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O nível oracional

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Prévia do material em texto

SINTAXE DA 
LÍNGUA ESPANHOLA
Aline Bizello
Revisão técnica:
Marina Leivas Waquil
Doutora e Mestra em Letras – Teorias Linguísticas do Léxico 
Bacharel em Letras – Português/Espanhol 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB -10/2147
S749s Spessatto, Roberta.
Sintaxe da língua espanhola / Roberta Spessatto, 
Aline Bizello; [revisão técnica: Marina Leivas Waquil] . – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
249 p. : il. ; 22,5 cm.
ISBN 978-85-9502-495-3
1. Língua espanhola – Sintaxe. I. Bizello, Aline. II.Título.
CDU 811.134.3’367
Sintaxe_lingua_espanhola_Book.indb 2 20/07/2018 11:28:59
U N I D A D E 3
O nível oracional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Contrastar orações ativas, passivas e impessoais.
  Diferenciar, a partir da noção de atos de fala, orações interrogativas, 
exclamativas e imperativas.
  Analisar as orações subordinadas em língua espanhola.
Introdução
Você já percebeu que, quando nos comunicamos, frequentemente 
utilizamos fatos para contar uma história ou para construir uma base 
para nossos argumentos e teses? Além disso, notou que os verbos estão 
sempre presentes nessas situações? Se sua resposta foi sim, é sinal de 
que você reconhece o papel fundamental das orações nas situações de 
comunicação.
Neste capítulo, você explorará a estruturação do discurso da língua 
espanhola no nível oracional. Com esses estudos, você notará que a 
aprendizagem de uma língua não ocorre apenas pela internalização de 
vocabulário, mas também pela assimilação da forma como as palavras 
e as orações são organizadas.
Orações ativas, passivas e impessoais
A sintaxe estuda as diversas relações que podem surgir entre elementos de uma 
oração e entre as orações. Mas o que é oração? É um enunciado em que todos 
os termos se associam a um verbo. Nesse contexto, podem ser construídos 
vários tipos de oração.
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joliveira
Rectangle
joliveira
Rectangle
Desenvolver a competência linguística de uma língua estrangeira requer, 
entre outras habilidades, expressar-se de diferentes maneiras para fornecer 
a mesma informação. Uma forma de construir essa capacidade é organizar 
os participantes da oração — agente, paciente e ação — de acordo com a 
finalidade comunicativa e conforme o contexto. Para isso, são utilizadas, em 
espanhol, três construções distintas: ativa, passiva e impessoal. 
As construções ativas são aquelas em que o sujeito é o agente da ação. 
Veja o exemplo:
Consuelo planeó un viaje.
Note que Consuelo não só é o ser de quem se declara algo, mas é quem 
age. Portanto, é o sujeito, que concorda em gênero e número com o verbo. 
Esse tipo de construção é o mais comum na língua espanhola, mas não é o 
único. O mesmo conteúdo expresso na construção ativa pode ser transmitido 
numa passiva correspondente:
Un viaje fue planeado por Consuelo.
Ao contrário do que ocorre com a ativa, o agente não é mais o sujeito, e sim 
o paciente. Un viaje recebe a ação de Consuelo e ganha destaque na oração. 
De acordo com a Real Academia Española (2010), o conteúdo informativo 
das orações ativas e passivas pode apresentar significados diferentes, se 
houver dois ou mais quantificadores. Em construções ativas, como Todas las 
amigas habían comprado dos zapatos de aquella tienda, há uma ambiguidade: 
não se sabe se cada amiga comprou dois sapatos ou se foram comprados 
dois sapatos no total. Entretanto, na construção passiva, essa ambiguidade 
se desfaz: Dos sapatos de aquella tienda fueron comprados por todas las 
amigas. Evidencia-se na passiva que eram dois sapatos no total.
As construções passivas, embora sejam menos utilizadas pelos falantes de 
espanhol, apresentam mais variações e condições para a sua aplicação. Nesse 
sentido, elas não podem ser construídas a partir de:
  objetos diretos implícitos: En vacaciones, leo un poco;
  complementos indiretos: La mujer necesita de ayuda.
