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UNIDADE 2 - Como ensinar história e geografia para a educação infantil

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Aprendizagem da Geografia e História
Situação Cursando
Período de estudos 16/10/2023 - 12/11/2023
Período de provas 13/11/2023 - 10/02/2024
UNIDADE 2 - Como ensinar história e geografia para a educação infantil
Introdução da unidade
Objetivos da Unidade
Ao longo desta Unidade, você irá:
· descrever os processos de ensino de história e geografia na educação infantil;
· empregar metodologia para percepção de localização e de espaços de convivência; 
· aplicar a linguagem como instrumento de criação e manutenção de regras.
Introdução da Unidade
Na segunda unidade trataremos do ensino de história e geografia na educação infantil. Nesse nível de ensino, o trabalho acontece com crianças em uma idade de transição, ou seja, que passam de uma convivência com um grupo restrito de pessoas, limitada às relações familiares – a comunidade familiar e de entorno da família – para uma convivência com outras crianças, provenientes de outros grupos e espaços. 
Esta unidade foi dividida em três aulas e cada uma delas está interligada a outras áreas do conhecimento. Assim, conseguimos trabalhar com questões de extrema importância ao desenvolvimento biopsicossocial do estudante da educação infantil, contemplando seu desenvolvimento cognitivo, levando-o a expressar-se com clareza de forma a se fazer entender, a compreender as mudanças em seu corpo e, com isso, perceber as mudanças em relação ao curso do tempo e as mudanças climáticas. 
Dessa forma, o estudante consegue relacionar esses conhecimentos à mudança na posição do planeta, por meio da percepção das mudanças climáticas. Tudo isso iniciando-se na compreensão de que o estudante está social, temporal e geograficamente contextualizado, e que convive com pares que vêm, cada qual por sua vez, de diferentes contextos. 
A primeira aula chamada autoconhecimento e introdução às noções de espaço, apresentará o autoconhecimento dos estudantes como parte integrante do espaço em que convivem, trazendo as primeiras noções de espaço e localização espacial fora da própria casa, bem como o trabalho com conceitos de espaço e seus termos. Também serão trabalhados conceitos de semelhança e diferença entre os espaços de convivência e a função de cada um deles na rotina de vivências das crianças. 
Na segunda aula intitulada a linguagem como recurso de localização no tempo e no espaço, será trabalhada a questão da linguagem como forma de o estudante situar-se no mundo, começando pelos grupos dos quais faz parte, considerando a linguagem uma ferramenta de criação e manutenção de regras. Além disso, falaremos sobre a necessidade de se comunicar com clareza, dentro de contextos novos ou já conhecidos, possibilitando o desenvolvimento de uma linguagem compreensiva e expressiva que possibilite ao educando colocar-se de forma clara em relação ao tempo e ao espaço. 
Já na última aula, chamada de o corpo como registro do tempo e do espaço, tratará do corpo como ferramenta de registro da passagem do tempo, utilizando recursos de medida, padronizados ou não, para registrar as mudanças corporais e ambientais, as mudanças climáticas e as reações individuais e coletivas a todas elas. Convidamos você a pensar a educação infantil, especificamente no que diz respeito ao ensino de história e geografia, como uma forma de os estudantes situarem-se temporal e localmente, desenvolvendo a linguagem oral e o raciocínio lógico, ao mesmo tempo em que seu desenvolvimento neuropsicomotor se refina e possibilita outras formas de registro e elaboração dos conceitos trabalhados.
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula, você aprenderá sobre como introduzir em sala de aula as noções de espaço, diferenciação de espaços de convivência e reconhecimento dos espaços existentes.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· empregar técnica para apresentação de noções de espaço;
· demonstrar as diferenças existentes nos espaços de convivência;
· ilustrar a relação e o reconhecimento entre os espaços existentes.
Situação-problema
A educação infantil, nível de ensino em que as crianças terão contato com outros grupos e com outros locais de convivência, também é o nível em que há a uma gradual passagem de formas de expressão puramente motoras para formas mais elaboradas.
Entender-se como produtora de conhecimento, como agente de modificações nesses espaços e contextos faz parte da sistematização de conteúdos nesse nível de ensino, levando-se em conta que cada criança parte de um contexto de vivências próprias.
Entender-se como ator no tempo (história) e no espaço (geografia) é parte de entender-se como ser humano e compreender-se nesse espaço e tempo.
Conhecer como se dá a passagem do tempo, marcar essa passagem, explorar seus espaços de vivência, para além do que já é conhecido e sistematizado, é dar aos educandos referências de comunicação, expressão e ação, fazendo-os avançar em relação ao uso de conceitos que serão utilizados durante todo seu processo educacional. 
Luciana é professora de uma turma de crianças com faixa etária de 2 a 3 anos, e percebe, no início do ano letivo, que alguns de seus estudantes são muito dependentes ao transitar pelo espaço físico da escola, solicitando sua presença para situações corriqueiras, como ir ao banheiro ou beber água. 
Nesse contexto, quais estratégias Luciana pode utilizar sistematicamente, dentro de um planejamento de aulas e atividades, para que seus estudantes transitem com mais segurança pelo espaço escolar? 
Bons estudos! 
O conhecimento do espaço em que os estudantes convivem: quais são as estratégias de abordagens?
Quando um professor se depara com uma turma de estudantes com tão pouca idade, é sempre um desafio pensar em familiarizar as crianças em um espaço ainda estranho. Assim, é necessário entender que o espaço físico é formado por mais do que as paredes que separam um ambiente do outro, de portas que separam o interior do exterior, de muros, que separam a escola e/ ou a casa do mundo lá fora. 
Composição do espaço físico
O espaço físico é um espaço social e tem a função primordial de orientar as crianças no processo de estruturar funções motoras, sensoriais, simbólicas, lúdicas e relacionais. Segundo Barbosa e Horn (2001), isso acontece por meio de diferentes dimensões de percepção, tais como:
· odor: o cheiro do próprio corpo, os odores dos diferentes ambientes, o cheiro dos materiais, das outras pessoas.
· ritmo: a rotina escolar com divisões de tempo para atividades dirigidas, descanso e alimentação, o ciclo circadiano, a percepção das diferenças entre o dia e a noite.
· cores: dos objetos à disposição da criança ao mobiliário da escola e de casa.
· sabor, sons e regras: limites físicos entre os ambientes e também as regras de convivência. 
Levar o educando a perceber as diferenças e semelhanças entre os diferentes espaços em que vivencia suas experiências vai além de apresentar as características de cada um deles, passa pela compreensão das funções que esses espaços exercem na vida das crianças, para além da divisão do que seria a “educação escolar” e a “educação dada em casa”. Nesse sentido, a organização dos ambientes da escola, no sentido de situar as crianças dentro deste espaço, assume grande importância.
Marcação do tempo e do espaço 
As crianças da educação infantil estão descobrindo-se no mundo, desenvolvendo-se de forma global, ou seja, estão crescendo, pois é isso que um corpo saudável faz. Isso também auxilia na marcação do tempo e do espaço que a criança ocupa (não mais um bebê, agora uma criança).
As crianças da educação infantil estão descobrindo se no mundo, desenvolvendo-se de forma global, ou seja, estão crescendo, pois é isso que um corpo saudável faz. Isso também auxilia na marcação do tempo e do espaço que a criança ocupa (não mais um bebê, agora uma criança).
