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Apostila Filosofia VR 2023-65-66

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@vestibularesumido
65
muitos outros filósofos e movimentos filosóficos 
posteriores, incluindo o marxismo e a filosofia 
continental do século XX.
No entanto, a interpretação e a compreensão da filosofia 
de Hegel continuam a ser objeto de debate e 
controvérsia. Sua abordagem complexa e seu estilo de 
escrita dificultam sua compreensão completa e única 
interpretação. Portanto, diferentes escolas de 
pensamento têm diferentes perspectivas sobre sua 
filosofia e seu legado.
O Espírito do Mundo e a Dialética
Em sua filosofia, Hegel discute o conceito do "Espírito do 
Mundo" e sua relação com a dialética. Esses conceitos 
desempenham um papel central em sua visão da 
realidade e da evolução da consciência humana. Para 
Hegel, o Espírito do Mundo, ou Espírito Absoluto, é o 
princípio fundamental que permeia toda a realidade. Ele 
considera o Espírito do Mundo como uma força ativa e 
autoconsciente que se manifesta no mundo e na 
consciência humana. O Espírito do Mundo é entendido 
como uma entidade histórica em constante movimento, 
em que a história é vista como a progressão do Espírito 
em direção a uma maior autoconsciência.
A dialética é uma abordagem fundamental 
para Hegel, que envolve a compreensão de 
como as contradições e o conflito 
desempenham um papel essencial no 
desenvolvimento e na evolução da realidade. 
A dialética hegeliana é um método que 
envolve a interação de três etapas: tese, 
antítese e síntese.
A tese representa uma afirmação ou um 
estágio inicial. A antítese surge como uma 
oposição ou negação da tese. Essa 
contradição leva a um conflito dialético 
entre a tese e a antítese. A síntese, por sua 
vez, é o resultado da superação das contradições 
anteriores e representa um novo estágio que 
incorpora elementos tanto da tese quanto da 
antítese, mas de uma forma mais avançada ou 
evoluída. Essa dinâmica dialética é aplicada por 
Hegel a diferentes áreas do conhecimento e à 
história. Ele acredita que a evolução do Espírito 
do Mundo ocorre por meio de processos 
dialéticos, em que contradições e conflitos são 
superados para alcançar um nível mais alto de 
síntese e compreensão. Na história, essas 
contradições e conflitos podem ser vistos em 
termos de movimentos sociais, mudanças 
políticas e desenvolvimento cultural.
Assim, o Espírito do Mundo, como concebido por Hegel, 
opera por meio da dialética, em que as contradições e 
conflitos são fundamentais para o progresso e a evolução da 
consciência humana e da realidade. Essa visão influenciou 
profundamente a filosofia, a sociologia e outros campos, e 
continua a ser objeto de estudo e interpretação nos dias de 
hoje.
A importância do Estado - Hegel
Para Hegel, o Estado desempenha um papel fundamental na 
vida e na realização dos indivíduos e da sociedade como um 
todo. Ele considerava o Estado como a forma mais elevada de 
organização social e política, que incorpora os princípios 
éticos e racionais que governam a vida em comunidade.
Hegel via o Estado como a realização concreta da liberdade, 
onde os indivíduos encontram sua identidade e agência. Ele 
argumentava que é somente através da participação ativa na 
vida do Estado que os indivíduos podem alcançar sua 
liberdade plena e desenvolver suas potencialidades. O Estado, 
para Hegel, é o veículo por meio do qual a liberdade 
individual se torna uma realidade social.
Além disso, Hegel considerava o Estado como uma instituição 
necessária para a garantia da justiça e da ordem social. Ele via 
o Estado como detentor do poder soberano, responsável por 
promover e garantir os interesses e direitos dos cidadãos. O 
Estado, segundo Hegel, estabelece leis e instituições que 
governam a vida em sociedade, protegendo os direitos 
individuais e medindo os conflitos. Hegel também enfatizava a 
@vestibularesumido
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importância da participação política ativa dos cidadãos 
no Estado. Ele argumentava que a verdadeira cidadania 
envolve o engajamento político, o serviço ao bem 
comum e a colaboração na formação das políticas 
públicas. A participação política é vista por Hegel como 
uma expressão da liberdade e como um meio de 
aprimorar a vida coletiva.
No entanto, é importante notar que a concepção de 
Hegel sobre o Estado não era necessariamente 
democrática nos moldes modernos. Ele via o Estado 
ideal como um organismo orgânico, governado por uma 
elite racional e ética que atuaria em benefício da 
sociedade como um todo. Essa visão foi criticada 
posteriormente por outros filósofos e teóricos políticos 
que buscavam um maior enfoque na participação 
democrática.