Note que, no primeiro exemplo, embora esteja implícito que o objeto direto 
seja um livro ou uma revista, não é possível construir uma oração passiva a 
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partir dessa informação tácita. Já no segundo exemplo, a impossibilidade é 
outra, já que a construção passiva parece forçada e desnecessária: Ayuda es 
necesitada por la mujer. 
A oração passiva, algumas vezes, é confundida com a impessoal, uma vez 
que ambas podem apresentar a partícula se. Entretanto, a noção semântica 
transmitida por elas é diferente. As construções impessoais ocorrem quando há 
um sujeito na oração, ou seja, um agente da ação, mas não se pode determinar 
quem ele é ou qual o seu número. Geralmente, aplica-se esse tipo de oração em 
textos cujos conteúdos denotam mistérios e segredos, ou ainda em situações 
em que não se deseja explicitar ou não se sabe com precisão quem executou a 
ação. Nesses casos, recorre-se à impessoalidade da oração: o sujeito não está 
expresso, nem subentendido.
Mendikoetxea (1999, p. 1637) afirma que: “Las oraciones llamadas passi-
vas con se [...] se corresponderían formal y semanticamente con las passivas 
perifrásticas en termos generales en cuanto que tinen como sujeto gramatical 
el objeto nocional del verbo”.
Na língua espanhola, esse fenômeno costuma ser chamado de sujeito 
indeterminado e também ocorre quando o verbo está na terceira pessoa 
do plural ou do singular, junto ao pronome se. Isso é ilustrado nas frases 
a seguir:
Se compra ropa usada.
Hablan cosas raras de esa escuela.
Veja que, nos dois exemplos, há um sujeito, pois alguém compra roupa 
usada e alguém fala coisas estranhas da escola. Entretanto, em nenhum dos 
casos, é possível determinar esse ser ou encontrar um termo que ocupe a 
posição de sujeito.
As orações impessoais revelam-se também em construções em que os 
verbos exprimem fenômenos da natureza. Como não é possível aplicar um 
agente a esses fenômenos (afinal, ninguém toma a atitude de chover ou de 
nevar, por exemplo), diz-se que são verbos impessoais:
Lloverá temprano.
Ya está oscureciendo.
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Na língua espanhola, há outros verbos considerados impessoais. Observe 
o Quadro 1 a seguir.
Verbo Condição Exemplo
Haber No sentido de existir Hay muchas pruebas del crimen.
Hacer Relacionado ao tempo 
atmosférico e cronológico
— Hace sol todos los 
días por aquí.
— Hace diez años que 
trabajo en esta empresa.
Ser e estar Relacionados ao tempo 
atmosférico e cronológico
Ser horas
— Despertó, pero era noche.
— Está nublado el día.
— Es una hora.
— Son dos horas.
Ir No sentido de como 
algo está para alguém
¿Cómo le va?
Quadro 1. Verbos impessoais
Alguns verbos típicos impessoais admitem usos pessoais, quando aplicados de forma 
figurada, como em Llovieron elogios para nuestro proyecto. Além disso, o verbo amanecer 
pode ser construído com sujeito pessoal: Amanecí con dolor de cabeza.
Orações interrogativas, exclamativas 
e imperativas
As situações comunicativas e sociais proporcionam a expressão de informa-
ções constituídas de conteúdo e ação. Assim, constroem atos de fala, pois não 
constituem apenas descrição de fatos, mas também atitudes diante de uma 
percepção (AUSTIN, 1965). Essa atitude denota uma intenção que determinará 
o tipo de oração construída. Nesse sentido, constroem-se orações exclamativas, 
interrogativas e imperativas.
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Veja as frases a seguir:
¡Congratulaciones!
¡Silencio!
¡Muchas gracias!
Em todos os exemplos, há finalidades implícitas nas orações (felicitar, fazer 
um pedido ou dar uma ordem, agradecer). Essas intenções são confirmadas 
e validadas pelo contexto social em que são expressas. Essa circunstância 
evidencia-se também em enunciados com verbos. Nesses casos, os verbos 
utilizados são os que exprimem exatamente a finalidade da comunicação. 