Elas amadurecem neurologicamente, o que é notável e passível de registro, uma vez que os aspectos motores vão se refinando conforme o desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, a forma como as crianças manipulam os brinquedos passa a mudar, a coordenaçãomotora ampla e fina passa a ser aprimorada e aquela criança que antes fazia rabiscos aparentemente sem sentido, agora consegue organizar seu conhecimento cognitivo na representação de formas. 
Em síntese, noções de espaço e tempo são trabalhadas a todo momento com as crianças no espaço escolar: os objetos pessoais de cada criança ficam dentro da sua mochila, lavam-se as mãos antes de se alimentarem e depois de usarem o banheiro, colore-se o desenho dentro dos limites. Também é possível que conceitos das disciplinas de geografia e história sejam trabalhados, pois serão aprofundados e sistematizados nos anos subsequentes da educação escolar dos educandos.
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🔁 Assimile
Importância da rotina de atividades A palavra ritmo vem do latim e significa cadência, movimento regular. O ciclo circadiano, ou ritmo circadiano, é a maneira pela qual o corpo se adapta às variações de luminosidade (dia/noite) e às mudanças de temperatura corporais. Tudo isso, que é determinado biologicamente, também sofre influência da rotina de cada indivíduo, o que faz com que pessoas diferentes tenham respostas diversas a eventos semelhantes. Daí a importância da rotina. Além de introduzir a criança no mundo das regras, também é uma forma de perceber suas reações e situá-las adequadamente. A partir disso, vemos a importância e a necessidade de estabelecer uma rotina das atividades realizadas, tanto em casa quanto na escola, para que a criança possa, gradativamente, tomar consciência de seu corpo e de sua atuação no espaço/tempo.
Diferenciar os diversos espaços de convivência, reconhecendo as diferenças e semelhanças
Não é com naturalidade que as crianças pequenas exploram o espaço escolar. O ingresso na escola é sempre cercado de muita angústia por elas, sendo esta uma fase em que a convivência é quase restrita à família.
Espaço doméstico
O espaço doméstico, já conhecido e explorado, se diferencia em forma e função para as crianças. Ainda que haja o manejo dos pais e/ou responsáveis pelas crianças, a casa ainda corresponde, na maior parte do tempo, a um espaço de livre exploração, em que a relação é quase sempre de, no mínimo, um cuidador para cada criança, diferente da escola, em que as crianças são inseridas em grupos de faixa etária semelhante.
Espaço escolar 
É necessário que os espaços escolares sejam apresentados às crianças, explicando a elas suas funções. A ideia é que elas possam ser cada vez mais autônomas em suas atividades na escola, desde aquelas com o grupo até as individuais; considerando com quem cada uma delas quer realizar a atividade e em que momento, levando em consideração as regras criadas juntamente com elas, pois o estabelecimento de regras e sua manutenção prescindem da aceitação por todo o grupo (DE LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992).
É necessário que os espaços escolares sejam apresentados às crianças, explicando a elas suas funções. A ideia é que elas possam ser cada vez mais autônomas em suas atividades na escola, desde aquelas com um grupo até as individuais; considerando com quem cada uma delas quer realizar a atividade e em que momento, levando em consideração as regras criadas juntamente com elas, pois o estabelecimento de regras e sua manutenção prescindem da aceitação por todo o grupo.
Se uma criança for questionada sobre o que é uma sala, qual será a sua resposta considerando sua própria vivência?
Para uma criança pequena, diferenciar uma sala de aula da sala de sua casa passa por compreender a função desses dois espaços tão distintos.
· A sala de casa geralmente é um espaço coletivo, ainda que seja estritamente familiar, ali se reúnem os componentes de uma família e várias atividades podem acontecer nesse espaço.
· A sala de aula, por sua vez, é um espaço também coletivo, mas onde se reúnem crianças provenientes de diferentes núcleos familiares, sob a supervisão e orientação de um professor, também oriunda de seu próprio contexto. 
Muito provavelmente as crianças não conseguirão elaborar, todas da mesma forma, um rol de semelhanças e diferenças entre esses dois espaços, mas a utilização de recursos que auxiliem os educadores nesse registro e que possam levar as crianças a refletirem sobre isso dá subsídios aos educandos para elaborarem, cada um da sua forma, nesse primeiro momento, seus próprios conceitos acerca do assunto.
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📝 Exemplificando
Desenho: registro de informações para a criança 
O desenho, como recurso amplamente utilizado na educação infantil, constitui uma forma de linguagem bastante eficaz como forma de registro de informações para a criança. Além disso, permite que a criança resgate o que foi trabalhado, possibilitando uma nova elaboração. Nesse sentido, pedir que a criança desenhe uma planta baixa de sua casa dará uma perspectiva da maneira como a criança enxerga seu espaço de convivência; pode-se pedir que ela faça o mesmo com os espaços da escola.
Pedir que a criança desenhe sua casa ou sua sala de aula como se ela estivesse olhando tudo lá de cima é o suficiente. Com o avançar do trabalho, pode-se trabalhar questões de escala e perspectiva, mas observe que já há uma ampliação de vocabulário e de maneiras de perceber os espaços e objetos.
Reconhecer os espaços como parte integrante das relações existentes
Pensando o processo educacional como algo que prescinde da relação humana, não há como pensar o espaço físico sem considerar a ação das pessoas que ali vivem e convivem. A função dos espaços ocupados/ frequentados por todas as pessoas é também identificar e caracterizar seus ocupantes. 
Em linhas gerais, por um lado, uma casa pertence a quem nela mora e tem as características dadas por seus ocupantes e pelas relações que se estabelecem ali. Por outro lado, uma sala de aula pertence às pessoas que nela se relacionam. 
Não podemos pensar, nos casos da sala de aula e da casa, em uma via simples e unidirecional, em que os espaços apenas abrigam as atividades. Muito mais do que isso, qualquer espaço constitui um espaço interacional, que sempre será diferente conforme mudam as pessoas e as relações estabelecidas ali. Sendo assim, é nesse espaço interacional que a aprendizagem se estabelece. Por exemplo:
· trabalhar os conceitos necessários para o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os espaços de convivência dos estudantes ampliará o vocabulário em relação aos termos que normalmente utilizamos para comparar (maior, menor), para caracterizar (estreito, largo, grande, pequeno, alto, baixo), para medir distâncias (perto, longe);
· o trabalho com sistema de medidas, padronizados ou não, é de grande importância para que as crianças possam comparar resultados e perceber a diferença de medidas quando são utilizados sistemas não padronizados (pés, palmos) e para que reflitam sobre qual é o melhor instrumento para medir objetos de acordo com suas características (um instrumento que seja capaz de medir um pequeno objeto talvez não seja a melhor escolha para medir um objeto grande).
Espaço Interacional
Semelhanças e diferenças
O reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os espaços de convivência dos alunos ampliará o vocabulário em relação aos termos que normalmente utilizamos para comparar (maior, menor), para caracterizar (estreito, largo, grande, pequeno, alto, baixo), para medir distâncias (perto, longe);
Sistema de medidas
É de grande importância para que as crianças possam comparar resultados e perceber a diferença de medidas quando são utilizados sistemas padronizados (pés, palmos) e para que reflitam sobre qual é o melhor instrumento para medir objetos de acordo com suas características (um instrumento que seja capaz de medir um pequeno objeto talvez não seja a melhor escolha para medir um objeto grande).
