se ele tentar fugir, mediante violência e grave ameaça, já é crime) . c.3) Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz – art. 15 do CP - Desistência Voluntária: ele inicia os atos executórias, mas por vontade própria ele desiste voluntariamente de prosseguir no crime. Aqui é retirada a responsabilidade penal, podendo responder pelos atos praticados se houver previsão tipificada. Ex. Invadi a casa de determinada pessoa com o intuito de matar uma pessoa, pego uma faca e vou em direção a pessoa e tento dar uma facada, mas erro, logo em seguida eu não quero mais continuar porque a vítima implorou. Nesse caso eu posso responder por Violação de Domicílio. - Arrependimento Eficaz: o agente pratica todos os da execução do crime, mas após isso ele age de todas as formas necessária para impedir a consumação do crime. Aqui não há crime, podendo responder apenas pelos atoes já praticados se houver previsão típica. Ex. vou em direção ao meu desafeto com o intuito de matá-lo e coloco veneno em sua refeição, mas logo que ele ingere eu me arrependo e levo ele logo no hospital para fazer uma lavagem estomacal para que o crime não se consume. d.3) Arrependimento Posterior – art. 16: Somente nos crimes sem violência ou grave ameaça tendo consequência a diminuição da pena. Posterior a prática do crime ele se arrepende vindo a reparar o dano ou restituir a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa crime. d.4) Crime Impossível – art. 17 do CP: Aqui a conduta é atípica. - Ineficácia Absoluta do Meio Empregado: Ex. um indivíduo tenta atirar contra uma pessoa, mas não há munição na arma. Obs. Ineficácia Relativa: Ex. um indivíduo tenta atirar contra uma pessoa, a arma tem munição, mas falha na hora do disparo. Aqui ele responde na modalidade tentada do crime. - Impropriedade Absoluta do Crime: aqui o objeto material do crime (o corpo, o bem protegido) é improprio para a finalidade. Ex. Disparo contra uma pessoa que eu pensava que estava dormindo, mas depois se constata que a pessoa já tinha tido um infarto fulminante e já estava morto antes do crime. @cursometas @marcusliraprof d) Erro de Tipo: d.1) Essencial O erro recai em relação aos elementos do tipo penal. Ex. Homicídio – Matar Alguém. O elementos do tipo penal são: Matar + Alguém. - Evitável: uma pessoa normal, se tivesse tomada as providências necessárias, não teria cometido a conduta. Ex. mesmo exemplo acima, só que aqui, vamos supor que o local da caça era próximo a um vilarejo que era de conhecimento do caçador. Aqui exclui o dolo, mas é punível a culpa se previsto em lei. Vindo o caçador a responder por homicídio culposo. -Inevitável: qualquer pessoa poderia cometer. Ex. caçador em mata fechada e afastada, dispara em direção a uma movimentação em arbustro e dispara, depois percebe-se que tratava-se de uma criança e não de um animal (que era a sua intenção). Aqui exclui o dolo e a culpa. A conduta é atípica. Está no art. 20 do CP – exclui o dolo, mas permite a punição culposa se previsto em lei. d.2) Acidental - Erro quanto ao objeto: O erro recai em relação ao objeto do crime. Ex. uma pessoa furta um relógio rolex, mas quando chega em casa verifica que o relógio era falsificado. Aqui não exclui a conduta do agente, assim ele responde pelo crime de furto normalmente. - Erro quanto a Pessoa: art. 20, §3º - uma pessoa pratica um crime em relação a uma pessoa pensando ser outra pessoa. Ex. penso eu que determinada pessoa era meu desafeto e disparo arma de fogo, depois verifico que se tratava de outra pessoa que era parecida. Aqui o crime não é isento. Mas as circunstâncias pessoais são consideradas como se eu tivesse atingido a pessoa pretendida (Ex. eu atingi um idoso, mas na verdade era um jovem que eu pensava estar atingindo – nesse caso não se aplica agravante). - Erro na Execução (aberratio ictus) – art. 73 CP: aqui há acidente ou erro nos usos dos meios de execução. Ex. aqui é o caso da pessoa que é ruim de mira – eu tento acertar uma pessoa, mas acabo atingindo outra pessoa. A consequência aqui é a mesma do Erro quanto a Pessoa. - Resultado Diverso do Pretendido (aberratio delicti) – art. 74: por erro na execução advém resultado diverso do pretendido. Ex. aqui ele também é ruim de @cursometas @marcusliraprof mira, mas acaba atingindo bem jurídico diverso – quero acertar uma pessoa e acabo acertando uma coisa, ou o contrário. Aqui a consequência é que o agente responde na modalidade culposa do crime que teve resultado, se previsto em lei. e) Nexo Causal – conditio sine qua non: Você tem que analisar se a condutada teu causa ao resultado. - Causa Absolutamente Independente (em relação a conduta do agente): • preexiste (antes da conduta do agente – ex. uma pessoa deseja matar outra e a espanca, ela é socorrida e morre no hospital, mas lá descobre que a pessoa tinha ingerido um veneno sendo essa a causa da morte – assim ele responde por tentativa de homicídio). • concomitante (é a causa que surge no mesmo instante em qua o agente realiza a conduta – ex. uma pessoa dispara arma de fogo e ao mesmo tempo a pessoa teve um colapso de um ataque cardíaco, sendo essa a causa da morte – aqui ele responde somente por tentativa). • superveniente (é a causa que atua após a conduta do agente – ex. uma pessoa administra dose leta de veneno para uma pessoa, depois de tomar o veneno,sem ainda ter feito efeito, a vítima tropeça na escada e