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Principios_de_Administracao_Financeira

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Princípios de 
Administração 
Financeira
Marcelo Cerqueira Silva
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Princípios de Administração 
Financeira, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e au-
tônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma 
apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidiicar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eiciente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido inluencia sua vida proissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 PAPEL E ATIVIDADE DE FINANÇAS ........................................................................................... 7
1.1 A Importância da Administração Financeira ........................................................................................................8
1.2 A Relação entre a Administração Financeira e as demais Ciências ...........................................................10
1.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................13
1.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................13
2 O PAPEL DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO NAS EMPRESAS .......................... 15
2.1 Funções do Administrador Financeiro .................................................................................................................15
2.2 Meta do Administrador Financeiro ........................................................................................................................17
2.3 Resumo do Capítulo ...................................................................................................................................................18
2.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................19
3 TIPOS DE EMPRESAS ......................................................................................................................... 21
3.1 Modalidades de Organização de Empresas .......................................................................................................21
3.2 Fusões de Empresas ....................................................................................................................................................23
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................25
3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................25
4 NOÇÕES DE RISCO E RETORNO ................................................................................................ 27
4.1 Rentabilidade, Liquidez e Risco...............................................................................................................................28
4.2 Gestão de Riscos ..........................................................................................................................................................29
4.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31
4.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................31
5 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL .......................................................................................... 33
5.1 Participantes do SFN ...................................................................................................................................................33
5.2 Mercados Financeiros .................................................................................................................................................35
5.3 Introdução ao Mercado de Capitais ......................................................................................................................38
5.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................40
5.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................40
6 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ........................................................................................... 41
6.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................46
6.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................47
7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................... 49
7.1 Índices Financeiros e Econômicos .........................................................................................................................51
7.2 Resumo do Capítulo ...................................................................................................................................................55
7.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................55
8 FLUXO DE CAIXA.................................................................................................................................. 57
8.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................62
8.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................63
9 PROJEÇÕES FINANCEIRAS ............................................................................................................ 65
9.1 Regime de Competência e de Caixa......................................................................................................................69
9.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................69
9.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................70
10 ANÁLISE DE INVESTIMENTO .................................................................................................... 71
10.1 Operações Financeiras com Juros Simples e Compostos ...........................................................................7110.2 Métodos de Avaliação de Investimentos ..........................................................................................................75
10.3 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................78
10.4 Atividades Propostas ................................................................................................................................................79
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 81
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 87
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso é oferecer-lhe subsídios para um estudo sobre o funcionamento da Ad-
ministração Financeira nas Empresas, analisando os principais participantes do Sistema Financeiro Na-
cional, entre eles, o Banco Central do Brasil (BACEN), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), 
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e as Bolsas de Valores. 
Esta apostila e a disciplina, como um todo, buscam apresentar a deinição e a aplicação dos conceitos 
fundamentais presentes na administração inanceira nacional e internacional. Além disso, apresentamos 
informações sobre os principais tipos de riscos. 
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre o seu apren-
dizado, através da fundamentação de conceitos com os mais renomados autores. Dessa forma, analisare-
mos a importância da administração inanceira para as empresas, as principais demonstrações inancei-
ras e os principais índices inanceiros para veriicação das condições inanceiras das empresas.
Posteriormente, discutiremos o conceito e o valor do dinheiro no tempo; as diferentes formas de 
cálculo de juros, simples e compostos; a dinâmica de um luxo de caixa; e a integração dos conceitos 
contábeis e inanceiros. Finalizando, buscamos a avaliação do seu aprendizado, propondo a resolução de 
alguns exercícios. Será um prazer acompanhá-lo(la) ao longo deste trajeto.
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
PAPEL E ATIVIDADE DE FINANÇAS1 
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, discutiremos a importância 
da administração inanceira para a Economia, as 
razões para se estudar administração inanceira e 
as três principais áreas da administração inancei-
ra. Trataremos ainda dos avanços da administra-
ção inanceira a partir dos anos 1990 e do proces-
so de globalização das empresas. Vamos iniciar a 
discussão? 
O(A) aluno(a) típico(a) não terá cursado 
anteriormente matérias de Finanças e, presumi-
damente, não terá o conhecimento prévio do as-
sunto. Contudo, este material é parte de um pro-
grama introdutório da Administração Financeira, 
que se destina a alunos de Finanças e de outras 
áreas de formação.
O Dicionário Aurélio deine o termo “Finan-
ças” como a “ciência e a proissão do manejo do 
dinheiro, particularmente do dinheiro do Estado.” 
De forma mais ampla, dizemos que ele trata do 
processo, instituições, mercados e instrumentos 
envolvidos na transferência de fundos entre pes-
soas, empresas e governos. Praticamente todos 
os indivíduos e organizações obtêm receitas ou 
levantam fundos, gastam ou investem.
Analisando o conceito, parece ser algu-
ma coisa um pouco distante do nosso dia a dia, 
mas diariamente temos envolvimento com as i-
nanças. Tomamos decisões inanceiras a todo o 
momento, na escolha pelo produto mais caro ou 
mais barato, na matrícula em um curso, no parce-
lamento de alguma dívida, na negociação salarial, 
na escolha de um fundo de aposentadoria mais 
adequado e assim por diante. Assim, precisamos 
entender de assuntos inanceiros e tomar as deci-
sões inanceiras corretas. 
Figura 1 – Principais relações entre as inanças e 
os diversos agentes da sociedade.
Na Figura 1, temos uma demonstração da 
interação constante entre os diversos agentes da 
sociedade, com os quais as empresas se relacio-
nam. Entre eles, estão as relações com os consu-
midores, que adquirem os produtos ou a realiza-
ção da prestação de serviços; os funcionários, que 
trabalham na produção ou na execução da pres-
tação de serviços; os investidores, que acreditam 
na prosperidade do negócio para obtenção futura 
de lucro; os inanciadores, que disponibilizam re-
cursos para a aquisição dos bens de capital; e o 
governo, que concede licenças para abertura do 
negócio e arrecada impostos com a sua existência.
AtençãoAtenção
Em última análise, as Finanças são a arte e a ciência 
de administrar fundos (GITMAN, 1997).
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
8
As Finanças consistem em três áreas inter-
-relacionadas: (1) mercados monetários e de capi-
tais, que trabalham com os mercados de títulos e 
as instituições inanceiras; (2) investimentos, que 
focalizam as decisões tomadas, tanto pelos inves-
tidores individuais quanto pelos institucionais, à 
medida que escolhem títulos para suas carteiras 
de investimento; (3) administração inanceira ou 
“inanças de empresas”, que envolve decisões 
dentro das empresas. As oportunidades de car-
reira dentro de cada uma dessas áreas são muitas 
e variadas, porém os administradores inanceiros 
devem ter o conhecimento das três áreas, caso 
queiram ser bem-sucedidos em seu trabalho.
A administração inanceira
A administração inanceira é a mais ampla 
das três áreas e a que contém o maior número de 
oportunidades de trabalho. Essa área é importan-
te para os tipos de negócios, inclusive para ban-
cos e outras instituições inanceiras, assim como 
para empresas industriais e comerciais. A área 
inanceira também é importante para operações 
governamentais de escolas, hospitais e até depar-
tamentos de rodovias.
Os administradores inanceiros têm tam-
bém a responsabilidade de determinar os termos 
de crédito sob os quais os clientes poderão fazer 
suas compras, o montante de estoque que a em-
presa deve manter, quanto de caixa manter dis-
ponível, se deve ou não comprar outras empresas 
(análise de fusões) e a quantidade de lucros que a 
empresa deve reinvestir versus a quantidade que 
deve ser distribuída na forma de dividendos (GIT-
MAN, 1997). 
Suponha, porém, que você não tenha inten-
ção de formar-se em Finanças. O assunto ainda é 
importante para você? Com certeza; por duas ra-
zões: (1) você precisa de conhecimento em inan-
ças para tomar muitas decisões pessoais, desde 
investir para sua aposentadoria até a decisão de 
alugar ou comprar um carro; (2) virtualmente, to-
das as decisões importantes de um negócio têm 
implicações inanceiras e, por isso, elas, em geral, 
são tomadas por equipes dos departamentos de 
contabilidade, inanças, jurídico, marketing, recur-
sos humanos e produção. Portanto, se você quer 
ter sucesso na arena dos negócios, deve ser alta-
mente competente em sua própria área, digamos, 
em marketing, mas deve ter também familiarida-
de com as outras disciplinas de Administração, 
incluindo Finanças. 
Uma vez que há implicações inanceiras vir-
tualmente em todas as decisões de negócios, os 
executivos não inanceiros simplesmente devem 
conhecer o suiciente de inanças a im de traba-
lhar essas implicações em suas próprias análises 
especializadas. “Por essa razão, todo estudante 
de administração, independentemente de sua 
área de especialização, deve preocupar-se com 
a administração inanceira.” (ROSS; WESTERFIELD, 
2000, p. 321).