Observe que não se trata somente de localizar o educando geograficamente, separando os ambientes em área urbana e rural, residencial ou comercial, mas de possibilitar à criança apropriar-se dos espaços dos quais faz parte, oferecendo subsídios para que reconheça tal espaço como constituinte de sua história de vida, e também reconheça a si própriocomo agente transformador desse espaço, tanto nas alterações físicas quanto no resultado das interações ocorridas ali.
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💭 Reflita
De que forma o professor pode auxiliar seu estudante da educação infantil no processo de comunicar-se e compreender as particularidades de cada ambiente, expressando de forma coerente e eficaz seus sentimentos e habilidades? 
Uma criança típica aprende nos três primeiros anos de vida habilidades que usarão ao longo de toda sua existência. Nesse curto espaço de tempo aprende a caminhar, a comunicar-se na língua nativa e a manipular objetos, além de ser uma fase primordial na formação da personalidade e autoestima. Essas habilidades se refinam ao longo da vida, mas a aprendizagem acontece na primeira infância. 
Na atualidade, por conta das necessidades da sociedade como se apresenta, as crianças iniciam a vida escolar cada vez mais cedo, e estão na escola durante a aprendizagem dessas habilidades. Considerando isso e também os avanços nas pesquisas na área de aprendizagem que dão a devida importância à educação infantil, é imprescindível que o trabalho nesse nível de ensino dê conta da velocidade com que as crianças aprendem, com a maneira prática com que elaboram conceitos e com o fato de que ainda se comunicam basicamente de forma motora, ou seja: choram, mordem e batem quando contrariados, cansam-se com facilidade e o cansaço aparece na forma de agitação.
Quais as tendências para o ensino e aprendizagem dos espaços com as crianças da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental?
Considerando o que propõe a BNCC no que diz respeito aos direitos dos estudantes da educação infantil, (conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se, conhecer-se), entende-se que o conhecimento deve ser construído levando em conta as demandas das crianças em termos de aprendizagem de conhecimentos, habilidades sociais e de uma crescente autonomia. Isso é garantido com um espaço de aprendizagem organizado para que as crianças possam sentir-se acolhidas e desafiadas, onde suas ideias sejam levadas em conta e que possam tanto explorar livremente quanto realizar atividades dirigidas.
As intervenções ocorridas nesses espaços devem levar em consideração o conhecimento como a criança o elabora, com questionamentos que a façam refletir e agir, avançando em suas habilidades cognitivas de resolver problemas, comunicar-se efetivamente e com clareza, e usar seus conhecimentos para elaborar novas construções.
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➕ Pesquise mais 
O texto indicado a seguir trata da linguagem cartográfica, tão presente no ensino da geografia. Além disso, mostra como é possível trabalhar essa linguagem com as crianças em termos de perspectiva, escala e outros aspectos inerentes ao conhecimento do espaço. 
O texto trata do conhecimento escolar pelo viés da teoria psicogenética. 
Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar
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1. Como avaliar as competências desenvolvidas com relação a esta temática?
A avaliação na educação infantil deve sempre ser processual, decorrente de uma observação atenta do estudante e de como ele emprega o que aprendeu nas atividades desenvolvidas. Isso implica avaliar:
· a linguagem utilizada; 
· o desenvolvimento neuropsicomotor; 
· as habilidades afetivas e de interação; 
· o uso sistemático do que foi trabalhado em sala. 
Nesse sentido, será perceptível a desenvoltura do educando na exploração do espaço físico, o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os espaços conhecidos, observados tanto por meio da linguagem utilizada quanto em atitudes apresentadas pelo estudante. 
Dessa forma, para terminarmos, observamos, nesta aula, que no início da escolarização a criança traz elementos de suas primeiras vivências para o processo de aprendizagem, o que continua ocorrendo ao logo de toda sua vida escolar. 
No entanto, é marcadamente na educação infantil que a criança terá os primeiros contatos com elementos que direcionam e sistematizam os conhecimentos, possibilitando uma elaboração individual dos objetos de conhecimento e permitindo a inferência dessas descobertas em outros âmbitos de sua vida. 
É a aplicação do conhecimento acadêmico, ainda em seu início, que possibilitará à criança desenvolver-se plenamente. Conhecer-se bem dará ao educando autonomia para explorar os ambientes e construir seu conhecimento de forma eficiente e segura.
Conclusão
É natural que crianças da faixa etária da turma da professora Luciana se sintam pouco à vontade e amedrontadas diante de um novo espaço. O planejamento de atividades que possibilitem à criança a livre exploração do espaço escolar deve ser precedido de um reconhecimento anterior desse espaço, de forma que a criança se sinta segura. 
Toda a comunidade escolar deve estar envolvida no planejamento e na execução dessas atividades, uma vez que é desse grande grupo que cada criança da escola faz parte. Compor grupos para que essa exploração mais autônoma, em uma etapa já avançada do processo de conhecimento deste espaço, seja feita por crianças e seus pares como forma de reconhecer-se parte do grupo e do espaço escolar é uma estratégia importante. 
Organizar pequenos grupos e responsabilizar cada um deles por apresentar um espaço específico da escola pode fazer com que as crianças tenham acesso aos espaços e conheçam suas funções sem precisar de um momento específico para que isso seja “ensinado” de forma tradicional. 
No momento de dirigir-se a atividades externas, é possível realizar o reconhecimento de pontos de referência que podem auxiliar as crianças a adquirirem autonomia no trânsito pela escola. Por exemplo:
· objetos fixos, como bebedouros ou móveis que fiquem sempre no mesmo local, servem como pontos de referência, sendo necessária sempre sua contextualização em relação ao espaço, por exemplo, “vejam, o bebedouro que fica em frente à nossa sala e o banheiro fica ao lado do banco vermelho”.
· identificação das salas não só com o ano/nível da turma e/ou nome da professora, mas também com um nome elegido pelas crianças. Ao fazer isso, elas podem ainda confeccionar, em conjunto, algo relacionado ao nome escolhido.
Essas são algumas ações que possibilitam às crianças usarem suas formas de comunicação e avançarem em relação ao uso de um vocabulário específico do conhecimento acadêmico.
Unidade 2 / Aula 2 - A linguagem como recurso de localização no tempo e no espaço
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula, você aprenderá sobre a linguagem como ferramenta na construção da aprendizagem.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· esclarecer o uso da linguagem como ferramenta de construção da aprendizagem;
· empregar métodos para ensinar o estudante na expressão da linguagem; 
· Praticar a compreensão linguística como recurso de criação e manutenção de regras.
Situação-problema
Nesta aula trabalharemos a linguagem como ferramenta para o educando se colocar no mundo e construir sua aprendizagem. Na educação infantil é comum que as crianças estejam em fases diferentes do desenvolvimento em diversas áreas e é preciso garantir que todas consigam se expressar e avançar, cada uma no seu ritmo. 
Como professora de uma turma heterogênea em relação às hipóteses de escrita, Soraia tem o desafio de propor atividades em que seus estudantes escolham suas formas de expressão e registro, trabalhando, assim, a autonomia, estimulando as interações entre eles e desafiando-os a utilizarem formas diferentes das que comumente usam para realizar as atividades. 
Trabalhar com a diversidade cultural em um país como o nosso é algo riquíssimo e possibilita aos estudantes que se aprofundem na cultura e na história da própria família, além de conhecer histórias e culturas diferentes. 
