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Patologia do Pancreas Exocrino

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Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Patologia do pâncreas exócrino 
Anatomia: 
➛ Localização: região abdominal 
➛ Dividido em cabeça (localizado próximo ao duodeno), 
corpo e cauda (localizada próximo ao baço) 
➛ Separado em porção endócrina e exócrina 
Função: 
➛ Produção de enzimas digestivas para fazer a digestão 
➛ Quando as enzimas são produzidas no pâncreas, elas se 
encontram na forma inativa denominada de proenzimas 
(zimógenos), e são ativadas através de alguma ação 
 ✓ Tripsinogênio -> Tripsina: enzimas para digestão de 
proteínas 
 ✓ Amilase: enzimas para digestão de carboidratos 
 ✓ Lipase: enzimas para digestão de gordura 
Histologia: 
➛ Ácino pancreático - estrutura glandular e acinar, 
responsável por produzir as enzimas digestivas 
 ✓ Região mais central: eosinofilico 
 ✓ Região mais basal: basofilico 
 ✓ Grânulos de Zimogenio 
➛ Ducto pancreático - da origem ao câncer pancreático 
➛ Os distúrbios inflamatórios são causados por distúrbios por 
insuficiência (insuficiência pancreática exócrina, caracterizada 
pela menor produção de enzimas) 
 ✓ Pancreatite aguda: repentina e reversível 
 ✓ Pancreatite crônica: continua e irreversivel por causa da 
formação de fibrose 
➛ A pancreatite ocorre quando esses mecanismos 
protetores contra a autodigestão do pâncreas estão 
desequilibrados 
 ✓ Em ambas as pancreatites o início se da com lesões que 
causam a autodigestão pancreática 
Patologia do pancreas exocrino 
Introdução: 
Todo esses eventos funcionam para que não 
ocorra a auto digestão do pâncreas 
Porção endocrina -> ilhotas pancreáticas (produção 
de insulina, glucagon) 
Pancreatit agudas e crônicas: 
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Pancreatite aguda: 
➛ É o dano parenquimatoso reversível associado a 
inflamação 
 ✓ Ativação inapropriada da enzima tripsina 
 ✓ 80% dos casos estão associados a doença do trato biliar 
(principalmente cálculos biliares - maior frequência nas 
mulheres) ou ao alcoolismo (maior frequência nos homens) 
Patogênese: 
➛ A pancreatite aguda resulta de liberação inapropriada e 
ativação das enzimas pancreáticas que digerem o parênquima 
e produzem inflamação (edema) 
➛ A ativação prematura do tripsinogênio (tripsina) é um 
evento-chave deflagrador -> tripsina faz a cascata de ativação 
das demais enzimas 
 ✓ Tripsina e quimiotripsima - necrose 
 ✓ Elastases - hemorragia 
 ✓ Lipase - esteatonecrose 
➛ A pró-elastases e a pró-fosfolipase são ativadas por meio 
de proteólise e danificam os vasos sanguíneos e o tecido 
adiposo, respectivamente 
➛ A tripsina converte pré-calicreína, a qual ativa tanto a 
cinina quanto o fator XII, este último inicia as vias do 
complemento e de coagulação 
➛ A inflamação pancreática e a trombose danificam as 
células acionares e amplificam a ativação da enzima 
intraparenquimatosa 
Morfologia: 
➛ A pancreatite aguda pode variar desde um leve edema 
intersticial e inflamação até a necrose extensa e hemorragia 
➛ As características básicas incluem: 
 ✓ Extravasamento vascular que causa edema 
 ✓ Necrose de gordura regional pelas enzimas lipolíticas 
 ✓ Inflamação aguda 
 ✓ Destruição proteolítica de substância pancreática 
Pancreatite aguda edematosa: 
➛ Morfologia macroscópica: pâncreas tumefeito com focos 
amarelados 
➛ Morfologia microscópica: edema, infiltrado inflamatório 
neutrofílico discreto e esteatonecrose 
- A pancreatite leve (intersticial aguda) exibe 
apenas as três primeiras dessas características 
- A pancreatite necrosante aguda exibe necrose 
parenquimatosas branco-acinzentada e necrose 
gordura branco-giz 
- A pancreatite hemorrágica aguda ocorre 
hemorragia irregular preto-avermelhada 
entremeada com necrose gordurosa 
Enzimas pancreáticas -> lipase -> quebra de 
triglicerídeos-> liberação de ácidos graxos e cálcio -> 
saponificação - depósitos esbranquiçados ou manchas 
(aspecto macroscópico pingo de vela)
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Pancreatite aguda necro-hemorrágica: 
➛ Morfologia macroscópica: áreas de necrose, hemorragia e 
esteatonecrose (gotas de vela) 
➛ Morfologia microscópica: 
necrose dos acinos, necrose 
dos vasos com hemorragia, 
infiltrado inflamatório 
neutrofílico e esteatonecrose 
 