Quando a Administração Financeira surgiu 
como um campo de estudo separado, no início 
de 1900, a ênfase era sobre os aspectos legais de 
fusões, a formação de novas empresas e os vários 
tipos de títulos que as empresas poderiam emi-
tir para levantar capital. Durante a depressão dos 
anos1930, a ênfase voltou-se para concordatas e 
reorganização, liquidez das empresas e para a re-
gulamentação dos mercados de títulos. 
Durante as décadas de 1940 e 1950, as Fi-
nanças continuaram a ser ensinadas como uma 
matéria descritiva e institucional, entendida mais 
do ponto de vista de alguém de fora do que do 
ponto de vista de um gestor. No entanto, um mo-
vimento em direção à análise teórica iniciou-se 
no inal da década de 1950 e o foco mudou para 
decisões administrativas em relação à escolha de 
ativos e passivos, com o objetivo de maximizar o 
valor da empresa. 
O enfoque sobre a maximização de valor 
tem recebido ênfase cada vez maior durante a 
1.1 A Importância da Administração Financeira 
Princípios de Administração Financeira
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
década de 1990, à medida que mais empresas es-
tão implementando planos de remuneração que 
ligam bônus dos gestores e empregados à gera-
ção de valor. O ativismo dos acionistas também 
cresceu, à medida que “os gestores de carteiras de 
fundos de pensão e fundos mútuos estão com-
prando grandes quantidades de ações de em-
presas e pressionando-as a tomar medidas que 
beneiciem os acionistas.” (GITMAN, 1997, p. 223).
Além do foco na maximização do valor 
para o acionista, duas outras tendências têm-se 
tornado crescentemente importantes nos anos 
recentes: (1) a globalização das empresas; e (2) o 
crescente uso de tecnologia da informação. Essas 
tendências certamente continuarão nos próxi-
mos anos.
Atualmente, muitas empresas dependem 
amplamente de operações em outros países. 
Quatro fatores têm levado à crescente globaliza-
ção das empresas: 
1. Melhorias nos transportes e comuni-
cações, o que diminuiu os custos da 
remessa de mercadorias e tornou o co-
mércio internacional mais viável; 
2. O aumento do poder político dos con-
sumidores, que desejam produtos de 
baixo custo e de alta qualidade, tem 
ajudado a reduzir as barreiras comer-
ciais designadas para proteger produ-
tores domésticos que têm altos custos 
e são ineicientes;
3. À medida que a tecnologia avança, o 
custo de desenvolvimento de novos 
produtos tem aumentado. Esse au-
mento de custos tem levado a acor-
dos comerciais entre companhias, 
como a General Motors e a Toyota, 
e a operações globais para muitas 
empresas, à medida que elas procu-
ram expandir seus mercados e ratear 
o custo do desenvolvimento por um 
maior volume de vendas;
4. Em um mundo povoado por empresas 
multinacionais capazes de deslocar a 
produção para onde os custos forem 
mais baixos, uma empresa cujas opera-
ções industriais estejam restritas a um 
país não pode competir, a menos que 
os custos em seu país de origem sejam 
bem baixos, condição que não existe 
necessariamente para muitas empre-
sas norte-americanas.
Como resultado desses quatro fatores, a 
sobrevivência requer que a maior parte das in-
dústrias produza e venda globalmente. Portanto, 
ao menos um pouco de conhecimento sobre as 
condições econômicas globais é necessário para 
praticamente todo mundo e não apenas para 
aqueles envolvidos com negócios que operam 
internacionalmente.
O século 21 verá avanços contínuos nos 
computadores e na tecnologia de comunicações 
e isso continuará a revolucionar a maneira pela 
qual as decisões inanceiras são tomadas. As com-
panhias estão ligando suas redes de computado-
res pessoais umas às outras, aos computadores 
centrais da companhia, à internet, ao World Wide 
Web e aos computadores de seus clientes e forne-
cedores. 
Conforme Hoji (2007), os administradores 
inanceiros são capazes de compartilhar informa-
ções e ter “reuniões” com colegas do outro lado 
do mundo por meio de videoconferências. A ha-
bilidade de acessar e analisar informações em 
tempo real também signiica que a análise quan-
titativa está tornando-se mais importante e a “in-
tuitividade” não é mais suiciente para a tomada 
de decisões de negócios. Como resultado, a pró-
xima geração de gestores inanceiros necessitará 
de maior habilidade quantitativa e com computa-
dores do que a que era exigida no passado.
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
Quem precisa conhecer inanças? Em uma 
só palavra: você. De fato, existem muitas razões 
pelas quais você precisa ter conhecimento de i-
nanças, mesmo que não planeje seguir carreira 
nessa área. Seja qual for a área na qual você esteja 
se especializando – Gestão da Qualidade, Gestão 
Ambiental, Logística, Gestão de Pessoas, Gestão 
Pública, entre outras –, haverá a necessidade de 
possuir tais conhecimentos, para que torne seus 
projetos ou decisões viáveis.
Talvez a razão mais importante para conhe-
cer inanças é a de que você terá que tomar deci-
sões inanceiras que serão muito importantes em 
termos pessoais. Hoje, por exemplo, quando você 
for trabalhar, em praticamente qualquer tipo de 
empresa, será questionado sobre como prefere 
que seu fundo de pensão privado seja investido. 
Seu sonho é começar seu próprio negócio? Preci-
sará contar com boa sorte e, caso não tenha co-
nhecimentos básicos de inanças, você acabará 
aprendendo pelo caminho mais árduo. Quer sa-
ber qual será o tamanho de seu crédito educativo 
antes de sua dívida assumir? Talvez não, mas mos-
traremos como calculá-lo de qualquer maneira.
Essas são apenas algumas maneiras pelas 
quais as inanças lhe afetarão pessoal e proissio-
nalmente. Queira ou não, você terá que examinar 
e entender assuntos inanceiros e precisará tomar 
decisões inanceiras. A partir de agora, explorare-
mos outras áreas que justiicam o seu aprendiza-
do em nossa disciplina.
Se você estiver interessado em marketing, 
precisará conhecer inanças, porque, por exem-
plo, proissionais de marketing constantemente 
trabalham com orçamentos e precisam entender 
como obter o maior benefício das despesas e dos 
programas de marketing. Analisar custos e benefí-
cios de diversos tipos de projetos é um dos aspec-
tos mais importantes em inanças, assim como as 
ferramentas que você aprende em inanças são 
vitais em pesquisas de mercado, projetos de mer-
cado e canais de distribuição, preciicação de pro-
dutos, apenas para citar algumas poucas áreas.
Os analistas inanceiros apoiam-se bastante 
nos analistas de mercado e, geralmente, os dois 
trabalham juntos para avaliar a lucratividade de 
projetos e produtos propostos. As projeções de 
vendas são dados essenciais para praticamente 
todos os tipos de análise de novos produtos e tais 
projeções normalmente são desenvolvidas con-
juntamente por marketing e inanças.
Além disso, a indústria inanceira emprega 
proissionais de marketing para auxiliar a venda 
de produtos inanceiros, tais como contas ban-
cárias, apólices de seguros e fundos mútuos. O 
marketing de serviços inanceiros é um dos seg-
mentos de marketing que vem crescendo mais 
rapidamente e proissionais de marketing espe-
cializados em serviços inanceiros são muito bem 
recompensados. Para trabalhar nessa área, você, 
obviamente, precisa conhecer produtos inancei-
ros.
Uma das áreas mais importantes da admi-
nistração é a estratégia. Pensar sobre a estratégia 
empresarial sem pensar, ao mesmo tempo, sobre 
estratégia inanceira é receita excelente para o 
desastre. Consequentemente, os estrategistas 
precisam ter clara compreensão das implicações 
inanceiras de seus planos estratégicos.
Em termos gerais, espera-se que todos os 
tipos de administradores tenham grande enten-
dimento de como seus negócios afetam a lucra-
tividade e que sejam capazes de aumentar a lu-
cratividade de suas áreas. Isso é precisamente o 
que o estudo de inanças lhe ensina: quais são as 
características das atividades que criam valor?
A Administração Financeira está estreita-
mente ligada à Economia e Contabilidade. A 
Administração Financeira pode ser vista como 
uma forma de economia aplicada, que se baseia 
amplamente em conceitos econômicos.A Ad-
ministração Financeira também aproveita certos 
dados da Contabilidade, outra área da Economia 
aplicada. Nesta seção, discutiremos a relação en-
tre a Administração Financeira e a Economia, bem 
1.2 A Relação entre a Administração Financeira e as demais Ciências
Princípios de Administração Financeira
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
como entre a primeira e a Contabilidade. Embora 
essas disciplinas estejam relacionadas, há diferen-
ças marcantes entre elas.
A importância da Economia para o desen-
volvimento do ambiente inanceiro e da teoria 
inanceira pode ser melhor descrita em função 
de suas duas área mais amplas: Macroeconomia e 
Microeconomia. De acordo com Brigham (2001), 
a macroeconomia estuda o ambiente global, ins-
titucional e internacional em que a empresa pre-
cisa operar. Estuda ainda a estrutura institucional 
do sistema bancário, intermediários inanceiros, 
o Tesouro Nacional e as políticas econômicas de 
que o Governo Federal dispõe para controlar sa-
tisfatoriamente o nível de atividade econômica 
dentro da economia. 