Nesse sentido, é importante compreender a linguagem como um instrumento de ação das crianças, pois ela antecede os registros mais elaborados, escritos, e é um suporte para a memória dos conceitos que estão sendo trabalhados em sala. A partir disso, observaremos como é rica a interação entre as crianças e as pessoascom quem elas convivem, atentando à quantidade de conceitos trabalhados em uma conversa despretensiosa. 
Em síntese, como ferramenta estruturante do pensamento e do conhecimento, é necessário que as crianças sejam capazes de se comunicar de forma eficaz, além de que saibam ouvir e processar as informações durante um diálogo.
Como possibilitar ao estudante a compreensão de que a linguagem é uma forma de se colocar no mundo?
A linguagem desenvolve-se no fluxo interativo, e as crianças, a depender da quantidade e, principalmente, da qualidade de estímulos que recebem no sentido de se fazerem entender e de compreenderem o que lhes é comunicado, conseguem, ao longo de seu desenvolvimento, basear a construção de seus conhecimentos.
Escola: espaço de reconhecimento e segurança
A escola, como um dos primeiros espaços interativos com os quais a criança tem contato fora de seu “mundo” (antes restrito à sua casa e a outros ambientes quase que estritamente familiares), é fundamental na construção de uma linguagem que possibilite uma comunicação eficiente e representativa. 
Esse papel da escola, de possibilitar à criança um espaço de reconhecimento e segurança, é desempenhado a todo momento, no decurso de atividades coletivas, na interação da criança com seus pares, nas orientações e intervenções individuais feitas pelos professores. De acordo com a psicologia histórico-cultural, a relação entre o homem e o meio é sempre mediada pelo outro e por produtos culturais. 
Esse vínculo se constitui da mesma forma como as ferramentas são necessárias para um trabalho, e esses produtos são chamados de signos. Sob essa abordagem, a linguagem constitui um signo, uma ferramenta por meio da qual o indivíduo se coloca no mundo. 
Segundo Luria (1987), um dos teóricos da abordagem histórico-cultural, a palavra é elemento fundamental da linguagem, pois, por meio dela, o indivíduo descreve suas ações, vontades e intenções, individualizando suas características, ou seja: a palavra concretiza a experiência humana, sendo também passível de ressignificações ao longo da história individual do sujeito.
Quando se discutem linguagem e comunicação, é imprescindível pensar na importância das unidades que compõem o contexto comunicativo. A comunicação acontece entre duas ou mais pessoas, e este espaço interativo criado pela intenção de comunicar sempre vai diferir conforme se alteram os interlocutores. De forma prática, podemos pensar que uma criança que narra um fato a um adulto o fará de forma diferente quando narrar esse mesmo fato a uma outra criança, e isso acontecerá com cada interlocutor diferente. 
Isso acontece não porque a criança inventa coisas diferentes a cada vez que conta a mesma história, o que também pode acontecer, mas porque o repertório do interlocutor passa a fazer parte dessa narrativa, quando ele questiona detalhes do fato, quando sua linguagem corporal (não verbal) dá pistas à criança sobre o que está sentindo ao ouvir a história, o que acontece sempre que o diálogo se estabelece.
Na escola, principalmente na educação infantil, quando a criança ainda está constituindo as bases de seu repertório linguístico, a importância dessas situações de diálogo com diferentes intenções, pessoas e grupos aumenta ainda mais. Nesse sentido, cada vez que uma criança se expressa, oralmente ou pela escrita (não importando a hipótese de escrita em que se encontre), há a possibilidade de um diálogo e, portanto, de intervenção na construção da linguagem pela criança. 
______
➕ Pesquise mais 
O principal teórico da abordagem histórico-cultural, Vygotsky, destaca a importância da cultura e das interações no processo de aprendizagem, especificamente no caso de crianças pequenas, na transição entre as reações reflexas, puramente motoras e biológicas, para as funções psicológicas superiores. O artigo indicado a seguir trata da brincadeira, do jogo, e da sua importância para o desenvolvimento infantil e para a aprendizagem das crianças. 
Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil 
Compreender a linguagem como ferramenta de criação e manutenção de regras
Em linhas gerais, a existência de regras se justifica para que todos os cidadãos tenham seus direitos garantidos. Em todos os grupos sociais existe um rol de atitudes esperadas de todas as pessoas que os frequentam: clubes, igrejas, associações, empresas e escolas. 
Desde que entram na escola, as crianças se deparam com uma lista de combinados que devem cumprir para garantir a boa convivência naquele espaço comum. Na maioria das vezes, esses combinados são discutidos em grupo, em uma ação democrática em que todos podem, e devem, se colocar para discutirem o que será ou não tolerado dentro daquele grupo em especial. Muitas vezes é exigido das crianças que compreendam e aceitem regras sem que elas tenham ainda a capacidade de elaborar o que cada uma dessas regras significa. 
Função das regras no desenvolvimento humano
Compreender-se como parte de um mundo cheio de normas às vezes é frustrante para as crianças, pois, na maioria das vezes, as regras são criadas sem que elas tomem parte da decisão do que é ou não permitido. Faz parte do desenvolvimento, na etapa da educação infantil, ter uma atitude heterônoma em relação às regras, o que quer dizer que as normas são obedecidas, pois são colocadas por alguém com quem a criança estabelece uma relação verticalizada, de autoridade, no caso o professor. Conforme vão crescendo e se desenvolvendo cognitivamente, as crianças adquirem, de forma gradativa, uma postura mais autônoma em relação às normas, pois elas precisam fazer sentido.
Cognitivamente, é preciso que haja algum conflito entre o que a criança já sistematizou em termos de conhecimento para que seja necessário buscar outras formas de pensar e resolver as situações. É justamente nesse ajuste que ocorre a aprendizagem. Pensando em estabelecer uma atitude mais autônoma, mesmo em uma idade em que as crianças ainda estão em uma fase de heteronomia, o exercício de discussões democráticas acerca das normas que regem os grupos com os quais convive é de grande importância, pois mesmo que ainda se coloquem em uma relação verticalizada, as relações dos educandos com seus pares estimulam uma horizontalização desse processo, possibilitando à criança compreender-se como sujeito de suas ações dentro do grupo, e também como coautora das decisões tomadas ali.
Isso também diz respeito, em grande parte, àquelas regras que não constam em documentos ou normas fixas estabelecidas; como diferenciar os variados ambientes com os quais interage e entender que atitudes permitidas em um desses espaços podem não ser toleradas em outros, ou, ainda, que em alguns momentos pode-se fazer algumas coisas e em outros, não. Isso é regulado pelos componentes do grupo, em uma relação em que todos e cada um dos componentes têm participação importante na regulação do clima dessa conformação social em que a criança se estabelece, onde o lugar de fala, como ferramenta de mediação e de interação, possibilita a todos tomarem parte em todas as decisões.
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🔁 Assimile 
Fases do desenvolvimento Piaget descreve duas fases no desenvolvimento das crianças em que ficam claras as diferenças entre as relações verticais e horizontais. 
· Coação: no início do desenvolvimento, as primeiras relações sociais das crianças ocorrem com pessoas adultas, em que as regras são estabelecidas e obedecidas em uma situação em que um lado dessa relação (o adulto) é superior ao outro (a criança). A essa relação ele dá o nome de coação.
· Cooperação: conforme acontece o desenvolvimento, as crianças passam a estabelecer uma relação de cooperação com crianças da mesma idade, em que não se estabelece nenhum tipo de autoridade.
Na coação, a criança é considerada heterônoma, pois a regra vem instituída de um lugar exterior e é somente obedecida. Na cooperação, a criança vai adquirindo autonomia, pois a regra é um constructo elaborado na relação, com sua participação efetiva.
