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INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS Podem ocorrer por diferentes mecanismos, classificados em: Farmacocinéticos farmacodinâmicos Interações combinadas. Algumas interações farmacológicas são resultado de dois ou mais mecanismos. INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS PROF.ª MESTRA GRAZIELE AMORIM DEFINIÇÃO É um evento clínico em que os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico ambiental. Constitui causa comum de efeitos adversos. As interações não estão restritas à associação de fármacos Elas podem ainda ocorrer entre fármacos convencionais e medicamentos fitoterápicos, popularmente conhecidos como “ervas medicinais” Drogas de abuso (incluindo álcool e fumo), alimentos INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS Algumas interações com fitoterápicos já estão bem descritas, como a interação entre a carbamazepina (anticonvulsivante) e a erva-de-são-joão (combate a depressão leve a moderada), que promove o aumento do metabolismo da carbamazepina. No entanto, quando comparados aos medicamentos convencionais, os fitoterápicos são menos estudados e, dessa forma, sabe-se menos sobre suas possíveis interações. INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS – FITOTERÁPICOS Embora a possibilidade da ocorrência de uma interação farmacológica possa ser prevista,nem sempre ela resultará em umefeito adverso; Uma vez que ambas dependem de fatores específicos relacionados tanto ao paciente quanto ao fármaco. Assim, em relação ao paciente, tem-se fatores genéticos, sexo, idade, dieta e doenças. Já dentre os fatores específicos do fármaco, tem-se dose, formulação, via e regime de administração. INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS A resposta esperada a determinado tratamento farmacológico pode ser alterada por diversos fatores. Dentre eles, tem-se a administração simultânea de outros fármacos, comum, principalmente para idosos, que geralmente necessita de tratamento para mais de uma comorbidade. INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS CRITÉRIOS PARA DESCREVER UMA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Do ponto de vista clínico descrevemos uma interação enumerando: - Medicamento ou classe de medicamento envolvido - Mecanismo pelo qual ocorre a interação - Efeito resultante - Severidade clínica CRITÉRIOS PARA DESCREVER UMA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA CRITÉRIOS PARA DESCREVER UMA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Interação menor: apresenta consequências clínica limitadas, não requer intervenção no tratamento. - Ex.: furosemida e hidralazina, interagem; a Hidralazina afeta a cinética da furosemida, aumentando sua excreção renal, sem entretanto interferir com a meia-vida do fármaco. Sem efeito clínico relevante. Interação moderada: requer mudança na dosagem ou monitoramento da toxicidade. - Ex.: rifampicina e isoniazida antibióticos usados contra tuberculose. Causa tonturas ou desmaios, problemas de visão ou outros efeitos colaterais que podem afetar a capacidade para dirigir e operar máquinas, risco de hepatotoxicidade Interação severa: deve ser evitada sempre que possível, resulta em toxicidade séria. - Ex.: Cetoconazol (fungicida) e cisaprida (refluxo gastroesofágico). Causa arritmia cardíaca CRITÉRIOS PARA DESCREVER UMA INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA INTERAÇÕES FARMACÊUTICAS - INCOMPATIBILIDADE MEDICAMENTOSA • São interações do tipo físico-químicas que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados na mesma solução ou misturados no mesmo recipiente e o produto obtido é capaz de inviabilizar a terapêutica clínica. • Acontecem fora do organismo, durante o preparo e administração dos medicamentos parenterais (incompatibilidade entre os agentes misturados ou com o veiculo adicionado) e frequentemente resultam em precipitação ou turvação da solução; mudança de coloração do medicamento ou inativação do princípio ativo • São de menor relevância pois basta administrar as drogas em soluções diferentes. • Ex.: dobutamina e Diazepam (se inativam) INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS As interações farmacocinéticas são as mais frequentes, podendo ocorrer desde o processo de absorção até a excreção do fármaco. Envolvem a alteração de determinadas drogas no plasma ou sítio de ação. Qualquer droga altera absorção, metabolismo, distribuição ou excreção de outra droga. A absorção de fármacos no trato gastrointestinal (TGI) pode ser afetada pelo uso simultâneo de outros fármacos que possuem as seguintes características: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS 1. Grande área de absorção no organismo; 2. 