Deve icar claro, de acordo com Pinheiro 
(2007), que a teoria e a política macroeconômi-
cas não conhecem limites geográicos; antes, elas 
visam a estabelecer uma estrutura internacional, 
segundo a qual os recursos luam livremente en-
tre instituições e nações, a atividade econômica 
seja estabilizada e o desemprego possa ser con-
trolado. Uma vez que a empresa deve operar no 
âmbito macroeconômico, é importante que o 
Administrador Financeiro esteja ciente de sua 
estrutura institucional. Precisa também estar 
alerta para as consequências de diferentes níveis 
de atividade econômica e mudanças na política 
econômica que afetam seu próprio ambiente de 
decisão. Sem compreender o funcionamento do 
amplo ambiente econômico, o Administrador Fi-
nanceiro não pode esperar obter sucesso inan-
ceiro para a empresa. 
Deve, ainda, perceber as consequências de 
uma política monetária mais restritiva sobre a 
capacidade de a empresa obter recursos e gerar 
receitas, além de conhecer as várias instituições 
inanceiras e saber como estas operam, para po-
der avaliar os canais potenciais de investimento e 
inanciamento. 
A Microeconomia trata da determinação de 
estratégias operacionais ótimas para empresas 
e indivíduos. As teorias microeconômicas forne-
cem a base para a operação eiciente da empresa 
e visam a deinir as ações que permitirão à em-
presa obter sucesso. Os conceitos envolvidos nas 
relações de oferta e demanda e as estratégias de 
maximização do lucro são extraídos da teoria Mi-
croeconômica. 
Questões relativas à composição de fato-
res produtivos, níveis “ótimos” de vendas e estra-
tégias e determinação de preço do produto são 
todas afetadas por teorias do nível Microeconô-
mico. A mensuração de preferências, através dos 
conceitos de utilidade, risco e determinação de 
valor, está fundamentada na teoria Microeconô-
mica. 
As razões para depreciar ativos também 
derivam desta área da Economia. A aná-
lise marginal é o princípio básico que 
se aplica em Administração Financeira; 
a predominância desse princípio suge-
re que apenas se deve tomar decisões e 
adotar medidas quando as receitas mar-
ginais excederem os custos marginais. 
Quando se veriicar essa condição, é de 
se esperar que uma dada decisão ou ação 
resulte num aumento nos lucros da em-
presa. (GITMAN, 1997).
A importância da análise marginal na to-
mada de decisões inanceiras se tornará evidente 
nos capítulos subsequentes. Muitos consideram a 
função inanceira e a contábil dentro de uma em-
presa virtualmente a mesma. Embora haja uma 
relação íntima entre essas funções, exatamente 
como há um vínculo estreito entre a Administra-
ção Financeira e a Economia, a função contábil é 
mais bem visualizada como um insumo necessá-
rio à função inanceira, isto é, como uma subfun-
ção da Administração Financeira. Essa visão está 
de acordo com “a organização tradicional das 
atividades de uma empresa em três áreas básicas 
– produção, inanças e mercadologia.” (GITMAN, 
1997).
Em geral, considera-se que a função con-
tábil deve ser controlada pelo vice-presidente i-
nanceiro. Contudo, há duas diferenças básicas de 
DicionárioDicionário
Economia: é a ciência que estuda a forma como as 
sociedades utilizam os recursos escassos para pro-
duzir bens com valor e como os distribuem entre 
os vários indivíduos (SAMUELSON, 1967).
Marcelo Cerqueira Silva
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
perspectiva entre a Administração Financeira e a 
Contabilidade: uma se refere ao tratamento de 
fundos e a outra, à tomada de decisão.
O Contador, cuja função básica é desenvol-
ver e fornecer dados para avaliar o desempenho 
da empresa, apurar sua situação inanceira e pa-
gar impostos, difere do Administrador Financeiro 
pela maneira como vê os fundos da empresa. O 
Contador, usando certos princípios padronizados 
e geralmente aceitos, prepara as demonstrações 
inanceiras com base na premissa de que as re-
ceitas devem ser reconhecidas por ocasião das 
vendas e as despesas, quando incorridas. Esse 
método contábil é geralmente chamado Regime 
de Competência dos exercícios contábeis.
A receita oriunda da venda de mercadorias 
a crédito, pela qual não se tenha recebido ainda 
o pagamento efetivo de caixa, aparece nas de-
monstrações inanceiras da empresa como con-
tas a receber, um ativo temporário. As despesas 
são tratadas de modo semelhante, isto é, “certos 
passivos são criados para representar bens ou 
serviços que foram recebidos, mas ainda devem 
ser pagos. Esses itens são normalmente listados 
no Balanço como contas a pagar.” (HOJI, 2007).
O Administrador inanceiro está, segundo 
Brigham (2001), mais preocupado em manter a 
solvência da empresa, proporcionando os luxos 
de caixa necessários para honrar as suas obriga-
ções e adquirir e inanciar os ativos circulantes e 
ixos, necessários para atingir as metas da empre-
sa. Ao invés de reconhecer receitas no ponto de 
venda e despesas quando incorridas, reconhece 
receitas e despesas somente com respeito às en-
tradas e saídas de caixa.
Uma analogia simples ajudará a esclarecer 
as diferenças básicas de perspectiva entre o Con-
tador e o Administrador Financeiro. Se conside-
rássemos o corpo humano uma empresa e cada 
pulsação do coração representasse uma nova 
venda, o Contador iria ocupar-se de cada uma 
dessas pulsações e daria entrada nessas vendas 
como receitas.
De acordo com Ross e Westerield (2000), 
o Administrador Financeiro iria veriicar se o lu-
xo resultante de sangue através das artérias teria 
atingido as células certas, conservando os vários 
órgãos do corpo em funcionamento. É possível 
que o coração seja forte e, no entanto, pare de 
funcionar, devido ao desenvolvimento de obstru-
ções e coágulos no sistema circulatório. Da mes-
ma forma, uma empresa pode conservar os níveis 
de vendas crescentes, mas falir por causa de en-
tradas insuicientes de caixa para saldar suas obri-
gações no vencimento.
O Administrador Financeiro usa esses da-
dos, seja em sua forma bruta, seja depois 
de fazer certos ajustes e análises, como 
um importante insumo ao processo de 
tomada de decisão inanceira. Obvia-
mente, isto não quer dizer que os Con-
tadores jamais tomem decisões e que os 
Administradores Financeiros jamais cole-
tem dados; a ênfase básica da Contabili-
dade e Administração Financeira é sobre 
as funções que indicamos. (HOJI, 2000, p. 
127).
No caso das empresas brasileiras, a primei-
ra constatação que se faz é de que a cultura dos 
empresários diiculta a transparência das infor-
mações e o tratamento adequado aos acionistas 
minoritários (governança corporativa).
A Contabilidade existe desde os primórdios da 
civilização. Ela surgiu da preocupação do Homem 
com suas posses (animais, peles etc.). A contabi-
lidade do Homem primitivo era a contabilidade 
empírica, praticada de forma rudimentar, utilizan-
do desenhose gravações em pedras. No passado, 
os sumérios e os babilônicos, assim como os assí-
rios, faziam seus registros em peças de argila, de 
diferentes formatos, combinado o igurativo com 
o numérico. Na argila, era gravada a igura do ani-
mal e a quantidade era de acordo com o formato 
da pedra. Em relação ao formato, a forma de disco 
representava a quantidade 100, o quadrado, 20. 
As peças eram guardadas em uma urna que, pos-
teriormente, era lacrada
(http://www.exatagestaocontabil.com.br/).
CuriosidadeCuriosidade
http://www.exatagestaocontabil.com.br
Princípios de Administração Financeira
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13
Os deveres do executivo inanceiro diferem 
dos do Contador, pois este se dedica, basicamente, à 
coleta e apresentação de dados inanceiros. O exe-
cutivo inanceiro avalia as demonstrações do Con-
tador, desenvolve dados adicionais e toma decisões 
com base em análises subsequentes. O papel do 
Contador é prover dados que sejam desenvolvidos 
e interpretados com facilidade, sobre operações 
passadas, presentes e futuras da empresa.
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos que é necessário possuir conhecimentos em Administração Financeira e 
que essa ciência está subdividida em três grandes áreas, acompanhamos a ordem cronológica de desen-
volvimento da Administração inanceira até os dias atuais e veriicamos a relação entre a Administração 
Financeira e outras áreas de conhecimento, tais como Marketing, Contabilidade, Administração e Econo-
mia.
Para se entender o ambiente inanceiro e as teorias de decisão que constituem a base da Admi-
nistração Financeira contemporânea, faz-se necessário possuir também conhecimentos em Economia. 
A Economia possui duas grandes áreas de destaque, que são a Macroeconomia e a Microeconomia. A 
Macroeconomia fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas do Governo e institui-
ções privadas, através das quais a atividade econômica é controlada. Operando no “campo econômico” 
criado por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias Microeconômicas de operação 
da irma e maximização do lucro para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfrentar 
não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condições econômicas vigentes.
Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1.3 Resumo do Capítulo
1.4 Atividades Propostas
1. Cite e explique as três principais áreas das inanças.
2. Explique a relação entre a administração inanceira e a economia?
3. Explique a diferença entre o Contador e o Administrador Financeiro.
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15
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos das três princi-
pais funções do administrador inanceiro, de suas 
principais metas e dos processos de maximização 
do lucro e de maximização da riqueza. Vamos ini-
ciar a discussão? 
Nossa discussão inicia-se ressaltando que 
a extensão e a importância da função inanceira 
dependem, em grande parte, do tamanho da em-
presa. Em empresas pequenas, a função inancei-
ra é geralmente realizada pelo departamento de 
Contabilidade.
Pinheiro (2007) menciona que, à medida 
que a empresa cresce, a importância da função 
inanceira leva à criação de um Departamento 
Financeiro separado – uma unidade organizacio-
nal autônoma, ligada diretamente ao Presidente 
da companhia, através de um Vice-Presidente de 
Finanças. A Figura 2 mostra um organograma, 
destacando a estrutura da atividade inanceira 
dentro da empresa. 
O PAPEL DO ADMINISTRADOR 
FINANCEIRO NAS EMPRESAS2 
AtençãoAtenção
A classiicação do porte de empresas por faturamento, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES), é a seguinte:
•	Microempresa: menor ou igual a R$ 2,4 milhões;
•	Pequena empresa: maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões;
•	Média empresa: maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões;
•	Média-grande empresa: maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões;
•	Grande empresa: maior que R$ 300 milhões (http://www.bndes.gov.br).
De acordo com o estudo realizado por Git-
man (1997), as funções do Administrador Finan-
ceiro dentro da empresa podem ser avaliadas em 
relação às demonstrações inanceiras básicas da 
empresa. Suas três funções primordiais são: (1) 
análise e planejamento inanceiro; (2) administra-
ção da estrutura de ativo da empresa; e (3) admi-
nistração de sua estrutura inanceira.
2.1 Funções do Administrador Financeiro
Marcelo Cerqueira Silva
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16
Figura 2 – Estrutura do departamento inanceiro 
nas empresas.
�� Análise e planejamento inanceiro: esta 
função envolve a transformação dos 
dados inanceiros em uma forma que 
possa ser usada para orientar a posição 
inanceira da empresa, avaliar a neces-
sidade de aumento da capacidade pro-
dutiva e determinar que tipo de inan-
ciamento adicional deve ser feito;
�� Administração da estrutura de ativo da 
empresa: o Administrador Financeiro 
determina a composição e os tipos de 
ativos encontrados no balanço da em-
presa. A composição refere-se ao valor 
dos ativos circulantes e ixos. Depois 
que a composição estiver ixada, o Ad-
ministrador Financeiro precisa determi-
nar certos níveis “ótimos” de cada tipo 
de ativo circulante e tentar mantê-los. 
Deve também detectar quais são os me-
lhores ativos ixos a serem adquiridos e 
saber quando os ativos ixos existentes 
se tornarão obsoletos e precisarão ser 
modiicados ou substituídos. A deter-
minação da melhor estrutura de ativo 
para a empresa não é um processo sim-
ples; requer o conhecimento das opera-
ções passadas e futuras da empresa e a 
compreensão dos objetivos que deve-
rão ser alcançados em longo prazo;
�� Administração da Estrutura Financeira 
da Empresa: trata-se de um processo 
amplamente complexo, que requer o 
conhecimento das operações passa-
das e futuras da empresa e a compre-
ensão dos objetivos que deverão ser 
alcançados em longo prazo. Esta fun-
ção é relacionada com o lado direito 
do balanço da empresa. Em primeiro 
lugar, a composição mais adequada de 
inanciamento em curto e longo prazo 
precisa ser determinada. Esta é uma 
decisão importante, pois afeta tanto a 
lucratividade da empresa quanto sua 
liquidez global. Um segundo problema 
igualmente importante é saber quais 
as melhores fontes de inanciamento 
em curto ou longo prazo para a empre-
sa, num dado momento. Muitas dessas 
decisões são impostas por necessidade, 
mas algumas exigem uma análise pro-
funda das alternativas disponíveis, de 
seus custos e de suas implicações em 
longo prazo.
As três funções do Administrador Financei-
ro descritas são claramente reletidas no balanço, 
que mostra a posição inanceira da empresa num 
dado instante. A avaliação dos dados do balanço 
pelo Administrador Financeiro relete a posição 
inanceira global da empresa. Ao fazer tal avalia-
ção, ele precisa inspecionar as operações da em-
presa, procurando áreas que mostrem problemas 
e áreas que podem ser melhoradas. 
Saiba maisSaiba mais
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na 
realidade, ele está determinando a formação do 
lado esquerdo de seu Balanço. Ao administrar sua 
estrutura inanceira, está elaborando o lado direito 
do Balanço da empresa (GITMAN, 1997).
Princípios de Administração Financeira
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17
Ao administrar sua estrutura inanceira, está 
elaborando o lado direito do Balanço da empresa. 
O Administrador Financeiro deve visar a atingir os 
objetivos dos proprietários da empresa. No caso 
de sociedades anônimas, os proprietários da em-
presa normalmente não são os administradores. 
A função destes não é realizar seus próprios 
objetivos (que podem incluir o aumento de seus 
ordenados, a obtenção de prestígio ou a manu-
tenção de sua posição). De acordo com Gitman 
(1997), antes, é maximizar a satisfação dos pro-
prietários (acionistas).Presumivelmente, se forem 
bem-sucedidos nessa tarefa, também atingirão 
seus objetivos pessoais. Alguns acreditam que o 
objetivo dos proprietários é sempre a maximiza-
ção do lucro; outros creem que é a maximização 
da riqueza. A maximização da riqueza é a aborda-
gem preferida, por cinco razões básicas: 
1. Retorno realizável do proprietário: o 
proprietário de uma ação possivel-
mente espera receber seu retorno sob 
a forma de pagamentos periódicos de 
dividendos ou através de valorizações 
no preço da ação ou ambos. O preço 
de mercado de uma ação relete um 
valor de dividendos futuros esperados, 
bem como de dividendos correntes; a 
riqueza do acionista (proprietário) na 
empresa, em qualquer instante, é me-
dida pelo preço de mercado de suas 
ações. Se um acionista numa empre-
sa desejar liquidar sua participação, 
irá vender a ação ao preço vigente no 
mercado ou bem próximo a este. Uma 
vez que o preço de mercado da ação, 
e não os lucros, é que relete a riqueza 
do proprietário numa empresa, num 
dado momento, a meta do Administra-
dor Financeiro deve ser maximizar essa 
riqueza;
2. Uma perspectiva de longo prazo: a 
maximização do lucro é uma aborda-
gem de curto prazo; a maximização da 
riqueza considera o longo prazo. Do 
exemplo anterior, deve-se depreender 
que o maior preço da ação da Compa-
nhia alfa resultou do fato de que suas 
decisões de curto prazo relacionadas 
com o desenvolvimento de novo pro-
duto, embora baixando os lucros em 
curto prazo, produzem maiores retor-
nos futuros. Uma empresa que deseja 
maximizar lucros poderia comprar ma-
quinaria de baixa qualidade e usar ma-
teriais de baixa qualidade, ao mesmo 
tempo que faria um tremendo esforço 
de venda para vender seus produtos 
por um preço que rendesse um eleva-
do lucro por unidade; 
3. Época de ocorrência dos retornos: a 
abordagem de maximização do lucro 
não consegue reletir diferenças na 
época de ocorrência de retornos, ao 
passo que a maximização da riqueza 
tende a considerar tais diferenças. O 
objetivo de maximização do lucro dá 
maior importância a um investimento 
que ofereça os maiores retornos totais, 
enquanto a abordagem da maximiza-
ção da riqueza considera explicitamen-
te a época de ocorrência dos retornos e 
seu impacto no preço da ação;
4. Análise dos riscos: a maximização do 
lucro desconsidera não apenas o luxo 
de caixa, mas também o risco – a pos-
sibilidade de que os resultados reali-
zados possam ser diferentes daqueles 
esperados. Uma premissa básica em 
Administração inanceira é que há um 
confronto entre o retorno (luxo de 
caixa) e o risco. De maneira geral, os 
acionistas têm aversão ao risco, ou seja, 
querem evitá-lo;
2.2 Meta do Administrador Financeiro
Marcelo Cerqueira Silva
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18
5. Distribuição dos retornos: o objetivo de 
maximização do lucro dá maior impor-
tância a um investimento que ofereça 
os maiores retornos totais, enquanto a 
abordagem da maximização da rique-
za considera explicitamente a época de 
ocorrência dos retornos e seu impacto 
no preço da ação. 
O uso do objetivo da maximização do lucro, 
conforme Brigham (2001), não permite conside-
rar que os acionistas possam desejar receber uma 
parte dos retornos da empresa sob a forma de 
dividendos periódicos. Na ausência de qualquer 
preferência por dividendos, a empresa poderia 
maximizar lucros de um período a outro, reinves-
tindo todos os lucros e usando-os para adquirir 
novos ativos, que elevarão os lucros futuros.
