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CONTROLE DE QUALIDADE E
PÓS-COLHEITA DE
PRODUTOS AGROPECUÁRIOS
AULA 2
Prof. Ricardo Scheffer de Andrade Silva
CONVERSA INICIAL
O manejo de produtos vegetais envolve um conjunto de práticas e cuidados que devem ser
adotados durante todas as etapas do processo, desde o plantio até a colheita e o armazenamento. O
objetivo principal é garantir a qualidade e a segurança dos produtos vegetais, de modo a evitar
perdas e desperdícios, além de oferecer alimentos saudáveis para os consumidores.
As instalações são um fator fundamental no manejo de produtos vegetais, pois fornecem o
ambiente adequado para o armazenamento e processamento dos produtos. É importante que essas
instalações sejam projetadas para atender às necessidades específicas de cada produto, levando em
consideração fatores como temperatura, umidade, ventilação, iluminação e espaço.
O controle de qualidade é outro aspecto crucial do manejo de produtos vegetais, pois possibilita
avaliar a qualidade dos produtos em todas as etapas do processo, desde a produção até a
distribuição. O objetivo é garantir que os produtos atendam aos requisitos de qualidade e segurança
estabelecidos pelos órgãos reguladores, além de atender às expectativas dos consumidores em
relação à aparência, sabor, textura e valor nutricional.
O manejo pré-colheita envolve práticas realizadas antes da colheita, como o preparo do solo, a
seleção de variedades adequadas, o controle de pragas e doenças, a irrigação e a adubação. Já o
manejo pós-colheita envolve a colheita, o transporte, o processamento, a embalagem, o
armazenamento e a distribuição dos produtos. O objetivo é minimizar as perdas pós-colheita,
garantindo a qualidade dos produtos e atendendo às necessidades dos consumidores.
TEMA 1 – MANEJO, INSTALAÇÕES E CONTROLE DE QUALIDADE DE
PRODUTOS VEGETAIS
A produção e comercialização de produtos vegetais é uma atividade econômica importante em
diversos países. Para que essa cadeia produtiva seja bem-sucedida, é necessário que haja um
manejo adequado dos cultivos e uma gestão cuidadosa dos produtos em todas as etapas do
processo, desde a colheita até a venda ao consumidor final. Nesse sentido, o manejo, as instalações
e o controle de qualidade de produtos vegetais são fundamentais para garantir a qualidade dos
produtos e a satisfação dos clientes.
O manejo de produtos vegetais inclui diversas atividades, como a seleção de variedades
adequadas, o preparo do solo, o controle de pragas e doenças, a irrigação, a adubação, a colheita e o
transporte. Cada uma dessas etapas deve ser realizada com cuidado e atenção para que o produto
final apresente as características desejadas, como sabor, textura, aparência e valor nutricional. Além
disso, é importante que sejam utilizados métodos de manejo sustentáveis, que respeitem o meio
ambiente e a saúde dos consumidores.
As instalações para o armazenamento e processamento de produtos vegetais também são
fundamentais para a manutenção da qualidade. O ambiente deve ser adequado para o tipo de
produto armazenado, com temperatura, umidade e ventilação controladas. Além disso, é necessário
que haja equipamentos e ferramentas apropriados para o processamento, como máquinas para
lavagem, seleção, embalagem e refrigeração. O cuidado com a higiene das instalações e dos
equipamentos também é importante para evitar a contaminação dos produtos.
O controle de qualidade de produtos vegetais deve ser realizado em todas as etapas do
processo, desde a produção até a comercialização. Isso inclui a avaliação da qualidade do solo, da
água e dos insumos utilizados, a monitoração da saúde das plantas, a seleção cuidadosa dos
produtos colhidos e a verificação da qualidade dos produtos armazenados e processados. Além
disso, é importante que sejam utilizados métodos de controle de qualidade baseados em normas e
regulamentações específicas, que garantam a segurança alimentar e a satisfação dos clientes.
1.1 MANEJO
Os manejos são essenciais para garantir a qualidade e a segurança dos produtos hortícolas. As
etapas do processo incluem a colheita, o transporte, a seleção, a embalagem, o armazenamento e a
comercialização, e cada uma delas pode afetar a qualidade do produto. O objetivo dos manejos é
maximizar a qualidade do produto e minimizar as perdas pós-colheita.
Um aspecto crítico do manejo pós-colheita é o controle da temperatura. O resfriamento rápido
após a colheita é importante para minimizar a deterioração e prolongar a vida útil do produto. A
temperatura ideal de armazenamento varia de acordo com o tipo de produto hortícola, mas
geralmente se mantém entre 0 e 10 °C. O uso de atmosferas modificadas e controladas também
pode ajudar a prolongar a vida útil dos produtos hortícolas.
Além do controle de temperatura, outras práticas importantes de manejo pós-colheita incluem a
higiene e a desinfecção dos equipamentos, a seleção cuidadosa do produto e a embalagem
adequada. O controle de pragas e doenças também é fundamental para garantir a qualidade do
produto e minimizar as perdas pós-colheita.
Programas de treinamento e educação para produtores, trabalhadores e técnicos de pós-colheita
são importantes para melhorar a qualidade e a segurança dos produtos hortícolas. Esses programas
podem incluir informações sobre melhores práticas de manejo pós-colheita, uso de tecnologias de
resfriamento e armazenamento, controle de pragas e doenças, bem como seleção e embalagem
adequadas do produto.
A seguir, são descritas algumas práticas e instalações comuns para os manejos de produtos
vegetais.
Colheita: deve ser feita no momento adequado, considerando o estágio de maturação do
produto e as condições climáticas. A colheita pode ser manual ou mecânica, dependendo do
tipo de cultivo.
Manuseio: após a colheita, os produtos vegetais devem ser manuseados com cuidado para
evitar danos físicos, que podem levar à perda de qualidade. O manuseio deve ser feito em
ambiente limpo e higienizado.
Embalagem: os produtos vegetais devem ser embalados em materiais apropriados para
protegê-los contra danos físicos e contaminação, bem como possibilitar a ventilação
adequada.
Armazenamento: os produtos vegetais devem ser armazenados em ambiente limpo, com
temperatura, umidade e ventilação controladas. O armazenamento pode ser feito em caixas,
prateleiras ou em câmaras frias.
Transporte: o transporte dos produtos vegetais deve ser feito em veículos limpos e com
temperatura adequada, para garantir a manutenção da qualidade.
O controle de qualidade dos produtos vegetais pode ser feito por meio de inspeções visuais,
testes físicos e químicos, bem como análises microbiológicas. As principais características de
qualidade dos produtos vegetais incluem aparência, textura, sabor, odor, teor de nutrientes, ausência
de contaminação e vida útil. É importante que os produtos sejam monitorados durante todas as
etapas de manejo pós-colheita para garantir a manutenção da qualidade e segurança alimentar.
Em resumo, o manejo pós-colheita é essencial para garantir a qualidade e a segurança dos
produtos hortícolas. O controle de temperatura, a higiene e a desinfecção dos equipamentos, a
seleção cuidadosa do produto e a embalagem adequada são algumas das práticas importantes para
minimizar as perdas pós-colheita e maximizar a qualidade do produto.
