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Indaial – 2023 Prof.ª Thais Souza Alves 1a Edição Gestão por CompetênCias e do ConheCimento Elaboração: Prof.ª Thais Souza Alves Copyright © UNIASSELVI 2023 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI. Núcleo de Educação a Distância. ALVES, Prof.ª Thais Souza. Gestão por Competências e do Conhecimento. Thais Souza Alves. Indaial - SC: Arqué, 2023. 224p. ISBN 978-65-5646-628-6 ISBN Digital 978-65-5646-629-3 “Graduação - EaD”. 1. Gestão 2. Competências 3. Conhecimento CDD 658 Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina Gestão por Competências e do Conhecimento. O conteúdo deste livro foi elaborado com muito carinho e atenção. Esperamos que goste do material, pois, durante todo o processo de análise e estudo dos textos, a maior preocupação foi encontrar e disponibilizar a você um conjunto de informações que pudesse, verdadeiramente, proporcionar conhecimento e aprendizado, abrindo novos horizontes para o seu dia a dia, desenvolvendo uma percepção mais apurada e novas possibilidades na sua maneira de pensar sobre o tema proposto. O objetivo deste livro é trabalhar o tema Gestão por Competências e do Conhecimento considerando a sua perspectiva contemporânea. O tema torna-se indispensável para o Gestor de RH (Recursos Humanos), pois a tendência é que, cada vez mais, esse profissional seja acionado a atuar, de forma estratégica, dentro do contexto organizacional, buscando contribuir com o desempenho humano, o capital intelectual organizacional e os seus reflexos dentro do ambiente empresarial. Desenvolveremos, da melhor forma possível, condições didático-pedagógicas, para que você compreenda as abordagens histórica e processuais sobre os estudos do desempenho humano nas organizações, as suas origens e tendências bem como as suas técnicas e as ferramentas disponíveis em relação ao processo de Gestão de Competências. Você também verá, aqui, o processo detalhado de desenvolvimento nos ambientes corporativos, por meio da busca pelas aprendizagem contínua, conservação do capital intelectual gerado dentro dos negócios e consequente gestão do conhecimento. Considerando a complexidade por meio da qual as organizações atuam, junto à necessidade e à permanente busca por resultados, o profissional de RH precisa estar contextualizado em relação a essa realidade e instrumentalizado com conhecimentos e técnicas específicas que o possibilitem participar e contribuir, de maneira expressiva, em relação ao processo de Gestão de Competências e, consequentemente, aos resultados organizacionais. O conteúdo do nosso livro está organizado em três unidades de estudo. Inicialmente, cada unidade apresenta um conjunto de informações e conteúdos relevantes para o entendimento do tema bem como ferramentas operacionais de estudo. Dessa forma, para o adequado aprendizado, no decorrer das unidades, são disponibilizadas sugestões de leituras, questões que levam à reflexão sobre os assuntos apresentados e atividades de autoestudo. Portanto, é muito importante que você utilize todas essas ferramentas, a fim de aproveitar as possibilidades de aprendizagem desde conteúdo. APRESENTAÇÃO A partir de agora, quero convidar você a participar efetivamente desse processo de aprendizagem. Para isso, apresentarei, em linhas gerais, como está estruturada cada unidade do livro. A Unidade 1 tem como objetivo descrever o contexto histórico e as tendências para a Gestão de Pessoas, apresentando a visão sistêmica dos processos e modelos da gestão por competências e de desempenho para o desenvolvimento individual/ coletivo nas organizações e os métodos de avaliação da Gestão de Desempenho. Ao fim da unidade, é apresentada uma ampla metodologia de implementação da gestão por competências e desempenho. É de extrema importância ter a consciência de que, da mesma maneira que a sociedade econômica se desenvolve, as organizações e as pessoas precisam acompanhar o ritmo do crescimento. É fundamental para a manutenção das pessoas dentro das organizações a conservação do capital intelectual gerado dentro dos negócios, o qual, em algum tempo, se transformará em reservatório de conhecimento intangível. A Unidade 2 inicia-se estabelecendo o conceito do que vem a ser conhecimento. Dessa forma, a Gestão do Conhecimento é o segmento da Administração que trata das questões críticas de adaptação, sobrevivência e competência organizacional face ao processo turbulento de mudanças. Tem como objetivo reunir processos organizacionais que produzam combinações sinérgicas entre dados, capacidade de processamento de informações e capacidade criativa e inovadora de recursos humanos. Ao longo desta unidade, esclareceremos que, apesar da dificuldade apresentada pelas empresas em tratar do assunto, o momento é favorável, pois, as mudanças e os avanços impostos pelo mercado têm modificado os paradigmas que, por sua vez, têm alterado as relações de trabalho, a natureza das atividades e o modo como os trabalhos são executados. Este cenário impulsiona as empresas a mudarem, porque, elas se não o fizerem, provavelmente, não terão muitas chances de permanecer no mercado. Abordaremos, também, as diferenças entre dado, informação e conhecimento e, no decorrer do texto, enfatizaremos o processo de transformação de informação em conhecimento. Na sequência, apresentaremos as formas como o conhecimento é caracterizado, podendo ser conhecimento explícito e conhecimento tácito. No desenvolvimento do texto, é apresentado o processo de criação de conhecimentos, que é definido como a capacidade que a organização desenvolve em gerar novos conhecimentos, disseminá- los e incorporá-los aos produtos e serviços. A dinâmica da criação do conhecimento está ancorada no pressuposto de que ele é criado e expandido mediante a interação social entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito, e essa interação é chamada de conversão do conhecimento (socialização, externalização, combinação e internalização). É interessante que os gestores entendam esse processo para que consigam direcionar adequadamente o processo de criação e conversão de conhecimentos. Diferentemente da criação, a conversão tem como ponto de partida os conhecimentos preexistentes e, a partir deles, ocorre a convergência desses conhecimentos e o desenvolvimento de novos. A Unidade 3 nos traz uma visão panorâmica sobre o processo de gerenciamento do conhecimento nas organizações. É essencial que você desenvolva a codificação dos conhecimentos básicos, a fim de garantir a sua operacionalização e sobrevivência. O mapeamento do conhecimento envolve localizar conhecimentos importantes dentro da organização e, posteriormente, disponibilizá-los, deixando claro onde encontrá-los. Esta base de dados pode ser utilizada como ponto inicial para planejamento e alocação de recursos, movimentação de pessoal, avaliação de competências e elaboração de planos de treinamento. Prosseguindo com o nosso estudo, a unidade nos traz, ainda, a importância da cultura de aprendizagem, o papel do e-learning nas organizações e a visão de futuro e sustentabilidade aos negócios. Acadêmico, é muito importante que você realize a leitura antecipada de todo o material bem como se dedique a resolver as Atividades de Autoestudo que se encontram no final de cada unidade. Os conteúdos oferecidos nesta disciplina, por meio deste livro, somente se tornarão conhecimento se houver o estabelecimento de reflexões e a busca da conversão dessas inúmeras informações em algo aplicável. Certamente, ao longo de sua jornada de estudos, você passará pelo processo de aprendizagem que, por sua vez, se realiza por meio de quatro estágios, os quais podemos indicar como: 1º) curiosidade; 2º) dúvida e confusão;3º) conhecimento; e, por fim, 4º) sabedoria. Como sugestão, primeiramente, preocupe-se em estabelecer a compreensão básica do assunto, começando a entender alguns dos termos mais usuais, tal como você estivesse apenas reconhecendo o terreno. Em seguida, após saber, por alto, como são as coisas, será mais fácil sair e caminhar em terra firme, como faremos, pouco a pouco. Registramos os nossos sinceros agradecimentos por ter a oportunidade de fazer parte do seu processo de aprendizagem e desejamos muito sucesso a você! Bons estudos! Prof.ª Thais Souza Alves Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confi ra, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - GESTÃO DE DESEMPENHO E COMPETÊNCIAS: PROCESSOS E IMPACTOS . 1 TÓPICO 1 - O DESEMPENHO HUMANO, AS COMPETÊNCIAS E A IMPORTÂNCIA NAS ORGANIZAÇÕES .....................................................................................................................3 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................3 2 CONTEXTO HISTÓRICO E TENDÊNCIA PARA A GESTÃO DE PESSOAS ...........................4 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS ..................................................... 5 2.1.1 Fases de evolução da Gestão de Pessoas ..............................................................................7 2.2 O CONTEXTO ATUAL DA GESTÃO DE PESSOAS: O SEU PAPEL E OS ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA GESTÃO MODERNA ..........................................................................8 2.3 PESSOAS COMO PARCEIRAS DAS ORGANIZAÇÕES ................................................................... 