2 2. Capacidade de sofrer ligação ou quelação (tornando- se insolúveis); 1. 3 3. Alteração do pH do estômago; 4. Alteração da motilidade intestinal; 1. 5 5. Capacidade de afetar proteínas de transporte (como glicoproteína P e transportadores de ânions orgânicos). Farmacocinética pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição + Diminui biodisponibilidade por menor solubilidade ↑ pH Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Hidróxido de alumínio – neutraliza a acidez do estômago ou seja deixa mais básico Cetoconazol - fungicida Farmacocinética Alendronato – tto da osteoporose + Diminui biodisponibilidade por menor solubilidade Formação de complexos pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção suplementos de cálcio, antiácidos e outros medicamentos administrados por via oral interfiram na absorção de alendronato de sódio Farmacocinética + Afeta biodisponibilidade por alteração da motilidade Metoclopramida Antiemético trata enjoos e vômitos Ciclosporina Imunosupressor Digoxina Cardiotônico aumenta a força dos batimentos cardíacos e melhorando o ritmo do coração ↑ absorção ↓ absorção pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Farmacocinética + Diminuem a absorção da vitamina B12 no TGI. Causa dano a mucosa do TGI ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Metrotexato Quimioterápico e doenças autoimunes Vitamina B12 pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção é caracterizada pelo aumento de todas as células do corpo, inclusive as células da medula óssea. Nessa anemia, ocorre a diminuição da capacidade celular de sintetizar o ácido desoxirribonucléico (DNA), ocasionando anormalidades hematológicas no sangue periférico e na própria medula. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Farmacocinética AAS + Glibenclamida Deslocamento da ligação com proteínas plasmáticas Hipoglicemia Albumina Glibenclamida AAS AAS pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Glibenclamida - tto de diabetes mellitus não insulino- dependente (Tipo 2 ou diabetes do adulto), quando os níveis de glicose no sangue não podem ser controlados apenas por dieta, exercício físico e redução de peso O metabolismo dos fármacos pode ser induzido ou inibido por farmacoterapia concomitante, podendo resultar em efeitos significativos para o tratamento. Alguns fármacos, como barbitúricos (sedativos, hipnótico..), carbamazepina (anticonvulsivante), efavirenz (tratamento do HIV), fenitoína (anti-epilético) e rifampicina (antibiótico), podem agir induzindo as enzimas do citocromo P450, aumentando o metabolismo; Enquanto outros, como omeprazol (tto de úlcera estomacais), verapamil (antiarrítmicos), fluconazol (antifúngico) e fluoxetina (antidepressivo), atuam como inibidores enzimáticos, diminuindo o metabolismo. INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS - METABOLISMO Farmacocinética CYP 450 Sistema de enzimas Reações de oxidação Fármaco Fármaco – OH Inibidor Aumenta a biodisponibilidade do fármaco (+) Toxicidade Indutor Reduz as concentrações plasmáticas (+) Perda de efeito pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Ex.: Ritonavir (anti-retroviral) Ex.: Rifampicina (antibiótico)Farmacocinética Penicilina livre 10% 5% 90% 95% Penicilina ligada Tipos de interações farmacocinéticas associadas a excreção pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção A excreção renal de fármacos pode ser afetada por interações farmacológicas que promovem a inibição de transportadores envolvidos na secreção ativa de alguns fármacos nos túbulos renais, considerados uma importante via de eliminação. Assim, alguns fármacos inibem a glicoproteína P (bomba de efluxo