1.2 INSTALAÇÕES
As instalações são uma das etapas importantes nos manejos para manter a qualidade dos
produtos hortícolas. Isso inclui desde o projeto adequado das instalações até o monitoramento e
controle da temperatura, umidade e ventilação. O objetivo é fornecer um ambiente propício para a
preservação da qualidade dos produtos, prolongando assim a vida útil e reduzindo as perdas pós-
colheita.
O projeto adequado das instalações deve levar em consideração o tipo de produto a ser
armazenado, a capacidade de armazenamento, o tipo de equipamento necessário e a localização
geográfica da instalação. Deve haver um equilíbrio entre a capacidade de armazenamento e o
número deportas e janelas para garantir a circulação de ar adequada.
Além do projeto adequado, é importante que as instalações sejam mantidas limpas e
higienizadas regularmente para evitar a contaminação dos produtos. Também é importante
monitorar a temperatura, a umidade e a ventilação para garantir que as condições sejam adequadas
para o tipo de produto armazenado.
O uso de equipamentos, como câmaras de refrigeração e sistemas de controle de temperatura e
umidade, pode ajudar a manter as condições ideais para a preservação da qualidade dos produtos
hortícolas. Além disso, o uso de embalagens apropriadas pode ajudar a proteger os produtos contra
danos físicos e reduzir a perda de umidade.
Em resumo, as instalações são um aspecto crítico do manejo pós-colheita para manter a
qualidade dos produtos hortícolas. Um projeto adequado, manutenção regular, monitoramento e
controle das condições ambientais, assim como o uso de equipamentos e embalagens adequados
são importantes para minimizar as perdas pós-colheita e prolongar a vida útil dos produtos.
As instalações para beneficiamento e processamento de produtos hortícolas recém-colhidos
devem ser projetadas de forma a garantir a qualidade dos produtos, bem como a segurança
alimentar e a eficiência do processo produtivo. Algumas das principais instalações incluem:
área de recepção – é a área em que os produtos hortícolas são recebidos e registrados. Deve
ser limpa e bem ventilada, com espaço suficiente para manuseio e armazenamento temporário;
área de seleção e classificação – é a área em que os produtos hortícolas são selecionados e
classificados de acordo com o tamanho, maturação, qualidade e destino. Deve ser equipada
com mesas de seleção, esteiras transportadoras e equipamentos de classificação, como
calibradores e selecionadores eletrônicos;
área de lavagem e sanitização – é a área em que os produtos hortícolas são lavados e
sanitizados para remover sujeira, resíduos químicos e microrganismos. Deve ser equipada com
tanques de imersão, sistemas de aspersão, escovas rotativas e soluções sanitizantes;
área de processamento – é a área em que os produtos hortícolas são processados e
embalados. Deve ser munida de equipamentos de processamento, como cortadores,
descascadores, despolpadeiras, embaladoras e seladoras. É importante que os equipamentos
sejam de fácil limpeza e sanitização;
câmaras frias – são ambientes controlados de temperatura e umidade em que os produtos
hortícolas são armazenados para prolongar sua vida útil. Devem ser projetadas de forma a
garantir a circulação adequada de ar e evitar a formação de umidade;
área de expedição – é a área em que os produtos hortícolas são embalados e preparados para
o transporte. Deve ser equipada com balanças, etiquetadoras e equipamentos de carga e
descarga.
Além disso, as instalações devem ser projetadas de forma a garantir a higiene e a segurança
alimentar, com pisos e paredes lisos e de fácil limpeza, iluminação adequada e sistemas de
ventilação eficientes. É importante que as instalações sejam regularmente inspecionadas e mantidas
em boas condições para garantir a qualidade e a segurança dos produtos.
Um exemplo prático da importância das instalações adequadas na qualidade dos produtos
hortícolas é a armazenagem de frutas em câmaras frias. Se as condições de temperatura e umidade
não forem monitoradas e controladas adequadamente, as frutas podem sofrer danos, como
amolecimento, perda de nutrientes e aumento na proliferação de fungos e bactérias. Em
contrapartida, se as condições forem adequadas, a vida útil das frutas pode ser prolongada,
mantendo sua qualidade e reduzindo as perdas pós-colheita. Além disso, a escolha adequada de
embalagens pode proteger as frutas de danos físicos e ajudar a manter a umidade ideal para cada
tipo de fruta.
1.3 CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS VEGETAIS
O controle de qualidade de produtos vegetais é essencial para garantir que os alimentos sejam
seguros para o consumo humano, apresentem boa qualidade e tenham uma vida útil prolongada.
Alguns dos principais aspectos do controle de qualidade de produtos vegetais incluem:
seleção adequada de matéria-prima – é importante escolher os produtos vegetais com base
em critérios de qualidade, como aparência, maturação, firmeza e ausência de danos físicos ou
doenças;
higiene e sanitização – é fundamental garantir que instalações, equipamentos e utensílios
utilizados no manejo, beneficiamento e processamento de produtos vegetais estejam limpos e
sanitizados;
controle de temperatura – a temperatura é um fator crítico para a conservação de produtos
vegetais. É importante manter os alimentos em temperaturas adequadas durante o
armazenamento, transporte e exposição para venda;
controle de umidade – a umidade excessiva pode levar ao desenvolvimento de fungos e
bactérias, o que reduz a vida útil dos produtos vegetais. É importante controlar a umidade
durante o armazenamento e o transporte;
controle de pragas e doenças – é essencial prevenir a infestação de pragas e doenças que
possam comprometer a qualidade dos produtos vegetais. Isso pode ser feito por meio de
medidas de prevenção, como a utilização de produtos químicos ou técnicas de controle
biológico;
monitoramento de qualidade – é importante realizar testes e análises para verificar a qualidade
dos produtos vegetais, como a determinação do teor de açúcar, acidez, pH, cor e textura. Isso
pode ser feito por meio de análises laboratoriais ou de testes sensoriais;
rotulagem e embalagem – é importante rotular e embalar corretamente os produtos vegetais
para garantir que sejam armazenados e transportados adequadamente, para evitar danos e
contaminação.
Ao implementar esses aspectos de controle de qualidade, é possível garantir a qualidade e
segurança dos produtos vegetais, além de reduzir as perdas durante o processo de produção,
beneficiamento, processamento, armazenamento e transporte.
Um exemplo prático de controle de qualidade de um produto hortícola é o tomate. Para garantir
sua qualidade desde a sua produção até o consumo final, é necessário seguir uma série de medidas
de controle de qualidade, desde a seleção das sementes até o armazenamento e o transporte
adequados.
No que diz respeito ao controle de qualidade após a colheita, o tomate deve ser lavado e
higienizado, para remover resíduos de terra e microrganismos presentes na superfície do fruto. Em
seguida, é importante realizar a classificação e separação dos frutos por tamanho, formato e
coloração, de acordo com as exigências do mercado consumidor.
Durante o armazenamento e transporte, o tomate deve ser mantido em condições ideais de
temperatura e umidade, para evitar perdas de qualidade e deterioração. Além disso, é importante
monitorar a ocorrência de doenças e pragas que possam afetar a qualidade do produto durante esse
período.
Por fim, ao chegar ao consumidor, é importante que o tomate esteja em boas condições, com
uma aparência e sabor atraentes, garantindo a satisfação do cliente e a fidelização à marca. Para
isso, é fundamental que todas as etapas do processo de produção, armazenamento e transporte
sejam realizadas com cuidado e atenção aos padrões de qualidade.