Aspectos clínicos: 
➛ Emergência Médica - Abdome agudo 
➛ Dor abdominal de inicio súbito, 
constante, intensa, irradia dorso superior 
-> Dor em faixa 
➛ Febre, náuseas e vômitos 
➛ Edema - hipotensão arterial - choque 
Icterícia - obstrução colédoco 
➛ Quando há intensa hemorragia - 
dissociação de fáscias musculares - 
equimoses 
Achados laboratoriais: 
➛ Amilase: amilase sérica elevada nas primeiras horas do 
início dos sintomas e tende a retornar ao normal em 3 a 4 
dias 
➛ Lipase: lipase elevada - também se inicia nas primeiras 
horas, mas tende a permanecer elevada por mais tempo 
(maior especificidade) 
➛ Hipocalcemia: deposição de cálcio no tecido necrótico 
(saponificação) - persistente e de pior prognóstico 
➛ Hemograma: leucocitose com desvio a esquerda, 
alterações do hematócrito 
Complicações: 
➛ Hemorragias 
➛ Liberação de enzimas 
pancreáticas e citocinas inflamatórias 
na circulação 
➛ Abcessos pancreáticos 
➛ Aderências / estenose de 
estruturas adjacentes 
➛ Pseudocistos 
 
Pancreatite Crônica: 
➛ Inflamação persistente acompanhada de destruição e 
fibrose parenquimatosa irreversível 
➛ Nos estágios finais, o parênquima endócrino também é 
destruído e perde progressivamente sua função 
➛ Mais comum em homens de meia-idade 
➛ Suas causas se sobrepõem as da pancreatite aguda, mas 
o abuso de álcool a longo prazo é a mais comum - o álcool 
atrapalha a produção de muco, levando a formação de 
microcalculos dentro dos ductos pancreáticos 
 ✓ 1/4 das pancreatite crônicas tem base genética 
 ✓ A obstrução do ducto pancreático de longa duração 
(cálculos ou neoplasias) e a lesão autoimune são outras 
etiologias 
Patogênese: 
➛ A maioria dos pacientes com crises recorrentes de 
pancreatite aguda desenvolvem pancreatite crônica 
➛ A produção de mediador inflamatório local causa a morte 
das células acinares 
 ✓ Citocinas 
fibrogênicas 
 ✓ Ex.:o fator 
transformador do 
crescimento B [FTC B] 
e o fator de 
crescimento derivado de 
plaquetas [FCDP] 
promovem a ativação 
dos fibroblastos 
periacinares 
➛ A pancreatite autoimune está associada às células 
plasmáticas secretoras de imunoglobulina G4 (IgG4) e é uma 
manifestação de doença relacionada à Ig 
O tratamento envolve a restrição de ingestão oral 
para “descansar” o pâncreas, com analgesia, 
nutrição e suporte de volume 
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Morfologia macroscópica: 
➛ Pâncreas normal, aumentado ou diminuído 
➛ Aspecto nodular grosseiro 
➛ Presença de cálculos intraductais 
➛ Dilatação ductal - causada pelos cálculos ou pela fibrose 
periductal 
➛ Áreas císticas 
➛ Fibrose difusa ou segmentar 
Morfologia microscópica: 
➛ Distribuição lobular das lesões 
➛ Hipotrofia ou atrofia acinar 
➛ Tampões proteicos intraductos 
➛ Dilatação dos ductos 
➛ Lesão do epitélio ductal 
➛ Fibrose difusa ou segmentar - início intracelular e 
perilobular 
➛ Infiltrado inflamatório linfocitário 
Aspectos clínicos: 