11 2.4 AS NOVAS PERSPECTIVAS DA GESTÃO DE PESSOAS E A ATUAÇÃO DO NOVO PROFISSIONAL ..................................................................................................................................... 13 2.5 OS PROCESSOS E SUBSISTEMAS DA GESTÃO DE PESSOAS ................................................. 14 2.5.1 Processo de Agregar Pessoas ............................................................................................... 15 2.5.2 Processo de Aplicar Pessoas ................................................................................................ 16 2.5.3 Processo de Recompensar Pessoas .................................................................................. 16 2.5.4 Processo de Desenvolver Pessoas ......................................................................................17 2.5.5 Processo de Manter Pessoal .................................................................................................17 2.5.6 Processo de Monitorar Pessoas .......................................................................................... 18 3 O IMPACTO DO DESEMPENHO HUMANO NOS RESULTADOS DA ORGANIZAÇÃO .........18 3.1 A ADMINISTRAÇÃO MODERNA E O DESEMPENHO HUMANO ................................................... 19 3.2 AS DIMENSÕES DO PROCESSO AVALIATIVO APLICADO ÀS PESSOAS .................................20 4 VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO E MODELOS DA GESTÃO DE DESEMPENHO ........... 21 4.1 MODELO METODOLÓGICO DO PROCESSO DE GESTÃO DO DESEMPENHO ..........................23 RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................27 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 28 TÓPICO 2 - AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DESEMPENHO ...................................................... 31 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 31 2 OBJETIVOS E LIMITAÇÕES DA AVALIAÇÃO .................................................................... 31 2.1 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ................................33 2.2 OBJETIVOS DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO ................................................................................34 2.2.1 O que deve ser avaliado ...........................................................................................................35 2.3 ENTRAVES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO...............................................36 3 O CONCEITO DA GESTÃO DE COMPETÊNCIAS .............................................................. 38 3.1 CONCEITUANDO A COMPETÊNCIA ..................................................................................................39 3.2 CORE COMPETENCES ........................................................................................................................ 40 3.3 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS ....................................................... 41 3.3.1 Levantamento de Dados ........................................................................................................423.3.2 Classificação ..............................................................................................................................42 3.4 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS ...................................................................44 4 AVALIAÇÃO NA GESTÃO DE COMPETÊNCIAS................................................................ 45 4.1 AVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS ..............................................................47 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 49 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 50 TÓPICO 3 - IMPLEMENTANDO O PROCESSO DE GESTÃO DO DESEMPENHO ................. 53 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 53 2 ANÁLISE ORGANIZACIONAL ........................................................................................... 53 2.1 PERFIS PREDOMINANTES DE EMPRESAS ....................................................................................55 2.2 DECISÃO PARA IMPLANTAR O PROCESSO DE GESTÃO DE DESEMPENHO .........................56 3 METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO ............................................................................ 56 3.1 FASES DE IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE DESEMPENHO ........................................................ 57 3.2 ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA PARA GESTÃO DO DESEMPENHO .........................................58 3.2.1 Elaboração do Documento Normativo .................................................................................59 4 MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO .......................................................................................... 60 4.1 MÉTODO CHECKLIST ...........................................................................................................................61 4.2 MÉTODO ESCALA GRÁFICA ..............................................................................................................61 4.3 MÉTODO ESCOLHA FORÇADA .........................................................................................................62 4.4 MÉTODO AVALIAÇÃO POR RESULTADOS .....................................................................................63 4.5 ESTABELECENDO O MODELO DE QUEM DEVE AVALIAR O DESEMPENHO .........................63 4.1.1 Formando os avaliadores ........................................................................................................65 4.1.2 O Gerente e a Gestão do Desempenho ...............................................................................65 4.1.3 Critérios para o programa de formação de avaliadores .................................................66 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 69 RESUMO DO TÓPICO 3 .........................................................................................................74 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................75 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 77 UNIDADE 2 — GESTÃO DO CONHECIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES ..................................81 TÓPICO 1 — O QUE É GESTÃO DO CONHECIMENTO .......................................................... 83 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 83 2 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE E DO CONHECIMENTO ........................................ 84 2.1 CARACTERÍSTICAS DAS SOCIEDADES BÁSICAS ........................................................................85 2.2 COMPREENDENDO A GESTÃO DO CONHECIMENTO ................................................................. 88 2.3 RELEVÂNCIA DA GESTÃO DO CONHECIMENTO ..........................................................................90 2.4 CONHECIMENTO COMO RECURSO ECONÔMICO ........................................................................ 91 2.5 GERAÇÃO DE RENDA POR MEIO DO CONHECIMENTO ..............................................................92 3 COMO IMPLEMENTAR A GESTÃO DO CONHECIMENTO ................................................. 93 4 MUDANÇA NO CONTEXTO EMPRESARIAL E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA MUDANÇAS .......................................................................................................................95 4.1 TIPOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL ....................................................................................... 97 4.1.1 Mudança planejada .................................................................................................................... 97 4.1.2 Processo de Mudanças de Lewin ..........................................................................................98 4.1.3 Mudança não planejada ..........................................................................................................99 4.2 CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS ..............................................................................................99 4.3 RESISTÊNCIA À MUDANÇA .............................................................................................................101 4.4 TIPOS DE ACEITAÇÃO DA MUDANÇA ..........................................................................................102 4.5 LIDERANÇA NO PROCESSO DE MUDANÇA ................................................................................104 4.6 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA MUDANÇAS.........................................................................104 RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................107 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................108 TÓPICO 2 - ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO ...........................................................111 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................111 2 DIMENSÕES DAS ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO ............................................. 