TEMA 2 – MANEJOS ABIÓTICOS PRÉ-COLHEITA
2.1 INTRODUÇÃO
O manejo pré-colheita é o conjunto de práticas agrícolas realizadas antes da colheita, com o
objetivo de preparar o produto hortícola para o consumo e conservação. Essas práticas incluem
manejo adequado do solo, irrigação, controle de pragas e doenças, escolha do momento ideal de
colheita, entre outros. Um manejo pré-colheita adequado pode influenciar diretamente a qualidade do
produto e a sua capacidade de conservação pós-colheita.
Os manejos pré-colheita podem ser divididos entre bióticos e abióticos; os abióticos são
técnicas utilizadas na agricultura para controlar fatores não biológicos que afetam as plantas antes
da colheita. Esses fatores podem incluir condições climáticas adversas, como temperaturasextremas, falta ou excesso de água, além de outros fatores ambientais.
2.2 MANEJOS ABIÓTICOS PRÉ-COLHEITA
Como apresentado anteriormente, os manejos abióticos pré-colheita são todos aqueles não
relacionados ao ser vivo, mas que são necessários para sua sobrevivência, realizados anteriormente
à colheita, de modo a atingir a melhor qualidade possível do produto hortícola a ser colhido.
Apresentaremos a seguir os principais manejos.
2.2.1 Planejamento
O planejamento é uma etapa importante no manejo pré-colheita de produtos hortícolas, pois
possibilita a organização e o controle de diversas atividades que influenciam a qualidade dos
produtos. O planejamento envolve a escolha adequada das variedades de plantas, o uso de técnicas
de cultivo adequadas, a definição do período de plantio e colheita, a implementação de medidas de
controle de pragas e doenças, entre outras ações.
Uma das principais vantagens do planejamento é a redução de perdas durante a pré-colheita.
Com um plano adequado, é possível identificar os riscos e implementar medidas para minimizá-los.
Por exemplo, o monitoramento constante das condições climáticas pode ajudar a prevenir problemas
relacionados à umidade, temperatura e ventos fortes, que podem afetar a qualidade dos produtos
hortícolas.
Além disso, o planejamento também pode levar a melhorias na qualidade dos produtos. A
escolha adequada das variedades de plantas e o uso de técnicas de cultivo apropriadas podem levar
a um aumento na produtividade e na qualidade dos produtos. Alguns exemplos incluem a escolha de
variedades resistentes a doenças e pragas, o uso de sistemas de irrigação adequados e a
implementação de técnicas de poda e adubação.
Por fim, o planejamento pode ajudar a garantir a sustentabilidade do sistema de produção. Ao
implementar medidas de manejo adequadas, é possível reduzir o uso de recursos naturais, como
água e fertilizantes, e evitar o desperdício de insumos. Além disso, um planejamento bem elaborado
pode levar a uma redução no uso de defensivos agrícolas (agrotóxicos), o que beneficia tanto o meio
ambiente quanto a saúde de trabalhadores e consumidores.
2.2.2 Luminosidade
Um dos efeitos da luz na pré-colheita é o acúmulo de carboidratos na planta. A fotossíntese é a
principal fonte de carboidratos para as plantas e a quantidade de luz disponível afeta diretamente a
taxa de fotossíntese. Com níveis adequados de luz, a taxa de fotossíntese aumenta, resultando em
um acúmulo maior de carboidratos nas partes comestíveis dos produtos hortícolas. Esses
carboidratos são importantes para a manutenção da qualidade pós-colheita, pois fornecem energia
para o metabolismo da planta e contribuem para a firmeza e o sabor dos frutos.
Além disso, a luz também pode influenciar a síntese de compostos bioativos nas plantas, como
os compostos fenólicos e os carotenoides. Esses compostos são importantes para a qualidade
nutricional e sensorial dos produtos hortícolas e podem afetar a cor, o sabor e o aroma dos frutos. A
exposição a níveis adequados de luz durante o período pré-colheita pode aumentar a síntese desses
compostos e contribuir para uma maior qualidade nutricional e sensorial dos produtos hortícolas.
Em contrapartida, a exposição a níveis excessivos de luz pode ter efeitos negativos na qualidade
dos produtos hortícolas. A luz intensa pode causar danos nas estruturas celulares, como a
desintegração das membranas celulares, o que pode levar a uma menor vida útil dos produtos
hortícolas e a uma maior suscetibilidade a doenças pós-colheita. Portanto, o manejo adequado da
luz na pré-colheita é essencial para garantir a qualidade pós-colheita dos produtos hortícolas.
Por exemplo: o tomate é outro exemplo de como a luminosidade pré-colheita pode afetar a
qualidade pós-colheita de produtos hortícolas. Estudos mostram que a exposição à luz antes da
colheita pode aumentar a produção de licopeno, um antioxidante presente no tomate, e melhorar sua
qualidade nutricional. No entanto, a exposição prolongada à luz também pode levar ao amolecimento
e à deterioração pós-colheita do tomate em vista da produção excessiva de etileno, um hormônio
vegetal que regula o processo de maturação. Portanto, é importante controlar a intensidade e a
duração da exposição à luz para garantir a qualidade e a vida útil pós-colheita do tomate.
2.2.3 Ventos
Os ventos têm um papel importante na produção de culturas hortícolas, tanto positiva quanto
negativamente. A velocidade e direção do vento podem afetar a qualidade das plantas e frutos,
principalmente na pré-colheita. Em locais com ventos fortes e constantes, as plantas podem sofrer
danos físicos, como quebra de galhos e danos nas folhas, o que pode comprometer a produção e a
qualidade dos produtos hortícolas.
Contudo, ventos leves e moderados podem ser benéficos para a produção de hortaliças. O
movimento suave dos galhos e folhas das plantas pode ajudar a fortalecer as raízes e a aumentar a
troca de oxigênio e dióxido de carbono, favorecendo o crescimento e desenvolvimento saudável das
plantas. Além disso, os ventos podem ajudar a dissipar a umidade e prevenir doenças fúngicas que
se desenvolvem em ambientes úmidos e quentes.
No entanto, é importante salientar que o excesso de vento pode levar à desidratação das
plantas, o que pode causar danos irreversíveis e afetar negativamente a qualidade dos produtos
hortícolas. Portanto, é necessário equilibrar a exposição das plantas aos ventos, controlando a
velocidade e direção deles para garantir que a produção hortícola seja saudável e de alta qualidade.
Um exemplo de fruta que pode ser afetada pelos ventos é a maçã. Quando as árvores de maçã
são expostas a ventos fortes durante a fase de crescimento dos frutos, eles podem sofrer danos
físicos como rachaduras e amassados. Esses danos podem levar a infecções fúngicas e bacterianas
durante o armazenamento e transporte pós-colheita, o que afeta a qualidade do produto. Além disso,
a exposição a ventos fortes pode reduzir a produção de açúcares e nutrientes nas frutas, o que
resulta em frutas menos saborosas e com menor valor nutricional. Portanto, é importante proteger as
árvores de maçã de ventos fortes, especialmente durante a fase de crescimento dos frutos, para
garantir uma boa qualidade pós-colheita.
