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Resumo Penal II - 3 BI

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3º bimestre
25/07
Crimes contra o patrimônio
1- 155 a 186: são crimes materiais, ou seja, o bem jurídico é corpóreo, material.
2- Fundamento constitucional
- Art. 5º caput: protege a propriedade.
3- Conceito de patrimônio: é o conjunto de bens de uma pessoa física ou jurídica.
- Propriedade: material e imaterial (incorpóreos, direitos autorais).
Furto – 155
1- Considerações gerais
- Conceito: subtrair para si ou para outrem bem alheio. Pega o bem contra a vontade da vítima.
- Histórico: já existiu pena de morte, cortar a mão, dependia do valor do bem furtado.
- Diferenças com outros crimes: Furto: pegar o bem contra a vontade da vítima.
Apropriação indébita: é quando a vítima entrega o bem por vontade, e autor se apropria da coisa, não devolve. Se a vítima entregou o bem, e de forma desvigiada, não será furto, quando a entrega é vigiada será furto, é o caso de provador de roupa, ou test drive.
Estelionato: vítima entrega o bem mediante fraude, autor engana a vítima para conseguir o bem.
2- Bem jurídico: patrimônio, é disponível.
3- Objeto material
- Coisa: é tudo aquilo que não é o ser humano. Exceção: pode ser pessoa quando é cadáver, se tiver valor econômico, senão será subtração de cadáver. Ex: cadáver em universidade para estudo, múmia, etc.
Quando se trata de órgão humano o crime está no art. 14 da lei 9.434/14 (transplantes).
“Res nullius”: é coisa de ninguém. Ex: algo que está no lixo.
“Res derelicta”: é a coisa abandonada.
- Alheia: deve ser coisa de outra pessoa, não existe possibilidade de furtar coisa própria.
- Móvel: não é a mesma definição do direito civil, é tudo que se pode mover.
- §3º: equipare-se a coisa alheia móvel a energia elétrica ou qualquer outro que tenha valor econômico. Se fizer um gato para roubar do vizinho, será furto, se fraudar para pagar menos água, é estelionato.
- Questões: 
	- Insignificância: é cabível.
	- Objetos de estimação: a maioria da doutrina entende que se trata de furto (prevalece), já o Nucci diz que não.
	- Famélicos: é o furto por fome, estado de necessidade.
4- Sujeitos: comum, tanto o ativo quanto o passivo.
5- Tipo objetivo
- Núcleo: subtrair.
- Forma: livre.
- Conduta: em regra é por ação, será por omissão quando a pessoa não age, quando tem responsabilidade como garante.
6- Tipo subjetivo
- “animus furandi”: vontade de subtrair, se pegar por engano não é furto.
- Dolo – “para si ou para outrem”: para ser furto deve entregar a outra pessoa ou para si mesmo, é diferente se for para uso.
- Furto de uso: se subtrair para uso exclui o dolo do agente, exclui a ilicitude. Se pegar bem para usar e devolver, não é furto. Requisitos:
	- Coisa não consumível
	-Intenção de utilizar: de forma momentânea, entregar do mesmo jeito que pegou.
	- Restituição: restituir o bem da mesma forma que estava. Ex: se for carro deve restituir o combustível.
7- Consumação – 4 teorias
- “Concrectatio”: a consumação se da no momento que o autor toca o bem.
- “Amotio ou aprehensio” (aplicada atualmente): no momento em que a pessoa se coloca na posse do bem, pega para ela.
- “Ablatio”: momento em que o bem sai do local onde ele estava.
- “Ilatio”: é o momento em que o bem fica em segurança com o autor.
8- Tentativa: totalmente possível.
- Art. 17: mesmo sendo crime impossível cabe tentativa.
9- Ação e procedimento: pública incondicionada, procedimento ordinário.
27/07
Formas de furto:
1- Simples – “caput”: não é privilegiado, não é noturno e nem qualificado. É por exclusão. Pena de 01 a 04 anos + multa.
2- Furto noturno – §1º
-Causa de aumento: 1/3: a pena aumenta se o crime acontecer durante o repouso noturno.
- Aplicação: entendimento é que aplica o aumento do furto noturno apenas no furto simples.
- Durante o repouso noturno: é o período noturno onde as pessoas estão repousando, não necessariamente na casa onde acontece o furto, pode ser uma casa vazia, se aplica esse aumento porque é mais fácil praticar o crime, pessoas estão dormindo.
- Local:
	- Residência
	- Comércio: cabe repouso noturno mesmo não sendo residência, mesmo que não tenha ninguém repousando lá.
	- Carros em via pública: cabe repouso noturno mesmo não sendo residência, mesmo que não tenha ninguém repousando lá.
3- Furto privilegiado – §2º
- Causas de diminuição
- Requisitos:
	- Primário: aquele que não é reincidente.
	- Pequeno valor a coisa: até um salário mínimo, pouco importa a condição da vítima.
- Consequências
	- Juiz “deve”: artigo fala pode, mas na verdade ele deve. Aplica somente até dois desses benefícios, se aplicarem só a multa não poderá aplicar os demais benefícios.
	- Substituir reclusão por detenção
	- Diminuir de 1/3 a 2/3
	- Aplicar só multa 
- Aplicação – Súmula 511 STJ: pode aplicar privilégio ao furto qualificado.