112 2.1 DIMENSÃO: INFRAESTRUTURA ORGANIZACIONAL ...................................................................113 2.1.1 Modelo Estrutural Estático ......................................................................................................114 2.1.2 Modelo Estrutural Dinâmico ..................................................................................................114 2.1.3 Modelo Estrutural Colaborativo ............................................................................................114 2.1.4 Modelo Estrutural Organístico ...............................................................................................114 2.1.5 Modelo Estrutural de Hipertexto Baseado em Rede .......................................................115 2.2 DIMENSÃO: PESSOAS .......................................................................................................................116 2.3 DIMENSÃO: TECNOLOGIA ................................................................................................................ 117 3 CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO ....................................................................................... 118 4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DA GESTÃO DO CONHECIMENTO.............................. 121 4.1 DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO .................................................................................... 122 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 127 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................128TÓPICO 3 - GERENCIANDO ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO ................................ 131 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 131 2 MAPEANDO O CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ..................................................... 131 2.1 VALORES E ATIVOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS .........................................................................134 2.1.1 Valores de uma organização .................................................................................................134 2.2 ATIVOS TANGÍVEIS E ATIVOS INTANGÍVEIS ............................................................................... 135 2.2.1 Espécies de ativos intangíveis ............................................................................................ 136 3 O QUE É CAPITAL INTELECTUAL ................................................................................... 137 3.1 COMPOSIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL .................................................................................. 137 4 MENSURANDO O CONHECIMENTO E O CAPITAL INTELECTUAL .................................138 5 INDICADORES DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL ............................................. 140 5.1 MENSURANDO O CAPITAL INTELECTUAL ...................................................................................142 5.2 O DESAFIO DA MENSURAÇÃO .......................................................................................................143 5.2.1 Gerenciando as organizações ..............................................................................................143 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................146 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................149 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................150 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................153 UNIDADE 3 — GERENCIANDO O CONHECIMENTO A PARTIR DA GESTÃO DO DESEMPENHO ....................................................................................................................155 TÓPICO 1 — ATUAÇÃO GERENCIAL SOBRE RESULTADOS .............................................. 157 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 157 2 ATUAÇÃO GERENCIAL SOBRE RESULTADOS ............................................................... 157 3 ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ..........................................................158 3.1 CONDUZINDO A ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO............................................................................160 3.2 ETAPAS A SEREM OBSERVADAS NA ENTREVISTA DE AVALIAÇÃO ......................................161 4 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO E DO FEEDBACK NA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO .................................................................................................................162 4.1 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .................................................................................................. 163 4.2 O CONTEXTO E A APLICAÇÃO DO FEEDBACK ........................................................................... 165 4.3 DIFICULDADE PARA RECEBER FEEDBACK ............................................................................... 166 4.4 DIFICULDADE PARA EMITIR FEEDBACK ......................................................................................167 4.5 SUPERANDO AS DIFICULDADES DE EMITIR E RECEBER FEEDBACK ..................................167 4.6 PRINCÍPIOS PARA O FEEDBACK EFICAZ ....................................................................................168 4.7 DESENVOLVENDO O PROCESSO DE FEEDBACK ...................................................................... 169 5 MENSURANDO O CONHECIMENTO E O CAPITAL INTELECTUAL ..................................171 5.1 O DESAFIO DA MENSURAÇÃO ........................................................................................................ 172 6 INDICADORES DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL .............................................. 173 6.1 ESFORÇO X RESULTADO ................................................................................................................. 173 6.2 QUANTITATIVO X QUALITATIVO ..................................................................................................... 174 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 176 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 177 TÓPICO 2 - GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ...................................................................... 179 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 179 2 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ....................................................................................... 179 3 CULTURA DA APRENDIZAGEM.......................................................................................182 4 SISTEMA DE BENCHMARKING .......................................................................................187 4.1 TIPOS DE BENCHMARKING ............................................................................................................... 187 4.2 PROCESSO DE BENCHMARKING ....................................................................................................188 5 PAPEL ESTRATÉGICO DO E-LEARNING .........................................................................189 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................192 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................193 TÓPICO 3 - VISÃO DO FUTURO .........................................................................................195 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................195 2 FORMAÇÃO HUMANA E CAPACITAÇÃO ........................................................................195 3 DESENVOLVENDO TALENTOS E CAPACITANDO PROFISSIONAIS ..............................198 3.1 OBJETIVOS DO TREINAMENTO ...................................................................................................... 199 3.2 O PROCESSO DE TREINAMENTO .................................................................................................200 3.2.1 Primeira etapa: diagnóstico do treinamento ....................................................................201 3.2.2 Segunda etapa: planejamento e programação ............................................................. 202 3.2.3 Terceira etapa: execução do treinamento ....................................................................... 203 3.2.4 Quarta etapa: avaliação do treinamento ......................................................................... 204 4 VISÃO DE FUTURO E SUSTENTABILIDADE .................................................................. 205 4.1 OS TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA ................................................. 