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Introdução Olá, seja bem-vindo! É com muita satisfação que iniciaremos mais uma unidade do nosso curso: a Unidade 3, que vem recheada de assuntos interessantes! Vamos ver? Traremos os temas divididos em três tópicos: O primeiro, por exemplo, versa sobre a prática nas Instituições de Educação Infantil, no qual relataremos o envolvimento da criança em seus tempos e espaços, faremos um link com a rotina na Educação Infantil, bem como analisaremos como deve ser a prática de observação de um professor no contexto escolar. Outro destaque será para a aplicabilidade de conceitos sobre pluralidade infantil relacionando-o com diversas questões, como, por exemplo, pertencimento, identidade e cultura. O segundo tópico trará informações relevantes sobre o estudo de jogos e brincadeiras para a faixa etária de zero a três anos. Aqui, passaremos a re�etir sobre Unidade 3 - Relatório da prática de observação em instituição de educação Infantil Adriana Pinto da Silva Iniciar a importância do brincar e as possibilidades de aprendizagens e desenvolvimento da autonomia da criança a partir das experiências vivenciadas. Conheceremos as quatro etapas do brincar (livre, exploratório, com regras, orientado). Posteriormente, outro ponto que será abordado é referente aos brinquedos reciclados, mostrando, assim, a sua importância no processo de aprendizagem de crianças da Educação Infantil. Já no terceiro tópico estudaremos a organização dos espaços internos e externos das Instituições de Educação Infantil, descrevendo-os e de�nindo-os como elementos do currículo e promotores de aprendizagens. Em seguida, serão observados e analisados diversos tipos de ambientes que contribuem no processo de aprendizagem das crianças. Interessante, não é mesmo? Embarque conosco e vamos rumo ao primeiro tópico. Bons estudos! 1. Relatório da prática de observação em instituição de educação infantil Estudar tempo e espaço em um mundo tão acelerado é algo até questionável. Para se ter ideia, muitos especialistas têm dedicado parte de seu tempo para prestar consultorias sobre este tema visto que as pessoas estão com a necessidade de saber controlar melhor o seu tempo nas atribuições diárias. Assim,, de que forma conceituamos o tempo? Como relacionar esse tempo com as práticas pedagógicas da Educação Infantil? Veja o que dizem os autores abaixo sobre estes assuntos que mencionamos agora! Para sermos breves, traremos alguns conceitos essenciais para entendermos o que estudaremos daqui em diante. Acompanhe: Vivemos uma época de aceleração permanente do tempo e, muitas vezes, não sabemos o exato sentido desse movimento. É o tempo do capital que assume sua prioridade, exercendo sua hegemonia sobre os distintos tempos, como o da família, das escolas, das crianças, provocando, assim, con�itos entre estes modos de ver e medir os tempos. ( BARBOSA, 2006 ) O tempo escolar educa, controla, determina aprendizagens. Marcado pelo relógio, o tempo da escola é único, medido e deve ser apre(e)ndido pelos sujeitos. ( ACORSI, 2007 ) E os espaços? Como conceituá-los? Qual seu conceito em relação ao ensino aprendizagem? Vamos pontuar: Os espaços construídos ao longo dos tempos são resultados das histórias das pessoas e dos grupos sociais que os habitam, das formas como trabalham, como produzem e são produzidos. Nenhum lugar é neutro, pelo contrário, é repleto de histórias. ( Horn; Rodrigues, 2013 ) É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano fundo no qual se inserem emoções. Essa quali�cação do espaço físico é que o transforma em um ambiente. ( Horn, 2006 ) Um espaço para ser realmente positivo na relação pedagógica escolar, precisa antes de qualquer coisa, “conversar” com seus integrantes. ( Horn, 2006 ) Os espaços são utilizados consoantes às práticas pedagógicas. Nesse sentido, pode-se dizer que qualquer espaço pode se tornar um ambiente propício para aprendizagem, desde que este esteja adequado a proposta e a prática pedagógica. ( Horn, 2006 ) “[...] o espaço é algo socialmente construído, re�etindo normas sociais e representações culturais