Compreender a linguagem como registro de localizaçãoespacial e temporal
Entendemos que a linguagem é estruturante para a criança em seu processo de aprendizagem, possibilitando que compreenda sua condição de protagonista na construção de seu conhecimento. Diante disso, como trabalhar na escola e com crianças que estão, muitas vezes, em estágios diferentes no processo de desenvolvimento dos conceitos de espaço e tempo? 
Na educação infantil, quanto mais concretos forem os planejamentos das atividades e da rotina, mais a criança conseguirá se estruturar para situar-se no tempo e no espaço. O estabelecimento de uma rotina dá à criança noções de continuidade, periodicidade, duração, início, meio e fim. São termos acadêmicos/científicos que, muitas vezes, ainda não fazem parte do repertório da criança nesse nível de ensino, mas possivelmente ela já elabora algumas ideias sobre isso. 
O conhecimento social, mesmo aquele aplicado aos locais que a criança frequenta – por exemplo, saber que antes do lanche deve-se lavar as mãos – já a insere em uma rotina. A elaboração dessas atividades de forma estruturada dará possibilidades de extrair conceitos do senso comum e levá-los a uma compreensão formal desse conhecimento, o que acontece por meio da linguagem.
O mesmo acontece em relação ao espaço, quando a apresentação de conceitos espaciais acontece no decurso de atividades simples, como pintura e colagem; quando se orienta o estudante a colar um desenho acima de uma linha, a sentar ao lado do colega, a reconhecer a simetria entre os lados direito e esquerdo do seu corpo, quando se trabalha com pontos de referência dentro da sala, ou em espaços externos.
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📝 Exemplificando 
Mapa do tesouro 
Uma atividade que trabalha os conceitos de tempo e espaço e que as crianças podem realizar de forma bastante autônoma é um mapa do tesouro. As instruções podem ser dadas de forma escrita e/ou oralmente, sendo possível misturar linguagem coloquial com termos formais. Por exemplo: dê três passos em frente e depois vire à direita.
Pode-se solicitar também que as crianças façam traços em uma folha quadriculada partindo de um ponto de referência, com as instruções ditas, misturando instruções com uma, duas ou mais sentenças, tais como: dois quadrados para cima; um quadrado para a direita, depois dois para baixo.
Quais as tendências para o ensino e a aprendizagem da linguagem como recurso de localização no tempo e no espaço?
Refletir sobre a construção de forma global, sem categorizar, hierarquizar ou compartimentar as áreas do conhecimento possibilita ao professor da educação infantil ampliar as possibilidades de ação acerca das áreas de conhecimento, componentes curriculares e direitos de aprendizagem em seu trabalho.
· Atividades de exploração do espaço: trabalham conceitos matemáticos, além daqueles específicos da área de geografia. Marcar o tempo e organizar as atividades em forma de uma tabela de rotina trabalha a linguagem escrita, além dos conceitos específicos de história.
· Atividades de registro: pensar em atividades em que o registro é feito por meio de colagens e desenhos possibilita aos estudantes desenvolver atitudes de planejamento e perspectiva, em que o professor poderá observar a sistematização dos conceitos trabalhados de forma dinâmica.
· Atividades em grupos: desenvolver atividades em grupos, possibilitando que estudantes que estão em diferentes hipóteses de escrita criem juntos, auxiliando o estudante que se encontra nos níveis mais iniciais a evoluir em seu processo de alfabetização sem desestimular aqueles que se encontram em uma hipótese mais avançada.
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💭 Reflita 
Trabalho com a diversidade 
Trabalhar com seres humanos é trabalhar com a diversidade. Modos diferentes de viver, diversas constituições biológicas e formações familiares. O contexto em que uma criança está inserida diz muito sobre como ela reage ao mundo e o elabora. Com a evolução da ciência, de pesquisas na área da educação, temos hoje a possibilidade de diagnosticar transtornos de aprendizagem que antes eram vistos como preguiça, falta de vontade e manha. Se por um lado isso possibilitou que crianças tivessem um correto diagnóstico de sua condição e pudessem ter seu direito à educação garantido com as devidas adaptações, por outro lado tem havido uma medicalização da infância, em que tudo que foge de um padrão deve ser exaustivamente investigado, mesmo que não haja indícios de nenhum transtorno. É importante ressaltar que não há um “padrão”, já que cada criança se desenvolve de forma única. As crianças têm o direito de ter suas individualidades respeitadas, e qualquer forma de aprender deve ser considerada.
Como avaliar as competências desenvolvidas com relação a esta temática?
A avaliação na educação infantil deve sempre considerar a criança como um ser global. Não deve haver comparação com outras crianças, no entanto, deve-se sempre apresentar evolução em relação aos conceitos trabalhados em sala. Tudo isso pode ser observado na rotina escolar, o que garante uma avaliação respeitosa da fase de desenvolvimento em que se encontram os estudantes desse nível de ensino. 
No que diz respeito à linguagem, a criança deve dar conta de inserir em seu repertório os conceitos básicos trabalhados em sala, avançar em seus próprios processos e usar os conhecimentos construídos de forma prática e organizada. O registro sistematizado da aprendizagem deve dar conta de registrar o caminho transcorrido pela criança na construção dos conhecimentos, registrando em cada atividade, ou relato de atividade, as competências trabalhadas durante seu decurso e seus objetivos, que contemplarão, na maioria das vezes, mais de um componente curricular.
É importante que os registros das atividades não comparem os resultados entre os estudantes da turma, mas que torne possível observar a evolução da criança ao longo de um período de tempo, bem como destacar suas potencialidades e habilidades individuais e como estão sendo trabalhados os aspectos em que, eventualmente, ela apresente dificuldades. 
Observe que a linguagem permeia todas as áreas de conhecimento e as interliga, reconhecendo o aspecto global do desenvolvimento, principalmente na educação infantil, destacando a igual importância entre o cuidado e a educação, diretrizes do trabalho neste nível de ensino enfatizados pela BNCC. A linguagem também constitui uma ferramenta importante quando possibilita à criança agir na sua compreensão do mundo, por meio de uma atividade comum à infância, o brincar, enriquecendo suas formas de interação.
Conclusão
A professora Soraia trabalha com uma turma heterogênea no que diz respeito ao processo de alfabetização. Pensando no projeto que planejou com seus estudantes, Soraia pode explorar diversas formas de registro, que não necessariamente deve ser a escrita de um mesmo tipo de texto por todas as crianças, pois isso pode tanto desestimulá-las em uma hipótese mais avançada de escrita quanto impedir o avanço daquelas que estão em fase inicial. Seguem algumas sugestões de atividade: 
1. Pesquisar receitas tradicionais das famílias de seus estudantes e organizar um livro de receitas, elaborando, em pequenos grupos ou individualmente, uma lista de compras para o preparo dos pratos. 
2. Organizar um ateliê de culinária para confeccionar um prato escolhido após votação e trabalhar os aspectos culturais do seu local de origem.
3. Pesquisar lendas e músicas típicas de cada país. Os estudantes podem reproduzir as músicas, apresentar as lendas conforme compreenderam, registrá-las em desenhos e montar um mapa com esses registros, localizando os países de origem. 