206 4.2 SOLUÇÕES EM NUVEM SÃO ALIADAS DA SUSTENTABILIDADE .........................................208 4.3 ESTRATÉGIAS DE SUSTENTABILIDADE EXIGEM CAUTELA ..................................................208 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 211 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 217 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................218REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 220 1 UNIDADE 1 - GESTÃO DE DESEMPENHO E COMPETÊNCIAS: PROCESSOS E IMPACTOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conceituar o que é Gestão de Pessoas e seu desenrolar histórico; • apresentar os principais objetivos da Gestão de Pessoas e os desafi os de uma gestão moderna; • esclarecer a diferença entre perceber as pessoas como recursos ou parceiros em uma organização e suas implicações; • pensar o papel atual da Gestão de Pessoas e refl etir sobre o perfi l do profi ssional que atua nessa nova perspectiva; • apresentar a função dos processos e subsistemas da gestão por competências. A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado TEMA DE APRENDIZAGEM 1 – O DESEMPENHO HUMANO, AS COMPETÊNCIAS E A IMPORTÂNCIA NAS ORGANIZAÇÕES TEMA DE APRENDIZAGEM 2 – AVALIAÇÃO E GESTÃO DE DESEMPENHO TEMA DE APRENDIZAGEM 3 – IMPLEMENTANDO O PROCESSO DE GESTÃO DO DESEMPENHO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 O DESEMPENHO HUMANO, AS COMPETÊNCIAS E A IMPORTÂNCIA NAS ORGANIZAÇÕES 1 INTRODUÇÃO A Gestão de Pessoas como conhecemos nem sempre esteve conceituada ou, até mesmo, foi aceita da forma que temos atualmente. Iniciando o nosso conteúdo, queremos apresentar alguns conceitos que podem nos ajudar a entender melhor o que vem a ser essa gestão, considerando seu novo contexto e desafios. Levando em conta a diversidade de autores que escrevem sobre o assunto, consideramos importante destacar que, apesar de existir, entre eles, formas diferentes de apresentar os seus conceitos, a ideia central permanece a mesma. Dessa forma, Dessler (2004 apud CHIAVENATO, 2006, p. 9) nos relata que: Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as pessoas ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação de desempenho. Ainda de acordo com o autor, Administração de Recursos Humanos é a função administrativa devotada a aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos estão envolvidos em atividades, como: recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento (DESSLER, 2014). Complementando o nosso entendimento sobre o que vem a ser a Gestão de Pessoas nos dias atuais, autores como Milkovich, George, Broudreau e John W. (1994 apud DESSLER, 2014), dizem-nos que Administração de Recursos Humanos é um conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações. Ainda, segundo Robbins (1996), Administração de Recursos Humanos é a função na organização relacionada a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados. Considerando a compreensão a respeito da Gestão de Pessoas, os seus conceitos e funcionalidades, com a certeza de que o mercado está cada vez mais competitivo, os detalhes da gestão se tornaram pontos cruciais para correções e melhorias. Assim, poderemos compreender que a Gestão de Pessoas baseada no desenvolvimento de TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 indivíduos e numa gestão clara por competências, faz-se necessária para a obtenção de uma visão mais assertiva a respeito dos cenários e a consequente tomada de decisões, visando ao sucesso do negócio. No Tema de Aprendizagem 1, abordaremos o contexto histórico e as tendências para a Gestão de Pessoas, buscando apresentar o impacto dos modelos de Gestão de Desempenho nos resultados organizacionais, por meio da colaboração e do respaldo à visão sistêmica dos processos internos, assim como a estruturação ampla das áreas de pessoas nos negócios. Busque compreender o tema utilizando os recursos didáticos existentes ao longo do percurso: sugestão de leituras, filmes e textos. Você enriquecerá o seu entendimento a respeito desse tema que faz parte da vida organizacional de todos os negócios. 2 CONTEXTO HISTÓRICO E TENDÊNCIA PARA A GESTÃO DE PESSOAS Diversos autores referem-se à Gestão de Pessoas como Administração de Recursos Humanos, mas todos mantêm-se alinhados ao propósito de que essa gestão deve buscar o equilíbrio entre os interesses da empresa e os interesses dos indivíduos. Perceba, ainda, que tal objetivo pode ser alcançado mediante o estabelecimento de políticas de gestão voltadas às pessoas e, também, por meio do uso das ferramentas e subsistemas disponíveis no processo de Gestão de Recursos Humanos. Para melhor entendermos o termo “Administração de Recursos Humanos” ou “Gestão de Pessoas”, faz-se necessário nos reportarmos ao conceito do que seja administração, assim, encontramos a seguinte definição: é o processo que visa alcançar, com eficiência e eficácia, os objetivos estratégicos da organização, com as pessoas e por meio delas. Dessa forma, fica claro que não devemos mais subjugar as pessoas nas organizações, mas devemos trabalhar com elas para que os resultados sejam alcançados. Outro ponto que, também, nos chama a atenção é que existem fatores comuns a todas as organizações, tais como: os objetivos, os recursos limitados e as pessoas; estas características independem do tipo, ramo ou tamanho do negócio, ou seja, fica evidente que a “bola da vez” é a Gestão de Pessoas. Saiba que administrar com pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores, os parceiros internos que mais entendem dela, de seu funcionamento e de seu futuro. Esses colaboradores não são mais vistos como um recurso servil e passivo no processo de uma organização, mas como um objetivo, um sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações. 5 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS De acordo com Araújo (2006), as primeiras ideias relacionadas ao processo de gerenciamento de pessoal decorrem do surgimento da necessidade de contabilizar os registros dos trabalhadores, principalmente, as horas trabalhadas, faltas e atrasos, para efeitos de pagamento ou de desconto. Teve início, então, o papel do controlador de pessoas que, normalmente, era feito pelo contador da empresa. As primeiras mudanças na área de Administração de Pessoas surgiram no início do século XX, pois, para o empresário, o trabalhador nada mais era do que um instrumento a mais na busca de resultados da empresa. Na década de 1920, surgiu o movimento de relações humanas, e esse novo modelo trouxe forte pressão ao chefe de pessoal, pois, a ordem, agora, era preocupar-se com o indivíduo, com as suas necessidades e outras variáveis com as quais ninguém estava preparado, nem o empresário, nem o trabalhador e, muito menos, o chefe de pessoal. Em 1945, surgiram os primeiros estudos sobre liderança, autocratismo, democracia no trabalho e motivação humana, e eles passaram a lidar com uma variável, até então, desprezada: o poder das relações informais. Nesse cenário, a função de “cuidar do pessoal” passou a ser valorizada, uma função que era de terceiro escalão passou a ter status de gerência, deixando de ser uma função, puramente, operacional, para tornar-se tática (ARAÚJO, 2006). Somente nos anos 1950, passou-se a ligar essa área à de Ciências Humanas. No auge da escola de relações humanas, criou-se o termo “Gerente de Recursos Humanos”. Nos anos 1960, surgiu, paralelamente ao GRH, o GRI (Gerente de Relações Industriais), para distinguir a pessoa que cuida de aspectos, puramente, administrativos (GRI) do especialista em questões “humanas” (GRH). Dos anos 1970 aos 1990,a Administração de Pessoal deixou de ser uma função administrativa e tornou-se estratégica, infl uenciando, diretamente, as ações e servindo como apoio para o atendimento dos objetivos gerais da empresa (ARAÚJO, 2006). Gestão por Competências: identifi car as competências as quais uma função precisa e as que o colaborador possui; fazer o cruzamento das informações apuradas nos passos anteriores, identifi cando o gap de treinamento, lançando um plano de desenvolvimento específi co para o colaborador (LEME, 2005). ATENÇÃO 6 A partir de pesquisas e estudos – encomendados pelas grandes organizações – referentes às novas posturas de comando como forma de otimizar os resultados produtivos das organizações, houve a mudança nas formas de Gestão de Pessoas nas empresas. Foi a partir do desenvolvimento dos processos, métodos e normas de trabalho que surgiu o interesse no estudo de alguns fenômenos relativos ao comportamento humano. Marras (2000) ilustra, de forma bem clara, o desenvolvimento das áreas de responsabilidade da função de pessoal, o que nos faz levantar uma questão: quais são as novas responsabilidades da Gestão de Pessoas no século XXI? Figura 1 – Áreas de responsabilidade da função de pessoal Fonte: adaptada de Marras (2000) 7 2.1.1 Fases de evolução da Gestão de Pessoas Em pesquisa realizada pela professora Tose (2000 apud MARRAS, 2000), há descrição das características que predominavam nas fases de evolução da Gestão de Pessoas. Segundo a autora, as fases possuíam as seguintes características: • Fase contábil: esta fase caracteriza-se pela preocupação com os custos da organização. Para as organizações, os trabalhadores eram vistos, somente, sob o enfoque contábil, pois, quando o candidato era “aprovado”, imediatamente, assinava o “contrato de trabalho”, que era, na verdade, o chamado Livro de Escrita do Pessoal, no qual outra pessoa, a partir do ingresso na empresa, fazia a contabilidade dos salários devidos. Quem comandava o trabalho era denominado feitor. • Fase legal: nesta fase, faz-se presente a função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação era com as recém-criadas leis trabalhistas (CLT). O poder exercido sobre os empregados, antes, unicamente, centrado na figura dos feitores (chefes de produção), passou para o chefe de pessoal. Isso acontecia porque se fazia necessário o domínio sobre as novas regras e normas jurídicas impostas. • Fase tecnicista: foi neste período que o presidente Juscelino Kubitschek implantou a indústria automobilística em nosso país. Nesse momento, os empresários tiveram que aceitar, em seus organogramas, o Gerente de Relações Industriais (GRI), para distinguir o gerente que cuidava de aspectos puramente administrativos (GRA) daquele que seria o especialista sobre questões “humanas” (GRH). Foi nesta fase, também, que a área de RH passou a operacionalizar serviços, como os de treinamento, recrutamento/seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros. • Fase administrativa: nesta fase, ocorreram novas mudanças. Surgiu o novo sindicalismo; criou-se uma nova denominação bem como uma nova responsabilidade do, até aqui, Gerente de Relações Industriais. O cargo passou a chamar Gerente de Recursos Humanos, com isso, pretendia-se humanizar procedimentos burocráticos e, puramente, operacionais, voltando-os para os indivíduos e as suas relações com os sindicatos e a sociedade. Esta fase é considerada muito importante para o modelo de Gestão de Pessoas que temos, atualmente, pelo fato de ter sido nesse período que os subsistemas e as ferramentas dessa gestão se consolidaram, dentre eles, os processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, cargos e salários, entre outros. • Fase estratégica: esta fase foi demarcada pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. O GRH subiu no seu nível hierárquico, saindo do terceiro escalão – o nível tático – para assumir posição de alto nível e ser reconhecido como diretoria, em nível estratégico na organização. Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento por qualidade e produtividade, surgiu uma 8 eloquente constatação na maioria das organizações: o diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que mantêm e conservam o status, ou seja, que geram e fortalecem a inovação e o que ela deverá vir a ser. São pessoas as quais produzem, vendem, servem o cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das empresas. Varia enormemente a maneira como as pessoas se comportam, decidem, agem, trabalham, cuidam dos clientes, tocam os negócios das empresas, executam e melhoram as atividades. Esta variação depende, em grande parte, de políticas e diretrizes das organizações que dizem respeito a como lidar com as pessoas em suas atividades. Se as empresas estão demitindo mais e, também, gastando mais com assessorias especializadas, ganham espaço, nos conselhos de Administração, os direitos de Recursos Humanos. Como ocorre com os demais profissionais de alto escalão, contudo o seu perfil deve adaptar-se à crise. Com isso, saem os patriarcalistas e entram os racionalistas: o RH mais intimamente ligado ao business e capaz de cortar, com precisão, profissionais de baixo rendimento. IMPORTANTE 2.2 O CONTEXTO ATUAL DA GESTÃO DE PESSOAS: O SEU PAPEL E OS ASPECTOS FUNDAMENTAIS PARA UMA GESTÃO MODERNA Para Chiavenato (2006), a Gestão de Pessoas está inserida em um contexto formado por pessoas e organizações. As primeiras dependem das segundas para manter a subsistência e atingir os objetivos pessoais e individuais. De um lado, quando se fala em crescer na vida e ser bem-sucedido, normalmente, atrela-se a este cenário uma organização. Do outro lado, encontramos as organizações que dependem, diretamente, de seus funcionários, para produzir bens e serviços, atender os clientes, competir nos mercados, atingir os objetivos globais e estratégicos. As organizações funcionam por meio e com as pessoas que delas fazem parte, as quais decidem e agem em nome desses organizações. Até pouco tempo, o relacionamento entre as pessoas e as empresas era considerado antagônico e conflitante, tornou-se senso comum dizer que os interesses organizacionais e individuais nunca seriam compatíveis, visto que um pretendia usurpar o máximo do outro. Na mudança dessa percepção, o profissional de Recursos Humanos participa dos desafios mais relevantes da organização e contribui para o alcance dos objetivos organizacionais e individuais. 9 No Quadro 1, demonstraremos os principais objetivos organizacionais e individuais. Sempre que nos referirmos a eles, procuraremos exemplifi car por meio do seguinte questionamento: quais são os possíveis interesses de um empresário frente ao negócio? Quais os possíveis interesses de um indivíduo (funcionário) frente ao negócio? Imagine-se dono de um negócio, qual resposta você teria? Ou, ainda, imagine-se como um colaborador, quais as suas possíveis necessidades e vontades? Observe o quadro, a seguir, e perceba que, provavelmente, algumas de suas respostas, possivelmente, estarão listadas. Quadro 1 – Objetivos organizacionais e individuais Fonte: adaptado de Chiavenato (2006) Diante desse novo contexto, Ribeiro (2006, p. 4) nos diz: A área de Recursos Humanos deve estar voltada, permanentemente, para ajudar a organização a alcançar seus objetivos e a realizar suas missões, tornando-a competitiva. Além disso, também tem de promover empregados bem treinados e bem motivados, ao mesmo tempo em que desenvolve e mantém a qualidade de vida no trabalho, administra as mudanças e incentiva políticas éticas e comportamento socialmente responsável. As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seusobjetivos e cumprir suas missões. E, para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e confl ito (CHIAVENATO, 2006). ATENÇÃO 10 Ainda conforme Ribeiro (2006), a área de Recursos Humanos possui uma missão na qual, dentre outras coisas, deve: • Dimensionar e planejar as necessidades de pessoal em longo, médio e curto prazos, para atender às exigências do negócio e aos objetivos da empresa. • Criar, atualizar e manter uma estrutura organizacional adequada aos objetivos empresariais e às suas relações com o ambiente. • Atender às necessidades de recursos humanos da organização em longo, médio e curto prazos, além de manter todos os cargos e funções, adequadamente, preenchidos. • Prover a qualificação profissional dos recursos humanos da empresa. • Remunerar o pessoal, competitiva e equivalentemente, considerando as características e as peculiaridades do negócio empresarial que impactam a relação do profissional com seu cargo e a contribuição para o desenvolvimento da empresa. • Assegurar o bom relacionamento da empresa com o empregado, em todos os níveis da organização. Para alcançar essa missão, porém, a área de Recursos Humanos necessita quebrar alguns paradigmas oriundos das décadas anteriores, ou seja, de acordo com Chiavenato (2006), primeiramente, ela deve quebrar os velhos paradigmas organizacionais que definem a Administração de Recursos Humanos como: • Uma estrutura hierárquica e funcional. • Voltada à especialização das suas funções. • Voltada à centralização e ao monopólio. • Completa ausência de coordenação entre as funções. • Criadora de conflitos entre linha e estafe, isto é, os clientes internos de ARH. • Preocupada com atividades rotineiras e burocráticas, avessa à inovação e à criatividade. • Falta de conhecimento das interdependências e dos processos empresariais. A Administração de Recursos Humanos também necessita romper com os velhos paradigmas culturais que, de acordo com Chiavenato (2006), caracterizam-se por: • Dar ênfase ao indivíduo e à iniciativa pessoal, omitindo a atividade grupal. • Promover o confinamento dos cargos e isolamento das pessoas. • Permitir a ausência de contatos interpessoais e sociais. • Ser submisso ao chefe, tendo ele como único cliente. • Apresentar uma avaliação pessoal e individual, voltada para o desempenho passado. • Possuir tendência à permanência e ao definitivo. • Promover o conservadorismo da ARH, que funciona como anti-habilitadora da mudança. • Possuir visão voltada para o passado ou a manutenção do status quo. 11 Complementando as ideias de Chiavenato (2006), Ribeiro (2006) nos aponta os velhos papeis dos Recursos Humanos que necessitam ser superados: • Controlar, rigidamente, a carreira dos funcionários. • Manter as escalas salariais em segredo, de tal forma que nem os gerentes saibam como tal escala funciona. • Manter a avaliação de potencial como uma tarefa exclusiva da função de Recursos Humanos. • Entender que a manutenção de um clima organizacional adequado é tarefa exclusiva da área de Recursos Humanos. • Manter tudo que diga respeito a Recursos Humanos em um clima cheio de mistérios e segredos. • Conservar a imagem de Recursos Humanos como um departamento fechado e à parte da organização. • Valorizar, excessivamente, a área, em detrimento dos objetivos estratégicos da empresa. As pessoas da organização (salvo lembrar) formam o corpo funcional e contribuem para a instalação de um clima organizacional favorável que conduz a resultados, incluindo resultados nos negócios ou em qualquer que seja a atividade-fim da organização. Esse é o chamado capital humano e serve de combustível bem como faz a máquina (organização) andar e chegar ao destino. Acadêmico, sugerimos a leitura