cai, vindo essa a ser a causa da morte – aqui ele responde somente por tentativa). - Causas Relativamente Independente – uma causa depende da outro (consequência) Preexiste: a causa existe antes da prática da conduta, embora seja dela dependente – ex. disparo contra uma pessoa que não morre na hora, é socorrida, mas morre de hemofilia. Responde por homicídio consumado. Concomitante: ocorre simultaneamente à conduta do agente – ex. agente dispara arma de fogo contra vítima, que foge correndo em via pública e morre atropelada por algum veículo que ali trafegava. Responde por homicídio consumado. Superveniente: ocorre posteriormente à conduta do agente. Neste caso, é necessário fazer uma distinção, em virtude do comando expresso do art. 13, §1º, CP, vindo a excluir a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Ex. disparo contra uma pessoa, ela é socorrida e é levada ao hospital, lá tem um desmoronamento e ele vem a falecer por conta disso. Assim, ele responde na modalidade tentada pois a causa superveniente não foi previsível. @cursometas @marcusliraprof Agora vamos supor que no mesmo exemplo a pessoa vem a morrer por infecção hospitalar e não por um desmoronamento. Aqui, como é previsível, não há quebra do nexo causal, consequentemente responde por homicídio consumado. Para que se tenha a tipicidade, é necessário ter a tipicidade formal (a conduta se adequa a um tipo penal) + tipicidade material (uma lesão relevante ao bem jurídico tutelado). II. ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE) Se um fato é considerado Típico, presume-se que ele também é Ilícito. Entretanto, há causas que excluem essa ilicitude/juridicidade. Excludentes de Ilicitudes – art. 23: a) Estado de necessidade: Art. 24 do CP – é necessário a presença de alguns requisitos: • Prática de fato para salvar de perigo atual. • Perigo não provocado voluntariamente pelo agente • Inevitabilidade do ano: duas possibilidades (o agente tinha como evitar o dano, não praticando a conduta (aqui não pode alegar estado de necessidade); e o agente, entre duas opções danosas, podia ter escolhido a menos gravosa para a vítima). • Não Razoabilidade de sacrifício do bem ameaçado: Princípio da ponderação dos bens em conflito – vou poder alegar estado de necessidade se eu sacrificar um bem de valor igual ou menos do que o outro que eu pretendo salvar. • Direito Próprio ou de Terceiro: quando eu, o próprio agente está em perigo ou então eu ajudo outra pessoa que está em estado de perigo atual. O § 1º do art. 24 traz aquele que tem o dever alegar de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade (salva vidas, bombeiro – eles têm que salvar, têm que agir sempre que for possível) Obs. Abrange o dever contratual? – ex. aquele segurança que é contratado tem não tem o dever legal. Mas o entendimento não é pacificado. Há dois tipos de Estado de necessidade: @cursometas @marcusliraprof a.1) Quanto a titularidade do Interesse Protegido: • Estado de necessidade próprio ou Estado de necessidade de terceiro. a.2) Quanto ao aspecto subjetivo do agente: • Estado de necessidade real: a situação de fato está acontecendo. • Estado de necessidade putativo: Descriminante Putativa – previsto no art. 20 §1º do CP. É isento da pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias supõe que se encontra em um estado de necessidade. Não há isenção da pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. b) Legitima defesa Prevista no art. 25 do CP – com os requisitos: • Repulsa a uma agressão injusta (vindo de um ser humano) e eminente (prestes a acontecer – não é após a agressão, depois que cessar – e nem em relação a agressão futura, que venha a acontecer, por conta de uma ameaça). Há necessidade de utilizar os meios necessários para cessar a agressão de forma moderada. A pessoa pode responder pelo excesso. Obs. Ofendículos: aparatos de defesa (proteção de residência, cacos de vidro em cima do muro, cerca elétrica) pode ser considerado legitima defesa da propriedade. • direito próprio ou alheio Obs. Se um animal me ataca ao comando vocal de seu dono e eu mato esse animal. Aqui será legitima defesa, pois foi por conta da ordem do seu dono). O pacote anticrime incluiu o parágrafo único do art. 25. c) Exercício regular do direito Aqui eu tenho uma lei que estabelece um direito. Assim a conduta não será ilícita. Ex. nos esportes de contato (luta) o sujeito dá um golpe e quebra o maxilar do adversário – aqui ele não será penalizado. d) Estrito cumprimento do dever legal É quando temos uma lei que estabelece um dever. Ex. um policial que dá voz de prisão e a pessoa resiste a prisão e no momento que ele é imobilizado há uma pequena lesão. Assim o policial está resguardado pela excludente. @cursometas @marcusliraprof Obs. Em troca de tiro na favela, um policial acaba atingindo um traficante seria caso de legitima defesa, pois não há legislação que manda policial matar. e) Consentimento do ofendido (causa supralegal – não está prevista na lei) Ex. quando temos uma situação onde o não consentimento está previsto no tipo penal – violação de domicílio: uma pessoa viola o domicílio sem autorização do dono, mas pós isso o dono avista ele e consente a sua presença. Requisitos: • Que o bem jurídico seja disponível • Que o ofendido consinta • Que o ofendido tenha capacidade para consentir • Que o consentimento seja prévio o comitente ao ato III. CULPABILIDADE É a reprovabilidade da condutada (juízo de reprovação do comportamento do agente). Aqui eu já sei que a conduta é típica e ilícita, faltando apenas analisar se a conduta é culpável. Elementos da Culpabilidade? Imputabilidade + Potencial consciência da ilicitude + Exigibilidade de Conduta Diversa. 