2.2.4 Umidade e precipitação
A umidade do ar e a precipitação são fatores climáticos importantes que podem afetar
significativamente a qualidade dos produtos hortícolas durante a pré-colheita. A umidade excessiva
pode levar a condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças fúngicas, bacterianas e virais,
além de promover o amadurecimento e a deterioração precoce dos frutos. Em contrapartida, a falta
de umidade pode prejudicar o desenvolvimento e o crescimento dos frutos, bem como aumentar a
suscetibilidade a pragas e doenças.
A umidade do solo também é um fator importante a ser considerado na produção de produtos
hortícolas. O excesso de água no solo pode levar à asfixia radicular e ao apodrecimento das raízes, o
que afeta a absorção de nutrientes e água pelas plantas. Além disso, a umidade excessiva do solo
pode afetar a qualidade das raízes, tubérculos e bulbos, tornando-os mais suscetíveis a doenças
fúngicas e bacterianas.
A precipitação também é um fator a ser considerado na pré-colheita de produtos hortícolas, pois
pode afetar diretamente a qualidade dos frutos. A chuva pode danificar a superfície dos frutos,
tornando-os mais suscetíveis a doenças e infecções fúngicas e bacterianas. Além disso, a chuva
pode diluir os açúcares e nutrientes dos frutos, reduzindo sua qualidade nutricional e seu sabor. Em
contrapartida, a falta de precipitação pode levar a um estresse hídrico nas plantas, afetando seu
desenvolvimento e produção.
2.2.5 Solo
O solo é um dos fatores mais importantes na produção de produtos hortícolas, pois é de onde as
plantas obtêm os nutrientes necessários para crescer e se desenvolver. A qualidade do solo tem um
impacto direto na qualidadedos produtos hortícolas produzidos. O solo deve ter uma boa estrutura,
textura, pH e níveis adequados de nutrientes para que as plantas possam crescer saudáveis e
produzir frutas e legumes de alta qualidade.
Uma das principais maneiras pelas quais o solo influencia a qualidade dos produtos hortícolas é
por meio dos nutrientes disponíveis. O solo deve ter uma quantidade adequada de nutrientes
essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, para que as plantas possam crescer saudáveis e
produzir frutas e legumes de alta qualidade. Além disso, o solo também deve ter micronutrientes
adequados, como ferro, zinco e manganês, que são necessários em quantidades menores, mas
ainda assim são importantes para o crescimento e desenvolvimento das plantas.
Outra maneira pela qual o solo influencia a qualidade dos produtos hortícolas é pela capacidade
de retenção de água. O solo deve ser capaz de reter água suficiente para manter as plantas
hidratadas, mas não tão saturado a ponto de as raízes ficarem encharcadas. A falta de água pode
levar a frutas e legumes pequenos e sem sabor, enquanto o excesso de água pode levar a doenças
fúngicas e a uma diminuição na qualidade dos produtos hortícolas.
2.2.6 Adensamento
O adensamento refere-se ao número de plantas por área, e tem grande influência na qualidade
de produtos hortícolas. Em geral, um adensamento excessivo pode resultar em menor qualidade,
tamanho e peso das frutas e vegetais, além de maior suscetibilidade a doenças e pragas. Em
contrapartida, um adensamento insuficiente pode levar a plantas pouco desenvolvidas e com menor
produção.
O adensamento ideal varia de acordo com a espécie, cultivo e condições ambientais, como solo,
clima e disponibilidade de água e nutrientes. Em geral, é importante realizar um planejamento
cuidadoso e equilibrar o adensamento com a nutrição e o manejo adequado para garantir uma
produção de alta qualidade. É comum que agricultores utilizem técnicas de poda, tutoramento e
manejo do solo para manter o adensamento ideal e melhorar a qualidade dos produtos hortícolas.
2.2.7 Poda e raleio
A poda e o raleio são técnicas de manejo importantes na produção de produtos hortícolas e
podem afetar significativamente a qualidade dos produtos. A poda refere-se à remoção seletiva de
algumas partes da planta, como folhas, galhos e flores, enquanto o raleio é a remoção de frutos em
excesso para controlar o tamanho e melhorar a qualidade dos frutos restantes. A poda e o raleio
podem afetar a produção, o tamanho, o sabor, a textura e a aparência dos produtos hortícolas.
A poda pode aumentar a penetração da luz, melhorar a ventilação e reduzir a competição por
nutrientes, o que resulta em maior produção e melhor qualidade de produtos hortícolas. Além disso,
a poda pode controlar o tamanho dos frutos, melhorar o sabor e a textura, além de reduzir a
incidência de doenças e pragas. No entanto, a poda excessiva pode prejudicar o crescimento e a
produção da planta e levar a uma diminuição na qualidade do produto.
O raleio é uma técnica importante para controlar o tamanho dos frutos e melhorar a qualidade
dos produtos hortícolas. O raleio excessivo pode reduzir a produção, mas um raleio adequado pode
aumentar o tamanho e a qualidade dos frutos restantes. O raleio também pode reduzir a competição
por nutrientes, melhorar a ventilação e reduzir a incidência de doenças e pragas. No entanto, o raleio
inadequado pode levar a uma produção excessiva de frutos de tamanho pequeno e qualidade inferior.
2.2.8 Adubação e correção do solo
A adubação e correção do solo são práticas essenciais para garantir a qualidade de produtos
hortícolas. O solo é a principal fonte de nutrientes para as plantas, e a falta ou o excesso de
nutrientes pode afetar diretamente a produção e a qualidade das hortaliças. A adubação deve ser
realizada de forma equilibrada, considerando as necessidades de cada cultura e as características do
solo, a fim de fornecer os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento das plantas e uma
produção satisfatória.
Fonte: elaborada por Silva, 2023, com base em Malavolta, 2006.
Além disso, a correção do solo é importante para garantir que o pH esteja dentro da faixa ideal
para cada cultura. Um pH inadequado pode afetar a absorção de nutrientes pelas plantas, levando a
deficiências ou excessos de nutrientes, o que afeta a qualidade dos produtos. A adição de calcário,
por exemplo, é uma prática comum para elevar o pH do solo, enquanto a adição de enxofre é usada
para diminuir o pH.
Outro fator importante a ser considerado é a escolha do tipo de adubo a ser utilizado, que pode
ser orgânico ou químico. Os adubos orgânicos, como o esterco e a compostagem, são mais lentos
na liberação de nutrientes, mas contribuem para melhorar a estrutura do solo. Já os adubos
químicos, como o nitrogênio, o fósforo e o potássio, são mais rápidos na liberação de nutrientes, mas
podem prejudicar a saúde do solo em longo prazo se utilizados de forma inadequada.
2.2.8.1 Nitrogênio
O nitrogênio é um dos nutrientes mais importantes para o crescimento e desenvolvimento das
plantas, incluindo os produtos hortícolas. Ele é essencial para a produção de clorofila e proteínas,
bem como para o desenvolvimento de tecidos vegetais, como folhas, caules e frutos. A falta de
nitrogênio pode levar a plantas pequenas e fracas, com folhas amareladas e menor produção de
frutos. Entretanto, o excesso de nitrogênio pode resultar em plantas com crescimento excessivo,
com maior probabilidade de desenvolver doenças e pragas, além de afetar negativamente a
qualidade dos frutos.