➛ Dor abdominal recorrente - precipitadas por abuso de 
álcool, alimentação ou uso de drogas 
➛ Perda da função exócrina e endócrina - esteatorreia e 
emagrecimento, diabetes mellitus 
➛ Icterícia (20% dos casos) - estreitamento do colédoco 
➛ Lesões não neoplasicas: pseudocistos 
➛ Neoplasias císticas benignas: cistadenomas serosos e 
mucinosos 
➛ Adenocarcinoma ductal pancreático 
Pseudocistos pancreáticos: 
➛ Lesão não neoplásica 
➛ Resquícios de pancreatites agudas e crônicas 
➛ Cavidade patológica revestida por tecido de granulação, 
sem tecido epitelial 
- Na pancreatite aguda: lesão acinar resulta em 
liberação de enzimas proteolíticas, levando a ativação 
da cascata de coagulação, inflamacao aguda e crônica, 
lesão vascular e edema- Na pancreatite crônica, episódios repetidos de lesão 
nas células acinares induzem citocinas pró-fibrogênicas, 
como FTC-Beta e FCDP -> este impulsiona a 
proliferação de miofibroblastos, secreção de colágeno 
e remodelagem da MEC 
- A lesão repetida produz fibrose irreversível, com 
perda de massa de células acinares e insuficiência 
pancreática 
- Ocorre a substituição do tecido acinar 
pancreático por tecido conectivo fibroso denso, 
sendo relativamente poupadas as ilhotas de 
Langerhans até um estágio tardio 
- O pâncreas se mostra rígido com calcificação 
focal
Insuficiência pancreática exócrina: 
Destruição progressiva do tecido acinar -> 
substituição por tecido fibroso -> produção 
inadequada de enzimas -> deficiência de absorção 
Dnças pancreáticas tumorais:
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Cistadenoma seroso pancreático: 
➛ Bom prognóstico 
➛ Comum em mulheres acima de 65 anos 
➛ 6 a 10cm, solitários, bem delimitados 
➛ Cicatriz estrelada central 
➛ Periferia - numerosos cistos com revestimento de epitélio 
cúbico simples e glicogênio abundamente, preenchidos por 
líquido seroso incolor 
Cistadenoma Mucinoso 
pancreático: 
➛ Mais frequente em mulheres 
➛ Lesão solitária em causa do pâncreas 
➛ Uni ou multiloculados, preenchidos por material mucinoso 
➛ Cistos revestidos por epitélio colunar mucossecretor 
➛ 35% associado a desenvolvimento de carcinoma 
Adenocarcinoma ductal 
pancreático: 
➛ Neoplasias epiteliais malignas com origem de células 
ductais pancreáticas 
➛ Altamente invasivo - sobrevida em 5 anos 
➛ 60% na cabeça, 15% no corpo e 5% na cauda 
➛ Induz intensa resposta desmoplástica 
➛ Fatores de risco: 
 ✓ Sexo masculino 
 ✓ Indivíduos de etnia negra 
 ✓ Tabagismo 
 ✓ Diabetes mellitus 
 ✓ Dieta 
 ✓ Pancreatite crônica 
 ✓ Histórico familiar 
Morfologia macro e microscópica: 
➛ Localização preferencial: cabeça do pâncreas 
➛ Pouco delimitado 
➛ Coloração branco-amarelada 
➛ Consistência firme 
➛ Estruturas tubulo-glandulares revestidas por epitélio 
colunar ou cuboide com atipias 
➛ Estroma desmoplásico bem desenvolvido 
 
Aspectos clínicos: síndrome de Trousseau - 
tromboflebite migratória

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