1) Imputabilidade É a aptidão da pessoa em ser responsabilizado pelos atos praticados – maior de 18 anos e em suas perfeitas capacidades mentais. • Inimputabilidade: ele não é responsável pelos atos que porventura ele venha praticar. Quem são? • Por menoridade – art. 27 do CP: critério biológico/cronológico/etário (basta que ele seja menor de 18 anos para que ele seja considerado inimputável. Menor de idade não comete crime, ele comete ato infracional @cursometas @marcusliraprof análogo a crime ou contravenção penal. Sendo ele julgado pela Vara da Infância e do Adolescente. • Doença Mental – art. 26 do CP: além de ter a doença mental é necessário que ele não tenha discernimento do que ele estava fazendo na hora do crime, “não basta ser doido”. Aqui é o critério biopsicológico. A sentença aqui é absolutória imprópria com a aplicação de medida de segurança (art. 96 do CP, I (detentiva) e II (restritiva) – sendo levado em consideração se o crime tem previsão de detenção ou reclusão, conforme art. 97). Qual o prazo da medida de segurança? – é necessário fazer o exame da cessação de periculosidade (art. 97, § 2º) que é periódico. Obs. Pela lei o prazo é indeterminado. Porém, a jurisprudência afirma que tal dispositivo é inconstitucional por vedar pena de caráter perpetuo. Assim, o prazo é regulado pelo máximo da pena do crime imputado. Semi-imputavél – art.26, p. único: não era inteiramente capaz de entender o que estava fazendo, ou seja, ele entende relativamente. Aqui temos uma sentença condenatória com pena reduzida de um a dois terços. Obs. É possível aplicar medida de segurança a semi-imputável? Sentença Vicariante ou Vicário – o juiz pode substituir por medida de segurança se ele entender ser necessário, fundamentando sua fundamentação. Então primeiro juiz condena, depois substitui a pena privativa de liberdade por medida de segurança, nãopodendo acontecer de forma direta. • Por embriaguez acidental completa – art. 28, §1º do CP Decorre de caso fortuito (forças da natureza – ex. gás toxico) e força maior (intervenção de terceiro – ex. uma pessoa coloca boa noite cinderela na bebida de outra) e não se torna inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do que está fazendo. Embriagues Acidental Incompleta: é relativa – a consequência é que há diminuição de um a dois terços (art. 28, §2º do CP). OBS. Não excluem a imputabilidade penal: emoção ou paixão e a embriaguez, voluntária (dolosa – ele quer se embriagar) ou culposa (em razão de uma imprudência, negligência – ex. o sujeito tomou um medicamento e não leu a bula e causou embriaguez). Ex. praticar o crime porque estava emocionado, apaixonado, não exclui o crime, vai responder do mesmo jeito. @cursometas @marcusliraprof Embriaguez Patológica: é tratada como doença mental, aplicando-se a regra do inimputável. Embriaguez Preordenada: ele intencionalmente se coloca na situação de embriaguez para criar coragem para praticar o crime. Aqui, além de responder pelo crime, ainda incidirá uma circunstância agravante (art. 61, II, “l”, do CP). 2) Potencial Consciência da Ilicitude: Exclui a potencial consciência da ilicitude – art. 21: Erro sobre a ilicitude do fato ou erro de proibição: por erro, ele supõe que seu comportamento não é ilícito. Ex. um holandês vem ao Brasil, achando que aqui poderia usar maconha como em seu país de origem e a polícia o conduz a delegacia; ou exemplo é o caso de um senhor que morava ao lado de uma reserva florestal e estava retirando uma quantidade de madeira por não saber que aquele pedaço de terra se tratava de reserva ambiental. Erro inevitável – isenta de pena: qualquer pessoa poderia errar. Erro evitável – responde pelo crime com pena diminuída de um sexto a um terço. Desconhecimento da Lei não torna a pessoa inimputável. 3) Exigibilidade de Conduta Diversa: O que exclui a exigibilidade de conduta adversa (inexigibilidade de conduta irresistível? Art. 22 do CP. • Coação Moral Irresistível: Ex. família do gerente do banco é sequestrada para que ele abra o cofre do banco. Obs. Se for coação moral resistível, haverá uma atenuante (art. 65 do CP). Coação Física Irresistível – não tem interferência da culpabilidade: ex. por um acidente (um carro na contramão bate no meu) eu saio com o carro da estrada e atinjo uma pessoa, vindo a excluir a tipicidade, pois não há dolo ou culpa. • Obediência hierárquica à ordem não manifestamente ilegal: Tem que ser uma ordem de um superior em órgãos públicos que aparentemente não era ilegal – quem responde é quem emitiu a ordem. @cursometas @marcusliraprof • Causa Supralegal de exclusão de culpabilidade: Toda vez que encontrar uma causa de inexigibilidade de conduta adversa que não está na lei (dois casos anteriores). Ex. uma mãe tem a oportunidade de salvar seu filhou ou 4 outras crianças e opta por salvar seu filho. 