que não o tornam neutro e, como consequência, retrata hábitos e rituais que contam experiências vividas”. ( Horn, 2004 ) Baseado nos conceitos acima, podemos desmembrá-los em vários tópicos para facilitar o seu aprendizado. De uma maneira bem simples e na visão dos autores acima: O espaço é representado por um ambiente a partir do momento em que ele passa a ter signi�cado para as crianças que o usam; Um espaço adequado contribui no processo de criação e no aprendizado da criança; O espaço contribui de forma positiva e proporciona experiências se ele está organizado; Em um espaço bem organizado, estruturado, a criança constrói sua própria identidade, percepções e sua cultura Atenção! É importante ressaltar a importância do tempo e espaço no âmbito escolar da Educação Infantil, pois ambos os conceitos in�uenciam no processo de construção da aprendizagem. 1.1 Características da rotina na educação infantil x tempo Caro aluno (a) está gostando da aula? Bem interessante, não é mesmo? Vamos agora encaixar um assunto que vale a pena neste momento. Estamos nos referindo às características das rotinas neste contexto do Tempo na Educação infantil. Para entender melhor vamos esclarecer através de alguns conceitos básicos de Barbosa (2006): A existência de uma sequência temporal é outra característica das rotinas da educação infantil. Em geral, há uma sequência entre as atividades na qual está previamente estabelecida e segue um padrão. Assim, pode-se perceber de fato como algumas ações são tão visíveis principalmente na educação infantil. ( Barbosa, 2006 ) Há uma concentração nas atividades que socializam, que criam hábitos, que ensinam habilidades e que �xam conteúdos. As propostas de rotinas para as crianças maiores apresentam uma maior variabilidade nos momentos, nos tempos mais curtos de duração e na maior ênfase nos processos de transmissão de informações e preparação a para a escola fundamental que para as crianças bem pequenas. ( BARBOSA, 2006 ) As características da rotina da educação infantil em relação à análise do tempo pode ser pontuada da seguinte forma: Ela é aberta e �exível, com atividades diversi�cadas que podem ser realizadas em tempos e espaços diferentes; É planejada de uma maneira geral, nos seus mínimos detalhes; Tem como base o ato de Cuidar e Educar, visto que leva-se em consideração desde a hora em que alimenta a criança, cuida da higiene, até o momento em que trabalha a identidade, a independência e autonomia da criança; Se for preciso, ela é replanejada, semanalmente, para atingir os objetivos; Proporciona maior facilidade de organização do espaço e tempo; Gera a capacidade de desenvolver o aprendizado de forma segura e disciplinar. Para reforçar nosso aprendizado, que tal algumas DICAS VALIOSAS ? Vamos lá? Dica Nº 1 Dica Nº 2 Dica Nº 3 1.2 Observação da prática pedagógica nas instituição de educação infantil Já que re�etimos sobre Tempo, Espaço e Rotinas da Educação Infantil, agora vamos parar um pouco para observar a prática pedagógica nas Instituição de Educação Infantil. Por que observar? Como observar? Essas e outras perguntas entram no contexto deste assunto. Para isto, precisamos conhecer alguns conceitos chave: Observação trata-se de uma rotina diária em nossas vidas que permite compreender as atividades humanas, avaliá-las, transformá-las e ressigni�cá-las. ( Dicionário Online Michaelis, 2019 ) E Paulo Freire (1987)? Ele diz que ser um observador não é tão simples assim. Segundo suas palavras, um bom observador assinala objetivos claros, de�nidos e concisos. Quem completa este sentido é Topsch (2002), quando ressalta que a observação diária não deve ser esquecida, pois ela é crucial para a prática escolar. Contudo, tanto a observação diária e/ou acadêmica/escolar são imprescindíveis na prática do educador. Figura 01 - Fonte: ipgex,2019. Caro aluno, trazemos um estudo bem prático com orientações que precisam ser observadas no seu dia-a-dia como professor da Educação Infantil. Acompanhe: O que é preciso observar? É através do observar que um educador percebe o comportamento de uma criança e cria estratégias de mudanças. Como