contra xenobióticos), transportadores de ânions orgânicos e transportadores de cátions orgânicos, aumentando a concentração sérica do outro fármaco. Alguns exemplos de inibidores da glicoproteína P são: amiodarona (antiarrítmicos), eritromicina (antibacteriano), cetoconazol (fungicida), ritonavir (antirretroviral) . INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS - EXCREÇÃO Farmacocinética pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Probenecida uricosúrico - eliminar o excesso de ácido úrico pela urina + Diminui secreção por competição pelo mesmo transportador Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Ampicilina por inibição competitiva, interfere na secreção tubular renal das penicilinas, aumentando a concentração plasmática das mesmas. Dessa forma, tem-se uma interação benéfica através de um efeito antibacteriano acentuado das penicilinas Cefazolina pode ter o risco de nefrotoxicidade aumentado Farmacocinética Penicilina livre 10% 5% 90% 95% Penicilina ligada A acidificação da urina aumenta a reabsorção e diminui a excreção de ácidos fracos e, por outro lado, diminui a reabsorção de bases fracas pH MotilidadeQuelação Mucosa Distribuição Indução Inibição Secreção Reabsorção Absorção Metabolismo Excreção Antiácidos Antiácidos podem aumentar a excreção do ácido acetilsalicílico devido a alcalinização da urina https://consultaremedios.com.br/aparelho-digestivo/antiacidos/c Ocorre quando um fármaco modifica a resposta dos tecidos-alvo ou não-alvo a outro fármaco”. As interações farmacodinâmicas são comuns na prática clínica, e podem ocorrer por diferentes tipos de mecanismos; Os efeitos colaterais podem ser diminuídos caso sejam tomadas medidas antecipadas. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS Ocorrem quando dois ou mais fármacos em uso concomitante possuem ações farmacológicas similares ou opostas. Eles Podem produzir sinergias ou antagonismos sem modificar a farmacocinética ou mecanismo de ação dos fármacos envolvidos. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS Para isso é de extrema importância o conhecimento do modo que os fármacos envolvidos agem no organismo. Duas substâncias administradas com efeitos farmacológicos semelhantes, que atuem ou não no mesmo receptor, ao serem administrados simultaneamente geralmente promovem uma resposta aditiva ou sinérgica. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS Exemplo: 1. Benzodiazepínicos (hipnóticos e ansiolíticos, anticonvulsivante) e barbitúricos (sedativos e calmantes). - Esta classe de medicamentos atuam no mesmo receptor e produzem efeito aditivo. Aumentam o efeito de sedação e podem levar à depressão respiratória 2. Nitratos (vasodilatadores) e sildenafila (trata disfunção erétil), assim como sulfonamidas (antibióticos) e trimetoprima (antibiótico), atuam em receptores diferentes, produzindo efeitos sinérgicos. - sildenafila potencializa o efeito hipotensor dos nitratos. - sulfonamidas e trimetoprima menor incidência de resistência bacteriana INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS – ADITIVAS E SINÉRGICAS Fármacos que promovem efeitos farmacológicos contrários podem diminuir a resposta do outro ou de ambos. Ex.: tem-se os antagonistas de receptores β-adrenérgicos que diminuem a eficácia dos agonistas de receptores β-adrenérgicos, como o salbutamol ( broncodilatador ). Beta-bloqueadores adrenoreceptores não-selectivos (propranolol) um anti- hipertensivo podem inibir completamente o efeito de salbutamol. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS x Ex.: O risco de sangramento, principalmente do estômago, causado pela varfarina é aumentado pelo ácido acetilsalicílico, o qual inibe a biossíntese do tromboxano A2 plaquetário (estimula agregação plaquetária) e pode danificar o estômago; INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS x Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como ibuprofeno e indometacina, quando administrados a pacientes que utilizam anti-hipertensivos, aumentam a pressão sanguínea. A sonolência causada pelo uso de antagonistas do receptor H1 de histamina, como a prometazina, é potencializada quando esses fármacos são ingeridos concomitantemente com