5. CONCURSO DE PESSOAS Conceito: quando duas ou mais pessoas concorrem para a realização de uma mesma infração penal, todos com identidade de propósitos – art. 29 do CP. • Crimes Unissubjetivos (monossubjetivos, ou de concurso eventual): são aqueles que podem ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, admite-se a coautoria e a participação. Ex. art. 121 – homicídio. A maioria prevista no CP são crimes dessa categoria. • Crimes Plurissubjetivos (ou de concurso necessário): São aqueles que exigem dois ou mais agentes para a prática de delito em virtude de sua conceituação típica. Ex. art. 288 – associação criminosa. 1) Requisitos para a configuração do Concurso de Pessoas: ➢ Pluralidade de pessoas e de condutas; ➢ Relevância causal de cada conduta (é necessário que a conduta de cada um dos agentes seja relevante para a consumação do delito); ➢ Liame subjetivo (aderência de vontades – é necessário que os indivíduos concordem e queiram a mesma coisa); Obs. Aqui não se confunde como Acordo prévio. Acordo prévio é um acordo anterior que os agentes combinam a prática de um crime. Ou seja, posso ter liame subjetivo sem ter feito um acordo prévio. ➢ Identidade de Infração (todos responderão pela mesma infração). 2) Teorias sobre o concurso de pessoas: ➢ Teoria Pluralista: um crime para cada indivíduo. ➢ Teoria Dualista: teríamos um crime praticado pelo autor e um pelo partícipe. ➢ Teoria Monista (unitária ou igualitária): todos respondem pela mesma infração. Assim, essa é a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. @cursometas @marcusliraprof Exceções à teoria Monista: Art. 29, § 1º do CP; Crime de aborto (art. 124 e 126 do CP); e Corrupção passiva x Corrupção Ativa (art. 317 e 333 do CP). 3) Teorias sobre o conceito de Autor (animus auctoris): ➢ Teoria Unitária (não diferencia autor e partícipe); ➢ Teoria Diferenciadora: a) Objetiva ou dualista: estabelece clara distinção entre autor e partícipe. São elas: a.1) Objetivo-Formal: autor seria aquele que realiza o verbo previsto no tipo penal. ESSA É A TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL. a.2) Objetivo-Material: autor é aquele que tem a conduta mais relevante, aquele quem contribui objetivamente de forma mais efetiva para o resultado. Autor Intelectual: aquele que só planeja, mas não pratica o verbo nuclear. Aqui é uma exceção a Teoria Objetivo-Formal, ampliando o conceito de autor. Criando- se a Teoria do domínio do fato (aquele que tem uma o domínio do controle do fato, sobre o início e término do fato). Ex. mandante de um crime – respondendo como autor do crime. 4) Espécies de Autoria: ➢ Direta (Imediata): aquele que pratica diretamente o verbo do tipo penal. ➢ Indireta (Mediata): se utiliza de uma terceira pessoa isenta de culpabilidade para praticar um crime. Ex. utiliza de um doente mental ou uma pessoa em erro. ➢ Intelectual: aquele sujeito que pensa em toda ação criminosa, conforme já falado anteriormente. ➢ Autoria Colateral: dois indivíduos querem a mesma coisa, só que um não sabe da intenção do outro. Aqui não há concurso de pessoas, pois falta o requisito do Liame Subjetivo, não existindo vínculo psicológico aqui. Ex. um indivíduo estava espancando uma determinada pessoa e chega outro individuo que não sabia o que estava acontecendo ali, mas resolve ajudar a espancar aquela vítima; Outro exemplo é do caso de dois sujeitos de ângulos diferentes atiram contra uma terceira pessoa e ela vêm a óbito, só que nesse caso os @cursometas @marcusliraprof indivíduos que não sabiam um da existência do outro. Nesse último caso, aquele que deu causa a morte responde pelo crime consumado, enquanto o outro respondo pelo crime tentado. Se eu não sei quem causou o crime, ambos respondem na modalidade tentada. 5) Espécies de Participação: É aquele que participa do crime que contribui na realização criminosa, mas ele não pratica o verbo do núcleo do tipo e nem tem o domínio do fato. ➢ Participação Moral: a) Instigação: estimula o indivíduo a prática do crime de uma ideia pré- existente. b) Induzimento: cria a ideia na mente do indivíduo. ➢ Participação Material: aqui ela ajuda materialmente. Obs. Participação de Menor Importância: art. 29, §1º do CP – caso de diminuição de pena de um sexto a um terço (causa de diminuição de pena). É algo que fica demonstrado claramente na questão. Obs. 2. Participação em crime menos grave (cooperação dolosamente distinta; desvio subjetivo de conduta): se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, será aplicada a ele a pena do crime que quis praticar, sendo aumentada até a metade (somente na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave). Ex. dois indivíduos combinam de assaltar uma casa, um fica do lado de foravigiando para ver se vem alguém e ou outro entra na casa para praticar o furto, só que este último se depara com o dono da casa que estava lá dentro e acaba tendo que usar da violência para praticar o crime. Assim, o individuo que entrou praticou o crime de roubo (com violência ou grave ameaça) e o que estava do lado de fora acaba cometendo o crime de furto (sem violência ou grave e ameaça aumentada até a metade, se o crime era previsível – ou seja, somente se soubessem que havia gente na casa, invadindo em horário noturno de descanso enquanto o dono da casa dormia). Caso não fosse previsível, só responderia por furto o que ficou do lado de fora. 6) Circunstâncias Incomunicáveis: Art. 30 do CP – Ex. vamos supor que há uma mulher em estado puerperal para que realizasse o crime de infanticídio, pede para que um enfermeiro fique vigiando do lado de fora do quarto. Aqui apesar de ser uma circunstância