A quantidade de nitrogênio necessária para a produção de produtos hortícolas pode variar de
acordo com a cultura e o estágio de desenvolvimento da planta. Por exemplo, plantas jovens
requerem uma quantidade maior de nitrogênio para crescer e desenvolver-se rapidamente, enquanto
plantas maduras precisam de menos nitrogênio e mais nutrientes para a produção de frutos. Além
disso, diferentes culturas de produtos hortícolas têm necessidades diferentes de nitrogênio, com
algumas culturas, como o milho, requerendo grandes quantidades de nitrogênio para o
desenvolvimento adequado.
A aplicação de nitrogênio na produção de produtos hortícolas é geralmente feita por intermédio
da adubação, seja de forma orgânica ou química. No entanto, é importante monitorar
cuidadosamente a quantidade de nitrogênio aplicada, a fim de evitar excessos ou deficiências que
podem afetar negativamente a qualidade dos frutos. Além disso, a época e a forma de aplicação do
nitrogênio também podem influenciar a qualidade dos frutos. Por exemplo, a aplicação excessiva de
nitrogênio durante o período de frutificação pode levar a uma menor produção de frutos e qualidade
inferior.
2.2.8.2 Cálcio
O cálcio é um nutriente essencial para o desenvolvimento de produtos hortícolas de qualidade,
pois tem um papel importante na estruturação e firmeza dos tecidos vegetais. A deficiência de cálcio
pode resultar em frutas e hortaliças moles e sem vida útil adequada. O cálcio também ajuda a
prevenir distúrbios fisiológicos, como o apodrecimento das pontas das flores em brócolis e couve-
flor e a podridão da extremidade do fruto em tomates. Além disso, o cálcio contribui para melhorar a
aparência dos produtos hortícolas, como a cor e a textura das folhas verdes e a cor e a firmeza das
frutas.
A influência do cálcio na qualidade de produtos hortícolas também se estende ao pós-colheita. O
cálcio é um importante fator na manutenção da qualidade dos produtos hortícolas durante o
armazenamento e transporte, pois ajuda a prevenir o amolecimento e a deterioração. Em frutas como
maçãs, pêssegos e peras, o cálcio pode ajudar a prevenir doenças fúngicas, como a podridão de
armazenamento.
2.2.8.3 Potássio
O potássio tem a capacidade de melhorar a resistência das plantas a estresses bióticos e
abióticos, como doenças, pragas, estiagem e altas temperaturas. Além disso, a aplicação adequadade potássio no solo pode melhorar o teor de açúcares, ácidos e outros compostos que afetam a
qualidade sensorial dos produtos hortícolas, como aroma, sabor e textura.
A falta de potássio no solo pode afetar significativamente a qualidade dos produtos hortícolas,
resultando em frutos com tamanho reduzido, menor teor de açúcares, menor tempo de prateleira e
menor resistência a doenças e pragas. Em contrapartida, o excesso de potássio também pode afetar
negativamente a qualidade dos produtos, resultando em frutos com textura excessivamente macia,
sabor amargo e menor valor nutricional.
2.2.8.4 Fósforo
O fósforo desempenha um papel importante na formação de raízes, no crescimento e na
maturação dos frutos, na resistência a doenças e no armazenamento de energia na planta. Ele
também está envolvido na síntese de proteínas, enzimas e outros compostos importantes para a
saúde das plantas.
A deficiência de fósforo pode levar a uma série de problemas de qualidade em produtos
hortícolas, como menor tamanho e peso dos frutos, menor teor de açúcar e menor tempo de
prateleira. Além disso, a deficiência de fósforo pode afetar a resistência da planta a doenças e
pragas, o que reduz a qualidade e a quantidade da produção.
Em compensação, o excesso de fósforo pode levar ao acúmulo de compostos prejudiciais à
saúde humana, como nitratos e metais pesados, como também pode afetar negativamente a
absorção de outros nutrientes pelas plantas. Portanto, é importante que a adubação com fósforo
seja feita de forma equilibrada, levando em conta as necessidades específicas da cultura e as
condições do solo.
2.2.8.5 Magnésio
O magnésio está envolvido em diversos processos fisiológicos das plantas, como a fotossíntese,
a produção de clorofila e a síntese de proteínas. Dessa forma, a deficiência de magnésio pode levar a
uma menor produção de biomassa e a uma redução na qualidade dos produtos hortícolas.
Além disso, o magnésio também pode influenciar a resistência das plantas a estresses
abióticos, como a seca e o frio, o que pode afetar diretamente a qualidade dos produtos hortícolas.
Estudos demonstram que a aplicação de magnésio no solo pode aumentar a resistência das plantas
a esses estresses e melhorar a qualidade dos produtos hortícolas, por exemplo, a melancia.
No entanto, o excesso de magnésio no solo pode levar a problemas de salinidade, o que afeta a
absorção de outros nutrientes pelas plantas e reduz a qualidade dos produtos hortícolas. Portanto, é
importante monitorar os níveis de magnésio no solo e ajustá-los de acordo com as necessidades das
plantas, para garantir a produção de produtos hortícolas de qualidade.
TEMA 3 – MANEJOS BIÓTICOS PRÉ-COLHEITA
3.1 INTRODUÇÃO
O manejo pré-colheita é o conjunto de práticas agrícolas realizadas antes da colheita, com o
objetivo de preparar o produto hortícola para o consumo e conservação. Essas práticas incluem
controle de pragas e doenças, escolha do momento ideal de colheita, entre outros. Um manejo pré-
colheita adequado pode influenciar diretamente a qualidade do produto e sua capacidade de
conservação pós-colheita.
Os manejos pré-colheita podem ser divididos entre bióticos e abióticos, sendo os bióticos
técnicas utilizadas na agricultura que afetam a biologia das plantas antes da colheita.
3.2 MANEJOS BIÓTICOS PRÉ-COLHEITA
Como apresentado anteriormente, os manejos bióticos pré-colheita são todos aqueles
relacionados ao ser vivo, que englobam a biologia da planta, o controle de plantas daninhas, pragas e
doenças, realizados anteriormente à colheita, buscando atingir a melhor qualidade possível do
produto hortícola a ser colhido. Apresentaremos a seguir os principais manejos.
3.2.1 Cultivar e variedade
A escolha da cultivar e variedade é uma das decisões mais importantes que um produtor pode
tomar, pois elas podem afetar significativamente a qualidade dos produtos hortícolas. A cultivar pode
afetar tamanho, sabor, textura, cor e aroma das frutas e hortaliças, bem como sua vida útil pós-
colheita. Por exemplo, algumas variedades de tomate são mais resistentes a doenças e apresentam
uma vida útil pós-colheita mais longa do que outras. Da mesma forma, algumas variedades de maçã
são conhecidas por terem um sabor mais doce e uma textura mais firme do que outras.
Além disso, a escolha da cultivar e variedade também pode afetar a adaptabilidade às condições
climáticas e ao solo, bem como a época de colheita. Por exemplo, algumas variedades de uva são
mais resistentes a condições úmidas do que outras e algumas variedades de morango são mais
adequadas para regiões com invernos mais amenos. Da mesma forma, algumas variedades de
tomate são adequadas para colheita precoce, enquanto outras são mais adequadas para colheita
tardia.