Observe que essas atividades contemplam mais de um tipo de linguagem, além de compreender mais de um componente curricular. Além disso, focam a questão cultural, importante no processo de conhecimento do estudante, pois o coloca em contato com um aspecto de sua cultura familiar que pode se apresentar nos dias atuais, demonstrando o caráter dinâmico da cultura e, portanto, da linguagem. Todas essas atividades são capazes de estimular e desafiar os estudantes a avançarem suas hipóteses de escrita e a construir novos conhecimentos.
Unidade 2 / Aula 3 - O corpo como registro do tempo e do espaço
Introdução da aula
Qual é o foco da aula?
Nesta aula, você aprenderá sobre o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5 anos no aspecto social, psicológico e físico.
Objetivos gerais de aprendizagem
Ao longo desta aula, você irá:
· examinar o comportamento e o corpo no desenvolvimento infantil;
· discutir as diferentes formas de organização do tempo e do espaço;
· explicar metodologia para ensino da percepção espacial e a organização do esquema corporal da criança.
Situação-problema
A educação infantil tem como objetivo principal o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5 anos, em seus aspectos social, psicológico, intelectual e físico, sendo um complemento da atividade familiar e comunitária, conforme determina o artigo 29 da Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996). 
Uma das dimensões desse segmento é garantir que a criança conheça seu próprio corpo, se identifique dentro do mundo em que vive e aprenda a lidar com as transformações de seu corpo e do universo ao seu redor, relacionando suas mudanças internas às do seu ambiente. A professora Roberta trabalha com uma turma da faixa etária de 3 a 4 anos, e um de seus estudantes visitou com a família um planetário. 
Durante a roda da conversa em sala de aula, em um dia no início do mês de março, ele disse que descobriu que a Terra gira. Aproveitando o ensejo, a professora mostra aos estudantes que pela manhã, quando chegam, a luz do sol aparece em uma determinada parte da escola, e quando vão embora, ao meio-dia, o sol aparece em outra parte. 
Ao observar a curiosidade dos estudantes, e aproveitando a transição entre o verão e o outono que estava em vias de acontecer, sugeriu que elaborassem um diário de observação com duração de um mês para analisarem o tempo (clima). De que forma a professora pode sistematizar essa atividade, utilizando prioritariamente as respostas sensoriais de seus estudantes? Como realizar o registro dessa atividade? O que ela pode esperar que os estudantes percebam? 
Bons estudos!
O corpo em transformação: o processo de reconhecimento da autoimagem
Os comportamentos e os corpos não são instituições unívocas: são socialmente apreendidos, condicionados pelo tempo histórico em que a criança vive, construídos e reconstruídos em cada cultura. A partir dessa concepção, é necessário problematizar as diferentes formas de utilização do corpo como ferramenta de apreensão do espaço e do tempo, compreendendo como a educação infantil pode contribuir com o processo de determinação das atitudes corporais das crianças, seja para o reconhecimento de si mesmos ou do outro (GOELLNER, 2003). 
Entender o corpo como um instrumento produzido dentro da cultura e também pela cultura torna-se, ao mesmo tempo, uma necessidade e um desafio para o professor da educação infantil, visto que rompe com a visão naturalista que acredita que o corpo pode ser observado, classificado, explicado e tratado – como um experimento pedagógico – e, quando ele é desnaturalizado, se mostra como um elemento histórico, condicionado àquela sociedade em que a criança está inserida (ALTMANN; MARIANO; UCHOGA, 2012). 
Isso significa, por exemplo, que a criança deve ser protagonista no processo de ensino-aprendizagem, deve ter momentos de brincar intercalados a uma rotina estabelecida pelo professor, é vista como um indivíduo que está construindo sua identidade e sua subjetividade e pode manter uma relação afetuosa com seu professor e com seus colegas – enquanto, em outros períodos, a criança era tida como um “adulto em miniatura”, sem que seus processos de desenvolvimento fossem levados em consideração (ARIÈS, 1978).
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💭 Reflita 
Construção social de gênero 
De acordo com Thorne (1993), um dos processos ativos que acontece diariamente entre as crianças da educação infantil é a construção social de gênero, afirmando que as interações que ocorrem entre as meninas e os meninos nesta etapa do desenvolvimento não são preparações para o que eles vão enfrentar no futuro, mas já são a própria vida deles (THORNE, 1993, p.2). A autora ainda indicou que a categoria de gênero se destacava dentro da educação infantil, especialmente nos momentos e espaços destinados para o brincar, quando o movimento e o corpo ganhavam atenção. Nesse sentido, como a educação infantil tem tratado diferente as meninas e os meninos? Como essa etapa do desenvolvimento tem produzido desigualdades de gênero? Como o professor pode atuar na criação de propostas de atividades, especialmente quando a criança vai trabalhar com seu corpo para a resolução de questões, a fim de suprimir as desigualdades?
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A partir dessa abordagem, é possível desenvolver o segundo Campo de Experiência proposto pela BNCC para a educação infantil, intitulado Corpo, gestos e movimentos, que enfatiza a necessidade da criação de experiências para as crianças nesta etapa de desenvolvimento que envolvam brincadeiras para a exploração espacial com o corpo e com várias formas de movimento. 
Segundo o documento, tais práticas são necessárias para a construção de referenciais capazes de orientá-las em relação ao seu redor, estimulando sua consciência corporal para a aproximação ou distanciamento de objetos e pessoas, por exemplo. Também é importante que a criança viva brincadeiras de “faz de conta”, representando seu cotidiano ou diversas formas de fantasia por meio da expressão corporal, experimentando muitas linguagens, como a música, a dança e o teatro, ampliando suas possibilidades criativas e de expressão física.
Desde os primeiros anos da educação infantil, as crianças iniciam um processo de estabelecimento de relações, de exploração do mundo, de produção do brincar e de criação de conhecimentos sobre si mesmas, sobre o outro e sobre o universo cultural e social ao seu redor, utilizando seu corpo como ferramenta (por meio dos gestos, dos sentidos, dos movimentos intencionais ou impulsivos), transformando-se aos poucos em um indivíduo consciente de sua corporeidade. Elas passam a se comunicar por meio de diferentes linguagens, um imbricado entrelaçamento entre as emoções, o próprio corpo e a sua linguagem. 
Nessa etapa do desenvolvimento, seu corpo torna-se central, visto que é um elemento privilegiado da prática pedagógica e do cuidado, voltado para a liberdade e para a autonomia. O professor deve criar oportunidades para que as crianças explorem um grande repertório de movimentos corporais, envolvidos pela interação com outras crianças e pela ludicidade, a fim de que elas possam reconhecer múltiplas formas de ocupar o espaço com seu corpo.
Para responder às propostas colocadas pela BNCC, o professor do ensino fundamental deve desenvolver atividades que garantam que a criança (SAYÃO, 2002): 
· reconheça, em primeiro lugar, seu corpo, identificando-se;
· reconheça, também, o corpo de seus colegas, percebendo as semelhanças e diferenças entre os membros de seu grupo;
· possa se expressar, por meio de diversas linguagens distintas, explorando sua corporeidade e desenvolvendo a interação com seus colegas de turma.
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📝 Exemplificando 
Exploração da música com as crianças 
Uma possibilidade de trabalho na educação infantil para o desenvolvimento desse Campo de Experiência busca explorar a música com as crianças. A seguir, conheça as etapas dessa atividade. 
· Apresentação da letra e melodia 
O professor deve ensinar a letra de uma música que trate de partes do corpo humano, de forma pausada, repetindo mais de uma vez, para depois introduzir a melodia.