4- Furto qualificado – §4º
- Reclusão 02 a 08 + multa
- I: Destruição (destruir) ou rompimento (quebrar) de obstáculo: ex: arrombar porta, janela, etc. Não aplica essa qualificação quando o rompimento ou a destruição é da coisa, ex: porta do carro, vídeo do carro.
- II:
	-Abuso de confiança: abusa da confiança da vítima para conseguir furtar.
	- Mediante fraude: agente usa de fraude para enganar a vítima e deixar o bem de forma desvigiada, a vítima não entrega o bem para o agente.
	- Escalada: chegar ao bem de uma forma anormal. Ex: entrar pelo telhado, fazer túnel, etc.
	- Destreza: habilidade especial para o furto. Ex: batedor de carteira, mas se a vítima perceber não qualifica, se terceiro perceber, qualifica, pois houve destreza.
- III: Emprego de chave falsa: são todas as que não são originais, originais são as cópias com autorização da vítima. Inclui controle remoto.
- IV: Concurso de 02 ou +: pode contar menores e partícipes.
5- Furto qualificado pelo resultado – §5º
- Reclusão – 03 a 08 – multa?: Não tem multa, legislador não colocou multa, aumentou um ano apenas.
Para aplicar a qualificadora pelo resultado é necessário todos os seguintes requisitos:
- Veículo automotor: furtar veículo com motor.
- Transporte para outro estado ou exterior: DF conta.
- Tentativa: seria tentativa de transporte para o exterior se o agente passa para outro país, perseguido e preso, é uma exceção da consumação do crime de furto.
- Concurso de pessoas: 
	-180: quem não participa do furto, apenas leva bem furtado a outro lugar, responde por receptação.
	-349: mas se a pessoa recebe dinheiro a levar bem a outro lugar responde por favorecimento real. É ajudar o criminoso sem ter o proveito daquele crime.
-Concurso com §4º: quando tem concurso apenas a mais grave, as demais são aplicadas na pena base.
Trabalho: art. 161 – 167
Trabalho: art. 12 – 19 do estatuto do desarmamento (10.826/03)
01/08
Furto de coisa comum – 156: diferença para o furto é a coisa comum, no furto é alheia móvel, nesse caso é uma coisa que também é sua.
1- Coisa comum: coisa que o agente também é proprietário, é o caso de condôminos, sócios, etc. É um tipo de furto privilegiado.
2- Sujeito ativo próprio: tipos de sujeito ativo:
- Condômino
- Co-herdeiro
- Sócio
3- §1º ação e procedimento: ação apenas mediante representação, procedimento do JECRIM.
4- §2º causa de exclusão: não é punível a subtração de coisa fungível e que não excede o valor da cota do agente.
- Coisa fungível (85 CC): coisa que pode ser substituída por outra igual.
- Valor não excede a cota: não excede a parte que é do agente.
Roubo – 157
1- Considerações gerais
- Conceito: furta com violência ou impossibilita a resistência.
- Diferenças: diferença pra furto são os meios de execução, como a violência ou grave ameaça. 
Diferença para extorsão é que a extorsão o agente exige que a vítima faça ou deixe de fazer algo com finalidade patrimonial, se não tiver finalidade patrimonial será constrangimento ilegal. A extorsão é o constrangimento ilegal com violência e a finalidade patrimonial.
Na extorsão o agente precisa da vítima para ter sucesso no crime, no roubo o agente não precisa, por exemplo, pegar a força a carteira, na extorsão a vítima precisa assinar um cheque, abrir o cofre, nesse caso é extorsão.
- Crime complexo: soma dos crimes de furto com ameaçaou lesão corporal.
2- Bem jurídico
- Crime pluriofensivo: ofende dois ou mais bens jurídicos. É um crime contra o patrimônio e contra integridade física (no caso de lesão), ou contra a liberdade pessoal (no caso de ameaça), ou a vida (no caso de latrocínio).
3- Objeto material 
- Coisa, alheia, móvel: é a mesma situação do furto.
- Pessoa viva
4- Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa pode cometer.
5- Sujeito passivo: pode ter sujeito único ou dividido em dois:
- Imediato: é o proprietário do bem.
- Mediato: é aquele que sofre a violência e grave ameaça. Ex: caixa do mercado.
6- Tipo objetivo
- Núcleo: subtrair, igual o furto.
- Meios de execução
	- Grave ameaça: ameaça precisa ter capacidade de causar medo à pessoa. Mesmo se for arma simulada o entendimento é pacífico para roubo.
	- Violência à pessoa: lesão corporal ou apenas vias de fato, já configura o roubo. Se o bem estiver preso à vítima, como correntes, pulseiras, relógio, bolsa, que cause lesão, já configura. Em casos de empurrão o entendimento é do dolo do agente, se o agente quiser intimidar, é roubo, se for apenas para distrair a pessoa, é furto.
	- Qualquer outro meio que reduz a resistência: se embebedar ou drogar a pessoa, é roubo. Basta reduzir a capacidade de resistência e o agente agir para roubar, se a vítima bebeu por vontade própria, será furto.
7- Tipo subjetivo
- Dolo específico: para si ou para outrem.
- Roubo de uso: exclui o crime complexo, responde apenas pela lesão ou ameaça. Porém a jurisprudência não adota isso, ou seja, não existe.