do livro Práticas de Recursos Humanos PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos, da autora Ana Cristina Limongi França. O livro nos traz uma abordagem genuinamente brasileira das práticas de Gestão de Pessoas. Especialmente, no Capítulo 1 das páginas 7 a 11, a autora traz uma breve história brasileira em relação às práticas de Recursos Humanos com a apresentação da pré-história e os períodos clássicos da Administração de Recursos Humanos no Brasil. Sem dúvida, é uma leitura obrigatória a todos os profissionais que atuam ou pretendem atuar nessa área. DICA 2.3 PESSOAS COMO PARCEIRAS DAS ORGANIZAÇÕES A globalização nos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento por qualidade e produtividade evidenciam mudanças significativas na Gestão de Pessoas. Tais mudanças mostram a evidente constatação, 12 na maioria das organizações, de que o diferencial competitivo das empresas decorre das pessoas que geram e fortalecem a inovação. São pessoas que produzem, vendem, servem o cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das empresas (CHIAVENATO, 2006). Outro fato, extremamente, relevante é que uma organização vive e sobrevive de suas parcerias, cada qual contribuindo e esperando algo da organização, como pode ser visto no quadro, a seguir: Quadro 2 – Parceiros das organizações Fonte: adaptado de Chiavenato (2006) Como pôde ser visto, as organizações possuem parcerias com: os acionistas que investiram na organização e que esperam colher os lucros desse investimento; os fornecedores que acreditaram na organização e a ela entregaram matéria-prima, insumos e tecnologias e esperam receber bem como vender mais; os clientes e consumidores buscam produtos com qualidade, preço e valor agregado e esperam adquiri-los, deixando, na empresa, o seu dinheiro; os empregados, os quais se dedicam para que ao lucro e crescimento da empresa e, também que ela olhe para eles, assim como para o esforço e a dedicação que, ali, foram deixados. Fica a cargo da Gestão de Pessoas buscar a conciliação desses interesses, a fi m de que todos tenham suas expectativas atendidas, para isso, há a possibilidade de essa gestão utilizar as ferramentas de RH. Objetivando o alcance das necessidades das partes, o profi ssional de Recursos Humanos torna-se estratégico ao negócio. Um ponto que devemos salientar é: para haver essa conciliação (objetivos dos empregados e organizacionais a serem alcançados), faz-se necessária a defi nição de como serão tratadas as pessoas na organização (como recursos ou como parceiros) (Quadro 3). Caso a organização opte por tratar as pessoas como recursos, Chiavenato (2006, p. 6) observa que “eles precisam ser administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle de suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos de ação organizacional”. Mas existe a opção de a empresa considerar as 13 pessoas como parceiras, neste caso, Chiavenato (2006, p. 7) nos aponta: “como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidade e, sobretudo, o mais importante, aporte para as organizações”. Quadro 3 – Pessoas como parceiras ou recursos na organização PESSOAS COMO RECURSO PESSOAS COMO PARCEIROS Empregados isolados nos cargos Horário, rigidamente, estabelecido Preocupação com normas e regras Subordinação ao chefe Fidelidade à organização Dependência da chefia Alienação em relação à organização Ênfase na especialização Executores de tarefas Ênfase nas destrezas manuais Mão-de-obra Colaboradores agrupados em equipes Metas negociadas e compartilhadas Preocupação com resultados Atendimento e satisfação do cliente Vinculação à missão e à visão Interdependência entre colegas e equipes Participação e comprometimento Ênfase na ética e na responsabilidade Fornecedoras de atividade Ênfase no conhecimento Inteligência e talento Fonte: adaptado de Chiavenato (2006) 2.4 AS NOVAS PERSPECTIVAS DA GESTÃO DE PESSOAS E A ATUAÇÃO DO NOVO PROFISSIONAL Como pudemos perceber, o RH é uma das áreas do qual mais tem-se exigido mudanças nos últimos anos.Para quem atua no meio empresarial, os períodos de crise e a retomada de crescimento têm sido, extremamente, duros. Posições ameaçadas, orçamentos diminuídos e status reduzido passaram a fazer parte do dia a dia das organizações. Estas, por sua vez, também afetam, diretamente, a função de Recursos Humanos. Ao assumir esse novo perfil, o gestor de Recursos Humanos se apresentará mais preparado para enfrentar os desafios presentes nas organizações. Chiavenato (2006) observa que o papel do gestor de pessoas é fundamental ao sucesso da organização, mas salienta o fato de ele trabalhar em um ambiente diferenciado dos demais porque, segundo o autor: • Lida com meios, com recursos intermediários, e não com fins. • Lida com recursos vivos, complexos, diversificados e variáveis: as pessoas. • É uma responsabilidade de linha e uma função de estafe. As pessoas estão alocadas e espalhadas nos demais órgãos da empresa. 14 • Preocupa-se, fundamentalmente, com a eficiência e muito pouco com a eficácia. Ela está, geralmente, voltada para os meios e quase nunca para os fins. • Trabalha em ambientes e em condições que não determinou e sobre as quais possui um grau de poder e controle muito pequeno. • Os padrões de desempenho e de qualidade dos recursos humanos são, extremamente, complexos e diferenciados. • Não lida, diretamente, com fontes de receita, ele não proporciona aportes de dinheiro à organização. • Possui dificuldade de saber se a ARH está fazendo ou não um bom trabalho para a empresa. • Tornar-se global requer a mudança de seus métodos tradicionais. • Deve adotar nova tecnologia. • Deve gerenciar mudanças. • Deve desenvolver o capital humano. • Deve buscar reagir ao mercado. • Aprender a conter custos. 2.5 OS PROCESSOS E SUBSISTEMAS DA GESTÃO DE PESSOAS Os processos e subsistemas da Gestão por Competência são aqueles os quais permitem que as organizações identifiquem, desenvolvam e mantenham os talentos e competências necessários para atingir os seus objetivos estratégicos. Esses processos e subsistemas podem ser divididos em três áreas principais: Desenvolvimento de Competências, Gestão de Talentos e Gestão de Recursos Humanos. • Desenvolvimento de Competências: este processo envolve o desenvolvimento de competências técnicas, comportamentais, organizacionais e pessoais para atender às necessidades da organização. Esta abordagem baseia-se na premissa de que os talentos e habilidades dos funcionários devem ser aprimorados de forma contínua, para que a organização possa atingir os seus objetivos. As principais ferramentas deste processo incluem treinamento, educação, desenvolvimento de carreira e avaliação de desempenho. • Gestão de Talentos: esta área abrange o processo de identificação, desenvolvimento e retenção de talentos. Aqui, as organizações procuram identificar e desenvolver os melhores talentos dentro da organização bem como mantê-los motivados. As principais ferramentas, aqui, incluem recrutamento, avaliação de desempenho, treinamento e desenvolvimento, gestão de carreira, motivação e reconhecimento. • Gestão de Recursos Humanos: esta área trata da gestão do capital humano da organização. Esta abordagem tem como objetivo maximizar o potencial dos funcionários para atingir os objetivos organizacionais. As principais ferramentas, aqui, incluem recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, remuneração, avaliação de desempenho e gestão de carreira. 15 Figura 2 – Subsistemas de Recursos Humanos Fonte: adaptada de Chiavenato (2006) Como se pôde observar, a fi gura apresentada nos traz as áreas na qual o setor de Recursos Humanos se estrutura. Verifi caremos quais são as características predominantes em cada um dos subsistemas apresentados e, para nos auxiliar nesse entendimento, utilizaremos as ideias de Chiavenato (2006), nas quais ele propõe esse entendimento quanto às etapas e funções da atividade de Gestão por Competências. 2.5.1 Processo de Agregar Pessoas Aqui, a Gestão de Pessoas deve preocupar-se com a identifi cação das necessidades de pessoal por parte da empresa, utilizando de pesquisa de mercado e recrutamento/seleção (inclui fontes recentes de recrutamento e seleção). As suas principais atividades envolvem recrutamento e seleção por competência: o processo ideal para empresas visa a realizar a contratação de pessoas que possuam as habilidades necessárias para desempenhar determinadas atividades. Neste processo, é considerado não só o currículo do candidato, mas também a sua capacidade de se adaptar às funções do cargo e de desenvolver habilidades necessárias à função. O processo de recrutamento e seleção por competência baseia-se na identifi cação das competências necessárias para o desempenho de determinada função, o que possibilita a busca por candidatos que as tenham. Assim, as etapas de recrutamento e seleção por competência são: • Análise e defi nição das competências necessárias: esta etapa envolve a identifi cação e defi nição das competências necessárias ao desempenho da função, considerando os objetivos da empresa. • Elaboração do perfi l do candidato: após a defi nição das competências necessárias, é realizada a elaboração do perfi l do candidato ideal, considerando experiência, formação, habilidades e conhecimentos técnicos. 