assim? Um exemplo: Se uma criança apresenta um comportamento agitado, ativo, o que o professor pode fazer? Observar a criança para descobrir o que ela gosta de fazer. Após descobrir, usar este instrumento para prender sua atenção e desenvolver seu aprendizado. Que outros aspectos é importante observar? Observe o desenvolvimento integral da criança, ou seja, o seu desenvolvimento físico, seu temperamento, habilidades, capacidades intelectuais, interesses, cultura e vida em família. Fique atento também à forma como ela fala, se movimenta, interage, se expressa, se relaciona com o mundo, bem como ela constrói a oralidade. De que forma devo organizar a observação? Para fazer uma observação precisa, é importante que você elabore boas perguntas. A dica é elaborar uma tabela com os seguintes itens: Tabela 01 - Organização e Observação Fonte: Elaborado pelo autor, 2019. Observação: Esta tabela ajudará muito no seu dia-a-dia, mas não se esqueça de reavaliá-la constantemente para os possíveis ajustes. Quando devo observar? Sempre que for preciso. Não esqueça: observe seus alunos em todas as rotinas escolares. Lembre-se: toda hora é hora de observar. Fique atento aos detalhes de cada criança! A observação se encaixa entre momentos espontâneos, bem como nos momentos planejados pelo professor. O que é registro? E avaliação? No registro da observação, é imprescindível que o educador anote os detalhes que torna cada criança única. Este momento é importante porque reúne elementos chaves que servirão para re�etir sobre a prática do educador e entender para que, para quem e em nome de que ele organiza essa prática! E o que signi�ca avaliação? Signi�ca falar do processo de acompanhamento do desenvolvimento da criança. Isto é possível? Sim, basta para tanto que o professor tenha feito uma observação atenta, frequente e com bons registros descritivos. 1.3 Pluralidade cultural e suas relações com territorialidade, pertencimento, identidade e cultura No início da educação infantil, é importante criar situações signi�cativas para as crianças de forma que contribua para a formação de cidadãos críticos, conscientes e atuantes para o exercício da cidadania. Falando nisso, você já ouviu falar em pluralidade cultural? Imagina o que vem a ser? Qual o objetivo de trabalhar este tema já na Educação Infantil? Vamos conhecer: Trabalhar a temática pluralidade cultural signi�ca promover o desenvolvimento de valores como o respeito aos diferentes grupos e a valorização das diversas culturas baseada no entendimento de que somos um povo formado pela mistura de várias raças, mas que cada um tem sua importância, pois contribuiu para a formação do que somos hoje. Para conceituar este tema, traremos vários conceitos importantes: Identidade e diferença são inseparáveis, dependendo uma da outra, por isso, falar sobre diversidade cultural racial na Educação Infantil não deve ser apenas um exercício de observar os diferentes tons de cores de pele, é preciso pontuar na ação pedagógica a identidade e a diferença estimulando a compreensão da existência da diferença, favorecendo a construção de uma consciência de aceitação natural e harmoniosa do "eu" e do "outro". ( Marisa Vorraber, 2008 ) Diversidade biológica pode ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer sobre a diversidade cultural, pois, de acordo com autor, diversidade cultural não é um ponto de origem, ela é em vez disso um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da sociedade que estabelece "outro" diferente do "eu" e "eu" diferente do "outro". ( Tadeu da Silva, 2000 ) Somos únicos porque somos "variados" internamente, porque somos uma combinação irrepetível de condições e qualidades diversas que não são estáticas, o que nos faz também diversos em relação a nós mesmos ao longo do tempo e segundo as circunstâncias mutáveis que nos afetam. ( Sacristán, 2002 ) Baseado nos conceitos acima, iremos traduzir os conceitos acima com a de�nição dos Parâmentros Curriculares Nacionais (PCN´s) para a Educação Infantil, que considera que as crianças são diferentes entre si, o que implica a necessidade de propiciar