8- Discussões
- Princípio da insignificância: jurisprudência é contra, maioria dos doutrinadores também, mas o professor acha que pode aplicar se os meios de execução e o objeto for insignificante. Ex: esbarrar para roubar um brinco de 10 reais,
- Roubo privilegiado: não existe, pois não é possível utilizar os parágrafos do furto no roubo.
- Roubo e crime impossível: se o agente ameaça, mas a vítima não tiver nenhum bem, será tentativa de roubo e não apenas ameaça.
- Roubo e desistência voluntária: responde apenas pelas ações já praticadas, ou seja, ameaça ou lesão.
9- Consumação
- “Amotio” ou “Aprehensio”: consuma com a inversão da posse do bem.
10- Tentativa: possível.
11- Ação e procedimento: pública incondicionada e procedimento ordinário.
12- §1º - Roubo impróprio: configura quando o agente ameaça ou causa lesão após o roubo, para garantir a impunidade. Ex: subtrair coisas da casa, e quando estiver saindo as pessoas chegam, e assim ameaça ou causa lesão.
Em caso de concurso de pessoas, por exemplo, um ficar como motorista e o outro entrar, e ao sair encontra a família, esse responde pelo impróprio, o motorista apenas por furto, pois foi o que queria praticar.
- Logo depois de subtraída
- Violência ou ameaça
- Para o fim de:
	- Assegurar a impunidade
	- Detenção da coisa
13- §2º- Causas de aumento: são os roubos circunstanciados (não são os roubos qualificados.).
- 1/3 a ½ 
- I: emprego de arma: precisa usar a arma, vítima deve saber que agente estava armado. Pode ser arma própria (feita para ferir) ou arma imprópria (feita para outros fins). Esse aumento se justifica, pois deixa a vítima mais acuada, tem maior possibilidade de ferir, por esse motivo o entendimento é que arma de brinquedo não aumenta a pena, porém arma desmuniciada aplica. Quem deve provar que era arma de brinquedo é o réu.
- II: concurso
- III: vítima em serviço de transporte de valores: carro forte, malote, agente deve conhecer que vítima trabalha com isso, faz transporte de dinheiro.
- IV: veículo: transportado para outro estado, igual o furto.
- V: restringe a liberdade da vítima: restringir a mais do que o necessário, se roubar e liberar a vítima é roubo normal, se deixar a vítima presa, aumenta a pena.
03/08
Roubo qualificado- §3º
1- Violência própria: mediante lesão corporal ou agressão. Violência imprópria é sem “violência”, é quando embebeda a vítima, dar sonífero, etc.
Para configurar este crime a violência precisa ser própria.
2- Lesão grave – 7 a 15 anos: se for lesão corporal leve não qualifica o roubo, a lesão grave e gravíssima qualificam, tanto com dolo ou culpa.
3- Morte – latrocínio – 20 a 30 anos: se a vítima morre pela violência própria, tanto dolosa como culposamente, é latrocínio.
- Hediondo: lei dos crimes hediondos.
- Competência- 603 STF: STF decidiu que a competência é do juiz titular e não do tribunal do júri, pois a finalidade é matar para conseguir o bem, e não tirar a vida.
- Morte sem subtração – 610 STF: se a finalidade é a subtração, responde por latrocínio, mesmo que o bem não seja levado. Ex: vítima reage a assalto, é baleada e os agentes fogem sem levar o carro, responderão por latrocínio, pois a finalidade era o roubo.
Se o agente sob paga ou promessa de recompensa mata alguém, e no momento vê objetos e furta-os, nesse caso, não é latrocínio, pois não matou pra roubar, nesse caso responde por homicídio e por furto (porque não teve violência nem grave ameaça, já tinha matado as vítimas). Concurso material.
- Co-autor: jurisprudência entende que todos os co-autores respondem por latrocínio, mesmo sendo dolo diferente, como por exemplo, o motorista que espera fora do local, este responderá por latrocínio também. Afasta-se o latrocínio quando um agente não sabe que a os demais estão municiados, se souber assume o risco que pode dar merda, assume o risco também quando é outro tipo de arma, como armas brancas, etc.
- Consumação e tentativa: cabe tentativa, mesmo que exista a qualificadora de lesão corporal grave, se o agente quis matar é tentativa. Ex: agente atira no peito três vezes, é tentativa de latrocínio, pois tinha o dolo de matar, se for tiros no joelho aplica-se a com lesão.
Se consuma com a morte da vítima.
Extorsão – 158
1- Considerações gerais
- Conceito: é um crime de constrangimento ilegal qualificado, pois tem a vantagem econômica.
- Diferenças: nesse crime há necessidade da participação da vítima, sem o qual não terá sucesso, no roubo se obtém sucesso mesmo sem a vítima colaborar, obriga a vítima, na extorsão se obriga a vítima a fazer ou deixar de fazer algo.
2- Bem jurídico
- Pluriofensivo: patrimônio, liberdade individual, integridade física e a vida.
4- Objeto material: coisa alheia móvel ou imóvel e a pessoa humana viva (ameaça). Ex: obrigar a pessoa assinar a escritura pública de compra e venda de imóvel.
5- Sujeitos: igual o roubo, sujeito comum.
6- Tipo objetivo
- Núcleo: constranger, ou seja, retirar a auto determinação.
- Meios de execução: violência própria apenas (difere do roubo, pois o roubo pode ser violência imprópria).