pessoal @cursometas @marcusliraprof (ser mãe), mas faz parte dos elementos do crime do art. 123 do CP, assim, os dois praticam o crime de infanticídio. Obs. Existe concurso de pessoas nos crimes culposos? Sim (posição majoritária). Obs. 2. Existe concurso de pessoas em participação? Não (entendimento majoritário - Cesar Roberto Bitencourt, Nilo Batista) @cursometas @marcusliraprof 6. APLICAÇÃO DA PENAL 1) Finalidade da Pena: Teorias da Finalidade da Pena a) Teoria Absoluta ou da Retribuição: retribuir o individuo o mal que ele praticou, como uma punição. b) Teoria relativa ou da prevenção: finalidade de prevenir novas infrações penais. Tendo aqui a Prevenção Geral (voltada a um grupo social, gerando para a população um medo de transgredir a norma) e a Prevenção Especial (voltada aquele individuo que praticou o crime para prevenir que o próprio não venha a transgredir a norma penal). c) Teoria Mista/Conciliatória ou Unificadora: junta os dois conceitos anteriores. O Código Penal adota essa teoria – parte final do art. 59 do CP. 2) Espécies de Sanção Penal: ➢ Penas Vedadas no Ordenamento Jurídico: art. 5º, XLVII, CF/88 (morte, caráter perpétuo; trabalhos forçados; banimento; e cruéis). a) Privativa de liberdade: Importante a leitura do art. 33 do CP. ➢ Reclusão: Pode Iniciar nos seguintes regimes: I) Fechado (condenado a pena superior a 8 anos) II) Semiaberto (condenado a pena superior a quatro anos até 8 anos – não reincidente) III) Aberto (condenado a pena não superior a 4 anos – não reincidente) Obs. Se for reincidente, o regime inicial é o fechado. @cursometas @marcusliraprof Obs. 2. Súmula 269 do STJ – Se a pessoa é reincidente, a pena é menor ou igual a 4 anos, a circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) forem favoráveis, ele pode iniciar no regime semiaberto. Obs. 3. Súmula Vinculante do STF – a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso – enquanto não tiver estrutura adequado, ele deve ficar no regime existente menos gravoso. - Reincidência: art. 63 do CP + art. 7º DL 3.688/41 (LCP): só há reincidência quando há prática de um novo crime depois de transitado em julgado de condenação anterior no prazo de até 5 anos. CRIME ANTERIOR CRIME POSTERIOR RESULTADO CRIME CRIME REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO - Detração: art. 42 do CP - é um abatimento na pena definitiva (depois de transitado em julgado) do tempo em que ele ficou preso processualmente (prisão preventiva, prisão temporária e prisão em flagrante). ➢ Detenção: Pode iniciar nos seguintes regimes: I) Semiaberto II) Aberto Obs. Aqui ele não pode iniciar o cumprimento no fechado, mas pode ser transferido para o regime fechado após o início do cumprimento. b) Restritiva de Direito: Art. 43 e 44 do CP (leitura obrigatória) – elas substituem a pena privativa de liberdade. Requisitos para a substituição (art. 44) – requisitos cumulativos: ➢ Aplicada pena não superior a quatro anos (crime doloso sem violência ou grave ameaça). Se for crime culposo, não há essa restrição quanto a pena aplicada. @cursometas @marcusliraprof ➢ Não for reincidente em crime doloso (regra) – mas no § 3º do art. 44 afirma que é possível se a reincidência não é específica (crime da mesma natureza) e seja socialmente recomendável a substituição. ➢ Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade forem favoráveis. O que acontece se apena restritiva de direito é descumprida injustificadamente? – art. 44, §4º - converte-se em pena privativa de liberdade. Obs. É inconstitucional a vedação a substituição da pena privativa de liberdade e a liberdade provisória contidas no art. 44 do CP. Assim, hoje em dia é perfeitamente possível a substituição da pena privativa de liberdade no caso de tráfico de drogas. Obs. 2. Prestação Pecuniária é diferente de Multa – a prestação pecuniária é destinada a vítima. c) Multa: Art. 49 – ela é calculada em dias-multa de no mínimo 10 e no máximo 360. Sendo que o valor de cada dia multa é fixado pelo juiz no mínimo de 1/30 e no máximo em 5 vezes o salário-mínimo vigente na época do fato. Critérios Especiais na fixação da pena de multa: art. 60 do CP – pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada ao máximo. A multa deve ser paga no prazo de 10 (dez) dias após o trânsito em julgado e pode ser parcelado (art. 50 do CP). Muita atenção ao art. 51 do CP, pois houve alteração pelo pacote anticrime. Onde é o juiz da Vara de Execução que executa a multa no caso de não pagamento. Suspensão da Execução da multa: art. 52 do CP – se sobrevém doença mental. 3) Sistema de Dosimetria Adotado: O CP adotou o SISTEMA TRIFÁSICO (Sistema Nelson Hungria, dosimetria em 3 etapas distintas e sucessivas) – art. 68 do CP. Atenção: para a Multa, adotou-se o sistema BIFÁSICO (fixa-se inicialmente o número de dias multa, e, após, calcula-se o valor de cada dia-multa). @cursometas @marcusliraprof 1ª Fase: art. 59 do CP – análise das circunstâncias judiciais. Aqui não pode ultrapassar o mínimo e nem o máximo da pena em abstrato. 2ª Fase: art. 61 ao 65 do CP – análise das agravantes e atenuantes. Aqui não pode ultrapassar o mínimo e nem o máximo da pena em abstrato. Importante falar que o rol é taxativo. 