Além disso, eles costumam ser conjugados na primeirapessoa do presente 
do indicativo. Observe os exemplos:
¡Perdón! (para pedir perdão)
¡Juro! (para jurar)
¡Prometo! (para prometer)
Esses atos de fala são determinados por padrões, de acordo com a força de 
sua produção. As estruturas que dão base a esses padrões são as interrogativas, 
exclamativas e imperativas. Conheça a seguir cada uma delas.
Orações interrogativas
A modalidade enunciativa interrogativa está associada ao ato de perguntar. Porém, 
a pergunta pode indicar outras fi nalidades: um pedido (¿Me comprarás un regalo?), 
uma contestação (¿Por qué no te callas?), etc. Esse tipo de oração classifi ca-se em 
dois grupos: as diretas e as indiretas. As primeiras são marcadas pela presença de 
dois sinais de pontuação: el signo de apertura (¿) e el signo de cierre (?). Aliás, 
insere-se el signo de apertura exatamente onde começa a pergunta.
Quando se deseja que o ouvinte tenha apenas duas opções de resposta, é 
preciso, na própria pergunta, oferecer apenas duas alternativas:
¿Prefieres campo o playa?
Algumas interrogativas servem apenas para confirmar ou orientar uma 
informação:
¿Esta es la Calle Florida?
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Quando se usa um pronome para formar uma interrogativa, é preciso 
acentuá-lo, a fim de marcar a diferença entre pronomes interrogativos e re-
lativos. Veja:
¿Dónde estás?
¿Qué dice Felipe?
¿Quién ha guardado el regalo?
Nos primeiros exemplos, o sujeito está determinado, seja implicitamente 
(tú estás), ou explicitamente (Felipe dice). No último exemplo, no entanto, o 
próprio pronome ocupa a posição de sujeito; a indagação recai justamente 
sobre esta informação: quem realizou a ação de guardar o presente?
O pronome interrogativo qué costuma introduzir perguntas que já têm 
uma suposta resposta. Veja:
¿Qué harás para el almuerzo?
Note que a resposta deverá relacionar-se ao tema comida. Em outros casos, 
há mais de um interrogativo na mesma pergunta:
¿Quién dijo qué?
¿Quién hizo qué cosa?
Nesses atos de fala, há múltiplas perguntas. Embora os pronomes interro-
gativos introduzam essas indagações, não ocupam a mesma posição sintática. 
Nos exemplos anteriores, quién funciona como sujeito e qué, como objeto.
Observe o diálogo a seguir, que representa outra situação comunicativa 
em que há interrogação:
− Nuestro abuelo desapareció.
− ¿Verdad?
− Pienso que él quería una nueva vida lejos de acá.
− ¿Tú crees?
− Sí. Personas mayores resuelven hacer cosas que nadie puede 
imaginar.
− ¿En serio?
Analise os fragmentos destacados do diálogo e avalie: essas perguntas 
exigem necessariamente uma resposta? Note que o interlocutor, em alguns 
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momentos, não respondeu diretamente aos questionamentos. Isso ocorreu 
porque as indagações eram uma maneira de confirmar apenas a declaração e 
de demonstrar surpresa ou incredulidade.
Orações exclamativas
A modalidade enunciativa exclamativa não está associada a um ato específi co, 
mas costuma relacionar-se à demonstração de surpresa, alegria, emoção, 
admiração, etc.
Assim como ocorre com os sinais de pontuação das interrogativas, é obri-
gatório o uso do signo de apertura (¡) e do signo de cierre (!). O início da 
exclamação costuma acompanhar o início da frase, mas pode localizar-se em 
qualquer parte do enunciado. É importante destacar que não é necessária a 
presença do verbo para que ocorra uma exclamação. Veja:
¡Qué maravilla!
¡Qué maravilloso!
¡Qué lejos!
Esses exemplos ilustram casos em que os substantivos, os adjetivos e os 
advérbios são o centro da informação exclamada. Aliás, note que, junto a essas 
classes gramaticais, está o pronome qué, acentuado como nas interrogações. 
Além disso, os pronomes exclamativos aparecem na posição inicial.
Observe o enunciado a seguir:
Qué libro estás leyendo
Se forem inseridos sinais de interrogação na escrita e uma entonação de per-
gunta na fala, é um indicativo de que o falante espera por resposta (¿Qué libro estás 
leyendo?). Contudo, se forem inseridos sinais e entonação de exclamação (¡Qué 
libro estás leyendo!), pressupõe-se que o falante não exige uma resposta. Nesse 
caso, a exclamação denota a emoção com o livro e evidencia um elogio à escolha 
por aquela leitura, ou seja, o falante aprecia o livro e a escolha do interlocutor.