- Faça algo: ação da vítima, obrigar vítima a fazer algo para tirar vantagem. Ex: assinar cheque, abrir cofre, etc.
- Tolere que se faça: omissão da vítima, tolerar que outra pessoa faça ação que dê vantagem econômica ao agente. Ex: ameaçar filho para que pai assine o cheque, a omissão é do filho.
- Deixe de fazer: omissão da vítima, obrigar a vítima a deixar de fazer algo. Ex: deixar de comprar casa para que agente possa comprar, etc.
7- Tipo subjetivo: dolo específico, para si ou para outrem.
8- Consumação
- Formal – Súmula 96 STJ: a consumação se da no momento em que o agente exige com a violência ou grave ameaça.
9- Tentativa: cabe, no momento em que o agente vai exercer a violência alguém o impede.
10- Ação e procedimento: pública incondicionada e procedimento ordinário.
11- §1º - Causas de aumento
- 1/3 a 1/2 
- Concurso de 02 ou mais: pode ser partícipe ou menor, igual no roubo.
- Emprego de arma: igual no roubo, não aplica quando é arma de brinquedo, pode ser arma própria ou imprópria, etc.
12- §2º - Qualificadora
- Aplica o §3º do 157: para os casos de extorsão onde há morte se aplica a pena do latrocínio, se houver lesão grave aplica o mesmo de roubo qualificado.
13- §3º - Extorsão com restrição da liberdade: nesse caso, restringe a liberdade da vítima por mais tempo do que o necessário para conseguir vantagem, é o chamado sequestro relâmpago.
- Qualificadora: é uma qualificadora porque muda as penas.
- Requisitos:
	- Restriçãoda liberdade
	- Restrição para vantagem
- Penas
- 6 a 12 anos: se for extorsão simples mais com restrição da liberdade.
- Lesão grave – 159, §2º - 16 a 24 anos: extorsão com restrição da liberdade e causa lesão grave, pena maior.
- Morte – 159, §3º - 24 a 30 anos: extorsão com restrição da liberdade e causa morte, pena maior.
- Hediondo: todas as extorsões qualificadas são hediondas.
08/08
Extorsão mediante sequestro – 159
1- Considerações gerais
- Conceito: Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Pena de 08 a 15 anos.
- Diferenças com 158: a diferença é que no 158 o agente exige dinheiro para a própria pessoa que sequestrou, no 159 o agente exige dinheiro para um terceiro, para libertar a vítima, no 159. No 159 não difere os meios de execução, não precisa de ameaça ou violência.
- Crime complexo: é a soma do 158 (extorsão) com o 148 (sequestro).
- Hediondo: é hediondo em todas as suas modalidades.
2- Bem jurídico
- Pluriofensivo: patrimônio, liberdade individual, integridade física, vida.
3- Objeto material: qualquer bem, tanto móvel quanto imóvel, será a coisa exigida.
4- Sujeito ativo: comum.
5- Sujeito passivo: necessariamente haverá dois sujeitos passivos, um será o sequestrado e o outro será o extorquido.
- Pessoa jurídica: pode ser sujeito passivo, a extorquida.
Animais de estimação não podem ser sujeito passivo desse crime, será extorsão normal, se for cadáver será o 158 também.
6- Tipo objetivo
- Núcleo: sequestrar, mas aplica-se ao cárcere privado segundo o princípio da interpretação extensiva (se pode menos, pode mais).
- Meios de execução: é livre, não precisa ameaçar de matar, apenas de pedir resgate já configura o crime.
- Local do sequestro: não precisa levar para lugar ermo, pode ser em qualquer local.
- “Qualquer vantagem”: esse crime será configurado apenas quando exigir vantagem econômica indevida, caso contrário será sequestro e constrangimento ilegal. Se for vantagem econômica devida será exercício arbitrário das próprias razões e sequestro.
- “Condição ou preço do resgate”: deve estabelecer uma condição para o resgate, dinheiro, assinar documento, fazer o não fazer algo, que tenha retorno financeiro.
7- Tipo subjetivo: dolo específico de ter a vantagem.
8- Consumação
- Formal: a consumação se dá com o sequestro e a exigência, não precisa do pagamento para consumar, mas o crime começa quando a pessoa é sequestrada. Se pagar o resgate será o exaurimento do crime, que aumentará a pena base do crime.
- Tempo da privação: não exige tempo mínimo.
- Crime permanente: pessoa pode ser presa a qualquer momento enquanto estiver sequestrando, serve para aumentar a pena na questão da idade, etc.
9- Tentativa: é cabível, prende a pessoa e antes de exigir o resgate é pego.
10- Ação e procedimento: pública incondicionada, procedimento ordinário.
11- Qualificadoras
- §1º: reclusão de 12 a 20 anos.
	- Mais de 24h: contados a partir do momento em que prende a pessoa.
	- Menos de 18: se completar 18 durante o sequestro (mesmo antes da consumação, pois o crime começa com o sequestro) responde ainda assim pela qualificadora.
	- Mais de 60: apenas o sequestrado, quem foi privado da liberdade, pessoa extorquida não entra na qualificadora.
	- Quadrilha ou bando: art. 288, atualmente se chama de associação criminosa, 03 ou mais pessoas. Não da “bis in idem” para com o crime de associação, responderá normalmente e será qualificado o 159, pois a associação terá se consumado antes, quando combinam, se sequestrar e depois pedir ajuda para outras pessoas não configura o crime de associação, mas terá essa qualificadora.