3ª Fase (pena definitiva): causas de aumento de diminuição de pena – podem estar na parte especial ou na parte geral do Código Penal. Para saber se é causa de aumento ou diminuição de pena é na forma de fração. Aqui o máximo e o mínimo da pena em abstrato pode ser ultrapassado. @cursometas @marcusliraprof 7. CONCURSO DE CRIMES: Conceito: Ocorre quando o agente mediante uma ou várias condutas, realiza uma pluralidade de infrações penais (crimes). a) Concurso Material: mais de uma ação ou omissão + pratica dou ou mais crimes (idênticos ou não). A regra adotada é a do Cúmulo Material, ou seja, temos como consequência que as penas dos crimes são somadas. • Concurso Material Homogêneo: crimes idênticos (soma-se as penas) • Concurso Material Heterogêneo: crimes de natureza diferentes (soma-se as penas). No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. b) Concurso Formal: mediante uma só ação ou omissão + pratica dois ou mais crimes (idênticos ou não). CONCURSO MATERIAL CONCURSO FORMAL CONTINUIDADE DELITIVA ART. 69 DO CP. ART. 70 DO CP. ART. 71 DO CP. @cursometas @marcusliraprof Ex. com um tiro só eu atingia pessoa que eu pretendia, mas acabei atingindo uma terceira pessoa que não tinha nada a ver. A regra adotada é a da Exasperação, tendo como consequência a aplicação da pena mais grave se distintas, aumentada de um sexto até a metade. ATEÇÃO: ART. 70 – parágrafo único – a pena no concurso formal não pode exceder a regra do concurso material (somando as penas) – é o chamado concurso material benéfico. • Concurso Formal Homogêneo: bens jurídicos tutelados idênticos. • Concurso Formal Heterogêneo: crimes de bens jurídicos distintos. Importante distinguir, também: ➢ Concurso Formal Próprio: parte inicial do art. 70 – conforme visto acima (regra da exasperação) ➢ Concurso Formal Impróprio: parte final do art. 70 – as penas vão ser aplicadas cumulativamente, se a ação ou omissão forem dolosos e os crimes concorrentes decorrem de desígnios autônomos (intenção autônoma e distinta). Aqui eu não aplico a regra da Exasperação, mas, sim, a regra do Cúmulo Material (somando as penas). Ex. Zé Carlos, com a intenção de matar Antônia (que estava gravida de 8 meses e ele sabia disso), desfere várias facadas em sua nuca. Antônia e o feto morrem. Assim, a consequência é a soma das penas dos crimes de homicídio e aborto. Concurso Formal e Prescrição Penal: Para que seja feito o cálculo da prescrição, o juiz irá considerar o total da pena com o aumento do concurso formal ou levará em conta a pena de cada crime isoladamente? – art. 119 do CP: a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de casa um, isoladamente. Assim, levará em conta a pena de cada crime. Concurso Formal e Suspensão Condicional do Processo: Súmula 243 do STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. c) Crime Continuado (Continuidade Delitiva): @cursometas @marcusliraprof Uma pessoa pratica duas ou mais condutas e tem como consequência dois ou mais resultados com certa semelhança que dispõe no art. 71 do CP. Quanto a a natureza jurídica, o CP adota a Teoria da Ficção Jurídica: Entende-se que é um crime único. • Requisitos: ✓ Mais de uma ação ou omissão; ✓ Prática de dois ou mais crimes da mesma espécie; ✓ Condição de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes; ✓ Os crimes subsequentes devem ser havidos como continuação do primeiro. Em condições de tempo, significa que entre um crime e outro é necessário que transcorra um tempo máximo de 30 dias, conforme entendimento doutrinário. Em lugar, entende-se a mesma região metropolitana. Maneira de execução = mesmo modo operandi. Aqui a regra adotada é da exasperação, ou seja, vai ser aplicada a pena mais grave se distintas, aumentada de um sexto até a dois terços. O art. 71 do CP, parágrafo único traz o Crime Continuado Qualificado/Específico – em crimes dolosos, com vítimas diferentes, com violência ou grave ameaça há um aumento de até o triplo. Obs. A Sumula 605 do STF está cancelada. Portanto, é possível aplicar o dispositivo acima a crimes dolosos contra a vida. A multa no concurso de crimes, nós aplicamos todas, conforme art. 72 do CP. @cursometas @marcusliraprof 8. LIMITES E UNIFICAÇÃO DA PENA Aqui há uma limitação legal, conforme art. 75 do CP, cujo pacote anticrime aumentou o máximo para 40 anos. Como essa alteração legislativa é mais gravosa, ela não retroage, aplicando apenas aos crimes cometidos após a alteração. Com relação aos CRIMES, o limite máximo é 40 anos. Já em relação as CONTRAVENÇÕES PENAIS, o limite é de 5 anos. ➢ Unificação das Penas: Art. 75, §1º do CP – a somatória das penas não pode ser superior a 40 anos. Súmula 715 do STF: Afirma que o limite máximo de 40 anos só é utilizado com um único objetivo, unificar a pena. Mas em relação aos benefícios da execução penal é levado em consideração o total da pena aplicada, e não em relação a unificação. Na súmula fala-se em 30 anos, mas como houve alteração recente, leia-se 40 anos. Quem tem a competência para unificar a penal é o Juiz da Var de Execuções Penais – art. 66, III, “a” da Lei 7.210/84. ➢ Nova Condenação: Art. 75, § 2º - Digamos que um indivíduo foi condenado a 50 anos, unificando a pena ele teria que cumprir 40 anos. Assim, ele já cumpriu 10 anos, faltando apenas 30 anos quando sobrevém uma nova condenação por mais 25 anos. Com isso, soma-se a nova condenação de 25 anos somando ao restante de cumprimento da pena anterior de 30 anos, fazendo uma nova unificação. @cursometas @marcusliraprof 9. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENAL – SURSIS PENAL O Sistema adotado pelo Direito Penal Brasileiro é o FRANCO-BELGA, que afirma que para praticar a suspensão condicional da pena, é necessário ter um processo penal com uma sentença condenatória mediante o preenchimento de certos requisitos legais. Assim, o SURSIS PENAL é um instituto de política criminal que visa suspender a execução de uma pena privativa de liberdade (de 2 a 4 anos), mediante o preenchimento de alguns requisitos, por um período de prova – art. 77 do CP. ATENÇÃO: SUSRSIS PENAL É DIFERENTE DO SURSIS PROCESSUAL. Esse último está previsto no art. 89 da Lei 9.099/95, que suspende o processo antes mesmo da sentença mediante o preenchimento de alguns requisitos. Aqui se analisa a pena mínima cominada e não a pena aplicada. a) Requisitos: • Pena Privativa de Liberdade não superior a dois anos. • Não ser reincidente em crime doloso • A culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício • Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 do CP (substituição por pena restritiva de direito). Obs. Se ele for condenado a crime doloso, mas em pena de MULTA, isso não impede o benefício da suspensão da execução da pena. Obs. 2. O maior de 70 anos ou em razões de saúde, pode haver a suspensão caso ele tenha sido condenado em até 4 anos por um período de prova de 4 a 6 anos. Aqui é um sursis especial. @cursometas @marcusliraprof Obs. O sursis não se estende a suspensão da pena restritiva de direito e a pena de multa. As hipóteses de revogação obrigatória se encontram no art. 81 do CP. Importante a leitura. Assim, expirado o prazo de prova, sem que tenha havido revogação, há a extinção da pena. Caso o benefício da suspensão seja revogado, o tempo de prova não é levado em consideração. Assim, ele vai cumprir a pena na integralidade. 10. LIVRAMENTO CONDICIONAL DA PENA Trata-se de medida penal consistente em conceder liberdade antecipada do condenado, sendo importante etapa de preparação para a soltura plena dele. Aqui, o tempo de livramento condicional da pena é computado como cumprimento também. Os requisitos encontram-se no art. 83 do CP: • Pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos. • Cumprir mais de 1/3 se não for reincidente em crime doloso. • Cumprir mais da metade se for reincidente em crime doloso. • Bom comportamento. • Não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses. • Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído. • Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto. • Reparado os danos, salvo impossibilidade de fazê-lo. • Ter cumprido mais de 2/3 da pena nos casos de condenação por crime hediondo ou equiparado, se o apenado não for reincidente em crimes dessa natureza. • Para o condenado por crime doloso com violência ou grave ameaça à pessoa, fica condicionado também a constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. O art. 84 do CP afirmaque as penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito de livramento. A revogação obrigatória encontra-se no art. 86 do CP – quando comete um novo crime durante a vigência do benefício após condenação transitada em julgada ou condenação por crime anterior. Já o art. 87 trata da revogação facultativa. @cursometas @marcusliraprof Revogado o livramento, ele não poderá ser novamente concedido em relação àquele crime que estava em livramento condicional. Normalmente o tempo de suspensão conta-se como cumprimento de pena, salvo quando a revogação resultar de condenação por outro crime anterior àquele benefício. Súmula 617 do STJ: A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. 11. EFEITOS DA CONDENAÇÃO a) Sentença Penal Condenatória: Após o transito em julgado da sentença, há a execução forçada da Pena Aqui há os efeitos penais e efeitos extrapenais: • Efeitos Penais: o Principais: imposição da sanção penal e execução forçada da sanção o Secundários: maus antecedentes e reincidência. • Efeitos Extrapenais o Genéricos: art. 91 do CP. Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. § 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. § 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens @cursometas @marcusliraprof ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada. § 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. o Específicos: art. 92 do CP. Art. 92 - São também efeitos da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados @cursometas @marcusliraprof com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. @cursometas @marcusliraprof 12. REABILITAÇÃO CRIMINAL: a) Conceito: é medida que busca assegurar o sigilo da condenação, e ainda, suspender condicionalmente os efeitos específicos da condenação – art. 93 do CP. b) Efeitos: • Sigilo das Condenações • Suspensão condicional dos efeitos específicos da condenação. O parágrafo único do art. 92 trata da “Reabilitação Parcial”. Caso tenha como efeito a perda de cargo, função publica ou mando eletivo e no caso de perda da tutela, poder familiar etc. Nesses casos não estabelece o status quo. Mas no caso de inabilitação para dirigir, ele pode voltar a ter direito a ter habilitação após a reabilitação. c) A reabilitação impede a reincidência de crime futuro? A reabilitação não retira a condenação, sendo assim, os efeitos penais secundários continuam, dentre eles, a reincidência. d) Quanto posso pedir a reabilitação? Art. 94 do CP traz que a reabilitação pode ser requerida, decorridos 2 anos do dia