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História da Ciência 21 02

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História da Ciência 
Diante de um mundo caótico e desordenado, o ser humano procurou, desde a antiguidade, desenvolver 
um entendimento sobre o funcionamento da natureza e sobre o funcionamento dos seres 
 A necessidade de encontrar respostas para os problemas surgiu inicialmente por questões práticas, 
para lidar com desafios que colocavam em risco a própria sobrevivência. Essa evolução intelectual 
culminou numa busca sistemática de conhecimento. 
Os mitos constituíram uma das primeiras maneiras que os seres humanos encontraram para entender 
as transformações da natureza e dos seres vivos, por meio de narrativas orais transmitidas de pais para 
filhos com histórias sobre a criação e a transformação do mundo e dos seres 
Eram histórias embasadas por fantasias e seres sobrenaturais, caracterizando um período onde não 
havia um método científico, e a compreensão da natureza ainda não era sistemática como atualmente, 
mas em aspectos mais poéticos, plurais e interpretativos. 
Por volta do século VI a.C., os primeiros filósofos gregos começaram a olhar para a natureza de uma 
maneira mais racional e reflexiva, buscando compreender suas constâncias e transformações, entre eles 
se destacam Tales, Anaximandro, Parmênides, Heráclito e Demócrito. 
"No mundo antigo, o conhecimento era visto como bios theoretikos ou vita contemplativa. Os saberes 
visavam à contemplação da realidade, naquilo que esta tem de permanente, e ao desvelamento da 
verdade. Não nutriam a pretensão de transformar os 'objetos' investigados." (Alberto Oliva, em ‘Filosofia 
da Ciência’, 2003) 
Aristóteles (384-322 a.C.) foi um dos primeiros filósofos a propor a classificação de animais e espécies 
de plantas, com intuito de estudar o modo como estes funcionavam, agrupando por classes e distinções, 
iniciando assim a elaboração de um procedimento científico. 
Durante a Idade Média, houve pouco desenvolvimento do conhecimento investigativo e sistemático na 
Europa, pois a crença na fé passou a ser entendida como o único caminho para alcançar a verdade. O 
conhecimento estava subordinado à fé católica, onde nenhum saber poderia contrariar os preceitos da 
Igreja. 
A ciência moderna surge durante o período do Renascimento na Europa, com maior intensidade na 
Modernidade, entre os séculos XVI e XVII, tendo como representantes Francis Bacon (1561-1626), Galileu 
Galilei (1564-1642), Nicolau Copérnico (1473-1543), Johannes Kepler (1571-1630) e René Descartes (1596-
1650). 
Na época medieval, a natureza era considerada sagrada, já na Idade Moderna, ela passa a ser vista 
como um objeto a ser estudado, explicado e transformado. Da concepção sagrada da natureza, os 
cientistas passaram a visar o seu controle, por meio do conhecimento das causas e consequências. 
Neste período, ciência passa a ser vista como uma ferramenta para resolver os problemas dos seres 
humanos e um motor de progresso da sociedade. A ciência foi passando gradativamente a ser vista como 
um saber preciso e verdadeiro, que utiliza métodos confiáveis. 
A Ciência Moderna passa então a buscar explicar e controlar a natureza. Entre as suas características, é 
possível citar: 
 
• Estudo: tudo o que se pretende conhecer deve ser estudado e pesquisado; 
• Quantificação: para ser estudado tudo deve ser medido e quantificado; 
• Objetividade: olhar somente para fatos objetivos, evitando a subjetividade; 
• Razão: uso da razão como meio de alcançar os conhecimentos; 
• Experimentação: uso de experiências para comprovar as verdades obtidas; 
• Controle: busca por controle e previsão das situações e dos seres; 
• Organização: interesse pela ordem e crença no progresso científico; 
• Generalização: busca de valores universais que regem a natureza; 
• Certezas: confiança na razão e nas ciências como verdadeiras. 
Com o passar do tempo, as ciências naturais vão se transformando em "saberes de domínio" e passam 
a ser regidas pelo critério pragmático do sucesso de suas previsões. São desenvolvidas teorias que fazem 
previsões confiáveis e que possibilitam antecipar situações e comportamentos, estabelecendo assim um 
poder sobre a natureza e o ser humano. 
A credibilidade de uma teoria depende de sua consistência lógica e de sua fundamentação 
empírica, de modo que sua aplicação prática possa ser comprovada por outros especialistas. Na ciência, 
uma teoria só sobrevive e só é aceita, enquanto não surge alguma evidência empírica capaz de desmenti-
la ou outra teoria capaz de vantajosamente substituí-la. 
O método científico determina um conjunto geral de regras e técnicas com base nas quais deve ser 
feita a pesquisa. Apesar disso, há alguns fatores que podem inviabilizar o conhecimento, entre eles o 
fascínio pela autoridade intelectual em detrimento da argumentação e a tendência a tomar como certo o 
que apenas é provável. 
 
Atividades 
1) Como os mitos foram utilizados pelos seres humanos para entender as transformações da natureza 
e dos seres vivos? 
2) Qual foi a contribuição dos primeiros filósofos gregos, como Tales, Anaximandro e Heráclito, para o 
desenvolvimento do conhecimento sobre a natureza? 
3) Por que houve pouco desenvolvimento do conhecimento investigativo e sistemático durante a 
Idade Média na Europa? 
4) Quais foram os representantes da ciência moderna durante o Renascimento e a Modernidade na 
Europa? 
5) Qual a diferença na concepção da natureza entre a época medieval e a Idade Moderna? 
6) Quais são as características da Ciência Moderna mencionadas no texto?

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