- §2º: Lesão grave: reclusão de 16 a 24 anos.
	- Vítima: parte da doutrina entende que apenas o sequestrado, outra parte estende que pode ser o sequestrado e o extorquido, já a jurisprudência entende que qualquer vítima.
- §3º: Morte: reclusão de 24 a 30 anos.
	- Vítima: parte da doutrina entende que apenas o sequestrado, outra parte estende que pode ser o sequestrado e o extorquido, já a jurisprudência entende que qualquer vítima.
- §4º: Delação premiada: Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
	- Causa de diminuição – 1/3 a 2/3
	- Requisitos: crime do 159; praticado em concurso; denúncia à autoridade (MP, polícia ou até ao Poder Judiciário); facilitação na libertação.
17/08
Extorsão indireta – 160
1- Considerações gerais
- Conceito: Art. 160 Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: Pena reclusão, de um a três anos, e multa.
A diferença entre esse crime e o 158 é que esse não tem violência, é apenas exigir um documento que pode dar causa a procedimento criminal, como pedir para assinar um documento falso, que pode dar causa a procedimento de falsidade ideológica. Sendo assim o agente ameaça dar inicio a um procedimento criminal para poder receber sua dívida.
- Agiotas: praticado geralmente por agiotas.
	- Usura – art. 4º Lei 1.521/51: usura é o crime que o agiota comete, é emprestar dinheiro com juros maiores que 1% ao mês.
2- Objeto material
- Documento – procedimento criminal: deve exigir um documento que pode iniciar um processo criminal, como um cheque sem fundo (estelionato), documento falso (falsidade ideológica), etc.
3- Sujeitos: ativo é comum, qualquer pessoa. Passivo é a pessoa necessitada, que faz de tudo para conseguir o dinheiro.
4- Tipo objetivo
- Núcleos
	- Exigir: apenas de exigir já comete o crime.
	- Receber: é um tipo alternativo, se exigir e receber responderá por esse crime só, não acumula.
5- Consumação e tentativa
- Exigir: formal: não há necessidade de dar o documento, apenas exigir já consuma o crime.
- Receber: material: está com o documento em posse. 
É cabível a tentativa na forma escrita ou por e-mail.
Apropriação indébita – 168
1- Considerações gerais
- Conceito: Art. 168 Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Estar na posse de um bem que é de outra pessoa e não devolver para o dono.
- Diferenças: na apropriação indébita a vítima entrega o bem para o agente, ou seja, é desvigiada.
- furto: a posse do bem ou detenção não é desvigiada, vítima não da o bem para o agente.
- estelionato: agente já tem a vontade de ficar com o bem antes de ter sua posse ou detenção, utiliza de fraude para ficar com o bem.
- Quebra da confiança: vítima confia no agente, entrega o bem e o agente se apropria dele.
2- Objeto material
- Coisa alheia móvel: igual do furto.
3- Sujeito ativo
- Funcionário público – 312: sujeito ativo é comum, exceto funcionário público no exercício da função, nesse caso é peculato.
4- Sujeito passivo: é o dono da coisa, que a entrega para o agente.
5- Tipo objetivo
- Núcleo: apropriar-se: se tornar dono, agir como se fosse dono, tomar posse.
- Requisitos: cumulativos.
	- a) Entrega voluntária do bem: vítima entrega o bem voluntariamente, sem ameaça.
	- b) Posse ou detenção desvigiada: agente terá posse ou detenção desvigiada, ou seja, poderá usar sozinho, sem os cuidados do dono.
	- c) Boa-fé do agente ao receber o bem: (diferença para o estelionato), nesse crime o agente tem boa-fé, no estelionato tem má-fé, pega o bem já com intenção de não devolver.
	- d) Modificação posterior no comportamento do agente: ter boa-fé ao receber e posteriormente fica com má-fé e não devolve, após o recebimento do bem é que vem o crime.
- Dois tipos de apropriação
	- Própria: disposição da coisa: conduta de ação, agir disponibilizando a coisa, vender a coisa, etc.
	- Imprópria: negativa de restituição: conduta de omissão, negar a devolução do bem.
6- Tipo subjetivo: dolo.
7- Consumação
- Material: precisa do prejuízo.
- Própria: consuma quando disponibiliza/vende a coisa.
- Imprópria: consuma quando nega a restituição.
8- Tentativa: apenas na própria, pois não cabe tentativa em omissão.9- Ação e procedimento: pública incondicionada e procedimento comum ordinário.
10- §1º: Causas de aumento
- 1/3: quando o agente recebeu a coisa em:
- I: Depósito necessário: descrito no art. 647 CC.
	- 647 CC
	- Legal: depósito ao funcionarismo público, como em delegacia, etc. (não é cabível, pois será peculato).
	- Miserável: é o depósito de doações. (único modo de aplicar é nesta situação).
	- Equiparação: tem relação ao trabalho da pessoa, recebe em razão de sua função, como gerente que recebe mercadorias e não repassa para a loja. (inciso III é específico para aumentar nessa situação, portanto não irá aplicar esse inciso).
- II: Pessoas especiais: na qualidade de tutor (responsável por um menor), curador (responsável do incapaz maior), síndico, liquidatário (nos casos de falência), inventariante, testamenteiro ou depositário judicial (particular que recebe depósito judicial, fica com bens apreendidos).
