Buscar

CFF alerta para cuidados na aplicação de injetáveis nas farmácias pelos farmacêuticos

Prévia do material em texto

1/2
CFF alerta para cuidados na aplicação de injetáveis nas
farmácias, pelos farmacêuticos
Farmacêuticos, em farmácias, podem aplicar suplementos vitamínicos injetáveis.
Uma grávida no oitavo mês de gestação morreu após receber um coquetel de vitaminas para aumentar
a imunidade em uma farmácia do Bairro Tijucal, em Cuiabá, na terça-feira (4/04). Conforme a Perícia
Oficial e Identificação Técnica (Politec), a principal suspeita é que a gestante, de 32 anos, sofreu um
choque anafilático pelo uso de medicações endovenosas, no entanto, a confirmação será feita após
exame. O bebê esperado por ela era uma menina e também morreu.
O farmacêutico proprietário da farmácia, que era devidamente registrada no CRF-MT, contou ao g1 que
Elaine procurou o estabelecimento para tomar uma medicação para fortalecer a imunidade. Foi aplicado
o Neo Cebetil – complemento vitamínico dos complexos B e C. Segundo ele, antes de terminar a
aplicação do medicamento, a gestante começou a passar mal e a aplicação foi suspensa. O Conselho
Federal de Farmácia lamenta os fatos e se solidariza com a família e amigos da paciente. O caso, que já
está em apuração também pelo Conselho Regional de Farmácia do Mato Grosso, serve de alerta para
uma série de cuidados na aplicação de injetáveis em farmácias, por farmacêuticos.
Farmacêuticos, em farmácias, podem aplicar suplementos vitamínicos injetáveis? “A resposta é sim.
Este tipo de medicamento pode ser aplicado em farmácias, por farmacêuticos ou técnicos habilitados
sob a supervisão de farmacêuticos (Resolução/CFF n.º 499/2008), mediante apresentação obrigatória
da prescrição médica, e desde que o estabelecimento possua estrutura adequada e possua alvará
sanitário para a prestação de tal serviço (RDC Anvisa nº 44/2009)”, explica o conselheiro federal de
javascript:void(0)
https://undefined/~pfarmacombr/blog/8257-gravida-bebe-morrem-injecao-vitaminas.html
2/2
Farmácia pelo estado do Mato Grosso, que é também integrante do Grupo de Trabalho sobre Farmácia
Comunitária, do CFF.
Ricardo Amadio observa que essa RDC faz uma restrição à aplicação de injetáveis na farmácia: "É
vedada a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar". O conselheiro alerta que não há
na bula do medicamento Neo Cebetil esta definição, sendo assim, ele poderia ser administrado em
farmácia. “Mas nunca em gestantes. Segundo a bula, o coquetel de vitaminas em questão é
contraindicado em caso de gravidez”, alerta, reforçando que “nenhum medicamento injetável pode ser
administrado sem receita médica.”
Não só no caso dos injetáveis, mas para todos os medicamentos, o conselheiro recomenda cuidados
adicionais mesmo diante da apresentação de receita médica. “O farmacêutico deve analisar a prescrição
e todas as características do medicamento. Como exemplo neste caso, a contraindicação de aplicação
em gestante. Além disso, o profissional precisa fazer uma anamnese, para que possa obter dados do
paciente para embasar a decisão de realizar ou não a injeção”, enumera.
Familiares da gestante afirmaram que a farmácia não tinha equipamentos para prestar o socorro que o
caso requeria. “De fato, a farmácia deve ter os recursos necessários e sua equipe deve estar capacitada
para atender a este tipo de emergência. Porém, temos no Brasil, uma situação contraditória que expõe o
profissional que atua nas farmácias: apesar da adrenalina ser um medicamento considerado
fundamental para salvar a vida de um paciente que apresente anafilaxia, ele é um recurso que não pode
ser adquirido pelas farmácias. A epinefrina ou adrenalina, primeiro e mais importante medicamento para
o tratamento para a anafilaxia, é de uso exclusivo hospitalar no país, ou seja, não pode ser
comercializada para as farmácias”, comenta.
O Conselho Federal de Farmácia já reivindicou formalmente à Anvisa que corrija tal situação pois, hoje,
mesmo que o profissional esteja preparado tecnicamente para atender esta emergência, o principal
recurso (adrenalina) não estará disponível no estabelecimento. “Essa é uma das nossas prioridades,
porém dependemos do órgão regulador para as providências necessárias. Vamos reforçar à Anvisa essa
necessidade”, destaca o secretário-geral do CFF, Luiz Gustavo Pires, conselheiro federal de Farmácia
pelo estado do Parána.
Whatsapp
javascript:void(0)

Mais conteúdos dessa disciplina