A estratégia da maximização da riqueza leva 
em conta o fato de que muitos proprietários apre-
ciam receber o dividendo regular, independente 
do seu montante. Os Administradores inanceiros 
devem reconhecer que a política de dividendos 
da empresa afeta a atratividade de sua ação para 
tipos particulares de investidores. Porém, segun-
do Hoji (2007), os acionistas certamente preferi-
riam um aumento na sua riqueza, em longo pra-
zo, do que a geração de um luxo crescente de 
lucros, sem se preocupar com o valor de mercado 
de suas ações. 
Muitas vezes, os dois objetivos podem ser 
perseguidos simultaneamente, porém não se deve 
nunca permitir que a maximização dos lucros obs-
cureça o objetivo mais amplo da maximização da 
riqueza.
Assista ao ilme Wall Street – Poder e Cobiça. O ilme aborda uma série de situações presentes 
no mercado de ações, que ajudará no seu aprendizado. A história se passa em Nova Iorque, 
em 1985, onde Bud Fox é um jovem e ambicioso corretor que trabalha no mercado de ações. 
O personagem Gordon Gekko é um inescrupuloso bilionário proprietário de uma corretora 
de valores, que não mede esforços para obter informações privilegiadas, que lhe propor-
cionam vantagem na tomada de decisão sobre a compra e venda de ações. Atores: Daryl 
Hannah, Michael Douglas, Charlie Sheen. Ano de lançamento: 1987.
MultimídiaMultimídia
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos as principais funções do administrador inanceiro, análise e planejamen-
to inanceiro, administração da estrutura de ativo da empresa e administração da estrutura inanceira 
da empresa, função que está relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Entendemos ainda 
sobre a importância de saber quais as melhores fontes de inanciamento em curto ou longo prazo para 
a empresa, num dado momento, e também que muitas dessas decisões são impostas por necessidade, 
mas algumas exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas impli-
cações em longo prazo. 
Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
2.3 Resumo do Capítulo 
Princípios de Administração Financeira
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19
1. Cite e explique as principais metas do administrador inanceiro. 
2. Explique a diferença entre maximização do lucro e maximização da riqueza. 
3. Explique o seu entendimento sobre retorno realizável ao proprietário e análise dos riscos.
2.4 Atividades Propostas
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21
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, apresentaremos os prin-
cipais tipos de empresas, com destaque para a 
irma individual, as sociedades por cotas e socie-
dades anônimas. Observaremos ainda as princi-
pais responsabilidades dos sócios, as vantagens e 
desvantagens de cada um dos tipos de empresas 
apresentados. Por im, entenderemos o conceito 
de fusão, holding e cisão de empresas. Vamos ini-
ciar a discussão? 
Van Horne (1993, p. 3) inicia seu trabalho de 
forma objetiva, quando diz: “O objetivo de uma 
companhia deve ser a criação de valor para seus 
acionistas.” O valor é representado pelo preço de 
mercado da ação ordinária da companhia, o qual, 
por outro lado, é uma função das decisões de in-
vestimento, inanciamento e dividendos da em-
presa.
A maioria dos livros sobre inanças tem 
origem nos Estados Unidos, onde as sociedades 
anônimas de capital aberto são extremamente 
representativas, razão por que o foco de inanças 
tem sido os acionistas. A realidade brasileira é di-
ferente, pois a quantidade e o valor patrimonial 
das sociedades anônimas não têm a mesma re-
presentatividade e a maior parte das empresas 
brasileiras com ins lucrativos constitui-se socie-
tariamente como limitada. Nesse caso, a igura é 
o sócio, dono das cotas.
De qualquer forma, a palavra “acionista” 
deve representar, além destes, os sócios e os do-
nos das empresas individuais. Em outras palavras, 
o objetivo maior de inanças é criar valor para seus 
proprietários, sejam eles quais forem. O objetivo 
de uma empresa deve ser a criação de valor para 
seus acionistas ou proprietários (PINHEIRO, 2007).
As inanças das entidades sem ins lucrati-
vos devem interpretar o objetivo de criação de 
valor de forma similar. Assim, a geração ou criação 
de um resultado econômico e inanceiro positivo, 
que permita o desenvolvimento normal de suas 
operações e as necessidades gerais de investi-
mentos, de modo a garantir sua continuidade ecumprir a missão a que se destinam, representa 
a mesma coisa que o conceito de criação de va-
lor. Nesse caso, de acordo com Ross e Westerield 
(2000), a criação de valor é para a entidade e não 
para os proprietários, uma vez que essas entida-
des não se caracterizam como propriedades de 
alguém.
Como a palavra “valor” se presta a muitas 
interpretações, convém ressaltar que o conceito 
a que se refere o objetivo de inanças é valor eco-
nômico, ou seja, a representação do valor da em-
presa medido em unidades monetárias. Portanto, 
criação de valor, em inanças, é um conceito obje-
tivo, mensurável em moeda.
TIPOS DE EMPRESAS3 
3.1 Modalidades de Organização de Empresas
Nos Estados Unidos, as grandes empresas, 
como, por exemplo, IBM e Exxon, quase sempre 
são sociedades por ações, assim como, no Brasil, 
temos a Sadia, o Pão de Açúcar, a Votorantin, entre 
outras. Examinaremos as três diferentes modali-
dades legais de organização de empresas – irma 
Marcelo Cerqueira Silva
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22
individual, sociedade por cotas e sociedade por 
ações –, para que se entenda por que isso aconte-
ce (GITMAN, 1997).
A Firma individual é a empresa que perten-
ce a uma única pessoa. É a maneira mais simples 
de se começar uma empresa e é a menos regula-
mentada das modalidades de empresas. Por essa 
razão, há mais irmas individuais do que qualquer 
outra modalidade de empresa e muitos negócios 
que, posteriormente, se transformam em grandes 
sociedades por ações começam como irmas in-
dividuais.
O proprietário de irma individual tem di-
reito a todo o lucro da empresa. Essa é a notícia 
boa. A notícia ruim é que o proprietário tem res-
ponsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa. 
Isso signiica que os credores podem recorrer aos 
bens pessoais do proprietário para pagamento de 
seus direitos. De maneira análoga, não há distin-
ção entre rendimentos da pessoa física e da pes-
soa jurídica e, portanto, todo o lucro da empresa é 
tributado como rendimento de pessoa física.
A vida da irma individual é limitada à vida 
do proprietário e, o que é mais importante, o 
montante do patrimônio líquido que pode ser 
obtido está limitado à riqueza pessoal do pro-
prietário. Essa limitação geralmente signiica que 
a empresa é incapaz de explorar novas oportuni-
dades, em vista da insuiciência de capital. É difícil 
transferir a propriedade de uma irma individual, 
pois isso implica a venda de toda a empresa a 
novo dono (PADOVEZE, 2005).
Uma sociedade por cotas é semelhante 
a uma irma individual, exceto pelo fato de que 
existem dois ou mais donos (sócios). Numa socie-
dade geral, todos os sócios dividem lucros e pre-
juízos e possuem responsabilidade ilimitada por 
todas as dívidas da empresa, não apenas por uma 
proporção delas. A maneira pela qual lucros (e 
prejuízos) são divididos é descrita no contrato da 
sociedade. Esse contrato pode ser um acordo ver-
bal informal, como em “vamos montar um negó-
cio para cortar grama?”, ou um longo documento 
formal, por escrito.
Numa sociedade limitada, um ou mais só-
cios gerais serão responsáveis pela gestão da 
empresa e terão responsabilidade ilimitada, e 
outros não terão participação ativa no negócio. A 
responsabilidade de um sócio limitado por dívi-
das da empresa é restrita ao montante que tenha 
contribuído para o capital da sociedade. Essa for-
ma de organização é comum em empreendimen-
tos imobiliários, por exemplo.
As vantagens e desvantagens da socieda-
de por cotas, de acordo com Brigham e Weston 
(2000), são basicamente as mesmas de uma irma 
individual. As sociedades com base em contratos 
relativamente informais podem ser constituídas 
facilmente e a baixo custo. Sócios gerais pos-
suem responsabilidade ilimitada nas dívidas da 
empresa e a sociedade acaba quando um sócio 
geral mostra o desejo de vender ou morre. Todo 
o lucro é tributado como rendimento da pessoa 
física dos sócios e o montante do patrimônio 
líquido que pode ser obtido é limitado à riqueza 
agregada dos sócios.
Brigham e Weston (2000) menciona ainda 
que a participação de um sócio geral não pode 
ser transferida com facilidade, pois é necessário 
que se forme uma nova sociedade. A participação 
de um sócio com responsabilidade limitada pode 
ser vendida sem que a sociedade seja desfeita, 
mas encontrar um comprador pode ser difícil.
Como um sócio de uma sociedade geral 
pode ser responsável por todas as dívidas da em-
presa, a existência de um contrato por escrito é 
muito importante. Se os direitos e as obrigações 
dos sócios não forem explicitados, frequente-
mente ocorrerão desentendimentos futuros. 
Além disso, se você for um sócio com responsa-
bilidade limitada, não se envolverá muito com as 
decisões da empresa, a menos que pretenda as-
sumir as obrigações de um sócio geral. O motivo 
é que, se as coisas forem mal, você poderá ser tra-
tado como um sócio geral, mesmo que diga que é 
um sócio com responsabilidade limitada.