uma educação baseada em condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades e ritmos individuais. Isso deve visar ampliar e enriquecer as capacidades de cada criança, considerando-as como pessoas singulares e com características próprias. O conceito do PCN acima signi�ca dizer que individualizar a educação infantil não é estigmatizar a criança pelo que a difere das demais, mas é preciso levar em consideração a sua singularidade, respeitando-a e valorizando-a na perspectiva do enriquecimento pessoal e cultural. Pensando nisso, quais os três maiores desa�os da escola ao trabalhar este tema? Vamos conhecer? A escola precisa reconhecer a diversidade como parte inseparável da identidade nacional, conhecer suas riquezas, pois elas compõem o patrimônio sociocultural brasileiro; Criar estratégias para superar qualquer tipo de discriminação; Estabelecer ações que valorizem a trajetória particular dos grupos que fazem parte da sociedade. Portanto, trabalhar Pluralidade Cultural nas escolas dá espaço para que elas alimentem uma “Cultura da Paz” baseada na tolerância, respeito aos direitos humanos, bem como na cidadania que deverá ser compartilhada por todos os brasileiros. Ao �nal, podemos concluir que viver a diferença é, sempre baseando-se no respeito ao próximo. Você quer ler? Para se aprofundar na questão da diversidade e como ela pode ser trabalhada na educação infantil, leia o artigo de Natália Moreira Altoé, que pode ser encontrado aqui . 2. Jogos e brincadeiras para a faixa etária de zero a três anos Vamos fazer uma volta ao mundo da criança? Que tal re�etir sobre os três primeiros anos de vida da criança? Conforme os autores Santos e Cruz (2010), o desenvolvimento da criança do nascimento aos três anos é de fundamental importância para seu futuro. Por isso, pais, professores ou qualquer pessoa que atue junto a ela precisam estar atentos para o atendimento de suas necessidades básicas a �m de contribuírem, positivamente, no seu desenvolvimento. A criança de 1 a 3 anos passa pela fase de desenvolvimento conhecida por período sensório motor. Conforme Piaget (1998 apud MALUF, 2009) é nessa etapa que https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/EDU_ORGAPE_19/unidade_3/ebook/documents/11030-Texto-do-artigo-39525-1-10-20151201.pdf predominam as atividades de exploração e de conhecimento do mundo social e físico. O que ele quer dizer com isto? Que a criança precisa vivenciar atividades lúdicas para que sejam desenvolvidas as habilidades necessárias para o seu perfeito crescimento e desenvolvimento. Falando nisso, o que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) diz sobre o BRINCAR? Vamos conhecer? Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato da criança, desde cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) O brincar é uma necessidade básica e um direito de todos. O brincar é uma experiência humana, rica e complexa. ( ALMEIDA, M. T. P, 2004 ) O Brincar é algo indispensável para uma criança, visto que contribui para sua saúde física, emocional e intelectual. O Brincar é um momento mágico e prazeroso para a criança! Por isso, quais outros benefícios ele proporciona na vida de uma criança? Desenvolvimento do senso de companheirismo; Sociabilidade; Respeito aos amiguinhos; Novas descobertas e aprendizados. Agoraprecisamos entender os conceitos de vários autores sobre o signi�cado da palavra brinquedos! Para a criança nada é mais importante do que os brinquedos, pois estes proporcionam o mundo do tamanho de sua imaginação. Para que uma criança se torne um adulto saudável e bem ajustado é necessário que seu corpo esteja constantemente ativo, sua mente alerta e curiosa, seu ambiente dotado de materiais atrativos e sua inter-relação com as outras pessoas se efetive de modo natural e efetivamente bem estruturado. ( Santos e Cruz 2010 ) O brinquedo é compreendido como um "objeto suporte da brincadeira", ou seja, brinquedo aqui estará representado por objetos como piões, bonecas, carrinhos etc. ( KISHIMOTO, 1994 ) Diante de tudo que já foi visto, já entendemos que o universo infantil e os brinquedos se