· O professor começa a cantar
Em um segundo momento, deve cantar para os estudantes e encorajá-los a acompanhá-lo. Enquanto a música é cantada, o professor deve tocar na parte do corpo citada. 
· Registro da letra da música 
Em um terceiro momento, o professor pode registrar por escrito a letra da música e cantar para os estudantes apontando as palavras que fazem referência a cada uma das partes do corpo que eles vão tocar, incitando a curiosidadedo grupo.
Como o professor pode avaliar essa atividade? 
Para avaliar essa atividade, o professor deve observar, em primeiro lugar, se a criança apreendeu a letra da música ensinada, conseguindo acompanhá-lo quando a melodia é inserida. A partir de então, é necessário verificar se a criança consegue tocar na parte do corpo indicada pela música no mesmo momento em que é dita. 
Por exemplo: quando a música diz “cabeça, ombro, joelho e pé”, a criança faz os movimentos devidos colocando as mãos em sua cabeça, depois em seu ombro, agachando para tocar seus joelhos e seus pés. Essa atividade permite o desenvolvimento da psicomotricidade e da corporeidade das crianças, fazendo com que o professor possa avaliar os dois processos.
A terceira etapa da atividade permite ao professor avaliar o princípio do letramento da criança, no momento em que ela consegue identificar a parte do corpo falada na música com as palavras escritas (na lousa ou em um cartaz).
Entendendo e registrando a passagem do tempo e as mudanças climáticas
Compreender as diferentes formas de organização do tempo e do espaço são algumas das premissas da Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil, especialmente no trabalho com o campo de experiência espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. 
O objetivo do trabalho nesta etapa do desenvolvimento deve potencializar a percepção espacial e a organização do esquema corporal da criança, baseando-se na exploração dos objetos no ambiente e do reconhecimento do próprio corpo, favorecendo a construção de noções de espaço – como perto e longe (estáticas) e frente e trás (dinâmicas). 
Também devem ser estimuladas as experiências que permitam o desenvolvimento de noções sobre o tempo cronológico, físico e histórico. No trabalho com esse campo, as crianças devem aprofundar seus conhecimentos sobre a medida das pessoas, dos objetos e dos espaços, compreendendo as formas de contar e as noções sobre os números.
Como trabalhar de forma completa a passagem do tempo? 
Para trabalhar de forma completa a passagem do tempo, auxiliando as crianças a compreenderem seu lugar no espaço em que vivem e as transformações no ambiente em que estão inseridas, o professor pode realizar um projeto ao longo de todo o ano, buscando apresentar o conceito de calendário para seus estudantes da educação infantil. A atividade tem como objetivos:
· utilizar um método formal de organização dos compromissos comuns da turma e dos acontecimentos naturais, permitindo que os estudantes apreendam noções sobre as medidas regulares sobre o tempo (como dia, semana, mês e ano);
· adquirir conhecimento da série numérica (a partir do momento em que as crianças se familiarizam com os dias do mês, seguidos uns dos outros);
· adquirir conhecimento de formas particulares da organização das informações, conhecendo como acontece a passagem do tempo com base no calendário. 
Primeira etapa: apresentação do calendário
A primeira etapa da atividade pode ser desenvolvida ao longo de todo o primeiro semestre do ano, levando em consideração o tempo necessário para que todas as crianças da turma apreendam os conceitos estimulados pelo professor. Um calendário de parede (do tipo “folhinha”) deve ser apresentado para as crianças. 
O professor deve perguntar aos estudantes se eles já conhecem aquele objeto e sabem como ele é utilizado, explicando que todos poderão consultá-lo em diversas situações, como a determinação da data para uma atividade em classe, para marcar o aniversário de um colega ou para se recordarem como se escreve um número que ainda não conhecem. 
Em todos os dias letivos, o ajudante do dia deve ser responsável por localizar a data em que a turma está e copiá-la na lousa, para que os demais estudantes possam anotá-la na atividade que estão fazendo. 
Nos primeiros dias, o professor deve ajudar as crianças a realizarem a atividade, mas, aos poucos, elas vão adquirindo autonomia para encontrar a data sozinhas, a partir do momento em que compreenderem o conceito da linearidade do tempo e da sequência dos dias marcada pelo calendário. 
A partir do momento em que estiver se tornado rotina, é necessário criar um novo estímulo para que a criança possa colocar em prática procedimentos distintos de reconhecimento do tempo e do espaço.
Segunda etapa: marcação de eventos importantes no calendário
A segunda etapa da atividade consiste em marcar no calendário eventos importantes para o grupo, como o aniversário de cada uma das crianças. Como alguns estudantes da educação infantil podem não saber ainda as datas de seus aniversários, é necessário que o professor consulte previamente as fichas de matrícula de cada um ou envie este questionamento com antecedência para os responsáveis. 
Nessa etapa, marque todos os compromissos e acontecimentos importantes, como eventos da escola, feriados e passeios – esse movimento pode ser retomado no início de cada mês, para que os estudantes reforcem o contato com a passagem do tempo. 
É possível, também, utilizar o calendário para além da organização da turma, como para o cálculo da duração de um intervalo (quantos dias faltam para a apresentação do coral da escola? Há quantos dias o mês já começou?), solicitando que as crianças realizem a contagem dos dias.
Avaliação da atividade sugerida
Para avaliar a atividade, é possível solicitar que as crianças componham em conjunto um calendário para o próximo ano, escolhendo de forma autônoma a temática das ilustrações. Os problemas mais comuns a serem enfrentados pelas crianças dizem respeito à distribuição das informações e às regularidades necessárias (como a quantidade de dias que devem conter cada mês e a determinação de 7 dias por semana). Dentre os questionamentos principais a serem discutidos em sala de aula, estão:
· por que o primeiro dia da tabela é o domingo e não a segunda-feira?
· por que não colocamos números em todos os espaços da tabela? 
· quantas folhas (meses) deve ter o calendário? 
· por que alguns dias são vermelhos (os feriados)?
Para mediar a discussão, o professor deve colocar as seguintes reflexões: quantos meses existem em um ano e quais são eles? Quantos dias existem em uma semana e como eles se chamam? Um mês possui quantos dias? Quais meses possuem 31 dias e quais possuem 30? Fevereiro possui quantos dias? 
Lembre-se de separar alguns momentos para a produção das imagens relativas para cada um dos meses (ARGENTINA, 2000). Durante a elaboração do calendário para o ano seguinte, o professor pode avaliar como o grupo conseguiu apreender as habilidades e competências trabalhadas sobre as formas de contagem do tempo, a composição de um ano, os modos de marcar os acontecimentos, a divisão do ano entre semanas e meses e as formas de utilização dos números para a marcação do tempo. Essas informações devem proporcionar a reflexão sobre as atividades que estão sendo propostas e se estão atingindo o objetivo: a aprendizagem e o desenvolvimento de competências das crianças.
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🔁 Assimile 
Trabalho com a psicomotricidade 
Uma das chaves para a integração entre o autoconhecimento do corpo da criança e sua assimilação e a expansão dos conceitos de tempo e espaço é o desenvolvimento do trabalho com a psicomotricidade em sala de aula, capaz de integrar as funções psíquicas e motoras do estudante, buscando desenvolver a maturidade de seu sistema nervoso. Nesse sentido, é importante desenvolver brincadeiras com o corpo do estudante para facilitar que ele lide melhor com as transformações do tempo e do espaço ao seu redor.