As orações exclamativas são formadas também com a ajuda de partículas 
enfáticas, que realçam o fato expresso pelo falante. Esse é o caso das seguintes 
orações:
¡Cuidado qué es honda!
¡Bien qué la querrías!
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Cuidado qué e bien qué destacam a impressão do falante de que algo 
é muito fundo (no primeiro exemplo) e de que o ouvinte amava muito (no 
segundo exemplo). Essa forma de construção é típica das exclamativas, 
porque elas costumam ser utilizadas em situações em que se deseja dar 
ênfase a algo.
Orações imperativas
A modalidade enunciativa imperativa está associada ao ato de ordenar, mas 
pode referir-se também a solicitações (Se ruega silencio), desejos (¡Enamó-
rense!), para dar ânimo (¡Ten esperanza!). Ela é construída com verbos no 
imperativo e não indica o tempo em que a ação ocorre, já que o seu signifi cado 
aponta sempre para um acontecimento futuro. Outra característica dessa mo-
dalidade é a forma como se realiza a concordância verbal: o verbo concorda 
com a pessoa que recebe a ordem. Observe o exemplo:
¡Tengan coraje, hermanos!
Note que, na oração, o verbo tener está conjugado na terceira pessoa do 
plural e que a ordem é dirigida a hermanos, ou seja, à terceira pessoa do 
discurso.
A Real Academia Española (2010) alerta para o uso de imperativos con-
dicionais. Esse tipo de construção ocorre apenas com a presença de outra 
oração coordenada. Veja:
Cuéntame todo o serás preso.
Repare que a construção equivale a uma condicional: Si no me cuentas 
todo, serás preso. Além disso, recorre-se às passivas para construir orações 
imperativas. Observe:
Se prohibe hablar en teléfono.
Note que o exemplo evidencia a ordem por meio do verbo proibir. Ela é 
expressa por meio de uma construção passiva, indeterminando quem estaria 
dando essa ordem.
Nas orações em que se usa o imperativo negativo, os verbos são formados 
com a mesma conjugação do modo subjuntivo. Veja o Quadro 2.
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Hablar Tener Dormir
No hables (tú) No tengas (tú) No duermas (tú)
No hable (usted) No tenga (usted) No duerma (usted)
No hablemos (nosotros) No tengamos (nosotros) No durmamos (nosotros)
No habléis (vosotros) No tengáis (vosotros) No durmáis (vosotros)
No hablen (ustedes) No tengan (ustedes) No duerman (ustedes)
Quadro 2. Conjugação de verbos na forma imperativa negativa
No uso mais cuidadoso da língua, recomenda-se utilizar apenas verbos conjugados no 
imperativo para dar ordens. Entretanto, o uso coloquial admite o emprego de infinitivo 
no cumprimento dessa função: Venir a echarme una mano; No fumar.
Orações subordinadas
As orações subordinadas são aquelas que permitem a construção de frases 
mais complexas, pois unem num mesmo período duas informações interde-
pendentes. Isso signifi ca que a oração subordinada não tem sentido sozinha: 
ela precisa do conteúdo expresso pela oração principal.
De acordo com a Real Academia Española (2010), as subordinadas dividem-
-se em substantivas, subordinadas de relativo, comparativas, causales, finales, 
condicionales e concesivas.
Orações substantivas
As substantivas estão associadas a construções que poderiam ser substituídas 
por um substantivo, ou seja, elas funcionam como uma função sintática que 
está ausente na oração principal. Veja:
Quiero ayuda.
Quiero que me ayuden.
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No primeiro exemplo, há um período simples em que o substantivo ayuda 
ocupa o lugar de complemento verbal (objeto direto). Já no segundo, uma 
oração inteira ocupa esselugar: que me ayuden.
Assim, as substantivas podem exercer a função de sujeito (Es importante 
que estudies con organización), objeto direto (Deseo que tengas maravillosas 
vacaciones), objeto indireto (Necesito que construyan una escuela en el barrio) 
e complemente nominal (Hay la posibilidad de que nuestro diretor venga a 
la empresa hoy).