Outro fator a ser considerado é o mercado-alvo, pois alguns consumidores preferem variedades
específicas de frutas e hortaliças. Por exemplo, alguns consumidores podem preferir tomates com
um sabor mais doce ou pimentões com uma cor mais intensa. Portanto, é importante que os
produtores entendam as preferências do mercado e escolham as cultivares e variedades que melhor
atendam às suas necessidades.
3.2.2 Controle de plantas daninhas
O controle de plantas daninhas é uma prática essencial na produção de produtos hortícolas, pois
essas plantas competem com as culturas por nutrientes, água e luz, além de serem hospedeiras de
insetos e doenças que podem afetar a qualidade e o rendimento da colheita. A presença de plantas
daninhas também pode prejudicar a colheita, pois as folhas e os caules podem danificar os frutos
durante a colheita, além de prejudicar a eficiência dos maquinários. A competição por nutrientes
pode levar à diminuição do tamanho dos frutos e reduzir o teor de nutrientes, afetando assim a
qualidade nutricional dos produtos hortícolas.
Além disso, muitas plantas daninhas produzem compostos alelopáticos, substâncias químicas
que inibem o crescimento e desenvolvimento de outras plantas, incluindo as culturas. Esses
compostos podem afetar a germinação das sementes, o crescimento das raízes e a absorção de
nutrientes pelas plantas. A presença de plantas daninhas também pode interferir na qualidade
organoléptica dos produtos hortícolas, de modo a altera o sabor, o aroma e a textura dos frutos.
O controle de plantas daninhas pode ser feito de forma mecânica, como roçada ou capina, ou
química, com o uso de herbicidas. No entanto, é importante que o controle seja feito de forma
adequada, para evitar a contaminação do solo e dos produtos hortícolas. O uso de herbicidas deve
ser feito de acordo com as recomendações dos fabricantes, seguindo as doses e os períodos de
carência recomendados. O controle integrado de plantas daninhas, que combina diversas estratégias
de manejo, é a melhor forma de garantir a qualidade e a produtividade dos produtos hortícolas.
3.2.3 Controle de pragas
O controle de pragas é fundamental para garantir a qualidade e a produtividade dos produtos
hortícolas. As pragas podem causar danos diretos, como a destruição de folhas, caules e frutos, e
indiretos, por meio da transmissão de doenças e patógenos. O uso de defensivos agrícolas é uma
prática comum para o controle de pragas, mas é importante garantir que os produtos utilizados
estejam de acordo com as normas de segurança alimentar e ambiental.
O manejo integrado de pragas (MIP) é uma abordagem sustentável e eficaz para o controle de
pragas. Ele envolve a utilização de diversas estratégias, como a rotação de culturas, o controle
biológico, o uso de armadilhas e feromônios, a escolha de variedades resistentes e o monitoramento
constante da população de pragas. O MIP é uma alternativa mais segura e econômica ao uso
exclusivo de defensivos químicos.
Além disso, a prevenção é uma medida importante no controle de pragas. Práticas simples
como a limpeza regular do campo, a eliminação de restos de culturas e o controle da umidade
podem reduzir o risco de infestações por pragas. O controle depragas é essencial para a produção
de produtos hortícolas de alta qualidade e seguros para o consumo humano.
3.2.4 Controle de doenças
O controle de doenças pré-colheita é fundamental para garantir a qualidade dos produtos
hortícolas, uma vez que doenças podem comprometer a sanidade das plantas e afetar a qualidade
dos frutos. Entre as principais doenças que podem afetar a produção de hortaliças estão as
causadas por fungos, bactérias e vírus, que podem se manifestar de diferentes formas, como
manchas, deformações, murchas e apodrecimentos.
O controle de doenças pré-colheita envolve uma série de medidas preventivas, como a escolha
adequada de cultivares resistentes a doenças, o manejo correto do solo, o uso de técnicas de
irrigação que evitem o excesso de umidade, a eliminação de plantas infectadas e a desinfecção de
ferramentas de trabalho. Além disso, o uso de produtos químicos, como fungicidas e bactericidas,
pode ser necessário em alguns casos.
É importante ressaltar que o controle de doenças pré-colheita não apenas garante a qualidade
dos produtos hortícolas, mas também contribui para a sustentabilidade do sistema de produção
agrícola, uma vez que a redução do uso de produtos químicos pode minimizar os impactos
ambientais causados pela agricultura.
TEMA 4 – INSTALAÇÕES PÓS-COLHEITA
4.1 INTRODUÇÃO
As instalações pós-colheita referem-se aos manejos relacionados à estrutura destinada a
receber os produtos hortícolas após a colheita. As mudanças nos parâmetros das instalações pós-
colheita podem produzir efeitos distintos, o que pode favorecer a manutenção da qualidade ou
reduzir as características organolépticas dos produtos hortícolas.
As instalações pós-colheita são importantes para a preservação da qualidade dos produtos
hortícolas após a colheita. É necessário que essas áreas estejam adequadas às necessidades dos
produtos, com condições adequadas de temperatura, umidade, iluminação, ventilação e controle de
pragas, para garantir a manutenção da qualidade dos produtos.
Portanto, as instalações pós-colheita devem ser projetadas e gerenciadas adequadamente, de
modo a oferecer condições ideais para o armazenamento e processamento dos produtos hortícolas,
de modo a evita perdas e garantir a oferta de produtos frescos e de qualidade para os consumidores.
4.2 LUMINOSIDADE
A luminosidade é um dos fatores ambientais que influenciam a qualidade pós-colheita de
produtos hortícolas. A exposição à luz pode afetar a síntese e degradação de compostos
bioquímicos, tais como os pigmentos, açúcares, ácidos orgânicos e vitaminas, que estão envolvidos
na determinação da qualidade sensorial e nutricional dos alimentos. A luz também pode afetar o
processo de respiração, transpiração e senescência das plantas, o que pode levar à perda de peso,
textura e sabor.
Em geral, a luz solar direta pode ser prejudicial para a maioria dos produtos hortícolas, pois
aumenta a taxa de transpiração, o que pode levar à perda de água e à desidratação dos tecidos, além
de acelerar a taxa de respiração e senescência. No entanto, a luz pode ser benéfica para algumas
culturas, como as plantas que produzem pigmentos vermelhos, como tomates, pimentões e
morangos, que requerem luz para desenvolver cor e sabor adequados.
Por essa razão, o manejo da luminosidade é essencial na pós-colheita de produtos hortícolas.
Em geral, os produtos devem ser mantidos em ambientes escuros e frescos, com baixa umidade
relativa e temperatura controlada, para evitar a desidratação, a perda de nutrientes e a proliferação de
microrganismos. Além disso, as embalagens devem ser selecionadas adequadamente para
possibilitar a troca gasosa e proteger os produtos da luz solar direta. Em alguns casos, a aplicação
de luz artificial pode ser benéfica para prolongar a vida útil dos produtos, como no caso de culturas
que requerem luz para a síntese de pigmentos ou a produção de brotos.
4.3 TEMPERATURA
A temperatura é um fator importante na qualidade de produtos hortícolas, pois afeta a taxa de
respiração, a produção de etileno e o crescimento de microrganismos. A temperatura ideal varia de
acordo com o tipo de produto, e seu controle pode ser realizado desde a pré-colheita até o
armazenamento pós-colheita.