Com base na proposta de Padoveze (2005), 
as principais desvantagens da irma individual e da 
sociedade de cotas como modalidades de organi-
zação de empresas são: (1) responsabilidade ilimi-
tada dos proprietários em relação às dívidas da em-
presa; (2) vida limitada da empresa; e (3) diiculdade 
de transferência de propriedade. Essas três desvan-
tagens resumem-se a um único problema crucial: a 
capacidade de crescimento de tais empresas pode 
Princípios de Administração Financeira
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23
icar seriamente prejudicada pela impossibilidade 
de levantar recursos para investimento.
A Sociedade por Ações é a modalidade mais 
importante (em termos de tamanho) de organi-
zação das empresas em geral. A sociedade por 
ações consiste em uma entidade legal separada e 
distinta de seus proprietários e possui muitos dos 
direitos, obrigações e privilégios de uma pessoa 
de verdade. Sociedades por ações podem tomar 
dinheiro emprestado e possuir imóveis, podem 
processar e ser processadas e podem irmar con-
tratos. A sociedade por ações pode até mesmo 
ser um sócio geral ou sócio com responsabilida-
de limitada em outra sociedade e pode possuir 
ações de outras sociedades por ações.
Não é surpreendente o fato de que come-
çar uma sociedade por ações é muito mais com-
plicado do que começar outras modalidades de 
organização de empresas. A formação de uma 
sociedade por ações envolve a preparação de um 
documento de incorporação e um estatuto. O do-
cumento de incorporação precisa conter diversos 
itens, entre eles, o nome da sociedade, sua dura-
ção (que pode ser indeterminada), sua inalidade 
e o número de ações que podem ser emitidas. 
Geralmente, essas informações precisam ser for-
necidas ao Estado no qual a empresa será incor-
porada. Para a maior parte dos objetivos legais, a 
sociedade por ações é “residente” desse Estado.
O estatuto consiste em regras que descre-
vem como a empresa norteia sua existência. Por 
exemplo, o estatuto descreve como a diretoria 
será eleita. O estatuto pode ser emendado ou 
ampliado de tempos em tempos pelos acionistas.
Em grandes sociedades por ações, os acionis-
tas e administradores geralmente são grupos distin-
tos. Os acionistas elegem o conselho de administra-
ção, que, por sua vez, seleciona os administradores. 
A administração é responsável pela conduta das 
atividades, de acordo com os interesses dos acionis-
tas. Em princípio, os acionistas controlam a empresa, 
pois são eles que elegem o conselho de administra-
ção.
Como consequência da separação entre 
propriedade e administração, a sociedade por 
ações é uma modalidade que traz diversas vanta-
gens. A propriedade (representada pelas ações da 
companhia) pode ser prontamente transferida e a 
vida da empresa, portanto, é ilimitada. A socieda-
de por ações toma dinheiro emprestado em seu 
próprio nome. Consequentemente, os acionistas 
da empresa têm responsabilidade limitada pelas 
dívidas da empresa. O máximo quepodem per-
der está limitado a seu investimento.
A facilidade relativa de transferência da pro-
priedade, a responsabilidade limitada pelas dívi-
das da empresa e a vida ilimitada da empresa são 
as razões pelas quais a modalidade de sociedade 
por ações é uma alternativa superior às demais 
no que se refere a levantar capital. Se a empre-
sa necessitar aumentar o capital próprio, poderá 
vender novas ações, atraindo novos investidores. 
O número de donos pode ser enorme; as maio-
res sociedades por ações possuem milhares e, até 
mesmo, milhões de acionistas.
Essa modalidade possui uma desvantagem 
signiicativa. Como a sociedade por ações é uma 
entidade legal, precisa recolher impostos. Além 
disso, o dinheiro pago aos acionistas sob a for-
ma de dividendos é tributado novamente como 
rendimento desses acionistas. Isso é dupla tribu-
tação, signiicando que os lucros da empresa são 
tributados duplamente: na pessoa jurídica, ao ser 
gerado lucro, e na pessoa física, quando esse lu-
cro é distribuído. 
3.2 Fusões de Empresas 
Muitas razões têm sido apresentadas pelos 
administradores inanceiros e teóricos para justi-
icar o grande nível de atividades de fusão de em-
presas. O conceito e os principais motivos por trás 
das fusões você acompanha neste capítulo. 
Atividades envolvendo expansão ou con-
tração das operações de uma empresa ou, ainda, 
mudança em seus ativos ou estrutura inanceira 
(dívida em curto e longo prazo e patrimônio). De 
acordo com Hoji (2007), a fusão é a operação pela 
Marcelo Cerqueira Silva
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24
qual se unem duas ou mais sociedades para for-
mar sociedade nova, que lhes sucederá em todos 
os direitos e obrigações (Lei das S.A. – Lei nº 6.404, 
de 1976, art. 228; Código Civil – Lei nº 10.406, de 
2002, art. 1119). Com a fusão, desaparecem todas 
as sociedades anteriores, para dar lugar a uma só, 
na qual todas elas se fundem, extinguindo-se to-
das as pessoas jurídicas existentes e surgindo ou-
tra em seus lugares. 
A sociedade que surge assumirá todas as 
obrigações ativas e passivas das sociedades fusio-
nadas. Na combinação de duas ou mais empre-
sas, a empresa resultante mantém a identidade 
de uma das empresas, geralmente a maior. 
Uma holding ou sociedade gestora de par-
ticipações sociais é uma forma de oligopólio, na 
qual é criada uma empresa para administrar um 
grupo delas (conglomerado) que se uniu com o 
intuito de promover o domínio de determinada 
oferta de produtos e/ou serviços. Na holding, essa 
empresa criada para administrar possui a maioria 
das ações ou cotas das empresas componentes 
de determinado grupo. Essa forma de adminis-
tração é “muito praticada pelas grandes corpora-
ções. Em outras palavras é monopólio em blinda-
gem.” (HOJI, 2007, p. 234).
Essa forma de sociedade é muito utilizada 
por médias e grandes corporações e, normal-
mente, visa a melhorar a estrutura de capital da 
empresa ou como parte de alguma parceria com 
outras empresas.
Um exemplo prático de como uma holding 
pode ser utilizada: a empresa Acme fabrica e ven-
de sapatos no Brasil. Ela acha que pode ganhar 
dinheiro se vender tênis também, mas não tem 
nenhuma experiência na fabricação de tênis. A 
empresa alemã Beta faz ótimos tênis e gostaria 
de vender seus produtos no Brasil, mas não tem 
uma rede de varejistas para distribuí-los. Acme e 
Beta então fecham uma parceria para distribuir 
seus produtos no país. Uma maneira de formali-
zar o acordo seria a criação da AB Importadora e 
Distribuidora Ltda. Acme criaria a Acme Holding, 
que seria dona de 100% do capital da antiga em-
presa Acme Sapatos e de 51% do capital da AB. 
Beta seria dona dos outros 49% do capital da AB 
(HOJI, 2007).
A cisão é a operação pela qual a sociedade 
transfere todo ou somente uma parcela do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, cons-
tituídas para esse im ou já existentes, extinguin-
do-se a sociedade cindida – se houver versão de 
todo o seu patrimônio – ou dividindo-se o seu 
capital – se parcial a versão (Lei das S.A. – Lei nº 
6.404, de 1976, art. 229, com as alterações da Lei 
nº 9.457, de 1997).
Efetivada a cisão com extinção da empresa 
cindida, caberá aos administradores das socieda-
des que tiverem absorvido parcelas do seu patri-
mônio promover o arquivamento e publicação 
dos atos da operação (HOJI, 2007).
Na cisão com versão parcial do patrimô-
nio, essa obrigação caberá aos administradores 
da companhia cindida e da que absorver parcela 
do seu patrimônio (Lei das S.A. – Lei nº 6.404, de 
1976, art. 229, § 4º).
 
AtençãoAtenção
A Fusão é resultante da combinação de duas ou 
mais empresas para formar uma sociedade anônima 
completamente nova (PINHEIRO, 2007).
Existem duas modalidades de Holding: (1) a pura, 
quando no seu objetivo social consta somente a 
participação no capital de outras sociedades; e (2) 
a mista, quando, além da participação, ela serve 
à exploração de alguma atividade empresarial 
(HOJI, 2007).
CuriosidadeCuriosidade
Princípios de Administração Financeira
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos que, nos Estados Unidos e no Brasil, as grandes empresas quase sempre 
são sociedades por ações. Observamos, ainda, que uma Firma individual é a maneira mais simples de se 
começar uma empresa; que uma sociedade por cotas é semelhante a uma irma individual, exceto pelo 
fato de que existem dois ou mais donos (sócios); que as vantagens e desvantagens da sociedade por 
cotas são basicamente as mesmas de uma irma individual; que a participação de um sócio com respon-
sabilidade limitada pode ser vendida sem que a sociedade seja desfeita, mas encontrar um comprador 
pode ser difícil; e que a Sociedade por Ações é a modalidade mais importante de organização das em-
presas em geral.
Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
3.3 Resumo do Capítulo
3.4 Atividades Propostas
1. O que você entende por sociedade por ações?
2. Quais são as vantagens e desvantagens de uma sociedade por cotas?
3. O que você entende por fusão e holding?
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, discutiremos a relação entre 
risco, retorno e liquidez. Veremos, ainda, o con-
ceito de risco e os principais tipos de risco, com 
destaque para os riscos operacionais, de crédito 
e mercado, e apresentaremos a atuação do admi-
nistrador na função de minimizador da intensida-
de do risco existente nas empresas. Vamos iniciar 
a discussão? 
Gitman (1997) airma que a função admi-
nistrativa que tem como objetivo a adequação 
das fontes e das aplicações dos recursos de uma 
empresa objetivando o lucro é chamada Gestão 
Financeira. A maximização do lucro como medida 
de eiciência na gestão inanceira da empresa é 
baseada na crença de que a busca do maior lucro 
que possa ser proporcionado por um ativo con-
duz a uma eiciente alocação dos recursos.
A política de maximização de lucros, de 
acordo com Hoji (2007), poderá trazer consequ-
ências graves, se a busca de um resultado de cur-
to prazo sacriicar a segurança de retorno do capi-
tal investido, podendo até inviabilizar a empresa 
no longo prazo. Por outro lado, cautela excessiva 
e segurança em demasia na alocação dos ativos 
podem reduzir a rentabilidade, porque ativos 
seguros tendem a oferecer menor remuneração, 
por não necessitarem compensar o risco.
NOÇÕES DE RISCO E RETORNO4 
As opções existentes para qualquer tipo de 
investimento devem ser decompostas nos seus 
três fatores fundamentais: rentabilidade, liquidez 
e risco. Esse tripé sustenta os investimentos e de-
vem ser sempre avaliados. Em condições normais, 
percebe-se que, quanto maior a rentabilidade, 
menor a liquidez; quanto maior a liquidez, maior 
o risco; quanto maior o risco, maior a rentabilida-
de e assim por diante.
 
 
Investimento 
 Risco 
 
 $ 
 
LiquidezRisco 
Rentabilidade 
Figura 3 – Tripé da análise de risco e retorno.
AtençãoAtenção
Risco é um conceito “multidimensional”, que co-
bre quatro grandes grupos: risco de mercado, 
risco operacional, risco de crédito e risco legal 
(MARKOWITZ, 1959).
Mobile User
Mobile User
Relação existente
Marcelo Cerqueira Silva
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Entendemos como rentabilidade o aumen-
to da capacidade de consumo pelo seu adiamen-
to, ou seja, é o grau de rendimento proporciona-
do por um investimento.
A Liquidez é a capacidade de consumir o 
mais rápido possível, ou seja, é a capacidade de 
transformar um investimento em dinheiro. Segu-
rança é a certeza de poder consumir no futuro o 
retorno que se espera daquele investimento, ou 
seja, é a certeza de retorno do dinheiro aplicado. 
O aumento da capacidade de consumo, que é a 
rentabilidade, se dá “pela apreciação do capital ao 
longo do tempo, ou seja, ao inal do horizonte de 
investimento.” (ROSS; WESTERFIELD, 2000, p. 67).
Existem dois momentos distintos no cálculo 
da rentabilidade. A rentabilidade calculada antes 
de realizado o investimento é a que o investidor 
espera que ocorra. A outra é a calculada depois 
de realizado o investimento e é a que realmente 
aconteceu ou está acontecendo.
A rentabilidade calculada antes também é 
conhecida como rentabilidade esperada ou re-
torno esperado do investimento. A rentabilidade 
calculada depois do vencimento da aplicação ou 
da realização do ativo é conhecida como rentabi-
lidade observada. Se a rentabilidade anterior fos-
se sempre igual à posterior, o mundo inanceiro 
seria muito simples, porém, em geral, a esperada 
é diferente da observada. Segurança é justamen-
te o quão próxima está a rentabilidade posterior 
da anterior. De acordo com Padoveze (2005), a 
melhor forma de entender a segurança é através 
da análise do seu contrário, que é o risco.
Atravessar a rua pode ter como resultado 
um acidente. Tudo o que fazemos ou dizemos 
pode gerar uma consequência diferente daquela 
que imaginamos.
Embora lidemos diariamente com as mais 
variadas formas de risco, sua conceitua-
ção não é fácil. Isto pode estar relaciona-
do com a diiculdade de estabelecermos 
a aversão ao risco, pois a atitude frente ao 
risco é diferente para cada pessoa. Situ-
ações de alto risco para um pode ser de 
risco aceitável para outros. As diferentes 
perspectivas, geradas por diferentes con-
juntos de informações, é que estabelece-
rão o nível de risco para um evento. (BRI-
GHAM, 2001, p. 274).
 
Explica-se, assim, o fato de uma pessoa apli-
car suas economias em bolsas de valores, enquan-
to outra prefere a segurança de uma caderneta de 
poupança. A variedade de posturas individuais 
em relação ao risco é que permite, muitas vezes, 
a realização de um grande volume de negócios.
A atuação do Administrador Financeiro 
deve procurar eliminar sempre a incerteza, ou 
seja, estimar a probabilidade de ocorrência do 
evento, saindo do conceito de incerteza e chegan-
do ao conceito de risco. Como não há possibilida-
de de extinção do risco, cabe ao proissional de 
inanças aprender como administrá-lo. Em toda e 
qualquer atividade em que a empresa atue, exis-
te um componente de risco, que será maior ou 
menor dependendo de duas variáveis: primeiro, 
o impacto quantitativo que pode causar sobre os 
resultados ou receitas da empresa, e, segundo, a 
probabilidade estatística de que esse fato ou im-
pacto aconteça (PINHEIRO, 2007).
4.1 Rentabilidade, Liquidez e Risco
DicionárioDicionário
Risco: está sempre presente na atividade humana. 
Quando os médicos realizam cirurgias ou diagnós-
ticos, engenheiros projetam novas construções, 
pessoas iniciam negócios, o risco é um parceiro 
inevitável.
Saiba maisSaiba mais
Existe uma distinção entre os conceitos de risco 
e incerteza, não podendo ser confundidos. Em Fi-
nanças, podemos dizer que o Risco existe quando 
o tomador da decisão pode embasar-se em proba-
bilidade para estimar diferentes resultados e que 
há ocorrência da incerteza quando o tomador não 
dispõe de dados históricos acerca de um fato, o que 
exigirá a tomada de decisão apenas pela intuição 
(GITMAN, 1997).
Mobile User
Mobile User
Mobile User
Mobile User
Risco - pode ter probabilidade e incerteza - não 
temos dados históricos e usamos o intuito 
Princípios de Administração Financeira
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É tomar providências hoje, para garantir 
a sobrevivência do empreendimento no futuro, 
caso ocorra um cenário improvável, porém possí-
vel. Para saber qual providência deve ser tomada, 
é necessário mensurar o risco.
De um modo geral, o risco total de um ativo 
é subdividido em uma parcela causada por even-
tos controláveis pela empresa e uma parcela cau-
sada por eventos não controláveis pela empresa, 
denominados riscos sistemáticos ou sistêmicos e 
riscos próprios (ROSS; WESTERFIELD, 2000).
Os riscos estão divididos em categorias. 
Sendo assim, temos os chamados riscos sistemá-
ticos, que são provenientes de mudanças no ce-
nário macroeconômico, ou seja, aqueles que os 
sistemas econômico, político e social impõem em 
geral a todos os ativos e, naturalmente, à sua taxa 
de retorno. Nessa categoria, estão aqueles riscos 
que nenhum administrador ou investidor pode 
controlar ou evitar. 
Temos ainda os riscos chamados não siste-
máticos, que consistem em riscos intrínsecos ao 
ativo e são gerados por fatores que atingem di-
retamente o ativo em estudo ou, no máximo, um 
pequeno número de ativos, não atingindo os de-
mais. Esse tipo de risco é evitável, uma vez que a 
determinante é a escolha ou não dessa classe de 
investimento (HOJI, 2007).
Incertezas sobre condições econômicas 
gerais, como Produto Interno Bruto (PIB), taxa de 
juros ou inlação, são exemplos de riscos sistêmi-
cos, pois afetam praticamente todas as empresas 
em algum nível. O anúncio da descoberta de um 
novo remédio para determinada doença por uma 
empresa afetará principalmente aquela empresa 
e seus competidores, não envolvendo outras; é, 
portanto, um evento não sistêmico. 
Temos ainda outras classiicações de riscos. 
Entre elas, destacam-se os riscos de crédito, que 
estão relacionados a possíveis perdas quando um 
dos contratantes não honra seus compromissos. 
As perdas aqui estão relacionadas aos re-
cursos que não mais serão recebidos ou aos seus 
recebimentos fora do prazo ou das condições 
pactuadas. De maneira geral, o mercado tende 
a associar tamanho da instituição com sua capa-
cidade de pagamento. Risco de crédito pode ser 
dividido em três grupos: o Risco da Falta de Pa-
gamento ou de Inadimplência, decorrente da im-
possibilidade de uma das partes em um contrato 
honrar seus compromissos assumidos; o Risco de 
Concentração de Crédito, proveniente da possibi-
lidade de perdas em função da não diversiicação 
do crédito concedido a clientes; e o Risco Sobera-
no ou Risco do País, proveniente da existência de 
restrições ao luxo livre de capitais entre países, as 
quais podem ser originárias de golpes militares, 
novas políticas econômicas, resultados de novas 
eleições etc. ou como no caso das moratórias de 
países latino-americanos (HOJI, 2007).