A principal conjunção que inicia orações substantivas é o que. Observe:
Lo que pasa es que nadie hizo la tarea.
Sucede que todos los convidados trajeron los mismos regalos.
Os exemplos anteriores apresentam orações substantivas de sujeito. Repare 
que todas elas expressam predicados de acontecimentos ou de sucessão de 
acontecimentos. Essa é uma característica desse tipo de oração. 
As substantivas também podem formar as chamadas interrogativas 
indiretas. Algumas delas são iniciadas por pronomes interrogativos. Veja 
os exemplos:
Pregúntale si hará una ceremonia en el matrimonio.
No sabe qué quiere hacer.
O mesmo ocorre com as exclamativas indiretas. Veja:
Ahora ya sabes cómo planear un viaje.
Orações subordinadas de relativo
As subordinadas de relativo retomam uma palavra da oração principal:
La escuela que representó una importante función para la ciudad 
fue abandonada por el gobierno.
Observe que a oração que representó una importante función para la ciudad 
está especificando a palavra escuela: de todas as escolas da cidade, o falante 
está se referindo a apenas uma, que é aquela que representou uma importante 
função para a cidade. Essa restrição de significado é uma das possibilidades 
que as orações subordinadas de relativo oferecem. A outra possibilidade é a 
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de explicar o significado óbvio da palavra, realçando esse traço característico. 
Esse é o caso da construção a seguir:
La escuela, que representó una importante función para la ciudad, 
fue abandonada por el gobierno.
Note que as palavras que formam esse período são as mesmas do exemplo 
anterior. A diferença está na finalidade da informação: não se deseja destacar 
uma das escolas da cidade, e sim todas. Dessa forma, a palavra escuela está 
aplicada no sentido geral de instituição. Assim, todas as escolas da cidade 
tiveram uma importante função e todas foram abandonadas pelo governo.
Nesses exemplos, a diferença gráfica entre as restritivas e as explicativas 
está no uso de vírgula no segundo exemplo. Porém, as diferenças não são 
apenas essas: As explicativas, quando expressas oralmente, são pronunciadas 
com uma pequena pausa. Além disso, sintaticamente as duas ocupam papéis 
distintos. As restritivas dependem totalmente de seu antecedente e, se forem 
retiradas do período, a informação será alterada. Já as explicativas, se retiradas, 
não provocarão interferências no significado do período — afinal, elas são 
apenas um reforço de uma explicação evidente. 
Avalie o seguinte enunciado:
A la ceremonia asistieron los directores de la universidad que 
representaban la institución.
Se o fragmento que representaban la institución fosse retirado, a informação 
seria alterada, uma vez que, por ser uma restritiva, a oração pretende infor-
mar que, de todos os diretores da universidade, apenas os que a representam 
assistiram à cerimônia.
Contudo, se o fragmento retirado fosse uma oração explicativa, a infor-
mação não seria alterada. Afinal, pressupõe-se que todos os diretores da 
universidade a representam; portanto, todos eles assistiram à cerimônia:
A la ceremonia asistieron los directores de la universidad, que 
representaban la institución.
Como as restritivas especificam o antecedente e contribuem para a iden-
tificação do ser em questão, não podem ter como antecedentes pronomes 
pessoais. Nesse sentido, o período Él que tiene dos hijos sabe de niños é uma 
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construção inadequada, pois se aplica um pronome pessoal para representar 
uma pessoa do discurso já determinada e específica.
Independentemente de serem restritivas ou explicativas, as subordinadas de 
relativo podem ser iniciadas por qualquer pronome relativo. Dessa maneira, é 
importante dar atenção especial ao relativo lo cual. Como ele admite variações 
(la cual, los cuales, las cuales), pode gerar dúvidas de concordância. Portanto, 
fique atento: ele concorda em gênero e número com a palavra a que se refere. 
Veja o seguinte exemplo:
Esta es la razón por la cual estuve callado hasta ahora.
No período do exemplo, ilustra-se uma ocorrência em que o pronome 
el cual está no feminino e no singular (la cual), porque o seu antecedente 
também é feminino e está no singular (razón). Além disso, o exemplo mostra 
a presença da preposição por.