apresentam como elementos indissociáveis, ou seja, não se separam. Eles são considerados fortes aliados no processo de aprendizagem da criança, bem como na formação da personalidade. Por isso, vamos à próxima parte, que é conhecer as etapas do brincar. São quatro: Brincar livre: O brincar livre é uma experiência de liberdade, de movimento, a busca por novos desa�os! Brincadeiras desse tipo constroem, na criança, um sentimento de con�ança, bem como estimula a criatividade e autonomia.Diante de tudo que já foi visto, já entendemos que o universo infantil e os brinquedos se apresentam como elementos indissociáveis, ou seja, não se separam. Eles são considerados fortes aliados no processo de aprendizagem da criança, bem como na formação da personalidade. Por isso, vamos à próxima parte, que é conhecer as etapas do brincar. São quatro: Figura 02 - Fonte: educando tudo muda, 2019. Brincar exploratório: Neste tipo de brincadeira, a criança imita movimentos, gestos e expressões. Ela desenvolve a criatividade, a competência intelectual, a força e a estabilidade emocional. Outro detalhe importante é que a criança, ao brincar de forma exploratória, aprende a ter atitude sobre diversos aspectos do dia-a-dia. Figura 03: Fonte: http://ayo�tnessclub.com.br, 2019. Brincar com regras: É um tipo de brincadeira com jogos, no qual o grupo estabelece as normas para atingir o objetivo. O que proporciona na criança? Ensina ela a enfrentar desa�os de forma divertida, bem como se adequar a limites, ter espírito de cooperação e competição. Brincar orientado: Neste tipo de brincadeira temos a intervenção do adulto. É neste processo que a criança é capaz de realizar atividades além do seu costume habitual. Muitas ações que estavam em fase de amadurecimento atingem um nível de desenvolvimento mais elevado porque temos a presença do adulto. Contudo, por meio do brincar dirigido, as crianças atingem uma outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades. Figura 04 - Fonte: carrefour, 2019. 3. A importância do brincar e as possibilidades de aprendizagem da criança com brinquedos reciclados Iniciamos mais um assunto trazendo uma curiosidade: será que brincar com brinquedos confeccionados ou reciclados desperta o mesmo interesse que um brinquedo já pronto? Brinquedos confeccionados com materiais recicláveis despertam, nas crianças, um certo interesse, visto que ela usa a criatividade para transformar algo sem utilidade em objetos úteis no seu dia-a-dia. Essa atividade é recebida com muita euforia nas aulas, sabe por que? Porque neste campo artístico há uma enorme possibilidade de criação de objetos diversos, em diversas cores, formas, sem contar que é algo maravilhoso para a criança, pois trata-se de uma atividade feita manualmente. Será que os brinquedos reciclados proporcionam aprendizado? Quem responderá serão os autores Sommerhalder e Alves (2011), que a�rmam que a sucata é um excelente material para pesquisa, conscientização e construção. Por quê? A construção de brinquedos com uso de sucata favorece a criatividade, a imaginação, a viabilidade e a conscientização. Neste sentido, quais as consequências deste trabalho? A criança valoriza o brinquedo, pois foi construído por ela própria; Quanto mais tempo ela dedica na construção do brinquedo, maior será sua satisfação no �nal da tarefa; O processo de construção traz para a criança uma imagem positiva de si mesma; Esta atividade trabalha a consciência ecológica, pois o reaproveitamento e a transformação de um material que iria para o lixo se transforma em algo lúdico e que conscientiza a criança para a questão ambiental. Já que você percebeu o quanto este tema é importante no seu dia-a-dia como professor na Educação Infantil, vamos reservar um tempinho para receber umas dicas bem bacana sobre atividades com material reciclado? Acompanhe as imagens abaixo. Todos os brinquedos foram feitos através de material reciclado. Dica Nº 1 : Imagine você preparar uma aula para as crianças confeccionarem brinquedos com garrafa pet, rolo de papel, tampinhas de garrafa e outros insumos. Além do estímulo à criatividade e aprendizado, as