4.2 Gestão de Riscos 
Assista ao ilme Um Bom 
Ano. Tópicos explorados: 
mercados de capitais e 
análise técnica. A passa-
gem inicial do ilme retra-
ta a associação entre os 
movimentos dos agentes 
no mercado inanceiro e o 
comportamento dos pre-
ços dos ativos inanceiros. 
Aos 11 anos, Max Skinner 
é cuidadosamente educado na arte de saborear 
vinhos por seu tio Henry. Adulto, Max torna-se 
um bem-sucedido homem de negócios e a tra-
ma segue. Ator principal: Russell Crowe. Ano de 
lançamento: 2006.
MultimídiaMultimídia
Marcelo Cerqueira Silva
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Outra modalidade de risco importante para 
ser compreendida é a do Risco de mercado. Esse 
tipo de risco depende do comportamento do 
preço do ativo diante dascondições de mercado. 
Para entender e medir possíveis perdas devido às 
lutuações do mercado, é importante identiicar e 
quantiicar o mais corretamente possível as vola-
tilidades e correlações dos fatores que impactam 
a dinâmica do preço do ativo. 
O risco de mercado pode ser dividido em 
quatro grandes áreas: risco do mercado acionário, 
decorrente da possibilidade de perdas decorren-
tes de mudanças adversas nos preços de ações ou 
em seus derivativos; o risco do mercado de câm-
bio, proveniente da possibilidade de perdas de-
vido a mudanças adversas na taxa de câmbio ou 
em seus derivativos; o risco do mercado de juros, 
proveniente da possibilidade de perdas, no valor 
de mercado de uma carteira, decorrentes de mu-
danças adversas nas taxas de juros ou seus deri-
vativos; e o risco do mercado de commodities, re-
ferente à possibilidade de perdas decorrentes de 
mudanças adversas nos preços de commodities e/
ou em seus derivativos (HOJI, 2007).
O risco operacional está relacionado a pos-
síveis perdas como resultado de sistemas e/ou 
controles inadequados, falhas de processos in-
ternos, gerenciamento e erros humanos. O risco 
operacional pode ser dividido em três grandes 
áreas: o Risco Organizacional, que está relaciona-
do com uma organização ineiciente, administra-
ção inconsistente e sem objetivos de longo prazo 
bem deinidos, luxo de informações internas e 
externas deiciente, responsabilidades mal dei-
nidas e acesso a informações internas por parte 
de concorrentes; o Risco de Operações, que pode 
ser relacionado com problemas tecnológicos, 
equipamentos (telefonia, elétrico, computacional 
etc.), processamento e armazenamento de dados 
e luxo operacional inadequado; e o Risco de Pes-
soal, que pode estar relacionado com falhas hu-
manas, como empregados não qualiicados, por 
exemplo, ou fraudes, do tipo adulteração de do-
cumentos, vazamento de informações privilegia-
das, desvio de valores, entre outros (PADOVEZE, 
2005).
Por im, temos o chamado Risco Legal, que 
pode estar associado a perdas oriundas de falta 
da deinição técnica legal ou organização jurídi-
ca em alguma operação realizada; pode ser com 
respeito à ausência de técnica jurídica na elabora-
ção de contratos, expondo a organização exces-
sivamente a uma contraparte ou levando ao fe-
chamento de contratos sem garantias suicientes 
de execução; ou pode estar relacionado ainda à 
inexistência de veriicação sobre a legitimidade 
de contrapartes ou autenticidade de documen-
tos apresentados; e o Risco de Imagem, que está 
relacionado a perdas decorrentes de causas ima-
teriais, gerando a possibilidade de perdas decor-
rentes de desgastes com a imagem da instituição 
junto ao mercado ou autoridades, em razão de 
publicidade negativa, de ações particulares ile-
gais ou irresponsáveis, que podem ser verdadei-
ras ou não (HOJI, 2007).
Existem diversas metodologias de avaliação 
de risco, porém não existe muita uniformidade 
no cálculo do risco de instituições inanceiras e de 
empresas. Em comum, as metodologias para es-
timação do risco requerem conhecimentos sobre 
a mecânica dos mercados de interesse, alguma 
soisticação matemática e sistemas computacio-
nais e de informações coniáveis. No caso de ris-
co operacional e risco legal, o problema de medir 
risco deve ser tratado em uma abordagem caso 
por caso. 
Em outros estudos realizados por Brigham 
(1997), para o risco de mercado e para o risco de 
crédito, algumas metodologias já se encontram 
em uso; podem ser medidos das seguintes for-
mas: Risco de Mercado Relativo, que é uma me-
dida do “descolamento” dos rendimentos de uma 
carteira de investimentos em relação a um índice 
utilizado como benchmark (desvio padrão); e Ris-
co de Mercado Absoluto, que mede as perdas de 
uma carteira de investimentos sem qualquer rela-
ção a índices de mercado.
São utilizadas outras medidas estatísticas 
de avaliação do risco, como: Medida de posição 
(média, mediana, moda); Medida de dispersão 
(Desvio padrão, variância, amplitude total, disper-
são absoluta); probabilidade (Estudo do risco); Re-
gressão Linear Simples, Linear Múltipla, Logística 
e Análise Discriminante. As técnicas não lineares 
mais utilizadas são as Redes Neurais e Algoritmos 
Genéticos (GITMAN, 1997).
Princípios de Administração Financeira
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos o conceito de risco, retorno e liquidez. Observamos que, de um modo 
geral, o risco total de um ativo é subdividido em duas parcelas, denominadas riscos sistemáticos ou sis-
têmicos e riscos próprios. Os riscos estão divididos em categorias. Temos ainda outras classiicações de 
riscos. Entre elas, destacam-se os riscos de crédito, ocasionados pela falta de pagamento; concentração 
de crédito, proveniente da possibilidade de perdas em função da não diversiicação do crédito concedi-
do a clientes; e o risco país, decorrente da existência de restrições ao luxo livre de capitais entre países, 
que podem ser originárias de golpes militares, novas políticas econômicas, resultados de novas eleições 
etc. Por im, estudamos algumas formas de realizar a gestão de riscos. 
Espero que tenha compreendido. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
4.3 Resumo do Capítulo
4.4 Atividades Propostas
1. Explique o seu entendimento sobre risco sistemático e não sistemático.
2. Explique o seu entendimento sobre risco operacional.
3. O que você entende por gestão de riscos? Exempliique.
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Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, trataremos do processo de 
abertura de capital de uma empresa. Vamos ini-
ciar a discussão? 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é for-
mado por instituições que têm como inalidade 
intermediar o luxo de recursos entre poupado-
res, investidores e os tomadores de recursos, em 
condições satisfatórias do mercado.
O CMN é o órgão mais importante do SFN. É 
um órgão normativo sem funções executivas, res-
ponsável pela ixação de diretrizes das políticas 
monetária, creditícia e cambial. É presidido pelo 
Ministro da Fazenda (HOJI, 2007).
Instituições inanceiras e mercados são im-
portantes elementos do ambiente operacional de 
uma empresa. Por que o administrador inanceiro 
deve interagir com instituições inanceiras, forne-
cedores e clientes? Como você pensa em fazê-lo? 
Antes de prosseguir a leitura, relita alguns instan-
tes sobre essas questões.
Empresas que necessitam de fundos de 
fontes externas podem obtê-los através de duas 
formas principais. Uma é através de instituições 
inanceiras que captam poupanças e as transfe-
rem para aqueles que precisam de fundos. Outra 
é através de mercados inanceiros organizados, 
em que fornecedores e tomadores de vários tipos 
de fundos podem realizar transações.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL5 
AtençãoAtenção
O Mercado Financeiro é regulamentado e iscali-
zado principalmente pelo Banco Central do Brasil 
(BCB ou BACEN) e pela Comissão de Valores Mo-
biliários (CVM), que estão subordinados ao Con-
selho Monetário Nacional (CMN) (BRITO, 2005).
Saiba maisSaiba mais
O principal papel da autoridade monetária é o de 
regular e iscalizar o mercado. As características das 
principais autoridades monetárias são comentadas 
a seguir (HOJI, 2007).
O BACEN é o órgão executivo central do 
SFN, responsável pela iscalização e cumprimen-
to das disposições que regulam o funcionamento 
do SFN, de acordo com as normas expedidas pelo 
CMN. A missão institucional é a de zelar pela es-
tabilidade do poder de compra da moeda e pela 
solidez do sistema inanceiro (BRITO, 2005).
De acordo com Pinheiro (2007), as principais 
atribuições do BACEN são: emitir normas; autori-
zar o funcionamento das instituições inanceiras; 
iscalizar e fazer intervenções; receber depósitos 
compulsórios e voluntários; fazer operações de re-
desconto; emitir, comprar e vender títulos públicos 
federais; emitir papel-moeda; controlar e sanear

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