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2.Compreender a fisiopatologia do câncer do colo de útero e sua relação com o HPV. FISIOPATOLOGIA DR. KARLA KABBCH – DR. EM HPV Junção escamo-colunar (jec): espaço de intersecção entre ectocervial (epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado) e endocervial (epitélio simples colunar muco secretor) Na pre menarca a JEC fica dentro do orifício externo do colo uterio A medida que a mulher tem a menarca o endocervical vai para a ectocervice pela exposição ao estrogênio. Essa regiao do endocervics que ficou exposta vai ser chamada de ectropico, que é uma regiao avermelhada e sofre metaplasia escamosa para se adaptar ao novo ambiente. Essa regiao do ectropico será chamada de zona de transdormaçao. Enre a zona de transformação e o endocervics será formada uma nova JEC. Isso vai ocorrendo durante toda vida reprodutiva. Na pós menopausa esse tecido começa a atrofiar e, normalmente toda a regiao ectropica (zona de transformação), volta para o canal endocervical, fazendo uma nova JEC dentro do colo uterino e jec original volta para mais perto do seu local inicial, A zona de transformação é uma regiao metodicamente ativa e está sempre sofrendo metaplasia. E é nessas regiao que o HPV, através de microlesoes, irá agir. Mas o HPV tb pode agir nas endocervicais levando a um carcinoma. A parte mais vermelha é a zona de transição (ectópico). Durante a menacme essa região avermelhada vai diminuindo pela metaplasia escamosa e na pós menopausa a região volta para o canal endocervical. Principal fator de risco para CA de colo uterino - 99,7% - é o HPV Papilomas vírus: Muito comum Maioria é assintomática, transitória e não causa lesões morfológicas (infecção latente) Pico: inicio da atividade sexual Declínio após os 30 anos por imunidade e por tendência a monogamia 50% dos casos são eliminados em 8 meses e 90% eliminadas em 2 anos. Fatores de risico: imunossupressão, tabagismo ists, baixo nível socioeconomino. TIPOS DE HPV: HPV de baixo risco oncogenico: 6, 16 HPV de alto risco oncogenico: 16, 18, sendo o 16 o mais perigoso Alteração citológica: Coilócito Na biopsia, consegue ver a condição histológica do HPV – DISPLASIA NIC1: Se o HPV destruir/afetar/produzir displasia do terço inferior do colo do útero NIC2: Se o HPV destruir/afetar/produzir displasia dos dois terços inferiores do colo do útero NIC3: Se o HPV destruir/afetar/produzir displasia de toda extensão do colo do útero Para virar câncer à carcinoma invasor à invasão da membrana basal] alguns investigadores correlacionaram o tipo de HPV com diferentes graus de NIC e sugeriram que NIC1 e NIC2-NIC3 são processos distintos, com NIC1 indicando uma infecção autolimitada por HPV sexualmente transmissível e NIC2 ou NIC3 sendo o único precursor verdadeiro do câncer cervical. A maioria das displasias leves e moderadas tem maior probabilidade de regredir do que de progredir . O risco de progressão de displasia leve para displasia grave foi de apenas 1% ao ano, enquanto o risco de progressão de displasia moderada para displasia grave foi de 16% em 2 anos e 25% em 5 anos. O HPV Vírus com DNA. Possui região E com transcrição de oncoproteinas. Oncoproteina E6, E7 e E4 são as mais importantes. Tem tb a regiao L com transcrição de fatores de capsídeo. (PROFESSORA SIMONE SCHEIDER)Como o gene é circular, ele precisa ser clivado para se tornar em forma linear se anexar ao genoma humano. E normalmente é clivado em E2. O E2 reprime a expressão e E6 e E7. Quando ele é clivado a E2 perde sua função reguladora e consequentemente e6 e e6 são expressas em abundância. Oncoproteina E7: age suprimindo o gene supressor tumoral RB. Induz a degradação da RB via ubiquitinaçao e aparente é exclusiva de HPVs de alto risco E2f – é uma proteína de transcrição - com a e2f solta ela aumenta a proliferação desregulada do ciclo celular. Rompe o complexo entre RB e E2F-1, liberando o E2F-1 qie permite a transcrição de genes cujos produtos são necessários para que a célula entre entre na fase S do ciclo celular. Oncoproteina E6: inibe o gene supressor tumoral TP53 à proteína P53 – faz apoptose ou reparo Degradação da p53 via proteossomos através de uma ubiquitina ligase celular – diferente de em outros canceres em que a p53 sofre mutação, nesse caso ela é degrada. Então, com a infecção pelo HPV, há a expressão acentuada de E6 e E7 que vão inibir a p53 ( que faria reparo da célula ou morte a células com grande dano) e da RB ( que faz o controle no ciclo celular de gi/s). Isso faz com que as células fazem evasão da resposta imune, inibem a apoptose e acumulem mutações. Isso acarretará em câncer cervical. A INVASAO E REPLICAÇAO HPV entra pelas células do estrato germinativo (camada basal) do epitélio. Para essa entrada, acredita-se que, é