crianças passarão por um processo de conscientização sobre o meio ambiente, já que, atualmente, tanto se fala em ter qualidade de vida e garantir a sustentabilidade para esta e as próximas gerações. Figura 05 - Fonte: Acrilex, 2019. Dica Nº 2 : Outra sugestão é criar mini projetos em cada data comemorativa, como, por exemplo, semana do Meio Ambiente, Dia da Árvore, Dia do Índio e outros. Gostou da ideia? Além de estimular a criatividade e o aprendizado, trará também a conscientização dos pequenos. Figura 06 - Fonte: Painel criativo, 2019. Dica Nº 3 : O que fazer após a confecção dos brinquedos? Que tal fazer uma exposição, convidando pais e colaboradores da escola? Seria interessante se as crianças �zessem uma apresentação, um seminário para mostrar o que aprenderam em sala de aula. Figura 07 - Fonte: só escola, 2019. Figura 08 - Fonte: Não informada, 2019. Você sabia? É possível avaliar esta atividade a�rmando que BRINCAR com brinquedos reciclados não é apenas lazer. É mais que isto! Ela estimula a criatividade da criança, o aprendizado, além de outros aspectos relevantes, como o de mudança nos valores e comportamentos em relação à preservação do meio ambiente. 4. Organização dos espaços internos e externos das instituições de educação infantil Estudar este assunto é de extrema importância na Educação Infantil visto que contribui no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998), “A organização do espaço físico, os materiais, os brinquedos, instrumentos sonoros e o mobiliário não devem ser vistos como elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional. O espaço físico das instituições sempre re�ete os valores que elas adotam e são marcas sugestivas do projeto educativo em curso.” Para nos inspirar, vamos a mais alguns conceitos que reforçarão os próximos assuntos. O espaço tem que possibilitar emergir todas as dimensões humanas (a lúdica, a fantasia, a artística, a imaginação, etc.), ou seja, propiciar à criança ampliar suas experiências e o mundo de referências afetivas, contribuir para a construção de sua identidade e compreensão do mundo, além de reforçar as habilidades de aprendizagem e comunicação e seu envolvimento em atividades e relações signi�cativas ( VIEIRA, 2009 ) Quanto mais o espaço estiver organizado, estruturado em arranjos, mais ele será desa�ador e auxiliará na autonomia das crianças. ( BARBOSA, 2006 ). Os espaços criam novas formas de ação, de movimento, de experiência. ( BARBOSA, 2006 ). Falando em espaço físico, ele é composto pela área interna e externa. É importante considerá-las, visto que se constituem espaços educativos e devem ser usados de acordo com a proposta pedagógica. Vamos conhecer como se dá sua organização? Em que ela contribui? Segundo Melo (2007), é por meio da organização do espaço que as instituições de Educação Infantil favorecem as crianças a estabelecerem relações sociais e culturais, fazendo com que conquistem aautonomia e construam o conhecimento, lembrando a necessidade de se criar “um espaço físico adequado, instalações, ventilações e mobília adequada às crianças” (MELO, 2007). Por isso, iremos descrever os detalhes de cada espaço para reforçar sua aprendizagem! Começaremos pelos ambientes internos: Nos ambientes internos, a iluminação deve ser natural sempre que possível e a ventilação adequada, com janelas grandes e na altura das crianças de maneira a possibilitar a visualização dos espaços externos. ( LIRA & SAITO, 2012, p. 109 ). Na organização dos espaços internos devemos promover a identidade pessoal das crianças, o desenvolvimento da competência, a construção de diferentes aprendizagens, oportunidades para o contato pessoal e a privacidade. ( Barbosa e Horn, 2001 ) De que forma podemos organizar o ambiente interno? Através dos “cantinhos” que são espaços reservados de acordo com as atividades que serão desenvolvidas: Cantos temáticos: Devemos organizar este espaço com casas de boneca, com utensílios de brinquedo, de cozinha, sala, banheiro e quarto. Ressaltamos que o espaço pode ser �xos e/ou alternativo; Canto da fantasia: Deve ser organizado com