No pós-colheita, a temperatura é um fator crítico para manter a qualidade do produto.
Temperaturas baixas retardam a taxa de respiração e prolongam a vida útil do produto, enquanto
temperaturas altas aceleram a respiração e o amadurecimento, levando à deterioração do produto. É
importante controlar a temperatura durante o transporte, armazenamento e exposição do produto,
garantindo que ele chegue ao consumidor final com qualidade e frescor.
Tomando como exemplo a maçã, uma das principais frutas produzidas no mundo, ela deve ser
armazenada a temperaturas entre 0 °C e 4 °C para evitar o amolecimento excessivo, a perda de
firmeza e a oxidação. No transporte, a temperatura também deve ser monitorada de perto para evitar
mudanças bruscas que possam afetar a qualidade do produto. O controle da temperatura também é
importante para outras frutas, como a banana, que pode sofrer danos por baixas temperaturas, e o
morango, que pode amolecer e perder sabor quando exposto a temperaturas elevadas.
Muitas verduras são sensíveis ao frio e podem sofrer danos irreversíveis se armazenadas em
temperaturas abaixo do ideal. Por exemplo, o espinafre e a alface são altamente perecíveis e devem
ser mantidos em temperaturas entre
0 °C e 2 °C para evitar a deterioração e a perda de nutrientes. Já o brócolis e a couve-flor são mais
tolerantes ao frio e podem ser armazenados em temperaturas ligeiramente mais altas, entre 2 e 5 °C.
No entanto, se armazenados em temperaturas acima de 10 °C, essas verduras podem amadurecer
rapidamente, perder textura e se tornar menos crocantes, além de perder nutrientes como a vitamina
C.
4.4 UMIDADE RELATIVA
A umidade relativa do ar tem um impacto significativo na qualidade pós-colheita de produtos
hortícolas, de modo a afetar o teor de água, a respiração e a taxa de transpiração das plantas. Se a
umidade relativa do ar for muito baixa, as plantas podem perder água rapidamente, o que resulta em
murcha e desidratação, além de torná-las mais suscetíveis a danos mecânicos e a infecções por
patógenos. Em contrapartida, se a umidade relativa do ar for muito alta, pode haver um aumento na
proliferação de fungos e bactérias, o que resulta em deterioração e perda de qualidade dos produtos
hortícolas.
Por exemplo, a alface é um produto hortícola altamente perecível e sensível à umidade relativa
do ar. Se a umidade relativa do ar for muito baixa, suas folhas podem murchar e perder turgor, o que
afeta a aparência e o sabor do produto. Em compensação, se a umidade relativa do ar for muito alta,
pode haver o crescimento excessivo de fungos, tornando as folhas de alface moles e desagradáveis
ao consumo. Portanto, é importante controlar a umidade relativa do ar durante o armazenamento e
transporte de produtos hortícolas para preservar sua qualidade e vida útil.
4.5 ATMOSFERA CONTROLADA E MODIFICADA
A atmosfera é um fator importante a ser considerado para a qualidade pós-colheita de produtos
hortícolas. O controle da atmosfera pode ser utilizado para retardar a maturação e reduzir a taxa de
deterioração, prolongando assim a vida útil dos produtos. O controle é geralmente realizado por
intermédio do armazenamento em ambientes com atmosfera modificada ou controlada, em que a
concentração de oxigênio, dióxido de carbono e etileno é controlada.
A atmosfera modificada consiste em reduzir a concentração de oxigênio e aumentar a
concentração de dióxido de carbono para reduzir a respiração e o amadurecimento dos produtos. Já
a atmosfera controlada envolve a redução da concentração de oxigênio, aumento da concentração
de dióxido de carbono e controle da umidade relativa para retardar o amadurecimento e prevenir a
desidratação.
Alguns exemplos de produtos hortícolas que podem ser armazenadosem atmosfera modificada
ou controlada incluem maçãs, pêssegos, peras, bananas, tomates e alface. O uso do controle da
atmosfera tem se mostrado eficaz na preservação da qualidade pós-colheita desses produtos,
aumentando sua vida útil e reduzindo perdas econômicas para os produtores.
TEMA 5 – TRATAMENTOS PÓS-COLHEITA
5.1 INTRODUÇÃO
Os tratamentos pós-colheita englobam todas as práticas de manejo realizadas nos produtos
hortícolas após a colheita, com o objetivo de prolongar a qualidade pós-colheita de frutas, verduras
ou hortaliças. A efetividade dessas práticas está relacionada à sua correta aplicação no tempo
adequado.
Os tratamentos pós-colheita podem incluir uma série de práticas, como limpeza, seleção,
classificação, embalagem, refrigeração, uso de produtos químicos, entre outras. Cada uma dessas
práticas pode influenciar a qualidade pós-colheita dos produtos, reduzindo perdas, mantendo o sabor,
a textura e as características sensoriais dos produtos frescos.
A aplicação adequada dos tratamentos pós-colheita pode contribuir para a redução de
desperdícios e perdas de alimentos, o que aumenta a disponibilidade de alimentos frescos, nutritivos
e seguros para os consumidores. Além disso, a melhoria da qualidade pós-colheita pode resultar em
benefícios econômicos para os produtores, uma vez que podem aumentar a vida útil dos produtos e
comercializá-los a preços mais elevados.
5.2 TRATAMENTOS QUÍMICOS
Os tratamentos químicos são usados na pós-colheita para controlar doenças e prolongar a vida
útil dos produtos hortícolas. O uso de tratamentos químicos pode afetar a qualidade pós-colheita de
várias maneiras, dependendo da dose e do tipo de produto químico usado.
Alguns tratamentos químicos podem causar danos físicos à superfície do produto hortícola,
levando à perda de textura e brilho, enquanto outros podem afetar o sabor e o aroma. A exposição
prolongada a produtos químicos pode levar à formação de resíduos que podem ser prejudiciais à
saúde humana. Além disso, o uso excessivo de produtos químicos pode levar ao desenvolvimento de
resistência de patógenos, tornando-os menos eficazes no controle de doenças.
É importante enfatizar que o uso de tratamentos químicos deve ser feito com cautela e seguindo
as recomendações de dosagem e intervalo de aplicação indicados pelos fabricantes e órgãos
reguladores. O uso combinado de diferentes abordagens, como o controle biológico e o manejo
integrado de pragas e doenças, pode minimizar a necessidade de tratamentos químicos e promover
a qualidade pós-colheita dos produtos hortícolas.
Existem vários tipos de tratamentos químicos que podem ser usados para melhorar a qualidade
pós-colheita de produtos hortícolas. Alguns exemplos incluem:
fungicidas – o uso de fungicidas pode ajudar a prevenir o crescimento de fungos que causam o
apodrecimento e a deterioração dos produtos hortícolas;
antioxidantes – antioxidantes como o ácido ascórbico (vitamina C) podem ser usados para
prevenir a oxidação e o escurecimento de frutas e vegetais;
ceras – podem ser aplicadas para dar brilho e melhorar a aparência de frutas e vegetais, além
de que reduzem a perda de umidade;
inibidores de etileno – o etileno é um hormônio vegetal que pode acelerar o amadurecimento e
a deterioração pós-colheita de frutas e vegetais. Inibidores de etileno podem ser usados para
retardar esse processo;
reguladores de crescimento – podem ser usados para controlar o crescimento e a maturação
de frutas e vegetais, resultando em produtos mais uniformes e de melhor qualidade.