em que for extinta a pena (cumpriu a pena). Os requisitos estão nos incisos do art. 94 do CP (requisitos cumulativos): Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período @cursometas @marcusliraprof de prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. Caso eu tenha requerido minha reabilitação e esse pedido foi negado, eu vou poder fazer um novo pedido em relação a esse mesmo crime a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos. e) Revogação: Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa. f) Competência: O Pedido vai para o próprio juiz da condenação e não ao juiz da execução. @cursometas @marcusliraprof 13. CAUSAS DE EXTIÇÃO DA PUNIBILIDADE: Antes, é importante ressaltar que as causas de extinção de punibilidade não se esgotam apenas no Código Penal. As causas se encontram no art. 107 do CP: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividadede lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. ✓ Em relação a Morte, essa extinção não é automática, é necessário a comprovação da morte – art. 62 do Código de Processo Penal (importante a leitura desse dispositivo). @cursometas @marcusliraprof Caso descubra que a certidão de óbito era falta, o indivíduo responde normalmente pelo crime. ✓ Anistia: refere-se ao perdão dado pelo Estado, normalmente a crimes de natureza política, podendo ser concedido a crimes comuns. Tem como competência para a concessão é do Congresso Nacional por meio de lei (art. 21, XVII – CF). ✓ Graça e Indulto: Competência – Presidente da República por meio de Decreto (art. 84, XII da CF). - Graça (indulto individual): concedida individualmente para pessoa determinada. - Indulto (indulto coletivo/propriamente dito): concedido de maneira coletiva a fatos determinados pelo Presidente da República anualmente, por meio de Decreto. ✓ Por meio de abolitio criminis é o que trata o inciso terceiro do art. 107 (importante a releitura do art. 2º do CP). Ela apaga os efeitos penais, mas não apaga os efeitos extrapenais (ex. indenização civil). ✓ Prescrição: perda do direito do Estado em punir uma determinada pessoa e a partir daí não poderá mais executar a pena. Hipóteses de Imprescritibilidade: racismo; crime praticado por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. Quando comete o crime que começa a correr o prazo prescricional. Espécies de Prescrição: i) Prescrição de pretensão punitiva: - em Abstrato (art. 109) – o cálculo do prazo prescricional é com base na pena máxima em abstrato do crime. - Retroativa (art. 110, § 1º) – é prescrição em concreto (leva em consideração a penal aplicada na sentença), o prazo vai retroagir da data da sentença até o recebimento da denúncia. - Superveniente (art. 110, § 1º) – é prescrição em concreto também, mas aqui o prazo é contado da sentença de primeiro grau até essa sentença transitar em julgado. @cursometas @marcusliraprof Geralmente, nos casos em concreto das provas, costuma-se cobrar o inciso I e o inciso VI do art. 109. ii) Prescrição da pretensão executória (art. 110) iii) Prescrição da Multa (art. 114 do CP) iv) Redução dos Prazos Prescricionais (art. 115 do CP)- muita atenção nesse ponto. ✓ Decadência (art. 38 do Código de Processo Penal + art. 103 do Código Penal). Aqui nós temos a decadência do direito de queixa (petição inicial dos crimes de ação penal privada – ex. crime de injúria – não é feito na delegacia, mas sim perante o juiz, é um peticionamento) e decadência do direito de representação (condição de procedibilidade em crimes de ação penal pública condicionada a representação – ex. crime de ameaça). ✓ Perempção: é uma desídia por parte do autor em Ação Penal Privada (art. 107, IV CP + art. 60 do CPP). Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Obs. Caso de perempção não previsto no art. 60 do CPP: No caso de morte do querelante em se tratando do crime do art. 236 do CP – crime de ação penal privada personalíssima. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art36 @cursometas @marcusliraprof ✓ Renúncia ao Direito de Queixa – nos crimes de ação penal privada – é causa de extinção da punibilidade. É um ato unilateral (não tem necessidade de aceitação da outra parte) – art. 49 do CPP. - Renúncia Expressa (art. 50 CPP). - Renúncia Tácita (art. 104, p. único, CP). Obs. Recebimento de indenização não significa renúncia (Regra). Mas temos exceção no art. 74 da Lei 9.099/95, que é o caso de composição dos danos civis. ✓ Perdão do Ofendido: aqui é pós o recebimento da queixa nos crimes de ação penal privada (art. 105 do CP). Aqui o ato é bilateral, ou seja, há a necessidade de aceitação da outra parte em aceitar o perdão. Aqui também pode ser expresso ou tácito. ✓ Retratação: Somente nas hipóteses legais: - art. 143 do CP (calúnia e difamação) – injúria não é possível. - art. 342, § 2º, do CP (falso testemunho e falsa perícia). ✓ Perdão judicial: - Tem natureza jurídica declaratória, conforme súmula nº 18 do STJ. Hipóteses de Cabimento: Homicídio culposo (art. 121, § 5º do CP). Lesão corporal culposa (art. 129, §8º do CP). Injúria (art. 140, § 1º, I e II do CP). Outras fraudes (art. 176, parágrafo único, CP). Receptação (art. 180, § 5º). Subtração de Incapaz (art. 248, § 2º do CP). Parto Suposto (art. 242, parágrafo único do CP). Dos Crimes contra a Fauna (Crimes Ambientais – art. 29, § 2º da Lei 9.605/98).
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