- III: Ofício, emprego ou função: ofício (trabalhos manuais), emprego (empregado), função (mexe com coisas intelectuais, advogado, médico, engenheiro, etc).
Interpelação judicial cível: casos de advogado ou pessoas com procuração para receber dinheiro, a doutrina e jurisprudência acredita que deve haver um processo de prestação de contas procedente, antes do processo criminal.
22/08
Apropriação indébita previdenciária – 168-A
1. Considerações gerais: Art. 168-A: Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
- Conceito: deixar de pagar as contribuições previdenciárias que são obrigatórias, sendo patrão existem contribuições que são obrigatórias.
- Lei 9.983/00: trouxe a redação que tipificou esse crime.
2. Bem jurídico: patrimônio da União.
3. Objeto material
- Contribuição previdenciária: a contribuição é o objeto material.
4. Sujeito ativo: doutrina diz crime comum, mas professor diz ser próprio, pois precisa ser patrão para não pagar as contribuições obrigatórias do empregado.
5. Sujeito passivo: União.
6. Tipo objetivo
- Núcleo: deixar de repassar: empregador desconta o valor que é pago a previdência, se descontar esse valor e não repassar ao INSS configura esse crime.
- Conduta: omissivo próprio: deve ter esses dois fatores, descontar o valor e não repassar.
	- Descontar valor
	- Não repassar
7. Tipo subjetivo
- Dolo: deve ter a vontade de não repassar, não configura se não pagou em um período que estava viajando e esqueceu ou algo do tipo.
- Empresas com dificuldades: STF decidiu em 2010 que não se trata de crime, se trata de uma excludente de inexigibilidade de conduta diversa.
8. Consumação e tentativa: não existe tentativa, é um crime omissivo.
- Material – STF: consumação material porque precisa de prejuízo para a União, comprovar que não foi pago, no momento que deixa de repassar o dinheiro que consuma.
9. Ação, procedimento e competência: pública incondicionada, procedimento comum ordinário e competência da JF (quando INSS) e JE quando é regime municipal ou estadual de previdência.
10. §1º Figuras equiparadas
- I: Pagamento indevido de benefício: INSS faz pagamento indevido a um empregado, daí o INSS negocia para que o empregado pague parcelado, empresa que vai pagar descontando do salário, se a empresa deixar de pagar esse parcelamento se enquadra nesse inciso.
- II: Venda de produtos ou serviços: não repassa valores de venda de produtos ou serviços prestados.
- III: Salário família: previdência faz compensação de créditos a empresa e a empresa paga ao empregado.
11. §2º Extinção da punibilidade
- Pagar o devido: se empresa pagar as contribuições se extingue a punibilidade.
- Antes da ação – STF (2005): STF que até o trânsito em julgado do processo criminal o empregador pode pagar as contribuições e extinguir o processo.
12. §3º Perdão judicial
- I: Pagamento após a ação e antes da denúncia: não se aplica mais devido a decisão do STF supracitada.
- II: Valor mínimo para ajuizar execução fiscal: é aquele valor da insignificância (R$10.000,00), sendo assim se for até esse valor o empregador terá o perdão judicial.
13. Apropriação – 169: Art. 169 Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena detenção, de um mês a um ano, ou multa.
- Erro: ex: entregar algo a mais (como o troco).
- Caso fortuito: ação humana.
- Força maior: força da natureza.
14. § único
- I: Tesouro (1.264 e 1.266 CC): quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; no CC diz que pessoa tem direito a ficar com metade, se não devolver essa metade é crime.
- II: Coisa achada: quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Quando é coisa perdida, quem acha tem direito a 5%, segundo o CC.
	- Local público: deve ser em local público, se for em local particular é furto.
15. Apropriação privilegiada – 170
- Ver 155, §2º: Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
24/08
Estelionato – 171
1. Considerações gerais
- Conceito: Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento. Induz pessoa a cometer erro para que agente possa ter vantagem ilícita sobre ela. Pena reclusão, de um a cinco anos.
- Diferenças com 155 e 168: 155 a vítima não entrega o bem, contra sua vontade, e 168 a vítima empresta o bem sem ser enganada e após o agente não devolve o bem, a má-fé vem depois, no 171 o agente engana a vítima para que ela entregue o bem.
- Fraude: no furto mediante fraude o agente usa a fraude para que a vítima tire a proteção do bem jurídico, para que o bem fique desvigiado, já no estelionato a fraude é utilizada para que a vítima lhe dê o bem.
2. Bem jurídico
- Patrimônio e relações jurídicas: além do patrimônio a relação negocial também é protegida, então afeta também esse bem jurídico.
3. Objeto material: coisa alheia, móvel e imóvel.
4. Sujeito ativo: comum.
5. Sujeito passivo
- Pessoa certa e determinada (1521/51 e 8078/90): deve ser contra a pessoa certa e determinada, uma pessoa em específico, uma pessoa, difere porque se for da lei 1.521/51 será fraude contra a economia popular, se for pela lei 8.078/90 será contra o consumidor.
- Capaz – 173 CP: se for uma pessoa que não tem capacidade para entendimento será o crime do art. 173.
6. Tipo objetivo
- Núcleo: obter
- Elementar: fraude
- Condutas: induzir, manter: a conduta é induzir (ação) ou manter (omissão) uma pessoa em erro.