16 • Divulgação da vaga: esta última é divulgada em canais de recrutamento, como sites de emprego e redes sociais, e o candidato interessado deve preencher um formulário com informações básicas. • Avaliação de currículos: nesta etapa, os currículos são avaliados de acordo com o perfil definido. • Testes e entrevistas: os candidatos selecionados são submetidos a testes e entrevistas para avaliação das competências. • Seleção dos candidatos: após a conclusão dos testes e entrevistas, é realizada a seleção dos candidatos. O recrutamento e seleção por competência é fundamental à contratação de funcionários com as habilidades necessárias para desempenhar determinadas funções. Assim, a empresa consegue garantir melhor desempenho e resultados e pode contar com profissionais que possuam as competências necessárias para o cargo. 2.5.2 Processo de Aplicar Pessoas Neste processo, ocorre a busca de informações para identificar o perfil do profissional desejado dentro da organização bem como o desenho das atribuições dos cargos existentes: análise e descrição (que exige flexibilização, e não “engessamento” dos cargos). As suas principais atividades contemplam: • Desenho de Cargos: subsistema responsável pela descrição de cargos (funções), pesquisas salariais, elaboração de planos de carreira. • Acompanhamento: critério adotado para análise dos novos colaboradores no ambiente organizacional e no desempenho das funções. • Avaliação de Desempenho: critério estabelecido para mensurar os resultados do trabalhador em suas tarefas por determinado período. • Plano de Carreira: critério determinado à progressão funcional de acordo com o tempo, o desempenho, os conhecimentos e as habilidades. 2.5.3 Processo de Recompensar Pessoas É o processo utilizado para incentivar as pessoas a satisfazer às suas necessidades individuais mais elevadas. Nele está incluso a recompensa, por meio de salários e benefícios. As principais atividades deste processo contemplam: • Recompensas: subsistema responsável pelo processo dedicado a incentivar e recompensar os indivíduos em função das posições ocupadas, do tempo na organização, do desempenho alcançado ou das metas e resultados cumpridos. 17 • Remuneração e Incentivos: são os critérios adotados pela organização para a composição da remuneração, envolvendo todas as formas de pagamento, recompensas e incentivos decorrentes do seu trabalho, por exemplo: salário, comissão etc. • Benefícios e Serviços: são os critérios estabelecidos com o objetivo de desenvolver programas para remuneração adicional ou para parte integrante da remuneração total. Benefícios e serviços, normalmente, são oferecidos de forma não financeira,podendo ser benefícios sociais e espontâneos, por exemplo: plano de saúde, vale- alimentação etc. 2.5.4 Processo de Desenvolver Pessoas Neste processo, ocorre a preocupação com a capacitação e o desenvolvimento profissional do colaborador; os investimentos em treinamento e desenvolvimento das pessoas; os programas de mudança e desenvolvimento de carreira, de comunicação e consonância. Observamos que, nesta fase, também se faz importante o envolvimento das diversas áreas da organização à formulação de um planejamento de treinamento e desenvolvimento, o qual pode ser entendido como subsistema responsável pelo desenvolvimento e treinamento de acordo com as necessidades da empresa ou de cada indivíduo. As principais atividades desta fase contemplam: • Treinamento: meio de diagnosticar a necessidade de atualização do colaborador para repassar novos conhecimentos e habilidades ao profissional no cargo, por exemplo: curso de aperfeiçoamento, curso para aprendizado de uma nova técnica etc. • Desenvolvimento de Pessoas: critério adotado ao desenvolvimento profissional, em médio e longo prazos, dos recursos humanos, por meio da preparação do funcionário para o crescimento profissional e a sua empregabilidade, por exemplo: processo de coaching, mentoria etc. • Desenvolvimento Organizacional: criação e desenvolvimento de condições de crescimento do indivíduo de acordo com o crescimento da organização, por exemplo: plano de carreira, participação nos lucros e resultados da empresa etc. 2.5.5 Processo de Manter Pessoal Subsistema responsável por manter as pessoas trabalhando na organização. Trata-se das condições ambientais e psicológicas de trabalho que cercam as pessoas nas atividades cotidianas. 18 2.5.6 Processo de Monitorar Pessoas Subsistema responsável por mostrar como as organizações estabelecem meios que visem a monitorar o comportamento das pessoas dentro dela. O controle está deixando de ser externo, impositivo e coercitivo, para basear-se no conhecimento e na parcela de contribuição individual à organização. São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar os resultados. Dentre as suas atividades, destacam-se: • Departamento Pessoal: está relacionado com os trabalhos burocráticos, envolvendo os registros, computação de horas, folha de pagamento, férias, 13º salário e outros. • Banco de Dados: está relacionado aos critérios utilizados para manter um cadastro dos colaboradores que seja capaz de fornecer informações precisas do histórico destes indivíduos. • Sistema de Informações: critérios utilizados para mensurar a qualidade e o desempenho dos serviços e atividades realizadas. 3 O IMPACTO DO DESEMPENHO HUMANO NOS RESULTADOS DA ORGANIZAÇÃO Agora que você pôde perceber quantos desafios existem para essa área, começaremos, a partir deste subtema, a contextualizar a importância do desempenho humano aos resultados empresariais e, no decorrer do aprendizado, veremos como as organizações têm se comportado frente às constantes mudanças e, também, abordaremos de que forma o fator humano impacta os resultados das organizações. Com base neste entendimento, ao longo do tema, apresentaremos as dimensões do processo avaliativo, sendo interessante observar como esses fatores alteram o desempenho das pessoas e, consequentemente, das empresas. Na sequência de nosso conteúdo, proporemos o entendimento do processo da Gestão de Desempenho sob uma perspectiva sistêmica, trazendo alguns questionamentos para facilitar essa compreensão. No que se refere ao modelo metodológico da Gestão de Desempenho, inicialmente, observaremos a importância de estabelecer alguns critérios e considerar as fases do processo. Desse modo, ao final deste tema, certamente, você terá condições de enxergar o processo de forma sistêmica bem como as dimensões dele. É necessário compreender que o desempenho humano tem impacto significativo nos resultados da organização, pois os funcionários são responsáveis por executar as tarefas necessárias para atingir os resultados desejados. Quando os funcionários têm desempenho adequado, as organizações tendem a obter resultados positivos. Por outro lado, quando o desempenho humano é insuficiente, os resultados da empresa tendem a ser negativos. 19 A qualidade desses resultados depende, em grande parte, do desempenho dos funcionários. A fim de aumentar essa qualidade, as organizações precisam oferecer treinamento e desenvolvimento aos seus colaboradores. Isso ajuda a melhorar as habilidades e competências dos funcionários, o que, por sua vez, aumenta o desempenho e melhora os resultados. Além disso, as organizações devem motivar os seus colaboradores, para que eles mantenham alto nível de desempenho. Essa motivação ajuda a criar um ambiente de trabalho positivo no qual os funcionários se sentem incentivados a trabalhar mais e melhor, levando melhores resultados para a organização. O ano de 2020 foi assinalado pelo alastramento da Covid-19, uma infeção respiratória causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2) que atingiu o mundo inteiro. Esta crise de saúde pública despertou desafios que questionaram as bases da Gestão de RH, foi preciso gerar estratégias de adaptação para responder às necessidades de mudança nas organizações, na própria sociedade e no mundo. Os espaços de trabalho não desapareceram, contudo foram alvo de modificações que implicaram novas formas de planejar e definir tarefas. IMPORTANTE 3.1 A ADMINISTRAÇÃO MODERNA E O DESEMPENHO HUMANO A imprevisibilidade do mundo contemporâneo e as frequentes mudanças que nele se processam caracterizam um ambiente no qual podemos identificar inúmeras variáveis atuando simultaneamente: incertezas econômicas, avanço tecnológico, complexidade nas relações, alterações nos hábitos e valores, contradições políticas e sociais, posicionamento ecológico, expectativas dos trabalhadores, concorrência e exigências do mercado. Nesse sentido, a Administração Moderna e a Gestão por Competências estão intimamente relacionadas e tornando-se cada vez mais importantes ao sucesso de qualquer negócio. A Administração Moderna é um enfoque para a gestão que busca maximizar a eficiência e a eficácia da organização, enquanto a Gestão por Competências concentra-se na análise individual das habilidades e conhecimentos dos seus colaboradores. Ambas as abordagens têm como objetivo ajudar as organizações a obterem os melhores resultados. A Administração Moderna busca otimizar o desempenho de toda a organização, enquanto a Gestão por Competências busca otimizar o desempenho 20 individual dos colaboradores. A Administração Moderna concentra-se em lidar com os recursos da empresa de forma eficiente, enquanto a Gestão por Competências foca na identificação, no desenvolvimento e gerenciamento das habilidades e conhecimentos dos indivíduos. A Administração Moderna também procura melhorar a comunicação entre os colaboradores e a liderança bem como a tomada de decisões. Para as organizações conseguirem acompanhar o processo evolutivo, é necessário que a força de trabalho evolua no mesmo ritmo das mudanças. É evidente o impacto dessas transformações no desempenho humano, o que requer esforço permanente de readaptação e de assimilação de novos conhecimentos, melhor qualificação pessoal para assumir desafios, responsabilidades e riscos, além de flexibilidade para conviver com a instabilidade. Dessa forma, o desempenho humano constitui a força vital na realização dos objetivos organizacionais. Uma vez que o sucesso organizacional é o resultado de decisões tomadas e operacionalizadas por pessoas, portanto, são as pessoas que promovem as mudanças as quais visam a manter a empresa em processo evolutivo. 