Orações comparativas e consecutivas
Outro grupo de subordinadas são as orações comparativas, as quais, como o 
próprio nome indica, fazem comparações entre elementos de duas orações. 
Essa comparação avalia o caráter quantitativo, como mostra o exemplo 
a seguir:
Ella trabaja más que su marido.
Note que o elemento comparado é o ato de trabalhar (implícito na segunda 
oração), e o caráter avaliado é a quantidade desse trabalho. Nesse período, 
demonstra-se um caso de comparação de superioridade. Entretanto, pode-se 
comparar para informar a inferioridade (El marido trabaja menos que ella) e 
a igualdade (Ella trabaja tanto como su marido).
Como evidencia o último exemplo, para indicar igualdade, é comum o uso 
de um quantificador, como tan, tanto. Esses quantificadores também estão 
presentes nas orações consecutivas:
Había tanto ruido que salimos del salón.
A oração destacada é uma consecutiva, pois expressa uma consequência 
da oração principal.
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Orações causais e finais
As orações causais e fi nais expressam várias relações de causa–efeito. A 
diferença principal entre elas está no caráter retrospectivo das primeiras e no 
prospectivo das segundas. Observe:
No fueron al parque, porque llovió.
No fueron al parque para que sus zapatos no se mojaran.
No primeiro período, o fato de chover é anterior ao fato de não irem ao 
parque. Logo, a oração subordinada expressa a causa de não irem ao parque. Já 
no segundo período, o fato da oração subordinada ocorre após o fato da oração 
principal. Portanto, indica a finalidade de não irem ao parque. Embora essa seja 
uma diferença sutil, auxilia na distinção e na construção desse tipo de orações.
Orações condicionais e concessivas
As construções condicionais têm um caráter hipotético, e a sua interdepen-
dência com a oração principal está associada à correlação dos tempos verbais. 
A conjunção condicional típica é si. Observe o exemplo:
Si tuviera tiempo haría ejercicios físicos.
Note que a condição se concretiza na correlação de tempos: imperfeito do 
subjuntivo com futuro do pretérito. Essa correlação garante a ideia da condição.
As orações concessivas têm construção semelhante às condicionais. Elas 
também têm caráter hipotético, já que lidam com um impedimento efetivo 
para que a ação ocorra. Nesse tipo de construção, cada oração apresenta con-
teúdos opostos, e a concessiva introduz uma expectativa contrária. Observe 
o período a seguir, em que a conjunção aunque (conjunção típica concessiva) 
inicia a subordinada:
Aunque estudiara bastante no lograría éxito en el concurso.
Segundo Flamenco García (1999), as subordinadas concessivas representam 
a incompatibilidade entre dois membros do período. Assim, elas se estabe-
lecem em função de preferências que se supõem habituais, pois a condição 
apresentada é insuficiente para a realização da expectativa criada.
13O nível oracional
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Há alguns marcadores de discurso que identificam enun-
ciados causais. Leia o artigo El valor de los marcadores de 
discurso que expresan causalidad en español, de Gracia 
Piñero Piñero, disponível no link ou código a seguir:
https://goo.gl/s9S15s 
1. Seu alunoelaborou uma redação e 
utilizou construções passivas. Sua 
tarefa é ler os fragmentos retirados 
do texto dele e assinalar o enunciado 
que apresenta uma construção 
passiva adequada à língua formal:
a) Mis ojos fueron cerrados por mí.
b) El proyecto fue aprobado 
por la Cámara.
c) Es escrito bien.
d) El fracaso es temido por mí.
e) El muchacho ha hecho 
algo peligroso.
2. As construções imperativas são 
utilizadas para que o falante emita 
uma ordem direta. Na língua formal, 
é preciso seguir algumas normas e 
tomar alguns cuidados para aplicar 
esse tipo de oração. Com base 
nisso, assinale a alternativa que 
apresenta uma oração imperativa 
adequada às normas gramaticais:
a) Callaos ahora.
b) Callaros ahora.
c) Los calla ahora.
d) Quiero que se callen ahora.
e) Quiero que los calle ahora.