	- Erro: é a falsa percepção da realidade. Encaixa-se nesse crime o bilhete premiado, cheque sem fundo, etc.
- Meios de execução
	- Artifício: engana a pessoa por meio material de fraude, por papel, computador, etc.
	- Ardil: é a conversa, meio oral de fraude.
	- Qualquer outro meio fraudulento: como por exemplo, o silêncio.
- Vantagem indevida: se for vantagem devida será exercício arbitrário das próprias razões.
7. Discussões
- Fraude bilateral: é quando agente e vitima estão tentando se enganar. Ex: bilhete premiado. Parte da doutrina diz que é fato atípico, mas jurisprudência entende que é crime para a pessoa que está fraudando.
- Jogos de azar: só LCP: o crime é explorar o jogo de azar, é contravenção. Ex: cobrar uma porcentagem para jogar em seu bar.
Exploração de jogo de azar é quando alguém explora esse jogo que tem possibilidade de alguém ganhar, como cassa níquel programado para sair de uma em dez pessoas, se for programado para nunca ganhar é estelionato, quando nunca é possível ganhar é estelionato.
- Falsidade documental: 297/298 – 17 STJ: quando o agente usa documento falso para enganar alguém (estelionato) o crime de falsidade documental é absorvido, isso se a falsidade não tiver a possibilidade de obter mais alguma fraude, nesse caso será concurso material.
-Cola eletrônica: ex: ponto eletrônico. Foi decidido que não é estelionato porque não existe prejuízo algum.
- Moeda falsa: 289/290 – 73 STJ: crime de moeda falsa (passar ou fabricar), será quando a moeda terá muita capacidade de enganar qualquer pessoa, se for um papel moeda grosseiro (muito ruim, qualquer pessoa pode perceber), nesse caso será estelionato, e existe a questão do crime impossível, que é quando o papel não engana ninguém (dinheiro do banco imobiliário).
8. Tipo subjetivo: dolo.
9. Consumação e tentativa
- Material: é necessária a vantagem indevida e do prejuízo alheio para o crime se consumar.
- Duplo resultado: se tiver apenas um resultado será apenas tentativa.
	- Vantagem indevida
	- Prejuízo alheio
10. Ação e procedimento: pública incondicionada e procedimento ordinário.
11. §1º Estelionato privilegiado – 155, §2º: § 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo (até um salário mínimo), o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
29/08
Figuras equiparadas ao estelionato – §2º, 171
Pena 01 a 05 anos + multa
1. I. Disposição de coisa alheia como própria: bem de outra pessoa que agente tem a posse e trata como própria, venda, permuta ou dá em pagamento ou em garantia sem autorização do dono.
- diferença com 168: (168 é apropriação indébita) no 168 a pessoa que compra tem conhecimento que a coisa não é de quem vende, já no 171 a pessoa que compra não sabe.
- dois sujeitos passivos: no 168 o sujeito passivo é o dono da coisa, nesse crime o dono da coisa e quem compra são as vítimas.
2. II. Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria: coisa própria que é inalienável, ou que prometeu vender, etc.
- inalienável, gravada de ônus ou litigiosa: inalienável seria coisa em usufruto. Gravada de ônus é hipoteca, penhora. Litigiosa é que está discutindo na justiça.
- imóvel que prometeu vender: contrato de compra e venda que vítima já está pagando e agente vende novamente para outra pessoa. 
- silencio sobre tal situação: Sujeito ativo precisa silenciar sobre a situação, se quem compra souber, não é crime.
3. III. Defraudação de penhor: penhor é dar algo em garantia, como por exemplo, na caixa econômica, o crime é vender esse bem que deu em garantia. (penhora é quando o juiz decreta a penhora do bem para pagamento de uma dívida).
- Alienação não consentida: se tiver permissão não comete crime.
4. IV. Fraude na entrega da coisa: acontece com entregadores, como uma transportadora, etc.
- substância, qualidade ou quantidade
- fora do comércio: se for do comércio será o crime do art. 176.
5. V. Fraude no seguro
- Destrói ou oculta coisa
- Lesiona o próprio corpo ou a saúde
- Indenização ou valor do seguro
- Crime formal: não há necessidade da pessoa receber o seguro para consumar o crime, apenas o requerimento já configura.
6. VI. Fraude no pagamento por meio de cheque
- Emitir sem fundo: cheque é ordem de pagamento à vista, se for pré ou pós-datado será 171, pois se equipara a nota promissória.
- Frustrar o pagamento: sustar o cheque.
	- conta encerrada: será crime do 171, caput.
	- endossante: será crime do 171, caput, pois o inciso VI diz emitir e não endossar.
	- pós-datado: será crime do 171, caput.
	- reparar os danos antes do recebimento da denúncia (554, STF): o pagamento de cheque sem fundo depois do recebimento da denúncia não impede que a ação continue, se pagar (com juros e correção) antes da denúncia será extinta a punibilidade.
	- falsificar assinatura: será crime do 171, caput.
	- cheque para dívida de jogo: cheque sem fundo para pagamento de dívida de jogo não é crime.
7. §3º e §4º. Causas de aumento: em detrimento de entidade pública ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência, ou contra idoso.
Duplicata simulada – 172: Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
1. Emitir
	- fatura
	- duplicata: título de crédito, é o boleto.
