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Ped – Onco-Hematologia Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 1 ANEMIAS E HEMO- GLOBINOPATIAS ERITROPOIESE NA CRIANÇA Intraútero – baixa pressão de oxigênio. EPO aumenta produção por volta de 34 semanas. Fora do útero – aumento da pressão de oxigênio feedback negativo para produção de EPO. *RNPT queda mais acentuada 1-2 meses de vida. ANEMIA FISIOLÓGICA DO LACTENTE Após nascimento – downregulation de EPO – menor síntese de HbF progressivamente. 8-12 semanas de vida. Raramente chega abaixo de 10 g/dl, exceto em prematuros. CONDUTA expectante. ANEMIA FERROPRIVA ESTÁGIOS 1º – DEPLEÇÃO DAS RESERVAS queda da ferritina (< 15 mcg – deficiência grave), demais parâmetros normais. 2º – DEFICIÊNCIA DE FERRO queda do Fe sérico (< 30), aumento TIBC (> 300) queda do IST (< 16%). 3º – ANEMIA FERROPRIVA queda da Hb e hematócrito. Pontos importantes na questão Alimentação essencialmente láctea após a introdução alimentar (alto consumo de leite de vaca). Suplementação profilática de ferro incorreta. Se apresentar sintomas – fadiga, astenia e baixo ganho ponderal e atraso DNPM. TRATAMENTO 3-6 mg/kg/dia de ferro elementar por 6 meses ou até normalização laboratorial. Repetir hemograma em 30-45 dias – esperado aumento de pelo menos 1 g/dl. ANEMIA FALCIFORME Alteração genética hereditária. Mutação no gene beta-globina – troca ácido glutâmico pela valina na posição 6 gerando hemoglobina S. Homozigose – doença. HbS em altas concentrações pode desoxigenar e sofrer polimerização (hemácias em foice). DIAGNÓSTICO Interpretação do teste do pezinho – perfil de hemoglobina. PERFIS DE HEMOGLOBINA NORMAL RN FA. > 30 dias AF. > 90 dias AA. TRAÇO FALCIFORME FAS. PROVÁVEL DOENÇA FALCIFORME padrão FS. HbS – hipóxia, lesão endotelial, hemólise, inflamação aguda e crônica. CRISES AGUDAS Febre, dor e anemia. FEBRE Urgência clínico – risco de sepse. Asplenia funcional. Patógeno mais comum – penumococo 70% das infecções. Se isolada sem foco aparente: § Hemograma, reticulócitos, hemocultura; § EAS, urocultura; § Outras culturas pertinentes; § RX de tórax. TRATAMENTO ceftriaxone, cefotaxima ou cefuroxima endovenoso. Manter internado com medicamento EV por, pelo menos, 48-72h. CRISE VASO-OCLUSIVA Principal manifestação clínica da anemia falciforme. FATORES DESENCADEANTES infecção, desidratação, variação de temperatura, hipóxia, dor (ciclo vicioso). PRINCIPAIS TOPOGRAFIAS § Dactilite isquêmica em lactente < 6 meses. Ped – Onco-Hematologia Anemias e Hemoglobinopatias Cecilia Antonieta 2 § Crianças maiores – crises tendem a se tornar mais intensas, comprometendo principalmente os ossos longos, o tórax e a coluna lombar. CONDUTA reverter fator desencadeante. Atenção especial para hidratação. Coleta Hb/Ht, tipagem sanguínea e função renal. Analgesia. 1º Analgésicos comuns (dipirona ou paracetamol), AINEs. 2º Opioides fracos – contraindicados em menores 12 anos. 3º Morfina 0,05-0,1 mg/kg/dose – titular conforme resposta à dor. SÍNDROME TORÁCICA AGUDA (STA) FISIOPATOLOGIA falcização intrapulmonar. Potenciais triggers infecções (bactérias e virais principalmente), trombose, atelectasias. DIAGNÓSTICO infiltrado novo no RX + 2 dos seguintes: § Febre, § Desconforto torácico, § Hipóxia, § Tosse, § Dor torácica, § Estertoração/sibilância. *POCUS – consolidação pulmonar (sinal da maçã mordida). TRATAMENTO correção do fator desencadeante § Analgesia; § Oxigenoterapia se SatO2 < 92%; § Antibioticoterapia – ceftriaxone (pneumococo) e macrolídeo atípicos – clamídia e mycoplasma); § Broncodilatadores e fisioterapia respiratória. Transfusão simples ou EST. ANEMIA AGUDA SEQUESTRO ESPLÊNICO Aumento abrupto do baço com redução da Hb em pelo menos 2 g/dl em relação ao valor basal. Crianças entre 1 e 4 anos. Principal causa de anemia aguda. Alta mortalidade. CLÍNICA palidez, dor abdominal, esplenomegalia dolorosa. Evolução para choque. TRATAMENTO correção volêmica com cristaloides até que transfusão seja possível. Transfusão concentrado de hemácias. Após resolução aguda, considerar esplenectomia (risco de recorrência alto). CRISE APLÁSICA Aplasia medular eritrocitária geralmente secundaria a infecções virais. Principal – parvovírus B19. Crianças entre 4 e 10 anos. TRATAMENTO estabilização hemodinâmica e transfusão de hemácias com monitorização até elevação dos reticulócitos. Crises autolimitadas, com duração de 7-10 dias. Raramente recorrem. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Suspeitar: déficit motor ou sensitivo, cefaleia importante, convulsões e coma. Solicitar hemograma e eletroforese de Hb (% HbS). TRATAMENTO transfusão de concentrado de hemácias ou exsanguinotransfusão. OBJETIVO reduzir HbS para < 30%. Manter Hb em torno de 10 g/dl.
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