álcool. INTERAÇÕES FARMACODINÂMICAS O uso combinado de dois ou mais fármacos, apresentando efeitos tóxicos individuais sobre o mesmo órgão, tem-se uma toxicidade combinada que pode levar a uma lesão orgânica Ex.: administração simultânea de dois fármacos que causam nefrotoxicidade e que leva a uma alta probabilidade de desenvolver uma lesão renal, ainda que a dose individual administrada não seja suficiente para promover esse efeito tóxico. - sulfadiazina (agente cicatrizante e antimicrobiano tópico) , vancomicina (antimicrobiano) - Todos os agentes nefrotóxicos guardam potencial interação medicamentosa com vancomicina INTERAÇÕES COMBINADAS Os alimentos podem aumentar, retardar ou diminuir a absorção de fármacos. INTERAÇÃO ALIMENTAR • “Antibióticos, de maneira geral, mexem com funcionamento intestinal, assim deve-se evitar alimentos ricos em fibras ou gordurosos. • Antibióticos não devem ser administrados com leite pois, os íons (Ca2+, Mg2+...), presentes no leite e em outros alimentos, são capazes de formar quelatos não absorvíveis com os antibióticos como as tetraciclinas, ocasionando a excreção fecal dos minerais e do fármaco . O consumo de toranja (grapefruit) pode inibir a enzima CYP34A da família citocromo P-450, enzima que participa também do mecanismo de absorção e metabolização do medicamento imatinibe (ttp de leucemia mieloide). Retardando o metabolismo de alguns fármacos Inibidores da CYP3A4, podem elevar as concentrações plasmáticas do fármaco aumentando o risco de ocorrência de efeitos adversos. Outros ex. de fármacos que não devem ser administrados com toranja: ✓ amiodarona (antiarrítmicos) ✓ carbamazepina (anticonvulsivante) ✓ ciclosporina (imunossupressor). INTERAÇÃO ALIMENTAR Bebidas alcoólicas, aumentam a eliminação do medicamento pelo corpo, diminuindo seu efeito. Pode ocorrer uma sobrecarga no fígado Tamoxifeno (antineoplásico): deve-se evitar consumir alimentos e produtos com soja pois reduzem a ação do tamoxifeno, diminuindo sua eficácia no tratamento do câncer de mama; INTERAÇÃO ALIMENTAR ovos, carnes e pães acidificam a urina, tendo como consequência o aumento da excreção renal de anfetaminas e outros fármacos básicos A pectina, fibra encontrada na maçã, ameixa, goiaba e mexerica, pode atrasar a absorção de fármacos à base de paracetamol O QUE FAZER ANTES DE INICIAR ALGUM MEDICAMENTO? 1. Tomar os medicamentos sempre com um copo de água, evitando sucos ou leite; 2. Perguntar ao médico ou ao farmacêutico sobre os alimentos que podem ou não ser consumidos durante o tratamento; 3. Seguir sempre as orientações médicas quanto aos horários da medicação e se o remédio deve ser tomado de estômago cheio ou vazio; 4. Comunicar ao médico imediatamente se apresentar efeitos colaterais. Slide 1: interações farmacológicas Slide 2: Interações farmacológicas Slide 3: definição Slide 4: interações farmacológicas Slide 5: interações farmacológicas – fitoterápicos Slide 6: interações farmacológicas Slide 7: interações farmacológicas Slide 8: Critérios para descrever uma interação medicamentosa Slide 9: Critérios para descrever uma interação medicamentosa Slide 10: Critérios para descrever uma interação medicamentosa Slide 11: Critérios para descrever uma interação medicamentosa Slide 12: INTERAÇÕESFARMACêuticas - incompatibilidade medicamentosa Slide 13: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Slide 14: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS - metabolismo Slide 22 Slide 23 Slide 24: INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS - excreção Slide 25 Slide 26 Slide 27: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 28: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 29: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 30: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas – aditivas e sinérgicas Slide 31: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 32: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 33: INTERAÇÕES FARMACOdinâmicas Slide 34: Interações combinadas Slide 35: Interação alimentar Slide 36: Interação alimentar Slide 37: Interação alimentar Slide 38 Slide 39: O que fazer antes de iniciar algum medicamento?
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