Atividade de memorização dos meses do ano com 31 dias 
O professor deve pedir para que o estudante feche sua mão esquerda e veja seus “ossinhos” dos dedos das mãos, iniciando a contagem a partir do osso do dedo indicador a partir de janeiro: os meses com 31 dias são os “topos” dos ossos, enquanto os meses com 30 dias são os “vales”. Ao chegar ao final da mão, referente a julho, a criança deve recomeçar no osso do indicador, mostrando que julho e agosto têm 31 dias. Ao final da atividade, o professor deve explicar a peculiaridadede fevereiro, com 28 ou 29 dias.
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O desenvolvimento do trabalho com o corpo da criança, interconectado ao reconhecimento das transformações do tempo e do espaço, permite a interlocução entre os cinco Campos de Experiência propostos pela BNCC e promove todos os Direitos de Aprendizagem que o documento lista, dialogando ainda com diversos de seus conceitos de aprendizagem essenciais. A Base Nacional Comum Curricular reforça:
· A necessidade do cuidado de forma integrada à exploração e ao conhecimento do mundo pela criança, garantindo a formação de vínculos para proporcionar a segurança afetiva, a fim de que a criança se torne capaz de construir conhecimentos e de desenvolver sua autonomia, superando os obstáculos que surgirem. 
· A posição da criança no centro do processo de ensino-aprendizagem e, mesmo nas tarefas dirigidas, cada uma delas deve ter espaço e tempo suficientes para serem ativas em quaisquer propostas.
Direitos de aprendizagem
Necessidade do cuidado
A necessidade do cuidado de forma integrada à exploração e ao conhecimento do mundo pela criança, garantindo a formação de vínculos para proporcionar a segurança afetiva, a fim de que a criança se torne capaz de construir conhecimentos e de desenvolver sua autonomia superando os obstáculos que surgirem.
Ensino-aprendizagem
A posição da criança no centro do processo de ensino aprendizagem e, mesmo nas tarefas dirigidas, cada uma delas deve ter espaço e tempo suficientes para serem ativas em quaisquer propostas.
 
Nesse sentido, o papel do professor é muito importante para criar um ambiente colaborativo na educação infantil, planejando com cuidado todos os momentos de livre exploração dentro de uma rotina instituída, oferecendo às crianças uma sensação de segurança e de auxílio constante no desenvolvimento de suas atividades e de sua autonomia, visto que elas necessitam de apoio para a construção de sua identidade e de sua subjetividade.
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➕ Pesquise mais 
O papel do professor da educação infantil mudou bastante a partir do estabelecimento da Base Nacional Comum Curricular, visto que o documento determina novas atitudes, posturas e novas necessidades de observação. Além disso, ao centrar o processo de ensino-aprendizagem no estudante, o documento concede novos papéis ao professor, atribuindo a ele uma nova forma de avaliar a educação infantil. Sobre as transformações sofridas no papel do professor da educação infantil e as formas de avaliar os estudantes.
Leia a entrevista da profa. Esp. Karina Rizek: A avaliação na educação infantil não é de aprovação.
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De forma geral, um dos principais desafios para o ensino de história e geografia na educação infantil é o desenvolvimento de atividades que promovam a exploração do corpo da criança, levando ao seu autorreconhecimento e aos múltiplos usos do espaço ao seu redor. 
O professor deve criar propostas lúdicas de transformação do corpo da criança em uma ferramenta de apropriação do espaço vivido e construído, desenvolvendo também formas criativas para que a criança passe a se orientar no tempo cronológico, físico e histórico. 
Por meio do trabalho com os Campos de Experiência, a criança deve desenvolver sua corporeidade e sua psicomotricidade, dando início ao seu processo de orientação tempo-espacial.
Conclusão
Nesta etapa do desenvolvimento, os estudantes devem ter sua corporeidade estimulada para que possam explorar o ambiente em que vivem. Nesse sentido, a professora Roberta pode incentivar os estudantes a estabelecerem um conjunto de atividades diárias para o registro sistemático das transformações no tempo entre o fim do verão e o início do outono, levando em consideração que a principal linguagem utilizada pelas crianças da educação infantil é motora, garantindo registros variados para a posterior avaliação.
Em primeiro lugar, a professora deve levar todo o grupo ao pátio (descoberto) e pedir para que eles fiquem de pé, de braços abertos paralelos ao chão. A atividade deve ocorrer em um dia ensolarado. Ela deve mostrar aos estudantes que o sol sempre vai nascer na direção da mão direita deles, onde fica o Leste, e vai se pôr na direção da mão esquerda deles, onde está o Oeste. 
Em segundo lugar, a professora explicará que, todos os dias, o sol estará bem em cima da cabeça dos estudantes quando der meio dia, explicando qual é o movimento do sol no céu. A partir disso, no primeiro horário, a turma deve ir ao pátio e o estudante-ajudante do dia deve mostrar para todos onde está o sol naquela data, refazendo a postura dos braços abertos. 
Por fim, o estudante-ajudante deve contar como está o céu naquele dia: está muito ensolarado? Está com muitas nuvens? Em caso de chuva, a atividade do pátio aberto é suspensa, mas o estudante-ajudante deve relatar como está o tempo naquele dia. Nesse contexto, os estudantes podem dizer se estão sentindo frio ou calor, contando quais atividades comumente fazem em cada uma dessas temperaturas. Além disso, podem desenhar o clima daquele dia, fazendo um “diário” da transformação do tempo no mês. 
A partir dessa atividade, a professora deve perceber nos estudantes a interação com o clima, a possibilidade de sentir as transformações no tempo e a percepção de como essas mudanças alteram a rotina.
Referências
ALTMANN, Helena; MARIANO, Marina; UCHOGA, Liane Aparecida Roveran. Corpo e movimento: produzindo diferenças de gênero na Educação Infantil. Pensar a prática. Goiânia, v. 15, n. 2, abr./jun. 2012, p. 272-250. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fef/article/ view/12375/11200. Acesso: 20 ago. 2021. 
ARGENTINA. Secretaria de Educación. Diseño curricular para la Educación Inicial. Buenos Aires: Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, 2000. Disponível em:https://www.buenosaires.gob.ar/areas/educacion/curricula/pdf_inicial/2y3/2y3iweb.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021.
ARIÈS, Philippe. História social da infância e da família. Tradução: D. Flaksman. Rio de Janeiro: LCT, 1978. 
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; HORN, Maria da Graça Souza. Organização do espaço e do tempo na escola infantil. Educação infantil: Pra que te quero? p. 67-79, 2001. 
BORSA, Juliane Callegaro. O papel da escola no processo de socialização infantil. Psicologia. com.pt – o portal dos psicólogos, v. 142, p. 1-5, 2007. Disponível em: http://www.psicologia.pt/ artigos/textos/A0351.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Ministério da Educação, 1996. Disponível em: https:// presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96. Acesso: 20 ago. 2021. 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria Executiva. Secretaria de Educação Básica. Conselho Nacional de Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC; Secretaria Executiva; Secretaria de Educação Básica; Conselho Nacional de Educação, 2017. 
CASTELLAR, Sonia Maria Vanzella. Educação geográfica: a psicogenética e o conhecimento escolar. Cad. Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 209-225, 2005. Disponível em: http://www.scielo. br/pdf/%0D/ccedes/v25n66/a05v2566.pdf. Acesso em: 20 ago. 2021. 
DE LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. 
GOELLNER, Silvana Vilondre. A produção cultural do corpo. In: LOURO, Guacira Lopes; NECKEL, Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilondre (org.) Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003. 
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