É importante ressaltar que o uso de produtos químicos deve ser feito com cuidado e seguindo as
recomendações dos órgãos reguladores, a fim de garantir a segurança alimentar e a saúde do
consumidor.
5.3 TRATAMENTOS TÉRMICOS
Os tratamentos térmicos podem ter influência positiva ou negativa na qualidade pós-colheita de
produtos hortícolas, dependendo do tipo de produto, do método de aplicação e da intensidade do
tratamento. A exposição a altas temperaturas pode reduzir a atividade respiratória e, portanto,
retardar o processo de amadurecimento e senescência, prolongando a vida útil pós-colheita. Por
exemplo, o tratamento térmico a 38 °C por 24 horas em pimentões pode prolongar a vida útil em até
sete dias.
Em contrapartida, o tratamento térmico excessivo ou mal aplicado pode levar à deterioração
acelerada e perda de qualidade. A exposição a temperaturas muito altas pode causar danos físicos e
químicos às células e tecidos, resultando em mudanças na textura, cor e sabor. Por exemplo, o
tratamento térmico excessivo em espinafre pode levar a mudanças na cor verde brilhante para
marrom amarelado e à redução significativa no conteúdo de clorofila e carotenoides, o que afeta
negativamente a aparência e a qualidade nutricional do produto.
Portanto, é importante considerar cuidadosamente o tipo de produto e a intensidade do
tratamento térmico, a fim de garantir que os benefícios superem os riscos potenciais para a
qualidade pós-colheita de produtos hortícolas.
5.4 CURA
A cura é um processo pós-colheita importante que afeta a qualidade e a durabilidade de muitos
produtos hortícolas, especialmente raízes, tubérculos e bulbos. A cura geralmente envolve a
exposição dos produtos hortícolas a condições específicas de temperatura e umidade por um
período de tempo determinado, a fim de possibilitar às feridas de colheita que curem e aos produtos
hortícolas que desenvolvam uma camada de proteção contra patógenos e desidratação.
A cura também pode melhorar a textura e o sabor dos produtos hortícolas, ao mesmo tempo que
ajuda a reduzir a incidência de podridão pós-colheita. Por exemplo, a cura é amplamente utilizada em
batatas, cebolas e alho para melhorar a qualidade e prolongar a vida útil desses produtos hortícolas.
No entanto, o processo de cura deve ser realizado com cuidado e atenção aos detalhes, pois a
má cura pode levar a perdas significativas de qualidade e deterioração pós-colheita.
5.5 SELEÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM
A seleção, classificação e embalagem são etapas importantes para a manutenção da qualidade
pós-colheita dos produtos hortícolas. A seleção consiste na escolha dos produtos que apresentam
características ideais de maturação, tamanho, cor, forma e ausência de defeitos. Já a classificação é
feita com base em critérios como tamanho, cor, peso, firmeza e outros atributos específicos de cada
produto. A embalagem tem como objetivo proteger o produto de danos mecânicos, reduzir a perda
de água e gases, preservar a qualidade visual e prolongar a vida útil.
A seleção, classificação e embalagem adequadas podem garantir a uniformidade do lote de
produtos, aumentar a durabilidade do produto, reduzir as perdas pós-colheita e aumentar o valor
agregado do produto. Por exemplo, a seleção cuidadosa de frutas e verduras maduras, frescas e sem
danos mecânicos, seguida pela classificação em tamanhos e embalagem em caixas de papelão
ventiladas, pode prolongar a vida útil do produto, mantendo sua qualidade visual e nutricional.
No entanto, é importante lembrar que a seleção, classificação e embalagem devem ser
realizadas com cuidado e higiene, a fim de evitar a contaminação do produto por microrganismos e
outros contaminantes que possam comprometer sua qualidade e segurança alimentar. Além disso, é
necessário considerar as condições de armazenamento e transporte adequadas para cada tipo de
produto, a fim de minimizar as perdas pós-colheita e manter a qualidade e segurança alimentar do
produto até chegar ao consumidor final.
FINALIZANDO
Nesta etapa, aprendemos que o manejo adequado de produtos vegetais, tanto na pré-colheita
quanto na pós-colheita, é fundamental para a obtenção de alimentos de qualidade. A produção de
hortaliças envolve diversos fatores, como solo, clima, nutrição, irrigação, controle de pragas e
doenças, além do uso de práticas adequadas de colheita, manuseio, seleção, classificação e
embalagem. O manejo pré-colheita também inclui a escolhade cultivares adequadas, uso de
técnicas de poda e raleio, adubação e correção do solo, controle de plantas daninhas, entre outros
fatores que podem influenciar a qualidade dos produtos.
As instalações utilizadas no manejo pré e pós-colheita de produtos vegetais são importantes
para garantir a qualidade dos alimentos. A temperatura, a umidade e a atmosfera são fatores críticos
que podem influenciar a vida útil e a qualidade dos produtos. As câmaras de armazenamento e
refrigeração são equipamentos importantes para manter as condições ideais aos alimentos,
prolongando sua vida útil e evitando perdas. Além disso, a instalação de sistemas de ventilação e
controle de umidade também podem ser utilizados para melhorar a qualidade dos alimentos.
O controle de qualidade é uma etapa crucial no manejo pré e pós-colheita de produtos vegetais.
É necessário um controle rigoroso para garantir que os alimentos atendam às normas e padrões de
qualidade, incluindo aspectos como aparência, sabor, aroma e segurança alimentar. A seleção e
classificação dos produtos também são importantes, pois garantem que os alimentos sejam
comercializados em categorias adequadas. Além disso, a embalagem correta pode proteger os
produtos durante o transporte e armazenamento, além de manter as condições ideais para a vida útil
dos alimentos.
O uso de técnicas de tratamento químico pode ser empregado no manejo pós-colheita de
produtos vegetais para prolongar a vida útil dos alimentos. O tratamento químico pode envolver o uso
de fungicidas, bactericidas e antioxidantes, entre outros, para controlar a deterioração e evitar
perdas. No entanto, é importante observar as normas e regulamentações para garantir a segurança
alimentar e evitar resíduos químicos nos alimentos.
Os tratamentos térmicos também podem ser utilizados no manejo pós-colheita de produtos
vegetais. A aplicação de calor pode ser empregada para desinfetar os alimentos e controlar o
crescimento microbiano, além de reduzir a atividade respiratória e a produção de etileno,
prolongando a vida útil dos produtos. No entanto, é importante observar as temperaturas adequadas
para cada tipo de alimento, com vistas a evitar danos físicos e perda de qualidade.
O manejo, instalações e controle de qualidade de produtos vegetais são fundamentais para
garantir a oferta de alimentos de qualidade para a população. É importante aprimorar as técnicas de
manejo e armazenamento, bem como investir em tecnologias e equipamentos modernos para
garantir a qualidade dos alimentos. Além disso, a pesquisa e a inovação são importantes para
desenvolver novas tecnologias e práticas que possam melhorar ainda mais a qualidade e a
segurança dos alimentos.
REFERÊNCIAS
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2006.

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