necessário microtraumas na epiderme. Uma vez dentro da célula, o DNA do HPV se replica à medida que as células basais se diferenciam e progridem para a superfície do epitélio. O HPV utiliza a célula hospedeira para regular a transcrição e replicação viral. Assim, fazem a transcrição dos genes virais E6 e E7, que subvertem as vias reguladores do crescimento celular. Nas lesões benignas causadas pelo HPV, o DNA viral está localizado extracromossomicamente no núcleo. Em neoplasias e cânceres intraepiteliais de alto grau, o DNA do HPV é geralmente integrado ao genoma do hospedeiro. Fatores de risco e transmissão : A transmissão do HPV: atividade sexual. O HPV é muito resistente ao calor e à dessecação, e também pode ocorrer transmissão não sexual através de fômites, como por exposição prolongada ao compartilhamento de roupas contaminadas. Um indivíduo corre maior risco de ser infectado pelo HPV se tiver tido múltiplos parceiros sexuais em qualquer momento ou se for parceiro de alguém que teve múltiplos parceiros sexuais. A atividade sexual numa idade precoce também coloca um indivíduo em risco aumentado além de que, a idade é um importante determinante do risco de infecção por HPV ( 1 , 18 ). A maioria dos cânceres cervicais surge na junção escamocolunar entre o epitélio colunar da endocérvice e o epitélio escamoso da ectocérvice. Neste local, ocorrem mudanças metaplásicas contínuas. O maior risco de infecção por HPV coincide com a maior atividade metaplásica. A maior atividade metaplásica ocorre na puberdade e na primeira gravidez e diminui após a menopausa https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC145302/#r1 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC145302/#r18 O uso do preservativo pode não proteger adequadamente os indivíduos da exposição ao HPV, uma vez que o HPV pode ser transmitido pelo contato com tecidos labiais, escrotais ou anais infectados que não são protegidos por preservativo. O desenvolvimento do câncer depende de vários fatores que atuam junto ao HPV A resposta imunitária primária à infecção por HPV é mediada por células; portanto, condições que prejudicam a imunidade mediada por células, como o transplante renal ou a doença pelo vírus da imunodeficiência humana, aumentam o risco de aquisição e progressão do HPV A região reguladora a montante do HPV contém sequências semelhantes aos elementos responsivos aos glicocorticóides que são induzíveis por hormônios esteróides, como a progesterona (o componente ativo dos contraceptivos orais) e a dexametasona. O uso prolongado de contraceptivos orais é um fator de risco significativo para doença cervical de alto grau, de acordo com alguns estudos, mas não em outros A supressão imunológica local induzida pelo tabagismo e a atividade mutagênica dos componentes do cigarro foram demonstradas nas células cervicais e podem contribuir para a persistência do HPV ou para a transformação maligna semelhante à observada no pulmão. Parece que o tabagismo é o fator de risco mais importante, independente da infecção por HPV, para graus mais elevados de doença cervical ( 1 ). O tabagismo mostra pouca ou nenhuma relação com baixos graus de doença cervical. Gestações múltiplas foram um fator de risco independente significativo entre mulheres com evidência histopatológicade infecção por HPV em amostras de biópsia e entre mulheres com doença cervical de grau moderado a alto. Tem havido alguma sugestão de que os vírus sexualmente transmissíveis podem servir como cofatores no desenvolvimento do câncer cervical. Foi postulado que a coinfecção com o vírus herpes simplex tipo 2 pode desempenhar um papel no início do câncer cervical Descobriu-se que a herdabilidade genética é responsável por 27% do efeito dos fatores subjacentes ao desenvolvimento do tumor. A herdabilidade pode afetar muitos fatores que contribuem para o desenvolvimento do cancro do colo do útero, incluindo a susceptibilidade à infecção pelo HPV, a capacidade de eliminar a infecção pelo HPV e o tempo até ao desenvolvimento da doença A presença de múltiplos genótipos de HPV tendeu a aumentar com a gravidade da doença cervical Foi proposto que a carga viral se correlaciona diretamente com a gravidade da doença. Estudos usando PCR quantitativo específico do tipo para HPV-16, -18, -31, -33 e -45 de alto risco e HPV-6 e -11 de baixo risco mostraram que o HPV-16 pode atingir cargas virais muito mais altas do que os outros tipos e que apenas para o HPV-16 o aumento da carga viral se correlaciona com o aumento da gravidade da doença cervical. HPVs de alto risco de todos os https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC145302/#r1 tipos são capazes de induzir tumores malignos mesmo quando estão presentes em níveis baixos.
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