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653CAPÍTULO 26 | POLÍMEROS NATURAIS Tipo de sangue Tipo de sangue que pode receber Tipo de sangue que não pode receber A A, O B, AB B B, O A, AB AB A, B, AB, O — O O A, B, AB Fonte: TIMBERLAKE, K. C. Chemistry: An Introduction to General, Organic and Biological Chemistry. 10. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2009. p. 502. Se uma pessoa com sangue do tipo A receber uma transfusão de sangue do tipo B, seu corpo provoca a aglutinação das células vermelhas do sangue recebido. Ela só pode receber transfusões de sangue dos tipos A e O. As pessoas com sangue do tipo O são consideradas doadoras universais, e as de sangue do tipo AB, por poderem receber qualquer tipo de sangue, receptoras universais. O quadro abaixo mostra a compatibilidade entre os quatro tipos de sangue. M G S G /S h u tt e rs to ck Para ser doador de sangue, é preciso seguir critérios técnicos do Ministério da Saúde que visam à proteção do doador e à segurança do receptor: a pessoa deve procurar um hospital ou hemocentro munida de um documento de identificação com fotografia, ter entre 18 e 65 anos, pesar mais de 50 quilos, ser saudável e estar bem alimentada, porém em jejum de duas horas. b o ja n f a tu r/ G e tt y I m a g e s 1. Qual monossacarídeo presente no sangue do tipo A impede que um indivíduo de sangue do tipo O ou B o receba? 2. Por que pessoas com sangue do tipo O são consideradas doadoras universais? 3. Você sabe qual é o seu tipo sanguíneo? Já precisou alguma vez de transfusão de sangue? Argumente com seus colegas a importância da doação de sangue e de conhecer seu tipo sanguíneo. 4. Pesquise na internet ou na biblioteca de sua escola ou cidade quais doenças preexistentes impedem que uma pessoa seja doadora de sangue. Reflita 3CONECTEQuim_MERC18Sa_U8_Cap26_p646a675.indd 653 8/24/18 1:05 PM 654 UNIDADE 8 | POLÍMEROS Polissacarídeos A união de várias moléculas de monossacarídeos dá origem aos polissacarí- deos, como o amido, o glicogênio e a celulose: n C6H12O6 (C6H10O5)n 1 n H2O a-glicose amido e glicogênio 1 n H2O b-glicose celulose 1 n H2O Amido O amido é a mais importante fonte de carboidratos para o nosso organismo. É o polissacarídeo que constitui a reserva dos vegetais e é encontrado nos grãos das sementes e de raízes de numerosas plantas, como: batata, trigo, arroz, milho, mandioca, centeio e cevada. A quebra ou hidrólise do amido nutre a planta durante os períodos de redução de atividade da fotossíntese. Geralmente, associamos as batatas a uma grande quantidade de amido. No entanto, outros vegetais apre- sentam porcentagens de amido que, em massa, são maiores do que as existentes nas batatas. Vegetais batata trigo arroz milho % de amido 15 55 65 75 Veja abaixo a representação da estrutura do amido, em que n pode variar de 30 a 150. H H OH OH O C O C C C O CC OH H HH H 2 C H H OH OH O C C C O CC OH H HH H 2 C H H OH OH O C C C O CC OH H HH H 2 C H H OH OH O C C O CC OH n H HH H 2 C Glicogênio O glicogênio constitui a reserva animal de carboidratos. Praticamente todas as células dos mamíferos contêm glicogênio na forma de grânulos, porém ele é parti- cularmente abundante no fígado (de 4% a 8% em massa) e nas células dos múscu- los (de 0,5% a 1%). Durante períodos de jejum ou de fome, o organismo transforma as reservas de glicogênio em glicose, necessária para manter o balanço energético. Estruturalmente, ele é parecido com amido, apresentando cadeias muito ra- mificadas. Os alimentos ricos em carboidratos são fundamentais como fonte de energia. Rita Barreto/Fotoarena 3CONECTEQuim_MERC18Sa_U8_Cap26_p646a675.indd 654 8/24/18 1:05 PM 655CAPÍTULO 26 | POLÍMEROS NATURAIS Celulose A celulose é um carboidrato fibroso encontrado em todas as plantas e é o polis- sacarídeo mais abundante na natureza. Fibras de algodão e papel são praticamente constituídas só de celulose (95% em massa). Na madeira seca, por exemplo, há 50% em massa de celulose; no algodão e no linho, é encontrada a forma natural mais pura da celulose. Do ponto de vista industrial e econômico, a celulose é o mais importante dos polissacarídeos. São usados principalmente na manufatura de papel e de ves- timentas – fibras naturais de algodão, linho, etc. – ou de rayon (nitrocelulose). O ser humano não é capaz de digerir esse polissacarídeo, mas os bovinos e outros ruminantes são, pois possuem, em seu trato digestório, bactérias que produzem enzimas (celulase) capazes de metabolizá-lo. Já os cupins apresentam, em seu sistema digestório, um protozoário (Triconinpha) produtor de enzimas que também conseguem promover a metabolização da celulose. Apesar de o ser humano não conseguir digerir a celulose, a sua ingestão é fun- damental para a nossa saúde. Isso porque as fibras de celulose, ao chegar ao intes- tino, aglutinam várias substâncias, formando o bolo fecal, que atravessa o intestino mais facilmente e permite a excreção de substâncias nocivas ao nosso organismo. Esquema da obtenção da glicose a partir do glicogênio e de sua combustão. glicogênio glicose energia CO 2 1 H 2 O O 2 M ilt o n R o d ri g u e s /A rq u iv o d a e d it o raFun•‹o dos carboidratos Com o auxílio de enzimas, os carboidratos do tipo dissacarídeo e polissacarídeo sofrem hidrólise, originando monossacarídeos. Estes sofrem combustão durante a respiração celular, liberando energia para as funções vitais. A reação da combustão da glicose pode ser representada pela equação: C 6 H 12 O 6 6 O 2 6 CO 2 6 H 2 O 2,8 103 kJ glicose Para cada 1 mol de glicose (massa molar: 180 g/mol) queimado, são liberados 2,8 103 kJ. Na respiração celular, essa reação ocorre de maneira controlada e de acordo com as necessidades do orga- nismo. Quando feita em laboratório, porém, essa reação desencadeia uma rápida liberação de energia acompanhada de chamas. F o to s : T h in k s to ck /G e tt y I m a g e s No rume, que é uma parte do trato digestório dos ruminantes, como os da fotografia, há bactérias simbióticas que produzem enzimas que hidrolisam a celulose. No intestino dos cupins existe um protozoário flagelado, denominado Triconinpha, que digere a celulose. A celulose, uma vez digerida, serve de alimento para ambos. 3CONECTEQuim_MERC18Sa_U8_Cap26_p646a675.indd 655 8/24/18 1:05 PM