3.2 AS DIMENSÕES DO PROCESSO AVALIATIVO APLICADO ÀS PESSOAS Com o intuito de entendermos de que forma o desempenho e o resultado são gerados, antes, é preciso compreender a dinâmica do processo de Gestãodo Desempenho. Na ação prática cotidiana, desempenho e resultado estão integrados. Em essência, toda ação (desempenho) produz um resultado, a qualidade do resultado alcançado é que caracterizará se o desempenho foi satisfatório ou insatisfatório. A contribuição de cada pessoa para o sucesso da organização é reconhecida pelo resultado produzido, e não pelo que foi feito. Observe que o desempenho humano está relacionado ao nível de qualificação pessoal e, segundo Lucena (2004), esse nível abrange três dimensões: • (Saber Fazer) – Habilidades Técnico-Operacionais: referem-se ao conjunto de conhecimentos, aos atributos pessoais, às experiências e ao domínio de técnicas, métodos e processos de trabalho que qualificam uma pessoa a executar determinadas tarefas ou atividades, exigindo, na maioria das situações, iniciativa, criatividade, solução de problemas, tomada de decisão. • (Querer Fazer) – Competência Comportamental: refere-se, prioritariamente, à postura, à atitude e aos comportamentos demonstrados pela pessoa em suas relações e interações com o trabalho, a organização, os clientes, os colegas, a sociedade e o mundo. A competência comportamental está relacionada com motivações, sendo 21 uma característica subjacente do indivíduo fundamentada em valores, crenças, paradigmas e autoestima e que levam à previsão da capacidade de desempenho no ambiente de trabalho. • (Poder Fazer) – Desempenho: refere-se à atuação das pessoas em relação aos cargos que ocupam ou às atribuições que lhe são designadas, dimensionando as responsabilidades, atividades, tarefas e desafi os, tendo em vista produzir resultados com qualidade bem como agregar valor aos clientes e à organização. O desempenho é a manifestação concreta do que é defi nido, acompanhado e mensurado e utiliza, como suporte básico, as habilidades técnico-operacional, inclusive comportamentos. Perceba que, antes de desenvolver o processo de Gestão do Desempenho, focalizando a sua interação no contexto organizacional, é necessária uma avaliação prévia sobre a qualifi cação das pessoas da empresa e o exato diagnóstico sobre qual dos fatores tem impactado, com mais relevância, o desempenho individual e, consequentemente, o desempenho organizacional. Os três componentes do desempenho pessoal, são: querer fazer, saber fazer e poder fazer, esses são medidos por processos diferentes, mas são, absolutamente, interdependentes, naturalmente, qualquer falha ou carência em um dos três afetará os demais. A efi ciência de uma pessoa no desempenho de uma tarefa depende diretamente de uma relação positiva entre essas três variáveis: a maneira de ser ou estilo do indivíduo, a atividade e o ambiente. Quanto maior o ajustamento entre estilo vs tarefa; atividade e ambiente, mais efi ciente será o resultado do desempenho (BERGAMINI, 2013). ATENÇÃO 4 VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO E MODELOS DA GESTÃO DE DESEMPENHO O processo de Gestão do Desempenho confunde-se com a própria gerência do negócio, pois, se o desempenho não for gerenciado, o negócio também não será administrado, adequadamente. Na prática, todas as ações devem estar orientadas para a busca da realização da missão empresarial, traduzida em objetivos econômicos e sociais. Para realizar esse objetivo, segundo Lucena (2004), a empresa utiliza de vários recursos: fi nanceiros, tecnológicos, matéria-prima, processos de produção e de vendas, marketing etc., no entanto tais recursos, por si só, não garantem o alcance dos objetivos, o uso adequado deles depende das pessoas que os manipulam. Perceba: é das pessoas 22 que vêm a ação, a criatividade, o desempenho e, consequentemente, as decisões sobre como usar tais recursos. Diante desse raciocínio e, conforme as ideias propostas por Lucena (2004), entende-se como necessária a reflexão sobre os seguintes questionamentos. • Por que avaliar o desempenho? A empresa precisa saber se os objetivos estão sendo alcançados; assegurar que os desempenhos individuais e da equipe produzam os resultados esperados; reconhecer as contribuições dos colaboradores; promover o desenvolvimento das habilidades e da capacitação das pessoas. Estes argumentos não dizem respeito, especificamente, à avaliação de desempenho, mas ao próprio negócio; mesmo que a empresa não disponha de um sistema formal de Gestão de Resultados, a gerência do desempenho é inerente ao processo administrativo do negócio. • O que deve ser avaliado? Avaliam-se os resultados alcançados, tendo como parâmetros as metas e os respectivos indicadores definidos antecipadamente e relacionados com qualidade e quantidade, prazo e custo. Avalia-se o conhecimento, sendo ele o grau com que o colaborador assimila as informações e comportamentos; nesse aspecto, a organização mensura os valores bem como as atitudes do colaborador, relacionando-os aos padrões culturais predefinidos pela empresa e às responsabilidades que são a ele conferidas para exercer as suas funções. Por exemplo: relacionamento, cortesia, atendimento, ética etc. • Como avaliar o desempenho? O processo avaliativo envolve o acompanhamento por parte dos gestores, no dia a dia das pessoas, em suas ações e na produção de resultados. O acompanhamento do desempenho constitui o ponto crítico do processo, define o campo operacional no qual as ações acontecem e onde os problemas ocorrem, possibilitando ao gestor saber se o colaborador está trabalhando na direção dos resultados esperados; afere a qualidade, o cumprimento de prazos, o volume de produção e custos; analisa o preparo e a competência do colaborador para desempenhar as funções e, assim, identifica as suas necessidades de desenvolvimento; analisa as variáveis do ambiente que afetam o desempenho; proporciona feedback ao colaborador sobre o desempenho dele (LUCENA, 2004). • Quais os requisitos para o desempenho? Podemos dizer que o desempenho humano é composto por quatro dimensões que interagem entre si, impactando, diretamente, no desempenho e, consequentemente, nos resultados, os quais, segundo Lucena (2004), são: � Qualificação profissional: a qualificação profissional dimensiona a competência requerida pelas expectativas do negócio e pelo tipo de contribuição esperada de cada cargo. Define as responsabilidades, conhecimentos, experiências, habilidades e outros requisitos profissionais e pessoais necessários para o exercício do cargo, tendo em vista os resultados desejados. A qualificação relaciona-se ao saber fazer e ao querer fazer. � Ambiente organizacional: é formado pelo conjunto de valores, crenças, políticas que é compartilhado e vivenciado pelos indivíduos, condicionando a maneira pela qual as pessoas se comportam e se relacionam no ambiente da empresa. O ambiente 23 organizacional é constituído de três indicadores – a existência de um código de valores, crenças e comportamentos; a manifestação de uma consciência coletiva sobre a filosofia, a missão, os valores, as crenças e as políticas gerais que moldam o comportamento empresarial; o reconhecimento de uma identidade empresarial que a diferencia das demais empresas. � Estilo gerencial: o sucesso na Gestão do Desempenho depende, fundamentalmente, da gerência, à medida que esse processo é utilizado como ferramenta gerencial de acompanhamento e de ação permanente sobre o desempenho do colaborador na busca de qualidade, produtividade e resultados positivos. De fato, o alcance dos objetivos propostos, a operacionalização do processo desde a negociação do desempenho, o acompanhamento bem como as ações decorrentes demonstram a atuação permanente da gerência no dia a dia de trabalho. Para atingir tais objetivos, torna-se imprescindível desenvolver uma postura gerencial que seja coerente com a visão e missão empresariais. � Ambiente externo: do ponto de vista do desempenho individual, o impacto do ambiente externo está correlacionado com a capacidade da organização em interpretar os efeitos das mudanças e adaptar, rapidamente, a sua infraestrutura
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