	- nota de venda: nota fiscal eletrônica.
2. Não correspondente à mercadoria ou ao serviço
3. § único: falsificar ou adulterar o livro: Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
Abuso de incapazes – 173
 Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Fazer negócio com menor (18 anos) ou deficiente mental em proveito próprio ou alheio, tirar proveito do menor, não precisa enganar.
31/08
Induzimento à especulação – 174: Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
1. Abusar: tirar proveito financeiro. 
2. Inexperiência ou simplicidade ou inferioridade mental: difere do abuso de incapaz porque aqui a pessoa é maior de idade, mas por sua simplicidade ou baixo grau de escolaridade se aproveita da pessoa.
3. Induzimento: comete o crime praticando qualquer uma dessas 04 formas:
- Prática de jogos
- Prática de apostas
- Especulações com títulos
- Especulações com mercadorias
4. Sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: O crime deve ser praticado com dolo ou dolo eventual.
É um crime formal, não precisa do devido prejuízo para consumar o crime, colocar a pessoa em tal situação já consuma o crime, mas se pessoa não tiver prejuízo crime não acontece mesmo que não precise do devido prejuízo.
Fraude no comércio – 175
1. Enganar o adquirente ou consumidor: difere do §4º do 171 porque aqui o crime é contra o consumidor, é no comércio.
2. Execução da atividade comercial: é crime próprio, deve ser vendedor de produtos, comerciante.
- I. Vendendo: vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada.
- II. Entregando: entregando uma mercadoria por outra.
Exige o dolo, comerciante deve saber que é falsificado ou que está entregando errado.
- §1º. Qualificadora – joalheiro
	- 01 a 05 anos + multa
Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade.
- §2º. Privilégio do 155, §2º: se o valor é pequeno (até um salário) aplica-se esse privilégio, que é igual o do furto.
Outras fraudes – 176: Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
1. Pindura: dia do estudante de direito que as pessoas iam a restaurante e mandava pendurar, não pagava.
2. Condutas: 
- Refeição
- Alojar-se
- Utilizar transporte
3. Sem dispor de $: vai a um desses lugares sabendo que não tem dinheiro é crime, se o cartão não passar não é crime, busca dinheiro e paga, o crime é não querer pagar.
4. Parágrafo único: ação e perdão judicial: Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (perdão judicial) que é aplicado em situação de pobreza ou pelo baixo valor e os antecedentes.
Fraude e abuso na fundação ou administração de S/A – 177: Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo.
É fraudar uma empresa de forma que prejudica os acionistas, mentir sobre a empresa para conseguir acionistas, não é esse crime quando atinge a economia popular.
- §1º. Formas equiparadas: incisos dizem as formas equiparadas.
- §2º. Acionistas: Incorre na pena de detenção, deseis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant” – 178: Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal. Não precisa de prejuízo, apenas o preenchimento fora da lei já configura.
1. Fraude na armazenagem
- Lei 1.102/1903
Fraude à execução – 179: Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
1. Ação de conhecimento: esse artigo não se aplica a ação de conhecimento, apenas em ação de execução. Se for durante a ação de conhecimento será fraude contra credores, nesse caso não é crime, ação deve ser cível, chamada ação pauliana, que serve para fraudes, simulações, etc.
2. Ação de execução: existem dois tipos, ação de execução de título extrajudicial ou cumprimento de sentença, procedimento é o mesmo.
O crime se configura quando o processo está em execução (qualquer um dos tipos), ação deve estar protocolada.
3. Bens ou dívidas: agente começa a se desfazer dos bens, vender, doar, alienar, dessa forma comete o crime de fraude à execução.
4. Queixa – parágrafo único: Somente se procede mediante queixa.
13/09
Escusas ou imunidades patrimoniais
1. 181 – absoluta
- Isenta de pena: isenta para os crimes do 155 até 180.
- Em prejuízo:
	- I. Cônjuge durante a sociedade: durante a sociedade conjugal esses crimes não se configuram, desde furto até receptação, estelionato, etc. Não importa o regime do casamento, vale também para a união estável, por equiparação.
	- II. Ascendente ou descendente: filhos dentro ou fora do casamento, adotado ou natural, padrasto, etc.
Entendimento majoritário é que essa norma não foi revogada pela Lei Maria da Penha, que diz que existe violência patrimonial contra a mulher, isso porque essa Lei é norma processual, e este artigo é normal penal.
2. 182 – relativa
- Procede mediante representação: na hipótese anterior isenta a pena, aqui a ação será pública condicionada, isso quer dizer que promotor não pode entrar com ação em furtos ou outros crimes patrimoniais contra essas pessoas.
- I. Cônjuge desquitado ou judicialmente separado: divorciados.
- II. Irmão
- III. Tio ou sobrinho com quem coabita: única hipótese que precisa de coabitação.
3. 183 – não se aplicam 181 e 182
- I. Roubo, extorsão ou com violência ou grave ameaça: são hipóteses onde não isenta o agente.
- II. Estranho que participa do fato: partícipe ou coautor que não tiver parentesco responde normalmente.
- III. Vítima com 60 ou mais: vítima idosa, nesse caso mesmo tendo parentesco responde pelo crime.
Vai cair na prova: art. 155 a 183 (exceto 180) e art. 12 a 19 do Estatuto do Desarmamento.

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