Apesar das críticas e controvérsias em torno de sua 
concepção do Estado, a importância que Hegel atribuiu a 
essa instituição como uma esfera de liberdade, justiça e 
autorrealização individual influenciou profundamente o 
pensamento político subsequente. Sua abordagem 
enfatizando o papel central do Estado na organização 
social e na busca da liberdade continua sendo objeto de 
estudo e debate até os dias de hoje.
Karl Marx
Karl Marx foi um filósofo, economista e teórico social 
alemão do século XIX. Ele é mais conhecido por suas 
teorias sobre o capitalismo, a luta de classes e o 
socialismo. Sua obra mais famosa é "O Capital", que 
busca analisar criticamente o funcionamento do sistema 
capitalista. Marx desenvolveu uma teoria abrangente 
conhecida como materialismo histórico, que propõe que 
as condições materiais e econômicas de uma sociedade 
desempenham um papel determinante na organização 
social, política e cultural. Ele argumentou que a história 
humana é caracterizada por uma série de lutas de 
classes, nas quais os interesses das classes dominantes 
entram em conflito com os interesses das classes 
oprimidas. Para Marx, o sistema capitalista é baseado na 
exploração da classe trabalhadora pelo capital, onde os 
proprietários dos meios de produção extraem mais-valia 
dos trabalhadores através da relação assalariada. Ele 
criticou o capitalismo por sua tendência à desigualdade 
social, alienação e exploração.
Marx também desenvolveu a teoria da revolução 
proletária, argumentando que a luta de classes levaria 
inevitavelmente à derrubada do sistema capitalista e à 
transição para uma sociedade socialista. Ele previa que, 
no socialismo, os meios de produção seriam 
coletivamente controlados pela classe trabalhadora e 
que a propriedade privada seria abolida. A visão de Marx 
era de uma sociedade sem classes, na qual a distribuição 
dos recursos seria baseada nas necessidades de cada 
indivíduo. 
Embora as ideias de Marx tenham sido objeto de 
várias interpretações e críticas ao longo dos anos, 
sua influência na política, economia e filosofia é 
inegável. O marxismo se tornou uma corrente de 
pensamento importante e inspirou movimentos 
políticos e sociais em todo o mundo. As análises de 
Marx sobre o capitalismo, a luta de classes e as 
desigualdades sociais continuam a ser objeto de 
estudo e debate na atualidade.
O monismo dialético de Hegel vs. o materialismo 
dialético de Feuerbach
O monismo dialético de Hegel e o materialismo dialético de 
Feuerbach são duas abordagens filosóficas distintas que surgiram 
no contexto do pensamento alemão do século XIX. Embora 
compartilhem elementos da dialética, eles diferem em suas 
perspectivas ontológicas e na maneira como entendem a relação 
entre a consciência e a realidade material. O monismo dialético 
de Hegel, como discutido anteriormente, enfatiza o papel central 
da consciência e do espírito na compreensão da realidade. Para 
Hegel, o desenvolvimento do conhecimento ocorre por meio de 
um processo dialético que envolve a interação de contradições e 
a busca por uma síntese mais abrangente. O espírito, para Hegel, 
é a força motriz por trás desse processo, e a realidade é vista 
como uma manifestação do espírito em sua busca de 
autoconsciência.
Por outro lado, o materialismo dialético de Feuerbach coloca 
ênfase na realidade material como a base fundamental da 
existência. Feuerbach argumentava que a consciência humana é 
um produtoda atividade cerebral e que a religião e a filosofia 
idealistas refletem projeções da mente humana. Em sua visão, o 
materialismo dialético busca entender a realidade em termos das 
relações materiais, econômicas e sociais entre os seres humanos.
Enquanto Hegel enfatiza a primazia da consciência e do espírito 
na compreensão da realidade, Feuerbach inverte essa 
perspectiva, colocando o foco na materialidade e nas condições 
concretas da existência humana. Para Feuerbach, a consciência é 
um reflexo da realidade material e não uma entidade autônoma 
que molda a realidade.
Marx, por sua vez, foi influenciado por ambas as correntes 
filosóficas. Ele adotou a dialética hegeliana como uma ferramenta 
para compreender o movimento histórico e a luta de classes, 
mas também incorporou elementos do materialismo de 
Feuerbach em sua teoria do materialismo histórico e na análise 
crítica do sistema capitalista.
Em resumo, o monismo dialético de Hegel coloca a 
ênfase na consciência e no espírito como motores 
da evolução da realidade, enquanto o materialismo 
dialético de Feuerbach enfatiza a primazia da 
realidade material e das condições materiais na 
formação da consciência humana e da sociedade. 
Ambas as abordagens tiveram influências 
significativas no desenvolvimento do pensamento 
filosófico e político, incluindo as obras de Marx e 
Engels.

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