retalhos, sapatos, chapéus, roupas, maquiagens e espelhos; Canto da garagem: Organizá-lo com carros, sinalizações de trânsito e trilhas; Canto da biblioteca: Organize este espaço com estante de livros, jornais e revistas de forma que as crianças possam ter autonomia para manusear. Pode também organizá-lo para atividades como narração de história por meio de fantoches e marionetes. Para deixá-lo bem enfeitado e aconchegante, coloque almofadas, colchas e tatames; Canto dos jogos e brinquedos: A organização deverá ser com jogos diversos, como, por exemplo, jogos de lego, quebra-cabeça, sucatas, blocos lógicos e outros; Cantos alternativos: Neste cantinho podem ser realizadas diversas atividades como, por exemplo, o canto da música, do supermercado (com várias embalagens de diferentes produtos, dinheiro de brinquedo e prateleiras); atividade de cabeleireiro (com bacias, cadeiras, shampoos e cremes). E sobre o ambiente externo? O que é preciso deixar claro? É necessário que haja o reconhecimento de que ele contribui, signi�cativamente, no processo de ensino- aprendizagem da criança. Barbosa e Horn (2001) a�rmam que no espaço externo existem uma in�nidade de ações que podem ser realizadas, porém cada uma delas precisa de um local especí�co, como os espaços para a realização de jogos mais tranquilos, os espaços para brinquedos de manipulação e construção, espaço estruturado para jogos de movimento, espaço para jogos imitativos, espaço não estruturado para jogos de aventura e imaginação. O que encontramos nos espaços externos? É possível encontrar vários aspectos que contribuem com as ações pedagógica, como, por exemplo, bancos, árvores, gramados, mesas, terra, areia, chão e outros. Vamos conhecer de que forma aproveitá-los? Vamos estimular nossa criatividade! Bancos: O professor pode desenvolver a atividade de esconde-esconde; Árvores: Pode trabalhar com redes de descanso e aproveitar a sombra da árvore para desenvolver atividades de socialização; Gramado, terra, areia, chão: Pode fazer ações diversas, como, por exemplo, atividades de cavar buracos, fazer estradinhas para brincar com carrinhos, plantar �ores e plantas para desenvolver belos jardins; Chão do pátio: Pode-se trabalhar com atividades de corda, músicas, passa anel, ciranda, amarelinha. Gramados: Faça atividades com bolas, piqueniques, bem como tomar banho de sol; Mesas: Trabalhe desenhos, pintura, recortes e jogos. Quais tipos de brincadeiras e jogos podem ser feitos no ambiente externo? Vale lembrar que são ferramentas enriquecedoras para o trabalho com as crianças. Vamos conhecê-las, em tópicos, detalhando uma a uma: Brincadeiras de banco, escritório, consultório médico, construção de cabanas; Nos parquinhos, as crianças podem brincar nos balanços, passar entre os túneis, no gira-gira e outros; Brincadeiras com carrinhos de empurrar e andar; Jogos imitativos, como, por exemplo, teatros de fantoches, casinhas de bonecas, salão de beleza e outros; Brincadeiras com madeiras de encaixar, dentre outras. Gostou dos exemplos de brincadeira que mencionamos? Agora é sua vez! Quais outros tipos de brincadeira poderiam ser oportunizadas às crianças lá no espaço externo da escola onde você leciona? Concluímos esta etapa com o conceito de SEKKEL e GOZZI (2003), que fecham este assunto com chave de ouro quando a�rmam que é preciso fazer do espaço um parceiro na construção das relações humanas e na mediação entre as crianças e o conhecimento. O que isto quer dizer? É preciso que as instituições de ensino voltadas à Educação Infantil tenham um olhar sensível para a concepção e planejamento dos espaços, de forma que estejam sintonizados com as diretrizes do projeto educacional. 4.1 Espaços possibilitadores de aprendizagens e descobertas na Educação Infantil Reservamos este espaço para de�nir o desenvolvimento e a construção do conhecimento dos pequenos aliado ao meio (espaços) em que a criança é inserida. Podemos então fazer várias re�exões. Uma delas é pensar como as crianças constroem este conhecimento. Sem muita demora, logo nos deparamos com um trecho do Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998), que de forma muito clara ressalta que “as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, signi�cação e ressigni�cação”. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (1998) . Dentro do contexto de conhecimento e desenvolvimento da criança, podemos dar uma pausa para fazer um link entre eles e o conceito de espaço, partindo do pressuposto de que eles possibilitam a aprendizagem e a descoberta das crianças. O autor que traz um conceito nesta visão é Lima (2001), quando diz que “o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela”. Para fazer um fechamento bem bacana sobre este assunto, trazemos uma fala interessante dos autores David & Weinstein (1987), que a�rmam que existem cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil que deveriam ser atendidas nos espaços reservados às crianças. São elas: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidade para o crescimento, sensação de segurança, con�ança, oportunidade para o contato social e privacidade. 4.2 Conhecendo outros famosos “cantinhos” que proporcionam aprendizagens e descobertas para os pequenos Analisando a fala dos autores David & Weinstein (1987), só é possível atingir as 5 funções do desenvolvimento infantil se a criança estiver em contato com espaços adequados. Por isso, vale a pena conhecê-los, não é mesmo? Se trata dos famosos “cantinhos”, muito utilizados na prática da Educação Infantil. Conforme Zabalza (2007), ele conceitua como sendo uma “estrutura de oportunidades e contexto de aprendizagem e de signi�cados”. O que o autor acima quis dizer com isto? De que forma podemos compreender suas palavras? Vamos pontuar para facilitar a leitura? A criança tem a possibilidade de explorar, aplicar e interpretar informações, bem como dar um novo sentido ao que aprendeu; O espaço (cantinho) estabelece relações signi�cativas, possibilitando, assim, ampliar seu universo de aprendizagem; É importante que os cantinhos sejam organizados, bem planejados, que retratem a cultura e o meio social para propiciar signi�cado e importância para a criança. Existem diversos “cantinhos”. É imprescindível que eles possam ser montados de acordo com as atividades planejadas ou com o interesse das crianças. Nesta unidade já vimos alguns exemplos. Vamos agora ampliar o tema, trazendo outros cantinhos interessantes.Acompanhe: Cantinho da leitura Cantinho de artes Cantinho da música Cantinho do teatro Você sabia? Qualquer cantinho pode ser organizado com materiais de baixo custo. O importante é disponibilizá-lo de forma que contribua com a descoberta, socialização, criatividade e aprendizagem das crianças. É imprescindível também que os cantinhos sejam frequentemente trocados de acordo com o interesse das crianças. Cabe ao professor �car atento a estes detalhes no seu dia-a-dia de trabalho. Síntese Chegamos ao �nal da Unidade 3. Esperamos que tenha aproveitado! Nesta unidade, trouxemos diversos assuntos com o máximo de bagagem de conhecimentos, acompanhados de diversos referenciais teóricos, exemplos, dicas, ilustrações.. Vamos fazer uma volta para recapitular todo o conteúdo? Nesta unidade, nós aprendemos que: o bom uso do espaço, do tempo e das rotinas da educação infantil contribuem para o desempenho escolar da criança; a prática pedagógica de observação na Educação Infantil é de extrema importância para a compreensão das necessidades de cada criança; a pluralidade infantil é um conceito bastante relevante para se trabalhar a “Cultura da Paz” no âmbito escolar; o Brincar contribui no processo de ensino aprendizagem, bem como desperta a autonomia da criança; os brinquedos reciclados favorecem o estímulo à criatividade, imaginação e a conscientização ambiental; a organização dos espaços internos e externos das Instituições de Educação Infantil contribui no processo de aprendizagem das crianças Gostou? Esperamos você na próxima unidade! Até lá! Download do PDF da unidade Bibliografia ACORSI, Roberta. (Des)encaixes: espaço e tempo na escola contemporânea . Dissertação (Mestrado). Canoas: [s.n.], 2007. BARBOSA, Maria C. Silveira. 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