3. Utilizar sinais, entonações 
e organizações adequadas 
é fundamental para uma 
comunicação eficiente. Essa 
percepção auxilia na construção 
de orações interrogativas, 
exclamativas e imperativas. Qual 
das afirmações a seguir está de 
acordo com o uso dessas orações 
nas situações de comunicação?
a) É proibido misturar sinais de 
interrogação e exclamação, pois 
um mesmo enunciado deve 
expressar apenas uma intenção.
b) Para diferenciar os pronomes 
interrogativos dos exclamativos, 
usa-se acento gráfico 
apenas nos primeiros.
c) Todas as construções 
interrogativas pressupõem 
a necessidade de uma 
resposta, que garantirá a 
continuidade do diálogo.
O nível oracional14
C08_Nivel_oracional.indd 14 08/06/2018 15:36:46
https://goo.gl/s9S15s
d) A entonação e a pontuação 
podem determinar se um 
mesmo enunciado pode ser 
exclamativo ou interrogativo.
e) Nas construções imperativas, 
o verbo concorda com 
quem dá a ordem.
4. Fernanda escreveu várias mensagens 
para a sua amiga espanhola, mas 
não tem certeza se conseguiu se 
comunicar com eficiência. Ajude 
Fernanda a identificar o único 
trecho em que a oração construída 
está de acordo com o significado 
que ela deseja transmitir:
a) España, que se ubica en Europa, 
tuvo mucha influencia de 
los árabes. RESTRITIVA
b) Aunque sea muy inteligente 
no se clasifica en las primeras 
posiciones. CONDICIONAL
c) María lee más libros que 
Juan. COMPARATIVA
d) Cerraron las ventanas porque 
sentían frío. FINAL
e) Vamos a la fiesta para 
que después vengan a 
la nuestra. CAUSAL
5. Assinale a única alternativa cuja 
subordinada esteja construída de 
acordo com as regras gramaticais.
a) Ella que es esposa de Daniel 
será nuestra abogada.
b) Conviene de que 
aproveches el tempo.
c) Pedro es rápido que llegó 
antes de todos a la fiesta.
d) Si fuera valiente enfrentará 
los problemas.
e) Los periódicos que divulgaron el 
golpe sufrieron con la violencia.
AUSTIN, J. L. How to do things with words. New York: Oxford University, 1965.
FLAMENCO GARCÍA, L. Las construcciones concesivas y adversativas. In: BOSQUE, 
I.; DEMONTE, V. (Ed.). Gramática descriptiva de la lengua española. Madrid: Espasa-
-Calpe, 1999.
MENDIKOETXEA, A. Construcciones con se: medias, pasivas e impersonales. In: 
BOSQUE, I.; DEMONTE, V. (Ed.). Gramática descriptiva de la lengua española. Madrid: 
Espasa-Calpe, 1999.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Nueva gramática de la lengua española: manual. Madrid: 
Espasa, 2010.
15O nível oracional
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Leituras recomendadas
ARAUJO JUNIOR, B. J. As passivas na produção escrita de brasileiros aprendizes de espanhol 
como língua estrangeira. 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2007. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/
tde-07082007-155519/pt-br.php>. Acesso em: 31 maio 2018.
DIAS, E. C. O. Declarativas e interrogativas totais no espanhol l1 e l2 falado em Bogotá: 
uma contribuição para estudos prosódicos. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade 
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. Disponível em: <http://fonapli.paginas.
ufsc.br/files/2016/01/Tese_enviada_BU_Eva_DIAS.pdf>. Acesso em: 31 maio 2018.
PIÑERO PIÑERO, G. El valor de los marcadores del discurso que expresan causalidad 
en español. Estudios filológicos, Valdivia, n. 36, p. 153-171, 2001. Disponível em: <ht-
tps://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0071-17132001003600011>. 
Acesso em: 31 maio 2018.
TU ESCUELA DE ESPAÑOL. Aprender español: oraciones condicionales con ‘si’ (ni-
vel avanzado). YouTube, 24 set. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=84NW6n9206s>. Acesso em: 31 maio 2018.
O nível oracional16
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http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/
http://fonapli.paginas/
http://ufsc.br/files/2016/01/Tese_enviada_BU_Eva_DIAS.pdf
tps://scielo.conicyt.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0071-17132001003600011
https://www.youtube.com/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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